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UNIDADE II

Legislação Vigente para a Abordagem da


Atenção aos Cuidados Paliativos e Dor
Crônica

Profa. Valéria Alvarenga Medeiros


Base Legal do Sistema de Saúde Brasileiro
Sistema Único de Saúde/SUS
• Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

Dispõe sobre as condições para a promoção,


proteção e recuperação da saúde, a organização
e o funcionamento dos serviços correspondentes e
dá outras providências.
Lei Regulamentar do SUS No.7508 /2011

OS TERRITÓRIOS SANITÁRIOS DAS REDES DE


ATENÇÃO À SAÚDE
MUNICÍPÍO: a auto suficiência na atenção primária.
MICRORREGIÃO SANITÁRIA: a auto suficiência na atenção
secundária (média complexidade).
MACRORREGIÃO SANITÁRIA: a auto suficiência na atenção
terciária.
EQUIPES MULTIDISCIPLINARES
ESTRUTURA DO SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO
SISTEMA DE SAÚDE DE DOMINÂNCIA ESTATAL/ SUS

Organização dos serviços

Níveis de atenção de acordo com a complexidade

Orientação em relação às práticas a serem adotadas

Rede primária (básica) Rede especializada

Foco dos sistemas públicos Maior prática dos setores Privados

Menor ônus Maior gasto


Melhor nível de saúde Pior nível de saúde
Como qualificar o atendimento nos serviços
de saúde?
• Respeitar os direitos das pessoas
• Acolhimento
• Conforto
• Privacidade
• Direito à informação
• Garantir a resolução diagnóstica e terapêutica
• Profissionais capacitados
• Estrutura física adequada
• Incorporação tecnológica necessária
• Protocolos clínicos
Manejo clínico da condição de saúde/SUS
Organização da assistência
Diretrizes Legais da Atenção aos
Cuidados Paliativos

Portaria N° 19, 03 de janeiro de 2002 – Institui


no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) o
Programa Nacional de Assistência à Dor e
Cuidados Paliativos.
Portaria N° 19, 03 de janeiro de 2002

ART.1 Portaria
– Alínea e - N° 19, 03diretrizes
Desenvolver de janeiro de 2002
assistenciais nacionais,
devidamente adaptadas/adequadas à realidade brasileira, de
modo a oferecer cuidados adequados a pacientes com dor e/ou
sintomas relacionados a doenças fora de alcance curativo e em
conformidade com as diretrizes internacionalmente preconizadas
pelos órgãos de saúde e sociedades envolvidas com a matéria.
Rede de Atenção aos Cuidados Paliativos
NÚCLEO DE APOIO Á SAÚDE
DA FAMÍLIA - NASF
Compõe a atenção secundária
Atendimentos pré-hospitalares e pronto atendimento
fixos:
• Posto de Atendimento Médico (PAMs), Unidade de
Pronto Atendimento (UPAs);
• Núcleos de especialidades e diagnósticos;
• Centros de Atenção Psico-Social (CAPs);
• Centros de Reabilitação;
• Centros de Referências (Infantil, álcool, drogas, e
outros);
ACESSO – EMERGÊNCIA CLÍNICA

PA
24 HORAS
UBS

PS/HOSPITAL

SAMU
• Princípios fundamentais da concepção e
elaboração da Regulação Assistencial:
Instrumento ordenador e definidor da atenção à
saúde;
Definições previamente estabelecidas, para que o
poder público seja apto a responder com clareza,
exatidão e presteza às demandas de saúde
diretamente ou indiretamente vinculadas ao
tratamento de pacientes críticos/potencialmente
críticos.
Portaria GM/MS nº 1.071/2005

• A introdução de uma Política de Atenção do Paciente Crítico


procura estabelecer determinantes estruturais e estruturantes que
sirvam como referenciais para uma real política de qualificação
progressiva do atendimento prestado ao paciente crítico.

• Os referenciais:
 Normatizam as bases das estratégias de implementação e
operacionalização de ações qualificadoras.
 São os balizadores das ações e táticas de controle e avaliação e
dos investimentos operacionais.
ATENÇÃO TERCIÁRIA
ATENÇÃO CRÍTICA E POTENCIALMENTE CRÍTICA –
REDE LOCAL
POLÍTICA NACIONAL DE
HUMANIZAÇÃO
EQUIPE DE REFERÊNCIA (INTERDISCIPLINAR)
E APOIO MATRICIAL
Diretrizes da Atenção aos Cuidados
Paliativos
Cuidados paliativos » cuidados ativos, coordenados e globais,
prestados por unidades e equipas específicas, em
internamento ou no domicílio, a doentes em situação em
sofrimento decorrente de doença incurável ou grave, em fase
avançada e progressiva, assim como às suas famílias, com o
principal objetivo de promover o seu bem -estar e a sua
qualidade de vida, através da prevenção e alívio do
sofrimento físico, psicológico, social e espiritual, com base na
identificação precoce e do tratamento rigoroso da dor e outros
problemas físicos, mas também psicossociais e espirituais.
Portaria N° 19, 03 de janeiro de 2002

Art. 1º - Alínea b – Estimular a organização de


serviços de saúde e de equipes multidisciplinares
para a assistência a pacientes com dor e que
necessitem cuidados paliativos, de maneira a
constituir redes assistenciais que ordenem esta
assistência de forma descentralizada, hierarquizada e
regionalizada.
Política Nacional de Humanização
POLÍTICA NACIONAL DE
HUMANIZAÇÃO
 A doença afeta a vida sócio-econômica-afetiva do paciente, por
isso o profissional deve agir com ética respeitando o paciente.
 A comunicação entre o profissional de saúde e o paciente tem
que ser pautada na confiança.
 A equipe de saúde planeja e distribui tarefas em função da
administração de medicamentos, número de banhos de leito,
curativos, inalações e outros.
 O paciente individualizado, com seus problemas, temores e
necessidades, não é sempre levado em conta.
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO

