Você está na página 1de 12

TUDO QUE VOCÊ

PRECISA SABER SOBRE:


D E DE
T O S
QUAR

PE
JO
O QUARTO DE DESPEJO

QUANDO? 1960
ONDE? ÀS MARGENS DO RIO TIETÊ, NA FAVELA
DO CANINDÉ.
PERSONAGENS: CAROLINA (NARRADORA) VERA,
JOAO E JOSÉ, FILHOS DE CAROLINA E ALGUNS
VIZINHOS QUE SÃO CITADOS: MANOEL E
RAIMUNDO (CIGANO) COM QUEM CAROLINA SE
ENVOLVE SEXUALMENTE EM UM BREVE
MOMENTO. ORLANDO LOPES, QUE COBRA A
ENERGIA ELÉTRICA

INTRODUÇÃO:

O LIVRO INICIA COM AUDÁLIO DANTAS


( QUE É JORNALISTA) EXPLICANDO QUE
COMPILOU E ORGANIZOU OS TEXTOS
ESCRITOS EM 20 CADERNOS POR CAROLINA,
NEGRA, MORADORA DA FAVELA DO
CANINDÉ.
O LIVRO FOI LANÇADO, VENDEU MUITOS
EXEMPLARES, MUDOU A VIDA DE CAROLINA.
O AMBIENTE FOI TOTALMENTE MODIFICADO
APÓS 30 ANOS DO LANÇAMENTO DO LIVRO,
SENDO OCUPADO POR CONSTRUÇÕES E OS
MORADORES “DESPEJADOS” EM OUTROS
“QUARTOS DE DESPEJOS” , O QUE TORNA O
LIVRO AINDA ATUAL.

Importante lembrar que Audálio não é o autor,


isso pode ser usado para induzir ao erro em uma prova.
→ O autor fez modificações no texto para que
ele fosse compreendido, porém, a escrita
ainda assim é mantida da maneira como
Carolina escreveu, com alguns erros de
concordância, palavras escritas da forma
como são faladas ex “impricar” “iducados” etc.
DESENVOLVIMENTO:

O LIVRO INICIA COM DATAS E DESCRIÇÕES


DO DIA-A-DIA DA PERSONAGEM EM CADA
DATA, EM FORMA DE DIÁRIO, ONDE A
PERSONAGEM RELATA OS TRABALHOS QUE
FAZ PARA SE MANTER: QUE PEGA PAPEL NA
RUA PARA REVENDER, LIMPA A CASA DE
OUTRAS PESSOAS E QUE O VALOR
RECEBIDO É POUCO PARA SEU SUSTENTO E
DOS SEUS FILHOS.

A PERSONAGEM RETRATA A VIDA NA


FAVELA UM POUCO DIFERENTE DA QUE ELA
TENTA LEVAR, COM CASAIS QUE BRIGAM E
SE BATEM, PESSOAS EMBRIAGADAS E
MULHERES QUE FALAM MAL DA VIDA DOS
OUTROS E NÃO CUIDAM BEM DOS FILHOS.
OPOSTO À PERSONAGEM QUE TENTA DAR
UMA BOA EDUCAÇÃO AOS FILHOS, NÃO SE
EXALTA COM VIZINHOS E TENTA MANTER
SUA VIDA EM PAZ, ESCREVENDO.

A FILHA DE CAROLINA, VERA, ESTÁ SEMPRE


QUERENDO SAPATOS, POIS NÃO TEM
CALÇADOS E NAS ÉPOCAS EM QUE FAZ
MUITO FRIO, ANDAM DESCALÇOS NA LAMA.

NO LIVRO É CITADO ALGUMAS VEZES SOBRE


A “DOENÇA DO CARAMUJO” , DEVIDO ÀS
CONDIÇÕES PRECÁRIAS DE SAÚDE.

