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OUTUBRO LITERÁRIO
CADERNO DE ATIVIDADES
TURMA: 1ª SÉRIE
OUTUBRO DE 2020
EDUCANDO(A):_____________________________________
ASSENTAMENTO 25 DE MAIO
MADALENA-CE, 2020
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IDENTIFICAÇÃO DA ESCOLA
2
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO..........................................................................................4
3. CALENDÁRIOS REMOTOS........................................................................7
3.1. Calendário Remoto letivo anual..............................................................7
3.2. Calendário Remoto com orientações através da Rádio Comunitária
25 de Maio FM 95,3.........................................................................................9
3.3. Calendário Remoto com orientações através do Google Meet.............9
4. PORÇÃO DA REALIDADE........................................................................10
5. EMENTA........................................................................................................11
5.1. Carga Horária pelo Google Meet por Disciplina.................................11
5.2. Conteúdos Curriculares Remotos.........................................................12
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................50
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................51
3
1. APRESENTAÇÃO
#VoltaasAulasPresenciaiséCrime!
#AulasSemCovid!
#PelaVidaePorDireitos!
#QuarentenaSemTerra!
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2. CARTA DO MST EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E DA VIDA
Brasil, agosto de 2020
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, por meio desta Carta à sociedade
brasileira, torna público seu posicionamento em defesa da educação e da vida. A luta pela
universalização do acesso à educação pública é defendida pela nossa organização e concebida
como prioridade desde suas primeiras ocupações de terra na década de 1980. Ao longo de nossos
36 anos, fortalecer o papel da escola e incentivar o estudo entre o povo Sem Terra tem se tornado
cada vez mais estratégico na luta e construção da Reforma Agrária Popular, na disputa e
construção de um Projeto Popular para o Brasil.
Vivemos um momento crítico da saúde humana com a pandemia global da Covid-19 e
no Brasil as somas chegam a centena de milhares de mortos e milhões de infectados. O novo
coronavírus escancarou as consequências das políticas neoliberais, entreguistas e privatizantes,
que visam apenas o lucro e o desmonte dos serviços públicos, acentuando cada vez mais as
desigualdades existentes em nossa sociedade.
Somado a isto, temos atualmente um governo de extrema direita e autocrático que
dissemina uma política de ódio e de morte contra as trabalhadoras e os trabalhadores. O governo
Federal assumiu um posicionamento negacionista, contrário às recomendações da Organização
Mundial da Saúde (OMS) para atenuar o risco de contágio com o vírus, negligenciando o combate
à pandemia sem tomar medidas que atendam efetivamente a população em situação de
vulnerabilidade social, colocando em risco a vida das brasileiras e brasileiros.
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3. CALENDÁRIOS REMOTOS
3.1. Calendário Remoto letivo anual
CALENDÁRIO LETIVO 2020 - 03/02/2020 a 30/12/2020
195 dias letivos - 1365 horas aulas
ABRIL - 20 dias 140 h/a MAIO - 21 dias 150 h/a JUNHO - 21 dias 145 h/a
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 6
5 6 7 8 9 10 11 3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13
12 13 14 15 16 17 18 10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20
19 20 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27
26 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30
06 - Aniversário da Escola 31 11 - Corpus Christi
09 e 10 - Semana Santa 01 - Dia do trabalhador 15 a 19 - Avaliações bimestrais
13 a 17 - Avaliações 16 - Sábado Letivo –
30 - Encerramento 2º período e
bimestrais JOEMA
reunião bimestral
17 - Massacre Eld. Carajás 10 - Dias das mães
21 – Tiradentes
24 - Encerramento do 1º
período e reunião bimestral
25 - Sábado letivo
25 - Início do 2º período
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JULHO AGOSTO - 15 dias 105 h/a SETEMBRO - 21 dias 150 h/a
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 1 1 2 3 4 5
5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12
12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19
19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26
26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30
Férias 30 31 07 - Independência do Brasil
03 a 07 - II Semana
Pedagógica
10 - Início das atividades 14 a 18 - Seminário da Agroecologia
remotas (Feira de Ciências da Escola)
10 a 14 - Jornada da
juventude
12 - Feriado municipal
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3.2. Calendário Remoto com orientações através da Rádio Comunitária
25 de Maio FM 95,3
Calendário remoto das aulas explicativas Rádio - 2º semestre de 2020 sendo realizado na 1ª e 3ª
semana de cada mês, com orientações para 15 dias, ou seja, referente a semana seguinte
Dia Turno Horário DESCRIÇÃO DO PROGRAMA DE RÁDIO
Segunda-feira Manhã 8h as 11h Programa de Rádio da Gestão Escolar
Terça-feira Manhã 8h as 11h Programa de Rádio da Área de Ciências Humanas
Programa de Rádio da Área de Linguagens e
Manhã 8h as 11h
Quarta-feira Códigos
Tarde 13h30 as 16h30 ESTUDO COLETIVO
Programa de Rádio da Área de Ciências da
Quinta-feira Manhã 8h as 11h
Natureza e Matemática
ESTUDO/PLANEJAMENTO NAS ÁREAS DO
Sexta-feira Manhã 8h as 11h
CONHECIMENTO
Calendário remoto das aulas explicativas Google Meet - 2º semestre de 2020 sendo realizado na
2ª e 4ª semana de cada mês, com orientações para 15 dias, ou seja, referente a semana seguinte
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Dia Turno Horário 1º Ano 2º Ano 3º Ano
4. PORÇÃO DA REALIDADE
Destacamos que as 3 porções eleitas, não serão especificas de uma área, mas do
currículo emergencial, sendo trabalhadas de maneira interdisciplinar:
Valores humanos e cuidados frente à pandemia, deve ser impulsionada pela área de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Agroecologia (Método Camponês a Camponês), deve ser impulsionada pela área de
Ciências da Natureza e Matemática.
Literatura brasileira com ênfase na Literatura Indígena e Africana, deve ser
impulsionada pela área de Linguagens e Códigos.
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5. EMENTA
5.1. Carga Horária pelo Google Meet por Disciplina
Carga
Área / componente Área /
horária 50% 60% 100%
curricular componente
ministrada
Matemática X
Ciências da Natureza e Física X
50%
Matemática Química X
Biologia X
História X
Geografia X
Ciências Humanas 66,67%
Sociologia X
Filosofia X
Português X
Redação X
Arte X
Linguagens e Códigos 72,73%
Inglês X
Espanhol X
Educação Física X
OTTP X
PSC X
Base Diversificada 62,50%
FC X
PEP X
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Google Meet explicativas (Remoto) 62,86%
aulas
Carga Horária Total
13
Resolução de atividades (Remoto) 37,14%
aulas
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5.2. Conteúdos Curriculares Remotos
LINGUA
PORTUGUÊS REDAÇÃO EDUCAÇÃO FÍSICA ARTE
ESTRANGEIRA
1º ANO 1º ANO 1º ANO 1º ANO 1º ANO
Estilos literários: O resumo e sua Concepção de corpo; Poesia / literatura de cordel: Literatura e
O Quinhentismo no Brasil; estrutura; Visão do corpo As expressões artísticas nas sociedade;
Linguagem Barroca; A resenha crítica; enquanto produto da diferentes culturas; Artigos indefinidos;
Barroca no Portugal; O seminário e sua sociedade de consumo; Manifestações culturais do Pronomes pessoais.
