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ARARAQUARA - SP
2022
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
Sobre a autora 4
Elenco e performance 5
Enredo 6
O tempo cênico 7
O papel do cenário na narrativa 7
Movimentos corporais, gestuais, atitudes 8
CONCLUSÃO 9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 10
3
INTRODUÇÃO
O espetáculo aqui analisado foi escrito com base no texto original do best
seller “Quarto de despejo, o diário de uma favelada” de Carolina Maria de Jesus. A
peça encena de maneira fiel os relatos do diário, porém complementa-se com alguns
elementos que auxiliam na narrativa.
A peça foi produzida e encenada pela companhia de teatro Evoé, e a
apresentação se encontra no Youtube no canal do Sesc São Paulo, portanto a
estrutura em sessões que podem ter ocorrido presencialmente talvez seja diferente
das analisadas na transmissão online. O grupo buscou contar a história de Carolina
em uma apresentação recheada de música, poesia e arte.
Apesar dos relatos encontrados no texto original terem cinquenta anos de
publicação, os assuntos são extremamente atuais, a exemplo tem-se os políticos
que lembram do povo pobre apenas quando convém, a violência policial, a miséria e
a fome, perda da infância, assuntos esses que serão discorridos ao longo deste
trabalho. O grupo de teatro usou desses assuntos para contar que a narrativa atual
não é diferente da que foi contada décadas atrás. Em vista disso, em certas cenas é
possível notar que eles trazem questões que assolam nossa sociedade no presente.
Isto é a arte, surgindo da necessidade de dizer algo, nem sempre é algo favorável e
doce de se ouvir, porém faz-se necessário.
4
Sobre a autora
(Mesa, 2017)
5
Elenco e performance
Enredo
O tempo cênico
Algo que se deve notar é que a peça curta como é com a duração de uma
hora e dezesseis minutos, não poderia abranger todos os acontecimentos de um
diário que começa a ser escrito em 1955 e termina em 1960, com um hiato entre
1956 e 1957. Também em certos períodos como do ano 1959, Carolina interrompeu
seu diário, por doença e também desgosto, ocorreu do dia 23 de fevereiro ao dia 29
de abril, eis o que ela escreveu: “Eu parei de escrever o Diario [sic] porque fiquei
desiludida. E por falta de tempo.” (JESUS, 2014, p.162). Em 1960 Carolina deixou
apenas uma citação “1 de janeiro de 1960: Levantei as 5 horas e fui carregar agua.”
(p. 167)
Na peça as narrações dos primeiros anos não são tão longas, apenas
algumas cenas. As cenas vão sendo apresentadas conforme a data que ocorre os
fatos descritos no diário, então o que define o final de um ato por assim dizer é o
início de um novo dia pelo diário.
que Carolina estava passando no final do diário, quando cogitou até convidar seus
filhos para cometerem suicídio, nessa cena os atores se juntam e proclamam as
palavras que Carolina escrevera com raiva e a força que só alguém que passou a
vida lutando para viver. “Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita.
A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o jardim. E a favela é o quintal onde
jogam os lixos. Devo incluir-me porque também sou favela, sou rebotalho, estou no
quarto de despejo, e o que está no quarto de despejo ou queima-se ou joga-se no
lixo”, nessa hora os atores não estão mais em personagens específicos da peça,
agora eles cantam a história de Carolina na música escrita por Arce Correia para a
peça. Um pedaço dela abaixo:
Carolina, já que a autora afirma ao longo de seu diário repudiar tal vocabulário. Aliás,
devido ao seu hábito de leitura algumas coisas ditas por Carolina soam de maneira
poética e lírica, como a seguinte frase escrita no dia 15 de maio: "A noite está tépida.
O céu já está salpicado de estrelas. Eu que sou exótica gostaria de recortar um
pedaço do céu para fazer um vestido.” (p. 28). As falas dos personagens em alguns
momentos são em grupo (uníssono) e em outras é feito uma encenação entre dois
personagens que estão alheios ao resto apenas com a personagem Carolina como
espectadora, geralmente nas brigas que a autora narra em seu diário. A peça pode
ser considerada como um musical, pois a trilha sonora ajuda também a narrar a
história. Durante as partes musicais é possível perceber aspectos da cultura
afro-brasileira, como as rodas de samba.
Sobre os gestos, as atitudes que os personagens assumem, ao primeiro ver
pode parecer exagerado de maneira proposital, mas ao realizar a leitura do texto
original, as maneiras que eles agem estão fiéis ao relato de Carolina.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Evoé Cia de Teatro em “Quarto de Despejo”, do Sesc Santo André para o Teatro
#EmCasaComSesc Disponível em
:https://www.youtube.com/watch?v=Zz4CBYfO2z4&t=450s. Acesso em: 14 dez. 2021.
JESUS, C. M. de. Quarto de despejo: Diário de uma favelada. 10.ed. São Paulo: Atlas,
2014 [1960].
JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo. Rio de Janeiro: Francisco Alves,
1976.
MESA, Sara. Carolina Maria de Jesus, a escritora que catava papel numa favela. Blog
Letras in.verso e re.verso. 26 de nov. 2017. Disponível em:
https://www.blogletras.com/2017/11/carolina-maria-de-jesus-escritora-que.html. Acesso
em: 05 mar. 2022.