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CADERNO DE QUESTÕES
Professor de Educação Básica I – (Grupo I)
Educação Infantil / Auxiliar Docente / Ensino Fundamental 1° ao 5° ano / Programa de
Alfabetização Intensiva (PAI)
www.pciconcursos.com.br
FOLHA DE RASCUNHO
INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
Data de Publicação do Gabarito Preliminar / provas: 21/08/2017.
Prazo de recursos – gabarito preliminar: 22 e 23/08/2017.
O Modelo do Caderno de Questões estará disponível para impressão somente no período aberto a
recursos contra o Gabarito Preliminar.
Demais datas consulte o Cronograma do certame.
RASCUNHO DO GABARITO (Marque suas respostas no quadro abaixo para posterior consulta/conferência)
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LÍNGUA PORTUGUESA
Leia o texto a seguir para responder as questões de 01 a 11.
Memórias de um quarto de despejo
Por Aline Miglioli
Em um período em que o termo “apropriação cultural” está tão em voga, como podemos promover o exercício de
entender a posição do outro, do diferente, sem nos esbarramos na polêmica da apropriação? As obras de Carolina Maria
de Jesus nos permitem viver o dia-a-dia na pele de uma mulher negra, catadora de papel e residente em uma das
primeiras favelas de São Paulo. O livro vale a pena se você precisa repensar a cidade, a política, as relações sociais ou
a própria vida.
Quem não possui em casa um quartinho, um armário ou uma gaveta que serve unicamente para despejo, onde a gente
coloca todas as coisas que não cabem em lugar nenhum, que compramos por acaso, que sobraram, que quebraram ou
para as quais simplesmente não se tem lugar? Para Carolina Maria de Jesus a favela é onde se colocam aqueles que
não tem espaço na cidade, aqueles cuja situação vai ser resolvida depois. Escrito há mais de cinquenta anos, um
passeio por qualquer cidade brasileira nos prova que o problema ainda não foi resolvido e o quarto de despejo se
esparrama pelas cidades deixando rastros por onde passa.
Carolina Maria de Jesus nasceu em 1914 em Minas Gerais, porém com 33 anos se mudou para a capital paulista. Sem
dinheiro, sem emprego e sem formação ela se mudou para uma das primeiras favelas do Brasil, a favela do Canindé. Lá
ela criou seus três filhos, construiu seu barraco e entre a luta pela subsistência e contra a fome ela leu muitos romances
e escreveu os seus próprios. Em 1958 o jornalista Aurélio Dantas descobriu os diários da escritora e os levou para serem
publicados. O livro foi um sucesso no seu tempo, inclusive Carolina foi uma das primeiras escritoras negras
reconhecidas no Brasil; seu primeiro livro “Quarto de Despejo: diário de uma favelada” teve mais de 100 mil exemplares
vendidos e foi traduzido para mais de 13 idiomas e vendido em mais de 40 países.
O que torna o livro tão sublime é a descrição dos eventos cotidianos da favela com uma naturalidade e banalidade que
nos choca. A rotina, a fome e a morte são abordados pela autora no mesmo tom, sem que haja diferença entre o ato de
ir pegar água pela manhã, de dormir com fome e a morte de um vizinho por ter comido carne envenenada. Ao mesmo
tempo a descrição a atuação dos políticos e das instituições de caridade na favela e a maneira como ela é tratada na rua
são os elementos que tornam a sua obra extremamente crítica e política.
Fonte: http://obviousmag.org/descompasso/2016/memorias-de-um-quarto-de-despejo.html Trecho inicial.
Acesso em: 03/07/2017.
Questão01 De acordo com o texto, qual uma forma Questão03 O texto informa que após a publicação dos
possível de compreender a realidade do outro sem diários de Carolina Maria de Jesus
incorrer na chamada “apropriação cultural”? A o livro foi rejeitado pela crítica especializada da época,
A Conhecendo os livros de Carolina Maria de Jesus só é que afirmava que o livro não passava de relatos rasos.
possível se repensar o meio urbano particular, as B a obra não foi bem recebida no país, mas aclamada
relações político-sociais e a própria existência. internacionalmente, sendo traduzida para dezenas de
B Na realidade, o texto apresenta a impossibilidade de idiomas.
viver o dia-a-dia do diferente sem esbarrar-se nas C os relatos reunidos no livro “Quarto de Despejo: diário
questões de apropriação cultural e local de fala. de uma favelada” tornaram-se um clássico da
C A partir do exemplo Carolina Maria de Jesus, ao se ler sociologia urbana.
