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do Insper cas (75 vagas) o vestibular do Insper é realizado num único dia,
com provas assim constituídas:
junho • Análise Verbal em Língua Portuguesa (AVLP): 30 questões obje-
tivas e Comunicação Escrita (CE) — 2 Redações no período da
2012 manhã das 8 às 12h, no período da tarde das 14 às 17h.
• Análise Quantitativa e Lógica (AQL): 35 questões objetivas.
São eliminados os candidatos que tenham:
• Redação anulada ou pontuação zero nas duas Redações ou
• zero de acertos na prova de Análise Verbal ou
• zero de acertos na prova de Análise Quantitativa e Lógica ou
• média final menor que 400 na escala de 200 a 1000.
A média final (MF) é calculada pela seguinte fórmula:
MF = 0,20CE + 0,30AVPL + 0,50AQL
A classificação final é feita por curso, separadamente.
Obs.: Na correção das questões objetivas, o INSPER utiliza a TRI
(Teoria da Resposta ao Item), que, além de apurar o número de
respostas corretas, considera também para cada questão (acer-
tada ou não):
• o grau de dificuldade;
• a probabilidade de acerto casual;
• o nível de discriminação.
A NÁLISE VER BAL
Utilize o texto abaixo para responder aos testes 1 a 5.
Quem ri por último ri Millôr
Eu tinha 15 anos, havia tomado bomba, era virgem e não via, diante da minha incompetência para com
o sexo oposto, a mais remota possibilidade de reverter a situação.
Em algum momento entre a oitava série e o primeiro colegial, todos os meus colegas haviam adotado
roupas diferentes, gírias, trejeitos ao falar e ao gesticular, mas eu continuava igual — era como se houvesse
faltado na aula em que os estilos foram distribuídos e estivesse condenado a viver para sempre numa espécie
de limbo social, feito de incertezas, celibato e moletom.
O mundo, antes um lugar com regras claras e uma razoável meritocracia, havia perdido o sentido: os bons
meninos não ganhavam uma coroa de louros — nem ao menos, vá lá, uma loura coroa —, era preciso acordar
às 6h15 para estudar química orgânica e os adultos ainda queriam me convencer de que aquela era a melhor
fase da vida.
Claro, observando-os, era óbvia a razão da nostalgia: seres de calças bege e pager no cinto, que gastavam
seus dias em papinhos de elevador, sem ambições maiores do que um carro novo, um requeijão com menos
colesterol, o nome na moldura de funcionário do mês e ingressos para o Holiday on Ice no fim de semana.
Em busca de algum consolo, me esforçava para bater o recorde jamaicano de consumo de maconha, mas,
em vez de ter abertas as portas da percepção — ou o que quer que fizesse com que meus amigos se divertissem
e passassem meia hora rachando o bico, sei lá, de um amendoim —, só via ainda mais escancaradas as portas
da minha inadequação. Foi então, meus caros, que eu vi a luz — e a luz veio na forma de um livro; “Trinta anos
de mim mesmo”, do Millôr Fernandes.
A primeira página que eu abri trazia um quadrado em branco, com a seguinte legenda: “Uma gaivota
branca, trepada sobre um iglu branco, em cima de um monte branco. No céu, nuvens brancas esvoaçam e à
direita aparecem duas árvores brancas com as flores brancas da primavera”. Logo adiante estava “O abridor
de latas”, “Pela primeira vez no Brasil um conto inteiramente em câmera lenta” — narrando um piquenique
de tartarugas que durava uns 1.500 anos. Mais pra frente, esta quadra: “Essa pressa leviana/ Demonstra o in-
competente/ Por que fazer o mundo em sete dias/ Se tinha a eternidade pela frente?”.
Lendo aquelas páginas, que reuniam o trabalho jornalístico do Millôr entre 1943 e 1973, compreendi que
não estava sozinho em meu estranhamento: a vida era mesmo absurda, mas a resposta mais lógica para a falta
de sentido não era o desespero, e sim o riso. Percebi, como se não bastasse, que se agregasse alguma graça
aos meus resmungos poderia fazer daquele incômodo uma profissão. Dos 19 anos até hoje, jamais paguei uma
conta de luz de outra forma.
Uma pena nunca ter conhecido o Millôr pessoalmente, não ter podido apertar sua mão e agradecer-lhe
por haver me sussurrado ao ouvido, quando eu mais precisava escutar, a única verdade que há debaixo do céu:
se Deus não existe, então tudo é divertido.
(Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 04/04/2012)
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Questão 1
Para homenagear Millôr Fernandes, falecido em março de 2012, Antonio Prata faz um relato pessoal que re-
vela a influência do escritor em sua vida. Levando em conta as informações apresentadas no texto, é correto
afirmar que o autor
a) considerava-se, quando adolescente, incompreendido por se julgar superior aos colegas de escola, cujos
interesses eram fúteis.
b) admite que sua experiência com drogas, aos 15 anos, foi uma forma de reagir contra a opressão que sofria
de sua família.
c) reconhecia a razão pela qual os adultos, a quem ele se refere como “seres de calça bege e pager no cinto”,
idealizavam a adolescência.
d) cria, no título, um trocadilho com o ditado popular para reforçar a ideia de que o humor representa a cura
para os males da sociedade.
e) conclui que sua busca pela felicidade somente se concretizou quando resolveu seus conflitos religiosos.
Questão 2
Em “condenado a viver para sempre numa espécie de limbo social, feito de incertezas, celibato e moletom”,
o autor recorre a uma construção para produzir efeito de humor, explicada adequadamente na alternativa:
a) Trata-se da ambiguidade intencional, através da dupla possibilidade de interpretação do substantivo “ce-
libato”.
b) Fazendo uma comparação subentendida entre dois elementos que não pertencem à mesma categoria —
relacionamento interpessoal e religiosidade —, o autor recorre a uma metáfora.
c) O período apresenta como estratégia textual o emprego do anacoluto para produzir uma ruptura de na-
tureza sintática.
d) O autor explora efeitos estéticos a partir da enumeração que une palavras de universos diferentes (subs-
tantivos abstratos seguidos de um concreto), produzindo a quebra do paralelismo semântico.
e) O jogo de palavras é feito por meio da atenuação de pensamento, para significar mais do que o que se diz
e sugeri-lo assim mais intensamente.
Resolução
Com efeito, há no trecho quebra do paralelismo semântico, uma vez que à enumeração dos substantivos
abstratos “incertezas” e “celibato”, segue-se o inesperado substantivo concreto “moletom”. Além de surpre-
ender o leitor, essa quebra sugere a associação entre âmbitos díspares da existência.
Resposta: d
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Questão 3
Embora se utilize de um registro linguístico coloquial na passagem “se divertissem e passassem meia hora ra-
chando o bico”, o cronista estabelece, no termo destacado, a concordância nominal de acordo com as regras
gramaticais. Assinale a alternativa em que o uso da palavra “meia” ou ”meio” NÃO está de acordo com a
norma culta da língua.
a) É meio-dia e meia.
b) Eu estou meia cansada.
c) As frutas estão meio caras.
d) Acolheu-me com palavras meio ríspidas.
e) Não me venha com meias palavras.
Resolução
Na frase “Eu estou meia cansada”, “meia” não deveria concordar com “cansada”, pois desempenha a função
de advérbio, em que significa “algo, um tanto, um pouco”, e é, portanto, invariável. Ao adequar a frase à
norma culta, teríamos: “Eu estou meio cansada”.
Resposta: b
Resolução
Os termos “louros” e “loura” apresentam semelhanças de escrita e sonoridade; mas, no contexto, não são a
mesma palavra flexionada em gênero e número diferentes. O substantivo “louros” significa “folhas do lourei-
ro”, já o adjetivo “loura” significa “que tem a cor entre o dourado e o castanho-claro”.
Resposta: e
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Questão 5
Releia este excerto:
“Foi então, meus caros, que eu vi a luz — e a luz veio na forma de um livro”
Nas duas ocorrências, o “a” não recebe acento grave, indicador de crase. Isso ocorre porque
a) há uma falha gramatical: sempre há crase em locuções adverbiais femininas como “à luz”.
b) se trata de um caso de crase facultativa: a junção de preposição com artigo é uma opção estilística.
c) nunca se emprega acento indicador de crase no “a” diante de palavras masculinas.
d) o novo acordo ortográfico em vigor aboliu acentos como trema e acento grave.
e) os termos regentes associados ao substantivo “luz” rejeitam a presença de preposição.
