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Continuidade do Cuidado
em Cuidados Paliativos
A regulação assistencial e a produção do cuidado: um arranjo potente para qualificar a atenção. Baduy RS et al. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(2):295-304, fev, 2011
• Para tanto, além de o usuário ocupar um novo papel na produção da saúde,
são indispensáveis arranjos que propiciem a continuidade da atenção e
que favoreçam a integralidade do cuidado.
A regulação assistencial e a produção do cuidado: um arranjo potente para qualificar a atenção. Baduy RS et al. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(2):295-304, fev, 2011
• União Européia: Estudos apontam o aumento das condições crônicas como
o maior desafio a ser enfrentado, no século XXI, pelos sistemas de saúde
preocupados com a equidade, eficiência e efetividade.
• Apontam também a fragmentação dos serviços como uma dificuldade
para a produção da integralidade, mesmo naqueles países onde há uma
forte atenção primária e serviços de atenção domiciliar.
• Alguns autores destacam a necessidade de estudar novos arranjos em
experimentação para o enfrentamento dos problemas crônicos de saúde nas
populações
A regulação assistencial e a produção do cuidado: um arranjo potente para qualificar a atenção. Baduy RS et al. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(2):295-304, fev, 2011
• A prestação de serviços de saúde, atualmente, fragmenta a atenção ao
paciente, com multiplicação de consultas de especialistas, informação não
compartilhada, inúmeros fármacos, exames e outros procedimentos.
Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Veras R. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(6): 887-905
• A porta de entrada acaba sendo a emergência do hospital.
Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Veras R. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(6): 887-905
Sistema de saúde
Reativo Proativo
Fragmentado Integrado
Episódico Continuado
Objetivo
Psicólogo
Fisioterapeuta
Nutricionista
Farmacêutico
Assistente Social
Assist. Espiritual
• Integralidade
• Boa prática profissional
• Articular prevenção com assistência
• Acolhimento
• Comunicação
• Acesso
• Equipe Interdisciplinar
Ferramenta
Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Veras R. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(6): 887-905
• A hierarquização da rede possibilita pelo menos dois
elementos fundamentais para o cuidado: a diminuição de
iatrogenia e a organização do fluxo de cuidados.
• As diretrizes e os protocolos clínicos também são
essenciais na construção do projeto terapêutico. Eles devem
direcionar a boa prática, serem pautados na melhor
evidência disponível e adequados a cada situação clínica.
• O plano terapêutico é o fio condutor para o fluxo da linha
do cuidado, e esta estabelece o percurso assistencial de
acordo com suas necessidades.
Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Veras R. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(6): 887-905
• O importante é que cada instituição de saúde tenha
conhecimento de sua carteira, seu perfil e necessidades, de
modo a construir a melhor forma de organizar sua prestação de
serviços.
Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Veras R. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(6): 887-905
• A porta de entrada no sistema tem de ser o local facilitador
para que o cliente e sua família sintam-se protegidos e
amparados.
• É nessa instância, do primeiro contato, que o usuário é
informado de todas as possibilidades e dos percursos
assistenciais.
• Acolher é fundamental para quem chega, e um estímulo para
desenvolver confiança e fidelizar-se
Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Veras R. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(6): 887-905
• Os modelos de atenção para esse segmento precisam ser
centrados na pessoa e na família, considerando suas
necessidades especiais. O cuidado deve ser gerenciado desde a
entrada no sistema até o fim da vida, com acompanhamento
constante
Linha de cuidado para o idoso: detalhando o modelo. Veras R. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., Rio de Janeiro, 2016; 19(6): 887-905
Ponto Delicado >Desospitalização
• Processos de alta de forma simplificada, pontual e não oficializada
• Falta de busca ativa
Ignacio, Denise Sarreta – Alta hospitalar responsável: em busca da continuidade do cuidado para pacientes em Cuidados Paliativos
no domicílio, uma revisão integrativa. Ribeirão Preto, 2017