Barroco no Brasil; organização; Conceitos de lazer; Ceará e do Brasil.
Gregório de Matos (poesia); Pe. O artigo de opinião e Esportes alternativo. As Manifestações Artístico-
Antonio Vieira (Sermões); sua estrutura; Culturais Indígenas e
Aleijadinho (Escultura). O texto dissertativo Africanas:
Tertúlia dialógica literária: argumentativo; Arte Indígena;
Clássicos universsais; Tertúlias dialógicas Pintura;
Diálogo/Debate; literárias: clássicos Adereços Corporais;
Interpretação de texto. universais, Cerâmicas;
Estilos literários: diálogo/debate e Contribuição da cultura
Diálogos com o Barroco: Pe. interpretação de texto. indígena para a cultura
Antonio Vieira, Gregório de brasileira;
Matos, Ana Miranda. Arte afro.
Linguagem do arcadismo;
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Contexto histórico social e cultural
do século XVII;
Produção literária do arcadismo;
Semana Chê Guevara.
Produção de textos numa
perspectiva processual
Literatura de cordel;
Memória literária;
Crônica.
BASE DIVERSIFICADA
PORÇÃO DA REALIDADE: AGROECOLOGIA; LITERATURA; HUMANOS E CUIDADOS FRENTE À PANDEMIA
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6. ATIVIDADES CURRICULARES DOMICILIARES
6.1. Área: Ciências da Natureza, Matemática e Organização do Trabalho e
Técnicas Produtivas
PROF.: Farias Feijão, Glaudervane Silva, Luis Estudo sobre autores da literatura camponesa e
Paulo e Rosiane Queiroz. suas formas de manifestação (cordel, repente,
embolada, poesia, …);
PERÍODO: 05/10 a 30/10/2020
Entrevista com poetas e poetisas populares
Temática: Conhecendo a literatura camponesa e (vídeo):
seus poetas populares Link:
Explanação sobre o que os educandos irão
Objetivos
produzir nas comunidades.
Conhecer e valorizar a literatura camponesa e
Atividade com os educandos
seus poetas populares;
Despertar nos educandos o interesse pela 1ª Tarefa
produção literária camponesa (cordéis,
1) Cada educando deverá identificar um poeta ou
poemas, repentes, …).
poetisa (CORDELISTA, REPENTISTAS,
Metodologia EMBOLADOR(A) …) em sua comunidade.
2) Gravar um vídeo/áudio com sua produção
Acolhida: artística do poeta ou poetisa de sua
Conferência dos educandos (Soltar comunidade.
músicas populares: Baião, repentes, 3) Os educandos que tenham habilidade na
emboladas, ...); produção de (CORDELISTA, REPENTISTAS,
Recitar poema: Por Justiça e Liberta - João EMBOLADOR(A) …), poderá fazer seu
Muniz (Sequência: Rosiane, Farias, Luis vídeo/áudio.
Paulo, Glaudervane); 4) Os educandos que não tenham aparelho celular
Educadores cumprimentam a turma deverão fazer a produção artística por escrito.
(Sequência: Rosiane, Farias, Luis Paulo,
Glaudervane).
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Observações: 3 – (FGV 2018/BANESTES) – Após fazer 80
arremessos à cesta, Marcelinho constatou que
i) Na produção do vídeo/áudio deve seguir o acertou 70% deles. Após fazer mais 20
seguinte roteiro: arremessos, ele melhorou seu percentual de
a. Nome do educando(a); acertos para 71% do total de arremessos. Dos
b. Nome da turma; últimos 20 arremessos, Marcelinho errou apenas:
c. Nome da escola; a) 6 b) 5 c) 4 d) 3 e) 2
d. Nome do artista camponês;
e. Nome de sua arte (CORDEL, REPENTE, 4 - Uma usina produz 500 litros de álcool com 6
EMBOLADA …). 000 kg de cana – de – açúcar. Determine quantos
litros de álcool são produzidos com 15 000 kg de
ii) As produções artísticas (CORDEL, REPENTE, cana.
EMBOLADA …) deverão abordar as seguintes
temáticas:
a. Produção de mudas; 5 - Um muro de 12 metros foi construído
b. Agroecologia; utilizando 2 160 tijolos. Caso queira construir um
c. Alimentação saudável; muro de 30 metros nas mesmas condições do
d. Reflorestamento; anterior, quantos tijolos serão necessários?
e. Contra: queimadas, veneno, agrotóxico.
Se, nesse mês, os três laboratórios venderam um 9 - Uma torneira enche um tanque em 6 h. Quanto
total de 13.900 unidades desse medicamento, tempo o mesmo tanque levará para encher, se
então o valor de x é: forem utilizadas 4 torneiras com a mesma vazão
a) 80 b) 75 c) 70 d) 65 e) 60 da torneira anterior?
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6.2. Área: Linguagens e Códigos, e Projeto de Estudo e Pesquisa.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Motivar a competência da leitura e interpretação de textos literários.
Contribuir para aprimorar a capacidade crítica, analítica, argumentativa e reflexiva dos educandos a
cerca do preconceito de gênero;
Despertar a capacidade criativa através de elementos presentes em textos literários;
Observar como a mulher é retratada em diversos meios sociais;
Perceber a importância dos movimentos feministas na conquista de espaços e direitos das mulheres;
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Identificar os desafios que a mulher ainda enfrenta em busca de igualdade e respeito social;
Refletir sobre os papeis destinados as mulheres e aos homens na sociedade;
Refletir sobre a desvalorização no campo profissional pra a mulher;
Incentivar a prática da leitura como exercício diário na vida acadêmica;
Preservar a cultura literária na educação do campo.
METODOLOGIA:
INTRODUÇÃO:
Pseudônimos (nome adotado por autor ou responsável por uma obra, que não usa o seu nome civil
verdadeiro), antigos companheiros…
É muito difícil saber por onde começar quando se trata das mulheres na literatura, mas que tal
falarmos um pouco sobre os pseudônimos? Eles, que vêm acompanhando a trajetória de muitas grandes
autoras. Você sabia que algumas delas ainda evitam usar seus nomes completos e reais por acharem que
os seus livros serão menos vendidos?
O uso de pseudônimos por autoras é ainda muito comum, mas tudo começou quando publicações
escritas por mulheres eram vistas como forma de transgressão. O papel da mulher antigamente era restrito
ao lar. Qualquer coisa que saísse do mundo doméstico era malvista por toda a sociedade. Algo bem
diferente do que vemos hoje em dia.
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Ou seja, uma mulher que publicasse seu livro expondo sua identidade feminina, arriscava-se a ser
criticada não só pela sociedade, mas também por familiares, amigos e todo o seu círculo social.
Muitas delas recorriam ao uso de pseudônimos para que pudessem ser publicadas sem ter que lidar
com um convívio social turbulento. E, claro, para evitar que houvesse qualquer tipo de preconceito com o
seu livro, já que até hoje existem preconceitos com livros escritos por autoras.
Além disso, era raro que algum editor resolvesse publicar um livro escrito por uma mulher. A ideia era
vista como extremamente transgressora e os livros costumavam vender muito mal, já que o público leitor
não acreditava no poder intelectual feminino.
A QUESTÃO DO ANONIMATO
“Mas por que não publicar em anonimato?”
Isso era até possível no século 18, quando a noção de autoria de um livro não era tão importante.
