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Economia
Economia Solidária
Solidária
Ministério
da Educação 4 Caderno Pedagógico Educandas e Educandos
ProJovem Campo - Saberes da Terra
Economia
Solidária
Economia
Solidária
Ministério
BRASÍLIA | DF | 2010 da Educação
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
Diretoria de Educação para a Diversidade
Coordenação Geral de Educação do Campo
Coordenação
Armênio Bello Schmidt
Sara de Oliveira Silva Lima
Wanessa Zavarese Sechim
Editoração de comunicação
Dirceu Tavares de Carvalho Lima Filho
Projeto gráfico
Adrianna Rabelo Coutinho | Celso Hartkopf | Rodrigo Santos
Ilustração
Henrique Koblitz Essinger
Revisão
Antônio Neto das Neves
Economia solidária: caderno pedagógico educandas e educandos / Coordenação: Armênio Bello Schmidt, Sara de Oliveira Silva Lima, Wanessa
Zavarese Sechim. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2010.
CDU 37.014.2(81)
Sumário
APRESENTAÇÃO 15
TEXTOS:
1. Solidariedade 23
Secad - MEC
2. A vida verdadeira 24
Thiago de Mello
4. Imagens 29
8. Finanças Solidárias 37
Cartilha das Redes de Colaboração Solidária
9. Banco Palmas 45
Centro de Ação Comunitária -CEDAC
11. O Açúcar 51
Ferreira Gullar
12. Cidadão 52
Lúcio Barbosa
17. O Nhandú 66
Rosane Volpatto
Apresentação do Caderno
Carta
À EDUCANDA E AO EDUCANDO
Olá, juventude do campo!!
da economia solidária,
Familiar Sustentável
Fonte: http://agricultura.gov.br/
(Re)conhecendo
a economia solidária
Texto 1
SOLIDARIEDADE
PARA DEBATER
TEXTO 2
A vida verdadeira
Thiago de Mello
Algumas Atividades
TEXTO 3
Origem da Economia
Solidária
Daiani Barboza3
Ediléia Casemiro
Janir de Quadra Paim
Juliano Giassi Goularti
Maurício Custódio Serafim
Que legal a idéia de al- Tem cooperativa pra gente Deixa de gozação.
deias cooperativas. A ir lá para trocar nossos al- Saiba que existem
gente trocando produ- faces, por motocicleta, ce- cooperativas de con-
tos impede que o atra- lular e computador? sumo.
vessador ganhe nas
nossas costas.
Foi devida a esta situação que em 1817, Robert Owen apresentou seu plano
de minimizar a pobreza mediante o emprego dos que não tinham proventos
e eram sustentados pela beneficência das paróquias. Seu plano era fundar o
que chamou de Aldeias Cooperativas, onde poderiam viver em comunidade
e produzir em comum, consumindo seus próprios produtos e trocando os
excedentes com outras Aldeias Cooperativas, sendo que algumas aldeias
deveriam ser agrícolas e outras indústrias. Nas palavras de Singer (2000,
p.23), “assim o estado e as paróquias, em vez de desperdiçar dinheiro com
a manutenção dos indigentes ociosos, deveria fornecer capital para que se
estabelecessem em Aldeias e pudessem prover o seu próprio sustento”.
Está claro que nenhuma cooperativa é autêntica se ela não for o resultado
da vontade livre e consciente de seus membros. É vital para as verdadeiras
cooperativas de serviços, de produção, de mineração, de crédito e outras
que as falsas sejam eliminadas ou então transformadas em autênticas, me-
diante a conquista de sua direção pelos associados. Na luta contra as “coo-
perfraudes” ou “coopergatos”, sindicatos e cooperativas são aliados naturais.
ALGUMAS ATIVIDADES
? Quais as “modalidades”
de cooperativas (consu-
mo, serviço, produção, cré-
dito, entre outras) existen-
tes no seu município?
TEXTO 4
IMAGENS
TEXTO 5
CONCEITOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
MTE/ Senaes 4
I Conferência Nacional de Economia Solidária
TEXTO 1
TEXTO 2
ALGUMAS ATIVIDADES
4
Fonte: Atlas da Economia Solidária no Brasil, 2005. Brasília. MTE/
SENAES. Disponível em http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/sies_
ATLAS_PARTE_1.pdf . Acesso em: 1set. 2008. Anais da I Conferência
Nacional de Economia Solidária realizada em Brasília, em junho de
2006.