Desospitalização
• Articulação entre serviço hospitalar e rede de atenção básica
Exemplo
• Contato do hospital com SAD– visita da equipe em paciente com planejamento de
alta, depois visita ao domicílio
• Braço da equipe ambulatorial trabalhando no hospital
• Equipe única hospital-ambulatorial
• NUCLEO CUIDADOR – HOSPITAL – AMBULATÓRIO/ATENÇÃO BÁSICA
Ignacio, Denise Sarreta – Alta hospitalar responsável: em busca da continuidade do cuidado para pacientes em Cuidados
Paliativos no domicílio, uma revisão integrativa. Ribeirão Preto, 2017
Objetivo
• Desinstitucionalização
• Evitar hospitalizações desnecessárias
• Evitar reinternação
Objetivo
Case de Sucesso
Interface Hospital e Ambulatório
Experiência de Serviço Privado
• Modalidades de Atendimento:
▫ Ambulatório
▫ Enfermaria
▫ Grupo consultor
▫ Central de Monitoramento Telefônico de Enfermagem
▫ Assistência Domiciliar
Interface Hospital e Ambulatório
Experiência de Serviço Privado
• Perfil de pacientes
▫ Idosos
▫ Múltiplas comorbidades
▫ Neurológicos crônicos
▫ Oncológicos
Interface Hospital e Ambulatório
Experiência de Serviço Privado
• Histórico:
▫ 2006: primeiros atendimentos por geriatras do Programa de
Atendimento Interdisciplinar (PAI)
▫ Agosto de 2008: ambulatório específico dentro do PAI
▫ Outubro de 2010: atividades dentro do Hospital
▫ Abril de 2011: leitos em enfermaria
▫ Agosto de 2012: Ambulatório de Cuidados Paliativos Não-
Oncológicos
▫ Central de Monitoramento Telefônico de Enfermagem
▫ 2015: Programa específico para pacientes acamados (SIAD –
Suporte Integrado ao paciente com Alta Dependência)
Interface Hospital e Ambulatório
Experiência de Serviço Privado
•Pacientes cronicamente incapacitados (Demências FAST >=7D, sequelados •Rede de suporte social precária
crônicos confinados ao leito); •Nível socioeconômico / ambiente /
•Pacientes gravemente incapacitados após acidente vascular ou traumático transporte
recente, em fase pós crítica, com possibilidade de reabilitação; •Demanda familiar / risco de liminar
•Idosos frágeis pós fratura de fêmur ou com outra condição de acamamento
temporário;
Time de Central de
Ambulatório de
Desospitalização do Relacionamento
Geriatria ou Cuidados
Hospital Santa Helena (+/-5%)
Paliativos (+/-10%)
(+/- 85%)
PEP
Carta de Planejamento de Cuidados – “Carta Rosa”
Discussão de casos com equipe do ambulatório
Passagem de caso entre médicas do ambulatório e do hospital
Central telefônica
“Ponte” da Central Telefônica com equipe de Paliativo, com médico do Pronto
Atendimento, com enfermeira da desospitalização – grupo de wpp e sistema
informatizado próprio da Central Telefônica
Interface Hospital e Ambulatório
Experiência de Serviço Privado
INTERFACE HOSPITAL X AMBULATÓRIO X DOMICILIAR
Equipe de desospitalização
SIAD
Central de Monitoramento
Domiciliar – Vista de Enfermagem
Caso clínico 1
Durante internação apresentação IRA revertida com hidratação (C=2 → 1), e devido
quadro de suboclusão intestinal realizou RNM: carcinomatose peritoneal
Caso clínico 1
→ Consultas com Oncologia: faltou em 11/08, depois passou em duas consultas (25/08 e
31/08), sendo definido suporte paliativo exclusivo por baixo PS
→ Consulta no Acolhimento de Cuidados Paliativos em 17/08/16, a partir de então
seguimento no ambulatório CP
→ 01/09/16 – Durante atendimento psicológico paciente relata dificuldade em lidar com
suas limitações e expectativas que pessoas próximas criam frente a sua cura e traz
questões relacionadas aos filhos de 7 e 17 anos → SS
→ SS atende em plantão referente as seguintes pendências:
- desejo em ver o filho recluso
- passar a guarda do filho de 7 anos para madrinha/amiga
- questões burocráticas com RH da empresa
Caso clínico 1
→ SS faz contato com SS do fórum para pendências em relação ao filho do meio para
passagem da guarda para madrinha
→ SS faz contato com SS da Fundação Casa, que solicita relatório médico para
solicitação da liberação do interno para visita ao Juiz (negado)
“Ao final desta manhã, Dra. Renata comunica que paciente faleceu. Acompanho Dra. Renata
na notícia ao esposo, o qual demonstra grande emoção, compreende gravidade da doença de
Ana Maria. Agradece os cuidados dispensado a ele e sua esposa.
Comento com esposo que iria comentar com Assistente Social Thais sobre falecimento de sua
esposa, para tentar trazer o filho dela para os rituais funerários, conforme foi expresso o
desejo pela paciente para Assistente Social Thais e Psicóloga Waleska em ambulatório. O
mesmo concorda.
Informo Ass. Social Thais sobre falecimento da paciente.
