Você está na página 1de 12

12 ARTIGO ORIGINAL | ORIGINAL ARTICLE

A retomada do processo de implementação


da Política Nacional de Educação
Permanente em Saúde no Brasil
The resumption of the implementation process of the National
Permanent Health Education Policy in Brazil

Cláudia Brandão Gonçalves1,2, Isabela Cardoso de Matos Pinto3, Tania França4, Carmen Fontes
Teixeira5

DOI: 10.1590/0103-11042019S101

RESUMO Este trabalho teve por objetivos descrever e analisar as mais recentes iniciativas
realizadas, no âmbito da gestão federal, para a implementação e fortalecimento da Política
Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS). Toma como referencial o ciclo da política
pública de Kingdon, descrevendo como se deu a inclusão desse tema na agenda governamental,
em 2003, e analisa o conteúdo dos documentos que materializam as propostas da Política. Em
seguida, concentra-se na descrição e análise do movimento desencadeado em 2017-2018, com
a realização de uma série de eventos regionais, dos quais resultaram a identificação das fragi-
lidades enfrentadas nesse processo de implementação da PNEPS, subsidiando um conjunto
de propostas, que referenciam as iniciativas desencadeadas, visando à efetiva implementação
1 Ministério
da PNEPS no âmbito do Sistema Único de Saúde.
da Saúde (MS)
– Brasília (DF), Brasil.
claudia.brandao@saude. PALAVRAS-CHAVE Política pública. Educação continuada. Sistema Único de Saúde. Recursos
gov.br
humanos.
2 Universidade de Brasília
(UnB) – Brasília (DF),
Brasil. ABSTRACT This work aimed to describe and to analyze the most recent initiatives carried out,
3 Universidade
within the scope of federal management, for the implementation of the National Permanent Health
Federal da
Bahia (UFBA), Instituto Education Policy (PNEPS). It takes as reference the Kingdon public policy cycle, describing how
de Saúde Coletiva (ISC) – the topic was included in the government agenda in 2003, and analyzes the content of the docu-
Salvador (BA), Brasil.
ments that materialize the proposals of the Policy. Subsequently, it focuses on the description and
4 Universidade do Estado analysis of the movement triggered in 2017-2018, with the accomplishment of a series of regional
do Rio de Janeiro (Uerj),
Instituto de Medicina events, which resulted in the identification of the weaknesses faced in the implementation process
Social (IMS), Grupo of the PNEPS, subsidizing a set of proposals that referenced the initiatives triggered, aiming at the
de Pesquisa Políticas,
Programas e Ações de effective implementation of the PNEPS in the scope of the Unified Health System (SUS).
Educação na Saúde
(PPAES) – Rio de Janeiro
(RJ), Brasil. KEYWORDS Public policy. Education continuing. Unified Health System. Human resources.
5 Universidade Federal da

Bahia (UFBA), Instituto


de Humanidades, Artes e
Ciências – Salvador (BA),
Brasil.

Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative
Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer
SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019 meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.
A retomada do processo de implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil 13

Introdução Nesse sentido, a criação, em 2003, da


Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação
O debate internacional desenvolvido atual- na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde (MS)
mente em torno das questões relativas ao tra- permitiu a movimentação de ideias, conhe-
balho e educação na saúde abrange a reflexão cimentos, programas e recursos financeiros,
sobre políticas, regulamentações e interven- ampliando as possibilidades de desenvolvi-
ções relacionadas com a educação, capacita- mento de políticas governamentais específicas
ção e práticas profissionais, destacando-se a nessa área, além de estimular o diálogo entre
necessidade de articular a capacitação com diferentes atores de instituições parceiras e en-
as competências requeridas pelo trabalho, a tidades representativas da gestão do SUS, como
utilização de novas metodologias de ensino e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde
a incorporação de tecnologias de informação, (Conass), o Conselho Nacional de Secretários
educação e comunicação em saúde1. Municipais de Saúde (Conasems) e o Conselho
Esse tema aparece entre os compromissos Nacional de Saúde (CNS).
assumidos pelos países perante a agenda 20301 A atuação da SGTES contemplou, entre
como parte das estratégias de fortalecimento outras iniciativas relevantes, a formulação da
dos sistemas universais de saúde, compro- Política Nacional de Educação Permanente em
misso reiterado, em 2017, na Conferência Saúde (PNEPS), lançada em 2003, e institu-
Panamericana de Saúde2, quando se discutiu cionalizada com a publicação da Portaria GM/
a situação dos recursos humanos em saúde no MS nº 198, de 13 de fevereiro de 20047 , que es-
continente, apontando-se desafios recorrentes, tabeleceu diretrizes para sua implementação,
tais como: inadequação dos perfis profissio- fomentando a condução regional da política e a
nais, precariedade das condições de trabalho, participação interinstitucional e intersetorial.
baixa produtividade e limitada qualidade do Posteriormente, foi publicada a Portaria GM/
desempenho, entre outros. MS 1.996/078, a qual propôs novas diretrizes
No caso do Brasil, cabe reconhecer que o pro- para a PNEPS, que integram, atualmente, a
cesso de construção do Sistema Único de Saúde base normativa do SUS, consolidada em 20179.
(SUS)3, ao longo dos últimos 30 anos, contemplou A concepção de Educação Permanente
a implementação de políticas e programas que adotada nesse marco normativo considera
resultaram na descentralização da gestão, am- que esta implica o estabelecimento de
pliação de cobertura das ações e reorganização
dos serviços de saúde4, tendo como uma das [...] relações orgânicas entre ensino e as
consequências a reconfiguração do mercado de ações e serviços, e entre docência e atenção à
trabalho no setor e o considerável aumento da saúde bem como as relações entre formação
força de trabalho direta ou indiretamente vin- e gestão setorial, desenvolvimento institucio-
culada à produção de ações e serviços de saúde nal e controle social em saúde8(34).
em vários níveis de complexidade5.
Esse processo tem colocado a necessida- Destina-se, assim, a públicos multipro-
de de promover mudanças/transformações fissionais, isto é, à equipe de saúde inserida
na formação de pessoal, quer no âmbito dos nos vários níveis organizacionais da rede de
cursos de graduação e pós-graduação, quer no serviços, objetivando transformações das
âmbito dos serviços, por meio de ações de edu- práticas técnicas e sociais de saúde, tendo
cação permanente, o que acentuou a preocu- em vista a garantia do acesso, a melhoria
pação com as relações entre as instituições que da qualidade, a humanização da atenção à
compõem o sistema de formação de pessoal e o saúde da população e o aperfeiçoamento da
sistema de saúde5,6, tema que desafia estudio- capacidade de gestão do SUS.
sos da área, gestores e profissionais de saúde. Do ponto de vista pedagógico, a Educação