Um exemplo do uso do anonimato na época é autora Jane Austen, que publicou todas as suas obras
sem revelar a sua identidade. A autora de romances famosos como Orgulho e
Preconceito, Emma e Persuasão, utiliza da ironia em todas as suas obras, o que tornou seus romances
populares até os dias atuais.
Mas continuando sobre a questão da autora, foi apenas depois do século 19 que as coisas mudaram.
Veja bem, antes do século 18 o autor ficava em segundo plano quando se tratava de livros. Mas a
partir do 19, a escrita se tornou uma atividade renomada. Com isso, o público leitor deram mais
importância aos autores, que só por terem um nome já estabelecido no mercado, vendiam muitos livros.
Romances ganharam renome e não eram meramente gêneros quaisquer. Então, culturalmente ficou mais
difícil para os autores publicarem anonimamente. E isso inclui as mulheres.
As irmãs Brontë, famosas autoras de O morro dos Ventos Uivantes e Jane Eyre, escondiam sua
identidade feminina sob o pseudônimo Irmãos Bell. O medo de serem alvo de preconceito pela sua
escrita não tão feminina assim para os padrões da época era grande. Foi isso que não permitiu que as
irmãs assumissem logo de cara a autoria dos seus livros.
Irmãs Brontë
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Claro que existem grandes autoras de best sellers dedicados a contar histórias de amor. A
escritora Nora Roberts é uma delas. A norte americana já publicou mais de 200 obras. Muitos desses
romances ficaram em primeiro na lista dos mais vendidos do New York Times… Porém, não podemos
esquecer que existe uma diversidade infinita quando procuramos por temáticas e gêneros literários de
obras escritas por mulheres.
Autoras renomadas de livros de ficção e mistério, inclusive, são muito comuns. Agatha Christie, por
exemplo, é uma das romancistas de maior renome do século XX. E o foco dos seus livros passam bem
longe de histórias de amor. Um dos grandes sucessos de Christie, Um Crime no Expresso Oriente, é um
romance policial cheio de suspense e mistérios, que deixam o leitor apreensivo a cada página do livro.
Ainda falando de grandes autoras, Ursula Le Guin precisa ser citada. Suas obras são voltadas para a
ficção científica e, além de escritora, a estadunidense também publicou poemas e é editora literária. Sua
maior obra, A mão esquerda da escuridão, é uma ficção científica que explora não só questões políticas,
mas também de gênero e sexualidade.
Ursula Le Guin
Além dessas duas grandes mulheres na literatura, existem muitas outras autoras de livros de ficção,
terror, suspense, fantasia e outras tantas temáticas.
Só para começar, devemos citar Anne Rice e Mary Shelley, rainhas do terror e ficção científica, J.K.
Rowling, autora de livros de fantasia e infanto-juvenis que ficarão pra sempre na memória
mundial, Kathryn Stockett, autora de The Help, que relata a vida de empregadas domésticas negras nos
Estados Unidos…. E a lista continua infinitamente.
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Carolina de Jesus não só fez um enorme sucesso com o seu livro Quarto de Despejo, mas também é
um dos marcos na literatura feminina no nosso país. A obra descreve a vida em uma das favelas de São
Paulo e todo o sofrimento atrelado a sua condição social. Foi traduzida em diversas línguas e é uma das
maiores escritoras brasileiras conhecida internacionalmente. E essa é só uma das tantas outras grandes
brasileiras no mundo da literatura… Rachel de Queiroz, Cora Coralina, Ana Cristina César, Clarice
Lispector e tantas outras estão aí para provar o nosso talento nacional.
Carolina de Jesus
Catarina Muniz
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Mas infelizmente, essas mulheres foram a exceção e não a regra. As escritoras brasileiras ainda
percorrem um longo e árduo caminho até conseguirem o tão sonhado reconhecimento.
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O clube Lendo Mulheres Negras, criado em 2016, tem como proposta combater não só o machismo,
mas também o racismo entre as publicações atuais. Além de abrir espaço para a divulgação de escritoras,
o clube também dá espaço para que as mulheres negras tenham as suas publicações lidas.
Há outras tantas iniciativas por aí de mulheres inconformadas com a situação das escritoras nacionais
e internacionais, mas que tal você começar a mudar esse aspecto?
Nós citamos diversas autoras ao longo do post, de vários gêneros literários diferentes. Escolha pelo
menos uma e leia! Lembre-se que um dos desafios das autoras ainda é alcançar reconhecimento do
público. Por isso é tão importante que os clubes de leitura de autoras existam. São eles que fazem com
que mais pessoas conheçam as autoras, leiam seus livros e discutam sobre elas.
Vamos tornar nossas grandes autoras populares e reconhecidas!
Nessa semana iremos fazer lançamento do Outubro Literário com a realização da III
Tertúlia Dialógica Literária com o estudo de trechos do livro “Quarto de despejo” da autora
Carolina de Jesus.
Carolina Maria de Jesus era uma anônima até o lançamento do seu primeiro livro, Quarto
de Despejo. Publicado em agosto de 1960, a obra era uma reunião de cerca de 20 diários
escritos pela mulher negra, mãe solteira, pouco instruída e moradora da favela do Canindé
(em São Paulo)
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25
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ATIVIDADE: APÓS A LEITURA, DESTAQUE TRECHOS QUE LHE CHAMARAM
ATENÇÃO E COMENTE-OS.
Questão: Apesar dos avanços que já tivemos no Brasil, a valorização do gênero feminino
ainda permanece em desigualdade em relação ao gênero masculino, essa questão
também é visível nas obras literárias publicadas por mulheres, pois tem menos visibilidade
no meio leitor. Diante disso, qual a sua opinião sobre o real papel da mulher dentro da
sociedade? E como podemos mudar essa realidade citada acima?
Dia 13 de Outubro: 9h
Temática: Experiências Literárias (EEMTI. Humberto Bezerra)
Dia 14 de Outubro: 9h
Temática: Encenação no âmbito literário
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
O poema O Bicho, escrito pelo autor brasileiro Manuel Bandeira (1886-1968), tece uma dura crítica
social da realidade brasileira dos anos quarenta. Infelizmente essa condição de desigualdade ainda hoje
é encontrada nos grandes centros urbanos do nosso país, fazendo com que o poema permaneça
assustadoramente atual. Dentre os trechos a
seguir, retirados do livro em questão, qual é o que m elhor dialoga com o poema acima?
a) “Vesti os meninos que foram para a escola. Eu saí e fui girar para arrancar dinheiro. Passei no
Frigorifico, peguei uns ossos. As mulheres vasculham o lixo procurando carne para comer. E elas dizem
que é para os cachorros. Até eu digo que é para os cachorros...”
b) “ – Se você fosse meu filho, você era preto. E sendo filho de Rosalina você é branco. Ele respondeu-
me:
- Mas se eu fosse teu filho eu não passava fome. A mamãe ganha pão duro e nos obriga a comer os
pães duro até acabar.”
c) “O serviço de Saude do Estado disse que a agua da lagoa transmite as doenças do caramujo. Vieram
nos revelar o que ignorávamos. Mas não soluciona a deficiência da água.”
d) “...O que eu acho interessante é quando alguém entra num bar ou emporio logo aparece um que
e) oferece pinga. Por que não oferece um quilo de arroz, feijão, doce etc?”
f) “... Passei no açougue para comprar meio kilo de carne para bife. Os preços era 24 e
28. Fiquei nervosa com a diferença dos preços. O açogueiro explicou-me que o filé é mais caro. Pensei
na desventura da vaca, a escrava do homem.”