TEXTO 6
UMA POLÍTICA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA
5
O autor é economista, professor titular da Faculdade de Economia e Administração da USP e secretário na-
cional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. Artigo publicado no jornal Folha de São
Paulo, dia 27 de março de 2007. Disponível em:http://consolbrasil.com.br/index/index.php?option=com_co
ntent&task=view&id=15&Itemid=25. Acesso em 01.09.08
? Quais políticas públicas responsável por elas, do que resulta uma política pública
de Economia Solidária bem melhor do que se ela tivesse sido decidida apenas
estão sendo implantadas pela cúpula. E o melhor de tudo é que o modo de elabora-
em seu município ou terri- ção faz com a política seja bem congruente com o espírito
tório? da economia solidária.
? Quem delas participa? Dessa maneira, o apoio material e político do poder públi-
co à economia solidária permite que ela se desenvolva de
TEXTO 7
Fóruns de Economia Solidária
Fórum Brasileiro de Economia Solidária6
6
Disponível em http://www.fbes.org.br Acesso em: 28 out. 2008.
ALGUMAS ATIVIDADES
TEXTO 8
Finanças Solidárias
a. Cooperativismo de crédito;
e microfinanças;
c. Bancos comunais;
d. Fundos solidários;
e. Moedas sociais;
f. Bancos alternativos;
g. Sociedades de garantia;
Fonte: mda.gov.com.br
7
Disponível em: http://www.eudesxavier.org.br/economia/texto.
php?ID=52. Acesso em: 15 out. 2008. (Texto adaptado)
A
Todo gente pode criar
Vocês
mundo precisa de um Banco de crédito a
já viram que todo
um Banco para financiar juros baixos, que pague os
gerente de banco, em
um bom negócio. A gente se custos do banco e ofereça
geral, não gosta de financiar
arrisca, trabalha duro e fica o máximo de ganho para o
pouco recurso/ dinheiro?
com quase nada, por cau- associado.
sa dos juros altos do
Banco.
Fonte: mda.gov.com.br
Fonte: mda.gov.com.br
• Estão voltados, sobretudo, aos benefi- • Recebimento de títulos (água, luz, tele-
ciários de programas assistenciais gover- fone, etc.);
namentais e de políticas de distribuição de
renda; • Pagamento de subvenções e aposenta-
doria.
• Sua sustentabilidade, no curto prazo,
funda-se na obtenção de subsídios
justificados pela utilidade social de suas
práticas.
ALGUMAS ATIVIDADES
TEXTO 9
A História do Pequeno Agricultor
Centro de Ação Comunitária - CEDAC
É o próprio agricultor que vai descobrir para nós, que o regime de divisão
social do trabalho, que existe na sociedade capitalista e que faz dele um
produtor independente, orgulhoso de sua liberdade, é uma farsa. Na re-
alidade, o processo social de produção e as relações que se estabelecem
dentro deste processo dominam o homem.
ALGUMAS ATIVIDADES
Barracão de zinco
Sem telhado, sem pintura
Lá no morro
Barracão é bangalô
Lá não existe
Felicidade de arranha-céu
Pois quem mora lá no morro
Já vive pertinho do céu...
TEXTO 10
A Feira de Caruaru
Onildo Almeida
A feira de Caruaru
Faz gosto da gente ver
De tudo que há no mundo
Nela tem pra vender
Na feira de Caruaru
Caneco, arcoviteiro
Peneira, boi
Mel de urucu
Tem carça de arvorada
Qué pra matuto
Não andar nu
Na feira de Caruaru
Tem coisa pra gente ver
De tudo que há no mundo
Nela tem pra vender
Na feira de Caruaru
Tem rede, tem baleeira,
Mó de menino
Caçar nhandu
Maxixe, cebola verde,
Tomate, coentro,
Côco e xuxu
Tem louça,
tem ferro véio,
Sorvete de raspa
Que faz jaú
Gelado, caldo de cana
Fruta de parma
E mandacaru
Boneco de Vitalino
Que são conhecido
Inté no Sul,
De tudo que há no mundo
Tem na feira de Caruaru
A feira de Caruaru...
