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J.E.

TIC TAC // COLÉGIO MUNIZ SLVA

Prova Mensal – 4º Bimestre

Rua Horácio Wells, 02 PORTUGUÊS - 9º ANO


2473-1000
www.cms.g12.br

Aluno ( a ):_____________________________________________________ Nº:_______

Professora: Josete Galdino Data:_____/_____/____ Nota: ___________

Parte I – 8,0

SUA PRESENÇA EM MINHA VIDA FOI FUNDAMENTAL

Engraçado, eu não tenho um professor inesquecível. Tenho muitos professores inesquecíveis. A


primeira professora que minha memória grava não tinha carinho comigo. Botava todos os meninos
branquinhos no colo, mas a mim, não. Um dia, sentei no colo dela por minha conta e ela me botou no
chão. (Deve ser por isso que até hoje sou maluco por colo feminino...) Era uma escola particular, papai
não tinha como pagar as mensalidades, era o patrão dele quem pagava. Vai ver, daí vinha minha falta
de prestígio com a professora. Devia ter esquecido o nome dela, mas não esqueci. Ela se chamava
Dulce, mas não era nada doce.
Felizmente, não fiquei muito tempo nessa escola, mas, por causa dela, vim vindo pela vida
curtindo uma enorme carência afetiva. Que consegui transformar em desenhos, livros, peças de teatro,
logotipos, cartazes e ilustrações – tudo a preços módicos. (Pelo menos no início. Agora, depois da
fama, a preços mais condizentes. Com a fama...)
Minha segunda professora marcante foi dona Glorinha d’Ávila, mãe do poeta e escritor mineiro
João Ettiene Filho. Ela era discípula de Helena Antipoff, que revolucionou o ensino básico de Minas na
década de 40. Dona Helena percebeu logo que não dava pra mudar a cabeça das professoras mineiras,
que tinham ainda penduradas na parede da sala de aula as assustadoras palmatórias. Então, formou
150 jovens idealistas e as espalhou por Minas Gerais, com a missão de mudar a escola por dentro.
Uma dessas jovens era a dona Glorinha, que, entre outras coisas e contra a vontade das velhas
professoras do Grupo Escolar e de sua rabugenta diretora, retirou a palmatória furadinha da parede de
minha classe. Só mais tarde foi que percebi a luta de dona Glorinha. Que ela venceu. Descobrindo –
bem mais tarde – que sua presença em minha vida tinha sido fundamental para que não a perdesse por
aí. A vida, digo. Um domingo, fiz a primeira comunhão e não ganhei santinho. Na segunda-feira, ela
mandou me chamar na secretaria. “Você fez primeira comunhão ontem, não fez?” Como é, meu Deus,
que uma pessoa adulta, tão importante, pôde prestar atenção num menininho pardo fazendo primeira
comunhão naquela catedral tão grande? (Pois minha cidadezinha tinha catedral...) Ela aí perguntou:
“Você ganhou um santinho de recordação?” Não havia ganho, não. Aí, ela abriu a gaveta, tirou um
santinho lindo e escreveu uma dedicatória onde li as palavras “brilhante” e “futuro” que, na hora, não
fizeram o menor sentido para mim. Somente um pouco mais tarde descobri que ela sabia tudo da minha
vida, vinha me observando no meio de centenas de alunos do velho Grupo e até já havia mandado
chamar meu pai pra conversar...
Engraçado, agora, remoendo essas lembranças, descubro que tive uma professora maluquinha,
sim. Foi a Dona Glorinha d’Ávila, tão pequeninha, tão frágil, tão bonitinha...

1
Ziraldo Alves Pinto Revista Nova Escola, set./98, p.58
1) Marque a única opção correta em relação ao texto I. (0,8)

a) Dona Helena tentou mudar “a escola por dentro”, mudando a postura de um grupo de
professoras mineiras.
b) O narrador lembra-se de três professoras da sua infância, que são Dulce, D. Glorinha d’Ávila
e Helena Antipoff.
c) Parte da fama que o narrador tem atualmente deve-se à influência da antiga professora
Dulce.
d) O narrador guardava, com carinho, lembranças de suas professoras, porque todas o haviam
tratado de um modo especial.
e) Dona Glorinha d’Ávila tinha idéias tradicionais acerca do ensino básico.

