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A ADOLESCÊNCIA

ATRAVÉS DOS TEMPOS


O A noção de adolescência que temos hoje nem
sempre foi a mesma.

O Nossos adolescentes de hoje são iguais aos


adolescentes gregos, romanos, da idade
média?
“Adolescência através dos tempos”

O ADOLESCÊNCIA – Categoria Histórica,


ocidental, organização social e econômica
vigente.

O Século XVIII – concepção moderna de


adolescência.
O NA GRÉCIA CLÁSSICA
O Crianças - Educação – canções e fábulas moralizantes,
histórias da mitologia;
O Esparta – educação dos meninos, assumida pela cidade
– 7 anos. Adestramento para as virtudes cívicas e
militares.
O Aos 16 anos – Participação política.
O Até os 20 anos, provas de iniciação no mundo adulto.
O Havia um adulto de referência – modelo, guia e
iniciador do jovem.
O Atenas – adolescentes sob os cuidados maternos –
trabalhos domésticos, cantos e educação primária.

O Objetivo da educação – sabedoria e privá-los do mal.

O Preparo físico para a guerra


O Maioridade civil – 18 anos.
O Após exames de capacidade – Efebia – por dois
anos prestava serviço militar e preparação moral
e religiosa para o exercício dos direitos e
deveres do cidadão.

O Moças – exercícios físicos para adquirir vigor e


saúde para a maternidade.

O Casamentos – 15 anos.
Império Romano
O Aos 12 anos – divisão de meninos e meninas/
destinos diferentes entre ricos e pobres

O Romanos ricos após 12 anos – Ensino elementar


sob os cuidados de um gramático ou professor de
literatura para estudo de textos clássicos e
mitologia – para adornar o espírito.
O 14 anos – deixam de usar vestes infantis – total
liberdade.
O 16 anos – carreira pública/exército
O “não existia maioridade legal, nem idade de
maioridade, não havia menores, e sim impúberes*,
que não mais o seriam quando o pai ou o tutor
considerassem que estavam na idade de tomar as
vestes de homem e cortar o primeiro bigode” (p.
69).

O * nome dado a pessoas que não atingiram a puberdade/


desprovidos de pêlos pubianos/ sujeito que necessita de
representante legal adulto
O Romano púbere – colocava as vestes viris e iniciava
a vida sexual.
O Compravam prazeres de servas/ frequentavam o
Suburra (bairro devasso de Roma). Iniciação
também se dava por dama da alta sociedade que
poderia desposá-lo.
O Período da puberdade e casamento – pais eram
indulgentes (tolerantes).
O Meninas aos 12 anos- idade núbil, casamento se
consumava até os 14 anos – adultas.
Nos séculos que se sucederam
O Prática sexual – casamento
O Sexo não era pecado, mas uma prazer que deveria ser
evitado como a bebida.
O Médicos – prescreviam ginásticas e estudos para
amenizar a “energia venérea”**

O ** relativa a Vênus, erótico, doença adquirida por


relação sexual
O - Recomendava-se evitar a masturbação – estimulava a
puberdade precoce.

O Nova moralidade – mudanças na concepção de


maioridade. Passagem para homem dependia de questões
jurídicas e não mais físicas – rapaz permanecia sob a
autoridade paterna até a morte do pai – pai de família.
Idade Média
O O sentimento de infância não existia. Não havia
consciência da particularidade infantil ou diferença
entre criança e adulto. Distinção relativa à
dependência – criança adquiria autonomia ingressava
no mundo adulto. Criança participava de todas as
atividades sociais.
O Enciclopédias da idade média – Idades da Vida
(Aristóteles, fases de 7 anos)

O 1) Infância (enfant) – 0 a 7 anos


O 2) Puerittia – 7 aos 14 anos
O 3) Adolescência – porque a pessoa teria condições
de procriar. Fase do crescimento de toda a grandeza
que lhe fosse devida pela natureza. Poderia se
encerrar aos 18 ou até os 35 anos.
O 4) Juventude – fase da plenitude das
forças até os 50 anos.

O 5) Velhice – sentidos não estariam


mais bons.

O Influência religiosa e filosófica grega.