ALGUMAS ATIVIDADES
TEXTO 11
O Açúcar
Ferreira Gullar
?
ou no Estado do Rio Qual a relação de poder
e tampouco o fez o dono da presente no poema?
usina.
TEXTO 12
Cidadão
Lucio Barbosa
?
do?
Quais os valores e princípios que dão sustenta-
ção ao modelo de economia nela caracteriza-
TEXTO 13
Dez Princípios da Economia Solidária
1. Autogestão
Os/as trabalhadores/as não estão mais subordinados a um patrão e to-
mam suas próprias decisões de forma coletiva e participativa.
2. Democracia
A Economia Solidária age como uma força de transformação estrutural
das relações econômicas, democratizando-as, pois o trabalho não fica
mais subordinado ao capital.
3. Cooperação
Em vez de forçar a competição. Convida-se o trabalhador/a se unir a
trabalhador/a, empresa a empresa, país a país, acabando com a “guerra
sem tréguas” em que todos são inimigos de todos e ganha quem seja
mais forte, mais rico e, freqüentemente, mais trapaceiro e corruptor ou
corrupto.
8
Economia Solidária, outra economia acontece: Cartilha da Cam-
panha Nacional de Mobilização Social- Brasília: MTE, SENAES,
FBES,2007. (Texto adaptado)
5. Valorização da Diversidade
Reconhecimento do lugar fundamental da mulher e do feminino e a valori-
zação da diversidade, sem discriminação de crença, raça/etnia ou opção
sexual.
6. Emancipação
Contribuições para conquistas de bens materiais e simbólicos dos sujeitos,
os quais desenvolvendo estratégias à economia de mercado, emancipam-
se e libertam-se.
ALGUMAS ATIVIDADES
? Quais as implicações na
organização e funciona-
mento desses empreendi-
mentos?
TEXTO 14
Algumas Condições Necessárias à Autogestão
Leny Sato e Egeu Esteves9
Fonte: mogidascruzes.sp.gov
ALGUMAS ATIVIDADES
TEXTO 15
Comércio Justo e Soberania Alimentar
Esther Vivas10
Delícia de quinua
10
Disponível em: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=35290. Acesso em: 9 out. 2008.
ALGUMAS ATIVIDADES
?
cal?
Considerando os princípios da Soberania
Alimentar, como você analisa o comércio lo-
TEXTO 16
Criação de uma Cooperativa
Administração e Finanças para o Desenvolvimento Comunitário-Afinco11
2.1 Definição:
Além das informações apresentadas a seguir, no endereço http://www.mec.gov.br/secad, na aba “Publicações”, seção
11
“Educação da Jovens e Adultos”, está disponível o caderno “Economia Solidária e Trabalho”, da Coleção Cadernos de EJA, o
qual contém orientações de grande importância sobre cooperação e sobre como organizar uma cooperativa ou associação.
Observação!
Observação!
2.9 Livros
De Matrícula
De Atas das Assembléias
De Atas dos Órgãos de Administração
De Atas do Conselho Fiscal
De Atas do Conselho de Ética
De Presença dos Cooperantes nas Assembléias
Gerais;
Outros, Fiscais e Contábeis
TEXTO 17
O Nhandú
Rosane Volpatto12
12
Extraído do site: http://www.rosanevolpatto.trd.br/lendanhandu.html . Acesso em: 24 out. 2008.
A ema põe os primeiros ovos em qualquer lugar do campo, para depois for-
mar o ninho. O cavaleiro que encontra no campo um ovo guacho, apeia-se,
recolhe-o e o leva para casa, extrai o conteúdo e conserva-o em lugar seguro.
Ele terá muita sorte em casa.
Parece quase que o nosso boitatá não é senão o nhandú-tatú dos argentinos.
O boitatá, para uns é só fogo factuo como para Anchieta, que o deriva do ter-
mo tupi mba-tatá, que significa coisa fogo. A outros o derivam de mboi-tatá,
é uma cobra de fogo e em algumas regiões do Brasil, aparece como gênio
protetor dos campos contra incendiários. Outros escritores opinam, que a
serpente de fogo é quem protege os bosques. Ao erudito autor de Granada
parece algo retórica a origem serpentina, não podendo compreender como
uma víbora, morta nas chamas de um bosque incendiado, pode ser precisa-
mente o poder vingativo das árvores destruídas, como querem alguns auto-
res mencionados.
