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AS TÉCNICAS
DE PROJEÇÃO ASTRAL
Resultado após cinquenta anos

por

ROBERT CROOKALL

B.Sc. (Psicologia), D. Sc., Ph.D.

Membro da Sociedade para Pesquisa Psíquica

Membro da Comunhão das Igrejas para Estudos Psíquicos e Espirituais


3

Publicado pela primeira fez em 1964

Segunda Impressão em maio de 1968

Terceira impressão em março de 1970

Quarta impressão em novembro de 1972

Quinta impressão em novembro de 1974


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CONTEÚDO

Página

PREFÁCIO 7

INTRODUÇÃO 9

DADOS HISTÓRICOS 10

ANTECEDENTES DE HALL 14

ANTECENDENTES DA SRA. KEELER 15

OBSERVAÇÕES DO DR. JAMES HYSLOP 15

NOTAS SOBRE BOA FÉ 17

A RELAÇÃO ENTRE AS PROJEÇÕES ASTRAIS E OS TRANSES MEDIÚNICOS 19

REVISÃO SISTEMÁTICA DAS “COMUNICAÇÕES” 20

(A) ANTES DA LIBERAÇÃO DO “DUPLO” 20

1. A CONSTITUIÇÃO CORPORAL TOTAL DO HOMEM 20

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 20

2. TÉCNICAS QUE FACILITAM A LIBERAÇÃO DO “DUPLO” 22

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 24

3. TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO 27

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 27

4. O EFEITO DO ESTUDO E CONCENTRAÇÃO 28

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 28

5. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À PROJEÇÃO 28

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 29

(B) O CONTRASTE ENTRE LIBERAÇÕES NATURAIS E FORÇADAS 30

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 30

(C) A Soltura Do “Duplo” (Corpo Astral) – Fatores Mentais 34

1. O “APAGÃO” CAUSADO PELA LIBERAÇÃO 34

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 34


5

2. “CONSCIÊNCIA DUAL” 34

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 35

3. DIFICULTADORES E AJUDADORES DESENCARNADOS (= LIBERTADORES) 36

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 37

(D) A LIBERAÇÃO DO “DUPLO” (CORPO ASTRAL) – FATORES CORPORAIS 40

1. O PROCESSO É INDIVIDUAL 40

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 40

2. A SAÍDA É MUITAS VEZES PRINCIPALMENTE PELA CABEÇA 40

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 40

3. O CURSO DA SAÍDA DO CORPO É FREQUENTEMENTE EM ESPIRAL 40

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 41

4. O EFEITO DA INÉRCIA 41

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 42

5. A EXTENSÃO DO “CORDÃO DE PRATA” 42

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 42

(E) O “DUPLO” LIVRE – FATORES MENTAIS 46

1. A APARÊNCIA DE ESPÍRITOS PARA OS PROJETORES ASTRAIS 46

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 46

2. HABILIDADES CRIATIVAS 48

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 49

3. CONSIDERAÇÕES MORAIS E ESPIRITUAIS 53

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 53

(F) O “DUPLO” LIVRE – FATORES CORPORAIS 57

1. UM MOVIMENTO PARA FRENTE DO “DUPLO” PODE DEIXAR UM RASTRO DE “LUZ” 57

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 57

2. O “DUPLO” LIBERADO ATUA COMO UM CONDENSADOR DE VITALIDADE CÓSMICA 57

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 58

3. O ALCANCE DA VIAGEM ASTRAL 59


6

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 59

(G) O RETORNO DO “DUPLO” AO CORPO FÍSICO 60

Corroboração das “comunicações” por projetores astrais, etc. 60

OBSERVAÇÕES PESSOAIS DE HALL 60

CONCLUSÕES 64

APÊNDICES 70

I. RESUMINDO OS RESULTADOS DESTE ESTUDO 71

II. O CONTRASTE ENTRE LIBERAÇÕES NATURAIS E FORÇADAS DOS “DUPLOS” 74

III. “COMUNICAÇÕES” COMPARÁVEIS 76

IV. OBSERVAÇÕES FEITAS EM LEITOS DE MORTE 86

V. O PROPÓSITO E OBJETIVO DA VIDA 90

AGRADECIMENTOS 97
“Aquele que responde a uma questão antes de ouvi-la, é uma vergonha e uma loucura para ele”.
– Salomão.

“Aquele que dá razão para o que diz, fez o que convém fazer e o máximo que pode ser feito.
Aquele que não dá razão não fala nada, embora nunca diga tanto.” – Benjamin Whichote.

“A antiga ideia de que o homem é um microcosmo ou um pequeno mundo em si mesmo,


desenvolvida em resposta ao Macrocosmo ou Universo, e tendo a sua contraparte em si mesmo,
é uma concepção muito mais adequada do que a tentativa prevalecente de enxergar o homem
como um animal evoluído”. – Dr. J. Parton Milum.

“É evidente que, quando muitos coincidem em seu testemunho (onde não houve prévio
consenso), a probabilidade resultante disso não repousa na suposta veracidade de cada lado
separadamente, mas na improbabilidade de tal concordância ter surgido por acaso. Pois, embora
em tal caso as testemunhas devam ser consideradas não dignas de crédito... ainda assim as
chances seriam infinitas contra todas elas concordarem na mesma falsidade”. – Arcebispo
Richard Whately.

“Uma mente relutante em acreditar... insistirá em reduzir essas evidências e rejeitá-las item por
item. A lógica moderna deixou claro que fatos simples nunca podem ser ‘provados’ exceto sua
coerência em um sistema. Mas, como todos os fatos vêm isoladamente, quem os rejeita um por
um está destruindo as condições sob as quais a convicção de uma nova verdade poderia surgir
em sua mente.” – Professor F. C. S. Schiller.

“A fé em Deus não deve ser um substituto do estudo científico, mas um estímulo a ele, pois
nossas faculdades intelectuais são um presente de Deus para nós” – Arcebispo William Temple.

“O único caminho para uma total apreensão da Realidade é a exploração da percepção


‘supranormal. – Dr. Albert Schweitzer.
PREFÁCIO

Lord Byron disse: “A verdade é sempre estranha, mais estranha que a ficção”. Longfellow
declarou: “Todas as coisas vêm para aquele que apenas espera”.

Nas páginas seguintes consideraremos um assunto que, se verdadeiro, é muito mais estranho do
que a ficção dos nossos filmes. Foi preciso meio século para trazer resultados sobre ele.

O Dr. Hereward Carrington, que morreu dois ou três anos atrás, foi um dos maiores
pesquisadores paranormais do mundo e o único (até recentemente) que investigava ativamente a
projeção astral (experiências fora do corpo). Em 1920, ele publicou um livro intitulado Higher
Psychical Phenomena. Nele escreveu: “Eu resumi tudo o que pude descobrir ao lidar com esse
importante assunto [projeção astral]”. Ele (op. Cit., p. 284) citou várias técnicas ou exercícios
destinados à produção das projeções astrais, e descreveu o trabalho em que foram originalmente
fornecidos, a saber, o Journal A.S.P.R., X, 1916, PP. 632-60; 679-708, como “o excelente
trabalho” de Prescott F. Hall. Na verdade, essas técnicas não eram da autoria de Hall (que era
completamente cético em relação a assuntos paranormais), mas haviam sido recolhidas por Hall
em “comunicações” de almas supostamente desencarnadas.1

Hall teve dois amigos que diziam ser capazes de projetar à vontade seus Corpos Astrais ou
“duplos”. Ele quis checar tais fatos obtendo o necessário know-how nas “comunicações”, e
tentou fazê-las por si mesmo. Poderia ser acrescentado que o médium em questão não sabia
nada e nem se importava com projeção astral.

Desde 1916, quando essas “excelentes” comunicações foram publicadas, vários investigadores,
incluindo o presente escritor, coletaram e estudaram os testemunhos de projetores astrais. Agora
está claro que os “comunicadores” da Sra. Keeler, quem ou o quê fossem eles, conheciam muito
mais sobre projeção astral do que Hall, Carrington ou (até onde sabemos) qualquer outra pessoa.
Assim sendo, é difícil imaginar que esses comunicadores fossem fragmentos “subconscientes”
da mente total da Sra. Keeler (ou da do cético Hall). Eles afirmavam, em realidade, serem
orientais e deveria ter sido percebido que várias técnicas que eles apresentaram (PP. 652, 681,
690) eram usadas séculos atrás no antigo Egito, etc.

Pareceria ser difícil evitar a conclusão de que esses “comunicadores” eram mesmo orientais,
como afirmavam, e que sobreviveram à morte do corpo. Se isso é admitido, então trata-se de
uma evidência indireta dessa sobrevivência.

Alguns de nossos castelos (por exemplo, o de Rochester) eram aparentemente inexpugnáveis:


resistiram a todos os ataques diretos. No entanto, muitos caíram na abordagem indireta
(Rochester por falta de drenos!). O problema da sobrevivência à morte quase provou, se não o
fez, ser inexpugnável ao ataque direto: embora tópicos como aqueles considerados, não obstante
constituírem evidências do tipo indireto, deixam o assunto, se tanto, com pouca dúvida.