2. “Ele diz que queria ser meu filho. Então eu lhe digo:
- Se você fosse meu filho, você era preto. E sendo filho de Rosalina você é branco. Ele respondeu-
me:
- Mas se eu fosse teu filho eu não passava fome. A mamãe ganha pão duro e nos obriga a comer os
pães duro até acabar.
Segui pensando na desventura das crianças que desde pequeno lamenta sua condição no mundo.
Dizem que a Princesa Margareth da Inglaterra tem desgosto de ser princesa. São os dilemas da vida.”
De acordo com o enredo e com o perfil da narradora, é possível afirmar que:
a) Carolina era frequentemente procurada por crianças órfãs, que enxergavam nela a possibilidade de
uma vida melhor.
b) Carolina defendia a segregação racial, propondo a divisão da favela entre brancos, pretos e ciganos.
c) Carolina era considerada pela comunidade como mãe de todos, por diferenciar-se intelectualmente e
ser a porta-voz da favela.
d) A fome dos filhos era o motivo de maior tristeza para Carolina.
e) A referência à Princesa Margareth foi uma contradição.
3. “Vi as moças da Fábrica de Doces, tão limpinhas. AI. e a C. podiam trabalhar. Ainda não tem 18 anos.
São infelizes que iniciam a vida no lodo... Hoje estou triste. Deus devia dar uma alma alegre para o
poeta.”
De acordo com o contexto, é viável afirmar que:
a) Carolina lamenta a prostituição infantil.
b) Carolina se contradiz ao afirmar que as meninas “são limpinhas” e “iniciam a vida no lodo”.
c) Embora Carolina denuncie a prostituição infantil, entende que as meninas não têm opção.
d) O tema da prostituição infantil causa um sofrimento a mais, pelo fato da filha de Carolina ter se
tornado garota de programa.
e) Carolina defende, durante todo o livro, que todos têm a opção de trabalhar dignamente, nem que seja
como catadora de papel, como é o caso dela.
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4. Na obra: “O quarto de despejo: diário de uma favelada”, a autora Carolina Maria de Jesus, retrata de
maneira concreta o cotidiano de um morador de favela. Observe os trechos abaixo e depois responda à
questão.
20 de maio
(...)
Como é horrível ver um filho comer e perguntar: “Tem mais? Esta palavra “tem mais” fica oscilando
dentro do cérebro de uma mãe que olha as panelas e não tem mais.
(...)
21 de maio
(...)
Deu-me uns pedaços. Para não maguá-lo aceitei. Procurei convencê-lo a não comer aquela carne. Para
comer os pães duros ruídos pelos ratos. Ele disse-me que não. Que há dois dias não comia. Ascendeu o
fogo e assou a carne.
(...)
Fonte: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: Diário de uma favelada. 9. ed. São Paulo: Ática, 2007.
Os relatos da obra trazem à tona a desigualdade social no nosso país. A noção dessa realidade
sugerida pela autora revela:
a) A fome como um estágio constante na vida do favelado. (os trechos revelam que a fome está
presente na vida dos mais pobres e dos favelados)
b) A oportunidade de matar a fome por meio do trabalho.(o trabalho, nesse contexto, não era
suficiente para matar a fome)
c) A diferença de condições de vida de um favelado e um morador de rua. (os dois relatos sugerem
uma situação de vulnerabilidade)
d) A preocupação com a política do país.(não está colocada esse preocupação nos relatos citados).
e) A preocupação com a qualidade do alimento que se consome.(essa não é a preocupação, não
está presente no primeiro relato).
16 de junho
(...)
Eu escrevia peças e apresentava aos diretores de circos. Eles respondiam-me:
- É pena você ser preta.
14 de agosto
(...)
Quiz saber o que eu estava fazendo no elevador. Expliquei-lhe que a mãe dos meninos havia dado-me
uns jornaes. Era este o motivo da minha presença no elevador. Perguntei-lhe se era médico ou
deputado. Disse-me que era senador.
O homem estava bem vestido. Eu estava descalça. Não estava em condições de andar no elevador.
(...)
Fonte: JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: Diário de uma favelada. 9. ed. São Paulo: Ática, 2007.
7. É possível verificar em vários relatos de Carolina Maria de Jesus, na obra “O quarto de despejo:
diário de uma favelada”, referência à tristeza profunda e a pensamentos suicidas. Esses relatos revelam:
a) A atenção dada pelo Estado e pela sociedade à saúde mental dos cidadãos que vivem nas
favelas brasileiras. (não aparece nos relatos ação do Estado sobre saúde mental).
b) Que a situação de extrema carência material e de pouca perspectiva de vida levam ao limite
pessoas que vivem nessa condição, desencadeando processos sérios de depressão e desânimo.
(desânimo com a miséria pode levar alguns a pensar na morte).
c) A iniciativa da sociedade civil organizada no atendimento psicológico a essas pessoas.(não
existe nos relatos iniciativas para atendimento psicológico).
d) A preocupação com a saúde mental no centro dos debates políticos.(não é um tema dos debates
políticos).
e) A iniciativa de empresas privadas no atendimento psicológico a essas pessoas.(não é possível
verificar iniciativas de empresas privadas).
8.
“29 DE JUNHO ...Na igreja eu ganhei dois quilos de macarrão, balas, biscoitos (...)
Quando cheguei na favela estavam organizando uma corrida só para mulheres. Na rua “A”
tem um baile. Depois que a favela superlotou-se de nortistas tem mais intriga. Mais
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polêmica e mais distrações. A favela ficou quente igual a pimenta. Fiquei na rua até as
nove horas para prestar atenção nos movimentos da favela. Para ver como é que o povo
age a noite. (...) [página 75]
a) “20 DE SETEMBRO ...Fui no empório, levei 44 cruzeiros. Comprei um quilo de açúcar, um de feijão e
dois ovos. Sobrou dois cruzeiros. Uma senhora que fez compra gastou 43 cruzeiros. E o senhor Eduardo
disse:
— Nos gastos vocês quase empataram. Eu disse:
Ela é branca. Tem direito de gastar mais.”
31
b) “16 DE DEZEMBRO ... Quando eu estava conversando com o senhor Venâncio presenciei uma cena
repugnante. A mulher daquele mulato que mora de frente ao Sr. A. namorando o João Nortista. Aquele
que tem dois dentes de ouro.”
c)“18 DE JULHO ...Quando eu ia catar papel encontrei a Dona Binidita mãe da Nena preta. Eu digo
Nena preta porque nós temos aqui na favela a Nena branca. (...) Começamos a falar do menino que
morreu nos fios da Light. Ela disse-me que foi o filho da Laura do Vicentão.
— Oh! — exclamei. Porque conhecia o menino e a sua história de filho engeitado. Aí vai a história do
infausto Miguel Colona:”
d)“22 DE JULHO ... Tem hora que revolto com a medi atribulada que levo. E tem hora que me conformo.
Conversei com uma senhora que cria uma menina de cor. É tão boa para a menina ... Lhe compra
vestidos de alto preço. Eu disse:
— Antigamente eram os pretos que criava os brancos. Hoje são os brancos que criam os pretos.”
“14 de setembro ... Hoje é dia da pascoa de Moysés. O Deus dos judeus. Que libertou os judeus até hoje.