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


14 GONÇALVES CB, PINTO ICM, FRANÇA T, TEIXEIRA CF

Permanente em Saúde (EPS) toma como ponto mudanças na gestão de unidades complexas e
de partida para as ações educativas, reorientação de políticas e estratégias prioritárias
–, constata-se a necessidade de ajustes em vários
[...] os problemas identificados no processo âmbitos da gestão do trabalho e da educação
de trabalho, utilizando metodologias ativas em saúde. No que se refere especificamente à
de ensino-aprendizagem, com ênfase na re- PNEPS, identificou-se a necessidade de uma
solução de problemas, geralmente por meio reflexão acerca das estratégias a serem adota-
de supervisão dialogada e oficinas de traba- das para garantia de sua efetiva implementação,
lho realizadas, preferencialmente, no próprio levando-se em conta as especificidades regionais,
ambiente de trabalho, de modo a sensibilizar estaduais e locais.
e gerar compromissos entre os trabalhadores, Nessa perspectiva, o MS, por meio do
gestores, instituições de ensino e usuários Departamento de Gestão da Educação na Saúde
para com o desenvolvimento institucional do (Deges), vinculado à SGTES, em parceria com
SUS, a melhoria do desempenho das equipes o Conass, Conasems, CNS, Escolas Técnicas do
de saúde e o desenvolvimento individual dos SUS (Retsus), Escolas de Saúde Pública (ESP),
profissionais e trabalhadores de saúde8(34). IES, Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas) e demais secretarias do MS, deu início
Deve ser considerada, portanto, ao processo de discussão sobre a PNEPS com o
objetivo de debater coletivamente estratégias
[...] um processo contínuo, articulado à des- para atualizar a Portaria GM/MS nº 1.996/07.
centralização da gestão do sistema e à re- Assim, acordou-se a realização de Oficinas
organização da rede de serviços, em bases Regionais, envolvendo estados e municípios,
territoriais, fomentando, assim, a condução para avaliação do processo de implementação
regional da política, com participação inte- da Política, cuja organização foi construída co-
rinstitucional através das Comissões de Inte- letivamente envolvendo o Deges/SGTES com
gração Ensino Serviço8(34). a cooperação técnica das equipes do Instituto
de Saúde Coletiva da Universidade Federal da
A formulação e a implementação da PNEPS Bahia (ISC/UFBA), do Instituto de Medicina
estimularam a produção científica sobre esse Social da Universidade do Estado do Rio de
tema, tendo sido objeto de análise em alguns Janeiro (IMS/Uerj), Faculdade de Medicina
estudos que apontam evidências importantes da Universidade Federal de Minas Gerais
das dificuldades de articulação entre gestores, (UFMG), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
trabalhadores, instâncias de controle social e e a participação do Conass e do Conasems.
Instituições de Ensino Superior (IES), parti- Foram realizadas seis Oficinas, reunindo
cipação incipiente dos gestores municipais e gestores e técnicos das regiões Nordeste, Norte,
dificuldades na utilização dos recursos finan- Centro-Oeste, Sudeste e Sul, configurando-se
ceiros, que repercutem na reduzida implan- um movimento de retomada do debate em torno
tação das Comissões de Integração Ensino da PNEPS, constituindo o ponto de partida para
e Serviço (Cies), previstas na PNEPS, na in- a elaboração de propostas que geraram inicia-
definição de parâmetros para construção de tivas no âmbito do MS, bem como nos estados.
projetos e na ausência de avaliação das ações Considerando a riqueza e importância estraté-
executadas no que tange a mudanças nas práti- gica desse processo, os objetivos deste artigo
cas de formação, gestão e atenção na saúde10-14. são descrever e analisar as atividades realizadas,
No momento atual, considerando-se os proble- bem como sistematizar as propostas elaboradas
mas que incidem sobre a efetiva consolidação do coletivamente, tendo em vista contribuir para o
SUS – a exemplo do subfinanciamento15, recom- debate em torno da efetiva implementação da
posição das relações entre público e privado16,17, PNEPS no âmbito do SUS.

