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UFCD: 3276

Formadora: Ana Delgado


 Identificar os modelos
psicopedagógicos adequados a
creches e jardins de infância;

 Identificar os fatores e reconhecer a


importância da organização dos
espaços e atividades pedagógicas.
2
 Precursores da educação pré-escolar.

 Principais correntes pedagógicas no


período contemporâneo
 Movimento educação nova;
 Pedagogia da educação popular;
 Pedagogia não diretiva;
 Pedagogia construtivista.
 Foram muitos os que, mesmo não
sendo educadores, pensaram e foram
estudiosos da educação, destacando-se
com as suas teorias e demonstrando
grande interesse pela formação de
crianças.
 Quando se fala de reconhecimento da
necessidade de uma atenção especial e
diferenciada na educação infantil,
destacam-se alguns precursores da educação
pré-escolar.

 Desde a Grécia antiga que há grande


preocupação com a educação.
 Os antigos gregos consideravam a educação
infantil como uma “criação”; cabia às mães
educarem os filhos até à idade de sete anos e
depois disso:
 Os meninos eram entregues à educação militar,
que era da responsabilidade do Estado;
 As meninas permaneciam sobre a tutela das
mulheres, aprendendo em casa as tarefas
domésticas.
 O mesmo modelo de educação infantil
informal foi usado na Roma Antiga que
considerava a educação familiar um
instrumento de formação para o futuro
cidadão.
 Durante vários períodos a educação
tentou fazer da criança uma cópia do
adulto, esquecendo-se que a infância
existe e precisa ser vivida.
 Ainda antes de Cristo, os filósofos
Sócrates e Platão se interessaram com a
educação da criança, mas sem grandes
resultados.
 A partir do Século XVI e XVII iniciou-se
um processo irreversível pelo interesse
da educação, com grandes percursores,
dos quais destacamos, em particular, os
que se interessaram pela Educação Pré-
Escolar.
 Natural da Morávia, Europa Central,
região que pertencia ao antigo Reino da
Boémia e hoje integra a República
Checa, foi o primeiro educador a
salientar a importância da educação
infantil formal. Viveu e estudou na
Alemanha e na Polónia.
Foi o iniciador da didática
moderna.
Criou uma teoria humanista e
espiritualista da formação do
homem que resultou em
propostas pedagógicas hoje
consagradas ou tidas como
muito avançadas.
 Entre essas ideias estavam:
O respeito ao estágio de
desenvolvimento da criança no
processo de aprendizagem;
A construção do conhecimento
através da experiência, da observação
e da ação;
 Uma educação sem punição mas com
diálogo, exemplos e ambiente
adequado;
 A necessidade da interdisciplinaridade, da
afetividade do educador e de um ambiente
escolar arejado, bonito, com espaço livre e
ecológico;
 A coerência de propósitos educacionais
entre família e escola;
 O desenvolvimento do raciocínio lógico e
do espírito científico e a formação do
homem religioso, social, político, racional
afetivo e moral.
 A guerra político-religiosa que foi também
uma guerra civil com brutal perseguição aos
não católicos, obrigou Comenius a deixar a
sua igreja e a entrar em clandestinidade.

 Refugiou-se na Polónia, depois foi para


Londres, a seguir Suécia onde é convidado a
promover a reforma do sistema escolar mas
não teve o êxito esperado, pois as suas ideias,
particularmente as religiosas, não foram
bem aceites pelos suecos.
 Dedicou toda a sua vida à
educação.

 Não obstante, a criança continuou


a ser considerada um adulto em
miniatura.
 Nascido Suíça, foi médico e um
importante filósofo, teórico político,
escritor e compositor autodidata.
Depois de vaguear pelo mundo fixou-se
em Paris. Em 1762, perseguido em
França refugia-se na Suíça, 3 anos
depois muda-se para Inglaterra e em
1767 regressa à França.
 Com Rousseau, muitas opiniões foram
contrariadas. Mas mesmo assim teve um
papel importantíssimo na história da
educação infantil.
 Foi ele quem “descobriu” a infância fazendo
com que se passasse a pensar na criança
como um ser com ideias próprias, diferentes
das do adulto.
 Vê a infância como um momento onde se vê,
se pensa e se sente o mundo de um modo
próprio.
 A sua filosofia é partidária de uma educação
natural e sempre esteve vinculada a uma
conceção otimista do homem e da natureza.