O preto é perseguido porque a sua pele é de cor da noite. E o judeu porque é inteligente. Moysés quando
via os judeus descalços e rotos orava pedindo a Deus para dar-lhe conforto e riquesas. É por isso que os
judeus quase todos são ricos. Já nós preos não tivemos um profeta pra orar por nós.
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a) A autora vivia isolada na favela por isso desconhecia o que se passava nos bairros nobres e no
centro de São Paulo.
b) A favela recebeu pessoas expulsas de suas terras ou de suas casas por motivos diversos; as
pessoas que moravam ou nos bairros nobres não passaram por essa situação . Daí surgiram as
metáforas usadas: quarto de despejo e sala de visitas.
c) A favela era a bagunça e a sujeira e o centro, especificamente, a Avenida São João, o centro de São
Paulo e os bairros nobres não se caracterizavam pela organização e pela limpeza.
d)A favela era o único ambiente conhecido por Carolina Maria. Ela não conhecia a sala de visitas.
e) O apartamento da Dona Mara era organizado, por isso foi comparado à sala de visitas, desconhecida
por quem só conhece o quarto de despejo.
1º ano: Poema
Autora: Elisa Lucinda
33
Por que lhe insulta mais
quem de verdade ama do que quem lhe engana?
Dizem que vemos o que somos, por isso é bom que se investigue:
o que é que há por trás do seu espanto,
do seu escândalo, do seu incômodo
em ver o romance ardente como o de todo mundo,
nada demais, só que entre seres iguais?
Cada um sabe o que faz
com seus membros,
proeminências,
seus orifícios,
seus desejos,
seus interstícios.
Cada um sabe o que faz,
me deixe em paz.
Plante a paz.
Esta guerra que não se denomina
mas que mata tantos humanos, estes inteligentes animais,
é um verdadeiro terror urbano e ninguém aguenta mais.
“Conhece-te a ti mesmo”
este continua sendo o segredo que não nos trai.
Então, ouça o meu conselho
deixe que o sexo alheio seja assunto de cada eu,
e, pelo amor de deus,
vá cuidar do seu.
Segue abaixo o Poema: “Poemeto de amor ao próximo” da autora Elisa Lucinda na qual
você irá realizar a seguinte produção:
Uma releitura do poema: tendo como base o poema da autora Elisa Lucinda, refaça-o
usando a sua versão.
- Sugestões de releituras: Escrita / Podcast(áudio) / Desenho / Paródia
Uma declamação do poema: você irá declamar o poema em vídeo.
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6.3. Área: Ciências Humanas e Prática Social Comunitária / Formação para
Cidadania.
OBJETIVO GERAL:
Estimular nos educandos o principio multiplicador de valores anti-racistas, ao promover a reversão de
estereótipos negativos, possibilitando aos negros a construção de uma auto-imagem positiva, bem como
aos não-negros reconhecer as marcas das culturas africanas que, independente da origem étnica de cada
brasileiro, fazem parte do seu dia-a-dia;
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Permitir ao educando a construção do senso crítico e reflexivo das reais condições negras no Brasil,
abrindo espaço para inclusão e a cidadania
Reconhecer a importância da literatura afro- brasileira, que impulsiona fortemente a discriminação racial
existente no Brasil desde a colonização.
Conhecer e refletir sobre as experiências históricas e produções culturais do negro, na África e no Brasil,
entendidas como matriz da sociedade e identidades brasileiras.
Construir uma pedagogia multicultural que priorize o trato não-discriminador das diferenças, valorizando-
as e respeitando-as, situando-as num campo,
Apresentar as principais questões relacionadas a esta temática e fornecer algumas pistas para trabalhar
com ela de forma interdisciplinar.
METODOLÓGIAS:
DIVISÃO SEMANAL DO MÊS DE OUTUBRO:
SEMANA 01 (05 A 09/10): Lançamento do Outubro Literário e realização da I Palestra;
motivacional (tema: A importância do estudo- Palestrante:Paulo Henrique Campos);
SEMANA 02 (12 A 16/10): Oficinas Literárias;
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SEMANA 03 (19 A 23/10): Produções dos educandos/as para o Seminário de Literatura;
SEMANA 04 (26 A 30/10): seminário de literatura.
As aulas estão sendo online através do Google meet, para os educandos com acesso a internet e
orientações pela rádio 25 de Maio FM.
1ªATIVIDADE.
Breve histórico da literatura negra no Brasil e escritores importantes da literatura negra.
Entende-se por literatura negra a produção literária cujo sujeito da escrita é o próprio negro. É
a partir da subjetividade de negras e negros, de suas vivências e de seu ponto de vista que se
tecem as narrativas e poemas assim classificados.
É importante ressaltar que a literatura negra surgiu como uma expressão direta da subjetividade
negra em países culturalmente dominados pelo poder branco – principalmente os que
receberam as diásporas africanas, imigrações forçadas pelo regime do tráfico negreiro. É o caso
do Brasil, por exemplo.
A chamada literatura brasileira oficial ou canônica, ou seja, aquela que corresponde aos livros
“clássicos”, contemplados pelos currículos escolares, reflete esse paradigma da dominação
cultural branca: é, em sua maioria esmagadora, escrita por brancos retratando personagens
brancos.
A presença de personagens negras é sempre mediada por esse distanciamento racial e de
modo geral reproduz estereótipos: é a mulata hipersexualizada, o malandro, o negro vitimizado
etc. É o caso das personagens negras de Monteiro Lobato, por exemplo, retratadas como
serviçais sem família (Tia Anastácia e Tio Bento), e aptos à malandragem como um fator natural
(como o Saci-Pererê, jovem sem vínculos familiares que vive enganando as pessoas do sítio).
Assim, é por meio da literatura negra que as personagens e autores negros e negras retomam
sua integridade e sua totalidade enquanto seres humanos, rompendo o círculo vicioso
do racismo institucionalizado, entranhado na prática literária até então.criados a fim de compilar e
divulgar produções de autores negros.
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publicações do movimento da Negritude, nascido em Paris, na década de 1930, bem como a
produção negro-brasileira teve suas próprias peculiaridades, pois a experiência de ser negro em
cada um desses territórios é também diversa.
Embora o conceito de literatura negra tenha aparecido apenas no século XX, a produção
literária feita por negros e abordando a questão negra existe no Brasil desde o século XIX,
mesmo antes do fim do tráfico negreiro. É o caso dos poucos lembrados (e abolicionistas) Luiz
Gama e Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista negra da América Latina e seguramente
a primeira autora mulher abolicionista da língua portuguesa.
É o caso também dos célebres Cruz e Sousa, ícone do movimento simbolista, do pré-
moderno Lima Barreto e do maior escritor da literatura brasileira, Machado de Assis – este
último, constantemente embranquecido pela mídia e pelas editoras, a ponto de muita gente
desconhecer que era negro.
Os mais de três séculos de escravidão normalizaram, no Brasil, a exclusão cabal da população
negra da participação cidadã e sua incorporação aos meios oficiais de cultura. Resistindo
nas franjas desse sistema, a intelectualidade negra fundou, em 1833, o jornal O Homem de Cor,
publicação de cunho abolicionista, uma entre várias que se manifestaram em número cada vez
maior ao longo do século XIX e XX, reivindicando as pautas que os outros veículos de mídia não
contemplavam.