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


A retomada do processo de implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil 15

Procedimentos teórico- No caso especifico da PNEPS, considerou-se


metodológicos que a entrada na agenda e a formulação da
Política se materializaram na publicação das
A delimitação do objeto de estudo tomou como portarias referidas anteriormente, de modo
referencial a teoria do ciclo da política pública, que delimitamos como objeto de estudo as
desenvolvida por Kingdon18, que compreende ações realizadas pelo MS em 2017-2018, sob
quatro momentos distintos: a) a determinação coordenação do Deges/SGTES, para retomar
da agenda; b) a formulação da política (iden- e intensificar o apoio aos estados e municípios
tificação dos problemas, seleção de propostas para o desenvolvimento da implementação da
e alternativas, negociação e, formalização em PNEPS. Cabe ressaltar que a implementação é
lei); c) a implementação da política que inclui a o momento crucial do ciclo de uma política, na
elaboração de planos, programas e projetos no medida em que consiste na materialização das
âmbito da burocracia pública e sua execução; propostas em ações gerenciais e operacionais
e d) a avaliação da política, que contempla a que incidem sobre os problemas identificados,
identificação e avaliação do processo, resulta- ações estas realizadas pelos operadores da
dos e impacto alcançado com a implementação política, sejam gestores e técnicos responsáveis
dos planos, programas e projetos, base para a pelo planejamento e programação das ações,
elaboração de propostas de aperfeiçoamento sejam os profissionais e trabalhadores que
e/ou mudanças nos objetivos e ações propostas atuam diretamente na execução das ações19.
no âmbito da política17.

Figura 1. Modelo teórico de análise da implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde

Implementação
da política

Problemas
identificados
Formulação Tomada Avaliação
da Política de Decisão da Política

Decisões Decisões
implementadas implementadas

Fonte: Pinto et al.19.

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


16 GONÇALVES CB, PINTO ICM, FRANÇA T, TEIXEIRA CF

As informações relativas ao processo de- coletiva do processo de implementação da


sencadeado em 2017-2018 foram extraídas de PNEPS, as propostas, sugestões e recomen-
documentos institucionais, relatórios, porta- dações que emanaram das Oficinas realizadas
rias e outras publicações do MS que registram em 2017 (quadro 1) e as ações desencadeadas
as atividades realizadas para mobilização dos em 2018 para dar seguimento e concretude
atores institucionais responsáveis pela imple- ao processo de implementação e avaliação da
mentação da PNEPS nos estados, tratando- PNEPS em todo o País.
-se de sistematizar os resultados da análise

Quadro 1. Oficinas Regionais de análise da implementação da PNEPS

Oficina Data de realização Estados Participantes Local

Região Nordeste 5/6 de outubro Bahia, Alagoas, Sergipe, Ceará, Rio Salvador/BA
Grande do Norte, Piauí Pernambuco,
Paraíba, Maranhão

Região Norte 1 19/20 de outubro Amazônia, Pará, Acre, Rondônia Belém/PA

Região Norte 2 9/10 de novembro Roraima, Amapá e Tocantins Palmas/TO

Região Centro- 23/24 de novembro Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Brasília/DF
-Oeste Mato Grosso do Sul

Região Sudeste 30 de novembro e 1º de dezembro Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Belo Horizonte/
Janeiro e São Paulo MG

Região Sul 4/5 de dezembro Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Florianópolis/SC
do Sul
Fonte: Ministério da Saúde22.

Análise do processo na área de saúde constituiu um grande avanço,


de formulação e inserido nos esforços para o cumprimento do
disposto na Lei nº 8.080/9020 que explicita a
implementação da PNEPS responsabilidade do SUS de orientar a for-
mação de ‘recursos humanos’. As propostas
Como referido anteriormente, a criação da contidas na PNEPS fomentam a condução
PNEPS tem como marco normativo a publi- regional da política, a participação interins-
cação da Portaria GM/MS nº 198, de 13 de titucional por meio das Cies, além de definir
fevereiro de 2004, tendo suas diretrizes de orçamento para projetos e ações estabelecendo
implementação publicadas na Portaria GM/ critérios de alocação transparentes, coerente-
MS nº 1.996/07. Esses documentos contêm os mente, portanto, com os princípios e diretrizes
objetivos e diretrizes dessa política, estabele- gerais do SUS com relação à descentralização
cendo, também, as funções e responsabilida- e participação e controle social na gestão e
des de cada instância de gestão do SUS com execução das políticas de saúde.
relação ao desenvolvimento de ações de EPS Além disso, cabe destacar que o proces-
dos profissionais e trabalhadores de saúde. so de discussão em torno da formulação da
A análise desses documentos evidencia que a PNEPS envolveu as instâncias de delibera-
inclusão desse tema na agenda governamental ção do SUS, como a Comissão Intergestores