ALGUMAS ATIVIDADES
EXPERIÊNCIAS EM
ECONOMIA SOLIDÁRIA
Texto 18
Banco Palmas
Objetivo do FECOL
O que é a Rede?
Moeda Social
Características:
Algumas Atividades
Texto 19
A Experiência da ASA
Articulação no Semi-Árido Brasileiro
O que é a ASA?
A ASA -Articulação no Semi-Árido Brasileiro Seu Inácio Tota Marinho, agricultor e membro
é um fórum de organizações da sociedade do Banco, conta que a partir dessa experiên-
civil, que vem lutando pelo desenvolvimento cia coletiva as famílias de Lagedo de Timbaú-
social, econômico, político e cultural do semi- ba passaram a ter sementes em quantidade
árido brasileiro, desde 1999. e na hora certa para plantar, não ficando
dependentes das sementes distribuídas pelo
Atualmente, mais de 700 entidades dos mais governo, que na maioria das vezes, chegam
diversos segmentos, como igrejas católicas fora do período de plantio. Além disso, o
e evangélicas, ONGs de desenvolvimento e Banco possibilitou que os agricultores res-
ambientalistas, associações de trabalhadores gatassem suas sementes locais e, com isso,
rurais e urbanos, associações comunitárias, contribuíssem também para a conservação
sindicatos e federações de trabalhadores da biodiversidade agrícola presente nos seus
rurais, fazem parte da ASA. sistemas de produção.
Cada garrafa de semente que entra no Banco é registrada com o nome do agricultor. Se-
gundo Seu Inácio, essa é uma forma de manter o controle e a qualidade das sementes de
cada pessoa. “Se elas estivessem guardadas num único local o risco de uma semente que
está com problema contaminar todas as outras seria maior (...), os agricultores trazem as
sementes separadas para eles, com o tipo e variedade que eles gostam de plantar, com a
qualidade que eles gostam. Na hora de levar para o cultivo, ele já leva a mesma semente
que é acostumado a plantar”, explica Seu Inácio.
Em 2006, o estoque do Banco foi de 844 kg de sementes, sendo 352 de milho, 382 de
feijão, 106 de fava, dois de melancia e dois de jerimum.
Sistema Integrado
O Banco de Semente de Lagedo de Timbaúba não é uma atividade isolada das demais
ações que são desenvolvidas na unidade produtiva familiar. A partir do estoque de se-
mentes de plantas nativas, os agricultores conseguem garantir uma reserva de mata
fundamental para a criação de abelhas, outra atividade importante para a economia e
alimentação das famílias do Semi-Árido brasileiro.
“Aqui na região do Cariri a gente conhece bem a abelha Jandaíra, que era uma abelha que
estava em extinção por conta do desmatamento. Através das barragens subterrâneas, a
gente começou a ter um suporte de terra molhada, durante o ano todo, e as plantas se
Texto 20
Banco Comunitário dos
Cocais - Piauí
André Miani
Texto 21
Banco Comunitário Quilombola
Fonte: ma.gov.br
Deuszânia Almeida
Pela iniciativa, cabe ao Banco Popular do Deu-se o nome a este sistema econômico
Brasil disponibilizar tecnologia de alcance, local de Banco Comunitário, que conta
equipamentos e software; recursos financeiros com três características centrais: gestão
para linha de microcrédito produtivo orientado feita pela própria comunidade; gestão e
e produtos e serviços de microfinanças, tais administração dos recursos; e sistema inte-
como conta corrente simplificada, sem custo grado de desenvolvimento local, que cria
para abertura, sem CPMF e movimentada atra- um mercado solidário e alternativo entre as
vés de cartão de débito Visa Electron; Seguro famílias. Em Alcântara, a entidade gestora
de Vida Popular, recebimento de contas de do Banco Quilombola será a Associação de
água, de luz, de telefone, e boletos bancários, Moradores do Povoado de Arenhengaua.