Resolução
Em “eu vi a luz”, o verbo “ver” é transitivo direto, não exige preposição. Em “a luz veio na forma de um livro”,
o termo “a luz” é sujeito e, nessa condição, segundo a norma culta, não pode ser regido por preposição.
Nota: A bem da verdade, o que vem exposto na alternativa e é válido para o a que vem após o verbo ver; na
expressão “a luz veio”, a rigor, não se pode dizer que exista um termo regente que rejeita a preposição. A luz
é o sujeito da frase e sujeito não vem precedido de termo regente.
Com certeza é essa a alternativa que, apesar disso, a banca examinadora julga correta: as outras são absurdas.
Resposta: e
QUEM
CHEGOU?
O SUJEITO
INDETERMINADO!
Resolução
Na frase riscada, o pronome “se” está empregado como partícula apassivadora. O verbo, portanto, deveria
estar no plural para concordar o termo “casas”, que é o seu sujeito paciente.
Resposta: c
Questão 7
A partir da associação de texto e contexto, a alternativa que melhor explica o título do poema é:
a) Todos os verbos presentes nos versos estão no gerúndio para criar a sensação de prolongamento e dilata-
ção, características do instrumento mencionado no título.
b) A presença de aumentativos é um recurso que procura simular o efeito das imagens veiculadas por meio
das lentes de um binóculo.
c) A legitimação poética traz um efeito paradoxal, já que o binóculo se opõe à constante presença de subs-
tantivos no diminutivo.
d) Os versos desse poema valorizam um padrão linguístico erudito que amplifica a arte poética, metaforica-
mente representada pelo instrumento óptico.
e) A flexão dos substantivos sugere um procedimento antitético promovido pelo jogo equilibrado de oposi-
ções entre o aumentativo e o diminutivo, como se o poeta buscasse o foco em um binóculo.
Resolução
A presença de diversos substantivos no aumentativo — copázio (copo), corpanzil (corpo), homenzarrão (ho-
mem), bocarra (boca), naviarra (navio) — e o título permitem que se infira que esses objetos foram vistos com
o emprego de um binóculo a pouca distância dos olhos, o que causa distorção no seu tamanho. Embora haja
no texto os diminutivos espadim (espada) e poviléu (povo), sua presença nem é constante nem está em equi-
líbrio com a dos aumentativos.
Resposta: b
Questão 8
Segundo o texto, o que determina a longevidade e a sobrevivência de um negócio ou empresa, no mundo atual, é
a) a flexibilidade de adaptação do produto aos anseios do cliente.
b) a concentração de poder que fideliza o cliente fascinado pela grife.
c) o investimento na atuação da empresa em um nicho específico.
d) o modelo de gestão dogmática que investe na propaganda.
e) a familiaridade do cliente com o funcionamento dos produtos.
Resolução
O texto afirma que “O usuário de produtos digitais é cada vez mais volúvel e pragmático”, ou seja, suas ne-
cessidades variam cada vez mais. É necessário, portanto, uma empresa flexível para atender a essas variações.
Resposta: a
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Questão 9
Quanto às variações exploradas a partir do termo ”Photoshop“, é correto afirmar que
a) o neologismo do título foi formado pelo mesmo processo que o termo ”design“, presente no texto.
b) como adjetivo, o valor depreciativo do termo “fotoxopado” decorre exclusivamente do sufixo “-ado” agre-
gado ao radical.
c) as palavras formadas a partir do estrangeirismo “photoshop” constituem jargões restritos à área de infor-
mática.
d) a grafia abrasileirada de “fotoxopou”, diferentemente de “hollywoodiano”, no 1o parágrafo, é uma prova
de que o software se popularizou no mundo.
e) apesar de não ter sido mencionado no texto, também seria possível transformar “Photoshop” em advérbio
de modo: “fotoxopalmente”.
Resolução
No neologismo proposto, ocorrem duas sufixações. Do substantivo “fotoxop”, forma-se o adjetivo “fotoxo-
pal” por meio do sufixo “-al”. Desse adjetivo, por sua vez, forma-se o advérbio “fotoxopalmente” por meio
do sufixo “-mente”.
Nota: Na alternativa d, não é correta a inferência de que a grafia abrasileirada é prova de que o “software”
se popularizou no mundo. O Português não é um idioma de extensão internacional.
Resposta: e
Quanto ao processo judicial envolvendo o verbete “cigano” no dicionário, o blogueiro expressa uma reação
irônica no trecho
a) “em vez de simplesmente registrar com o maior rigor possível os usos decididos coletivamente por uma
comunidade”
b) “Sua origem deve ser buscada no cruzamento entre a velha ignorância e uma doença intelectual”
c) “para consertar as injustiças do mundo, basta submeter a linguagem à censura prévia”
d) “O Brasil é um país vasto, e, como se sabe, tem poucos problemas verdadeiros”
e) “no melhor, mais completo e mais rigoroso dicionário da língua portuguesa”
Resolução
A ironia pode ser definida como uma figura de linguagem em que se explora intencionalmente uma contradi-
ção entre o sentido explícito e o implícito. Na passagem “O Brasil é um país vasto, e, como se sabe, tem poucos
problemas verdadeiros”, percebe-se com clareza esse paradoxo: o jornalista afirma explicitamente que o país
padece de poucos problemas reais para ressaltar justamente o contrário. A grande quantidade de problemas a
reclamar uma solução reforça o absurdo da ação proposta pelo MPF: em vez de se envolver na superação dos
dramas sociais do país, o Ministério Público se dedica a reviver a finada censura prévia.
Resposta: d
Questão 11
Ao se manifestar quanto ao que seja “correto” ou “incorreto” no uso da língua portuguesa, o autor
a) mostra que inexistem critérios para definir graus de superioridade entre linguagens.
b) defende que as aulas de Português sejam abolidas nas escolas.
c) compara a normatividade das gramáticas à objetividade da ciência.
d) julga igualmente válidas todas as variedades da língua portuguesa.
e) ironiza pessoas que corrigem formas condenáveis de linguagem.
Questão 12
Ao comentar a suposta sofisticação presente nas falas dos escritores, João Ubaldo Ribeiro faz menção a vários
fenômenos de linguagem. A respeito deles, está correto o que se afirma em:
a) Os tetrassílabos ocorrem quando as palavras contêm um grupo de duas letras que representam um único
fonema.
b) A mesóclise, exemplificada em formas como “abater-se-á”, é uma construção que determina a colocação
do pronome em relação ao verbo.
c) A anástrofe consiste em estabelecer a concordância ideológica, isto é, de acordo com a ideia e não com as
palavras que efetivamente aparecem na oração.
d) O pretérito mais-que-perfeito e o imperfeito do subjuntivo expressam um processo verbal indicativo de
exortação e advertência.
e) A aliteração, empregada pelo autor em “libentissimamente”, exprime o auge da intensificação de uma
qualidade.
Resolução
De fato, a mesóclise, exemplificada em “abater-se-á”, é uma das colocações possíveis do pronome oblíquo
átono em relação ao verbo. O pronome pode estar anteposto ao verbo (próclise), posposto ao verbo (ênclise),
ou então pode estar incrustado no verbo, tal como ocorre no exemplo.
Resposta: b
Texto II
SIM!
ELE ACABOU DE
APRENDER SUA
OIEEEE PRIMEIRA
VOCÊ É TÃO HASHTAG
ELE JÁ USA
ENGRAÇADIIIINHO O
TWITTER?
#MULHERESTRANHA
(Adaptado. http://ptwitter.blogspot.com.br/2009/06/o-que-e-hashtag-do-twitter.html)
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Questão 13
Os Textos I e II abordam a questão da linguagem nos meios digitais. A partir de sua leitura, infere-se que
a) Em ambos os textos, há evidências de que a navegação na internet limita a disseminação do saber.
b) O Texto I defende que as inovações tecnológicas produziram uma torrente de informações tão grande que
tornaram a escrita banal e empobrecedora.
c) Tanto o Texto I quanto o Texto II revelam que o acesso à rede está interferindo na capacidade de leitura de
crianças e adolescentes.
d) O Texto II apresenta marcas específicas da linguagem do Twitter que limitam a compreensão da tira em
leitores que não são usuários do microblog.
e) O Texto I demonstra que o internetês produziu impactos na comunicação escrita, enquanto que o Texto II
nega esse fato.
