O documento analisa o filme "Crianças Invisíveis - Bilú e João" sobre duas crianças que vivem em uma favela em São Paulo e trabalham coletando lixo para ajudar suas famílias. Ele discute a situação difícil das crianças no Brasil que precisam trabalhar ao invés de brincar, e a falta de políticas públicas para apoiar crianças de rua na Paraíba.
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Título original
ANÁLISE DO FILME CRIANÇAS INVISÍVEIS - BILÚ E JOÃO
O documento analisa o filme "Crianças Invisíveis - Bilú e João" sobre duas crianças que vivem em uma favela em São Paulo e trabalham coletando lixo para ajudar suas famílias. Ele discute a situação difícil das crianças no Brasil que precisam trabalhar ao invés de brincar, e a falta de políticas públicas para apoiar crianças de rua na Paraíba.
O documento analisa o filme "Crianças Invisíveis - Bilú e João" sobre duas crianças que vivem em uma favela em São Paulo e trabalham coletando lixo para ajudar suas famílias. Ele discute a situação difícil das crianças no Brasil que precisam trabalhar ao invés de brincar, e a falta de políticas públicas para apoiar crianças de rua na Paraíba.
ANÁLISE DO FILME: CRIANÇAS INVISÍVEIS – BILÚ E JOÃO
INTRODUÇÃO
Ambientado na capital de São Paulo, Bilú e João, são duas crianças,
que moram numa favela e são incentivados por seus pais para trabalhar e, levar dinheiro para casa todos os dias, saem pelas ruas barulhentas e movimentadas buscando lixo dentre latinhas, papelão e qualquer tipo de tralha para levar a um depósito que os recicla, pagando pequenos valores às crianças dependendo do quanto e do que conseguem apanhar.
A SITUAÇÃO DAS CRIANÇAS DE NOSSO PAÍS
Bilú e João, batalham de diversa formas para conseguir dinheiro, sendo
até explorados por quem lhe possibilita a oportunidade de trabalhar. Ariscam sua segurança e, de acordo com sua criatividade arranja várias possibilidades de conseguir ganhar dinheiro. Apesar de viver uma liberdade excessiva, não praticam atividades de roubo. São extremamanete preocupados em conseguir mais dinheiro. Não possuem muita diversão. Quando voltam para casa, exaustos, não possuem mais dinheiro, por ter sido trapaceados e também por gastar com o transporte coletivo.
O interessante é que mostra o cotidiano do dois irmãos que se divertem
enquanto fazem pequenos bicos, recolhendo objetos recicláveis para ajudar no sustento da família, com isso mostra uma realidade a cada dia mais comum. É interessante observar que a realidade das crianças do nosso país é muito mais constrangedora.
Por mais absurdo que seja essa realidade, observa-se como os
brasileiros já desde criança demonstram uma criatividade nata e conseguem ser muito versáteis. Da imaginação de uma carroça em um carro de corridas, ao jogo improvisado na feira, ao atrevimento de Bilu, a simpatia, solidariedade encontrada no caminho, a criatividade para driblar as adversidades encontradas pelo caminho longo, da fome, da escassez do dinheiro e o amor fraterno de um pelo outro.
Com essa análise podemos acrescentar que: a história de vida da
criança está por sua vez ligada à história de sua família de origem, pois a família assume um papel muito importante na vida das crianças e dos adolescentes, à medida que se constitui como o sistema que tem mais força para romper com a migração das crianças e dos jovens para o contexto da rua. Ao contrário, a família pode se transformar também em uma ameaça, quando permite e até influencia crianças e jovens a buscar nas ruas recursos financeiros para ajudar no orçamento familiar.
Por vezes, pode-se ter a impressão de que essas crianças tornaram-se
invisíveis, sem identidade, sem qualquer direito ou dever, ou que são filhas e filhos de ninguém.