dentre outros serviços. Na inauguração, será
formalizado contrato de abertura de crédito no Pela iniciativa, cabe ao Banco Popular do
valor de R$ 700 mil. Brasil disponibilizar tecnologia de alcance,
equipamentos e software; recursos finan-
O Instituto Palmas é uma Organização da ceiros para linha de microcrédito produtivo
Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) orientado e produtos e serviços de microfi-
com sede em Fortaleza (CE). Criada em junho nanças, tais como conta corrente simplifi-
de 2002, a organização desenvolveu tecnolo- cada, sem custo para abertura, sem CPMF
gia social voltada para geração de renda em e movimentada através de cartão de débito
comunidades empobrecidas que oferece linha Visa Electron; Seguro de Vida Popular,
de microcrédito produtivo orientado, instru- recebimento de contas de água, de luz, de
mentos de consumo local (cartão de crédito e telefone, e boletos bancários, dentre outros
moeda social circulante), capacitação social serviços. Na inauguração, será formalizado
e profissional para homens e mulheres que contrato de abertura de crédito no valor de
desejam criar ou expandir um pequeno empre- R$ 700 mil.
endimento produtivo de forma colaborativa,
Fonte: Revista Fator Brasil. Disponível em: http://
e alternativas de comercialização (feiras e
miani.codigolibre.net. Acesso em 15 out 2008.
Fonte: stoa.usp.br
Texto 22
Por uma Economia Mais
Solidária em Pernambuco
Algumas Atividades
Texto 23
Catende-Harmonia:
O resultado da união
dos trabalhadores
Fonte: mg.gov.br Cooperativa de Produção Agroin-
dustrial Catende-Harmonia
Iniciativas Importantes
A História
A Constituição
Fonte: desafios2.ipea.gov.br
Os produtos
Cristal Especial
Demerara
Melaço
Energia Elétrica
Diversificação da Produção:
A Busca de Alternativas para a Agricultura Familiar.
Cana de Morador
Através
deste projeto o morador do engenho passa a plantar e colher a cana
para si em terras que pertencem à usina, fornecendo matéria-prima para
a indústria. O projeto, desenvolvido pela equipe de Catende-Harmonia e
do Centru (Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural), permite o
planejamento e a ampliação do acesso a terra, além da integração entre a
produção coletiva (empresa) e produção familiar.
Pecuária
Catende-Harmonia vem desenvolvendo a bovinocultura de leite, em parceria
com a FETAPE/RECAT (Rede de Cooperação Técnica). Cerca de 727 trabalha-
dores dedicam-se à pecuária bovina, caprina e ovina, totalizando um reba-
nho de 1.536 cabeças de gado e mais 932 unidades entre ovinos e caprinos,
utilizando 1.600 hectares para o pastoreio.
Piscicultura
Em parceria com Centro Josué de Castro, a empresa implantou 220 viveiros
de peixes, em 26 propriedades, para consumo próprio, mas, sobretudo, com
o objetivo de capacitar os trabalhadores e produzir em escala comercial. A
produção anual de alevinos/peixes fica em torno de torno de 43.512, benefi-
ciando 1.800 pessoas.
Fábrica de Ração
Como subproduto da produção do açúcar, a empresa produz ração animal
derivada do bagaço da cana, através do processo de hidrólise e enriqueci-
mento com cal, melaço e uréia. Desenvolvida com tecnologia cubana, a fábri-
ca de ração tem capacidade para alimentar 6.000 cabeças por dia.
Plantio Coletivo
Os moradores dos engenhos administram de forma assalariada 6.300 hec-
tares de cana, 30 hectares de café conilon, 120 hectares de milho e cerca de
mil cabeças de gado.
Agricultura Familiar
A empresa vem fortalecendo uma produção diversificada nos moldes da
agricultura familiar, amenizando os impactos do período entressafra e ten-
do como perspectiva a entrada no mercado de excedentes. Cerca de 1.560
trabalhadores plantam banana, mandioca, inhame, abacaxi, batata, e outras
culturas em mais de 1.500 hectares.
Catende faz a melhor safra dos últimos 18 anos. Vai moer cerca de 650 mil toneladas de cana, e produzir
1 milhão e 200 mil sacas de açúcar. Desta forma gera trabalho e renda para as famílias do campo e da
indústria, bem como para toda esta Região. Da parte dos trabalhadores e suas lideranças, todo esforço
foi feito para aumentar a produção e a qualidade do produto. Esta seria a grande safra de Catende, caso
os preços do açúcar e do melaço não tivessem caindo tanto. O que cabe ao projeto fazer, nós fizemos.
Quanto ao preço do açúcar, trata-se do mercado nacional e internacional.
Neste momento, queremos compartilhar esta alegria com as famílias e autoridades de Catende, Jaquei-
ra, Palmares, Água Preta e Xexéu.