 A "educação natural" preconizada por ele,


encontra-se retratada na obra O Emílio, na
qual, de forma romanceada, expõe as suas
conceções, através dos relatos da educação de
um jovem, acompanhado por um mentor
ideal e afastado da sociedade corruptora.
 Essa educação naturalista, não significa retornar a
uma vida selvagem, primitiva e isolada, mas sim,
afastada dos costumes da aristocracia da época, da
vida artificial que girava em torno das convenções
sociais.

 A educação deveria levar o homem a agir por


interesses naturais e não por imposição de regras
exteriores e artificiais, pois só assim, o homem
poderia ser o dono de si próprio.

 Outro aspeto da educação natural está na não


aceitação, de uma educação intelectualista, que
fatalmente levaria ao ensino formal e livresco.
 O homem não se constitui apenas de intelecto
pois, disposições primitivas, nele presentes, como
as emoções, os sentidos, os instintos e os
sentimentos, existem antes do pensamento
elaborado.

 Com as suas ideias, ele derrubou as conceções


vigentes que pregavam ser a educação o processo
pelo qual a criança passava a adquirir
conhecimentos, atitudes e hábitos armazenados
pela civilização, sem transformações.

 Rousseau afirmou que a educação não vem de


fora, é a expressão livre da criança no seu contacto
com a natureza.
 Ao contrário da rígida disciplina e excessivo
uso da memória, então em vigor, propôs
serem trabalhadas com a criança:
 O brinquedo;
 O desporto;
 A agricultura e uso de instrumentos de
variados ofícios;
 A linguagem;
 O canto;
 A aritmética;
 A geometria.
 Através dessas atividades a criança estaria
medindo, contando, pesando; portanto,
seriam desenvolvidas atividades
relacionadas com a vida e os seus interesses.

 Podemos afirmar que as ideias de Rousseau


influenciam diferentes correntes
pedagógicas, principalmente as tendências
não diretivas, no século XX.
 Nasceu na Suíça e sofreu a influência
de Rousseau. A invasão francesa à Suíça
em 1798 revelou-lhe um caráter
verdadeiramente heróico, reuniu
crianças órfãs num convento
abandonado, e gastou as suas energias
educando-os.
Mas em 1799, o edifício foi
requisitado pelo invasor francês para
instalar ali um hospital e os seus
esforços foram perdidos.
Em 1802, muda-se para Paris onde se
dedica à Educação Infantil e tenta
convencer Napoleão a criar um
sistema nacional de educação (o que
não consegue) e começa assim a sua
dedicação a esse tema.
 Idealizou uma educação que pudesse mudar a
terrível condição de miséria do povo e o seu
entusiasmo obrigou os governantes a
interessarem-se pela educação das crianças
das classes desfavorecidas.
 Claramente influenciado pelas ideias de
Rousseau, acreditava na educação como um
desenvolvimento total do indivíduo, num
conjunto moral, intelectual e físico, cuja
potencialidade se encontra na criança, que
deve ser estimulada, principalmente no lar em
que vive.
 Pestalozzi acreditava que o indivíduo,
desde criança, possui todos os meios
necessários para a socialização plena e que o
papel do educador é justamente promover o
desenvolvimento desses valores já existentes
em cada indivíduo, sempre ressaltando a
importância da família na formação da
personalidade.
 Para ele:
 A mãe é a figura central do desenvolvimento
educacional.
 O conhecimento não é propriamente adquirido,
mas sim desenvolvido, pois cada ser humano já
nasce com a tendência espontânea da natureza
do seu próprio desenvolvimento.
 O indivíduo só precisa do estímulo do educador,
sempre subordinado à educação moral e
espiritual.