Resolução
O sinal “hashtag” (#), de largo emprego no Twitter, não faz parte do código linguístico padrão, por isso não
é facilmente decodificado por aqueles que não são usuários do microblog. O seu emprego na tira, portanto,
pode dificultar a compreensão desses leitores.
Resposta: d
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Questão 14
Para divulgar a oferta de um plano de ligações ilimitadas, uma operadora de telefonia móvel apresentou, em
seu anúncio publicitário, a seguinte frase:
Resolução
Entre os diversos empregos das aspas, um dos mais relevantes é a indicação de que certa palavra ou constru-
ção não deve ser interpretada em sentido estrito ou literal. Em uma oferta de serviço ou em um contrato, a
presença das aspas pode dar margem a que alguma cláusula seja interpretada de modo distinto pela empresa
fornecedora do serviço e pelo consumidor, induzindo-o ao erro ou frustrando a sua expectativa. Nesse caso,
o cliente se sentiria trapaceado. Por isso, a promessa contida no anúncio publicitário (“sem aspas”) deve ser
entendida como uma promessa de clareza e precisão na redação do contrato, evitando-se qualquer possibili-
dade de mal entendido ou trapaça.
Resposta: a
Questão 15
O primeiro parágrafo apresenta uma das formas clássicas de introdução de um texto de caráter argumen-
tativo, porque contém resumidamente elementos essenciais ao desenvolvimento das ideias do autor. Esses
elementos, presentes em “A lógica do humor”, podem ser definidos como:
a) declaração de natureza subjetiva — enumeração de subtemas.
b) registro de testemunho histórico — exemplificação do problema.
c) uso de perguntas retóricas — emprego de contra-argumentação.
d) afirmação da autoridade do enunciador — apresentação do problema.
e) relato de fato notório — delimitação do tema por meio de questionamentos.
Questão 16
Considere a definição feita a seguir.
“Em suma: toda declaração (ou juízo) que expresse opinião pessoal ou pretenda estabelecer a verdade só terá
validade se devidamente demonstrada, isto é, se apoiada ou fundamentada na evidência dos fatos, quer dizer,
se acompanhada de prova.”
(GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1999.)
Dos trechos a seguir, aquele que pode ser interpretado como prova de uma declaração feita no texto de Hélio
Schwartsman, tornando-a válida, é
a) “… achamos graça quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos, todos
consistentes, mas incompatíveis entre si”.
b) “Em alemão, há até uma palavra para isso: ‘Schadenfreude’, que é o sentimento de alegria provocado pelo
sofrimento de terceiros”.
c) “Não necessariamente estamos felizes pelo infortúnio do outro, mas sentimo-nos aliviados com o fato de
não sermos nós a vítima”.
d) “Ou seja, pelo menos as partes mais primitivas de nosso eu acham graça em troçar dos outros”.
e) “Não deixaremos de rir de piadas racistas, mas não podemos esquecer que elas colocam um problema moral”.
Resolução
O enunciador afirma que “rimos porque nos sentimos aliviados”. Essa declaração, para ter eficácia argumen-
tativa, com poder de convencimento do leitor, é acompanhada de uma “prova”: o exemplo de um conceito
expresso em alemão, cuja definição remete à ideia de que rimos das desgraças alheias porque o riso produz
alívio. Considerando a palavra como fato cultural que indica avaliações sociais, servindo pois como um modo
de compartimentação da realidade, sua existência demonstra a declaração do autor.
Resposta: b
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Questão 17
O período “Como não podemos dispensar o riso nem o combate à discriminação, o conflito é inevitável.”, está
adequadamente parafraseado em
a) Outrossim, o conflito é inevitável; não podemos dispensar o riso nem o combate à discriminação.
b) O conflito, no entanto, é inevitável, não podendo dispensar o riso nem o combate à discriminação.
c) Conquanto não possamos dispensar o riso nem o combate à discriminação, o conflito é inevitável.
d) A menos que não possamos dispensar o riso nem o combate à discriminação, o conflito será inevitável.
e) O conflito é inevitável, porquanto não podemos dispensar o riso nem o combate à discriminação.
Resolução
A relação expressa entre a oração “Como não podemos dispensar o riso” (subordinada adverbial causal) e “o
conflito é inevitável” (oração principal) é de causa-efeito. A conjunção “como”, com valor de “porque”, foi
substituída pelo conectivo “porquanto”, que mantém a mesma relação de sentido entre as orações.
Resposta: e
Resolução
No contexto, “pilhéria” significa “fazer troçar de alguém”, “tirar sarro”. A única palavra que traduz esse sen-
tido é “chiste”.
Resposta: a
Questão 19
Assinale a alternativa em que se analisa corretamente o sentido dos versos de Camões.
a) O foco temático do soneto está relacionado à instabilidade do ser humano, eternamente insatisfeito com
as suas condições de vida e com a inevitabilidade da morte.
b) Pode-se inferir, a partir da leitura dos dois tercetos, que, com o passar do tempo, a recusa da instabilidade
se torna maior, graças à sabedoria e à experiência adquiridas.
c) Ao tratar de mudanças e da passagem do tempo, o soneto expressa a ideia de circularidade, já que ele se
baseia no postulado da imutabilidade.
d) Na segunda estrofe, o eu lírico vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata
que elas são geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada.
e) As duas últimas estrofes autorizam concluir que a ideia de que nada é permanente não passa de uma ilu-
são.
Resolução
Para o eu lírico, as mudanças têm como desdobramento o mal ou o bem. Ambos são geradores de sofrimento:
o primeiro produz mágoas e o segundo, saudades.
Resposta: d
Questão 20
A metalinguagem, presente no poema de Tristan Tzara, também é encontrada de modo mais evidente em:
a) Receita de Herói
Tome-se um homem feito de nada
Como nós em tamanho natural
Embeba-se-lhe a carne
Lentamente
De uma certeza aguda, irracional
Intensa como o ódio ou como a fome.
Depois perto do fim
Agite-se um pendão
E toque-se um clarim
Serve-se morto.
FERREIRA, Reinaldo. Receita de Herói. In: GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 185.
b) girafas africanas
como meus avós
quem me dera
ver o mundo
tão do alto
quanto vós
Paulo Leminski
c)
HORA
DA
DIETA
DROGA
http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/page/2
e)
Resolução
No poema do dadaísta Tzara, predomina a função metalinguística, na qual o código reflete sobre o próprio
código, a linguagem debruça-se sobre si mesma. No caso, o poeta escreve sobre o próprio ato de escrever: o
poema é escrito para explicar como se escreve um poema. Na tirinha, a linha que separa os quadrinhos, de-
limitando o espaço narrativo, é o objeto central da “história”. Como ela é um de seus elementos estruturais,
constitutivo do código visual, também é predominante aqui a função metalinguística: a distensão da linha,
sugerindo o aumento de peso do gato, mostra o código em primeiro plano, em destaque.
Resposta: c
Questão 21
O texto é abertura do conto ”Um discurso sobre o método“, de Sérgio Sant’Anna. A partir da análise dos
elementos narrativos, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para as afirmações que tratam do conflito da perso-
nagem principal.
( ) Por rotineiramente se considerar relegado a um segundo plano, o protagonista procurou encontrar,
perto de si, algum perigo que explicasse o que chamava a atenção do agrupamento de pessoas.
( ) Ao notar a multidão que apontava em sua direção, o homem sentado sobre a marquise do prédio passou
a refletir acerca das condições adversas de vida do ser humano.
( ) O protagonista admite que o suicídio é uma atitude nobre que ele, um trabalhador humilde e insignifi-
cante, seria incapaz de pensar algum dia.
A sequência correta é:
a) V, F, V.
b) V, V, F.
c) V, F, F.
d) F, V, F.
e) F, F, V.
Resolução
A primeira proposição está correta, pois o protagonista procura “um princípio de incêndio ou algum andaime
em perigo ou alguém prestes a pular” que justificasse tantas pessoas olharem na mesma direção.