Em nome da Cooperativa Catende Harmonia, dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, das Associações e
da Comissão de Fábrica, agradecemos.
Catende, 05 de março de 2008.
Algumas Atividades
Texto 24
Mulheres, Soberania Alimentar
e Convivência com o Semi-Árido
Conceição Dantas
Nos anos 60, a problemática social da alimentação em nível internacional era discutida apenas em
situações extremas: em escassez de alimentação, em caso de guerra, catástrofe, fome. O conceito de
segurança alimentar assegurava alimentação das pessoas sem nenhuma preocupação com a cultura
alimentar dos povos e nações. Foi baseado neste conceito que, em 1960, com a premissa de ajudas ali-
mentares internacionais, impuseram-se hábitos alimentares, como é o caso do leite em pó e o trigo.
Hoje, vimos os exemplos dos alimentos transgênicos, e a população pobre, mais uma vez, serve de
cobaia para experiências das grandes corporações internacionais. Um exemplo é a distribuição de milho
geneticamente modificado com a argumentação de reduzir a fome no mundo.
Mesmo com uma evolução do conceito de segurança alimentar e sua utilização por órgãos governamen-
tais, é visível seu foco na compra de alimentos e no direito individual.
balho como camponesa, falam de muito trabalho no preparo dos alimentos, elas falam da necessidade
de mais pessoas nesse preparo. E citam como exemplo a preparação da pamonha e da canjica, comidas
típicas, principalmente nos festejos juninos, que necessita de muitas horas de trabalho, pois não tem
divisão das tarefas.
Dito isso, queremos reforçar a idéia de que a construção do princípio de soberania alimentar não é tão-
somente resgatar a cultura camponesa, é mais do que isso, é construir uma outra relação entre homens
e mulheres que não reine o autoritarismo masculino do passado e do presente; e que esse velho/novo
princípio não traga consigo o reforço na divisão sexual do trabalho que tanto oprime as mulheres do
campo e da cidade. Reafirmamos cotidianamente que não queremos comprar nem tampouco vender
o aprendizado do cuidado e da preparação dos alimentos, queremos compartilhar com os membros da
família e com a sociedade.
Algumas Atividades
? Qual a contribuição que a agricultura familiar dá (ou pode dar) para a segurança alimentar e a
melhor distribuição dos alimentos?
Fonte: undergrowth.org
Texto 25
Declaração de Nyélény
Foro Mundial pela Soberania Alimentar Disponível em: http://www.wrm.
org.uy/temas/mujer/Declara-
cion_Mujeres_Nyeleni_PR.html
Acesso em: 15 out. 2008.
Um mundo em que...
... todos os povos, nações e estados possam decidir seus próprios sistemas
alimentários e políticas que proporcionem a cada um de nós alimentos de
qualidade, adequados, acessíveis, nutritivos e culturalmente apropriados.
... todos os povos de cada um de nossos países possam viver com a dig-
nidade de seu trabalho, e possam ter a oportunidade de viver em seus
locais de origem;
biodiversidade;
... exista uma verdadeira reforma agrária integral, que garanta aos camponeses pleno direito
sobre a terra, defendam e recuperem os territórios indígenas, garanta às comunidades pes-
queiras o acesso e o controle das zonas de pesca e ecossistemas, que reconheça o acesso e
o controle das terras e das rotas de migração de pastoreio, garanta empregos dignos com
salários justos e direitos trabalhistas para todos os trabalhadores, e um futuro para os jo-
vens do campo, onde as reformas agrárias revitalizem a interdependência entre produtores
e consumidores, garantam a sobrevivência da comunidade, a justiça econômica e social, a
sustentabilidade ecológica e o respeito pela autonomia local e a governança com igualda-
de de direitos para as mulheres e os homens... onde se garanta o direito aos territórios e a
autodeterminação de nossos povos;
... compartilhamos nossos territórios em paz e de maneira justa entre nossos povos, seja-
mos nós camponeses, comunidades indígenas, pescadores artesanais, pastores nômades e
outros;
... se defenda o poder dos povos para decidir sobre suas heranças materiais, naturais e espi-
rituais.