1
Hall meramente forneceu um “resumo” das (350 páginas) das "comunicações", colocando os assuntos mencionados
em ordem alfabética – e assim confundindo a questão consideravelmente. A linguagem empregada era a dos
"comunicadores” (op. cit., 1916, p. 630): Hyslop (op. cit. 1916, p. 632) defendeu esse procedimento, dizendo: “Não
está errado usar os termos mais ou menos como eles chegam nos registros”. Hall incluiu apenas meia-dúzia de
sentenças com observações preliminares e incidentais. O “excelente trabalho”, do qual o Dr. Carrington expressou
sua dívida a Hall deve ser creditado aos "comunicadores"! Qual era a sua natureza? Embora isso não possa nunca ser
“cientificamente provado”, pode bem ser um assunto de certeza prática.
9

R. Crookall
Woodland Avenue
Dursley, Glos.
INTRODUÇÃO

Em todos os períodos da história do ser humano houve pessoas que afirmaram terem tido
experiências que para outros eram consideradas pura fantasia – diziam ter deixado seus corpos
físicos e usarem um segundo corpo (um corpo não-físico, que chamavam genericamente corpo
“Astral”, “Etérico”, “Espírito”, “Espiritual”, “Alma”, “Quadridimensional”, etc.), declarando
ainda que conseguiam pensar, sentir, ver, ouvir e agir através dele. Essas experiências fora do
corpo são chamadas popularmente de projeções astrais, no sentido de que um “Corpo Astral”
era, de fato, projetado ou liberado a partir do corpo físico. São Paulo (2 Coríntios. Xii, 2)
menciona um caso desse tipo, e muitas pessoas respeitáveis, incluindo Santos da Igreja
Católico-Romana e Quakers tiveram tais experiências.

Assim, a existência de experiências fora do corpo é algo certo: o que é duvidoso é a natureza
exata do “Corpo Astral”, isto é, se ele seria sempre uma alucinação (uma imagem mental) ou se
é, algumas vezes, um corpo “real” e objetivo (embora não-físico). Em alguns casos, sem dúvida,
não havia nada de natureza objetiva - o suposto "Corpo Astral" era meramente imaginado. Mas,
se, em outros casos, um corpo objetivo estava envolvido, o assunto é de grande importância
para todos nós.

Em 1961, eu citei cento e sessenta descrições, em primeira mão, de experiências fora do corpo,
em um livro intitulado The Study and Practice of Astral Projection (Aquarian Press). Nas
conclusões (p. 140) eu apresentei razões para concluir-se que muitos dos “Corpos Astrais” lá
descritos não haviam sido imaginados, mas eram “reais” e objetivos. Mais de duzentos outros
casos foram apresentados em um livro intitulado More Astral Projections, a ser publicado em
breve pela Aquarian Press. Muitos desses casos apontam para a mesma conclusão. Se tais casos
eram mesmo justificados, então a probabilidade de que nós sobrevivemos à morte do corpo
físico é muito grande – o corpo “Astral”, “Etérico”, ou “Alma” seria, de fato, o mecanismo
dessa sobrevivência.

DADOS HISTÓRICOS

Em 1919, o Dr. Hereward Carrington publicou Modern Psychical Phenomena (Kegan Paul,
Trench Trubner & Co. Ltd.), que incluía um capítulo (X, pp. 146-54) sobre esse assunto. Após
mencionar o trabalho de Durville, Baraduc e de Rochas, tratou do trabalho do Dr. Charles
Lancelin (Méthodes de Dédoublement Personel) [Métodos de Desdobramento Pessoal], que
concerne à exteriorização, a partir do corpo físico, de (a) “neuricidade” ou força nervosa (ou o
Corpo Astral, no qual é suposto que essa força nervosa circule), e (b) a “sensibilidade”. Lancelin
afirmava que enquanto a maioria das pessoas libera poucas quantidades de “força nervosa”,
paranormais e médiuns possuem essa faculdade porque eles liberam tal força em quantidades
consideráveis. Ele descobriu que a exteriorização era máxima em paranormais que eram calmos
e serenos na mente e tinham corpos saudáveis.

As técnicas que ele advogou para a projeção ou liberação do “Corpo Astral” eram as seguintes:

1. Desperte e “sobrecarregue” a vontade “subconsciente”, dando-lhe certas sugestões


verbais (“Eu tenho vontade!”, “Eu tenho energia!”, etc.) logo antes de entrar no sono; continue
até que caia efetivamente no sono.
2. Imagine que o Corpo Astral se desprende e em algum momento e deixa o corpo físico.
3. Transfira a consciência do corpo físico para o Corpo Astral liberado (usando-o como
um veículo ou instrumento da Alma – para ver, ouvir, etc.)
11

4. No Corpo Astral, mova-o a uma pequena distância do corpo físico, fazendo observações
e experimentos (p.ex., tente atravessar uma parede; veja se você pode ser visto ou não por
alguma pessoa, se ela sente o seu toque ou não).

Lancelin observou que a projeção é facilitada por certas condições. No dia do experimento
deve-se ingerir pouca comida ou a liberação será dificultada, se acontecer. A atmosfera deve
estar seca e clara, com pressão atmosférica alta no barômetro (não úmida e “abafada”, como na
pressão atmosférica baixa). Condições de alta eletricidade atmosférica, p.ex., durante
tempestades, etc., interferem nos bons resultados. A temperatura deve estar alta (digamos 6,6º
Celsius abaixo da temperatura do corpo) na hora do experimento. A possibilidade de distúrbios
(p.ex. barulhos repentinos e altos) deve ser eliminada, pois o rápido retorno pode ser
desagradável. O melhor momento está entre 23 horas e 3 horas da manhã, isto é, quando é mais
provável estar-se num sono natural.

Em 1920, Carrington publicou Higher Psychical Phenomena (Kegan Paul, Trench Trubner &
Co. Ltd), que também incluía um capítulo (XIII, pp. 266-89) sobre esses assuntos. Disse ele: “A
exteriorização da ‘sensibilidade’ foi estudada pelos franceses; e seu complemento, seu oposto,
é a ‘exteriorização’ da força motriz ou ‘’motricidade’ – quando a energia nervosa do corpo é
projetada além da superfície do corpo, para o espaço, e lá move objetos materiais [= telecinese],
ou tem algum efeito sobre o mundo material”.

“Este Corpo Astral, que é o corpo de sentimentos, o corpo emocional, tem sido destacado do
físico por meio de passes magnéticos profundos; e quando o sujeito do experimento está em um
transe ‘mesmérico’, distinto do transe hipnótico. Os fenômenos ‘mesméricos’ e ‘magnéticos’
não são o mesmo que hipnóticos.2 O hipnotismo lida inteiramente com a mente e se deve à
‘sugestão’ – influência mental; mas o ‘magnetismo’ e o ‘mesmerismo’ dependem de certas
efluências ou influências físicas que passam do operador ao sujeito do experimento – que às
vezes forma um tipo de conexão vital, estabelecendo um rapport [relação] entre o sujeito do
experimento e o operador, do mesmo modo que a energia vital consegue mover um objeto
físico, material, quando tal objeto está carregado da mesma. Um passo além deste descolamento
do Corpo Astral é a projeção voluntária.”

Carrington adicionou o trabalho do Dr. Van Eeden e o de Iogues aos de de Rochas, Durville,
Baraduc, Lancelin, etc. Ele também (pp. 278, 282) creditou Prescott F. Hall, um investigador
americano com algumas declarações muito interessantes sobre projeção. Essas declarações, no
entanto, não eram de Hall – elas eram “comunicações”, incluindo técnicas para projeção e os
efeitos de sua aplicação, as quais Hall havia recebido através da mediunidade da Sra. Minnie E.
Keeler (ver Journal A.S.P.R., X, 1916, pp. 632-61, 679-708).

Carrington (op. cit., 1920, p. 284) citou várias das técnicas que haviam sido apresentadas nas
“comunicações” e disse numa nota de rodapé: “Estou em dívida com o excelente trabalho do
Sr. Prescott Hall em vários3 dos exercícios.”

2
Esta não é uma opinião geral.

3
Embora Carrington reconhecera apenas “alguns” desses exercícios, tudo o que ele apresentou (exceto talvez o de
imaginar subindo uma escada) foi fornecido pelas “comunicações” (ver Journal A.S.P.R., X, 1916, pp. 664, 652,
690, 694, 706 respectivamente); não era um trabalho de Hall de maneira alguma. Este último consistia em preparar
um “resumo” das “comunicações” que recebeu. Ele manteve a linguagem usada pelos “comunicadores” (op. cit., pp.
632, 640). Os comentários preliminares que Hall fez (p. 650, sobre cores visualizadas, p. 657, sobre odores sentidos,
e p. 682 sobre “elementais” vistos) constituem somente meia-dúzia de sentenças nas quarenta e seis páginas.
12

Ficará claro que a classificação (bem apropriada) de “excelência”, feita por Carrington, não
deveria ser dirigida a Hall, mas aos “comunicadores”! O resumo alfabético de Hall é muito
confuso e inclui muita repetição.

Hall (op. cit., p. 640) testou os exercícios recomendados pelos “comunicadores”, fez algumas
poucas observações preliminares e ocasionais no “resumo” e prometeu apresentar
completamente suas descobertas num “trabalho futuro”.

Esperamos mostrar que o tributo (de "excelente trabalho") aplicado involuntariamente por
Carrington às "comunicações" recebidas através da Sra. Keeler possam agora ser estendidas das
numerosas técnicas e exercícios fornecidos para facilitar a projeção aos numerosos eventos
corporais e experiências mentais que são descritas quando são encontradas em projeções.

Em 1929, Carrington explicou como ele chegou a colaborar com Sylvan J. Muldoon para
escrever The Projection of the Astral Body (Rider & Co. Ltd., p. xvii). Carrington disse que nos
dois livros acima mencionados (1919, 1920) ele resumiu tudo que foi capaz de descobrir sobre
projeção astral. Ele ficou surpreso, em 1927, ao receber uma carta de Muldoon (então com 25
anos) que incluía a seguinte passagem: “Eu fiquei muito interessado no seu capítulo sobre
projeção astral, porque tenho sido um ‘projetor’ por doze anos – muito antes que eu soubesse
que alguém no mundo já havia feito tais coisas... O que me intriga mais é que você observou
que Lancelin disse que tudo sobre esse assunto já era conhecido. Ora, Sr. Carrington, eu nunca
li o trabalho de Lancelin, mas se você forneceu a essência dele em seu livro, então eu posso
escrever um livro sobre as coisas que Lancelin não sabe!... A coisa que eu mais me admiro é
que tão pouco é falado sobre o cordão astral, o verdadeiro fundamento de todo o fenômeno... Eu
tenho me projetado o suficiente para saber que, se você forneceu a essência de tudo o que é
conhecido, então, realmente, há muita obscuridade sobre esse assunto”.