A segunda proposição está errada, uma vez que o protagonista reflete sobre natureza do suicídio, e não sobre
as adversidades da vida humana.
A terceira proposição também está errada, já que o protagonista “como todo mundo, de vez em quando” já
pensou em suicídio.
Resposta: c
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Questão 22
Em “… não lhe passou pela cabeça que pudesse ser ele o centro das atenções”, os pronomes pessoais destaca-
dos exercem, respectivamente, a função sintática de
a) objeto indireto, sujeito.
b) complemento nominal, objeto direto.
c) adjunto adnominal, sujeito.
d) objeto indireto, predicativo do objeto.
e) adjunto adnominal, predicativo do sujeito.
Resolução
Em “não lhe passou pela cabeça que pudesse ser ele o centro das atenções”, o pronome “lhe” tem o valor
semântico de um pronome possessivo (não passou pela sua cabeça), motivo pelo qual se costuma classificá-lo
(não sem controvérsias), como adjunto adnominal. Na mesma passagem, o pronome reto “ele” pode ser inter-
pretado como sujeito da locução verbal “pudesse ser”. Há, porém, uma outra possibilidade interpretativa: não
é absurdo nenhum tomar “o centro das atenções” como sujeito, o que tornaria o “ele” predicativo do sujeito.
A posição dos termos, nesse caso, não é razão suficiente para distinguir o sujeito do predicativo e vice-versa.
A banca deveria aceitar as duas respostas c ou e.
Resposta: c e e
Questão 23
Entre os seguintes provérbios, qual deles melhor resume a concepção do autor sobre a retórica?
a) Eloquência é a arte de aumentar coisas pequenas.
b) Por fora bela viola, por dentro, pão bolorento.
c) Falar é prata, calar é ouro.
d) A bom entendedor, meia palavra basta.
e) A propaganda é a alma do negócio.
Resolução
O enunciador afirma que a “retórica reside, na verdade, na habilidade de confundir”, temperando “as frases
mais simples com um molho de obscuridade, com uma calculada pitada de empulhação”. Nenhum provérbio
traz exatamente esse sentido. Os aforismos presentes em a, por causa da capacidade de destacar coisas desim-
portantes, e em b, em virtude da discrepância entre o que se diz e o modo como se diz, parecem as respostas
mais aceitáveis.
Resposta: a e b
Resolução
É comum atribuir ao Parnasianismo uma postura de frieza e de impessoalidade, como contraponto ao mo-
vimento literário que o precedera, o Romantismo. Contudo, Olavo Bilac, um dos mais significativos poetas
parnasianos, afasta-se muitas vezes daquelas premissas. O soneto apresentado, por exemplo, demonstra algu-
mas características românticas, como a subjetividade — marcada pela presença de pronomes e de verbos em
primeira pessoa — e a atmosfera onírica, na representação explícita do que o enunciador tinha visto em um
sonho.
Resposta: b
Questão 25
Considere estas afirmações:
I. O adjetivo “parnasiano”, atribuído ao amigo do narrador do texto, se deve à utilização de palavras pom-
posas, rebuscadas.
II. No último período, o termo “bocagianos” faz referência aos versos satíricos de Manuel Du Bocage, o mais
importante autor do Parnasianismo lusitano.
III. Depreende-se, da leitura do texto, que os poetas parnasianos valorizavam o plano da expressão, em detri-
mento do plano do conteúdo.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas. d) I e III, apenas.
b) I e II, apenas. e) I, II e III.
c) II e III, apenas.
Resolução
A afirmação I está correta porque a personagem do texto se vale de uma das principais características parna-
sianas, o preciosismo vocabular. A afirmação II está incorreta porque Manuel du Bocage é um dos mais impor-
tantes poetas neoclássicos portugueses. A afirmação III está correta porque muitos poetas parnasianos fizeram
poemas requintados nos aspectos vocabular e formal, mas um tanto banais no que se refere ao conteúdo. É
o caso, por exemplo, de “Vaso Chinês”, soneto de Alberto de Oliveira, em que o enunciador se esmera em
descrever um vaso em versos decassílabos perfeitamente metrificados e rimados.
Resposta: d
Questão 26
Segundo o texto, o que justifica o caráter “reconfortante” do clichê é
a) a previsibilidade que nos poupa do esforço da compreensão.
b) a argumentação baseada no senso crítico e reflexivo.
c) a associação da frase-feita com preceitos morais.
d) a repetição consciente de ideias com o mesmo sentido.
e) a citação, com êxito, de expressões idiomáticas.
Resolução
Segundo o texto, quando ouvimos um provérbio conhecido, percebemos “que o mundo ainda está no lugar”.
Assim, é a previsibilidade interpretativa o que nos reconforta nessas situações.
Resposta: a
4 Assertividade
É a forma de expressão
mais direta, honesta e clara dos
pensamentos e opiniões de
uma pessoa — desde que não
fira nem viole o outro indivíduo.
A Como A imensa maioria oscila entre o
melhorar: comportamento agressivo
Disco riscado: o passivo.
repita, em um Leva-se tempo até
tom de voz conseguir ser assertivo
moderado e
calmo, a sua ideia
fixa, ignorando
as provocações e
sem responder a
argumentação do
interlocutor. Resista
à tentação de
oferecer
desculpas e B Discorde
justificativas concordando:
nessa técnica,
a pessoa
parafraseia
a outra em
quase tudo,
mas deixa
clara sua
posição
ao final. “É,
concordo com
você, mas…”
(adaptado de http://www.istoe.com.br/reportagens/185664_A+ARTE+DE+SE+RELACIONAR)
Resolução
Não há pistas para concluir que o infográfico esteja falando sobre questões profissionais ou amorosas apenas.
Isso elimina as alternativas c, d e e. Como o tom do texto é de orientação, marcado pelo uso da função cona-
tiva, pode-se dizer que seu objetivo é de orientação. A única resposta plausível é a b, pois.
Resposta: b
Resolução
A leitura do texto não permite afirmar que Camilo vivera conflitos na infância. Menciona-se apenas que a
mãe incutira-lhe nesse período da vida um “arsenal inteiro de crendices”, que será posto de lado quando ele
chega à maturidade.
Resposta: c
▼
Questão 29
No discurso indireto, a forma verbal presente em “Tu crês deveras nessas cousas?” deve ser transformada em
a) cria d) crias
b) creste e) crê
c) crera
Resolução
Transpondo a fala da personagem para o discurso indireto, teríamos: “Camilo perguntou a Rita se ela cria
deveras naquelas cousas”.
Resposta: a
▼
Questão 30
Considere as seguintes afirmações sobre o texto.
I. Em “Jurou que lhe queria muito, que os seus sustos pareciam de criança” e “Cuido que ele ia falar, mas
reprimiu-se”, o narrador fornece pistas para que o leitor perceba que Camilo não era sincero em relação ao
amor por Rita.
II. A visita à cartomante, além de compor o aspecto central do conflito que nomeia esse conto, também é um
importante recurso caracterizador da personagem Rita.
III. Nota-se, por meio dos comentários feitos pelo narrador onisciente, que o misticismo e a busca pelo sobre-
natural são vistos com certa simpatia pelo autor realista, que percebe as crendices como um reflexo do
questionamento da realidade.
É correto o que se afirma apenas em
a) I. d) II.
b) I e II. e) III.
c) II e III.
Resolução
A afirmação I está incorreta porque o narrador, no primeiro trecho citado, apresenta as juras de amor de Ca-
milo e, no segundo, se refere às ponderações íntimas de Camilo a respeito das superstições e não a respeito
do amor dele por Rita. A afirmação II está correta porque a visita à cartomante é o elemento desencadeador
da ação do conto, além de demonstrar o caráter crédulo e um tanto ingênuo de Rita. A afirmação III está in-
correta: há uma sutil ironia na apresentação da crendice de Rita. Além disso, essa crendice não demonstra um
questionamento da realidade, mas sim um apego a explicações superficiais a respeito da existência.
Resposta: d
Redação
Tema 1
Reflita sobre as ideias apresentadas nos textos a seguir e desenvolva uma dissertação em prosa.