A imprensa negra, aliás, é uma pedra fundamental da imprensa brasileira, de modo que a própria
Associação Brasileira de Imprensa (ABI) foi fundada por um escritor negro, Gustavo de Lacerda.
CADERNOS NEGROS
Importante marco para a consolidação da literatura negra no Brasil foi o surgimento
dos Cadernos Negros, antologia de poesia e prosa, lançados pela primeira vez em 1978.
Nascidos do Movimento Negro Unificado contra Discriminação Racial – que depois tornou-se
simplesmente MNU (Movimento Negro Unificado) –, um dos vários instrumentos sociais de
engajamento político da época. Os Cadernos surgiram principalmente em prol
de um autorreconhecimento, conscientização política e luta para que a população negra
tivesse acesso à educação e aos bens culturais.
A primeira edição, formatada em tamanho bolso e custeada pelos oito poetas que nela
figuravam, recebeu um grande lançamento, circulou em algumas poucas livrarias e também de
mão em mão. Desde então, foi lançado um volume por ano da coletânea, cuja editoração é
feita pelo Quilombhoje, grupo de escritores comprometidos com a divulgação e circulação da
produção literária negra no Brasil.
Foi em meados da década de 1970 que os jovens negros começavam a ocupar em
quantidade as universidades – ainda assim constituindo uma exceção diante da população
negra como um todo, que continuava excluída espacialmente, pois constantemente empurrada
para as periferias a partir dos programas habitacionais de governos e municípios, além de
marginalizada também economicamente e culturalmente.
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Primeira mulher a publicar um romance no Brasil, o trabalho de Maria Firmina dos Reis foi um
precursor da literatura abolicionista brasileira. Assinado com o pseudônimo “uma
maranhense”, Úrsula foi lançado em 1859.
A autora, filha de pai negro e mãe branca, foi criada na casa da tia materna, em contato direto
com a literatura desde a infância. Além de escritora, Maria Firmina dos Reis foi também
professora e chegou a lecionar para salas mistas – meninos e meninas, brancos e negros, todos
na mesma turma –, uma grande inovação no século XIX, e também um enfrentamento às
instituições patriarcais e escravistas da época.
Luiz Gama ainda hoje é lembrado como um dos principais abolicionistas brasileiros do século XIX.
Autodidata, tornou-se renomado advogado, atuando nos tribunais em prol da libertação de
diversos negros irregularmente mantidos em cativeiro ou acusados de crimes contra os senhores.
Dava também conferências e escrevia artigos polêmicos nos quais erguia a bandeira do
abolicionismo e lutava diretamente contra os ideais de branqueamento da sociedade. Publicava
poemas sob o pseudônimo de “Afro”, “Getulino” ou “Barrabás”, e lançou seu primeiro livro em
1859, coletânea de versos satíricos de nome Primeiras Trovas Burlescas de Getulino.
Assim o escravo agrilhoado canta.
Tibulo
Solano Trindade traz em sua trajetória o importante feito de ser um dos precursores do Movimento Negro
no Brasil. [2]
Sou negro
A Dione Silva
Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos tambores
atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço
plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou
como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
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o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso.
Mesmo vovó
não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou.
Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação.
(em O poeta do povo, 1999)
Carolina Maria de Jesus (Sacramento – MG, 1914 – São Paulo – SP, 1977)
Primeira autora negra brasileira a conhecer a fama no mundo editorial, Carolina Maria de
Jesus teve pouco acesso aos recursos básicos da vida em sociedade. Cursou apenas os dois
primeiros anos do Ensino Fundamental e viveu uma vida marcada pela miséria.
Mantinha diários e cadernos onde escrevia poemas e tomava notas sobre a desgastante
realidade que se impunha à sua volta. Foi descoberta por um jornalista quando morava na
favela do Canindé, em São Paulo, vivendo como catadora de lixo.
Carolina Maria de Jesus foi a primeira autora brasileira negra que obteve fama a partir de suas publicações.
[2]
É principalmente desse período que trata o livro Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, a
mais conhecida de suas publicações, onde a autora evidencia a situação marginalizada em que
vivia, lutando contra a fome, a sujeira, o racismo entre os moradores da favela e os transeuntes
da cidade, entre outras mazelas.
A obra vendeu mais de 10 mil exemplares na semana do lançamento, e 100 mil durante o ano.
Em vida, Carolina publicou ainda mais três obras, e outras quatro foram lançadas após sua morte.
41
“13 de Maio. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição. Dia
que comemoramos a libertação dos escravos.
...Nas prisões os negros eram os bodes expiatorios. Mas os brancos agora são mais cultos. E não
nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz.
Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os
meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva, para eu ir lá no senhor Manuel
vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um
pouco. Vou sair. ...Eu tenho tanto dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles
brada:
– Viva a mamãe!
A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o hábito de sorrir. Dez minutos depois eles querem
mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Ela não tinha.
Mandei-lhe um bilhete assim:
– “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouco de gordura, para eu fazer uma sopa para os
meninos. Hoje choveu e eu não pude catar papel. Agradeço, Carolina”.
...Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou
pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetaculo. Eu estava com dois cruzeiros.
Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a
Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos.
E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!”
(Quarto de despejo: diário de uma favelada)
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Meu Rosário
Meu rosário é feito de contas negras e mágicas.
Nas contas de meu rosário eu canto Mamãe Oxum e falo
padres-nossos, ave-marias.
Do meu rosário eu ouço os longínquos batuques do
meu povo
e encontro na memória mal-adormecida
as rezas dos meses de maio de minha infância.
As coroações da Senhora, onde as meninas negras,
apesar do desejo de coroar a Rainha,
tinham de se contentar em ficar ao pé do altar
lançando flores.
As contas do meu rosário fizeram calos
nas minhas mãos,
pois são contas do trabalho na terra, nas fábricas,
nas casas, nas escolas, nas ruas, no mundo.
As contas do meu rosário são contas vivas.
(Alguém disse que um dia a vida é uma oração,
eu diria porém que há vidas-blasfemas).
Nas contas de meu rosário eu teço entumecidos
sonhos de esperanças.
Nas contas do meu rosário eu vejo rostos escondidos
por visíveis e invisíveis grades
e embalo a dor da luta perdida nas contas
do meu rosário.
Nas contas de meu rosário eu canto, eu grito, eu calo.
Do meu rosário eu sinto o borbulhar da fome
No estômago, no coração e nas cabeças vazias.
Quando debulho as contas de meu rosário,
eu falo de mim mesma em outro nome.
E sonho nas contas de meu rosário lugares, pessoas,
vidas que pouco a pouco descubro reais.
Vou e volto por entre as contas de meu rosário,
que são pedras marcando-me o corpo-caminho.
E neste andar de contas-pedras,
o meu rosário se transmuda em tinta,
me guia o dedo,
me insinua a poesia.
E depois de macerar conta por conto do meu rosário,
me acho aqui eu mesma
e descubro que ainda me chamo Maria.
(Poemas da Recordação e Outros Movimentos, 2006)
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Luiz Silva, conhecido pelo pseudônimo de Cuti, é um dos mais destacados nomes da
intelectualidade negra brasileira. Mestre e doutor em Letras pela Unicamp, Cuti é pesquisador
da produção literária negra no Brasil, além de poeta, contista, dramaturgo e militante.