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


A retomada do processo de implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil 17

Tripartite (CIT), a Câmara Técnica de instrumento de monitoramento e acompanha-


Recursos Humanos do Conass, a Comissão mento, uma vez que permitiram examinar o
Intersetorial de Recursos Humanos e Relações desenvolvimento, os instrumentos utilizados
de Trabalho (CIRHRT), vinculada ao CNS, para a gestão, os problemas, os objetivos e os
assim como o Conasems. resultados alcançados na sua implementação
O processo de implementação da PNEPS, nos estados, sob a ótica das bases conceituais
por sua vez, enfrentou dificuldades, apon- e organizacionais da PNEPS.
tadas pelos estudos citados anteriormente, No que se refere ao conteúdo do debate
sendo que, na visão dos gestores e técnicos travado no interior das Oficinas, cabe enfati-
que participaram das Oficinas Regionais rea- zar, em primeiro lugar, a problematização da
lizadas em 2017, esse processo ficou um tanto pertinência da revisão do marco regulatório
quanto ‘adormecido’, na maioria dos estados, da PNEPS, considerando-se que os princípios
por conta, particularmente, da interrupção e diretrizes da Política continuam válidos,
do repasse de recursos financeiros do nível bastando realizar algumas adaptações no texto,
central (MS) para a Secretaria Estadual de levando em conta o contexto atual da Política
Saúde (SES) a partir de 2012. Desse modo, de saúde. Dessa forma, considerou-se que o
as SES, em sua grande maioria, enfrentaram principal problema com relação à PNEPS não
dificuldades para dar seguimento ao planeja- é o conteúdo da política, e sim as dificuldades
mento, programação e execução de ações de enfrentadas no processo de implementação,
EPS, exceto nos estados onde houve investi- que contribuem, inclusive, para a existência
mento nessa área com recursos do orçamento de grande heterogeneidade e desigualdade na
estadual e/ou municipal21. situação verificada em cada unidade federada.
A retomada do debate sobre esse processo Os debates, assim, confluíram para a iden-
nas Oficinas Regionais teve como objetivos: a) tificação de um conjunto de problemas e
identificar os principais problemas enfrentados elaboração de propostas e recomendações
no âmbito estadual e municipal para a implemen- com vistas à implementação, execução, gestão,
tação da PNEPS; b) identificar nós críticos que monitoramento e avaliação da PNEPS, as quais
demandem apoio institucional da Deges/SGTES/ foram agrupadas, de acordo com as diferen-
MS; c) elaborar propostas para a aperfeiçoamento tes dimensões da política, em seis categorias:
da PNEPS com base nas necessidades identifi- a) Conceito de EPS; b) Gestão de recursos
cadas ao nível estadual e municipal22. financeiros; c) Institucionalização da polí-
A metodologia utilizada nas Oficinas possi- tica; d) Descentralização e regionalização
bilitou aos participantes, por meio de análises do processo de implementação da PNEPS;
e debates, reconstruir uma imagem comparti- e) Monitoramento e avaliação da Política; f )
lhada da realidade em que opera a PNEPS em Relação/articulação entre entes federativos
seus territórios. Foi possível ainda mapear as no processo de implementação da PNEPS. A
relações institucionais e uma reflexão acerca seguir, apresentamos uma síntese dos proble-
das práticas, complexidades, problemas, for- mas identificados e das propostas elaboradas
talezas, processos de gestão e de métodos nas Oficinas em cada uma dessas dimensões.
pedagógicos da EPS, segundo suas próprias
e singulares necessidades e possibilidades. Problemas identificados nas Oficinas
Cabe destacar que, para além dos seus Regionais
propósitos iniciais, essas Oficinas foram vi-
venciadas e percebidas como uma atividade Com base no processamento das informações
de EPS, ou seja, tornaram-se um momento extraídas dos relatórios das Oficinas Regionais,
de aprendizagem significativa para os par- foi construída uma matriz de análise que siste-
ticipantes, constituindo-se em importante matiza os principais problemas enfrentados no

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


18 GONÇALVES CB, PINTO ICM, FRANÇA T, TEIXEIRA CF

processo de implementação da PNEPS. Apesar alternativas para garantir o financiamento