Justiça condena pai por abandono afetivo
Em decisão inédita, STJ estipulou indenização de R$200 mil
Decisão inédita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) condena pai a pagar indenização de R$200 mil por aban-
dono afetivo. De acordo com a assessoria de imprensa do STJ, a filha, após ter obtido reconhecimento judicial
da paternidade, entrou com uma ação contra o pai por ter sofrido abandono material e afetivo durante a
infância e adolescência. A autora da ação argumentou que não recebeu os mesmos tratamentos que seus
irmãos, filhos de outro casamento do pai.
(…)
(ISTOÉ, 02/05/2012)
TEXTO I
Abandono afetivo; e dá para entender que alguém entre na Justiça reivindicando uma quantia porque não
recebeu do pai o afeto que gostaria?
O ideal seria que todos os pais cercassem seus filhos de carinho e de amor; mas isso é o ideal, e o ideal, como
todo mundo sabe, não existe. Alguns pais não são nem carinhosos nem amorosos, que pena, mas a vida é
assim, e uma filha que nunca teve o afeto paterno tem que entender que alguns não têm afeto para dar, ou
apenas não conseguem — e tratar de viver a vida como ela lhe foi apresentada, isto é, como ela é. Pedir uma
indenização — em dinheiro — porque não foi amada pelo pai, acho estranho. Quem põe um filho no mundo
tem obrigações, mas amor dá quem pode, nem é um problema de querer; e amor não se cobra, nem de pai
nem de ninguém.
(Danuza Leão em Folha de S. Paulo, 13/05/2012)
TEXTO II
“Está se abrindo um caminho para a humanização da Justiça. O sentimento era um elemento com o qual o
juiz até há pouco não trabalhava. Nós trabalhamos com os fatos, com a norma jurídica”, diz a relatora do caso
recente, ministra Nancy Andrighi.
“Muda a sociedade, o estilo de vida, as pessoas vão mudando. O direito de família hoje é muito dinâmico, tan-
to que foi reconhecida a sociedade homoafetiva, a paternidade socioafetiva”, afirma o juiz paulista Homero
Maion.
Para Rodrigo da Cunha Pereira, advogado que atuou no primeiro caso de abandono afetivo com pedido de
indenização, em 2005, a alienação parental e o abandono afetivo são os dois lados da mesma moeda.
No primeiro, o pai (ou a mãe) trava uma batalha para conseguir ter contato com o filho. Já no segundo, é o
filho que busca a convivência com o pai (ou mãe).
(Johanna Nublat e Nádia Guerlenda em Folha de S. Paulo, 06/05/2012)
Conforme indicado nas folhas de rascunho e de redação, utilize o próprio tema como título de sua dissertação.
Tema/Título 1: Quanto vale o amor?
Tema 2
Reflita sobre as ideias apresentadas nos textos a seguir e desenvolva uma dissertação em prosa.
Num saboroso artigo publicado em “Philosophy Now”, Emrys Westacott escrutina as implicações filosófi-
cas da proliferação de câmeras de vigilância.
Conforme indicado nas folhas de rascunho e de redação, utilize o próprio tema como título de sua dissertação.
Tema/Título 2: Vigiar é preciso?
Este ano a Insper solicitou ao candidato que fizesse dois textos dissertativos com títulos previamente dados, ou
seja, propunha temas explícitos sobre assuntos polêmicos, diante dos quais o candidato deveria se posicionar.
Para desenvolvê-los, havia uma pequena coletânea como subsídio para a discussão
Tema 1
A Banca selecionou como tema a reportagem sobre a decisão inédita do Superior Tribunal de Justiça
condenando um pai a pagar indenização por “abandono afetivo”. A esse texto, seguiam-se dois outros de
colunistas da Folha de S. Paulo, manifestando opiniões contrárias sobre a decisão judicial. Danuza Leão (texto
I) argumentava que o sentimento amoroso não é algo que possa ser cobrado, pois “amor dá quem pode”.
Johanna Nublat e Nádia Guerlenda (texto II) defendiam tese oposta, comemorando a ação como uma forma
de se abrir caminho “para a humanização da Justiça”. A partir da reflexão sobre o fato e das duas opiniões,
caberia ao candidato desenvolver um texto com o seguinte título/tema: “Quanto vale o amor?”
Encaminhamentos possíveis
Contra a decisão judicial
• O amor entre pais e filhos depende da relação que foi desenvolvida ao longo dos anos, não se trata de uma
garantia adquirida.
• Por mais que o juiz determine um valor, nunca será o suficiente para cobrir todos os prejuízos emocionais
causados pela falta de consideração do progenitor;
• A formação da individualidade se dá a partir da superação das dificuldades que surgem na infância e na
adolescência; a ausência do pai pode ser uma delas, o filho deve aprender a superar tal situação e não exigir
que a realidade seja diferente.
• A intromissão do Judiciário nas relações íntimas significa um controle descabível do Estado: o amor não
pode ser controlado.
• A decisão judicial não tinha a intenção de compensar o filho pela ausência do pai, mas a de apontar de for-
ma clara que o pai falhou em suas responsabilidades como progenitor.
A favor da decisão judicial
• Essa decisão mostra um Judiciário mais atento às consequências emocionais que envolvem litígios nas rela-
ções familiares, ou seja, deixou de ser um órgão cuja função é a aplicação técnica da lei e isso é um grande
avanço.
Encaminhamentos possíveis
A própria coletânea apontava para o desenvolvimento de bons argumentos.
• “As câmaras não comprometem o livre-arbítrio”: a vigilância tecnológica intimida o indivíduo que teria más
intenções, contudo não o obriga a agir de forma correta, ele ainda poderia escolher entre um ato lícito ou
ilítico, sabendo que teria que arcar com as consequências, ou seja, preserva a livre escolha dos indivíduos.
• As câmaras fazem com que o “dever moral e interesse próprio (não ser apanhado) caminhem juntos”: nas
sociedades democráticas atuais em que o individualismo ameaça o convívio social, essa seria uma maneira
de levar o indivíduo a pensar na sociedade por um motivo egoísta, “não ser apanhado”.
• “Aplaudiriam as câmaras filósofos como Platão e Thomas Hobbes”: a ideia de Platão é menos conhecida,
mas a de Thomas Hobbes, “o homem é o lobo do homem”, amplamente divulgada, poderia ser aproveitada
para argumentar que se, de fato, o homem está nessa condição, o Estado, como um “leviatã” teria a obriga-
ção de intimidar o cidadão que tem interesses escusos e deseja prejudicar a vida em comum.
• “Calculamos os benefícios utilitários da hipervigilância que se traduzem na diminuição de crimes e aciden-
tes”: na vida moderna, esse é um argumento de peso. Lugares em que foram instaladas câmaras de vigilân-
cia (Praia Grande, por exemplo) tiveram queda nos índices de criminalidade; a discussão abstrata e filosófica
sobre o tema parece perder relevância quando o mais importante passa a ser preservar vidas.
• “Aprimoramento moral do indivíduo”: do ponto de vista do desenvolvimento pessoal, as câmaras são um
obstáculo ao crescimento psicológico. O indivíduo que age porque está sendo vigiado não aprende a se res-
ponsabilizar pelos seus atos e permanece infantilizado.
• “O contexto faz a diferença”: essa advertência final poderia levar o candidato a desenvolver uma disserta-
ção de circunstância: a vigilância tem seu valor em situações que vidas podem ser salvas; para as relações
pessoais íntimas a tecnologia de controle não permite relações genuínas.
• Vale lembrar alguns outros tópicos possíveis: a vigilância como sinal de uma sociedade totalitária (como
aparece no livro 1984, em que o Grande Irmão vigia a tudo e a todos); a vigilância como forma de fazer
prevalecer a justiça (vários crimes foram solucionados devido ao uso da câmaras).
Questão 1
A média das idades dos seis jogadores titulares de um time de vôlei é 27 anos e a média das idades dos seis
jogadores reservas é 24 anos. Devido a uma contusão, um dos jogadores titulares foi afastado da equipe. Com
isso, um dos reservas assumiu seu lugar no sexteto titular, ficando a equipe com apenas cinco reservas. Após a
substituição, a média das idades dos titulares caiu para 26 anos, enquanto a dos reservas subiu para 24,8 anos.
A idade do jogador que foi afastado por contusão é
a) 26 anos. d) 29 anos.
b) 27 anos. e) 30 anos.
c) 28 anos.
