1) O documento discute as perspectivas teóricas sobre família a partir de autores como Danda Prado, Florêncio Escardó, Lévi-Strauss, Freud, entre outros.
2) Aborda as diferentes concepções de família ao longo do tempo, desde a Idade Média até a família moderna, com base nos estudos de Philippe Ariès.
3) Discorre sobre as funções da família, papéis familiares e mudanças ocorridas na família moderna a partir dos séculos XVI-XVII.
1) O documento discute as perspectivas teóricas sobre família a partir de autores como Danda Prado, Florêncio Escardó, Lévi-Strauss, Freud, entre outros.
2) Aborda as diferentes concepções de família ao longo do tempo, desde a Idade Média até a família moderna, com base nos estudos de Philippe Ariès.
3) Discorre sobre as funções da família, papéis familiares e mudanças ocorridas na família moderna a partir dos séculos XVI-XVII.
1) O documento discute as perspectivas teóricas sobre família a partir de autores como Danda Prado, Florêncio Escardó, Lévi-Strauss, Freud, entre outros.
2) Aborda as diferentes concepções de família ao longo do tempo, desde a Idade Média até a família moderna, com base nos estudos de Philippe Ariès.
3) Discorre sobre as funções da família, papéis familiares e mudanças ocorridas na família moderna a partir dos séculos XVI-XVII.
Quarta aula O que é família afinal? Revendo conceitos Danda Prado: história e estudos antropológicos (somados aos estudos de documentos iconográficos - profanos e religiosos - e a literatura) nos ajudam a compreender as diversas concepções dos laços estabelecidos entre as pessoas e uma determinada sociedade. Família não tem um conceito único. Não é possível conceituar família.
É possível descrever várias estruturas
e modalidades de famílias assumidas ao longo dos tempos. Florêncio Escardó (médico argentino) Distintas composições de famílias: determinadas pelas variáveis ambientais, sociais, econômicas, culturais, políticas e religiosas. Pichon-Rivière – A família proporcona a definição e conservação das diferenças humanas. Dá forma aos distintos papéis, mas mutuamente vinculados: pai, mãe e filhos. Claude Lévi-Strauss (1908-2009) – antropólogo e filósofo francês: Parentesco. Um dos grandes intelectuais do séc XX. Conhecido no Brasil pelo pioneiro trabalho com os Índios. Publicou: “As Estruturas Elementares do Parentesco”. Três tipos de relações pessoais que configuram a família: aliança (casal), filiação (pais e filhos) e consaguinidade (irmãos). Parentesco: pessoas que se unem pelo casamento; por gerarem filhos; por ancestrais comuns. Freud: “Totem e Tabu” (1913) Concepções freudianas em torno da etnologia das religiões e a organização social e hierárquica das sociedades primitivas que influenciaram a nossa atual configuração de sociedade. A formação da cultura atual se baseou nos antigos sistemas totêmicos que, atualmente, podem ser encontrados somente em algumas localidades da Austrália e África. O Totem, de onde deriva o termo totemismo, consiste uma estrutura sagrada que, geralmente, simboliza um animal ou planta sagrada. Algo temível e adorado - lhe é conferido um caráter sagrado e protetor daquele determinado clã. Era totalmente proibido caçar, matar e comer este animal tido como sagrado. Juntamente com essa proibição, há também a interdição do incesto, ou seja, era totalmente vedada a prática da endogamia. Membros do mesmo clã, mesmo que não sendo aparentados, não deveriam em hipótese alguma manter relações sexuais, pois estariam ferindo o próprio Totem. O principal tabu totêmico continua sendo o chamado horror ao incesto que, segundo Freud, é análogo ao complexo edípico vivenciado por todas as crianças, quando o bebê tem como primeiro objeto de desejo a sua mãe, tendo, porém, o conhecimento inconsciente de que não pode tê-la para si, por causa da presença paterna. Então seu desejo é reprimido. Assim, Freud teorizou que o primeiro objeto de desejo da criança é incestuoso. Família Condição neotêmica: pessoa humana não sobrevive sem cuidados nos primeiros anos. Influênciou no surgimento da família nuclear como agente da perpetuação humana. Função biológica e psicossocial. Papéis familiares Familia nuclear, extensa e abrangente. Família contemporânea: o papel conjugal. Cada vez mais se confundem. Ser homem ou mulher não define mais por si só a prontidão para o exercício de papéis conjugais. O papel parental Papéis conjugais: confundem-se na práxis. Mãe – representa proteção, e Pai – representa a Lei, a interdição. Lacan: a cunha interposta entre mãe e filho para sinalizar a este a necessidade de renunciar à posse da mãe e dar curso a seu processo de individuação. O papel fraterno e filial Fraterno: Oscila