da heterogeneidade constatada em termos do dessas ações, a exemplo de Santa Catarina,
grau de desenvolvimento da gestão, planeja- Ceará e outros, disponibilizando recursos de
mento, programação e execução das ações de outras fontes, inclusive do orçamento estadual.
EPS, podem-se identificar ‘áreas-problema’, Modelo de formação/educação permanente
que se apresentam, em maior ou menor grau, implementado: os participantes das Oficinas
em todos os estados. São elas: apontaram a coexistência de um modelo de
Gestão da Política de EPS: constatou-se a com- capacitação tradicional, caracterizado pela
plexidade do processo de gestão da implemen- reprodução de cursos e atividades voltadas
tação da PNEPS, devido a uma série de fatores; a categorias profissionais isoladas, com a im-
entre os quais, destaca-se a falta de compreensão, plantação de um modelo inovador, que leva
por parte da maioria dos gestores, da importância em conta o trabalho em equipe, a educação
das ações de EPS para a qualificação da gestão interprofissional, a utilização de metodologias
e da melhoria da atenção à saúde no SUS. Desse ativas de ensino-aprendizagem e a realização
fato, mais evidente em alguns estados, deriva a de atividades de educação a distância com uso
falta de priorização das ações de EPS no processo de Tecnologias de Informação Comunicação
de planejamento e programação, quer seja no (Tics) e a demanda por formação em me-
âmbito do Plano Estadual de Saúde, quer, mais todologias ativas e ações inovadoras para o
precisamente, na fragilidade dos processos de desenvolvimento da área de EPS.
planejamento regional das ações de EPS. Isso Infraestrutura: alguns estados referem as
também está conectado com o grau de desenvol- deficiências de espaço físico e apoio logístico
vimento do processo de implantação e funciona- para garantir o funcionamento das Cies, como
mento das Cies, e se reflete na articulação entre as também apontam a inexistência do setor de
diversas instituições que compõem o quadrilátero EPS no organograma da SES, além da falta de
da EPS23. Alguns estados apontam dificuldades na recursos (pessoal, diárias, transporte) para
relação com as instituições de ensino, bem como a realização das ações de EPS. Também foi
a incipiente incorporação dos representantes dos referida a inexistência de escolas estaduais
trabalhadores de saúde e movimentos sociais de saúde pública em alguns estados.
no processo de planejamento e implementação Conceito de educação permanente: vários
da Política e dos Planos de EPS, além de apon- representantes dos estados apontaram a neces-
tarem, em alguns casos, a grande rotatividade sidade de retomar a reflexão e o debate sobre
dos gestores, especialmente ao nível municipal. o conceito de educação permanente, uma vez
Outro aspecto discutido durante as Oficinas foi a que se considera não ter havido uma apropria-
necessidade de aprofundar o papel que pode ser ção plena da concepção que fundamenta a
representado pelos Contratos Organizativos de PNEPS. Aponta-se, como determinantes desse
Ação Pública Ensino-Saúde (Coapes) na organi- fato, a instabilidade institucional, especialmen-
zação das ações de EPS e na articulação ensino- te a rotatividade dos gestores, propondo-se
-serviço, inclusive na negociação e nas relações certo ‘alinhamento conceitual’ que facilite o
entre as instituições públicas e privadas. processo de gestão e planejamento das ações
Financiamento: todos os estados apontaram de EPS. Nessa perspectiva, destaca-se a neces-
a descontinuidade dos repasses financeiros sidade de efetuar a distinção entre ‘educação
do MS (desde 2011) e problemas na gestão em saúde’, ‘educação permanente’, ‘educação
dos recursos, especialmente a dificuldade de popular’, distinguindo-se, também, a ‘educação
remunerar docentes vinculados às escolas do profissional’ da educação permanente.
SUS, assim como da utilização dos recursos em Monitoramento e avaliação das atividades
função das restrições existentes na legislação de educação permanente: praticamente todos
pública nessa área. Alguns estados têm buscado os participantes apontaram dificuldades em

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


A retomada do processo de implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil 19

monitorar e avaliar as ações de educação per- Propostas elaboradas nas Oficinas


manente, enfatizando a ausência de indica- Regionais
dores que superem a mera quantificação dos
cursos e outras atividades realizadas. A identificação dos problemas subsidiou
Atribuições e responsabilidades de cada nível a elaboração de um conjunto de propostas
de governo e articulação interfederativa: os re- em cada uma das Oficinas, as quais foram
presentantes dos estados foram unânimes em sistematizadas em uma matriz (quadro 2),
apontar que, além da descontinuidade dos repas- com base na semelhança e aproximação
ses financeiros, a necessidade do apoio técnico da temática.
SGTES para implementação da PNEPS.

