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ENVELHECIMENTO

E MORTE

LAILA LENTINI, LARISSA FREITAS, LUCAS LONGO, LUCAS TANIKAWA E MA RCELLA MELO – GRUPO F
SUMÁRIO
ENVELHECIMENTO MORTE
1. Introdução 1. Diferentes visões sobre a Morte

2. Breve histórico 2. Profissionais da Saúde

3. Sociedade contemporânea 3. Morte em vida

4. Contexto Capitalista 4. Fases do Luto

5. Culto ao corpo jovem e seus efeitos 5. Cuidados Paliativos

6. Sexualidade em Idosos 6. Conduta Biomédica

7. Legislação Brasileira 7. Eutanásia, Distanásia e Ortotanásia

8. Dados sobre o Brasil


ENVELHECIMENTO
A PARTIR DE QUAL IDADE A PESSOA É
CONSIDERADA IDOSA?

Dados: Estatuto do Idoso


Dados: IBGE, 2016
Dados: IBGE, 2016
O processo de envelhecimento humano possui suas
peculiaridades e estabelece uma correspondência direta entre
a maneira como as pessoas envelhecem e a
representação que um determinado contexto social,
histórico e cultural institui sobre o envelhecer
SOCIEDADES PRIMITIVAS

Valorização do idoso
(ancião), por causa de
seu conhecimento, de
sua sabedoria e de sua
experiência de vida
ANTIGUIDADE CLÁSSICA

Valorização máxima da
juventude, símbolo de
beleza e de força, em
detrimento da velhice,
vista como um estágio
de declínio
Platão

Defendia uma gerontocracia


Teceu elogios à velhice, por acreditar que nessa etapa o homem
alcança a prudência e a sensatez.

Aristóteles
Discípulo de Platão

Idosos como indivíduos enfraquecidos que não seriam capazes


de aconselhar e tomar decisões de qualidade
IDADE MÉDIA
Os idosos, em grande maioria, foram excluídos da vida pública

A situação dos velhos, em todos os setores da sociedade,


aparece, portanto, como extremamente desfavorecida. Tanto entre
os nobres, quanto entre os camponeses, a força física prevalecia:
os fracos não tinham lugar. A juventude constituía uma classe de
idade de considerável importância. Os jovens faziam o aprendizado e
passavam por uma iniciação: no que se refere ao jovem nobre, ao ser
armado, tornava-se cavalheiro; os jovens camponeses eram
submetidos a provas, durante cerimônias campestres. Por exemplo,
saltar por cima das fogueiras de São João. A classe dos velhos,
enquanto tal, não existia.
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

• Idoso = Problema social

• O envelhecimento está associado à ideia de sofrimento,


mal estar, fragilidade, dependência, incapacidade, doença
e perdas, tanto para o idoso, quanto para as pessoas que
convivem com ele.
CONTEXTO CAPITALISTA
• Valorização da produtividade e da autonomia

• O idoso como ser inativo e improdutivo

• Aumento da longevidade x Reconhecimento do idoso e do


seu valor social

• Impacto no mercado de trabalho


“A visualização e o entendimento do idoso como
sujeito incapaz apresentam-se apenas como reflexo
das exigências do mundo contemporâneo, em que o
pragmatismo, a produção, o consumo e a
supervalorização da juventude representam as
bases que sustentam essa lógica”
MOREIRA; NOGUEIRA, 2008
CONOTAÇÃO NEGATIVA QUE
PERMEIA A VELHICE
Ameaça à autoestima do próprio idoso e à aceitação de si

Dificuldade em vivenciar o envelhecimento como percurso natural da vida


"Os idosos, nas sociedades contemporâneas, são silenciados
e, em muitos contextos, vistos como problema social. Essa
realidade faz com que muitos idosos cheguem ao fim de suas
vidas sem aspirações próprias. Tratar a velhice dessa forma
denuncia um fracasso social, visto que os idosos chegam ao
final de suas vidas sem experienciar autenticamente as
possibilidades que ela oferece."
CULTO AO CORPO JOVEM

Perpetua-se na sociedade a convicção de que a sexualidade


está ligada à beleza e à juventude

Preconceito com a velhice, deserotizando o corpo e


tratando-o como incapaz de produzir desejo.
EFEITOS DO CULTO AO CORPO JOVEM

Dificuldade de aceitação do
próprio corpo e baixa autoestima
na terceira idade.