O Dr. Carrington sugeriu experimentos para Muldoon testar e, dois anos depois, eles
produziram o The Projection of the Astral Body, na Introdução do qual Carrington disse: “O Sr.
Muldoon afirma, meramente, que ele foi capaz de deixar seu corpo físico pela vontade e viajar
no presente, em sua vizinhança imediata, em algum veículo ou outro, enquanto totalmente
consciente. Isso é perfeitamente racional e é precisamente o que nós deveríamos esperar sobre a
teoria de que essas “viagens” são experiências reais. Assumindo que tal entidade como um
Corpo Astral exista, e pode ser, às vezes, voluntariamente destacado do corpo físico, tudo o
mais que é dito se encaixa naturalmente, e isso é precisamente o que seria esperado acontecer
sob tais circunstâncias”. Ele então revisou as evidências então disponíveis, além da projeção
astral, em favor da existência de um Corpo Astral, ou seja, aquelas baseadas em aparições,
materializações, assombros, etc.

Em sua Introdução ao The Projection of the Astral Body (1929, p. XXV) Carrington menciona
novamente Prescott Hall. Diz ele: “Há muitos anos o Sr. Prescott publicou no Journal da
A.S.P.R. uma série de “comunicações” de considerável interesse, que ele havia recebido sobre o
corpo astral por meio de um médium cego". 4 Acrescentou que “Seu valor, é claro, depende
completamente da autenticidade de sua fonte”. 5 Na página 28 daquele trabalho, Muldoon se
referiu ao “trabalho sobre Projeção Astral”, de Hall, citando algumas observações que Hall
havia feito ao adotar o procedimento recomendado pelos “comunicadores”. 6 Na página 89 do

4
Eu fiz indagações na American S. P. R. e a Sra. Keeler não parece ter estado cega.

5
Ver a nota de rodapé anterior.

6
Nenhuma referência foi dada. Somente em 12 de agosto de 1963 que, em resposta à minha pergunta, Laura A. Dale,
editora do Journal, A.S.P.R., gentilmente me informou que o segundo artigo de Hall, intitulado "Experiments in
13

The Projection of the Astral Body (1929) Muldoon mencionou detalhes de uma dieta desejável,
etc., atribuindo-os ao “Sr. Prescott F. Hall” 7, ou seja, negligenciando o fato que eles eram
“comunicações”, recebidas através da Sra. Keeler, com a adição daquele método de uma flama
dançante (Journal A.S.P.R., 1916, p. 652).

Muldoon (op. 19, 113) apontou que o desejo reprimido é o maior fator isolado na causa de
projeções. Então ele bebia água com sal antes de ir dormir: o corpo físico inerte ficava
“incapacitado” (p. 149), mas o Corpo Astral se movia por causa do desejo de beber água.
Muldoon disse: “Olhe para si mesmo tornando-se consciente no momento que você tocar o
“copo com água”. Ele (p. 99) também usou o método de “controle de sonho”: ou seja, imagine
(para que mais tarde você tenda a sonhar) que você está oscilando (ou subindo num elevador) –
o Corpo Astral tende a fazer o que você imagina.

O presente autor publicou os resultados de um estudo que levou cinco ou seis anos intitulado
The Study and Practice of Astral Projection (Aquarian Press, 1961). Muldoon e Carrington
convidaram aqueles que eram céticos sobre projeção astral para comprovar o assunto por si
mesmos, adotando uma ou mais das técnicas sugeridas. Muldoon (op. cit., 1929, p. 237) disse:
“Uma vez que você experimente a projeção do seu Corpo Astral você não duvidará mais que um
indivíduo possa existir à parte de seu corpo físico. Não será mais forçado a aceitar teorias. Não
será mais forçado a basear sua crença na imortalidade, tendo por base a palavra do médium, do
pastor, dos Livros Sagrados, pois você terá a prova por si mesmo – tão segura e autoevidente
quanto o fato de que você está fisicamente vivo”. O presente autor, por outro lado, no Prefácio
de seu livro, sustentou que “essas ou quaisquer outras experiências paranormais não devem ser
forçadas de nenhum modo. Há um tempo certo para que o ovo seja quebrado e o pinto emerja
em conforto e segurança”. O método que ele empregou para determinar a probabilidade de que
as projeções astrais possam envolver o uso de um Corpo Astral objetivo foi coletar muitos
testemunhos de pessoas independentes sobre suas experiências, classificando-as e submetendo-
as à análise. A análise, principalmente, consistiu no contraste entre projeções que ocorreram
naturalmente , ou seja, gradualmente, e aquelas que foram forçadas, isto é, súbitas (por
anestésicos, etc.).

No meu livro de 1961, não menos que quinze páginas (pp. 145-59) foram devotadas a uma
história da projeção astral. As “comunicações” de Keeler (1916) e as observações de Hall
(1918) não foram mencionadas: eu não as havia visto. Meu método, como já foi dito, era
analisar os testemunhos de pessoas que afirmavam ter projeções. De fato, à parte das referências
de Carrington e Muldoon, citadas acima, as “comunicações” de Keeler, de 1916, não parecem
ter sido mencionadas na literatura. Elas foram esquecidas como algo de origem duvidosa e,
consequentemente, sem valor.

Em 20 de julho de 1963, através da gentileza do Professor Ian Stevenson M.D., Professor e


Presidente do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da Escola de Medicina da Universidade
de Virgínia, E.U.A., aconteceu de eu receber um grande número de cópias do Journal A.S.P.R.
Embora não um conjunto completo, elas incluíam o Vol. X, 1916, com as “comunicações” de
Keeler.

ANTECEDENTES DE HALL

Astral Projection" foi impresso no Journal, A.S.P.R., XII, 1918, pp. 39-60. Isso é evidentemente o que Muldoon quis
dizer com o "trabalho de Projeção Astral" de Hall.

7
Muldoon (p. 89) diz: “O Sr. Hall disse... O Sr. Hall está correto em sua suposição que...” Mas Hall estava citando
“comunicações”; não eram suas próprias afirmações ou assertivas.
14

Hall era “um completo cético” sobre todos os fenômenos paranormais (incluindo, claro,
projeções astrais). Ele tinha dois amigos que descrevia como “pessoas altamente inteligentes,
treinadas em ciência e filosofia, bem sucedidos nos negócios e superlativamente sadios”. Esses
amigos afirmavam serem capazes de deixar seus corpos através da vontade e viajar para regiões
não-físicas e conversar lá com pessoas falecidas.

O cético Hall pensava que poderia ser capaz de obter algumas conclusões sobre esses assuntos,
e indagou: “Suponha-se que certas instruções não encontradas em escritos ocultistas
publicados, se seguidas pelo experimentador, resultem em certos fenômenos. Suponha-se que
outros experimentadores repitam os processos e cheguem a resultados similares. Parece que ou
um médium deve ter descoberto o ensinamento ou que ele é sobrenaturalmente comunicado”.

Continua Hall: “Aconteceu que 8 que uma amiga falecida, a Srta. ‘X’ começou a se comunicar,
nessa época, e ofereceu ajuda nesse trabalho”. As instruções seriam fornecidas por ela e outros
espíritos que ela induziria a ajudá-la. Foi assim que Hall recebeu, de 1908 a 1915, cerca de 350
páginas de “comunicações” 9, incluindo até agora técnicas ainda não publicadas de projeção
astral que ele apresentou no Journal A.S.P.R., X, 1916.

ANTECEDENTES DA SRA. KEELER

As leituras da Sra. Keeler sobre assuntos paranormais eram muito limitadas e não pareciam
incluir referências e nem mesmo uma simples descrição de projeções astrais. Ela não era uma
médium profissional e usava seu talento (que não envolvia transe) para educar seus filhos. Ela
tinha pouco ou nenhum interesse, por si mesma, no assunto que canalizou.

OBSERVAÇÕES DO DR. JAMES HYSLOP

Hyslop, o famoso Editor do Journal A.S.P.R., em 1916, disse que conhecia a Sra. Keeler
pessoalmente e “a questão da fraude poderia ser dispensada”. Ademais, as “comunicações” não
eram o resultado de uma “cuidadosa educação e estudo”. Ele baseou essa conclusão em dois
fatos. Primeiro, as leituras da Sra. Keeler sobre assuntos paranormais se resumiam apenas às
obras Intra Muros, The Banner of Light, “O Livro de Hudson” [sem dúvida o trabalho de
Thomas Jay Hudson, The Law of Psychic Phenomena, 1893] e o do Dr. Savage, Life Beyond
Death. Em segundo lugar, a possibilidade é negada pela "própria fecundidade das ideias" que
as comunicações contêm. Ele resolveu considerar o que parece ser a única alternativa digna de
uma séria consideração, ou seja, se as “comunicações” poderiam ser produtos da “mente
subconsciente” da Sra. Keeler. Contra esta última possibilidade havia o fato de que as
ocorrências “subconscientes” “usualmente se manifestam contra a experiência normal e as
noções cientificamente aceitas”, enquanto as “comunicações” são suficientemente consistentes

8
N.B. Ninguém que tenha bastante experiência em trabalhos paranormais sabe que essas coisas “acontecem assim”
muito frequente e significativamente para ser devidas ao acaso. No caso presente observamos que (a) Hall queria
receber as (até agora não publicadas) técnicas para projeção astral e (b) nenhum dos “comunicadores” da Sra. Keeler
jamais forneceu material similar para alguém. A Srta. “X” era meramente uma intermediária. Dizia-se que ela
trabalhava com certos “orientais”. Apesar disso não tenha podido ser confirmado a não ser por ela, eles tinham
conhecimentos de métodos antigos orientais egípcios e outros, os quais eram desconhecidos tanto por Hall como por
Keeler. Muitos trabalhos deste tipo são feitos em grupos. A sugestão de que os responsáveis pelas técnicas de
projeção astral eram principalmente orientais (1916, p. 639) é confirmada (1) pelo fato do método “flama dançante”
ter sido fornecido (1916, p. 652); (2) um método egípcio foi fornecido (1916, p. 692); (3) uma viagem imaginária ao
Himalaia foi recomendada (e produziu alguns poucos resultados – 1916, p. 687); (4) a imagem do cálice de lírio
(1916, p. 690) era usada no Egito antigo; (5) Hall “viu” uma figura oriental e a cabeça de um hindu (1918, pp. 50,
56); (6) Ver 1918, p. 42, nota de rodapé sobre o significado da palavra sânscrita “Indrya”.