 Foi dos educadores que mais valorizaram o afeto


no ensino e tratamento com crianças.
 Nascido na Alemanha, trabalhou com Pestalozzi.
Tornou-se professor e ainda jovem fez uma visita à
escola de Pestalozzi, na Suíça. Em de 1826,
publicou a sua obra mais importante, A Educação
do Homem. Logo se mudou para Suíça, onde
treinou professores e coordenou um orfanato.
Após adquirir essas experiências, fundou o
primeiro jardim de infância, na cidade alemã de
Blankenburg.
 Embora influenciado por Pestalozzi, foi
totalmente independente e crítico, formulando
os seus próprios princípios educacionais.

 Os seus ideais na educação foram considerados


politicamente radicais e, durante alguns anos,
foram banidos.

 Em 1837, Froebel abriu o primeiro jardim-de-


infância, onde as crianças eram consideradas
como plantinhas de um jardim, do qual o
professor seria o jardineiro; de início foram
chamados “viveiros infantis”.
 A criança expressar-se-ia através das atividades de
perceção sensorial, da linguagem e do brinquedo.
A linguagem oral seria associada à natureza e à
vida.
 Froebel foi um defensor do desenvolvimento
genético. Para ele o desenvolvimento ocorre
segundo as seguintes etapas:
 A infância;
 A adolescência; Todas elas
igualmente
 A idade adulta;
importantes.
 A velhice.
 Froebel foi o primeiro educador a enfatizar o
brinquedo, a atividade lúdica, a apreender o
significado da família nas relações humanas.

 Idealizou recursos sistematizados para as


crianças se expressarem: blocos de construção
(que eram utilizados pelas crianças nas suas
atividades criadoras), papel, papelão, argila e
serradura.

 O desenho e as atividades que envolvem o


movimento e os ritmos eram muito
importantes.
 Para a criança se conhecer, o primeiro passo
seria chamar a atenção para os membros de seu
próprio corpo, para depois chegar aos
movimentos das partes do corpo.
 Valorizava também a utilização de histórias,
mitos, lendas, contos de fadas e fábulas, assim
como as excursões e o contacto com a natureza.
 Para ele:
A educação deve-se basear na
evolução natural das atividades da
criança;
 O objetivo do ensino deve ser sempre
extrair mais do homem do que colocar
mais dentro dele;
 A criança não deve ser iniciada em
nenhum novo assunto enquanto não
estiver madura para ele.
 Uma das melhores ideias de Froebel que
mais contribuiu para a Pedagogia Moderna
foi a de que o ser humano é essencialmente
dinâmico e produtivo, e não meramente
recetivo. O homem é uma força auto-
geradora e não uma esponja que absorve
conhecimento do exterior.

 Froebel não considerava os aspetos sociais e


achava que as atividades levavam
espontaneamente ao conhecimento, o que
não corresponde à realidade.
 Natural da Alemanha, foi
um filósofo, psicólogo, pedagogista e
fundador da pedagogia como disciplina
académica. Trouxe grandes
contribuições para a Pedagogia como
para a Ciência.
Realizou a sua primeira experiência
pedagógica aos vinte anos, como
professor particular em Interlaken, na
Suíça, período em que ficou amigo
de Pestalozzi.
Foi influenciado por ele mas, ao
contrário de Froebel e Herbart atribuía
um papel importante às influências
externas, tanto do meio ambiente como
das pessoas.
 Por se basear no princípio de que a mente humana
apenas apreende novos conhecimentos e só
participa do aprendizado passivamente, o
herbartianismo resultou num ensino que hoje
qualificamos de tradicional.

 As escolas herbartianas transmitiam um ensino


totalmente recetivo, sem diálogo entre professor e
aluno e com aulas que obedeciam a esquemas
rígidos e preestabelecidos.
 Ele tinha o intuito de mecanizar a educação, que
deveria seguir minuciosamente cinco etapas para o
ato de ensinar:
 A preparação, que é o processo de relacionar o
novo conteúdo a conhecimentos ou lembranças
que o aluno já possua, para que ele adquira
interesse na matéria;

 A apresentação ou demonstração do conteúdo.

 A associação, na qual a assimilação ou


aprendizagem do assunto se completa por meio
de comparações minuciosas com conteúdos
anteriores.
 A generalização, que parte do conteúdo recém-
aprendido para a formulação de regras globais; é
especialmente importante para desenvolver a
mente além da perceção imediata.