Maior busca por procedimentos


estéticos que visem retardar o
aparecimento de sinais de
velhice
A SEXUALIDADE QUANDO RELACIONADA AO
ENVELHECIMENTO TRAZ MITOS E TABUS

A sociedade tem uma visão que a prática sexual na terceira


idade ainda transcorre nos moldes de que a pessoa quando
alcança a fase da velhice deixa de ser sexual, resultando na
concepção de que idosos são pessoas assexuais
O PERIGO DO SILENCIAMENTO

O forte preconceito e a falta de debates sobre esse tema aumentam a


vulnerabilidade dos idosos para problemas psicológicos e físicos, como
doenças sexualmente transmissíveis e disfunção erétil.
A DETURPAÇÃO DO
CONCEITO DE SEXUALIDADE
Segundo a OMS, a sexualidade é um componente central do ser
humano, manifesta-se ao longo da vida e abrange sexo, identidades e
papéis de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e
reprodução.

Entretanto, há na sociedade atual o entendimento de que a sexualidade


esteja restrita a genitalidade e ao ato sexual.
DIFERENÇAS NA PERCEPÇÃO E NA VALORIZAÇÃO
DA SEXUALIDADE, SEGUNDO GÊNERO
Na sociedade patriarcal, os padrões culturais reproduzidos indicam que
homens, para demonstrar sua virilidade, precisam assegurar sua
dominação sobre as mulheres, bem como afirmar sua potência sexual.

Homens idosos acreditam que devem continuar exercendo a


sexualidade enquanto prática do ato sexual e aqueles que, por alguma
limitação não conseguem fazê-lo, sentem- se diminuídos e são
acometidos de frustração e tristeza.
As mulheres, por sua vez, são socializadas para satisfazer o desejo
masculino, colocando os seus próprios em segundo plano.

Ao envelhecer, fere-se a beleza corporal culturalmente imposta como padrão,


ligada à juventude. As idosas, em virtude do avanço da idade, não se sentem
atraentes para terem relação sexual, visto que não mais se encaixam nesses
moldes.
DEPOIMENTO DE PESSOAS DA TERCEIRA IDADE AO
SEREM QUESTIONADAS SOBRE SUA SEXUALIDADE
“A vida da gente terminou.
“O problema é ficar sem nada,
Terminou-se!”
sabe? Ficar assim inútil. Eu me
Homem, 72 anos, Araranguá considero uma pessoa inútil, sem
utilidade nenhuma. Fico aqui
parada ‘sem eira nem beira’(sem
perspectiva)”
“Acabou tudo. Eu vivia com a
minha mulher muito bem, mas
Mulher, 67 anos, Porto Alegre
vai chegando a velhice...”

Homem, 88 anos, Manaus


IMPORTÂNCIA DO DEBATE PARA A
REFIGURAÇÃO DA SEXUALIDADE NA VELHICE
A sexualidade do idoso ainda é um tema pouco estudado e que
enfrenta inúmeras dificuldades para ser abordado.