livros e relatos que narram a realidade do outro, é D ela conseguiu sair da miséria e ascender socialmente,
possibilitada a vivência das outras alteridades. graças as vendas dos milhares de exemplares em
D Fica evidenciado no texto que, para entender a diversos países.
posição do outro, é necessário estar em pé de E a mulher se tornou uma das primeiras escritoras
igualdade com ele para que não haja apropriação. negras reconhecidas no país, dado o sucesso de seu
E Considerando a obra de Carolina de Jesus, o texto livro.
evidencia que qualquer um pode ser uma mulher Questão04 Segundo o texto, Quarto de Despejo: diário de
negra que “cata papel” para sobreviver nas favelas uma favelada choca. O que ocasiona essa reação?
paulistas. A O tom natural e banal com o qual a realidade de toda
Questão02 Sobre Carolina Maria de Jesus, segundo o a cidade de São Paulo é narrada.
texto, é correto afirmar que: B A descrição equiparada de eventos como as rotinas do
A Sabia ler e escrever, apesar da pouca formação, o que dia-a-dia, a fome e a morte na favela.
a possibilitou ler e escrever romances. C O retrato de pessoas que eram obrigadas a comer
B Nasceu em Minas Gerais, mas ainda criança mudou- carne velha para não morrer de fome.
se para a cidade de São Paulo. D O relato crítico em relação às atrocidades ocorridas na
C Foi uma das fundadoras da primeira favela paulistana, periferia, como a falta de saneamento.
a favela do Canindé, construindo seu barraco nela. E O discurso político que subjaz à obra denunciando os
D Criou seus três filhos em Minas Gerais antes de maus-tratos de políticos e instituições.
mudar-se para a capital paulista. Questão05 “Em um período em que o termo “apropriação
E Era bastante pobre, mas conheceu Aurélio Dantas, um cultural” está tão em voga1”
patrono que a ajudou desde a chegada a São Paulo. No trecho acima a palavra em destaque é um(a):
A Pronome.
B Conjunção.
C Substantivo.
D Adjetivo.
E Advérbio.
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Questão06 Conforme o texto, a situação antes narrada Questão09 Assinale a alternativa que apresenta o
por Carolina Maria de Jesus, nos dias atuais: hiperônimo de “quarto”.
A Foi atenuada, graças ao investimento público em A Quartinho.
habitação, saneamento e urbanismo. B Casa.
B Se perpetua, ocorrendo, no entanto, apenas nos C Quartão.
grandes centros urbanos do país. D Cômodo.
C Não ocorre mais, já que cinquenta anos se passaram E Corredor.
e a realidade do país hoje é outra.
Questão10 Preencha as lacunas da frase abaixo e, em
D Ainda não foi resolvida, sendo possível observar
seguida, assinale a alternativa com a correspondência
“quartos de despejo” no Brasil. correta.
E Continua a se espalhar pelas cidades brasileiras, mas
No texto Memórias de um quarto de despejo tem-se o
sem deixar vestígios da pobreza.
nível de linguagem __________________, pois observa-
Questão07 “Para Carolina Maria de Jesus a favela é onde se o(a) ________________________________________.
se colocam aqueles que não têm espaço na cidade,
aqueles cuja situação vai ser resolvida depois”. A informal / uso de expressões próprias da língua oral
O excerto acima explica o porquê da expressão “quarto de bem como estrangeirismos
despejo”. Nessa construção de Carolina Maria de Jesus é B literária / utilização da língua com tom expressivo e
possível considerar que ocorre um(a): finalidade artística
A Hipérbato. C formal / cuidado com o vocabulário e com as regras
B Sinestesia. gramaticais estabelecidas
C Hipérbole. D formal / uso de palavras comuns ao registro falado
D Silepse. além do uso de regionalismos
E Metáfora. E informal / emprego de palavras cultas em uma
Questão08 “Carolina Maria de Jesus nasceu em 1914 em situação informal do uso da língua.
Minas Gerais, porém com 33 anos se mudou para a Questão11 Em qual dos trechos a seguir há uso da
capital paulista.” linguagem conotativa?
No excerto acima, a palavra em destaque NÃO poderia A Carolina Maria de Jesus nasceu em 1914 em Minas
ser substituída sem consequente perda de sentido por: Gerais1
A “mas”. B 1um passeio por qualquer cidade brasileira nos prova
B “no entanto”. que o problema ainda não foi resolvido1
C “e”. C Sem dinheiro, sem emprego e sem formação ela se
D “ainda”. mudou para uma das primeiras favelas do Brasil...
E “contudo”. D A rotina, a fome e a morte são abordados pela autora
no mesmo tom...
E Quem não possui em casa um quartinho, um armário
ou uma gaveta que serve unicamente para despejo.