entre a rivalidade e a solidariedade e reproduz-se fora do contexto familiar: trabalho, escola... Filial: centrado na dependência. Condição do bebê humano. Papeís pode, ser assumidos por outros membros da família em momentos diferentes. Funções da família Biológicas:assegurar a sobrevivência, cuidados. Psicológicas e sociais:Afeto. Estudos de Spitz (a partir da década de 30), em Viena; John Bowlby (a partir da década de 40), em Londres. Amparo nas crises existênciais. Promover a transmissão da descendência da experiência acumulada pelas vivências individuais e coletivas. Identificação. Proporcionar ambiente adequado para aprendizagem e socialização. Transmissão da cultura, da ética. Enfoque circular: os pais influenciam o comportamento dos filhos e a conduta dos filhos inguamente modifica a atitude dos pais. Sistêma rígido de ciclo vital da famíliä: formação de um casal; nascimento dos filhos; adolescência dos filhos; saída dos filhos da casa; morte dos avós; envelhecimento e morte dos pais. Porém, o ciclo vital é dinâmico Da familia medieval à família moderna Philippe Ariès: História Social da Criança e da Família. Pesquisa realizada na França. Livro publicado em 1962. Principais fontes utilizadas: Documentos iconográficos (profanos e religiosos) e a literatura. Para escrever este livro foram 10 anos de pesquisa, entre 1950 e 1960. Antiguidade Idade média – inicia no ano de 476 - séc. V até séc. XV. Idade moderna – Inicia no fim do séc. XV e inicio do séc. XVI até o séc. XVIII. Idade contemporânea – Fim do séc XVIII e inicio do séc. XIX até os dias atuais. Principais concepções do autor A principal tese defedida pelo autor: Do período medieval até o século XII: A arte não retratou a criança. Demonstrando que, naqueles tempos, não havia consciência da existencia da infância, como uma fase separada da existência humana, com características especiais. O oficio era o mais importante e não a familia. Era um adulto em miniatura. Família medieval (Idade média) As famílias na idade médieval: Europa, entre os séculos V e XV, inicia no ano 476 após a queda do império Romano. Feudalismo. O sentimento de infância não existia - não quer dizer que as crianças eram negligenciadas. Sentimento de infância = corresponde à consciência da particularidade infantil. Idade média
Infância: não é um dado natural e sim uma
construção histórico-social, e cada sociedade, em diferentes momentos, engendra sua própria construção. Idade média Na idade média o sistema de educação era informal. Crianças se misturavam com os adultos. Os filhos dos nobres, os meninos, recebiam ensinamentos das armas, e as meninas, tinham uma perceptora que ensinavam boas maneiras e o papel de esposa. As crianças pobres conviviam com mestres artesãos, com serviçais em casas ou com pequenos agricultores. Família (idade) Moderna – Final do Séc. XV e inicio Séc XVI e até XVII A partir do século XV, com a apropriação da educação das crianças pela escola, surge uma mudança na organização familiar. Infuencia cristã: Porém o cristianismo ambiguo: ideia do pecado original. A natureza é má e precisa ser restaurada. O que determina a postura em relação à infância muito repressora. Idade moderna O infanticídio persistiu na Europa até o fim do século XVII. Os pais podiam decidir pela morte da criança que eles não queriam conservar. Foi proibida pelos bispos. Influência católica (devoção menino Jesus) e protestante (disciplina e controle moral com as crianças). Idade moderna As mães e amas passara a tratar as crianças como fonte de prazer, devido a doçura e gracejos. Por outro lado, advogados, médicos, padres....reconheceram a fragilidade da infância. Destes dois grupos, Àries identifica dois sentimentos de infância: a paparicação e a exasperação A Família Bollelli, de Edgar Degas (1858-1860) Idade moderna Os moralistas e educadores dos séc XVII não admitiam os mimos as crianças. A educação se inspirou neste segundo grupo (exasperação) até o séc. XX. De “brinquedo encantador” a um ser que precisava ser educado e disciplinado. Influência na educação/ na escola. Idade Moderna Privilégio para o filho mais velho: preocupação com a preservação dos bens. O autor relacionou as mudanças nos séculos XVI e XVII, na família e na educação, com as modificações que ocorreram na arquitetura e nas habitações da época. As principais características dessa família sentimental moderna que surgiu nos séculos XVI e XVII foram: a igualdade entre os filhos; a volta das crianças ao lar (principalmente com o surgimento e a proliferação das escolas); a valorização da vida privada e a separação da família do mundo e sua oposição à sociedade; e por último, o sentimento da casa.