Resolução
Antes da substituição, a soma das idade dos titulares era 6 ⋅ 27 anos, e a soma das idades dos reservas era
6 ⋅ 24 anos. Sendo x a idade do titular substituído e y a idade do reserva que assumiu o seu lugar, obser-
vando as novas médias temos:
6 ⋅ 24 – y
Reservas: = 24,8 ∴ 144 – y = 124 ∴ y = 20
5
Assim,
6 ⋅ 27 – x + 20
Titulares: = 26 ∴ x = 26
6
Resposta: a
▼
Questão 2
Na sequência de quadrados representada na figura abaixo, o lado do primeiro quadrado mede 1. A partir do
segundo, a medida do lado de cada quadrado supera em 1 unidade a medida do lado do quadrado anterior.
Vn
V3
1
V2
1 …
V1
1
A distância do ponto O, vértice do primeiro quadrado, até o ponto Vn, vértice do n-ésimo quadrado, ambos
indicados na figura, é
n 2
a) 公n + 2n + 5 . d) n公n2 + 2n – 1 .
2
n
b) 公n2 – 2n + 9 . e) n公n2 + 2n + 2 .
2
n
c) 公n2 + 4n + 3 .
2
d=
公 (1 + n)2 ⋅ n2
4
+ n2
d=
公 n2
4
[(1 + n)2 + 4]
n 2
d= 公n + 2n + 5
2
Resposta: a
▼
Questão 3
O professor de Matemática de Artur e Bia pediu aos alunos que colocassem suas calculadoras científicas no
π
modo “radianos” e calculassem o valor de sen . Tomando um valor aproximado, Artur digitou em sua cal-
2
culadora o número 1,6 e, em seguida, calculou o seu seno, encontrando o valor A. Já Bia calculou o seno de
π
1,5, obtendo o valor B. Considerando que vale aproximadamente 1,5708, assinale a alternativa que traz a
2
π
correta ordenação dos valores A, B e sen .
2
π π
a) sen ⬍ A ⬍ B. d) B ⬍ sen ⬍ A.
2 2
π π
b) A ⬍ sen ⬍ B. e) B ⬍ A ⬍ sen .
2 2
π
c) A ⬍ B ⬍ sen .
2
Resolução
Do enunciado temos que:
A = sen1,6 e B = sen1,5
π
Como ≈ 1,5708, concluímos que, representando na circunferência trigonométrica, o arco de medida 1,6rad
2
π
está mais próximo de rad que 1,5rad.
2
π
Sabemos que para arcos da 1a volta, quanto mais próximo de rad, maior o valor do seno desse arco.
2
Assim,
π
B ⬍ A ⬍ sen
2
Resposta: e
x x
Figura 1 Figura 2
Assim, a área da região sombreada na Figura 2, limitada pelo gráfico da função g(x) = x2, pelo eixo x e pela
reta de equação x = 3, é igual a
a) 4,5. d) 12.
b) 6. e) 13,5.
c) 9.
Resolução
A área S sombreada na figura 2 é dada pela diferença da área do retângulo dado por {(0, 0), (3, 0), (3, 9), (0, 9)}
e a área dada na figura 1.
Como a área do retângulo é 27 e a área dada na figura 1 é 18, temos S = 27 – 18, ou seja, S = 9.
Resposta: c
▼
Questão 5
Considere dois polinômios do 1o grau P(x) e Q(x), ambos de coeficientes reais, tais que P(3) = Q(3) = 0, P(6) ⬎ 0
e Q(6) ⬍ 0.
Sendo f a função definida, para todo x ∈ IR, por f(x) = P(x) ⋅ Q(x), a única figura, dentre as apresentadas a se-
guir, que pode representar o gráfico de f é
a) y d) y
0 3
x
3 x
b) y e) y
3 6 3
x x
c) y
3 6
x
Questão 6
Na figura a seguir, o lado do quadrado ABCD mede 876,55m e o lado do quadrado AEFG mede 123,45m.
G
A D
E
F
B C
Resolução
A área A, pedida, é igual à área do quadrado ABCD menos a área do quadrado AEFG.
A = 876,552 – 123,452
A = (876,55 + 123,45)(876,55 – 123,45)
A = 1000 ⋅ 753,10
A = 753100m2, ou seja,
A = 0,7531km2
Resposta: d
▼
Questão 7
Em uma sequência, cada termo, a partir do terceiro, é igual à soma dos dois termos anteriores. Se o primeiro
termo vale 18 e o sétimo termo vale 122, então o segundo termo da sequência é
a) 2. d) 8.
b) 4. e) 10.
c) 6.
Resolução
Temos a seguinte sequência de 7 termos: (18, x, 18 + x, 18 + 2x, 36 + 3x, 54 + 5x, 90 + 8x)
Assim: 90 + 8x = 122 ∴ 8x = 32 ∴ x = 4
Resposta: b
Resolução
log(log(logN)) ⭓ 0 ⇔ log(logN) ⭓ 1
⇔ logN ⭓ 10
⇔ N ⭓ 1010
Nessas condições, o menor valor inteiro positivo de N é 1010.
Temos log(log(log10 10
123 )) = 0.
14243 10
1
Note que 1010 tem exatamente 11 algarismos.
Resposta: d
▼
Questão 9
As duas afirmações a seguir foram retiradas de um livro cuja finalidade era revelar o segredo das pessoas bem-
-sucedidas.
I. Se uma pessoa possui muita força de vontade, então ela consegue atingir todos os seus objetivos.
II. Se uma pessoa consegue atingir todos os seus objetivos, então ela é bem-sucedida.
Dentre as alternativas abaixo, a única que relaciona corretamente a veracidade ou a falsidade das duas afir-
mações é
a) se a afirmação I é falsa, então a afirmação II é necessariamente verdadeira.
b) se a afirmação I é falsa, então a afirmação II é necessariamente falsa.
c) se a afirmação I é verdadeira, então a afirmação II é necessariamente falsa.
d) se a afirmação II é falsa, então a afirmação I é necessariamente falsa.
e) se a afirmação II é verdadeira, então a afirmação I é necessariamente verdadeira.
Resolução
A proposição “se p, então q” é falsa se, e somente se, p é verdadeira e q é falsa.
Sendo q uma afirmação falsa, a proposição “se q, então r” é verdadeira, independentemente do valor lógico
de r.
Logo, se a afirmação I é falsa, então a afirmação II é verdadeira.
Resposta: a
Questão 10
Uma empresa opera uma rota ligando duas cidades desse país. Tanto para o voo das 8h quanto para o das 9h
de um determinado dia, realizados em aeronaves de mesma lotação, a empresa emitiu um número de bilhe-
tes exatamente 10% maior do que a lotação das aeronaves. Para o voo das 8h compareceram todos os que
compraram o bilhete, e parte deles teve de ser remanejada para o voo das 9h. Se todos os que compraram
o bilhete para o voo das 9h comparecerem, também será necessário um remanejamento. Para que isso não
ocorra, a porcentagem máxima dos passageiros que compraram bilhete para o voo das 9h que pode compa-
recer no momento do embarque é
a) 90%. c) 82%. e) 75%.
b) 87%. d) 80%.
Questão 11
Para um voo realizado nesse país em uma aeronave de 20 lugares, foram emitidos 22 bilhetes. A empresa
responsável pelo voo estima que a probabilidade de qualquer um dos 22 passageiros não comparecer no mo-
mento do embarque seja de 10%. Considerando que os comparecimentos de dois passageiros quaisquer sejam
eventos independentes, a probabilidade de que compareçam exatamente 20 passageiros no embarque desse
voo, de acordo com a estimativa da empresa, é igual a
a) (0,1)2 · (0,9)22. c) 190 · (0,1)2 · (0,9)20. e) 153 · (0,1)2 · (0,9)18.
2 20
b) 231 · (0,1) · (0,9) . 2 18
d) 190 · (0,1) · (0,9) .
Resolução
Do enunciado, devem comparecer 20 e não comparecer dois. Assim, a probabilidade pedida é:
22! 22 ⋅ 21
P = (0,9)20 ⋅ (0,1)2 ⋅ ∴ P= ⋅ (0,1)2 ⋅ (0,9)20 ∴ P = 231 ⋅ (0,1)2 ⋅ (0,9)20
20! ⋅ 2! 2
Resposta: b
▼
Questão 12
Leia o texto a seguir.
