O documento descreve a evolução da percepção da criança ao longo da história, desde a visão naturalista da Renascença até os séculos XVI-XVII. Inicialmente, a criança era vista como parte da linhagem familiar e sua educação era responsabilidade da comunidade. Posteriormente, com o surgimento das cidades, a criança passou a ser vista como indivíduo e a educação e afetividade se tornaram assuntos privados da família nuclear.
O documento descreve a evolução da percepção da criança ao longo da história, desde a visão naturalista da Renascença até os séculos XVI-XVII. Inicialmente, a criança era vista como parte da linhagem familiar e sua educação era responsabilidade da comunidade. Posteriormente, com o surgimento das cidades, a criança passou a ser vista como indivíduo e a educação e afetividade se tornaram assuntos privados da família nuclear.
O documento descreve a evolução da percepção da criança ao longo da história, desde a visão naturalista da Renascença até os séculos XVI-XVII. Inicialmente, a criança era vista como parte da linhagem familiar e sua educação era responsabilidade da comunidade. Posteriormente, com o surgimento das cidades, a criança passou a ser vista como indivíduo e a educação e afetividade se tornaram assuntos privados da família nuclear.
PROF DRA. MAURILANE DE SOUZA BICCAS 2 SEMESTRE DE 2014 NOTURNO Trabalho Individual 3 Texto: A Individualizao da Criana (GLIS, Jacques. In: ARIS, Philippe; DUBY, Georges (orgs). Histria da Vida Privada. So Paulo. Companhia das Letras, 2009, p. 305-320. (vol. 3 Da Renascena ao sculo das Luzes). A viso naturalista da vida meu corpo da famlia/linhagem Conscincia naturalista da vida e da passagem do tempo: os membros de uma famlia eram co-dependentes (os laos de sangue e dos ancestrais eram quase concretos). Era uma conscincia de corpo diferente da nossa: era individual, porm dependente em relao linhagem: O indivduo dispunha do prprio corpo somente na medida em que no contrariasse os interesses da famlia. (p. 306). A criana era pblica. Dependente de sua me at os 20, 24 ou 30 meses (amamentao), pois nascia incompleta. Aps o desmame ela entrava no perodo da primeira infncia onde pblico e privada se interpenetravam: havia ritos pblicos em que os marcos da infncia so o centro da sociedade/comunidade. Alm dos ritos, a educao era um conjunto de influncias que faziam de cada ser um produto da coletividade e preparavam cada indivduo para o papel que dele se esperava (p. 308). No havia intimidade, mas o sentimento de pertena a uma grande famlia. Finais do sculo XIV meu corpo meu (novo sentimento de infncia) Surgem sinais de uma nova relao com as crianas, nos meios abastados da cidade: era menos afeio com as crianas e mais preservao de suas vidas. Essa vontade de salvar a criana aumenta no sculo XVII. um novo olhar que o homem lana a si mesmo. H a contradio entre o desejo de viver e a vontade de perpetuar-se. Os comportamentos familiares se modificam. A essa nova forma de relao entre o indivduo e o grupo corresponde uma nova imagem do corpo (...) o indivduo tem seu prprio peso, e a sombra do grupo familiar (...) j no apaga a personalidade (p. 310).
A criana passa a ocupar um lugar importante entre as preocupaes dos
pais: essa mudana (mutao cultural) ocorre em longo perodo (no h cronologia precisa) e sem linearidade. O tom dessa mudana foi dado pela cidade da
Renascena, onde a viso naturalista tende a desaparecer, atenua-se a referncia
aos ancestrais. A questo da nutrio deve ser recolocada no debate mais geral entre natureza e cultura, entre inato e adquirido. (...) Enquanto alguns pais entregam o filho a uma nutriz, outros encontram na companhia dele "divertimento e alegria". As duas atitudes no so contraditrias; atestam que agora possvel escolher. (p. 312-3)
Sculos XVI-XVII afetividade e a famlia nuclear do pblico ao
privado Para combater as infuses de afetividade, uma corrente impe regras de comportamento conforme o decoro: uma atitude repressiva educao privada e o espao afetividade esse um dos motivos da Igreja e do Estado terem retomado a responsabilidade educao. a vontade do poder poltico e religioso de controlar a sociedade. Colocar a criana na escola equivale a tirar da natureza. O individualismo cresce sem cessar. Assim se efetua uma dupla passagem: da famlia-tronco famlia nuclear; de uma educao pblica comunitria e aberta, destinada a integrar a criana na coletividade para que incorpore os interesses e os sistemas de representao da linhagem, a uma educao pblica de tipo escolar, destinada tambm a integr-la, facilitando o desenvolvimento de suas aptides. (p. 315)
H a exaltao ento da criana mstica, que se ope concepo
naturalista. Assim como a difuso do modelo laico de criana prodgio.
O interesse ou a indiferena com relao criana no so realmente a
caracterstica desse ou daquele perodo da histria. As duas atitudes coexistem no seio de uma mesma sociedade, uma prevalecendo sobre a outra em determinado momento por motivos culturais e sociais que nem sempre fcil distinguir. (p. 318)
Castorina, J.A Et Ali. Piaget - Vigostsky - Novas Contribuições para o Debate, SP, Ed Ática, 1990. Capítulo I - o Debate Piaget-Vygotsky - A Busca de Um Critério para Sua Avaliação