É um dos fundadores e mantenedores das publicações Cadernos Negros e da ONG Quilombhoje
Literatura. Sua obra – ficcional e não ficcional – é dedicada à denúncia do racismo estrutural
brasileiro e ao resgate da ancestralidade negra e da memória do movimento negro.
É dele o conceito de literatura negro-brasileira em oposição a uma ideia de literatura
afrodescendente, pontuando como a remissão a África distancia ainda mais o sujeito negro
brasileiro de sua história e vivência. São de autoria dele também estudos importantes sobre a
obra de Cruz e Sousa, Lima Barreto, Luiz Gama, Machado de Assis, entre outros.
Negroesia é uma antologia poética que reflete sobre o lugar do negro na sociedade brasileira.
Quebranto
às vezes sou o policial que me suspeito
me peço documentos
e mesmo de posse deles
me prendo
e me dou porrada
às vezes sou o porteiro
não me deixando entrar em mim mesmo
a não ser
pela porta de serviço
às vezes sou o meu próprio delito
o corpo de jurados
a punição que vem com o veredicto
às vezes sou o amor que me viro o rosto
o quebranto
o encosto
a solidão primitiva
que me envolvo no vazio
às vezes as migalhas do que sonhei e não comi
outras o bem-te-vi com olhos vidrados
trinando tristezas
um dia fui abolição que me lancei de supetão no
espanto
depois um imperador deposto
a república de conchavos no coração
e em seguida uma constituição
que me promulgo a cada instante
também a violência dum impulso
que me ponho do avesso
com acessos de cal e gesso
chego a ser
às vezes faço questão de não me ver
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e entupido com a visão deles
me sinto a miséria concebida como um eterno
começo
fecho-me o cerco
sendo o gesto que me nego
a pinga que me bebo e me embebedo
o dedo que me aponto
e denuncio
o ponto em que me entrego.
às vezes!...
(Negroesia)
Elisa Lucinda acumula em sua carreira participações no teatro, na dramaturgia televisiva, na música e na
literatura. [4]
Mulata exportação
“Mas que nega linda
E de olho verde ainda
Olho de veneno e açúcar!
Vem nega, vem ser minha desculpa
Vem que aqui dentro ainda te cabe
Vem ser meu álibi, minha bela conduta
Vem, nega exportação, vem meu pão de açúcar!
(Monto casa procê mas ninguém pode saber, entendeu meu dendê?)
Minha tonteira minha história contundida
Minha memória confundida, meu futebol, entendeu meu gelol?
Rebola bem meu bem-querer, sou seu improviso, seu karaoquê;
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Vem nega, sem eu ter que fazer nada. Vem sem ter que me mexer
Em mim tu esqueces tarefas, favelas, senzalas, nada mais vai doer.
Sinto cheiro docê, meu maculelê, vem nega, me ama, me colore
Vem ser meu folclore, vem ser minha tese sobre nego malê.
Vem, nega, vem me arrasar, depois te levo pra gente sambar.”
Imaginem: Ouvi tudo isso sem calma e sem dor.
Já preso esse ex-feitor, eu disse: “Seu delegado…”
E o delegado piscou.
Falei com o juiz, o juiz se insinuou e decretou pequena pena
com cela especial por ser esse branco intelectual…
Eu disse: “Seu Juiz, não adianta! Opressão, Barbaridade, Genocídio
nada disso se cura trepando com uma escura!”
Ó minha máxima lei, deixai de asneira
Não vai ser um branco mal resolvido
que vai libertar uma negra:
Esse branco ardido está fadado
porque não é com lábia de pseudo-oprimido
que vai aliviar seu passado.
Olha aqui meu senhor:
Eu me lembro da senzala
e tu te lembras da Casa-Grande
e vamos juntos escrever sinceramente outra história
Digo, repito e não minto:
Vamos passar essa verdade a limpo
porque não é dançando samba
que eu te redimo ou te acredito:
Vê se te afasta, não invista, não insista!
Meu nojo!
Meu engodo cultural!
Minha lavagem de lata!
Porque deixar de ser racista, meu amor,
não é comer uma mulata!
(O Semelhante)
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formatos – contos, crônicas, peças e livros infanto-juvenis, além de diversos artigos sobre
relações raciais e de gênero publicados no Brasil e em outros países, como Uruguai, Costa Rica,
Estados Unidos, Suíça, Itália e Inglaterra.
Melô da contradição
O menino negro estava muito triste e contava ao outro que apresentou seguidos atestados
médicos à empresa para ser demitido. Assim, pretendia pagar a dívida do primeiro semestre na
faculdade e trancar a matrícula, para retomar Deus sabe quando.
Mas isso é problema de todo jovem pobre que estuda em faculdade particular, não precisa ser
negro para passar por isso. Tá certo, mas ocorre que ele trabalha como repositor de mercadorias
em uma monumental rede de drogarias da cidade e sente-se humilhado porque a regra é que os
repositores ascendam ao posto de vendedor (se forem bons funcionários e ele o era) num período
máximo de oito meses. Ele já completou quinze e todos os colegas (brancos) que entraram junto
com ele já são vendedores.
Ingênuo, como todo garoto sonhador de 23 anos, ele pensou que seria promovido
(recompensado) pela aprovação no vestibular de uma boa universidade e por fazer um curso
ligado à sua área profissional. Que nada, o gerente foi insensível e ainda disse que logo, logo, ele
desistiria dessa idéia de curso superior, "coisa de burguês".
Ele chorou e deu socos no travesseiro pensando que o salário de vendedor, acrescido das
comissões lhe permitiria pagar pelo menos cinco das sete mensalidades do semestre, e as duas
restantes, a escola negociaria.
Fez outra investida, dessa vez para tentar diminuir o cansaço e os gastos com transporte. Pediu
transferência para uma unidade da drogaria mais próxima da faculdade, onde ninguém quer
trabalhar, principalmente quem goza do status de trabalhar numa loja do centro. Recebeu outro
não. Aí, não lhe restou outro caminho senão pirraçar o gerente para ser despedido. Não podia se
demitir porque perderia o seguro desemprego e aí não teria mesmo como quitar a dívida que o
atormentava.
Ainda bem que as baladas do final de semana se aproximam e com elas o aconchego das moças
brancas que o acham um neguinho bonitinho, gostosinho, de tirar o chapéu. E lhe dão a ilusão de
ser menos negro e discriminado, por figurar como um pretinho básico do guarda-roupas.
(Cada Tridente em seu Lugar e outras crônicas)
Ana Maria Gonçalves (Ibiá – MG, 1970)
Publicitária de formação, Ana Maria Gonçalves abandonou a profissão para se dedicar
integralmente à literatura. Romancista, contista e pesquisadora, a autora lançou seu primeiro
livro, Ao lado e à margem do que sentes por mim em 2002.
Um defeito de cor foi publicado quatro anos depois, em 2006, e sua narrativa é inspirada
na história de Luiza Mahin, grande personagem negra da história brasileira, heroína da Revolta
dos Malês, e em seu filho, o poeta Luiz Gama. O livro, que recupera mais de 90 anos de história
do Brasil, foi contemplado com o Prêmio Casa de las Américas (Cuba), além de eleito um dos 10
melhores romances da década pelo jornal O Globo.
Ana Maria Gonçalves também trabalhou em universidades estrangeiras como escritora convidada
e foi condecorada pelo governo brasileiro, em 2013, com a comenda da Ordem de Rio Branco,
por préstimos nacionais de suas ações antirracistas.
