pela PUC – SP. Conferencista, Ensaísta e Poeta O QUE É JUVENTUDE?
Difícil pensar ... Quem não se considera jovem hoje em dia?
O conceito de juventude é amplo dos 18 aos 40 todos são jovens.
Juventude é, estado de espírito, jeito de corpo, sinal de saúde e
disposição, “fatia do mercado em que todos querem se incluir” Parece humilhante deixar de ser jovem para se tornar “maduro”.
Passamos da juventude à velhice, deixando um vazio no lugar a
ser ocupado pelo adulto.
O prestígio da juventude é recente. Em 1920 o Brasil não
suportava a mocidade (Nelson Rodrigues). Todos tinham pressa em ostentar uma vida de maturidade, respeitabilidade, seriedade. Um homem de 25 anos, portava bigode, roupa escura e guarda- chuva pois pretendia se identificar com o homem de 50 e não com o jovem de 18 anos. Os homens e mulheres eram valorizados por ingressar numa fase reprodutiva: trabalho e filhos muito mais do que quando viviam a adolescência. Já em 2004 o Brasil já era paisagem de jovens. Saíram de uma posição obscura e obediente para se tornarem uma fatia privilegiada da indústria cultural. A puberdade (fase de amadurecimento sexual das crianças) tem lugar em todas as culturas. Dos gregos aos indígenas brasileiros o púbere é aquele que vive a passagem da infância para a vida adulta – sociedade criou rituais. Função dos rituais: reinscrever simbolicamente o corpo desse que não é mais criança. A adolescência é filha da modernidade e industrialização. Vem a ser uma moratória daqueles que não sendo mais crianças também não são adultos. Atualmente percebe-se um aumento progressivo do período de idade escolar, alta competitividade do mercado, escassez de empregos que obrigam o jovem adulto a viver cada vez mais tempo na condição de “adolescente”. Um adulto ainda dependente da família, apartado de decisões e responsabilidades da vida pública, incapaz de decidir seu destino.
Apesar da adolescência ser uma fase crítica, na economia
capitalista “do boi se aproveita até o berro” – o adolescente ou a juventude se tornou a nova fatia do mercado. O jovem passou a ser um consumidor em potencial.
Houve um momento em que o jovem foi descoberto! Era a
inteligência, a rebeldia contra padrões estabelecidos, que busca o prazer sem culpa. O jovem era a adesão de utopias políticas que propunham um futuro melhor. Porém Kehl observa que tal percepção do adolescente que luta por seus ideais vem a ser de outro momento histórico.
Os jovens de 20 a 30 anos atrás interessam-se pela política e
transformações sociais, os nossos adolescentes conformam-se em lutar pela cidadania por mera afirmação de seus direitos de consumidor. A lógica perversa de mercado, reorganiza também quem são os nossos adolescentes. O mercado percebeu que ser jovem virou slogan, clichê publicitário, imperativo categórico de uma elite atualizada e vitoriosa. Tornou-se um exército de consumidores, livres de freios morais e religiosos – o luxo passa então a ser necessidade. M O V I M E N TO N O S E U A – D É C . 6 0 No pós-guerra a explosão adolescente tornou-se a fatia da população mais cobiçada para consumir as marcas que surgiam como modelo de sucesso. A relação entre juventude e consumo deu origem a uma juventude Hedonista. O adolescente tornou-se modelo de beleza, liberdade, e sensualidade para as outras faixas etárias. “O adolescente pós-moderno desfruta de todas as liberdades da vida adulta, mas é poupado de quase todas as responsabilidades” A autora pontua que tal pensamento não deve estar restrito aos jovens da elite.
Na sociedade da indústria cultural, as identificações se dão
por imagens industrializadas. Poucos são os adolescentes capazes de consumir o que o mercado lhes propõe em sua magnitude. Porém a imagem vendida pela mídia, do adolescente consumidor é modelo de identificação de todas as classes sociais. MODELOS DE IDENTIFICAÇÃO Do morador do subúrbio ao mais rico, todos se identificam com o ideal publicitário do jovem hedonista – belo, livre e social.
Tal situação aumenta exponencialmente a violência entre os que
se sentem incluídos pela via da imagem mas não pela via do consumo. Efeito paradoxal desta cultura jovem – convoca todas as idades. “quanto mais tempo pudermos nos considerar jovens hoje em dia melhor. Melhor para a indústria de quinquilharias descartáveis, melhor para a publicidade e o mercado – Melhor pra nós?”
Porque não nos congelarmos em um estágio de juventude
perpétua?? FONTE DA JUVENTUDE A autora pontua que em sua experiência clínica percebe que os jovens buscam a referência do adulto;
“eles buscam encontrar na vida do mais velho uma perspectiva de futuro,
mas encontram um espelho de si próprios”
Como ingressar em um mundo adulto onde nenhum adulto quer viver?
Tecnologia Social como viabilizadora de negócios de impacto sustentáveis: como o capitalismo e o socialismo podem caminhar juntos para o fomento da economia de propósito