Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curso de Psicologia
Amanda M. Guimarães
Gabriele I. Ferreira
Karen A. Reis
Vítor C. de Andrade
Turma A01
Goiânia, 2022.
Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Curso de Psicologia
Goiânia, 2022.
Introdução
A Psicometria, bem como seus métodos, surgiram a partir do período histórico,
onde a corrente Empirista se mostrava em vigor. Áreas da ciência, como a Física,
comprovam seus testes e experiências por meio da prática empírica, e ainda o fazem,
assim como outras áreas e ramos que passaram a usar estas testagens empíricas dentro
de suas práticas (Hutz, Bandeira & Trentini, 2015).
A partir do referencial teórico da Psicologia, é possível observar no radical da
composição da palavra, o termo “psico”, variação que veio da tradução de “psiquê”,
que significaria “alma”. Já o sufixo “logia”, se refere a “estudo”, resultando em
“estudo da alma”. Neste mesmo sentido, coloca-se em questão a compreensão da
terminologia “Psicometria”, usando a tradução de psiquê, mencionada anteriormente,
e agora, mudando o sufixo para “metria”, que pode ser traduzido com “medida”.
Sendo assim, enquanto a Psicologia “estuda a alma”, a Psicometria “mede a alma”, ou
“faz a medida da alma” (Bock, Teixeira & Furtado, 2019).
Considera-se, a Psicometria como o ramo estatístico da Psicologia, sendo
responsável pela testagem empírica daquilo que é estudado pela ciência psicológica.
Testes que são conhecidos na prática da Psicologia, vem justamente desta interface
matemática e estatística da área, logo, os testes que costumam ser apresentados
durante o processo de recrutamento das empresas, são exemplos do trabalho da
Psicometria quando colocada em prática (Hutz, Bandeira & Trentini, 2015).
Utilizou-se como referencial a teoria de construção do instrumento proposta
por Pasquali (1998), que apresenta a ideia de que os métodos de análise de dados que
se traduzem por números podem ser úteis na compreensão de diversos pontos na
pesquisa presente. Mais ainda, a combinação deste tipo de dados juntamente de
metodologias qualitativas, podem vir a enriquecer a compreensão de eventos, fatos e
processos relacionados ao tema que foi escolhido pelo grupo para realização do
trabalho.
O Estudo metodológico, baseado no modelo de Pasquali, terá como a teoria e o
modelo de elaboração instrumental psicológico, utilizada para construir o trabalho.
São aplicáveis à construção de testes psicológicos de aptidão, de inventários de
personalidade, de escalas psicométricas de atitude, e do diferencial semântico. Isso se
baseia em três grandes pólos, sendo eles: 1) Pólo teórico; Enfoca a questão da teoria
que deve fundamentar qualquer empreendimento científico; 2) Pólo empírico:
Empírico ou experimental, define as etapas e técnicas da aplicação do instrumento
piloto, e da coleta válida da informação para proceder a avaliação da qualidade
psicométrica do instrumento; e 3) Pólo analítico: Estabelece os procedimentos de
análises estatísticas a serem efetuadas sobre os dados, para levar a um instrumento
válido e preciso ir se for, o caso normatizado (Pasquali, 1998).
Em um deles (descrito em pólo teórico), está o procedimento teórico o qual
dar-se ênfase para o constructo da pesquisa. Neste caso, a explicação da teoria sobre o
objeto psicológico para qual se quer desenvolver um instrumento de medida, traz para
o trabalho presente dados coletados, obtidos e analisados, bem como a realização do
construto em itens. Este pólo expõe a teoria do traço latente, e também a explicação
dos tipos de categorias de comportamentos que constituem uma representação
adequada do mesmo traço. E com uma base teórica coerente e, quando possível,
completa, torna-se viável uma definição dos tipos e características dos
comportamentos que irão constituir a representação empírica dos traços latentes, e
assim, facilitar a tarefa em operacionalizá-los adequadamente, (isto é, a construção
dos itens se tornar coerente e adequada.) Os procedimentos teóricos devem ser
elaborados para cada instrumento, dependendo, portanto, da literatura existente sobre
o constructo psicológico (Pasquali, 1998).
Desta forma, buscando realizar uma medida de um conceito abstrato, seguindo
o significado de “medida da alma”, o grupo decidiu por utilizar um atributo
denominado por “autoconhecimento”, analisando-o sob a perspectiva da Teoria
Cognitiva-Comportamental. Para isso, o Autoconhecimento foi localizado dentro de
um objeto psicológico, que de acordo com a TCC, seria a Comunidade Verbal, e sem
seguida, foi feita a análise do atributo, que ainda foi destrinchado em 3 fatores e seus
respectivos comportamentos. Todos foram conceituados para a melhor compreensão,
como é apresentado a seguir.
Procedimentos Teóricos
1. Objeto Psicológico: Comunidade Verbal
A comunidade verbal é formada por um conjunto de ouvintes e falantes, que Skinner
(1978) definiu como aqueles que emitem o comportamento verbal (falantes) e aqueles que
reforçam os que emitem o comportamento verbal (ouvintes). Para compreender melhor a
função da comunidade verbal, é necessário entender também o próprio comportamento
verbal. Este último, de maneira sucinta, seria um comportamento caracteristicamente
humano, cujo reforçador é mediado por outra pessoa, logo, pelo ouvinte, que reforça o
falante. Assim, esta comunidade verbal, seria o grupo destes falantes e ouvintes que se
modelam e engajam a modelagem recíproca ao longo do tempo, em outras palavras, suas
trocas dentro do grupo, modelam/alteram os comportamentos uns dos outros, a partir da
cultura que estes indivíduos estariam inseridos, sendo influenciados por ela, e influenciando-a
(Baum, 2018; Mucheroni, 2020).