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“O escaler que carregava o padre já estava se aproximando do navio, enquanto os guardas
distribuíam alguns panos entre nós, para que não descêssemos nuas à terra, como também
fizeram com os homens na praia. Amarrei meu pano em volta do pescoço, como a minha avó
fazia, e saí correndo pelo meio dos guardas. Antes que algum deles conseguisse me deter, pulei
no mar. A água estava quente, mais quente que em Uidá, e eu não sabia nadar direito. Então me
lembrei de Iemanjá e pedi que ela me protegesse, que me levasse até a terra. Um dos guardas
deu um tiro, mas logo ouvi gritarem com ele, provavelmente para não perderem uma peça, já que
eu não tinha como fugir a não ser para a ilha, onde outros já me esperavam. Ir para a ilha e fugir
do padre era exatamente o que eu queria, desembarcar usando o meu nome, o nome que a
minha avó e a minha mãe tinham me dado e com o qual me apresentaram aos orixás e aos
voduns.”
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7. CUIDADOS FRENTE À PANDEMIA
O que é o COVID-19?
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias, como a síndrome
respiratória do Oriente Médio (MERS) ou a síndrome respiratória aguda grave (SARS). O mais recente
coronavírus identificado, em 31/12/19 com início na China, causa a infecção chamada de Coronavirus
Disease 2019, ou COVID-19.
A infecção tem um contágio muito fácil e rápido e pode ser fatal em pessoas com problemas
pulmonares, com diminuição da imunidade e em idosos.
Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial de Saúde declarou a epidemia pelo COVID-19 como
emergência de saúde pública internacional. Até hoje (27/03/2020) já são mais de 509 mil casos e 23 mil
mortes registradas no site da World Health Organization.
Contágio e Sintomas:
As principais formas de contágio são através do contato com pessoas ou superfícies infectadas.
Contudo, ainda não há evidências de que o vírus seja transmitido pelo ar, sem gotículas provenientes de
espirros ou tosses.
Já os sintomas podem variar, ou ser até inexistentes em alguns casos, mas giram em torno da
febre, tosse seca e dificuldades para respirar. Pode haver também dores no corpo, congestão nasal, nariz
escorrendo, dor de garganta e diarreia. Para melhor compreender confira abaixo o comparativo de sintomas
entre as doenças respiratórias.
Em muitos casos a melhora pode ocorrer após alguns dias, como uma gripe, e a recuperação se
dará em casa. Já em casos mais avançados, onde existe algum problema pulmonar, que ocasiona uma piora
na respiração, o paciente deverá procurar um tratamento médico.
No grupo de risco da doença estão pessoas com hipertensão arterial sistêmica, diabete mélito,
doença cardíaca, doença pulmonar, câncer e outras condições que causam diminuição da imunidade.
Pacientes Oncológicos:
Por apresentar uma deficiência imunológica, pacientes oncológicos merecem uma atenção
especial: pessoas com leucemia, linfomas, pacientes transplantados e paciente com diagnóstico de tumores
sólidos em quimioterapia, imunobiológicos ou imunoterapia e notadamente idosos. Mas não são todos que
estão imunossuprimidos e por consequência, sob maior risco.
Além de todos os cuidados essenciais, existem algumas práticas fundamentais para pacientes
oncológicos:
1. O paciente não deverá interromper o tratamento de quimioterapia ou radioterapia, desde que não haja
intercorrência clínica;
2. A vacina para influenza/H1N1 pode ser realizada. Pacientes em quimioterapia devem consultar o seu
médico;
3. Devem ser evitados os abraços, beijos e cumprimentos com as mãos, principalmente com pessoas que
possuem problemas respiratórios ou chegaram de viagens no exterior; após qualquer contato lavar as
mãos com sabão ou usar álcool em gel;
4. O mesmo cuidado serve para evitar contato com superfícies contaminadas como maçanetas, corrimões,
botões de elevador;
5. As visitas hospitalares devem ser evitadas, e se possível com poucos acompanhantes nas consultas;
evitar ir à emergência por problemas simples; qualquer tipo de compromisso não essencial deve ser
evitado;
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6. Cuidar ao espirrar ou tossir, usando, usando sempre o cotovelo como proteção do nariz e boca.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das mais recentes evidências e do contexto atual, importantes questões a respeito do
ensino remoto no ensino médio, uma vez que esta estratégia, mesmo que com limitações, torna-se
absolutamente relevante em um cenário de distanciamento social e fechamento provisório de escolas.
Não por acaso, optou-se aqui pela diferenciação entre o termo “Educação a Distância (EaD)” –
modalidade de ensino que pressupõe uma organização e lógica própria – e o termo “ensino remoto” –
que enfatiza a natureza mitigadora da ação. Com efeito, as pesquisas apontam que a modalidade EaD na
Educação Básica também tem suas limitações específicas, mas, diante do cenário atual, não se trata de
uma análise exclusiva sobre ela, e sim sobre o que está ao alcance das redes de ensino em um momento
que exige respostas ágeis e inéditas.
Com isso em mente, e quando observadas de maneira conjunta, as mensagens apresentadas
apontam para o entendimento de que, nesse momento, o melhor uso do ensino a distância é aquele que se
orienta por uma estratégia que reconheça os riscos existentes, tenha olhar atento à equidade e que,
fundamentalmente, apoie os educadores para seguirem à frente do processo de ensino-aprendizagem.
Por isso, apenas um bom planejamento e execução do retorno às aulas, que reconheça as
múltiplas dimensões que precisarão ser tratadas, é que poderá responder adequadamente ao desafio
imposto. É hora de focar em amenizar os danos no curto prazo, mas sem perder de vista que é no
planejamento da volta às aulas que reside a chance de, efetivamente, enfrentarmos o desafio que se
impõe. Mais afirmo que aulas se recuperam, mais vidas não, então continuaremos a trabalhar
remotamente nesse 2º semestres de 2020.
Ressaltamos, que nossa proposta pedagógica não tem como objetivo utilizar metodologia de
ensino a distância (EAD), e sim em caráter emergencial, uma metodologia de ensino remoto temporário
utilizando as aulas explicativas através do Google meet e também através da radio comunitária 25 de
Maio FM 95,3. Nosso foco principal é dar continuidade ao processo de ensino aprendizagem, levando
aos nossos educandos propostas pedagógicas que favoreçam o protagonismo e a autonomia durante as
aulas. Durante este período, a Escola de Ensino Médio João dos Santos de Oliveira através de suas
plataformas digitais e canais de comunicação, disponibiliza contatos diários com as famílias e/ou
educandos para questões administrativas, pedagógicas e socioemocionais. Desta forma, acreditamos que,
juntos, aprenderemos muito e superaremos as adversidades deste período difícil e desafiador.
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9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Olhos d’agua, Conceição Evaristo
Quarto de despejo, Carolina Maria de Jesus
Poemeto de amor ao próximo, Elisa lucinda
Úrsula, Maria Firmino dos Reis
https://universodoslivros.com.br/mulheres-escritoras-a-trajetoria-de-grandes-autoras-na-literatura/
FARIA, Àlvaro Alves de. Poesia simples como a vida. In: TRINDADE, Solano. Cantares ano meu povo. São
Paulo: Brasiliense, 1981.
TRINDADE, Raquel. Dados biográficos. In: TRINDADE, Solano. O poeta do povo. São Paulo: Cantos e Prantos
Editora, 1999.
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