 A aplicação, que tem como objetivo mostrar


utilidade para o que se aprendeu.

 Apesar de tudo Herbart foi um dos pensadores que


mais se interessaram pela psicologia do educando e
do modo como ela influencia a sua aprendizagem.
 Natural de Itália, formou-se em
medicina, iniciando um trabalho com
crianças com deficiências na clínica da
universidade, dedicando-se,
posteriormente, a experimentar os
mesmos procedimentos em crianças
sem problemas.
 Acredita que as crianças trazem dentro de si o
potencial criador que permite que elas mesmas
conduzam a sua aprendizagem e encontrem um
lugar no mundo.
 A pedagogia de Montessori insere-se no
movimento das Escolas Novas, uma oposição aos
métodos tradicionais que não respeitavam as
necessidades e os mecanismos evolutivos do
desenvolvimento da criança.
 O seu método parte do concreto para o abstrato.
Baseia-se na observação de que as crianças
aprendem melhor pela experiência direta de
procura e descoberta.
 Para tornar esse processo o mais rico possível,
desenvolveu os materiais didáticos que
constituem um dos aspetos mais conhecidos de
seu trabalho.

 São objetos simples, mas muito atraentes, e


projetados para provocar o raciocínio. Há
materiais pensados para auxiliar todo o tipo de
aprendizagem:
 As funções sensoriais;
 A aprendizagem da leitura, da escrita, e do
cálculo.
 É por isso que ela produz uma série de
cinco grupos de materiais didáticos:
 Exercícios Para a Vida Quotidiana;
 Material Sensorial;
 Material de Linguagem;
 Material de Matemática;
 Material de Ciências.
 Estes materiais são constituídos por peças sólidas
de diversos tamanhos e formas:
 Caixas para abrir, fechar e encaixar;
 Botões para abotoar;
 Séries de cores, de tamanhos, de formas e
espessuras diferentes;
 Coleções de superfícies de diferentes texturas e
campainhas com diferentes sons.

 Na alfabetização, utiliza objetos como o alfabeto


móvel, e parte do som da letra para se construir a
palavra e depois o texto.
 O Material Dourado é um dos materiais criados
por Montessori. Este material baseia-se nas regras
do sistema de numeração, confecionado em
madeira, é composto por cubos, placas, barras e
cubinhos.
 O cubo é formado por dez placas, a placa por dez
barras e a barra por dez cubinhos.

Este material é de grande importância na


numeração, e facilita a aprendizagem dos algoritmos
da adição, da subtração, da multiplicação e da
divisão.
 O Material Dourado desperta no aluno a
concentração, o interesse, além de desenvolver a
inteligência e a imaginação criadora, pois a criança está
sempre predisposta ao jogo.

 O aluno usa, individualmente, os materiais à medida


da sua necessidade. A livre escolha das atividades pela
criança é outro aspeto fundamental para que exista a
concentração e para que a atividade seja formadora e
imaginativa.

 Essa escolha realiza-se com ordem, disciplina e com


um relativo silêncio. O silêncio desempenha papel
preponderante. A criança fala quando o trabalho assim
o exige e a professora não precisa falar alto.
 O Método Montessori contempla doze pontos
essenciais:
 Baseia-se em anos de observação da natureza da
criança;
 Demonstrou ter uma aplicabilidade universal;
 Revelou que a criança pequena pode ser uma
amante do trabalho intelectual, escolhido de
forma espontânea, e assim, realizado com muita
alegria;
 Baseia-se numa necessidade vital para a criança
que é a de aprender fazendo;
 Em cada etapa do crescimento mental da criança
são proporcionadas atividades com as quais se
desenvolvem as suas faculdades;
 Ainda que ofereça à criança uma grande
espontaneidade consegue capacitá-la para
alcançar os mesmos níveis, ou até mesmo
níveis superiores de sucesso escolar, que os
alcançados sobre os sistemas antigos.