9
Eu perguntei ao American S. P. R., mas essas 350 páginas de notas resumidas, das quais Hall publicou um
“resumo”, são indetectáveis e não podem, assim, ser feitas para produzir mais dados posteriores.
15

com os ensinamentos científicos. Hyslop admitiu, entretanto, que “elas não possam ser
confirmadas por qualquer processo, exceto referência cruzada sob condições melhores do que
usualmente se obtém”. A hipótese de uma invenção “subconsciente” não tem valor até ser
provada.

Hyslop continuou: “Nós temos que trabalhar muitos anos para verificar qual o significado dar
a elas”. O valor eventual que poderia ser atribuído a elas seria baseado no fato de que a Sra.
Keeler certamente não obteve as ideias expressas a partir de livros, de outras pessoas, etc. e, se
realmente ela não estava interessada, por si mesma, nas informações que comunicou. “A
natureza dos fatos”, disse Hyslop, “não traz o selo de crenças pessoais e dados editados, como é
usual em trabalhos desse tipo”. É interessante notar que uma observação praticamente idêntica
foi feita, muito antes, em 1829, pelo Dr J. Kerner, sobre as afirmações feitas por uma paciente
sua, ignorante, de trinta e dois anos, Frau Hauffe. Em Die Seherin Von Prevorst, traduzido por
Catherine Crowe e publicado em inglês por J. C. Moore em 1845 Kerner insistiu que suas
“revelações” não eram “porções de um sistema de filosofia construído por uma mente
iluminada”, mas observações e ensinamentos em primeira mão. Era importante que elas
deveriam ser lidas como tal.

Hyslop (p. 632) considerou que afirmações subsequentes, similares às “comunicações” da Sra.
Keeler, provindas de “outras fontes de caráter fidedigno”, dariam às “comunicações” algum
valor evidencial. Explicou: “E isso é o que nós buscamos para a publicação de tais registros”.
Apontou que enquanto algumas pessoas consideram as “comunicações” da Sra. Keeler uma
confirmação de certos ensinamentos básicos de autores eminentes de Teosofia, Ioga, etc., “é
provável que seja o inverso” – elas podem nos ajudar em determinar o que é aceitável em
ensinamentos teosóficos, antroposóficos, de Ioga e ainda de outras fontes.

The Projection of the Astral Body foi publicado em 1929 por Sylvan J. Muldoon e o Dr.
Hereward Carrington (Rider & Co. Ltd), e um segundo livro, em 1951, intitulado The
Phenomena of Astral Projection (Rider & Co. Ltd.). Muldoon publicou, em 1936, The Case for
Astral Projection (Aries Press). Estes foram todos trabalhos de primeira importância, que
avançaram o assunto consideravelmente. Os estudos clássicos do Professor Hornell Hart
apareceram em Proc. S.P.R., 50, 1956, p. 163. O livro The Mystical Life, do Dr. J. H. M.
Whiteman, foio publicado por Faber em 1961. No mesmo ano, meu livro, The Study and
Practice of Astral Projection (Aquarian Press) apareceu, o qual foi descrito pelo Professor Hart
(Journal A.S.P.R., LVI, 1962, p. 91) como “indubitavelmente o tratado mais claro, sistemático
e potencialmente epocal já publicado”. Esperamos agora mostrar que a possibilidade
vislumbrada por Hyslop cinquenta anos atrás amadureceu em uma alta probabilidade - agora
que realmente possuímos declarações semelhantes, de fontes confiáveis, que dão às
"comunicações" de Keeler "algum valor probatório". A corroboração de algumas das doutrinas
básicas de Teosofia, Ioga, etc., constituiria um produto secundário.

Este assunto agora assume uma importância que se estende além da questão de saber se um
corpo objetivo está envolvido em algumas experiências fora do corpo, por mais importante que
isso seja. O livro do presente autor, publicado em 1961, descreveu, classificou e analisou cento
e sessenta casos reais de projeção astral, independentemente de “comunicações”. Agora
devemos determinar o quanto os dados ali descritos concordam com aqueles fornecidos nas
“comunicações”, recebidos meio século atrás por Hall (que era bastante cético sobre o
assunto) através da mediunidade da Sra. Keeler (que não tinha interesse neles). Se nossos
dados em primeira mão correspondem aos fornecidos nas “comunicações”, a natureza desses
“comunicadores” pode bem ser indicada.

NOTAS SOBRE BOA FÉ


16

Um ponto adicional pode ser citado antes que comecemos a nossa tarefa. Não foi possível ao
presente autor checar a boa fé de várias pessoas que enviaram a ele as descrições de suas
experiências fora do corpo (in litt.). Mas, ele se sentiu justificado em citá-las, desde que elas
eram idênticas com aquelas publicadas (após checagem) pelo S.P.R., e os depoentes não haviam
lido essas últimas – algumas eram provindas de jovens, outras de analfabetos. Podemos citar um
exemplo com um caso paralelo. Nossos boletins meteorológicos são baseados em centenas de
relatórios provindos de estações locais, cada com seus próprios instrumentos. Se, devido à falta
de cuidado, ignorância ou falsificação deliberada, uma estação particular reportasse uma pressão
barométrica que estivesse marcadamente diferente das da vizinhança, isso não falsificaria o
padrão meteorológico geral, desde que o erro seria óbvio.

Poderia se pensar que narrativas que não são corroboradas são necessariamente menos
confiáveis do que aquelas que foram checadas. Mas o especialista americano, Professor Hart
(Proc., S. P. R., 50, 1956, p. 241), que investigou essa possibilidade, descobriu que as narrativas
que tinham pouco respaldo probatório eram idênticas às que tinham muito. Na França, o
Professor C. Flammarion (Death and its Mystery. T. Fischer Unwin Ltd., iii, 1923, p. 113), após
sessenta anos de experiência, disse que “casos nos quais há a possibilidade de existir farsantes,
mentirosos e mentes que são dadas a ilusões... constituem um mínimo”. E acrescentou: “Em
quase todos os exemplos nos quais eu fui capaz de fazer uma investigação pessoal, eu encontrei
pessoas perfeitamente confiáveis”.

O periódico mensal “British Birds” funciona como um tipo de cão-de-guarda no


empreendimento de eliminar qualquer possibilidade de falsos relatórios de pássaros vistos na
Grã-Bretanha. O número de agosto de 1961 foi dedicado a certas “raridades”. Notou-se que
mais pássaros raros foram registrados numa certa área do que em todo o resto da Grã-Bretanha.
Em 1900, apenas algumas poucas raras espécies foram registradas, mas em 1904 foram trinta,
em 1914 sessenta e três e em 1915 cinquenta. Todas foram registradas no “British Birds”, mas
três fatos, nomeadamente: que os números estavam excepcionalmente altos, que foram
reportados em uma área, e que as demais mantiveram aproximadamente a mesma porcentagem
de novos registros, causaram dúvidas sobre sua validade. Agora se sabe que os registros em
questão provavelmente foram registrados deliberadamente, sabendo-se que eram falsos, que
eram pássaros estrangeiros que haviam sido preservados no gelo. Está agora praticamente certo
que o traseiro do Grey-rumped Sandpiper nunca foi visto vivo nestas ilhas.

Este tipo de falsificação deliberada (que pode ser lucrativa para o autor da farsa) não poderia ter
um paralelo com os testemunhos sobre projeção astral que foram publicados no The Study and
Practice of Astral Projection (Aquarian Press, 1961), por uma questão simples: ela foi um
trabalho de uma única pessoa que detinha um grande conhecimento sobre o assunto, enquanto
nossos testemunhos vêm de pessoas distintas que nunca haviam ouvido falar umas das outras, e
nenhuma delas seriam beneficiadas de alguma forma.

O crânio de Piltdown, outro caso fraudulento, era também baseado no trabalho de apenas uma
pessoa (e, neste caso, sobre uma única espécie). Ela tinha grande conhecimento sobre o assunto,
e assim sua fabricação foi, de fato, o que se esperava.