Durante este momento de trocas e interações, a comunidade verbal pode trazer dentro
da modelagem dos indivíduos, o autocontrole, a auto-análise, a auto-descrição e diante dos
dois últimos, o autoconhecimento. No primeiro caso (autocontrole), as respostas do sujeito
são ensinadas a serem controladas em determinados ambientes, por exemplo, não se pode
tirar a camisa na igreja, o que levaria a punição pela comunidade verbal, mas em uma praia, a
comunidade poderia reforçar este comportamento. A partir disso, o indivíduo saberia
controlar seu comportamento, a partir da situação que ele encontrasse (Corrêa, Cantero &
Melo, 2014).
Os outros casos, podem se entrelaçar durante sua execução, onde a comunidade
ensinaria os indivíduos a fazerem a auto-observação, e por conseguinte, a descrever seus
comportamentos, processo chamado de auto-descrição, gerando por fim o conhecimento
sobre si, ou seja, o autoconhecimento (Martins, Dantas & Pinheiro, 2011). Para exercer esta
função, onde a comunidade consegue modelar os comportamentos dos indivíduos que a
compõem, é preciso usar principalmente reforços positivos (dependendo da comunidade, e de
seus componentes, pode haver punição). Lembrando, que ao adentrar em questões cognitivas,
todo este processo, pode gerar crenças nos indivíduos que ali participam, onde em
determinado contexto e com determinados membros na comunidade, podem ser disfuncionais
ou não (Barros, 2003).
2. Atributo Escolhido: Autoconhecimento
Segundo Skinner (1974/2004), o autoconhecimento seria um produto social gerado a
partir de contingências especiais estabelecidas pela comunidade verbal na qual o indivíduo se
encontra inserido, logo, no campo da consciência está o conhecimento de si. Assim, se o
autoconhecimento está relacionado à consciência, é preciso verificar como esta consciência é
vista pela abordagem em questão, considerando neste caso, os pensamentos e crenças que são
manifestados por meio do comportamento. Entrando no lado comportamental, o
autoconhecimento seria percebido por meio da capacidade de autodiscriminação, ou seja,
perceber e falar sobre seus comportamentos encobertos, adentrando no processo de auto-
observação e auto-descrição (Martins, Dantas & Pinheiro, 2011).
Neste sentido, a prática da Teoria Cognitivo-Comportamental visa proporcionar o
autoconhecimento, por meio da identificação dos pensamentos automáticos negativos, e
esquemas, de maneira gradual e reveladora, para avaliá-los de maneira distanciada e realista,
a fim de confrontá-los com a realidade e a veracidade dos fatos, permitindo assim uma
mudança de pensamento e comportamento, isto num ciclo contínuo (Maschio & Soczek,
2016). Considerado pela Organização Mundial da Saúde, este conceito é definido como a
“[...] habilidade de reconhecer a si próprio, incluindo seu caráter, pontos fortes e limitações,
desejos e desapontamentos".
Segundo Aránega, Sánchez e Pérez (2019, citado por Ferreira et al, 2022), o
autoconhecimento auxilia o manejo de emoções desagradáveis e faz parte da consciência
emocional, a partir dele o indivíduo consegue identificar estados de humor, aplicá-los e
manejá-los de acordo com as situações vivenciadas. Dessa forma, o autoconhecimento
possibilita o indivíduo a reconhecer quando está estressado ou se sentindo sob pressão,
podendo ser influenciado o tempo todo pelas situações que vivencia e pelas respostas
comportamentais das outras pessoas. Além disso, muitas vezes, o autoconhecimento pode ser
pré-requisito para o desenvolvimento da empatia e, consequentemente, resultar em
comunicações efetivas e relacionamentos interpessoais mais saudáveis, em conhecimento de
recursos e limitações associados às normas e regras do ambiente social em que está inserido,
bem como as consequências destas para si próprio.
Dessa forma, o autoconhecimento engloba: a) recursos pessoais (capacidade de se
observar, reconhecer seus próprios recursos e conseguir expressá-los e ter autocontrole); b)
recursos externos (percepção de apoio da família, comunidade e instituições); c) dificuldades
pessoais (reconhecimento de déficits, dificuldades e fontes de estresse) (Ferreira et al, 2022).
3. Fatores do Atributo: 1° fator: Recursos Pessoais. 2° fator: Recursos Externos. 3° fator:
Dificuldades Pessoais.
4. Definição Constitutiva
4.1. Conceito do primeiro fator (Recursos Pessoais):
Os recursos pessoais, como o próprio nome aponta, irão se referir ao próprio
indivíduo, considerando as características da auto-observação, ou seja, do olhar sobre si
mesmo, da auto-descrição, onde é possível reconhecer e descrever o que está acontecendo em
si (pensamentos e comportamentos), existindo a possibilidade de expressar estas questões e,
por fim, trazer o autocontrole por meio do conhecimento de si, de seus pensamentos e de seus
comportamentos.
A partir da compreensão de seus recursos pessoais, é possível gerar uma avaliação de
desempenho, por conseguinte, descobrir seus pontos fortes e fracos, o que poderia ser
essencial em instituições de ensino e mercado de trabalho para avaliar a capacidade do
indivíduo. Neste sentido, o indivíduo que se conhece, com o auxílio da comunidade verbal,
ou seja, com o olhar do outro, pode compreender sobre si mesmo, influenciando na sua
autoestima e autoconceito, influenciando no seu comportamento social (Ferreira et al, 2022).
4.2. Conceito do segundo fator (Recursos Externos):
Os recursos externos, como é indicado, se referem aos fatores externos que
influenciam o indivíduo, as comunicações afetivas (comunidade verbal), as relações
interpessoais, as regras do ambiente social, e suas consequências. Esses fatores externos
podem ser exemplificados como: apoio familiar, interferência de instituições, influência da
comunidade, entre outros. Estes grupos externos ao indivíduo, podem trazer o que se
reconhece como reforço e punição, influenciando no seu autoconceito e autoestima, logo na
maneira qual o indivíduo vai se comportar diante de questões sociais (Ferreira et al, 2022).
4.3. Conceito do terceiro fator (Dificuldades Pessoais):
As dificuldades pessoais são características pessoais/individuais e situações
particulares que geram dificuldade para cada indivíduo (Oliveira, Dias & Piccoloto, 2013).