ção de suas terras, e todas as forças e governos que os provocam e os apóiam; e os pro-
gramas de reconstrução após conflitos e catástrofes que destroem nosso meio ambiente
e capacidades;
A criminalização de todos aqueles que lutam por proteger e defender nossos direitos;
A ajuda alimentícia que encobre o dumping, introduz OGMs nas comunidades locais e os
sistemas alimentários e cria novos padrões de colonialismo;
A internacionalização e a globalização dos valores paternalistas e patriarcais que margina-
lizam as mulheres e as diversas comunidades agrícolas, indígenas, pastoris e pesqueiras
no mundo.
Barragem Selingue
Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Mali.
Acesso em: 13 out. 2008.
Fonte: www.schoolnation.org
Algumas Atividades
Texto 26
Projeto Criação de Abelhas
Disponível
Centro de Pesquisa e Assessoria-ESPLAR em: http://
www.esplar.
org.br/proje-
tos/abelhas.
O Projeto Criação de Abelhas tem como obje- htm, Acesso
tivo incentivar e desenvolver a criação de abe- em: 4 set.
lhas por agricultores, agricultoras e familiares 2008.
como uma atividade de produção de alimento,
remédio, fonte de renda e preservação am-
biental.
Fonte Embrapa
Fonte Embrapa
Algumas Atividades
Texto 27
Programa Nossa Primeira Terra
Equipe Estadual do Projeto Crédito Fundiário-CE
Algumas Atividades
Texto 28
Centro Sabiá: Experiência do Espaço Agroecológico
Marleide lrineu IRINEU, M.Assessora da Equipe
Técnica do Centro de Desenvol-
Paula Reis Melo vimento Agroecológico Sabiá;
Sandra Rejane MELO, P. Jornalista do Centro de
Desenvolvimento Agroecológico
Sabiá; REJANE, S. Agricultora de
Santa Cruz da Baixa Verde/ (PE),
difusora da agricultura agroflo-
restal e membro do Movimento
das Mulheres Trabalhadoras
Rurais - MMTR.
Fonte: centrosabia.org.com.br
Existe uma razão para isso: é que as indústrias agrícolas fazem um lobby muito
grande para que esse modelo de agricultura não se torne um paradigma mais
forte. Não há interesse em produzir orgânicos ou agroecológicos como mode-
lo de agricultura familiar. Há a defesa, sempre, da produção com agrotóxicos.
Inclusive é uma filosofia do Espaço Agroecológico desmistificar que o produto
agroecológico tem que ser três ou quatro vezes mais caro, porque na verdade, a
estratégia das empresas é a defesa dos supermercados (os grandes comercian-
tes). Os preços da feira agroecológica, normalmente, são iguais ou mais baixos.
Mas, tem-se sempre essa preocupação de não ser absurdo ou caro.
A luta hoje é que haja mais produção, garantindo, inclusive, mais espaço e mais
mercado para toda a população. O grande desafio é que não existe produção
suficiente para atender a todos. Por exemplo, no informativo do Espaço Agro-
ecológico, tem um recado que pede aos agricultores para se prepararem para
atender à demanda. Por exemplo, a feira estava tendo muita procura por bró-
colis e cenoura, produtos que acabavam muito cedo. Então, esse informativo é
para dar uma justificativa. É este o aprendizado, é a experiência prática que dá
a eles a condição de planejar e organizar sua produção. Têm ocorrido cursos de
treinamento, de capacitação, tanto de planejamento da propriedade para aten-
der à demanda, como atendimento ao cliente, tendo em vista a preocupação
de uma comunicação verbal ou não-verbal. Busca-se, também, a valorização da
produção da agricultura familiar através do visual.
Fonte: centrosabia.org.com.br
Quanto aos produtos, que são os mesmos da feira tradicional, no folheto fala-
se do tipo de produto que é levado. Há mudas, plantas ornamentais, produtos
limpos que nas feiras tradicionais levam agrotóxicos. O abacaxi é menor, mas
é doce, você percebe a diferença quando parte um abacaxi com veneno e um
orgânico.
Fonte: centrosabia.org.com.br
O feijão de corda vai ser sempre feijão, mas olhando o de determinada região,
é completamente envenenado, pois sabemos que, em determinada Região do
Sertão, só se produz com bastante veneno. Nossos produtos merecem destaque
porque são produzidos sem veneno. O tomate que é produzido com veneno é
enorme, o produzido no nosso roçado é menor, o sabor é diferente. Quanto à
rapadura da feira tradicional, tem uma cor mais clara porque são usados produ-
tos químicos. A rapadura orgânica tem a cor mais escura, o seu sabor é diferen-
te. Já se manifesta até uma certa perseguição, pois isso incomoda. Dizem que os
produtos agroecológicos são mais caros, isso deve incomodar, pois eles sabem
que os produtos agroecológicos são bons.