Solicito orientação do serviço social do hospital para Sr. Fábio para os trâmites burocráticos
para realização de funeral.”
Caso 2
GSPF, 83 anos, encaminhada pela Oncologia ao Ambulatório de Cuidados
Paliativos HC/FMUSP, em junho de 2008, por CEC de colo uterino com
recidiva em cúpula vaginal, após radioterapia e intolerância à quimioterapia,
por toxicidade inaceitável.
Em avaliação pelo Serviço Social, checada má aderência em outros serviços,
múltiplas passagens por especialidades e falta de um acompanhante principal
às consultas. Após acolhimento e abordagem familiar, otimizados
acompanhamentos, focado tratamento neste ambulatório e formalizada uma
das filhas como acompanhante principal, com grande melhora na aderência.
Houve abordagem da espiritualidade da mesma durante todo o seguimento,
com momentos específicos da consulta dedicados a este aspecto. A paciente
era católica, não frequentadora de missas, com prática domiciliar e adepta a
promessas. Houve reforço positivo às suas práticas, tendo ela cumprido todas
as promessas que tinha feito. O acompanhamento psicológico foi realizado
com a família, já que paciente não aderiu, priorizando aspectos do conflito
entre os filhos.
Em seguimento clínico, apresentou sintomas como dor ñ
controlada, sangramento vaginal, com investigação e tratamento
pela equipe. Em janeiro de 2009, evoluiu com metástases em
região vulvar e inguinal, sendo encaminhada à radioterapia, com
melhora local e controle de dor. Em março de 2009, apresentou
linfedema por obstrução alta, respondendo a tratamento clínico, já
que não havia condições para nova RT, nem QT, segundo
oncologia. Em julho de 2009, progressão de doença, com
supuração em região inguinal, piora nas dores, piora no status
funcional. Família foi orientada sobre fim de vida. Em agosto de
2009, otimizado o controle de sintomas, priorizando conforto,
com paciente falecendo em 20/08/2009, no hospital. Seu
sepultamento ocorreu em local escolhido pela paciente.
CASO 3
Piora motora lenta e progressiva, bem como na instabilidade e na marcha, aumentando grau de
dependência, piorando deglutição também, mas sem sinais de aspiração. Contratada cuidadora
para morar com paciente.
Até que há 2 anos, iniciou com sintomas comportamentais, alucinações visuais e auditivas,
desorientação. Iniciada investigação sem achados, encaminhado para interconsulta com neuro,
sem achados específicos, sugerido prosseguir investigação mas familiares não desejaram.
O quadro cognitivo evoluiu rapidamente, o grau de dependência também. A cuidadora, que tinha
cerca de 50 anos e alguns problemas de saúde não estava mais conseguindo manter os cuidados
sozinha. Filhas começaram a revezar para dormir na casa dele à noite. Iniciamos conversa sobre
possibilidade de institucionalização. Filhas preferiram mantê-lo em casa o quanto conseguiram.
Há cerca de 1 ano, foi institucionalizado, com boa adaptação dele e das filhas. Ficou menos
apático com o convívio com outros idosos. Manteve alimentação adaptada via oral, filhas não
desejaram via alternativa de alimentação.
Há poucas semanas, filhas receberam ligação da ILPI, para comparecerem ao local porque
paciente precisaria ser levado ao hospital. Estava com desconforto respiratório.
No hospital....
CASO 4
Paciente B, 78 anos, feminino, diagnóstico há cerca de 4meses de tumor extenso em
SNC sem possibilidade de ressecção, já com sinais de edema e desvio de linha média.
Chega ao ambulatório de Cuidados Paliativos, após ser medicada e receber alta da
neurocirurgia. Vem com filha e genro.
Logo na primeira consulta, filha trouxe desejo de manter mãe com cuidados de
conforto e qualidade de vida. Paciente ainda andava e tinha muitos sintomas
comportamentais, fala repetitiva, acelerada, não conseguindo ficar segundos na
mesma posição.
Iniciado seguimento, otimizadas medicações neuropsiquiátricas. *
Evoluiu com disfagia, filha optou por manter via oral com dieta adaptada pela fono.
Ingesta foi diminuindo cada dia mais, e foi mantida alimentação de conforto.
Teve apenas uma internação curta por convulsão, onde foram otimizadas as drogas
(progressão da doença).
Outra filha veio do Sul ajudar nos cuidados nos últimos 2 meses de vida.
Paciente iniciou com desconforto respiratório, foi levada ao hospital e faleceu dois
dias após, na enfermaria com familiares.
• Muito Obrigada!
• Keite – keite@uol.com.br