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Personagens:
-Simão Botelho (personagem principal, amante de Teresa, herói romântico de
carácter excecional, individualista, egocêntrico com desejo do infinito, belo e
inteligente / inicialmente muito violento , arruaceiro e rebelde, transforma-se,
através do amor, num homem sensível, esforçado e determinado por Teresa);
-Teresa Albuquerque (Protagonista, menina de 15 anos que se apaixona por
Simão, regularmente bonita e bem-nascida, sendo uma herdeira rica. Representa
uma heroína romântica, ou seja, sendo uma vítima indefesa das normas sociais
do mundo que a rodeia que a não compreende.)
-Baltazar Coutinho (Anti-herói, assassinado por Simão, primo prometido a
Teresa que, sendo confiante em si próprio, a recusa desta fere o seu orgulho a
ponto de não desistir da prima);
-Mariana (Moça pobre e do campo, com belos e tristes olhos. Filha de João da
Cruz, ama Simão incondicionalmente, apesar de este amor não ser
correspondido, estando disposta a sacrificar-se tudo pela felicidade deste e do
êxito da paixão proibida que não faz parte.)
-João da Cruz (Protege Simão pela dívida de gratidão para com o seu pai,
Domingos Botelho, apesar de saber que o amor de sua filha nunca será
correspondido)
-Mendiga (cumpre de forma exímia a sua função de intermediária)
-Domingos Botelho (Opõe-se à relação amorosa, visto que Teresa é filha de seu
maior inimigo)
-Tadeu de Albuquerque (Não aceita a relação de Teresa, sobrepondo questões de
honra à felicidade desta)
-D.Rita Preciosa (Apesar de parecer preocupar-se com Simão, não ousa
enfrentar o marido, mãe de Simão)
Estrutura da Obra:
Estrutura externa:
-Introdução;
-20 capítulos;
-Conclusão;
/
-Introdução (amou);
-Desenvolvimento (perdeu-se);
-Conclusão (morreu amando);
Narrador
-Interage frequentemente com o narratário;
-Exprime juízos de valor, assumindo uma perspectiva subjetiva;
-É omnisciente;
Mini-Resumo do Enredo:
Amor de Perdição conta a história de amor entre Teresa e Simão, filhos de
famílias rivais em Viseu. Descobrindo o romance da filha, Tadeu de
Albuquerque decide promete-la ao seu primo de forma a evitar o seguimento
desta relação, porém Teresa rejeita-o. Assim, Baltazar Coutinho alia-se aos seus
tios e juntos decidem enviar Teresa para um convento caso esta não aceite casar
consigo. Teresa, demonstrando o seu orgulho e a sua vertente de heroína
romântica, finge obedecer ao seu pai, prometendo afastar-se de Simão.
Enquanto isto, o pai de Simão, também nada satisfeito com este relacionamento,
decide-o enviar para Coimbra para concluir os seus estudos.
Porém, os dois continuavam a comunicar-se por cartas com a ajuda de uma
Mendiga. Assim, sentindo imensas saudades de Teresa, Simão decide voltar a
Viseu para a ver, sendo hospedado furtivamente por João da Cruz, ferreiro,
homem destemido, leal e forte. Sob proteção de João, Simão tenta alcançar a
casa de Teresa, mas lá estava Baltasar. No meio da festa Teresa tenta falar com
Simão no jardim, porém, o casal é surpreendido e gera-se uma confusão que
acaba com a morte dos dois criados de Baltasar e com Simão ferido. Simão
refugia-se na casa de João da Cruz enquanto se recupera.
Para punir a rebeldia da filha, Tadeu de Albuquerque envia-a para o convento
de Monchique, porém, esta antes permanece noutro convento em Viseu
enquanto Tadeu aguardava resposta do convento do Porto.
Na casa de João da Cruz, Mariana, sua filha, trata de Simão, nascendo nela um
amor incondicional por ele.
Mariana decide ajudar os amantes e vai até ao convento de Viseu onde Teresa
estava “presa” de forma a ajudar na comunicação dos dois. É bem sucedida e,
com a desculpa de ver uma amiga, recebe um recado de Teresa para Simão que
consistia na notícia de que esta iria para um convento no Porto.
Simão fica furioso e, apesar das advertências de Mariana e de João da Cruz,
decide salvar Teresa do convento sozinho, demonstrando a sua honra e o seu
herói romântico. É porém confrontando novamente com Baltasar e Tadeu e,
após provocações do primo de Teresa, Simão assassina-o.
Mais uma vez demonstrando a sua honra, Simão decide enfrentar as
consequências dos seus atos e deixa-se ser preso, sendo condenado à morte.
Porém, com a ajuda de seu pai, corregedor, a pena é convertida para o degredo
na Índia.
No meio de tanta tragédia, Simão descobre que seu fiel amigo, João da Cruz,
fora assassinado pelo filho de alguém que matou no passado no Porto após ter
decidido ir ver sua filha.
Mariana decide, como não tem mais ninguém, acompanhar Simão no seu
desterro.
A sentença do desterro é que Simão é condenado a 10 anos na Índia, o que para
Simão é sinónimo de humilhação e miséria.
Teresa pede a Simão que aceite os 10 anos de cadeia, porém, este responde
contrariamente, dizendo que a morte era preferível a ambos. Assim, vendo que
perdera Simão e perdendo as suas forças, Teresa apresenta a sua opção: a morte.
Simão embarca para a Índia com Mariana e, no convés, olhando para o
convento de Monchique, reconhece o vulto de Teresa que o acena com um lenço
e ele acena de volta. Pouco tempo depois Simão recebe a notícia da morte de
Teresa.
Conclusão: Simão lê a última carta de Teresa e adoece. Nove dias depois morre
e, no momento em que seu corpo é atirado ao mar, Mariana atira-se também à
água e morre com ele.
O amor-paixão (pág.162):
Para se falar de paixão nesta obra é necessário referir o Amor de perdição, onde
o amor e a morte se reúnem. Se a paixão que conduz ao desenlace trágico é
amor ou orgulho (Teresa), manifestando-se no sentimento de honra (Simão) e de
dignidade, é uma questão controversa, tal como a coerência do desenvolvimento
psicológico das personagens.
A questão do Fatalismo e do Livre-Arbítrio, é outra problemática central em
Amor de Perdição, pois apesar de os personagens terem a habilidade de
tomarem as suas próprias decisões, estas levam-nas sempre para situações e fins
trágicos, ou seja, contribuindo para o desenlace trágico, não conseguindo fugir
do seu destino fatal.
/
-Tema nuclear da ação;
-Sentimento avassalador, febril, egoísta;
-Sentimento que desperta o desejo de vingança e de conservação da honra;