Enquanto os "pássaros raros" e o "crânio de Piltdown", embora fraudulentos, foram aceitos por
algum tempo, isso ocorreu porque pelo menos se encaixavam no esquema das coisas e, portanto,
não sugeriam dúvidas. A situação é inteiramente diferente com os registros das experiências
fora do corpo. Quase todo mundo que ouve falar de tais casos (sem ter feito uma projeção astral)
considera-os meros sonhos. Pessoas que realmente tiveram (e lembram que tiveram) a
experiência, depois dela e somente depois dela, são totalmente convencidas da sua realidade:
elas usam frases como as seguintes: “Para meu total espanto...”, “Para minha surpresa...”,
“Além do ceticismo mundano, além da dúvida e do argumento intelectual, e além do dogma
religioso...”, etc.
17

Assim, as experiências fora do corpo são uma categoria evidencial completamente diferente dos
registros não confiáveis de espécies de pássaros ou do crânio de Piltdown. Numerosas pessoas
independentes, que nunca tinham ouvido falar umas das outras, muito menos comparado
observações, fazem declarações e estas são idênticas aos casos que já tinham sido investigados.
Discutindo o valor do testemunho, o grande lógico Arcebispo Richard Whately escreveu:
“Quando muitos coincidem em seu testemunho (onde não houve combinação prévia), a
probabilidade resultante dessa coincidência não se baseia na suposta veracidade de cada
testemunho separadamente, mas na improbabilidade de que tal concordância ter ocorrido por
acaso. Pois, embora em tal caso cada uma das testemunhas deva ser indigna de crédito, ainda
assim, as chances são infinitas contra todas elas concordarem na mesma falsidade”.

Nas ciências físicas a descoberta de novos fatos geralmente segue a invenção de novos
instrumentos físicos – o microscópio, o espectroscópio, o telescópio, o radar, etc., mas com
instrumentos psicológicos físicos isso é inaplicável, e o que é requerido é um novo método
(p.ex. um método de análise de sonhos, testes de associação de palavras, etc.). No “The Study
and Practice of Astral Projection” empregamos um contraste entre duas condições diferentes
(natural e forçada), sob as quais os “duplos” são liberados. Em “After-Life?” contrastamos os
testemunhos de dois tipos diferentes de pessoas (normais ou não-mediúnicas de um lado, e
mediúnicas do outro). Um terceiro método será empregado num livro futuro (Events on the
Threshold of the Afterlife). Quando todos os livros de uma empresa se somam corretamente em
todas as direções, concluímos corretamente que a posição dessa empresa é sólida.

A RELAÇÃO ENTRE PROJEÇÕES ASTRAIS E OS TRANSES MEDIÚNICOS

Os “comunicadores” de Prescott Hall (1916, p. 655) fizeram uma distinção entre projeção astral
e transe mediúnico que acreditamos ser verdadeira e necessária. Foi a seguinte: “A projeção
astral é uma matéria positiva, envolvendo uma condição oposta à do transe ou [possessão] da
mediunidade. Assim, a prática da escrita automática (na qual o escriba é mais ou menos passivo,
senão realmente em transe) não é favorável à projeção astral”.
REVISÃO SISTEMÁTICA DAS “COMUNICAÇÕES”
(A) ANTES DA LIBERAÇÃO DO “DUPLO”

1. A CONSTITUIÇÃO CORPORAL TOTAL DO HOMEM

AS “COMUNICAÇÕES”: Cada mortal tem, em adição à sua alma e seu corpo físico, um corpo
mais sutil, o “Corpo Astral” (p. 642), correlacionado com o “Plano Astral” (p. 548).

Entre o corpo físico e o “Corpo Astral” se encontra a “atmosfera” ou “aura” do corpo físico, em
seguida um interespaço e então uma atmosfera astral. A estrutura da Terra é semelhante – ela
tem uma “atmosfera geral”, com um interespaço “que deu origem à ideia de um rio de morte”
(pp. 647, 659, 680).

A “atmosfera física” que se estende além do corpo físico pode ser extrudada e então “se parecer
com uma sombra escura” [isto é, “parecida com um fantasma” – o “fantasma” de um homem
“vivo”!], observou Hall, “aparentemente similar ao que o Dr. W. J. Kilner (em The Human
Atmosphere, E. P. Dutton, 1911), chamou ‘a aura’”.10

“Pode-se ir a certa distância da atmosfera física [=veículo ou vitalidade] para entrar em contato
com outros planos [Astrais]” (p. 697) [ou seja, o “duplo” é originalmente composto, consistindo
de um veículo de vitalidade, bem como o Corpo Astral: somente quando o Corpo Astral do
projetor “vai a certa distância do” veículo de vitalidade o “duplo” se torna simples, consistindo
do Corpo da Alma apenas, e ele entra no Astral. Esse “ir através” ou efluxo do veículo de
vitalidade, de seu “duplo” composto, corresponde à “segunda morte” nas liberações
permanentes do “duplo” – e nestas o conjunto do veículo de vitalidade acompanha o Astral ou
Corpo de Alma].

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

A correlação de Hall da “atmosfera do corpo físico”, “atmosfera física” ou “a aura física”, com
a “atmosfera” humana ou a “aura” do Dr. Kilner é claramente correta. Ela foi reconhecida por
muitos séculos em quase todos os lugares. É o “Corpo Bardo” dos tibetanos antigos, o “ka” dos
antigos egípcios, o “Prânamâyakosha” (veículo de vitalidade cósmica) dos antigos hindus, a
“larva” dos Romanos, o “Linga Shirira” (= Sukshuma) – o “duplo etérico” dos teosofistas, o
“nervo-espírito” dos “comunicadores” e clarividentes alemães, o “corpo vital” dos Rosacruzes,
o “duplo somático” de Ralph Shirley e Prevost Battersby, a “âme vital” (alma vital), etc., e tem
sido reconhecida e descrita por inumeráveis clarividentes. W. Whately Smith (e depois
Carrington), um dos mais profundos pesquisadores da paranormalidade, em um livro intitulado
A Theory of the Mechanism of Survival (Kegan Paul, Trench Truber & Co., 1920, p. 160), disse:
“Eu penso que é muito provável que as descrições clarividentes de fatos concernentes ao duplo
etérico são confiáveis”. Ele foi chamada “a aura da saúde” por C. W. Leadbeater (Man Visible
and Invisible, T.P.S., 1957), “o corpo de forças formativas” do Dr. Rudolf Steiner, “o corpo de
eletricidade”, “o corpo eletromagnético” de outros, “o Corpo Kesdjun” de Gurdjieff, etc. No

10
De acordo com o Prefácio, “O autor... foi capaz de fundamentar cientificamente a afirmação feita há muito tempo
por ocultistas de que o corpo humano possui uma aura visível que muda sua forma, tamanho e cor de acordo com
várias condições ligadas à idade e à saúde do indivíduo. O Dr. Kilner descobriu que, através do uso de certas telas
químicas, essa aura pode se tornar visível ao olho nu... Através das cores, tamanho e textura da aura é possível
diagnosticar com maravilhoso acerto a condição de saúde ou doença de um indivíduo. O autor apresenta esses
resultados... como uma valiosa ajuda no estabelecimento de um diagnóstico correto em casos que, de outra maneira,
seriam duvidosos”. (Pode-se acrescentar que o filtro Wratten Nº 36 corresponde à dicianina, o corante que Kilner
usou; olhar através deste filtro, na luz do dia, por meio minuto, e então ir a uma sala escura o suficiente para enxergar
apenas as mãos.)
19

livro do presente autor, intitulado The Supreme Adventure (James Clarke & Co. Ltd., 1916, pp.
53, 54, 131), ele empregou o termo apropriado hindu, “o veículo de vitalidade”.

Projetores astrais descrevem frequentemente esse fator corporal e notam seu efeito quando
(como ocorre comumente com aqueles em que ele é vagamente associado ao corpo físico) parte
dele acompanha o “Corpo Astral” extrudado ou projetado: então o ambiente tende a ser
“enevoado”, e mesmo “aguado”, e essas pessoas (independentemente de serem médiuns)
descrevem as mesmas condições que os “mortos” (necessariamente através dos médiuns), isto é,
a travessia o “rio da morte”, nos quais “fantasmas” e possivelmente “obstáculos” podem ser
encontrados. Eles também (independentemente de médiuns) descrevem o efluxo do veículo de
vitalidade do seu composto “duplo” (deixando um simples “duplo”, consistindo do Corpo Astral
ou da Alma apenas), exatamente como os “mortos” descrevem o efluxo de seu veículo de
vitalidade (na “segunda morte”, usualmente após três dias da morte física). Exemplos desses
assuntos foram fornecidos no livro do autor The Study and Practice of Astral Projection
(Aquarian Press, 1961, pp. 14, 15, 22, 17, 40, 55, 58, 76, 93, 100, 120, 122, 136).

Em sua revisão do The Study and Practice of Astral Projection no Fate Magazine, 1961, p. 85,
David Techter disse: “Nas suas análises, o Dr. Crookall faz uma contribuição muito
significativa para a compreensão da projeção astral. Apresenta evidências substanciais de que o
corpo não-físico é composto...” Veremos que essa concepção foi fornecida, em 1909-18, pelos
“comunicadores” da Sra. Keeler, e publicada, em 1916, independentemente de qualquer estudo
sistemático dos testemunhos apresentados por projetores astrais (os quais, de fato, não estavam
então disponíveis). Eles disseram que o que chamamos de veículo de vitalidade “pode ser
destacado do corpo físico, justamente como o astral o faz, e, quando está assim separado, uma
pessoa indo para o astral pode levá-lo consigo [em cujo caso seu “duplo” seria composto com o
Corpo ‘Astral’ ou ‘de Alma’, mais ou menos envolto] ou deixá-lo para trás”. [isto é, passando
através do equivalente à “segunda morte”, após cujo processo seu “duplo” estaria no modo
simples, consistindo apenas de um Corpo de Alma sem um envoltório].