A tomada de consciência dessas dificuldades e déficits se relaciona com o conceito de
consciência emocional, que permite o manejo das emoções, possibilitando, assim, a
identificação de sentimentos e de como lidar com esses desafios emocionais e por
conseguinte, superá-los de acordo com o ambiente e a história de vida do indivíduo. Assim,
seria possível trazer o tratamento de questões necessárias dentro da percepção do sujeito,
devido a crenças disfuncionais, por exemplo (Ferreira et al, 2022).
5. Definição operacional
5.1. Primeiro fator - Recursos Pessoais:
5.1.1: Sentir-se bem consigo mesmo;
5.1.2: Manter controle;
5.1.3: Autoavaliar-se;
5.1.4: Sentir-se inseguro;
5.1.5: Sentir-se insuficiente;
5.1.6: Desenvolver a habilidade de autocrítica;
5.1.7: Desenvolver autoestima baixa;
5.1.8: Desenvolver autoestima alta;
5.1.9: Reconhecer seus valores;
5.1.10: Reconhecer seus potenciais;
5.1.11: Reconhecer seus defeitos;
5.1.12: Distinguir necessidades fisiológicas das necessidades emocionais.
5.2. Segundo fator - Recursos Externos:
5.2.1: Sentir ansiedade gerada pela influência do ambiente;
5.2.2: Agressividade gerada pelo excesso de punição ou rejeição;
5.2.3: Sentir a necessidade de confirmação e validação externa;
5.2.4: Surgimento de motivação gerada pelo apoio de indivíduos externos;
5.2.5: Criar relações sociais;
5.2.6: Desenvolver habilidades sociais e comunicativas;
5.2.7: Sentir-se retraído em ambientes sociais;
5.2.8: Encaixar-se em grupos;
5.2.9: Influenciar-se pelos outros;
5.2.10: Influenciar outras pessoas;
5.2.11: Sair em grupos;
5.2.12: Preferir se manter isolado.
5.3. Terceiro fator - Dificuldades Pessoais:
5.3.1: Manter fuga ou esquiva perante situações e acontecimentos difíceis e desafiadores;
5.3.2: Sente-se ameaçado ao enfrentar quaisquer dificuldades;
5.3.3: Mostra-se preparado para enfrentar dificuldades;
5.3.4: Compreender suas limitações em determinadas situações;
5.3.5: Identificar seus sentimentos diante de determinadas situações;
5.3.6: Demonstrar conhecimento emocional;
5.3.7: Demonstrar conhecimento de suas crenças;
5.3.8: Não conseguir distinguir seus sentimentos;
5.3.9: Não conseguir distinguir suas crenças;
5.3.10: Manter-se tranquilo em situações dificultosas;
5.3.11: Manter-se estressado em situações dificultosas.
6. Análise de Juízes
Após definir os comportamentos presentes em cada fator, para cada comportamento
foi descrito em uma frase, para que assim fosse possível realizar a Análise de Juízes. Sendo
então, 35 comportamentos que foram transformados em 35 frases, sendo elas:
1. Me sinto bem comigo mesmo no dia a dia;
2. Consigo manter o controle em situações difíceis;
3. Sinto dificuldade em me autoavaliar;
4. Me sinto inseguro em relação a minha imagem;
5. Me sinto insuficiente quando deixo de concluir uma tarefa dentro do prazo que havia
estabelecido;
6. Consigo me avaliar em atividades cotidianas;
7. Me percebo com autoestima baixa;
8. Me percebo com autoestima alta;
9. Consigo reconhecer minhas qualidades e/ou valores pessoais;
10. Sei reconhecer meus defeitos quando sou pontuada por pessoas próximas;
11. Sei diferenciar minhas necessidades fisiológicas e/ou emocionais em um relacionamento;
12. A ansiedade que sinto depende do lugar onde estou;
13. Me sinto irritado quando sou penalizado pelas pessoas;
14. Me sinto irritado quando sou rejeitado pelas pessoas;
15. Me sinto irritado quando sou rejeitado pelas pessoas;
16. Para me sentir bem preciso da opinião das pessoas e minha volta ao meu respeito;
17. Só me sinto motivado quando tenho pessoas em minha volta me incentivando;
18. Tenho facilidade em criar vínculos afetivos e sociais;
19. Tenho facilidade em me relacionar com as pessoas no meu cotidiano;
20. Sinto vergonha quando estou em lugares com muitas pessoas;
21. Me encaixo facilmente em grupos quando necessário;
22. Sinto que as pessoas me influenciam;
23. Sinto que tenho a capacidade de influenciar as pessoas;
24. Me sinto melhor sozinho do que com as pessoas;
25. Fujo quando me vejo em situações desafiadoras;
26. Sinto que sozinho que sou incapaz enfrentar situações difíceis quando estou passando por
elas;
27. Sinto que tenho a capacidade de enfrentar situações difíceis;
28. Compreendo minhas limitações em situações que acho complicadas;
29. Consigo identificar meus sentimentos quando estou sentindo-os;
30. Consigo demonstrar conhecimento acerca das minhas emoções;
31. Consigo demonstrar conhecimento acerca das minhas crenças;
32. Tenho dificuldade de identificar os meus sentimentos quando estou sentindo-os;
33. Tenho dificuldade diferenciar minhas crenças quando sou questionado a respeito;
34. Me sinto tranquilo quando estou em situações difíceis;
35. Me sinto estressado quando estou em situações difíceis.
Com as frases/itens já preparados, foi criada uma tabela que seria usada durante a
análise em sala de aula, onde seriam apresentados cada item e as opções de fatores
apresentados pelo grupo. Por exemplo, no caso da apresentação da frase “Sinto dificuldade
em me autoavaliar", o indivíduo que estivesse analisando o item, irá marcar em qual fator
essa frase mais se encaixa, no caso desta pesquisa: Recursos Pessoais, Recursos Externos e
Dificuldades Pessoais. Logo, o instrumento utilizado na Análise Juízes, em um primeiro
momento, estava apresentado desta forma:
“Para cada afirmativa abaixo, marque um ‘X’ na alternativa que melhor se relacionar
com seu conteúdo.”