O Assim quando a criança superava o
alto risco de mortalidade, ingressava
no mundo adulto.
Ariès ao discutir a transição da Idade Média à
Modernidade pontua 3 fatos de grande influência:

- Novo papel do Estado e sua justiça, interferindo no


espaço social;
- Desenvolvimento da alfabetização e livros, afastando
os indivíduos da comunidade;
- Novos sistemas religiosos que exigiam uma devoção
mais íntima e privada.
O Logo passa-se de uma experiência coletiva para a
privatização.
O Este movimento levou a concepção de que
deveriam se proteger crianças e jovens, das
tentações da vida, proteger sua moralidade.
O Colégio – papel central de educação e instrução.
O Surge a noção de fraqueza da infância e o
sentimento da responsabilidade moral dos mestres.
O Ao fortalecer o espaço privado – novo conceito de
família, espaço de afetividade e não de contrato, lugar
de atenção à infância, filhos proporcionam alegria e
diversão.

O Vê-se neste momento outro extremo – excesso de


mimos – PAPARICAÇÃO. Visto pela Igreja e Estado
como prejudicial à criança – criam-se os colégios.

O Infância e adolescência – em instituições e sobre a


tutela de um especialista.
O Colégios atendiam crianças dos 10 aos 25 anos, e a
população escolar não se dividia por idade.
Adolescência e segunda infância não se distinguiam.
O Havia a sociedade dos jovens – solidariedades
temporárias, formadas nas vilas ou bairros. Universo
exclusivamente masculino. Tarefas: política dos
costumes, casamento, organização de festas e ações
policiais e militares. Saída neste grupo dava-se com o
casamento – ingresso no mundo dos adultos “pais de
família”
Século XIX
O Após o período do iluminismo no século
XVIII. Sociedade – vasta população anônima,
pessoas não se conheciam.

O Momento de mudanças significativas:


industrialização, mudança no papel da mulher
e crianças, fortalecimento dos Estados
nacionais e organização dos trabalhadores.
O Mudanças na família – investimento afetivo dos pais,
crença no filho como futuro. Infância passa a ser um
momento privilegiado e a criança é vista enquanto pessoa.

O Momento em que se delineia a ADOLESCÊNCIA com


precisão.
Classificação da adolescência
O Menino – da primeira comunhão ao
bacharelado.
O Menina – primeira comunhão ao casamento.

O Esta fase passa a ser vista como momento


crítico da existência humana. Passa a ser
temida como fase de potenciais riscos.
Preocupação de médicos e educadores.
O Nos internatos, médicos passam a dedicar-se ao estudo da
Puberdade, manifestações decorrentes de seu surgimento e
transformações sexuais.

O“A adolescência é distinguida como


zona de turbulência e contestação,
constituindo-se em uma linha de
fraturas e erupções vulcânicas no seio
das famílias” (p. 71).
A escolarização formal, nas escolas, passa a ser estendida
às meninas que antes eram educadas em casa pela prática
e costumes ou enviadas aos conventos.

As famílias passam a ser mais rígidas quanto à


sexualidade, controlando a aproximação entre meninos e
meninas, por outro lado, estimulavam o casamento
precoce.
O A família era nuclear, heterossexual, monogâmica e
patriarcal.

O Predomínio da figura paterna. As decisões sobre os


demais membros da família cabiam à ele. Mulher e filhos
estavam a ele subordinados. Filhos deviam fazer escolhas
profissionais e amorosas que atendessem aos interesses
da família.
Século XX
O Jovens passam a
mobilizar-se de diversas
formas contra injustiças
sociais.
O Grupo com foco na
contestação radical –
contracultura.
O Estereótipo- cabelos
compridos, roupas
coloridas, misticismo,
drogas, estilo musical.
Nossos dias
O Tempo de
comodidades
tecnológicas,
produção em massa,
mundo fragmentado
e mecanizado,
globalização.

O QUEM É O
ADOLESCENTE
DO NOSSO
TEMPO?
REFERÊNCIA
O GROSSMAN, Eloisa, A adolescência através
dos tempos, Revista Adolescência
Latinoamericana, 1996 (p.68-74).

O SCHOEN-FERREIRA, Tereza Helena e


ASNAR-FARIAS, Maria H., A adolescência
através dos tempos, Psicologia: Teoria e
Pesquisa, V. 26, n. 2, 2010 (p. 227-234).

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