Embora o processo de envelhecimento passe por mudanças


físicas, bioquímicas e funcionais que interferem na atividade
sexual, a sexualidade pode ser manifestada através de outras
formas, como por meio de carinhos, toques e companheirismo.
ALGUÉM SABE O QUE É
ENVELHESCÊNCIA?
A ENVELHESCÊNCIA

• Período de indefinição

• Processo no qual a pessoa sabe que não é mais


jovem, mas ainda não se considera velha

• Novo olhar para o idoso: Reconhecimento e


valorização de suas possibilidades de vida
LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
ESTATUTO DO IDOSO

Promulgado dia 1º de Outubro de 2003


• Dia Nacional do Idoso
• Dia Internacional da Terceira Idade

Documento no qual são previstos os direitos dos


idosos e as respectivas punições a quem
descumpri-los
ALGUNS ARTIGOS

Art. 3.º É obrigação da família, da comunidade, da


sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso,
com absoluta prioridade, a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura,
ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/11/21/homem- https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/mais-de-60-dos-casos-
suspeito-de-agredir-a-avo-e-preso-no-leblon-video.ghtml de-violencia-contra-a-pessoa-idosa-ocorrem-nos-lares/
ALGUNS ARTIGOS

Art. 39
§ 2.º Nos veículos de transporte coletivo de que trata
este artigo, serão reservados 10% (dez por cento)
dos assentos para os idosos, devidamente
identificados com a placa de reservado
preferencialmente para idosos.
https://youtu.be/NY2WH69eDPU
ALGUNS ARTIGOS

Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos


termos da lei local, de 5% (cinco por cento) das
vagas nos estacionamentos públicos e privados, as
quais deverão ser posicionadas de forma a garantir a
melhor comodidade ao idoso.
https://g1.globo.com/google/amp/to/tocantins/noticia/2020/06/10/motoristas-com-direito-
a-vagas-preferenciais-reclamam-de-desrespeito-nos-estacionamentos-de-palmas.ghtml
“Na teoria, não há diferença entre
teoria e prática. Na prática, há.”

Benjamin Brewster
MORTE
O QUE VOCÊS
CONSIDERAM
COMO MORTE?
MORTE 7. figurado causa de ruína, desgraça

mor.te
8. figurado grande desgosto, sofrimento intenso

9. pena capital

’mɔrt(ə) 10. [com maiúscula] representação iconográfica ou figura imaginária que


personifica o poder que extingue a vida, geralmente apresentada

Nome feminino sob a forma de um esqueleto humano envergando uma túnica


escura com capuz e carregando uma gadanha

1. ato ou efeito de morrer MEDICINA morte aparente/clínica


cessação de algumas funções vitais, geralmente com paragem cardíaca
2. interrupção definitiva da vida; termo da e respiratória e perda de consciência, em que pode ocorrer reanimação
existência
MEDICINA morte cerebral
3. MEDICINA cessação das funções vitais cessação permanente da regulação cerebral das funções respiratórias,
circulatórias e outras atividades reflexas, mantendo-se a vida apenas
4. desaparecimento gradual; acabamento, fim com recurso a dispositivos mecânicos que colmatam essa falta

5. ato ou efeito de matar; homicídio morte natural


morte que ocorre na sequência de um processo natural (de
6. extinção total; destruição envelhecimento ou doença)
Fim Transformação

Alívio Passagem espiritual

O QUE É A
MORTE?
Perda
Recomeço

Destruição
Processo orgânico
Descanso
HISTÓRICO E A SOCIEDADE OCIDENTAL

• Tanatologia

• Proximidade → Afastamento

• Coletividade → Individualismo

• Produtividade do corpo humano

• Negatividade da morte – o não-ser


COMO AS RELIGIÕES ENXERGAM A MORTE

Catolicismo Judaísmo

Protestantismo Budismo

Espiritismo Hindu
VISÃO CIENTÍFICA DA MORTE

• Reforma higienista e o isolamento

• A mudança do ritual de passagem

• “Coisificação do homem”

• Combate à morte
PROFISSIONAIS DA SAÚDE
• Síndrome de Burnout

• Depressão

• Taxas de Suicídio

• Qualidade de Vida

• Estaremos prontos para lidar com isso?