 Consegue uma excelente disciplina apesar


de prescindir de recompensas e castigos.
Explica-se tal facto por se tratar de uma
disciplina que tem origem dentro da própria
criança e não imposta de fora.
 Baseia-se num grande respeito pela personalidade
da criança, concedendo-lhe espaço para crescer
com maior independência, dando-lhe mais
liberdade que se constitui no fundamento de uma
disciplina real.
 Permite ao professor tratar cada criança
individualmente em cada matéria, e assim fazê-lo
de acordo com as suas necessidades individuais.
 Cada criança trabalha no seu próprio ritmo.
 Não necessita de desenvolver o espírito de
competitividade e a cada momento procura
oferecer às crianças muitas oportunidades para a
ajuda mútua o que é feito com grande prazer e
alegria.

 Já que a criança trabalha partindo de sua livre


escolha, sem castigos ou prémios e sem
necessidade de competir, não sente as tensões, os
sentimentos de inferioridade e outras experiências
capazes de deixar marcas no decorrer da sua vida.
 O método Montessori propõe-se desenvolver:
 A totalidade da personalidade da criança e não
somente as suas capacidades intelectuais.
 As capacidades de iniciativa, de deliberação e de
escolhas independentes e os componentes
emocionais.

 A individualidade, a atividade e a liberdade do


aluno são as bases da sua teoria, com ênfase para o
conceito de indivíduo como sujeito e objeto do
ensino.
 Defendia uma conceção de educação que se
estende além dos limites do acumular de
informações.

 O objetivo da escola é a formação integral do


jovem, uma “educação para a vida”.

 O Método Montessoriano propagou-se na


Europa e na América, sendo ainda hoje usado
em algumas escolas.
 É natural de Neuchâtel, Suíça, estudou Biologia e
Filosofia. Trabalhou como psicólogo experimental,
frequentou algumas aulas e trabalhou como
psiquiatra numa clínica. Essas experiências
influenciaram muito o seu trabalho.
 Piaget mudou-se para França onde foi convidado a
trabalhar no laboratório de um famoso psicólogo
infantil que desenvolveu testes de inteligência
padronizados para crianças.
 Foi nessa altura que Piaget notou que as
crianças francesas da mesma faixa etária
cometiam erros semelhantes nesses testes e
concluiu que o pensamento se desenvolve
gradualmente, à medida da idade, ao
contrário do que, até o início do século XX,
se afirmava.
 Assumia-se que as crianças pensavam e
raciocinavam da mesma maneira que os
adultos.
 A crença da maior parte das sociedades era a de
que qualquer diferença entre os processos
cognitivos entre crianças e adultos era
sobretudo pelo tamanho: os adultos eram
superiores mentalmente, do mesmo modo que
eram fisicamente maiores, mas os processos
cognitivos básicos eram os mesmos ao longo da
vida. Piaget iniciou estudos experimentais
sobre a mente humana.

 Em 1921 voltou para a Suíça e tornou-se director


de estudos do Instituto J. J. Rousseau da
Universidade de Genebra.
 Aí iniciou o maior trabalho da sua vida,
observando as crianças nas suas
brincadeiras e registando meticulosamente
as suas palavras, ações e processos de
raciocínio.

A partir destas observações cuidadosas


assim como dos seus próprios filhos,
concluiu que em muitas questões cruciais as
crianças não pensam como os adultos, pois a
sua maturidade não lho permite.
 A teoria de Piaget do desenvolvimento cognitivo é
uma teoria de etapas, uma teoria que pressupõe
que os seres humanos passam por uma série de
mudanças ordenadas e previsíveis.