De acordo com Alves (1991) no Brasil, a partir da década de 1970,
vários fatores parecem ter contribuído para um quadro de grande contingente de jovens buscando nas ruas, meios de sobrevivência para si e suas famílias. Dentre eles destaca-se a acentuação das desigualdades na distribuição de renda; a aceleração do processo inflacionário, acarretando perdas no poder de compra dos salários, além da situação de secas no Nordeste, incentivando a migração das famílias para as grandes cidades. Essa população de jovens que ocupava as ruas se engajava em variadas formas de trabalho e atividades legais e ilegais. Dessa forma o alargamento da consciência sobre o problema da chamada “questão do menor” tem uma crescente relevância, se tornando visível o aumento significativo de estudos e pesquisas sobre o assunto na década de 1980. Porém as informações disponíveis em relação às famílias desses jovens eram bastante escassas. Ainda assim esses estudos deram uma grande contribuição para a sociedade revelando, algo contrário daquilo que se pensava até então, que a grande maioria das crianças em situação de rua não são abandonadas. No fim dos anos de 1990 se delimita uma diferença entre “crianças de rua”, caracterizadas por não possuírem vínculo familiar, tendo na rua seu desenvolvimento, socialização, interações, trabalho, educação e lazer e “crianças na rua”, as que ainda possuíam algum vínculo familiar, utilizando o espaço da rua para lazer e trabalho (FORSTER et al.,1992).
DADOS SOBRE A REALIDADE PARAIBANA
Em comentário sobre a questão dessas crianças que vivem nas ruas,
sem ter para onde ir, crianças e adolescentes em todo o Estado da Paraíba sofrem com a falta de apoio e de políticas públicas especializadas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), apenas 28,26% das cidades paraibanas possuem algum tipo de política destinada aos pequenos que vivem nas ruas.
Conforme os dados levantados pelo IBGE, apenas 63 municípios
possuem algum tipo de trabalho desenvolvido pelo Poder Público voltado para estas crianças que vivem em situação de risco. Isto significa que em 71,74% das cidades ainda não existe um trabalho específico nesta área. Na pesquisa realizada, o IBGE não revela os nomes dos municípios que já desenvolvem os projetos. Apenas relatam os dados e nos esclarece como é alto o indíce de crianças que são submetidas a essa realidade em nosso estado paraibano.
Com esses dados, me sinto impotente pois, enquanto muitos de nós
domirmos em nossas casas, agasalhados e bem confortáveis, milhares de crianças estão à mercê de vários perigos nas ruas do nosso estado, do Brasil e do mundo, essa situação tão visível por todas as cidades do país parece, infelizmente, não chamar mais a atenção da população como antes, fazendo-a esquecer de seu dever junto a esses indivíduos, estabelecido no Art. 227 da Constituição Brasileira que diz na íntegra: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nada do que foi apresentado, é novidade, muita dessas crianças estão
aí, a muito já sabemos destes problemas, mas o filme nos faz pensar acerca da situação das crianças frente ás duras adversidades da vida, revelando ao mundo problemas que a sociedade de nosso país não é capaz de solucionar em se tratando de crianças. Com isso, não iremos mudar o mundo e provavelmente não mudará a realidade da maioria dessas crianças, mas se conseguir mudar de pelo menos algumas, ele já terá atingido o objetivo, no entanto parece ser invisível para os opressores e exploradore, mas cada um de nós temos a obrigação de fazer a nossa parte, o simples fato de não tratar o caso com indiferença já é um começo para tornar estas crianças visíveis aos nossos corações. As crianças não são invisíveis, são as pessoas no mundo que fecham os olhos para impunidade, corrupção entre outras para não ter que tomar atitudes. As crianças têm sua infância roubada pela insensatez do capitalismo perverso, as consequências são graves e atinge a todos nós. Pensar que essas crianças são invisíveis, nos leva a questionar, porque as políticas públicas não são implantadas de forma mais comprometedora que sirva para tentar amenizar essa triste realidade, que compromete o futuro de nossas crianças. FONTES DE PESQUISAS:
ALVES, A. J., (1991). Meninos de rua e meninos na rua: estrutura e dinâmica
familiar. In: FAUSTO, A., CERVINI, R., (org.). O trabalho e a rua: crianças e adolescentes no Brasil urbano dos anos 80. São Paulo: Cortez.
Forster,L.M.K., Barros,H.M.T., Tannhauser, S.L. 7 Tannhauser, M. (1992).
Meninos de rua: Relação entre abuso de drogas e atividades ilícitas. ABP- APAL,14, 115-120.
www.dji.com.br/constituicao_federal/cf226a230.htm. Acesso em: 21/04/2012 às