Quadro 2. Propostas elaboradas nas oficinas regionais: síntese

Área-problema Propostas
Gestão da Políti- • Apoio do MS para fomentar a elaboração dos Planos estaduais de EPS e de Planos de ação regional
ca de EPS • Vincular instrumentos de gestão e planejamento do SUS à EPS
• Implantar sistema de informação/gerenciamento das ações de EPS
• Criar a função de apoiadores regionais na área de EPS
• Incluir e articular as ações de formação promovidas pelo Ministério da Saúde na PNEPS, por exem-
plo: Coapes, Programa de Formação de Profissionais de Nível Médio para a Saúde (Profaps) etc.
Financiamento • Retorno do financiamento federal para ações de EPS
• Garantir participação dos Estados e Municípios no financiamento das ações de educação permanente
• Discutir e apresentar planos para viabilizar a execução dos recursos
• Garantir recursos para custeio e investimento para as ações de educação permanente
• Garantir no Plano Plurianual/Lei Orçamentária Anual (PPA/LOA) o repasse orçamentário e finan-
ceiro de um percentual mínimo a ser pactuado, exclusivo para execução das ações da política de
EPS, por parte da União, Estados e Municípios
Modelo de • Apoiar a reflexão sobre métodos inovadores de ensino
formação • Vincular ofertas pedagógicas às necessidades de formação
• Realizar seminários a partir de experiências exitosas
• Articular melhor as instituições de ensino no processo de implementação da PNEPS. Pensar
mecanismos para reforçar a participação da IES dentro da Cies
• Estabelecer estratégias para que gestores e instituições de ensino se comprometam em construir
e participar efetivamente das ações de EPS
• Reconhecer a preceptoria nos processos de progressão funcional dos servidores
• Definir as contrapartidas na articulação ensino serviço.
• Qualificar processos/desenhos estratégicos pedagógicos voltadas para problematização,
transformação da realidade e qualificação para o SUS
• Implantar sistema de regulação das práticas de formação e EPS nos serviços
Infraestrutura da • Estimular a criação de espaços nas Secretarias Estaduais e Municipais para a EPS e Cies
Cies • Garantir que o setor responsável pela Educação Permanente em Saúde (EPS) esteja presente no organo-
grama oficial da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e que disponha de estrutura física própria
• Fortalecer as Regiões de Saúde através das Cies
Conceito EPS • Promover o alinhamento conceitual sobre a PNEPS, especialmente a concepção de EPS
• Realizar oficinas de trabalho com gestores e técnicos para alinhamento conceitual em torno da EPS
• Fortalecer as equipes das Escolas do SUS e membros da Cies para facilitarem a discussão sobre o
conceito de EPS
• Incluir a discussão sobre o conceito de EPS nas Comissões Intergestores Regionais (CIR)
Monitoramento • Estabelecer mecanismos de monitoramento e avaliação da execução dos planos estaduais e regio-
e avaliação das nais de EPS com indicadores de processo e resultados
ações de EP • Estimular que as áreas técnicas registrem e divulguem as ações de EPS
• Dimensionar/mapear os pontos de educação da rede estadual

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


20 GONÇALVES CB, PINTO ICM, FRANÇA T, TEIXEIRA CF

Quadro 2. (cont.)

Articulação • Maior articulação MS/MEC


interfederativa • Fomentar dentro da PNEPS a organização das Cies regionais
(MS/SES/SMS) • Sensibilização das instancias colegiadas sobre a importância dos processos de EPS
• Promover melhora articulação entre a CIR e as Cies regionais
• Recompor as Cies Regionais e Estadual
• Incluir na agenda da gestão estadual do SUS a EPS como pauta permanente da CIR, Comissão
Intergestores Bipartite (CIB), Conselho Estadual de saúde (CES)
• Promover a qualificação dos membros da Cies em EPS
• Discutir a importância do Coapes para articulação entre as diferentes instâncias
• Instituir a Cies regional como membro do comitê gestor local do Coapes
• Potencializar a Rede de Educação em Saúde Coletiva/Educação Permanente em Saúde
• Garantir espaços de diálogos entre os diversos atores da PNEPS, por meio de fóruns, oficinas,
seminários, entre outros
• Formar Núcleos municipais e/ou microrregionais de EPS e Humanização. Manter editais (pesquisa
e/ou estruturação da política de EPS) e portarias que valorizem esta articulação
Fonte: Ministério da Saúde21.

Ações desencadeadas Com isso, foram repassados aos municípios e


pelo Ministério da estados aproximadamente de R$ 70 milhões
para o planejamento e execução de ações edu-
Saúde em 2017-2018 cativas que respondessem às necessidades de
para a implementação e saúde, respeitando a realidade regional/local.
fortalecimento da PNEPS Paralelamente, tratou-se de incentivar imple-
mentação dos processos de integração ensino-
A partir dos resultados obtidos com a realização -serviço-comunidade, ampliando o canal de
das Oficinas Regionais, o Deges/SGTES desen- diálogo com os atores envolvidos com os Coapes.
cadeou, durante o ano de 2018, uma série de ati- Nesse sentido, como estratégia para alavancar o
vidades voltadas ao atendimento das demandas processo de contratualização no País, investi-
dos estados, buscando dar respostas imediatas a mentos foram feitos para qualificar o processo
alguns dos principais problemas identificados. de negociação permanente em defesa da quali-
Em primeiro lugar, tratou-se de recuperar o ficação do cuidado e da formação.
fluxo de financiamento, por meio de repasses Buscando dar visibilidade à experiências
de recursos do MS aos estados e municípios inovadoras, o Deges/SGTES/MS, em par-
Tal decisão materializou-se na publicação ceria com a Opas/Organização Mundial da
da Portaria nº 3.194, de 28 de novembro de Saúde (OMS), lançou o Edital do Laboratório
201724, que dispõe sobre o Programa para de Inovações em Educação na Saúde com
o Fortalecimento das Práticas de Educação ênfase na Educação Permanente em Saúde,
Permanente em Saúde no Sistema Único de tendo recebido 251 inscrições, que passaram
Saúde (Pro EPS-SUS) e cria incentivos finan- por uma comissão de avaliadores, resultando
ceiros de custeio para implementação, exe- em uma primeira seleção de 45 experiências
cução e gestão do Pro EPS-SUS, com vistas a que foram apresentadas em seminário na-
estimular, acompanhar e fortalecer a qualifi- cional. Destas, 30 foram selecionadas para
cação profissional dos trabalhadores da área visitação in loco, tendo sido premiadas 15
para a transformação das práticas de saúde em finalistas, que compuseram uma publicação
direção ao atendimento dos princípios funda- específica do MS/Opas25, organizada em
mentais do SUS, a partir da realidade local e três eixos temáticos: Integração Ensino-
da análise coletiva dos processos de trabalho. Serviço-Comunidade; Educação e Práticas