 Uma escola que se diga fundamentada na teoria de


Jean Piaget, deve ter a sua prática pedagógica
orientada por alguns dos seus princípios básicos:
 Ação - as crianças conhecem os objetos usando-
os;
 Representação - toda a atividade deve ser
representada, de modo a permitir que a criança
manifeste o seu simbolismo;
 Atividades de Grupo - o desenvolvimento da
criança acontece no contato e na interação
com outras crianças, daí a necessidade da
promoção de atividades em grupo. Piaget
pressupõe que o grupo se forme
espontaneamente e que o tema pesquisado
seja como um verdadeiro problema do grupo.
Cabe ao professor criar as situações
problemáticas, mas nunca impor um tema;
 Organização - é adquirida através da
atividade. É fazendo a atividade que a criança
se organiza;
 Professor problematizador - o professor é o
desafiador da criança, ele cria dificuldades e
problemas. Nas escolas com essa
fundamentação a pré-escola não é um
passatempo mas sim um espaço que permite a
diversificação e ampliação das experiências das
crianças, promovendo a sua autonomia.
 Áreas do conhecimento integradas - no
currículo da pré-escola de orientação fundada
nas teorias de Piaget, as diferentes áreas do
conhecimento são integradas. O eixo central
desse currículo são as atividades.
 Piaget é um defensor da Escola
Nova que merece destaque pelas
suas inovações que continuam
actuais até hoje.
 Nasceu na cidade de Burlington
(Vermont). Foi filósofo e tornou-se um
dos maiores pedagogos americanos,
contribuindo intensamente para a
divulgação dos princípios do que se
chamou Escola Nova.
 Dewey não aceita a educação pela instrução
proposta por Herbart e propõe a educação
pela ação; critica severamente a educação
tradicional, principalmente no que se refere
à valorização dada ao intelectualismo e à
memorização.

 Quanto a ele, a educação tem como


finalidade propiciar à criança condições para
que resolva por si própria os seus problemas,
e não as tradicionais ideias de formar a
criança de acordo com modelos prévios.
 Atribui grande valor às atividades manuais,
pois apresentam situações/problemas
concretos para serem resolvidos.
 O processo de ensino - aprendizagem para
Dewey estaria baseado na compreensão de
que o saber é constituído por conhecimentos
e vivências que se entrelaçam de forma
dinâmica.
 O conceito central do pensamento de Dewey
é a experiência, a qual consiste em
experimentar e em provar.
 Com base nas experiências que prova, a
experiência educativa torna-se para a criança num
ato de constante reconstrução.
 Um dos seus principais objetivos é educar a criança
como um todo. O que importa é o crescimento –
físico, emocional e intelectual.
 Uma das principais lições deixadas por John
Dewey é a de que, se não há separação entre vida e
educação, esta deve preparar para a vida,
promovendo o seu constante desenvolvimento.
Como ele dizia, "as crianças não estão, num dado
momento, a ser preparadas para a vida e num
outro momento, vivendo essa vida."
 Foi um pedagogo e pedagogista anarquista francês,
uma importante referência da pedagogia de sua
época, cujas propostas continuam a ter grande
ressonância na educação dos dias atuais.

 Em 1956, lançou uma Campanha Nacional para


quantificar os alunos nas salas de aula. Lutava pelo
máximo de 25 alunos em cada classe ou turma.
 Crítico da Escola Tradicional, que considera
fechada, contrária à descoberta, ao interesse
e ao prazer da criança, é também um crítico
das Escolas Novas. Foi criador, na França, do
Movimento da Escola Moderna.
 O seu objetivo básico era desenvolver uma
Escola Popular.
 Era contra o autoritarismo sob qualquer aspeto,
sendo contrário à avaliação quantitativa e à
imposição de castigos e sanções. Isso não
significa que, de acordo com a corrente
pedagógica que criou, não deva haver ordem e
disciplina na sala de aula. Ao contrário, o
respeito mútuo entre professor e aluno é
fundamental.