AFIRMATIVAS FATORES
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
10. Sei reconhecer meus defeitos quando sou pontuada ( ) Recursos Pessoais
por pessoas próximas
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
12. A ansiedade que sinto depende do lugar onde estou ( ) Recursos Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
13. Me sinto irritado quando sou penalizado pelas pessoas ( ) Recursos Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
14. Me sinto irritado quando sou rejeitado pelas pessoas ( ) Recursos Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
15. Me sinto irritado quando sou rejeitado pelas pessoas ( ) Recursos Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
16. Para me sentir bem preciso da opinião das pessoas e ( ) Recursos Pessoais
minha volta ao meu respeito
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
18. Tenho facilidade em criar vínculos afetivos e sociais ( ) Recursos Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
20. Sinto vergonha quando estou em lugares com muitas ( ) Recursos Pessoais
pessoas
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
26. Sinto que sozinho que sou incapaz enfrentar situações ( ) Recursos Pessoais
difíceis quando estou passando por elas
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Recursos Externos
( ) Dificuldades Pessoais
( ) Dificuldades Pessoais
Junto do quadro de Análise Juízes, foi anexada um segundo quadro, porém, essa não
era assinalada pelos indivíduos que estavam fazendo a análise, e sim pelo grupo que corrigia
as respostas apresentadas na primeira tabela. Ou seja, a tabela da Análise Juízes era
apresentada para o indivíduo que iria responder de acordo com sua percepção das frases, e a
segunda tabela, sendo a tabela de correção da Análise Juízes, era utilizada pelos membros do
grupo, para assim, corrigir as respostas apresentadas na primeira tabela.
Para realizar esta correção, primeiramente, deveria ser realizada a Análise de Juízes
por pessoas que não fizessem parte do grupo. Sendo assim, a forma que foi utilizada para que
isto ocorresse, foi confeccionar cinco cópias contendo as duas tabelas (análise, e correção da
análise), que foram distribuídas para cinco alunos de diferentes grupos dentro da sala de aula.
Assim que estes alunos terminaram de responder a Análise de Juízes, as cópias foram
devolvidas ao grupo original, e assim, puderam ser corrigidas. O procedimento de correção
ocorria da seguinte forma: as mesmas frases apresentadas antes, eram dispostas novamente
com cinco espaços numerados de 1 a 5, sendo esses espaços utilizados para contar os acertos,
assim como apresenta a tabela abaixo.
AFIRMATIVAS 1 2 3 4 5
O critério utilizado na correção, para validar ou não o item apresentado foi o seguinte:
sendo cinco alunos para responder, para cada item, se houvessem dois erros cometidos e três
acertos, poderia desconsiderar os erros, já que haviam sido poucos, e provavelmente, se
dariam por falta atenção ou interpretação. Porém, aqueles que obtivessem três erros ou mais,
deveriam ser avaliados pelo grupo, sendo proposta a possibilidade de reformular o item em
específico.
Obteve-se os seguintes resultados: os itens de 1 a 13, 15 a 17, 19 a 22, 26, 27, 32, 33 e
35 não tiveram erros; os itens 14, 18, 25 e 29 apresentaram apenas dois erros, mas ainda
assim, foram reformuladas devido aos erros, visando trazer melhor qualidade aos itens; e por
fim, os itens 23, 24, 28, 30, 31 e 34, obtiveram três erros ou mais, então, foi necessário a
reformulação destes itens.
As primeiras correções feitas após a Análise Juízes se deram na descrição dos
comportamentos de cada fator apresentado, resultado nos seguintes comportamentos:
Obs.: A enumeração apresentada “5.1; 5.1.1; 5.1.2 …” etc., foi mantida por se referir a
formatação feita nestes tópicos citados acima, na introdução.
5.1. Primeiro fator - Recursos Pessoais:
5.1.1: Identificar seus sentimentos diante de determinadas situações;
5.1.2: Preferir se manter isolado;
5.1.3: Sentir-se bem consigo mesmo;
5.1.4: Manter controle;
5.1.5: Autoavaliar-se;
5.1.6: Sentir-se inseguro;
5.1.7: Sentir-se insuficiente;
5.1.8: Desenvolver a habilidade de autocrítica;
5.1.9: Desenvolver autoestima baixa;
5.1.10: Desenvolver autoestima alta;
5.1.11: Reconhecer seus valores;
5.1.12: Reconhecer seus potenciais;
5.1.13: Reconhecer seus defeitos;
5.1.14: Distinguir necessidades fisiológicas das necessidades emocionais.
5.2. Segundo fator - Recursos Externos:
5.2.1: Sentir ansiedade gerada pela influência do ambiente;
5.2.2: Agressividade gerada pelo excesso de punição;
5.2.3: Agressividade gerada pelo excesso rejeição;
5.2.4: Sentir a necessidade de confirmação e validação externa;
5.2.5: Surgimento de motivação gerada pelo apoio de indivíduos externos;
5.2.6: Criar relações sociais;
5.2.7: Desenvolver habilidades sociais;
5.2.8: Sentir-se retraído em ambientes sociais;
5.2.9: Encaixar-se em grupos;
5.2.10: Influenciar-se pelos outros;
5.2.11: Influenciar outras pessoas;
5.3. Terceiro fator - Dificuldades Pessoais:
5.3.1: Manter fuga perante situações e acontecimentos desafiadores;
5.3.2: Sente-se ameaçado ao enfrentar quaisquer dificuldades;
5.3.3: Mostra-se despreparado para enfrentar dificuldades;
5.3.4: Não compreende suas limitações em determinadas situações;
5.3.5: Não demonstra conhecimento emocional;
5.3.6: Não demonstra conhecimento de suas crenças;
5.3.7: Não conseguir distinguir seus sentimentos;
5.3.8: Não conseguir distinguir seus valores;
5.3.9: Manter-se inquieto em situações dificultosas;
5.3.10: Manter-se estressado em situações difíceis.