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


A retomada do processo de implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil 21

Interprofissionais; e Gestão da Política de tanto em relação a aspectos gerais da Política


Educação Permanente em Saúde. e do papel a ser desempenhado por cada nível
Para subsidiar tecnicamente o processo de de governo quanto em relação à elaboração de
planejamento e programação das ações de proposições específicas que possam servir de
EPS nos estados, foi elaborado um manual, referência para o aperfeiçoamento do processo
intitulado ‘Orientações para o planejamen- de implementação em cada estado.
to das ações de Educação Permanente em Desse modo, buscou-se resgatar o protago-
Saúde no SUS’, encaminhado a todas as SES nismo de quem executa a Política de Educação
e Secretarias Municipais de Saúde (SMS) para Permanente, especialmente as Secretarias
subsidiar a elaboração dos Planos de Educação Estaduais e Municipais de Saúde, em um
Permanente. processo que contou com apoio institucional
Também foi organizada uma publicação do MS para o desencadeamento de iniciativas
específica intitulada ‘Política Nacional de que possibilitaram a retomada do planejamen-
Educação Permanente em Saúde: o que se to ascendente, em um esforço coletivo para
tem produzido para o seu fortalecimento?’26 realização de ações articuladas entre os três
estruturada em quatro capítulos, e que aborda entes da federação, valorização das experi-
aspectos relevantes do atual movimento em ências em curso no país, divulgadas por meio
torno da implementação da PNEPS, como in- do Laboratório de Inovações em Educação na
tegração ensino-serviço; Coapes; programa Saúde, as quais evidenciam a potencialidade
para fortalecimento da EPS; reconhecimento da PNEPS no que diz respeito à contribuição
de experiências de EPS; incorporação de novas para a melhoria da qualidade dos serviços
abordagens nos processos de EPS, como a edu- prestados pelo SUS.
cação interprofissional em saúde e incentivo
ao planejamento ascendente, participativo e
regionalizado das ações de EPS nos estados. Colaboradores
Finalmente, em novembro de 2018, foi rea-
lizada, em Brasília, a Oficina Nacional, reunin- Gonçalves CB (0000-0002-7644-9440)*
do cerca de 120 participantes, para validação participou substancialmente da concep-
do Relatório Final das Oficinas Regionais e ção, planejamento, análise e interpretação
apresentação da proposta preliminar relati- dos dados, participou significativamente na
va ao sistema de monitoramento e avaliação revisão crítica do conteúdo e participou da
das ações de EPS, que será desenvolvido no aprovação da versão final do manuscrito.
próximo ano. Pinto ICM (0000-0002-1636-2909)* partici-
pou substancialmente da concepção, plane-
jamento, análise e interpretação dos dados e
Considerações finais participou significativamente na elaboração
do rascunho e da revisão crítica do conteúdo.
A realização de um debate nacional sobre a França T (0000-0002-8209-9811)* e Teixeira
PNEPS possibilitou traçar um panorama dos CF (0000-0002-8080-9146)* participaram
principais aspectos do processo de implemen- substancialmente da concepção, planejamento,
tação dessa política nos estados e municípios análise e interpretação dos dados, participa-
do País. Nessa perspectiva, considerou-se ram significativamente na revisão crítica do
necessário identificar as fragilidades enfren- conteúdo e participou da aprovação da versão
tadas em cada realidade concreta, de modo final do manuscrito. s
a avançar com a elaboração de proposições,
*Orcid (Open Researcher
and Contributor ID).

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


22 GONÇALVES CB, PINTO ICM, FRANÇA T, TEIXEIRA CF

Referências

1. World Health Organization. WHO Health Work Force 10. Ferraz F, Backes VMS, Mercado-Martines FJ, et al. Gestão
2030: towards a global strategy on human resources de recursos financeiros da educação permanente em
for health world Health Organization; 2015. saúde: desafio das comissões de integração ensino ser-
viço. Ciênc. Saúde Colet. 2013; 18(6):1683-1693.
2. Relatório da 29 Conferencia Sanitaria Panamericana. 69
Sessão do Comitê Regional da OMS para as Américas; 11. Ferraz L, Vendruscolo C, Marmett S. Educação
25-29 set. 2017; Washington, (DC): Organização Pan- Permanente na Enfermagem: uma revisão integra-
Americana de Saúde. (OMS/OPAS); 2017. tiva. Baiana de Enferm. 2014; 28(2):196-207.