O “rio da morte” corresponde ao “Hades” dos gregos (e romanos), ao “Amenta” dos antigos
egípcios, ao “Sheol” dos judeus, o “Kama Loca” dos antigos hindus (e, seguindo-os, os
teosofistas), ao “Bardo” dos antigos tibetanos, ao “Limbo” dos teólogos escolásticos, ao “Lower
Borderland”, ao “Plano de Ilusão”, às “Greylands”, etc., de vários “comunicadores”.

2. TÉCNICAS QUE FACILITAM A LIBERAÇÃO DO “DUPLO”

AS “COMUNICAÇÕES”: (a) O cancelamento da atenção para o mundo físico. Ao futuro


projetor recomendava-se criar imagens mentais de luzes, isto é, se concentrar em ondas ou
flashes de luz (p. 689).

(b) A soltura do Corpo Astral do corpo físico. “Imagine-se como um ponto flutuante no espaço,
parte de uma nuvem ou uma vapor” (p. 682).

(c) O início do movimento do Corpo Astral. (1) “A imagem de si mesmo como se estivesse
voando” (p. 683); (2) “A imagem de uma estrela girando, suspensa no espaço” (p. 686); (3) “A
tentativa em visitar o Himalaia na imaginação” (p. 687); (4) “A imagem arando um campo” (p.
693); (5) “A imagem de oscilação ou balanço” (p. 694).

(d) A soltura do Corpo Astral do corpo físico.

1. “Adquirir o poder de enviar o Corpo Astral para fora do corpo físico, do qual ele escapa
como um vapor, e de organizá-lo do lado de fora” (p. 644). Quando é liberado naturalmente,
20

ele “escorre do corpo físico por todos os poros e parece com um vapor para um observador.
Após a soltura, ele se compõe e gradualmente se torna totalmente organizado” (p. 645).

2. “Uso frequente da imagem de um círculo ou uma série de círculos, anéis de fumaça, etc.”

3. “A imagem de um cone de uma ou outra forma é usada porque ela envolve a ideia de contrair
em um ponto ou expandir a partir de um ponto, isto é, derramar água ou um espaço em forma
de ampulheta; construção de um cone de círculos se tornando cada vez menor ou maior e
virando tal cone do avesso; fazendo um disco giratório assumir a forma de um cone ou achatá-lo
novamente até se tornar um disco” (p. 652).

4. “Concentração sobre a imagem de um redemoinho ou descendo num redemoinho – isto é, o


princípio de contração até um ponto, e então expansão” (p. 708).

5. “A imagem de ser levado por uma onda” (p. 708).

6. “A imagem de se pendurar num cordão ou corda, ou ser puxado para cima através de uma
corda” (p. 694).

7. “A imagem de si mesmo girando ou girando objetos – o oposto da ideia do cone. Giro físico,
como o dos derviches, tem um efeito de deslocar o Corpo Astral, mas não é uma boa prática. A
ideia dessa imagem é fazer alguém perder outras imagens... e o efeito é similar ao de ser puxado
através de um tubo giratório, como acontece com uma bala saindo de uma arma” (p. 708).

8. “Imagem de um tanque sendo gradualmente preenchido com água, no topo do qual se flutua
como um ponto de luz... O objetivo é encontrar um pequeno buraco num lado do tanque,
através do qual se passa” (p. 706).

9. “A imagem da água... é muito usada; ou seja, tirando água de um poço; considerando o corpo
físico como uma piscina com água; ou estando na imagem de uma piscina de água apontada no
centro” (p. 708).

10. “A imagem mental de um espelho é muito usada... Assim como a manipulação da própria
imagem num espelho” (p. 690).

11. “Concentração sobre a imagem do cálice de um lírio” (p. 690).

12. “Saída de vapor de um pano flácido – usada frequentemente como imagem... às vezes
variando através da imaginação de que o corpo é uma rede frouxa e o Corpo Astral sai como um
vapor através dos buracos. A ideia de planicidade é essencial. Depois de se sentir vaporizado
deve-se puxar em vez de empurrar e assim recolher, em seus pensamentos, o pano flácido, o
que tem o efeito de reunir o Corpo Astral .

O “comunicador” (p. 679) explicou a lógica dessas imagens mentais para a produção deliberada
de projeções astrais: “A imaginação realmente cria condições no mundo astral”. Novamente (p.
654), “O que ordinariamente chamamos de “imaginação” é na realidade exercício dos sentidos
astrais. Enquanto neste mundo [físico], se nos imaginamos indo a uma determinada cidade e
nosso pensamento é o único resultado, no mundo astral deveríamos ir para lá, pelo menos se
quiséssemos. Assim, se imaginamos nosso Corpo Astral se soltando do físico ou oscilando para
os lados, não teremos nada como resultado, exceto o fato da nossa imaginação; mas no mundo
astral nosso pensamento põe efetivamente o Corpo Astral em movimento, embora não
possamos, enquanto no corpo físico, verificar isso. Em outras palavras, o pensamento é criativo
no mundo astral, e tudo o que ‘quisermos’ tende a ser realizado". Acrescentou que "o mesmo
21

acontece com o corpo físico, embora, como a matéria que o compõe é mais densa e tem mais
inércia, é mais difícil produzir resultados".

Prescott Hall (p. 644) observou: “Todos os exercícios de desenvolvimento [de projeção astral]
que me foram dados envolviam princípios curiosamente sugerindo o que desenvolvemos
racionalmente quanto a uma quarta dimensão. Imagens de escorrer numa ampulheta ou até uma
bica d’água, ou o verso de um espelho, ou girando um cone do avesso, ou contraindo-se até um
ponto e então se expandindo, sugerem que se entra num espaço-mundo diferente do que
conhecemos”. Pode-se acrescentar que os projetores astrais consideram que o Corpo Astral
parece se mover num mundo quadridimensional e tem sido chamado de “o Corpo
Quadridimensional”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Os "comunicadores" disseram a Hall que, para liberar seu corpo astral, ele deveria imaginar
certas coisas e explicaram que, no que diz respeito ao corpo astral e ao mundo astral, imagens
mentais, pensamentos, desejos e vontades são imediatamente criativos. Sylvan J. Muldoon, o
projetor astral, falando sobre sua experiência com centenas de projeções, falou sobre esse
detalhe em seu livro The Projection of the Astral Body (Rider & Co. Ltd., 1929, p. 167), quando
escreveu: “Há uma vontade passiva e uma vontade ativa. A vontade passiva é a mais forte; essa
é a vontade que expressamos quando acordamos no fim da noite... Nós a chamaremos de
vontade passiva porque nós estamos numa condição passiva [hipnagógica] quando a estamos
usando à noite, conscientes, mas sonolentos, passivos... Talvez você diga ‘O que você está
tentando nos fazer acreditar?’ Em um sentido isso é mais verdadeiro do que se pode pensar... A
vontade imaginativa pode causar a projeção do Corpo Astral”. Posteriormente, (p. 212), ele
apontou que no Mundo Astral “a mente cria seu ambiente – e ele é real!... É um tipo de
purgatório, onde se deve aprender a pensar corretamente”. Continua ele: “Este ‘lugar’ do qual
estamos falando (eu o denominei vagamente de Plano Astral’) está sobre a Terra, na atmosfera
da Terra. Talvez você pense que não há significado no que é comumente chamado de
‘Purgatório’, mas esse termo parece se ajustar muito bem à condição do baixo Astral”.

Yram, o projetor francês (Practical Astral Projection, Rider & Co. Ltd., p. 99), descobriu a
mesma coisa por si mesmo e disse: “Muitas vezes, um pensamento é suficiente para fazer com
que uma entidade que agrade ou desagrade apareça ou desapareça”. Novamente (p. 137), “a
imaginação é a realidade”.

Os “comunicadores” disseram a Hall três tipos de coisas para imaginar. A primeira era aquele
“vapor” saindo por todos os poros de seu corpo físico. Muitos projetores astrais descreveram
esse fenômeno. A Psychic News de 2 de fevereiro de 1963, trouxe um registro do Sr. Longuet
sobre sua projeção. Ela aconteceu como se segue: “Parecia que minha pele inchava e eu era
carregado por ondas de um material parecido com fumaça”. Reine, uma modelo de artistas
parisiense, que não tinha grande educação e muito menos conhecimento de assuntos
paranormais, descreveu para P. E. Cornillier (The Survival of the Soul, Kegan Paul, Trench
Trubner & Co. Ltd, 1921, pp. 3, 45, 48, 88, 95, 107, 114, 195) como seu “duplo”, que ela
chamou “um corpo de fumaça”, saiu de todo o seu corpo, através dos poros, mas
principalmente da cabeça, como “um tipo de nevoeiro ou vapor”. Numa segunda ocasião, ela
usou as palavras “parecido com fumaça” e numa terceira, “espuma ou névoa”. Seu suposto
“ajudante” desencarnado, Vettellini, descreveu a soltura permanente de um “duplo” na morte (p.
462) como algo “como uma névoa”. A srta. D’Espérance (Shadow Land, Redway, 1897)
observou que quando seu “duplo” deixou seu corpo, este último foi “envolvido por uma fria
névoa”. Ela observou almas desencarnadas que viviam numa região que, para ela, era
“enevoada ou semelhante a nuvens”.
22