Com as correções, os itens agora prontos, foram adicionados no Forms, onde foi
preparado um questionário, utilizando as seguintes frases (com correção), sendo os novos
itens do trabalho:
1- Consigo identificar meus sentimentos quando os sinto;
2- Me sinto melhor sozinho do que com outras pessoas;
3- Me sinto bem comigo mesmo no dia a dia;
4- Consigo manter o controle em situações difíceis;
5- Consigo demonstrar conhecimento acerca das minhas emoções;
6- Me sinto inseguro em relação a minha imagem;
7- Me sinto insuficiente quando deixo de concluir uma tarefa dentro do prazo que havia
estabelecido;
8- Consigo me avaliar em atividades cotidianas;
9- Me percebo com autoestima baixa;
10- Me percebo com autoestima alta;
11- Consigo reconhecer meus valores pessoais;
12- Sou capaz de reconhecer meus potenciais;
13- Sei reconhecer meus defeitos;
14- Sei diferenciar minhas necessidades fisiológicas e/ou emocionais;
15- A ansiedade que sinto depende do lugar onde estou;
16- Me sinto irritado quando sou penalizado pelas pessoas;
17- Me sinto irritado quando sou rejeitado pelas pessoas;
18- Para me sentir bem preciso da opinião das pessoas em minha volta ao meu respeito;
19- Só me sinto motivado quando tenho pessoas em minha volta me incentivando;
20- Percebo que as pessoas têm abertura para criar vínculos afetivos comigo;
21- As pessoas costumam se mostrar receptivas em relação a mim;
22- Em lugares cheios/aglomerações, sinto que as pessoas me reprimem;
23- Normalmente, os grupos sociais costumam me aceitar com facilidade;
24- Sinto que as pessoas me influenciam;
25- Sinto que tenho a capacidade de influenciar as pessoas;
26- Fujo quando me vejo em situações desafiadoras/difíceis;
27- Sinto que sozinho sou incapaz de enfrentar situações difíceis quando estou passando por
elas;
28- Sinto que tenho dificuldade de enfrentar situações complicadas;
29- Tenho dificuldade em compreender minhas limitações em situações que acho
complicadas;
30- Sinto dificuldade em me autoavaliar;
31- Apresento incapacidade em reconhecer as minhas crenças;
32- Tenho dificuldade de identificar os meus sentimentos no momento em que estou
sentindo;
33- Tenho dificuldade em diferenciar meus valores quando sou questionado a respeito;
34- Me sinto inquieto quando estou em situações difíceis;
35- Me sinto estressado quando estou em situações difíceis.
Na apresentação do instrumento dentro aplicativo Forms, utilizado para construir o
questionário, antes da explanação das frases, foi apresentado o TCLE (Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido), com sua respectiva descrição, e apresentação das opções
de concordar ou discordar em fazer parte da pesquisa.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
“Você está sendo convidado(a) a participar, como voluntário(a), de um trabalho de
aprendizagem feito por alunos(as) do curso de Psicologia da PUC Goiás, que estão cursando
a disciplina de Psicometria, na qual faz parte a aplicação de uma escala que visa construir e
validar um instrumento piloto que avalia comportamentos. A pesquisa atende à Resolução
CNS 510/2015. Após ser esclarecido(a) sobre as informações acima, no caso de aceitar fazer
parte do estudo, confirme ao final deste documento. Serão garantidos o anonimato e sigilo
das informações. Sua colaboração é importante e necessária para o desenvolvimento da
pesquisa, porém sua participação é voluntária. Sendo participante voluntário não haverá
nenhum pagamento referente à sua participação no estudo. Desde já agradecemos sua
colaboração!”
Diante das explicações, eu estou suficientemente informado(a) a respeito da pesquisa
que será realizada e concordo por livre e espontânea vontade em participar como
colaborador(a):
o Li e concordo
o Li e discordo
E para dar continuidade a pesquisa, entre as escalas apresentadas como opções, o
grupo preferiu utilizar a Escala de Likert, onde são apresentadas opções de “Discordo
totalmente” até “Concordo totalmente”, onde o participante deveria escolher aquela opção
que melhor representasse seu nível de concordância quanto ao item apresentado. Sendo
desenvolvido da seguinte maneira para a compreensão dos indivíduos que aceitaram
participar.
“Para cada afirmativa abaixo, preencha com um “X” aquela que condiz com a sua
visão sobre si mesmo em tais situações. As alternativas serão divididas de 1 a 5 podendo ser
de intensidade ou de concordância. Não existem respostas corretas, apenas equivalem a
experiência individual.”
1 2 3 4 5
MAS
MSA 0.865
geral
Item 1 0.834
Item 4 0.887
Item 2 0.678
Item 3 0.917
Item 5 0.895
Item 6 0.868
Item 7 0.868
Item 8 0.923
Item 9 0.895
Item 10 0.882
Item 11 0.900
Item 12 0.882
Item 13 0.685
Item 14 0.884
Item 15 0.585
Item 16 0.736
Item 17 0.783
Item 18 0.828
Item 19 0.841
Item 20 0.723
Item 21 0.722
Item 22 0.921
Item 23 0.849
Item 24 0.767
Item 25 0.873
Item 26 0.914
Item 27 0.911
Item 28 0.893
Item 33 0.856
Item 34 0.871
Item 35 0.844
Item 30 0.920
Item 31 0.902
Item 29 0.919
Item 32 0.885
Assim, os itens: 2, 13 e 15, foram considerados como medíocres. Os itens: 16, 17, 20,
21 e 24, foram considerados bons. Os itens: 1, 4, 5, 6, 7, 9, 10, 12, 14, 18, 19, 25, 28, 33, 34,
35 e 32, foram considerados como ótimos. E por fim, os itens: 3, 8, 11, 22, 26, 27, 29, 30 e
31, foram considerados como excelentes. De maneira geral, o KMO total da avaliação dos
itens postulados pelo grupo, é de 0.865, se encontrando em um valor definido como ótimo.