 Para Freinet as mudanças necessárias e


profundas na educação deveriam ser feitas pela
base, ou seja, pelos próprios professores.
O movimento pedagógico fundado por ele
carateriza-se:
 Pela sua dimensão social, evidenciada pela defesa
de uma escola centrada na criança.
 Atribui grande ênfase ao trabalho: as atividades
manuais têm tanta importância como as
intelectuais, a disciplina e a autoridade resultam
do trabalho organizado.
 É vista como elemento ativo de mudança social;
 É também popular por não marginalizar as
crianças das classes menos favorecidas.
 Propõe o trabalho/jogo como atividade
fundamental.
 Algumas técnicas da pedagogia de Freinet
são:
 O desenho livre;
 O texto livre;
 As aulas passeio;
 A correspondência interescolar;
 O jornal;
 O livro da vida (diário e coletivo);
 O dicionário dos pequenos;
 O caderno circular para os professores…
 Podemos afirmar que Freinet é um dos
pedagogos contemporâneos que mais
contribuições oferece àqueles que,
atualmente, estão preocupados com a
construção de uma escola ativa, dinâmica,
historicamente inserida num contexto social
e cultural.
 Tendo em conta todos os
precursores que estudaste, faz
um resumo sobre as suas ideias
para a educação pré escolar.
 Comenius:
 Iniciador da didática moderna.
 Desenvolveu uma teoria humanista e espiritualista
da formação, que deve contemplar:
o O respeito ao estágio de desenvolvimento da
criança no processo de aprendizagem;
o A construção do conhecimento através da
experiência, da observação e da ação;
o Uma educação sem punição mas com diálogo,
exemplos e ambiente adequado;
o A necessidade da interdisciplinaridade, da
afetividade do educador e de um ambiente
escolar arejado, bonito, com espaço livre e
ecológico;
o A coerência de propósitos educacionais entre
família e escola;
o O desenvolvimento do raciocínio lógico e do
espírito científico e a formação do homem
religioso, social, político, racional afetivo e moral.
o A necessidade da interdisciplinaridade, da
afetividade do educador e de um ambiente
escolar arejado, bonito, com espaço livre e
ecológico;
o A coerência de propósitos educacionais entre família e
escola;

o O desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito


científico e a formação do homem religioso, social,
político, racional afetivo e moral.

 Rosseau:
 “Descobriu” a infância fazendo com que se passasse a
pensar na criança como um ser com ideias próprias,
diferentes das do adulto.
 A sua filosofia assentou numa educação natural – estima
que é preciso partir dos instintos naturais da criança para
os desenvolver – que defende:
o A educação afastada dos costumes da aristocracia da
época e da vida artificial que girava em torno de
convenções sociais;
o A educação deveria levar o homem a agir por interesses
naturais e não por imposição de regras exteriores e
artificiais;
o A não aceitação, de uma educação intelectualista, que
fatalmente levaria ao ensino formal e livresco.
 Afirmou que a educação não vem de fora, é a expressão livre
da criança no seu contacto com a natureza.
 Propôs serem trabalhadas com a criança:
o O brinquedo;
o O desporto;
o A agricultura e uso de instrumentos de variados ofícios;
o A linguagem;
o O canto;
o A aritmética;
o A geometria.
 Através dessas atividades a criança estaria medindo,
contando, pesando; portanto, seriam desenvolvidas
atividades relacionadas com a vida e os seus
interesses.

Pestalozzi:
 Idealizou uma educação que pudesse mudar a
terrível condição de miséria do povo e o seu
entusiasmo obrigou os governantes a interessarem-
se pela educação das crianças das classes
desfavorecidas.
 Para ele:
o A mãe é a figura central do desenvolvimento
educacional.
o O conhecimento não é propriamente adquirido,
mas sim desenvolvido, pois cada ser humano já
nasce com a tendência espontânea da natureza do
seu próprio desenvolvimento.
o O indivíduo só precisa do estímulo do educador,
sempre subordinado à educação moral e espiritual.
o A educação é o desenvolvimento total do indivíduo,
num conjunto moral, intelectual e físico, cuja
potencialidade se encontra na criança.
o A família era muito importante na formação da
personalidade.

 Foi dos educadores que mais valorizaram o afeto no


ensino e tratamento com crianças.

 Froebel:
 Abriu o primeiro jardim-de-infância, onde as
crianças eram consideradas como plantinhas de um
jardim, do qual o professor seria o jardineiro; de
início foram chamados “viveiros infantis”.
 A criança expressar-se-ia através das atividades de
perceção sensorial, da linguagem e do brinquedo. A
linguagem oral seria associada à natureza e à vida.
 Idealizou recursos sistematizados para as crianças
se expressarem: blocos de construção, papel,
papelão, argila e serradura.
 O desenho e as atividades que envolvem o
movimento e os ritmos eram muito importantes.
 Para a criança se conhecer, o primeiro passo seria
chamar a atenção para os membros de seu próprio
corpo, para depois chegar aos movimentos das
partes do corpo.
 Valorizava também a utilização de histórias, mitos,
lendas, contos de fadas e fábulas, assim como as
excursões e o contacto com a natureza.
 Para ele:
o A educação deve-se basear na evolução natural
das atividades da criança;
o O objetivo do ensino deve ser sempre extrair
mais do homem do que colocar mais dentro dele;
o A criança não deve ser iniciada em nenhum novo
assunto enquanto não estiver madura para ele.
o O ser humano é essencialmente dinâmico e
produtivo, e não meramente recetivo. O homem
é uma força auto-geradora e não uma esponja
que absorve conhecimento do exterior.
 Herbart
 Baseia-se no princípio de que a mente humana apenas
detém novos conhecimentos e só participa do aprendizado
passivamente, o herbartianismo resultou num ensino que
hoje qualificamos de tradicional.