A PERSONAGEM CITA EM ALGUNS


MOMENTOS O SUICÍDIO COMO SAÍDA POR
TER UMA VIDA MISERÁVEL E NÃO POSSUIR
COMIDA PARA DAR AOS FILHOS.
COMENTÁRIOS PESSOAIS

A história, como já dito antes, é escrita em forma


de diário, com ênfase sempre na fome,
acontecimentos entre vizinhos que envolvem brigas
de casal e adultos que implicam com as crianças.
Carolina, apesar de ser solteira, e alegar que vivem
bem sem homens, relata um breve envolvimento
com um cigano e com um outro homem.
O tema central é a fome, miséria, visão da
narradora sobre sua vida familiar, trabalho, vizinhos...
não há uma história, exatamente, inclusive, no final,
fica uma impressão de que falta um "fim" , mas ele
não existe, justamente pelo fato de que são textos
que Carolina escrevia durante seus dias, e não uma
história escrita com o propósito de ser
comercializada.
O que eu acredito que possui muita probabilidade
de ser cobrado em provas:
- Peculiaridades sobre o livro conter palavras escritas
da maneira como a narradora fala, com "erros" .
- A forma da escrita: Diário.
- Característica da personagem: Força,determinação,
não é alcoólatra.
- Os filhos não são bem tratados pela comunidade,
vizinhos xingam e jogam coisas neles.
- Há teor político, Carolina relata candidatos que só
aparecem no local em época eleitoral.
DESFECHO:

O LIVRO TERMINA COM UMA ENTREVISTA COM


A AUTORA, E UM BREVE RELATO DE SUA VIDA
APÓS A PUBLICAÇÃO DO LIVRO, CONTANDO
QUE A MESMA MORREU EM 1977 , EM UM SÍTIO,
E QUE CONSEGUIU SAIR DA FAVELA, APESAR
DE CONTINUAR POBRE.

POLÍTICOS DA ÉPOCA CITADOS: JÂNIO


QUADROS, JUSCELINO KUBITSCHEK, ADHEMAR
DE BARROS

FRASES DESTAQUE: “O BRASIL PRECISA SER


DIRIGIDO POR UMA PESSOA QUE JÁ PASSOU
FOME.A FOME TAMBÉM É PROFESSORA.”

“QUEM PASSOU FOME APRENDE A PENSAR NO


PRÓXIMO E NAS CRIANÇAS”

“ E ASSIM, NO DIA 13 DE MAIO DE 1958 EU


LUTAVA CONTRA A ESCRAVATURA ATUAL - A
FOME”

“ EU CLASSIFICO SÃO PAULO ASSIM: O PALÁCIO


É A SALA DE VISITA. A PREFEITURA É A SALA DE
JANTAR. A CIDADE É O JARDIM. E A FAVELA É O
QUINTAL ONDE JOGAM OS LIXOS. “

“CREIO QUE DEVO ANDAR COM UMA CARTA


NAS COSTAS: SE EU ESTOU SUJA É PORQUE
NÃO TENHO SABÃO”