2) A primeira professora de Ziraldo foi inesquecível para ele, porque: (0,8)

a) ela transmitiu a ele uma visão da realidade, das atividades humanas em geral e da vida.
b) fez com que ele se transformasse em um brilhante escritor.
c) veio a inspirar futuramente um de seus livros.
d) ela deixou marcas negativas, ou seja, más impressões na vida dele.
e) fez com que ele valorizasse o fato de o patrão pagar as mensalidades.

3) No período “...sua presença em minha vida tinha sido fundamental para que não a perdesse
por aí.” observa-se entre as orações uma relação de: (0,8)

a) finalidade. b) conclusão c) alternância d) explicação e) adversidade.

4) Assinale a alternativa que apresenta erro quanto ao emprego do porquê: (0,8)

a) Não sei por que as cousas ocultam tanto mistério.


b) Os poetas traduzem o sentido das cousas sem dizer por quê.
c) Eis o motivo porque os meus sentidos aprenderam sozinhos: as cousas têm existência.
d) Por que os filósofos pensam que as cousas sejam o que parecem ser?
e) Os homens indagam o porquê das estranhezas das cousas.

5) Escolha a alternativa que complete corretamente as lacunas: (0,8)

Descobri o motivo ______ ele não veio. Não veio ______ teve problemas lá.

a) porquê – por quê


b) porque - porque
c) por que – por quê
d) por que – porque

6) No período - “E quanto mais andava mais tinha vontade”, ocorre ideia de proporção. Assinale a
opção em que tal ideia NÃO ocorre: (0,8)

a) quanto mais leio este autor menos o entendo;


b) choveu tanto, que não pudemos sair;
c) à medida que corria o ano, o nosso trabalho era maior;
d) quanto menos vontade, mais negligência;
2
e) quanto mais se lê, mais se aprende.

7) Em “Embora ela tivesse sido alta e clara”, a oração exprime: (0,8)

a) causa; b) condição; c) concessão; d) finalidade; e) consequência.

8) Classifique as orações adverbiais: (0,8)

1. O tambor soa porque é oco.


2. A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.
3. Por mais que gritasse, não me ouviam.
4. Se o conhecesses, não os condenarias.
5. Vim hoje, conforme lhe prometi.
6. Fazia tanto frio, que meus dedos estavam endurecidos.
7. Aproximei-me a fim de que me ouvissem melhor.
8. À medida que se vive, mais se aprende.

9) Marque a alternativa em que a classificação da oração adverbial está incorreta: (0,8)

a) Se você se comportar, poderá sair amanhã. CONDICIONAL


b) A fim de que pudéssemos estudar mais, fomos à biblioteca. FINAL
c) Quanto mais eu chorava, mais triste eu ficava. PROPORCIONAL
d) Já que estamos ricos, vamos viajar! CONSECUTIVA
e) Caso você tenha férias, poderá viajar também. CONDICIONAL

10) Assinale o período em que há oração subordinada adverbial consecutiva: (0,8)

a) Diz-se que você não estuda.


b) Falam que você não estuda.
c) Fala-se tanto que você não estuda.
d) Comeu tanto que ficou doente
e) Quando saíres, irei contigo

Parte II (2,0)

 Um editorial é um artigo que apresenta a opinião de um grupo sobre determinada


questão; por causa disso, ele normalmente não é assinado.
Texto 1
Um professor de 54 anos foi agredido por um aluno em uma escola estadual no bairro São João,
em Pouso Alegre (MG) na tarde desta quarta-feira (15). De acordo com o boletim de ocorrência da
Polícia Militar, a agressão teria acontecido após uma discussão entre os dois. Ainda conforme o boletim,
o professor contou que tinha saído da sala para atender outro estudante e quando voltou pediu para o
aluno, que tem 16 anos, colocar uma bola em cima da mesa. Os dois discutiram e o menor atacou o
educador com uma das mesas da sala. A diretora da Escola Estadual Geraldina Tosta confirmou a

3
agressão e disse que vai avaliar o regimento interno para definir que tipo de punição o aluno deve
sofrer.
Fonte: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2016/06/professor-e-agredido-por-aluno-em-
escolaestadual-em-pouso-alegre-mg.html

Produza um editorial abordando o seguinte tema: Os desafios dos professores brasileiros na


contemporaneidade
- Mínimo 20 linhas
- Apresentar um título.

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4
Critérios de correção 0,5 (cada)

Adequação à proposta

Pontuação / Ortografia / Acentuação

Coesão / Coerência

Paragrafação

BOA POVA!

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