3. Teixeira CFS, Souza LEP, Paim JS. Sistema Único 12. Nicoletto SCS, Bueno VLRC, Nunes EFPA, et al. Desafios
de Saúde (SUS): a difícil construção de um siste- na implantação, desenvolvimento e sustentabilidade da
ma universal na sociedade brasileira. In: Paim JS, Política de Educação Permanente em Saúde no Paraná,
Almeida Filho N. Saúde Coletiva: teoria e prática. Brasil. Saúde Soc. 2013; 22(4):1094-1105.
Rio de Janeiro: MedBook; 2014.
13. Macedo NB, Albuquerque PC, Medeiros KR. O de-
4. Viacava F, Oliveira RAD, Carvalho C, et al. SUS: oferta, safio da implementação da educação permanente
acesso e utilização de serviços de saúde nos últimos na gestão da educação na saúde. Trab. Educ. Saúde.
30 anos. Ciênc. Saúde Colet. 2018; 23(6):1751-1762. 2014; 12(2):379-401.

5. Machado MH, Ximenes Neto FRG. Gestão da 14. França T, Pierantoni C, Belisário AS, et al. A
Educação e do Trabalho em Saúde no SUS: trinta capilaridade da Política Nacional de Educação
anos de avanços e desafios. Ciênc. Saúde Colet. 2018; Permanente em Saúde no Brasil. Atas-Investig.
23(6):1971-1979. Qualit. Saúde. 2016; 2:66-75.

6. Noronha JC, Noronha GS, Pereira TR, et al. Notas so- 15. Paim JS. Financiamento da Saúde: questão políti-
bre o futuro do SUS: breve exame de caminhos e des- ca para além do setor. Cremeb-Vida & Ética. 2014;
caminhos trilhados em um horizonte de incertezas e 5(18):17.
desalentos. Ciênc. Saúde Colet. 2018; 23(6):2015-2060.
16. Vieira FS. Nota Técnica. Crise econômica, austeridade
7. Brasil. Portaria GM/MS nº 198 de 13 de fevereiro fiscal e saúde: que lições podem ser aprendidas? Ipea:
de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Brasília, DF; 2016.
Permanente em Saúde como estratégia do Sistema
Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento 17. Scheffer M. O capital estrangeiro e a privatização do
de trabalhadores para o setor e dá outras providências. sistema de saúde brasileiro. Cad. Saúde Pública. 2015;
Diário Oficial da União. 14 Fev 2004. 31(4):663-666.

8. Brasil. Portaria GM/MS nº 1.996 de 20 de agosto de 18. Kingdon, J. Agendas, alternatives and public choices.
2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação Boston: Little Brow; 1994.
da Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde. Diário Oficial da União. 20 Ago 2007. 19. Pinto ICM, Vieira-da-Silva LM, Baptista TVF. Ciclo de
uma política pública de saúde: problematização, cons-
9. Brasil. Portaria de Consolidação nº 3 GM/MS de 28 trução da agenda, institucionalização, formulação,
de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre implementação e avaliação. In: Paim JS, Almeida Filho
as redes do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial N. Saúde Coletiva: teoria e prática. Rio de Janeiro:
da União. 29 Set 2017. MedBook; 2014.

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019


A retomada do processo de implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil 23

20. Brasil. Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe 24. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 3.194, de 28
sobre as condições para a promoção, proteção e recu- de novembro de 2017. Dispõe sobre o Programa para o
peração da saúde, a organização e o funcionamento Fortalecimento das Práticas de Educação Permanente
dos serviços correspondentes e dá outras providên- em Saúde no Sistema Único de Saúde - PRO EPS-SUS.
cias. Diário Oficial da União. 20 Set 1990. Diário Oficial da União. 29 Nov 1990.

21. Brasil. Ministério da Saúde Relatório Consolidado 25. Brasil. Ministério da Saúde. Laboratório de Inovação
sobre o processo de implementação da Política em Educação na Saúde com ênfase em Educação
Nacional de Educação permanente em Saúde Permanente. Ministério da Saúde/Organização
(PNEPS). SGTES/DEGES/Ministério da Saúde: Panamericana da Saúde/Organização Mundial Saúde
Brasília, DF; 2018. no Brasil: Brasília, DF; 2018.

22. Brasil. Ministério da Saúde. Termo de referência 26. Brasil. Ministério da Saúde. Política Nacional de
para as Oficinas Regionais PNEPS. SGTES/DEGES/ Educação Permanente em Saúde: o que se tem produ-
Ministério da Saúde: Brasília, DF; 2017. zido para o seu fortalecimento? Ministério da Saúde:
Brasília, DF; 2018.
23. Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O Quadrilátero da
formação para a área da saúde: ensino, gestão, for-
Recebido em 14/12/2018
mação e controle social. Physis. 2014; 14(1):41-65. Aprovado em 18/04/2019
Conflito de interesses: inexistente
Suporte financeiro: não houve

SAÚDE DEBATE | RIO DE JANEIRO, V. 43, N. ESPECIAL 1, P. 12-23, AGO 2019

Você também pode gostar