“FIZ CAFÉ PARA O JOÃO E JOSÉ CARLOS, QUE


HOJE FAZ 10 ANOS, MAS SÓ POSSO DAR-LHE
PARABENS, PORQUE NEM SEI SE VAMOS
COMER. “
Questões:
(UFRGS) Sobre o livro Quarto de despejo, de
Carolina Maria de Jesus, assinale com V
(verdadeiro) ou F (falso) as seguintes
afirmações.
( ) A história, estruturada em forma de diário,
abarca cinco anos da vida de Carolina, que,
segundo a narradora, suporta sua rotina de
fome e violência através da escrita.
( ) A autora produz uma narrativa de grande
potência, apesar dos desvios gramaticais
presentes no texto.
( ) A narradora reflete sobre desigualdade
social e racismo. A força do texto está no
depoimento de quem sente essas mazelas no
corpo e ainda assim se apresenta como voz
vigorosa e propositiva.
( ) O livro, relato atípico na tradição literária
brasileira, nunca obteve sucesso editorial,
permanecendo esquecido até os dias de hoje.
A sequência correta de preenchimento dos
parênteses, de cima para baixo, é
1. F – V – F – F.
2. V – F – V – V.
3. V – F – F – V.
4. V – V – V – F.
Gabarito:
V - A história é estruturada em forma
de diário, entre 1955 e 1960 e a
narradora descreve sua rotina de fome e
miséria.
V - A narrativa é forte e possui sim
desvios gramaticais, com palavras
escritas da forma como a narradora
fala.
V - O texto retrata rascismo e
desigualdade social e a narradora apesar
de sofrer tudo, sempre se coloca em
uma posição positiva, forte.
F - O livro obteve sucesso editorial, foi
publicado e deu uma certa fama à
autora.
(ACAFE) Sobre a obra Quarto de Despejo –
Diário de uma Favelada, todas as alternativas
estão corretas, exceto a:
1 - Mesclando a oralidade da gíria com o
português formal, os 13 capítulos da obra
empolgam pela linguagem ágil e narrativa
naturalmente realista. Não por acaso, o livro
despertou o interesse de produtores de cinema e de
editores estrangeiros, interessados em explorar
aspectos sociais inerentes à vida nas favelas.
2 - A protagonista relata seu “desgosto por ser
mulher”, e diante das rivalidades e disputas entre as
mulheres da favela (incluindo a narradora), ela
afirma que gostaria de ter nascido homem e que
isso tornaria sua vida mais fácil.
3 - Os textos que deram origem ao livro foram
escritos entre 1955 e 1960 por uma moradora da
favela que se expandia às margens do rio Tietê, no
bairro do Canindé, e selecionados pelo repórter
Audálio Dantas.
4 - Carolina em seu diário contrasta a ideologia
desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek, então
presidente da república, com sua condição de vida
na favela, o que a impede de nutrir simpatias por: "
[...] o que o senhor Juscelino tem de aproveitável é
a voz. Parece um sabiá [...] residindo na gaiola de
ouro que é o Catete. Cuidado sabiá, para não
perder esta gaiola, porque os gatos, quando estão
com fome, contemplam as aves nas gaiolas. E os
favelados são os gatos. Têm fome."
Gabarito: Alternativa 1 está errada, pois o livro não
é organizado em capítulos e não há relato sobre
produtores de cinema e editores estrangeiros
interessados na obra.
(Unimontes) Sobre o livro Quarto de despejo, de
Carolina Maria de Jesus, todas as afirmativas
abaixo estão corretas, EXCETO
1. A autora – mulher, negra, mãe solteira –
assinala a sua escrita com a consciência do que
é estar no “quarto de despejo” da grande
cidade de São Paulo.
2. O ato cotidiano de recolher resíduos da
sociedade paulistana é uma evasão de uma
mulher que se sente marginalizada
3. O diário Quarto de despejo é constituído de
fragmentos de vida reunidos em cadernos
encontrados nas ruas.
4 Os relatos diários são marcados por um olhar
de denúncias e pela descrição da rotina marginal
de sua autora.
Gabarito: N. 2 . O ato cotidiano de recolher
resíduos não é uma evasão, e sim uma necessidade
para sobrevivência.
(Unimontes) 1 DE JULHO... Eu percebo que se este
Diário for publicado vai maguar muita gente. Tem
pessoa que quando me ver passar saem da janela
ou fecham as portas. Estes gestos não me
ofendem. Eu até gosto porque não preciso parar
para conversar. (...) Quando passei perto da fabrica
vi varios tomates. Ia pegar quando vi o gerente.
Não aproximei porque ele não gosta que pega.
Quando carregam os caminhões os tomates caem
no solo e quando os caminhões saem esmaga-os.
Mas a humanidade é assim. Prefere vê estragar do
que deixar seus semelhantes aproveitar. (JESUS,
1997, p. 69.)
Sobre o excerto acima e sobre o livro Quarto de
despejo, de Carolina Maria de Jesus, a única
afirmativa
INCORRETA é:
1. Para a autora, os papéis colhidos nas ruas são
sua fonte de sobrevivência e, mais tarde, a
matéria-prima para a escrita dos seus diários.
2. Os diários, além de uma forma de
extravasamento da raiva e de fazer-se
conhecer, eram, para a autora, um registro da
memória.
3. A dimensão social e humanística do romance é
perceptível por meio da confissão diarística da
narradora.
4. A linguagem de norma culta e singular da
escritora do povo legitima o lugar social de sua
autora.
Gabarito: Alternativa 4 está errada, pois a autora
não utiliza a norma culta, pelo contrário, apresenta
muitos “erros” gramaticais durante a obra.
Exemplo de como o livro é apresentado:

Você também pode gostar