Existe uma matriz quadrada M de ordem 2 que possui uma propriedade bem interessante: sendo A outra
matriz quadrada de ordem 2, o produto A · M sempre resulta numa matriz que tem em sua diagonal principal
os elementos da diagonal secundária de A e em sua diagonal secundária os elementos da diagonal principal
de A.
Dentre as opções abaixo, a única que pode representar a matriz M descrita acima é
a)
( )
0 1
0 1
. c)
( )
0 1
1 0
. e)
( )
1 –1
–1 1
.
b)
( )
0 0
1 1
. d)
( )
–1 0
0 –1
.
Resolução
Considerando a matriz A =
a b
c d ( )
, queremos M, tal que AM =
b)
( )( ) ( )
a b 0 0
c d 1 1
=
b b
d d
(não convém)
d)
( )( ) ( )
a b –1 0
c d 0 –1
=
–a –b
–c –d
(não convém)
e)
( )( ) (
a b 1 –1
c d –1 1
=
)a – b –a + b
c – d –c + d
(não convém)
Resposta: c
( )
0 1
1 0
.
x cm
O volume de líquido contido na taça, em cm3, depende da altura atingida por esse líquido, em cm. O gráfico
a seguir mostra essa dependência, sendo que os pontos A e B correspondem à taça totalmente vazia e total-
mente cheia, respectivamente.
V(cm3)
B
60,75/
A
x(cm)
▼
Questão 13
De acordo com os dados do gráfico, a taça tem a forma de uma semiesfera cujo raio mede
a) 3cm. c) 4cm. e) 5cm.
b) 3,5cm. d) 4,5cm.
Resolução
Do texto apresentado e sendo r a medida do raio da semiesfera, temos:
1 4πr3
⋅ = 60,75π
2 3
60,75 ⋅ 6
∴ r3 = ∴ r3 = 91,1250 ∴ r = 4,5cm
4
Resposta: d
Resolução
Consideremos o gráfico do texto apresentado e liguemos os pontos A e B.
V(cm3)
B
60,75/
Vr
Questão 15
A multiplicação de matrizes quadradas de ordem 2 possui, sob vários aspectos, semelhanças com a composição
de funções. Para começar, as duas operações não são comutativas, isto é,
1. existem matrizes quadradas M e N de ordem 2 tais que (M × N) ≠ (N × M);
2. existem funções f e g tais que (f o g) ≠ (g o f), ou seja, f(g(x)) ≠ g(f(x)).
Além disso, as duas operações possuem um elemento neutro. No caso da multiplicação de matrizes, trata-se da
matriz I =
( )
1 0
0 1
. Para qualquer matriz quadrada M de ordem 2, tem-se que M × I = I × M = M.
Questão 16
Na malha quadriculada 40 × 60 esquematizada na figura a seguir, estão marcados os pontos P, Q, R e S.
…
A
B C
D
E
…
40
…
…
…
quadrados
…
Q
S
…
P R
60 quadrados
←⎯→ ←
⎯→
A reta PQ intercepta a reta RS em um ponto que pertence ao interior de um dos quadrados sombreados. Esse
quadrado está identificado pela letra
a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
e) E.
Resolução
A reta que passa pelos pontos P(0, 0) e Q(1, 4) é dada pela equação y = 4x (r)
A reta que passa pelos pontos R(60, 0) e S(56, 3) é dada por:
0–3
y–0= (x – 60)
60 – 56
3
y = – (x – 60) (s)
4
14243
y = 4x
A intersecção dessas retas é dada pelo sistema 3
y = – (x – 60)
4
Aa
Ab b a
Ac
Aa
Ab b a
c 1
1 Ac
A partir da igualdade expressa no teorema de Pitágoras, assinale a alternativa que completa a sentença a
seguir, baseada na nova figura.
Se Aa, Ab e Ac são as áreas dos retângulos de altura unitária construídos sobre os lados de um triângulo retân-
gulo, conforme indicado na figura, então vale a igualdade
Aa Ab Ac
a) = + .
a b c
b) aAa = bAb + cAc.
Aa2 Ab2 A2
c) = + c .
a b c
d) aAa2 = bAb2 + cAc2.
e) a2Aa = b2Ab + c2Ac.
Resolução
Da figura, temos que:
Aa = a ⋅ 1, Ab = b ⋅ 1 e Ac = c ⋅ 1
Pelo teorema de Pitágoras, vem:
a2 = b2 + c2, ou seja:
a ⋅ (a ⋅ 1) = b ⋅ (b ⋅ 1) + c ⋅ (c ⋅ 1), ou seja:
a ⋅ Aa = b ⋅ Ab + c ⋅ Ac
Resposta: b
Resolução
2012 = 22 ⋅ 503
Sendo a o menor número inteiro positivo, tal que 22 ⋅ 503 ⋅ a seja um cubo perfeito, temos a = 21 ⋅ 5032, ou
seja, a = 506.018.
Resposta: c
▼
Questão 19
Considere um polinômio p(x), de grau 3 e coeficientes reais, tal que a equação [p(x)]2 = 3 · p(x) possua um
total de 4 raízes reais, todas de multiplicidade 1. Dentre as figuras apresentadas abaixo, a única que pode
representar o gráfico de p(x) é
a) y c) y e) y
4 4 4
2 2 2
x x x
–2 2 4 –2 2 4 –2 2 4
–2 –2 –2
–4 –4 –4
–6 –6 –6
b) y d) y
4 4
2 2
x x
–2 2 4 –2 2 4
–2 –2
–4 –4
–6 –6
Questão 20
14243
x 9
– + , se x ⭐ p
Sendo p uma constante real positiva, considere a função f, dada pela lei f(x) = p 4 , e cujo grá-
px – 2p, se x ⭓ p
fico está desenhado a seguir, fora de escala.
y
p x
Resolução
Com x = p, temos
–p 9
p ⋅ p – 2p = +
p 4
9
p2 – 2p + 1 =
4
9
(p – 1)2 =
4
3 –3
p–1= ou p – 1 =
2 2
5 1
p= ou p = –
2 2
5
Com a condição p ⬎ 0, temos p = .
2
Resposta: e
Resolução
Como apenas dois gols foram marcados, os possíveis resultados para essas partidas são
• 0 a 0; 0 a 0 e 2 a 0
• 0 a 0; 0 a 0 e 1 a 1
• 1 a 0; 1 a 0 e 0 a 0
Nessas condições, temos:
a) Falso, pois é possível que 2 jogos tenham terminado em 0 a 0 e no único em que houve gols o time grande
perdeu de 2 a 0.
b) Falso, pois podemos ter 3 empates.
c) Falso, pois é possível que em uma partida o time grande tenha vencido por 2 a 0.
d) Falso, pois é possível ocorrerem 3 empates.
e) Verdadeiro, pois, como ocorreram 2 gols, existe pelo menos um jogo que terminou em 0 a 0.
Resposta: e
Entende-se por casas alinhadas aquelas que estejam numa mesma vertical, numa mesma horizontal ou numa
mesma diagonal. No jogo mostrado abaixo, por exemplo, o jogador das peças claras marcou 15 pontos e o das
peças escuras marcou 10 pontos.
Peças claras: 10 + 4 + 1 =
15 pontos
Resolução
Tabela de pontos obtidos:
→
Peças claras 4 1+1 1 1+4 12
Peças escuras 4+1 1 1 1 8
A soma dos pontos obtidos foi 20 (= 12 + 8).
Resposta: b
▼
Questão 23
A figura mostra a situação de um tabuleiro durante um jogo no momento em que 15 casas já haviam sido
ocupadas.
Nessa configuração, o número máximo de pontos que o jogador das peças escuras poderá acumular ao final
do jogo é
a) 23. d) 26.
b) 24. e) 27.
c) 25.
10
4 10
A figura mostra como obter 27 pontos.