A segunda recomendação dos “comunicadores” da Sra. Keeler para auxiliar na soltura do Corpo
Astral era imaginar se contraindo até um ponto e então expandindo, sendo sugado através de um
tubo ou encontrando um pequeno buraco na lateral de um tanque (todos símbolos muito
similares). Isso é claramente comparável ao símbolo do “túnel” que é tão frequentemente
descrito por pessoas que deixam seus corpos. Nos casos citados no The Study and Practice of
Astral Projection, a Sra. Francis Leslie (p.8), Srta. Yeoman (p. 13), Sra. Tarsikes (p. 11), Frank
Lind (p. 68), Srta. Bazett (p. 82), Hermione Okeden (p. 89), Sra. Bounds (p. 114) e Sra. Hatfield
(p. 119), todos usaram esse termo: “Eu parecia flutuar em um longo túnel”; “apareceu uma
abertura, como um túnel, e no fim do mesmo uma luz”; etc. Ademais, indicando seguramente
que essas experiências eram genuínas e não apenas sonhos ou fantasias, muitos projetores
astrais também descreveram a experiência de “passar através” de um “túnel escuro” (a Srta.
Marjorie Johnson, p. 53), “um túnel ou passagem através de nuvens escuras” (Percy Cole, p.
122), quando seus Corpos Astrais, após terem se destacado de seus corpos físicos, reentraram
neles. Oliver Fox (Astral Projection, Rider & Co. Ltd.) disse: “Eu estava caindo em um túnel
estreito ou de haste” e depois comparou a experiência a “cair através de um buraco numa nova
esfera”. O Dr. J.H.M. Whiteman (The Mystical Life, Faber, 1961) disse: “Eu parecia estar
passando através de um túnel”. A Srta. Zoila Stables, B. A., comparou a experiência a “um
longo túnel, um riacho com margens altas ou uma longa pérgula”. Com razão, ela insistiu (num
manuscrito): “É um acontecimento muito frequente não ter alguma correspondência na
realidade”. De acordo com Muldoon (1929, p. 49), sua irmã, fora do corpo enquanto dormia,
“sonhou” que ela [=Corpo Astral] foi levada em direção ao “gargalo de uma garrafa”. Estes
foram projetores astrais: eles deixaram seus corpos de uma maneira natural.

As pessoas cujos Corpos Astrais foram ejetados forçadamente de seus corpos físicos por
anestésicos também compararam o processo à passagem através de um túnel. A enfermeira
Osborn (Light, LV, 1935, p.249), disse que muitos pacientes disseram a ela que, quando
tomavam anestésicos, parecia que eles passavam através de “um longo túnel”, enquanto
“W.E.H.” (Prediction, março, 1955) disse: “Eu me vi numa avenida de árvores, movendo-me
lentamente para cada vez mais longe do meu corpo físico”. E acrescentou: “Eu continuei a
avançar ao longo da avenida, em direção a uma luz brilhante no final dela”. Borderland, i,
1893-4, p. 564) trouxe o caso da Sra. L’Orne, que usou as mesmas palavras que o
“comunicador” da Sra. Keeler, ou seja “tubo” . Disse ela: “Eu me achei continuando ao longo
de um túnel estreito e negro”.

O símbolo do túnel é também usado por pessoas cujos Corpos Astrais são separados de seus
corpos físicos, quando elas caem de grandes alturas (p.ex., Douglas Bader, Follow de Stars).

Ele é também usado por médiuns para descrever a soltura do corpo físico pelo Corpo Astral,
preparatória para que o primeiro seja temporariamente adentrado (“possuído”) e usado pelo
“comunicador” desencarnado: assim, a Sra. Piper falava em “um túnel escuro” (Alta Piper, The
Life and Work of Mrs Piper, Kegan Paul, Trench Trubner & Co. Ltd., p. 115).

A terceira recomendação dos “comunicadores” da Sra. Keeler era que Hall deveria soltar seu
Corpo Astral de sua imersão no corpo físico se imaginasse estar balançando, oscilando, girando,
flutuando ou movendo-se em direção ao Himalaia – que essas atividades tendiam a ser assim
iniciadas no Corpo Astral. O projetor astral S. J. Muldoon (op. cit., 1929, p. 27) descreveu essa
etapa como “os ‘estágios elementares’ da projeção astral”. As palavras “balançando”,
“oscilando”, “flutuando”, etc., comumente ocorrem nas descrições dadas por numerosos
projetores astrais.

3. TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO
23

“Respiração é importante, pois o pulso do cérebro é síncrono com ela. Por isso, vários
exercícios respiratórios... Para sair do corpo, reter a respiração tem valor, mas expirá-la não
tem efeito” (p. 659).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Os “comunicadores” da Sra. Keeler (cujas declarações foram publicadas na América, em 1916),


disseram que prender a respiração tende a liberar o Corpo Astral do corpo físico. Na Suécia, o
clarividente Emanuel Swedenborg (1688-1772), que tinha muitas experiências fora do corpo,
escreveu (em latim) em seu “Diário Espiritual” que “Reter ou suprimir a respiração equivale a
ter relação com a alma, atraindo-a ao corpo”. Há, claro, toda uma literatura de Ioga sobre reter a
respiração (= “prana-yama”) e seus possíveis efeitos psíquicos. [Os exercícios de respiração do
Ioga devem ser evitados na ausência de um professor (clarividente) competente, porque eles
podem ser perigosos]. No livro de Richard Wilhelm, intitulado The Golden Flower, A Chinese
Book of Life (significando uma vida suprafísica), publicado por Routledge & Kegan Paul, em
1931, representando ensinamentos esotéricos taoístas que datam do século oito, que foram
impressos em chinês, em 1920, é dito ao aspirante a projetor astral que a respiração deve ser
rítmica, conselho que se aplica a todos os tipos de trabalhos paranormais. A Sra. Eileen J.
Garrett fez importantes observações sobre o efeito da respiração nas habilidades paranormais
em seu livro intitulado Telepathy (Creative Age Press Inc., 1941, pp. 40, 51, 59-60, 103, 104 et
seq., 128-9, 192), em Awareness (Creative Age Press Inc., 1943, pp. 17, 45, 90, 92, 116, 135-6,
138), e em Adventures in the Supernormal (Garrett Publications Inc., 1949, pp. 7, 143, 164,
165-6). Esse assunto está além das conjecturas. Em 1930, o Dr. E. Osty, o médico francês que
sucedeu Geley como Diretor do Institute Métaphysique Internationale, Paris, fez experiências
com Rudi Schneider (La Revue Métapsychique, 1932) e obteve resultados notáveis. Um objeto,
como um lenço, foi colocado na mesa do laboratório para se verificar se Rudi conseguiria movê-
lo através de meios paranormais. O objeto estava protegido por um raio de luz infravermelha,
focado numa célula fotoelétrica. Se algo interrompesse o raio, uma sineta (como num alarme
contra ladrão) tocaria. Durante certos experimentos a sineta realmente tocou e, como havia sido
previsto, uma luz ultravioleta inundaria a sala e uma câmera automaticamente fotografaria toda
a cena. As fotografias provaram que a interrupção do raio não proveio dos braços ou das pernas
de Rudi (os quais, para quaisquer eventualidades, foram presos pelos experimentadores), mas
por algo – ectoplasma, a substância “semi-física” que às vezes é expelida do veículo de
vitalidade, e que é normalmente invisível.

Agora, a respiração de Rudi estava normal, 12-14 por minuto, porém, durante esses
experimentos (quando ele estava em transe, isto é, com o Corpo Astral exteriorizado) ela chegou
a 120-300 por minuto (e muito barulhenta). Quando a sineta do alarme foi substituída por
equipamentos adequados, Osty descobriu que a taxa de vibração do (?) ectoplasma era sempre
exatamente duas vezes a taxa de respiração de Rudi. Ademais, as maiores emissões de (?)
ectoplasma estavam sob o controle da vontade de Rudi – elas ocorriam após ele dizer que iriam
ocorrer. O (?) ectoplasma não era apenas “semi-físico”, mas também “semi-mental”, porque
era “maleável”: era intermediário entre a matéria e a mente.

4. O EFEITO DO ESTUDO E DA CONCENTRAÇÃO

“Todo ser vivo emite vibrações; mas aquelas dos espíritos são mais rápidas do que as dos
mortais. Estas últimas podem, entretanto, pelo estudo e concentração, ser aceleradas”. (p. 707)

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.


24

Há pouco a ser dito sobre isso, pois é algo bem conhecido. Mary E. Monteith (The Fringe of
Immortality, John Murray, 1920, p. 40) aprendeu que “O desenvolvimento paranormal depende
mais de concentração do que qualquer outra coisa – não a praticada artificialmente, mas
habitualmente sobre cada pequena coisa da vida diária”. Um dos melhores livros sobre esse
assunto é o publicado pela The Buddhist Lodge, Londres, sob o título Concentration and
Meditation (1943): sua página de título tem esta citação do “Dhammapada”: “Você mesmo deve
fazer o esforço: os Budas apenas apontam o Caminho”.

5. CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À PROJEÇÃO

A posição do corpo físico – “Sente-se suficientemente ereto, para que a circulação não interfira,
pois a pressão sanguínea é um fator importante” (p. 643). “Cruzar as mãos e os pés é ruim...
porque mistura as correntes nervosas e dificulta a saída do Corpo Astral” (p. 679). “Escuridão e
fechamento dos olhos tornam os nervos mais sensíveis. De fato, não é comum para uma pessoa
sair do corpo pela primeira vez com os olhos [físicos] abertos” (p. 679).

Auxílios incidentais – “Um prato com água perto de onde se está sentado” é recomendado – ou
“o vapor d’água”, ou “colocar-se as mãos na água” (p. 708). Isso “mantém longe personalidades
questionáveis e maléficas” [= possíveis “dificultadores”].

Comida - “Abster-se de carne” (p. 643). “Jejum pode ser útil, enquanto comer demais,
especialmente perto da hora de fazer experimentos, é absolutamente um obstáculo ao sucesso”
(p. 643). “Jejum frequentemente ajuda a liberar o Corpo Astral” (p. 681). “Não se alimente logo
antes do experimento da projeção – isso interfere com a circulação do sangue” (p. 680).