Da mesma forma, para analisar os resultados apresentados pelo JASP, pode-se fazer o
uso do teste de esfericidade de Bartlett, que faz a avaliação entre as medidas da matriz de
(co)variância e matriz identidade, buscando verificar a similaridade entre elas e identificar a
significância geral de todas as correlações apresentadas em uma matriz de dados. Os valores
do teste de Bartlett possuem o seguinte nível de significância: se p < 0,05, indica que a matriz
é fatorável, e se a matriz é fatorável, “o pesquisador deve prosseguir avaliando os índices de
distribuição de normalidade multivariada da amostra, para que possa ser escolhido um
método de extração apropriado” (Damásio, 2012).
Neste caso, o JASP apresentou a seguinte tabela e resultado quanto aos itens
apresentados na pesquisa.
O valor apresentado é de p < 0.01, sendo assim, um valor que é favorável a pesquisa
que está sendo realizada.
Outra análise feita pelo JASP, que valida os fatores indicados por ele próprio, é o
Scree Plot. Para compreendê-lo, deve-se observar o gráfico dos eigenvalues, focando nos
fatores que apresentam maior eigenvalues, responsáveis por uma maior variância explicada
(Damásio, 2012). No caso dos fatores apresentados pelo JASP, que foram 6, apenas 3 se
mostraram com uma maior variância explicada, assim como apresenta o gráfico a seguir:
Melhor detalhando, aqueles fatores que se encontram acima da linha horizontal, foram
aceitos por possuírem maior variância explicada, ou seja, melhor explicam o constructo
desejado. E aqueles que se encontram abaixo da linha horizontal, foram descartados da
pesquisa, pois não possuem o valor necessário para implementação nos dados analisados.
Neste mesmo gráfico, é possível aplicar o Método das Análises Paralelas. No lado
esquerdo do gráfico, é possível ver os números: 2, 4, 6 e 8, sendo a linha horizontal, a
representante do número 1. Aqueles fatores, representados por pequenos pontos pretos, que
se encontram acima da linha horizontal, são considerados como de alto valor, e aqueles que
estão abaixo da linha (consequentemente, abaixo de 1), são de baixo valor. Ou seja, neste
caso, os 3 fatores que se encontram acima da linha, assim como apresentado no Scree Plot,
são aqueles que devem ser mantidos.
Logo, o JASP apresenta um conjunto de 6 fatores, contudo, por meio do Scree Plot e
do Método das Análises Paralelas, entre estes 6 fatores apresentados, 3 irão ser mantidos,
pois se apresentam com alto valor, em outras palavras, são os fatores que mais explicam bem
o construto definido.
Agora, tendo analisado os fatores apresentados pelo JASP, e excluído aqueles que não
foram categorizados como parte deles (ficaram sem categoria/fator), é possível aplicar a
Escala de Cronbach ou Alfa de Cronbach. Esta escala avalia “o grau em que os itens de uma
matriz de dados estão correlacionados entre si”, sendo usado principalmente para medir a
confiabilidade das estruturas fatoriais. Existe um índice que é adotado para analisar os
resultados, sendo a sua representação de a > 0,90 = excelente; a > 0,80 = bom; a > 0,70 =
aceitável; a > 0,60 = questionável; a > 0,50 = pobre; a < 0,50 = inaceitável (Damásio, 2012).
Ao fazer a análise do alfa foi notado que um dos itens (item 17) havia saturado nos
fatores 5 e 6. Segundo Hora, Monteiro e Arica (2010, citado por Gaspar & Shimoya, 2017) a
aplicação do alfa de Cronbach deve submeter-se a alguns pressupostos, sendo um deles que o
questionário deve estar dividido e agrupado em construtos, que devem agrupar questões que
tratam de um mesmo aspecto. Nesse sentido, os itens que não cumprem esse agrupamento, ou
seja, não são encontrados claramente em apenas um fator, acabam ficando saturados e dessa
forma são descartados da análise.
No caso dos itens e fatores apresentados na pesquisa, mais especificamente, aqueles
que não foram excluídos após a análise do JASP, infelizmente, o índice apresentou a pesquisa
como sendo pobre, logo, não apresentando um grau necessário de confiabilidade dos
resultados. Existe a recomendação de que o índice da pesquisa seja de pelo menos 0,70, que
seria o aceitável, porém, este alcance não foi obtido.
Como resultado atingido, os itens 1, 5, 6, 7, 9, 16, 17, 18, 20, 21, 23, 24, 26, 27, 28,
31, 31, 33, 34 e 35 apresentaram resultados > 0,50 que de acordo com a literatura é
considerado pobre. Ademais, os itens 4, 8, 10 e 11 apresentaram resultados > 0,60 que é
considerado questionável.
Confiabilidade Unidimensional
Estatísticas de confiabilidade de escala frequentist
Estimativa Cronbach's α
Estimativa Pontual 0.570
95% IC limite inferior 0.489
95% IC limite superior 0.641
Nota. Os seguintes itens se correlacionaram negativamente com a escala:
Item 1, Item 4, Item 5, Item 8, Item 10, Item 11, Item 20, Item 21, Item
23
Ao analisar o alfa de Cronbach do Fator 4, se obteve um resultado > 0,80 que é tido
como ótimo. E ao analisar item por item é possível perceber que o item 20 possui um valor
aceitável, o item 21 obteve um resultado pobre perante os parâmetros de análise e o item 23
foi o que mais atingiu uma estatística excelente. Vale ressaltar, que o fator 4 foi único dos
fatores a mostrar um índice aceitável para as pesquisas científicas, sendo o mais confiável
entre os seis fatores apresentados pelo JASP.
Após a testagem dos fatores, o 5º fator teve como resultado do Alfa de Cronbach >
0,60 que é visto como duvidoso. E observando os itens utilizados, foi obtido valores variados:
o item 17 (0,598), é classificado como pobre, o item 18 (0,335) é tido como inaceitável nas
escalas de avaliação e o item 24 (0,589), assim como o 17, se encaixa nos parâmetros de itens
pobres.