MORTE EM VIDA
• Ritos de passagem na vida

• Fases do luto (Bowlby, 1997):


▪ Fase de torpor ou aturdimento, com duração de algumas horas ou semanas, que pode vir
acompanhada de manifestações de desespero ou raiva

▪ Fase de saudade e busca da figura perdida, que pode durar meses ou anos, quando
ocorre o impulso de buscar e recuperar o ente querido, podendo raiva estar presente quando
se percebe de fato a perda

▪ Fase de desorganização e desespero, em que as manifestações mais frequentes são o


choro, a raiva, as acusações envolvendo pessoas próximas - uma profunda tristeza é sentida
quando ocorre a constatação da perda como definitiva, podendo ocorrer a sensação de que
nada mais tem valor

▪ Fase de organização, em que existe a aceitação da perda e a constatação de que uma nova
vida precisa ser iniciada. A saudade a necessidade do outro e a tristeza podem retornar
mesmo nessa fase uma vez que o processo de luto é gradual e nunca totalmente concluído
MODELO DE KÜBLER-ROSS
FASES DO LUTO
1. Negação e Isolamento

2. Raiva

3. Barganha

4. Depressão

5. Aceitação
CUIDADOS PALIATIVOS

“Os cuidados paliativos consistem na assistência ativa e integral a pacientes cuja


doença não responde mais ao tratamento curativo.

O principal objetivo é garantir melhor qualidade de vida tanto ao paciente quanto


aos seus familiares.

Os cuidados paliativos destinam-se a controlar a dor e demais sintomas, evitando


assim o sofrimento do paciente."
HISTÓRICO
• Antiguidade (séc IV)

• Modelo biomédico e "encarniçamento terapêutico”

• Dra. Cicely Saunders, médica, enfermeira e assistente


social, em 1967, cria o St. Christopher Hospice, na
Inglaterra

• 1997: Associação Brasileira de Cuidados Paliativos Dra. Cicely Saunders


(ABCP)
CONDUTA BIOÉTICA

Principialismo

Quatro princípios norteadores da atuação do


profissional de saúde: Autonomia, Beneficência,
Não-maleficência e Justiça
EUTANÁSIA, DISTANÁSIA E ORTOTANÁSIA
Conduta ideal

"A Resolução CFM 1.805/2006 58 autoriza ao


médico limitar ou suspender procedimentos ou
tratamentos que posterguem a vida de paciente
em fase terminal de doença incurável, respeitada a
vontade da pessoa e de seu representante legal,
podendo ser facultada aos médicos a sua
realização mediante o consentimento da família."
DIVISÃO SOCIAL NO BRASIL

Desigualdade na vida e na morte

• Renda per capta por região

• Índice de mortalidade infantil por região

• Índice de expectativa de vida por região

• Índice de saúde por região


Dados: IBGE (2019)
https://www.gov.br/pt-br/noticias/financas-impostos-e-gestao-publica/2019/02/rendimento-domiciliar-mensal-cresce-8-2-em-2018
https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2016/11/15/interna_politica,823898/expectativa-de-vida-podem-ser-obstaculo-a-reforma-da-previdencia.shtml
REFERÊNCIAS

Artigos utilizados: https://drive.google.com/drive/folders/12ixOCgr-


MDiWevtc_BVuLZqBx_p2XNpE?usp=sharing

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf

https://gejai.sites.uepg.br/ebook.pdf

Livro “A Velhice”, de Simone de Beauvoir


REFERÊNCIAS
Resolução n° 2217, de 27/09/2018 do Conselho Federal de Medicina -
Código de Ética Médica

https://apmtsp.org.br/suicidio-entre-medicos-
preocupam/#:~:text=Dados%20da%20American%20Foundation%20for,ano
%20em%20todo%20o%20mundo

https://portugues.medscape.com/verartigo/6502361

https://www.scielo.br/j/reeusp/a/D7Bd3ZsmQkq4FTQ5Cq8FnhP/?lang=pt

Links disponibilizados ao longo do slide

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