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De acordo com a OMS, a expectativa de vida dobrou. No ano de 2000, 600 milhões de
pessoas tinham idade acima de 60 anos, e estima-se que em 2025 este número suba para
1.200 bilhões. No mundo em desenvolvimento, os mais velhos (acima de 80 anos) é o
grupo que tem o mais rápido crescimento populacional.
Envelhecer é um processo natural, universal, que não escolhe pessoa e nem lugar para
acontecer, sendo um processo único que cada ser humano sofre. Este envelhecimento
trás consigo perdas progressivas de funções físicas e mentais, implicando em
transformações, aceitações e adaptações.
Idoso pode ter autonomia e não precisa ser tratado como criança
O professor e psicanalista Christian Dunker explica que essa relação é o cuidado
invertido. “Na medida que nossos pais vão envelhecendo, inverte-se a relação inicial de
cuidados”
Problemas com a autoestima e até mesmo a depressão são algumas das consequências
mais graves dessa infantilização. O sentimento de fragilidade e incapacidade gera
traumas que acabam resultando na aceleração do declínio geral da saúde do idoso, tanto
emocional quanto fisicamente.
Independente de idade e nível de dependência, o idoso precisa ser tratado como sujeito,
com suas opiniões e vontades respeitadas. O lugar dele na família deve ser tão relevante
quanto o de qualquer outro membro, afinal, mesmo com a idade avançada ainda há
muito para viver, aprender e compartilhar com novas gerações.
Saúde do idoso
Entre as muitas preocupações com a saúde que podem recair sobre os idosos, o
sofrimento psicossocial é uma das mais comuns e menos discutidas. Com o
envelhecimento, surgem vários fatores que contribuem para o isolamento e a solidão,
como a morte de cônjuges e amigos íntimos, a mudança de familiares e o aparecimento
de doenças debilitantes. A própria solidão em si pode causar uma série de problemas
relacionados à saúde para os idosos, incluindo aumento de risco de mortalidade,
depressão, declínio cognitivo, demência e até o suicídio.
O Ministério da Saúde divulgou o Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por
Suicídio no Brasil. Um dos alertas é a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70
anos. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos
seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil.
Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão,
alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social;
psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões
desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas.
A depressão na velhice
Por trás do desejo de antecipar o fim da vida, estão as perdas. Perda de saúde,
autonomia, produtividade, papéis sociais. Perda de cônjuges, amigos, cuidadores e de
outras pessoas nas quais eles depositam confiança. “A depressão tem um papel muito
importante, assim como as questões de aspectos sociais da terceira idade, como a de
estar passando por mais perdas, estar passando pela aposentadoria e não se sentir mais
útil, de os filhos terem saído de casa, de ele ter mais dificuldade de se encaixar em uma
sociedade como a nossa, que não está ainda muito bem-preparada para acolher os
idosos”, destaca a psiquiatra Helena Moura, especialista em psicogeriatria pela
Universidade de São Paulo (USP).
O papel da Psicologia
A psicologia é das maiores virtudes para a velhice, pois essa é uma etapa do
desenvolvimento humano que exige mudanças e adaptações que não podem ser
simplesmente descartadas ou desconsideradas. Há necessariamente uma sequência de
perdas durante a vida; por isso, é importante que os idosos tenham um lugar para falar
sobre suas perdas significativas, sejam elas de origem familiar, profissional ou com
relação à saúde. Essas perdas, uma vez enxergadas e ressignificadas, podem ser mais
bem aceitas, totalmente incorporadas e, ao invés de serem origem de sofrimentos, dores
ou de doenças psicossomáticas, transformam-se em fatos da vida, em acúmulo de
experiências, em fonte de resiliência, e por aí vai. Uma forma de compreender o
processo de envelhecimento é o de uma sequência de escolhas adaptativas às condições
impostas pela realidade.
Ser idoso não significa estar sozinho, mesmo porque há uma diferença entre isolamento
e solidão. De acordo com a etimologia, “solidão” tem raiz no “solo”, enquanto
“isolamento” tem raiz etimológica em isola, ou seja, ilha, o que nos faz compreender
que “isolamento” remete à perda dos laços sociais, enquanto na solidão há a existência
de laços.
Entretanto, não podemos classificar essa população em uma única maneira, pois há uma
multiplicidade de condições que diversos idosos podem vivenciar e que podem definir
suas características.
Os idosos precisam de novos laços sociais para obter um envelhecimento saudável e um
autoconhecimento elevado, através de atividades que atendam seus repertórios de
interesses e gostos, como arte, política, história ou dança. Além disso, é importante que
os analistas se interessem pelas suas histórias, para que eles possam lidar com seus
ganhos, perdas e limitações de maneira natural.
Envelhecer bem depende de um equilíbrio favorável entre as perdas e os ganhos
trazidos pelo envelhecimento. Afinal, é preciso compreender que cada fase da vida tem
seus desafios e objetivos a serem cumpridos e isso não é diferente na velhice.
Viver é aprender a conviver com suas próprias limitações, sendo feliz e fazendo os
outros felizes, fazendo com que sua vida tenha qualidade. Se a velhice é inevitável para
quem vive, vamos aprender a viver melhor.
Vida natural é o solo em que se nutre a alma. Quem não consegue acompanhar essa
vida, permanece enrijecido e parado em pleno ar. É por isso que muitas pessoas se
petrificam na idade madura, olham para trás e se agarram ao passado, com um medo
secreto da morte no coração. Subtraem-se ao processo vital, pelo menos
psicologicamente, e por isto ficam paradas como colunas nostálgicas, com recordações
muito vividas do seu tempo de juventude, mas sem nenhuma relação vital com o
presente. Do meio da vida em diante, só aquele que se dispõe a morrer conserva a
vitalidade, porque na hora secreta do meio-dia da vida inverte-se a parábola e nasce a
morte. (JUNG, 1984,§ 800).
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