 As escolas herbartianas transmitiam um ensino totalmente


recetivo, sem diálogo entre professor e aluno e com aulas
que obedeciam a esquemas rígidos e preestabelecidos.
 Ele tinha o intuito de mecanizar a educação, que deveria
seguir minuciosamente cinco etapas para o ato de ensinar:
 A preparação;
 A apresentação ou demonstração do conteúdo.
 A associação;
 A generalização;
 A aplicação.
 Apesar de tudo Herbart foi um dos pensadores que mais se
interessaram pela psicologia do educando e do modo como
ela influencia a sua aprendizagem.

 Montessori:
 Acredita que as crianças trazem dentro de si o potencial
criador que permite que elas mesmas conduzam a sua
aprendizagem e encontrem um lugar no mundo.
 A sua pedagogia insere-se no movimento das Escolas Novas,
por oposição à Escola Tradicional.
 O seu método parte do concreto para o abstrato.
 Desenvolveu vários materiais didáticos: são objetos simples,
mas muito atraentes, e projetados para provocar o
raciocínio.
 Há materiais pensados para auxiliar todo o tipo de
aprendizagem:
o As funções sensoriais;
o A aprendizagem da leitura, da escrita, e do
cálculo.

 Produziu uma série de cinco grupos de materiais


didáticos:
o Exercícios Para a Vida Quotidiana;
o Material Sensorial;
o Material de Linguagem;
o Material de Matemática;
o Material de Ciências.
 Produziu o Material Dourado:
o Baseia-se nas regras do sistema de numeração;
o É composto por cubos, placas, barras e cubinhos,
o Facilita a aprendizagem dos algoritmos da adição, da
subtração, da multiplicação e da divisão;
o Desperta no aluno concentração, interesse e
imaginação.
 O Método Montessori contempla doze pontos
essenciais:
o Baseia-se em anos de observação da natureza da
criança;
o Demonstrou ter uma aplicabilidade universal;
o Revelou que a criança pequena pode ser uma amante
do trabalho intelectual, escolhido de forma
espontânea, e assim, realizado com muita alegria;
o Baseia-se numa necessidade vital para a
criança que é a de aprender fazendo;
o Em cada etapa do crescimento mental da
criança são proporcionadas atividades com
as quais se desenvolvem as suas faculdades;
o Ainda que ofereça à criança uma grande
espontaneidade consegue capacitá-la para
alcançar os mesmos níveis, ou até mesmo
níveis superiores de sucesso escolar, que os
alcançados sobre os sistemas antigos.
o Consegue uma excelente disciplina apesar
de prescindir de recompensas e castigos.
o Baseia-se num grande respeito pela personalidade da
criança, concedendo-lhe espaço para crescer com maior
independência, dando-lhe mais liberdade;

o Permite ao professor tratar cada criança individualmente em


cada matéria, e assim fazê-lo de acordo com as suas
necessidades individuais.

o Cada criança trabalha no seu próprio ritmo.

o Não necessita de desenvolver o espírito de competitividade e


a cada momento procura oferecer às crianças muitas
oportunidades para a ajuda mútua o que é feito com grande
prazer e alegria.
o Já que a criança trabalha partindo de sua livre escolha, sem
castigos ou prémios e sem necessidade de competir, não
sente as tensões, os sentimentos de inferioridade e outras
experiências capazes de deixar marcas no decorrer da sua
vida.

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