Analisando o alfa de Cronbach do Fator 6, temos o resultado > 0,70, o que significa
que se obteve uma estimativa vista como aceitável. Em relação aos itens utilizados se obteve
alternâncias entre eles: o item 16 (0,684) é visto como questionável. Já os itens 34 (0.491) e
35 (0.484) por serem <0,50 são tidos como inaceitáveis de acordo com a base de classificação
dos itens.
Por fim, ao testar todos os Fatores (4, 5 e 6) se obteve um resultado questionável (>
0.611), isso aconteceu porque os itens 20, 21 e 23, que obtiveram os maiores escores dentre
os demais, se correlacionaram negativamente com a escala total. Por isso, o alfa de Cronbach
final sofreu uma redução atribuindo-lhe um valor duvidoso.
Estimativa Cronbach's α
Estimativa Pontual 0.611
95% IC limite inferior 0.530
95% IC limite superior 0.681
Nota. Os seguintes itens se correlacionaram negativamente com a escala: Item 20, Item 21, Item 23.
Após a análise feita pelo programa, os itens foram organizados com base nos fatores
do JASP e os fatores originais da pesquisa. Isso ocorreu, pois o JASP agrupou itens em novos
fatores, criados por ele. Por isso, foi preciso essa nova organização para realizar a
identificação de quais seriam as justificativas para esse agrupamento.
Fator 1 estabelecido pelo JASP X Fatores Originais
20. Percebo que as pessoas têm abertura para criar 4 Recursos Externos
vínculos afetivos comigo
As tabelas acima foram criadas com o intuito de possibilitar uma análise mais clara
acerca dos motivos pelo qual o JASP realizou a junção de elementos de, inicialmente,
diferentes fatores. Analisando os diferentes conjuntos, é possível concluir que entre todas as
frases selecionadas e unidas pelo JASP há um padrão semelhante, que acabou por motivar a
junção deles. Foi possível identificar fatores determinantes como: classificação de
capacidade/incapacidade, desempenho/reações diante de situações difíceis, e sensações de
irritação/estresse/inquietação em diferentes situações. Todos esses parâmetros utilizados
como base foram unidos por semelhanças na formulação das sentenças que configuraram
uma elegibilidade nos fatores determinados pelo programa. Mas ao verificar a formação final
dos fatores, nem todos apresentaram classificações distintas das determinadas inicialmente
pelo grupo, como os fatores 4 e 5.
Considerações Finais
O atual estudo teve como objetivo construir e apresentar evidências de validade do
Questionário Avaliativo sobre Autoconhecimento na visão da teoria Cognitivo-
Comportamental entre estudantes universitários. De acordo com os dados relativos aos
fatores, levando em conta os resultados obtidos pelo JASP (Software de análise estatística
apresentado durante o trabalho), se apresentaram de certa forma inconsistentes, com exceção
do fator 4. Isso se dá devido a probabilidade dos participantes que responderam à Análise de
Juízes se mostrarem indispostos na realização do questionário, considerando a possível falta
de interesse ou outros fatores que poderiam interferir na análise, afetando diretamente os
resultados obtidos durante o trabalho.
Apesar de somente o fator 4 se mostrar realmente preciso e com maior consistência
em relação aos dados obtidos, sendo o único com índice apropriado para se apresentar em
uma pesquisa científica, porém, pode-se levar em consideração também os fatores 5 e 6, que
seguiram pertinentes e com certa relevância para a pesquisa, mesmo que com uma
confiabilidade mais baixa. Logo, pode-se usar estes fatores para mensuração do
Autoconhecimento, sendo eles: Sociabilidade (Fator 4), Insegurança (Fator 5) e Stress (Fator
6).
Para analisar estes fatores apontados pelo JASP, cabe primeiro, entender como a TCC
analisa seus objetos. Esta abordagem é vista como uma boa opção para linhas de tratamento
da saúde mental, transtornos mentais e afins, sendo incluída nos procedimentos de cuidado e
tratamento com muita frequência. Em um primeiro momento, considerando o primeiro “C”,
tem-se a compreensão dos pensamentos, da conduta, dos sentimentos, das crenças, do
subjetivo, das relações etc. Enquanto no segundo momento, e segundo “C”, existe um olhar
focado aquilo que se apresenta objetivamente, ou seja, o comportamento (Brito et al, 2021).
Olhando primeiramente para o Fator 4 (Sociabilidade), dentro da perspectiva da TCC,
é pontuada a importância do outro, onde o reforçamento ou a punição podem trazer novas
formas de se comportar e de construir suas crenças. O outro ou os outros, possuem papel
fundamental no conhecimento de si, já que é por meio daquilo que eles verbalizam, apontam,
mostram, que é possível criar uma imagem de si, em outras palavras, se autoanalisar. Desde
os primeiros convívios sociais, como a escola no período da infância, o ser humano entra em
contato com os grupos, passando a se incluir ou excluir com o passar do tempo e do
desenvolvimento (Brito et al, 2021). Logo, é possível entender os motivos pelo qual o Alfa de
Cronbach apresentou um índice alto para este fator, sendo que realmente, a Sociabilidade é
importante para a composição, formação e compreensão do conhecimento de si.
Já no caso do Fator 5 (Insegurança), as principais características que são analisadas
pela TCC, necessitam da junção entre o que é cognitivo e o que é comportamental para que
exista o compreendimento da insegurança. Este fator, também depende do social, as situações
de reforçamento e punição (principalmente este último), desencadeiam a formação de crenças
que irão manter o indivíduo se avaliando como incapaz, impotente, inútil, e por fim, gerar
insegurança, o que inviabiliza as demonstrações de suas capacidades e dos demais
comportamentos de sociabilidade. Em sua ligação com o autoconhecimento, a insegurança
poderá ser percebida pelo indivíduo em questão, que a partir daí, pode decidir lidar com ela
ou não, no sentido de melhorar suas habilidades sociais ou demonstrar mais segurança de si
em outros ambientes e situações. Reconhecer sua insegurança em determinados momentos,
demonstra a existência do conhecimento de si, e buscar melhorá-las, demonstra uma
tendência à vida saudável (Perdigão & Souza, 2020).