Resposta: e
▼
Questão 24
1
No plano cartesiano, as retas r e s têm coeficientes angulares iguais a e 2, respectivamente, e a reta t tem
3
equação y = k, sendo k uma constante positiva.
s
y
r
t
O x
a)
公 4A
5
.
b)
公 6A
5
.
c)
公 5A
4
.
d)
公 7A
4
.
e)
公 3A
2
.
r
B A
t
O x
x
Equação de r: y =
3
Equação de s: y = 2x
Equação de t: y = k, k ⬎ 0
Sejam: A, o ponto de intersecção de r e t, e B, o ponto de
intersecção de s e t.
Temos:
1424
y=k
x → A(3k, k)
y=
3 123
3
y=k
y = 2x
k
→ B ,k
2 ( )
1
A área A do triângulo é: A = ⋅ (BA) ⋅ k, ou seja,
2
1
(
A = ⋅ 3k –
2
5k2
k
2 )⋅k
A=
4
Daí:
4A
k2 =
5
∴
4A
k=
5 公
Resposta: a
Questão 25
Nessas condições, o quadrilátero convexo MNPQ
a) é um quadrado.
b) é um retângulo que não é losango.
c) é um losango que não é retângulo.
d) é um paralelogramo que não é retângulo nem losango.
e) não possui lados paralelos.
A _ C
O
M N
B
—— —— — —
QM é base média no triângulo ABD: QM // DB
—
— —
— — —
PN é base média no triângulo BCD: PN // DB
—— — —
Logo, QM // PN (1)
—— —— — —
MN é base média no triângulo ABC: MN // AC
—— —
— — —
QP é base média no triângulo ACD: QP // AC
—— — —
Logo, MN // QP (2)
De (1) e (2) segue-se que MNPQ é um paralelogramo.
—— ——
Como, no losango, BD é perpendicular a AC, vem:
—— — —
123
QM // DB
—— — — → QM ⊥ MN
MN // AC
Logo, o paralelogramo MNPQ é um retângulo.
Como AB = BC = CD = DA e β ⬎ α, então AC ⬎ DB. Logo, MN ⬎ QM.
Portanto, o retângulo MNPQ não é losango.
Resposta: b
▼
Questão 26
Se α = 60º, então a razão entre o perímetro do losango ABCD e o perímetro do quadrilátero MNPQ, nessa
ordem, é igual a
a) 公3 + 1.
b) 2.
c) 公3.
3
d) .
2
e) 2公3 − 2.
Resolução
Do texto apresentado e com α = 60º, temos a figura:
D
Q P
A 60º C
O
M N
Questão 27
Para estimar o valor de log1287, uma pessoa dispunha somente do gráfico da função f(x) = 2x, reproduzido
abaixo fora de escala.
y
10
x
1 2 3
Resolução
De log1287 = t, temos:
128t = 7
(27)t = 7
27t = 7
Do gráfico, temos 2x = 7, com x ≈ 2,8.
Com x = 7t e x ≈ 2,8, temos:
7t ≈ 2,8
t ≈ 0,4
Resposta: d
▼
Questão 28
Na figura a seguir, os pontos M, N, O, P, Q e R pertencem aos lados do triângulo equilátero ABC, de perímetro
6cm, de modo que
• AM = AN = 2xcm;
• BO = BP = CQ = CR = xcm.
A
N M
O R
B P Q C
Se a área do hexágono MNOPQR é metade da área do triângulo ABC, então o valor de x é igual a
a)
公3 .
3
1
b) .
2
c)
公3 .
4
d)
公3 .
6
1
e) .
4
2x 2x
N M
2x
O R
x x x x
B x P Q x C
Ainda do enunciado, a soma das áreas dos triângulos menores é igual à metade da área do triângulo ABC,
cujo lado mede 2cm.
Assim:
(2x)2公3 x2公3 x2公3 1 22公3
+ + = ⋅
4 4 4 2 4
2 2 2
4x + x + x = 2
6x2 = 2
1 1
x2 = ∴ x=
3 公3
∴ x=公
3
3
Resposta: a
▼
Questão 29
Uma função f, cujo domínio é o conjunto {x ∈ IR / x ⬎ 0}, é tal que, para todo a, b ∈ IR+*, verifica-se a igualdade:
f(ab) = f(a) + f(b).
5
a) 0. d) .
4
1 3
b) . e) .
2 2
c) 1.
Resolução
1 1
( )
Substituindo a por 2 e b por , temos f 2 · = f(2) + f
Logo, f(2) + f
() 1
2
= 0.
Resposta: a
MESA
O lugar da mesa em que cada comprador se sentará não vem especificado no ingresso, devendo os seis ocu-
pantes entrar em acordo. Os ingressos para uma dessas mesas foram adquiridos por um casal de namorados
e quatro membros de uma mesma família. Eles acordaram que os namorados poderiam sentar-se um ao lado
do outro. Nessas condições, o número de maneiras distintas em que as seis pessoas poderão ocupar os lugares
da mesa é
a) 96. c) 192. e) 720.
b) 120. d) 384.
Resolução
Consideremos a seguinte numeração para os lugares de uma mesa:
1 2 3
MESA
4 5 6
Nessas condições, o casal pode se sentar das seguintes maneiras: (1, 2); (2, 1); (2, 3); (3, 2); (4, 5); (5, 4); (5, 6)
e (6, 5); ou seja, existem 8 maneiras.
Como os demais membros podem se sentar em qualquer lugar, o total de maneiras diferentes para eles ocu-
parem a mesa é
8 ⋅ 4! = 8 ⋅ 24 = 192
Resposta: c
Resolução
f m
5 30
6 28
7 26
5+x 30 – 2x
• f é o número de funcionários,
• m é a média diária de pessoas atendidas por cada funcionário
O número total de pessoas atendidas em um dia é dado por f ⋅ m.
De f ⋅ m = 192, temos:
(5 + x)(30 – 2x) = 192
(5 + x)(15 – x) = 96
75 + 10x – x2 = 96
x2 – 10x + 21 = 0
x = 3 ou x = 7
Nessas condições, o menor número f de funcionários é obtido com x = 3.
Assim, f = 5 + 3 = 8.
Resposta: c
▼
Questão 32
Em uma pirâmide quadrangular regular, a área lateral é o dobro da área da base. Nesse caso, cada face lateral
forma com o plano da base um ângulo que mede
a) 15º. c) 45º. e) 75º.
b) 30º. d) 60º.
Resolução
Do enunciado, temos a figura, em que α é a medida (em graus) pedida.
V
(BM = MC)
D C
_
M a
O
A a B
Questão 33
Considere um número complexo z, de módulo 10, tal que
z = (k + i)2,
em que k é um número real. A parte real desse número complexo é igual a
a) 5公3. c) 5公2. e) 5.
b) 8. d) 6.
Resolução
z = k2 – 1 + 2ki
De |z| = 10, temos:
公(k2 – 1)2 + (2k)2 = 10
(k2 – 1)2 + 4k2 = 100
k4 + 2k2 + 1 = 100
(k2 + 1)2 = 102
k2 + 1 = 10 ou k2 + 1 = –10
k2 = 9 ou k2 = –11
Como k é um número real, temos k2 = 9 e, portanto, k2 – 1 = 8.
Logo, a parte real de z é 8.
Resposta: b
▼
Questão 34
Os trens de determinada linha passam numa determinada estação a cada 15 minutos, pontualmente.
A probabilidade de que uma pessoa chegue à estação em um instante qualquer do dia e tenha de esperar mais
de 10 minutos por um trem dessa linha é igual a
1 1 3
a) . c) . e) .
4 2 4
1 2
b) . d) .
3 3
Resolução
Como os trens passam a cada 15 minutos, para esperar mais 10 minutos por um trem, a pessoa deve chegar à
estação antes de se completarem os 5 primeiros minutos após a partida do último trem. A probabilidade de
1
que isso aconteça é de 5 minutos em 15 minutos, isto é, .
3
Resposta: b
Resolução
Do enunciado temos a figura em que C é o centro da base inferior do cilindro e x é a distância pedida.
a a
x
C r
a
r a
a a
r
A
C
8
a = r公2 ∴ r=
公2
No triângulo retângulo VAC, temos:
(VC)2 = (CA)2 + (VA)2
x2 = r2 + (2a)2, ou seja,
2
x2 =
( )
a
公2
+ (2a)2
a2 9a2
x2 = + 4a2 ∴ x2 =
2 2
3a 3a公2
∴ x= ∴ x=
公2 2
Resposta: e