Fonte: centrosabia.org.br
Algumas Atividades
Texto 29
Experiência Estruturante da Cooperativa
de Produção dos Jovens da Região do Sisal
Cooperjovens - Ba Este texto foi elaborado pela
Cooperativa dos Jovens do Sisal,
Agência de Desenvolvimento
Solidário- ADS-BA e Incubadora
Caracterização da Região Nordeste da Bahia
Tecnológica de Cooperativas
Populares da Universidade do
Uma boa parte do território baiano está contida na região semi-árida. A
Estado da Bahia, a partir da
região econômica Nordeste da Bahia, conhecida como “região sisaleira”,
transcrição da fala de Antônio
está inserida totalmente no semi-árido. Nesta área, as chuvas são mal
Marcos, diretor administrativo
distribuídas ao longo do ano, fato que ocasiona o fenômeno climático das
da Cooperjovens, quando de sua
secas. A vegetação de caatinga predomina nessa parte do Estado, que
participação no Seminário de DSS
tem uma extensão de 17 mil km² e uma população que fica em torno de
da Escola Sindical Nordeste, em
500 mil habitantes. Mais de 60% da população aufere renda de até um
novembro de 2000. In: ESCOLA
salário mínimo.
SINDICAL DA CUT NO NORDESTE.
A grande concentração desta população é na zona rural, onde vivem 70%
DSS e Economia Solidária:debate
dos habitantes. A maior parte deles possui baixo grau de escolaridade,
conceitual e relato de experi-
com o analfabetismo chegando a 67% da população total. Esta região
ências. Recife: Bagaço, 2000, p.
apresenta, portanto, indicadores sociais e econômicos incompatíveis com
87-94.
os níveis de desenvolvimento humano minimamente desejáveis.
O surgimento da Cooperjovens
Algumas Atividades
Texto 30
Cooperjovens - Projeto Referencial
da Juventude Rural Disponível em:
http://pepsic.bvs-
psi.org.br Acesso
em: 22 out. 2008.
Algumas Atividades
Texto 31
Juventude Sementes para o Futuro
Revista Raízes da Terra Disponível
em: http://
www.credito-
Consciência cidadã fundiario.org.
br/materiais/
O Governo conta com a revista/juven-
experiência das ONGs rurais tude_rural
para ampliar o alcance do Acesso em: 6
programa e o número de be- nov. 2008.
neficiados. Ao mesmo tempo,
procura elevar a consciência
cidadã da juventude rural para
que os jovens se organizem e
busquem por seus direitos.
O EXEMPLO DE CATENDE
Algumas Atividades
Texto 32
Os Empreendimentos Econômicos Solidários no Brasil
Atlas da Economia Solidária no Brasil
Formas de organização
Área de atuação
Metade (50%) dos EES atua exclusivamente na área rural, 33% atuam ex-
clusivamente na área urbana e 17% têm atuação tanto na área rural como
na área urbana. Considerando as regiões, cabe destacar que na Região
Sudeste a maioria dos EES (60%) atua na área urbana e nas regiões Norte
e Nordeste, a participação dos EES que atuam exclusivamente na área
rural está acima da média nacional (57% e 63% respectivamente).
Dificuldades
Algumas Atividades
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IRINEU, Marleide; MELO, Paula Reis; REJANE, Sandra. Centro Sabiá: experiência
do espaço agroecológico. In: Escola Sindical da CUT no Nordeste, DSS e Economia
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MIANI, André. Banco Comunitário dos Cocais - Piauí. Bancos Comunitários. Dis
ponível em: <http://miani.codigolibre.net/index.php/2007/12/25/banco-comu-
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SINGER. Paul. Introdução à economia solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abra-
mo, 2002.
IMAGENS
Disponível em:
“Em construção”: Aula, em vídeo, sobre economia solidária. Disponível em:
<http://www.pfilosofia.xpg.com.br/01_abertura/_economia_solidaria.htm>.
Acesso em: 29 ago.2008.