• EQUIPE DE REFERÊNCIA E APOIO MATRICIAL

– Realizar intervenções tendo como sujeitos de ação o profissional de


saúde e o apoiador matricial em co-produção;
– Realizar, em conjunto com o apoiador ou equipe de apoio matricial,
consultas no consultório, na enfermaria, no pronto socorro, no
domicílio, ou em outro espaço terapêutico;
– Coordenar grupos de trabalho ;
– Realizar procedimentos específicos;
– A intenção é possibilitar a troca de saberes e de práticas em ato,
gerando experiência para ambos os profissionais envolvidos.
Regulamentação da profissão de cuidador
em análise na Comissão de Assuntos Sociais

De acordo com o projeto (PLC 11/2016), os


profissionais devem ter ensino fundamental
completo e curso de qualificação na área, além
de idade mínima de 18 anos, bons antecedentes
criminais, e atestados de aptidão física e mental.
CLÍNICA
AMPLIADA
CLÍNICA AMPLIADA

Considera o doente como sujeito, no sentido de que


ele tenha mais autonomia em relação à sua doença e
ao seu tratamento. Considera também a dimensão
subjetiva e social no processo de adoecer, procura
modificar a escuta e a entrevista, valorizando a
relação construída ao longo do tempo de vínculo
entre os profissionais, doentes e familiares, trabalho
com equipes de referência, apoio matricial e atuação
em rede.
Diretrizes da Atenção aos Cuidados
Paliativos

Integração de cuidados » a conjugação das


intervenções de saúde e de apoio
psicossocial e espiritual, mediante avaliação
e planejamento de intervenção conjuntos.
Portaria N° 19, 03 de janeiro de 2002

Art. 1º - Alínea c – Articular/promover iniciativas


destinadas a incrementar a cultura assistencial da
dor, a educação continuada de profissionais de
saúde e de educação comunitária para a assistência
à dor e cuidados paliativos.
Diretrizes da Atenção aos Cuidados
Paliativos
Cuidados continuados de saúde » o conjunto de intervenções

sequenciais de saúde e ou de apoio social, decorrente de avaliação

conjunta, centrado na recuperação global entendida como o processo

terapêutico e de apoio social, ativo e contínuo, que visa promover a


autonomia melhorando a funcionalidade da pessoa em situação de

dependência, através da sua reabilitação, readaptação e reinserção

familiar e social.
Portaria N° 19, 03 de janeiro de 2002

Art. 1º - Alínea a – Articular iniciativas


governamentais e não governamentais voltadas
para a atenção/assistência aos pacientes com dor e
cuidados paliativos.
PROJETO
TERAPÊUTICO
Conjunto de propostas de condutas
terapêuticas articuladas, para um
sujeito individual ou coletivo,
resultado da discussão coletiva de
uma equipe interdisciplinar, com
apoio matricial se necessário.
PRINCÍPIOS DOS CUIDADOS
PALIATIVOS
a) Afirmação da vida e do valor intrínseco de cada pessoa,
considerando a morte como processo natural que não deve ser
prolongado através de obstinação terapêutica.
b) Aumento da qualidade de vida do doente e sua família.
c) Prestação individualizada, humanizada, tecnicamente
rigorosa, de cuidados paliativos aos doentes que necessitem
deste tipo de cuidados.
d) Multidisciplinaridade e interdisciplinaridade na prestação de
cuidados paliativos.
PRINCÍPIOS DOS CUIDADOS
PALIATIVOS

e) Conhecimento diferenciado da dor e dos demais sintomas.


f) Consideração pelas necessidades individuais dos pacientes.

g) Respeito pelos valores, crenças e práticas pessoais,


culturais e religiosas.

h) Continuidade de cuidados ao longo da doença.


Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 - Dispõe
sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências. ed.Brasília, 1990.

Brasil. Ministério da Saúde. Lei nº 7508, de 21 de novembro de 2011 -


Regulamentação do Sistema Único de Saúde e dos serviços correspondentes
e dá outras providências. . ed.Brasília, 2011.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da


Política Nacional de Humanização.Clínica ampliada, equipe de referência e
projeto terapêutico singular. 2. ed.Brasília: 2007.60 p
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n.º 2488 de 30 de novembro de 2011 –
Política Nacional da Atenção Primária em Saúde. ed. Brasília, 2011.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n.º 2048 de 5 de novembro de 2002 –


Política Nacional de Organização das Urgências e Emergências. ed. Brasília,
2002.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n.º 1071 de 15 de julho de 2005 – Política


Nacional de Organização da Atenção ao Paciente Crítico e Potencialmente
Crítica. ed. Brasília, 2005.

PIMENTA, CAM et al. Dor e Cuidados Paliativos – enfermagem, medicina e


psicologia. São Paulo: Manole, 2006
Referências
BERTOLOZZI, Maria Rita; Greco, Rosangela Maria. As Políticas de saúde
no Brasil: reconstrução histórica e perspectivas atuais. Rev.Esc.Enf. USP,
v.30, n.3, p.380-98, dez. 2011.

COHN, Amélia. O estudo das políticas de saúde: implicações e fatos. In:


Campos, G de Souza, etal. Tratado de saúde coletiva. São Paulo: Hucitec;
Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2015.p.219-242.

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