E quanto ao Fator 6 (Stress), cabe primeiro pontuar que irão existir duas formas de se
apresentar o que o fator propõe, a primeira é o “eustress”, que capacita o indivíduo a
enfrentar as situações dificultosas que surgem pelo caminho, acrescentando excitação para os
desafios, e por outro lado, o “distress”, que se relaciona a tensões que não foram aliviadas,
trazendo sensações de dor, fraqueza, cansaço, doença e enfermidade (Hespanhol, 2005). No
caso dos itens utilizados e agrupados pelo JASP, o stress mencionado se encaixa melhor
naquilo que foi apresentado no conceito de “distress”. Assim como no caso do Fator 5, a
comunidade e os grupos podem reforçar ou punir os indivíduos a partir do comportamento
que é apresentado por eles em determinada situação. Em casos de grandes níveis de punição,
ambientes que levam ao constrangimento ou que requerem grande carga de atividades
desempenhadas, podem gerar sintomas físicos e psicológicos, entre eles a ansiedade e o
stress. Se autoconhecer, traria o reconhecimento desta carga acumulada de stress, podendo a
partir daí, existir a tomada de uma ação para aliviar a tensão acumulada (Borges, Luiz &
Domingos, 2009).
Tendo feito esta descrição, todos estes três fatores possuem interligações e
semelhanças entre si em alguns aspectos, o que confirma ainda mais a relação destes com o
construto Autoconhecimento. Aos demais fatores (Fator 1, Fator 2 e Fator 3), foram
excluídos da pesquisa pois se encontram com um valor inaceitável para os parâmetros do
Alfa de Cronbach, mas se encontram anexados ao final. Na aplicação de pesquisas, pode
haver casos em que os resultados esperados não são alcançados, passando para a categoria de
resultados inesperados, contudo, isso não significa que a pesquisa tenha de ser descartada, ou
até mesmo rotulada como “errada”, na verdade, este resultado inesperado que foge ao
parâmetro estabelecido inicialmente, abre espaço para que ela (a pesquisa) seja refeita com
novos critérios e com mais afinco para que assim se alcance o resultado esperam, ou ainda,
traga uma nova descoberta para a ciência e estatística (Borges et al, 2002).
Falar sobre o Autoconhecimento, e poder realizar a sua medida, pode ser um fator de
importância no futuro. Conhecer a si mesmo pode trazer bons resultados nos repertórios
comportamentais, bem como aumentar a segurança de si, gerar o autocontrole, conhecer suas
habilidades e seus pontos de desenvolvimento, e principalmente nas fases da adolescência e
em crises de identidade, manter equilíbrio no eu, e fortalecer a imagem de si mesmo (Santos,
2019; Ferreira et al, 2022). Ao olhar para a TCC, o processo de se conhecer pode interferir
em como o subjetivo e o objetivo vão se modular para que exista uma identidade e um
autoconceito (Oliveira, 2017), sendo assim, de fato, um construto importante para ser
estudado e analisado. E por fim, o último fator que demonstra a importância de realizar uma
melhor análise deste construto, é o fato de que na contemporaneidade, a grande demanda do
mercado de trabalho, os altos índices de Stress, Burnout etc., e a grande cobrança dentro das
Universidades e famílias, geram um olhar voltado apenas para aquilo que o outro quer, e não
para o que o próprio indivíduo necessita (Oliveira & Celano, 2021).
Pode-se concluir que para seguir com a validação do instrumento de estudo proposto
neste trabalho, seria necessário aprofundar os conhecimentos quanto a temática e abordagem,
construindo uma bagagem literária que garantiria uma preparação maior para possíveis
desvios, e observar melhor os itens que foram apresentados, visando trazer aspectos que
definem melhor os fatores utilizados. Realizar também, uma melhor Análise de Juízes, se
possível, com um grupo que esteja focado e com vontade de participar. E analisar de maneira
mais detalhada e minuciosa os fatores e seus respectivos comportamentos, cuidando para que
não haja nenhuma dispersão entre os elementos citados em quaisquer dos fatores escolhidos.
Tornando possível a realização da medida do Autoconhecimento perante a visão Cognitiva-
Comportamental, e quem sabe, realizando novas descobertas sobre este construto.
Referências Bibliográficas:
Bermudes, W. L., Santana, B. T., Braga, J. H. O. & Souza, P. H. (2016). Tipos de escalas
utilizadas em pesquisa e suas aplicações. Vértices, 18(216), 7-19.
Bock, A. M. B., Teixeira, M. D. L. T., & Furtado, O. (2019). Psicologia. Saraiva Educação
SA.
Borges, O. N., Borges, A. T., Silva, M. V., & Gomes, A. D. (2002). Situações inesperadas no
laboratório escolar. ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE
FÍSICA, VIII.
Brito, H. K. M, Mendes, M. B., Lima, G. T., Pires, A. J. S., Cruz, W. V., Vargas, G. L. M.,
Costa, N. S. & Rabelo, N. N. (2021). O impacto da terapia cognitivo-comportamental
no transtorno do espectro autista. Brazilian Journal of Health Review, 4(2), 7902-
7910.
Corrêa, B. A., Cantero, C. R. & Melo, C. M. (2014). O Papel da Comunidade Verbal no
Ensino de Autocontrole: Implicações de Uma Visão Dualista de Homem.
Perspectivas em análise do comportamento, 5(1), 17-26.
Hutz, C. S., Bandeira, D. R., & Trentini, C. M. (2015). Psicometria. Artmed Editora.
Oliveira, C. T., Dias, A. C. G. & Piccoloto, N.M. (2013). Contribuições da terapia cognitivo-
comportamental para as dificuldades de adaptação acadêmica. Revista Brasileira de
Terapias Cognitivas, 9(1), 10-18.