“Drogas que embotam, como anestésicos, álcool e tabaco, afetam a circulação do sangue e,
consequentemente, a projeção” (p. 649). “Tabaco traz influências nocivas e injeta produtos
indesejáveis na corrente sanguínea, mas seu malefício principal é interferir com bons espíritos
[= possíveis “auxiliadores”] e interfere na sua aproximação” (p. 706).

Alimente-se com uma dieta vegetariana. “Frutas e vegetais tornam o sangue capaz de atrair
influências espirituais [= possíveis “auxiliadores”]. Cenouras são também benéficas. Ovos cruz
são favoráveis” (p. 680).

“Castanhas, em especial amendoins, são ruins” (p. 680).

“Líquidos são benéficos (para o desenvolvimento da projeção astral), mas muito líquido afina o
sangue e altera a circulação” (p. 680).

“Após cinco ou seis meses de desenvolvimento... pessoas em estágio avançado podem comer
qualquer coisa” (p. 681).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Todas as citações acima foram mencionadas por numerosos projetores astrais, tendo por base
duas observações pessoais. Por exemplo, a recomendação de jejum, o evitar-se cruzar mãos e
pés e a importância da água foram mencionadas por Reine, a sensitiva francesa de P. R.
Cornillier (op. cit., 1921, pp. 40, 122, 188, 279, 288, 328, 387, respectivamente). Um projetor
astral escreveu para o The London Forum dizendo que os pés não devem estar cruzados. Reine
descobriu que condições de tempo “morno e úmido” impedem resultados satisfatórios (p. 349).
(B) O CONTRASTE ENTRE SOLTURAS NATURAIS E FORÇADAS

Os “comunicadores” da Sra. Keeler (1916) disseram que “anestésicos expulsam a alma e o


espírito, forçadamente, para fora do corpo; então a pessoa não sente dor. Mas, como afetam a
circulação física e o sangue contém muito da “atmosfera física ou aura” [isto é, o veículo da
vitalidade], eles têm também o efeito de entorpecer os sentidos astrais, então ela não tem a
consciência astral e raramente percebe alguma coisa enquanto está fora” (p. 683). Novamente
(p. 683): “No caso de sair do corpo pela ação de anestésicos, os sentidos astrais estão
entorpecidos; assim, a pessoa raramente percebe qualquer coisa enquanto está fora, ou se
lembra de algo”. Ainda novamente (p. 698), os “comunicadores”, na América, descreveram o
[“nervo-]alma” (isto é, o veículo de vitalidade), de maneira muito similar à que a clarividente
alemã Frau Hauffe havia descrito em 1829 – como “uma substância” que está “anexada a
certos centros nervosos”, e é expulsa rapidamente com o Corpo Astral por um golpe acidental
ou por anestésicos”, isto é, quando a soltura do “duplo” é forçada.

Na pp. 645, 646, os “comunicadores” mencionaram dois métodos possíveis para a soltura
natural do “duplo”. No primeiro, ele “desliza ou escorre para fora do corpo físico por todos os
poros e aparece como um vapor para o observador. Após deixar o corpo ele sofre um arranjo e
gradualmente se torna inteiramente organizado...” No segundo método, o “duplo” se retira das
extremidades baixas do corpo físico, “descansando por um tempo sobre os nervos do estômago,
sobe para a garganta e finalmente passa ao topo da cabeça. Ele pode também ser parcialmente
extrudado – a partir de qualquer parte do corpo físico – “como um braço ou mão”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Pegando a última descrição primeiro; como já dissemos, a sensitiva Reine (op. cit., 1921, pp.
20, 136) correspondeu exatamente ao que foi dito quando descreveu a soltura de seu próprio
Corpo Astral – ela deixou “totalmente seu corpo”, mas “principalmente pela cabeça, por todos
os poros, como uma névoa, vapor ou espuma”, que se juntou como uma massa a alguma
distância de seu corpo. O outro método de saída foi descrito por alguns projetores astrais: o
Corpo Astral do Rev. Bertrand, primeiro se desprendeu das extremidades baixas, e finalmente
se apartou pela cabeça (ver The Study and Practive of Astral Projection, 1961, p. 6).

Como foi dito, o contraste entre as solturas naturais e forçadas do “duplo” era o método
principal que o presente autor (que então não tinha visto as “comunicações” de Keeler) usou na
tarefa de determinar se as descrições dos depoentes eram ou não genuínas experiências fora do
corpo. Antes disso (de 1952 a 1957), ele usou o mesmo método para investigar “comunicações”
de supostos falecidos sobre sua projeção final, isto é, na morte, e estas foram publicadas em The
Supreme Adventure (James Clarke, 1961). Ele começou o The Study and Practive of Astral
Projection (p.1) como se segue: “O autor estudou as supostas experiências de pessoas que
deixaram seu corpo permanentemente, isto é, morreram: descobriu que aqueles que disseram
que morreram naturalmente descreveram uma série de experiências, enquanto aqueles que
disseram que sua morte foi imposta descreveram outras experiências, mais restritas (Apêndice
V). Alguns dos ‘mortos’ forneceram explicações sobre essas diferenças. Suas explicações são
razoáveis. Ademais, em alguns casos, eles concordam com as evidências da ciência psicológica.
Portanto, concluímos que os registros das experiências pós-mortem que examinamos são
bastante prováveis, efetivamente, quase certamente, genuínas... O presente livro analisa as
experiências de pessoas que alegam deixar o corpo temporariamente. Verifica-se que aqueles
26

que o fizeram naturalmente descrevem tipicamente um conjunto de experiências, enquanto


aqueles cuja exteriorização foi forçada descrevem tipicamente outro, uma série mais restrita.
Verifica-se posteriormente que há uma notável correspondência entre os registros daqueles que
alegam deixar o corpo permanentemente e aqueles que afirmam deixá-lo apenas
temporariamente. Essa correspondência, presente em narrativas independentes, parece somente
explicável se os dois conjuntos de narrativas forem substancialmente verdade. Nenhuma
explicação alternativa parece possível.”

Após citar e analisar cento e sessenta casos de projeção, contrastando os casos naturais com
aqueles que foram forçados, eu concluí (p. 142): “Nós sugerimos que nas exteriorizações
temporárias que foram impostas a maior parte do ‘corpo-véu’ (= veículo de vitalidade) é ejetado
do corpo e que envolve mais ou menos efetivamente o Psíquico ou Corpo de Alma [= Astral].
Consequentemente, aqueles que saíram do corpo de forma forçada, por anestésicos, etc.,
normalmente permanecem na terra ou entram em condições de 'Hades' (sonho). Nós sugerimos
que nas exteriorizações temporárias que ocorrem naturalmente apenas um pouco do veículo de
vitalidade ou ‘corpo-véu’ sai com o Corpo Psíquico ou Corpo-Alma...”

Uma corroboração adicional das "comunicações" de Keeler sobre o "duplo", que parece deixar o
corpo como "vapor", vem de numerosos observadores em leitos de morte. Lily Price, J. P., de
Hanover Street, Rozelle, N.S.W., Austrália, enviou a o seguinte para o autor (in. litt.): “Eu vi
uma névoa surgir da cabeça da menina (que morria). A névoa gradualmente tomou a forma do
corpo da criança...” Florence Marryat (The Spirit World, F. V. White, 1894) observou: “Uma
película, como uma nuvem de fumaça, se uniu sobre a sua cabeça. Se espalhou e adquiriu a
forma do corpo da menina...” O Rev. G. Maurice Elliott e sua esposa (Angels Seen Today, 1919,
p. 123), viu “justo sobre a cama uma névoa que foi crescendo em tamanho. Em pouco tempo ela
tomou a forma perfeita do paciente”. J. C. Street (The Hidden Way) declarou: “Uma coluna de
vapor fina e de cor violeta foi observada deixando o corpo moribundo e se unindo sobre ele...”
“O Sr. G”, cujo caso foi publicado pelo S.P.R. (Journ. XIII, 1908, p. 368) viu “nuvens”
deixando o corpo de sua mulher que falecia. Seu médico disse que “um estado de insanidade
alucinatória” estava fora de questão: ademais, o “Sr. G” não havia lido nada sobre assuntos
ocultos”. Dezenas de casos similares poderiam ser citados.

Os “comunicadores” da Sra. Keeler (p. 683) declararam: “A saída pode ser enquanto a pessoa
está inconsciente (como no sono); mas se acontece conscientemente, a pessoa simplesmente tem
sua consciência duplicada e funciona em dois planos ao mesmo tempo [= ‘consciência dual’]...
É usualmente em uma direção para cima, oposta à terra. Uma pessoa pode ter a saída sem
saber disso e nesse caso o teste é se pode ver seu corpo físico”. Novamente (p. 692): “A visão
do corpo físico é uma das primeiras evidências de estar fora dele”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Muitos dos projetores astrais, cujas experiências são citadas no The Study and Practice of Astral
Projection (p.ex., a Sra. Land, p. 23, uma senhora, p. 39, o Sr. Leonard, p. 42, J.H. Dennis, p.
48, a Srta. Newby, p. 51, Horace Leaf, p. 60, Sra. Roberts, p. 70, Wm E. Edwards, p.73, Dr.
Ostby, p. 88, etc.) descreveram como eles acordaram do sono para ver seus Corpos Astrais
livres de seus corpos físicos. Esse fato deve ser correlacionado com o conselho dado pelos
“comunicadores” (e por Muldoon) de que a melhor hora para projetar é depois que dormir um
pouco, digamos, até as 3 horas da manhã (quando o corpo físico está no estado máximo de
relaxamento).11

11
O contraste entre as solturas naturais e as forçadas dos “duplos” foi também mencionado nas “comunicações”
recebidas na Inglaterra pelo Hon. Ralph Shirley e publicadas no The Mistery of the Human Double (Rider & Co. Ltd.,
p.119). Elas provinham de um suposto Professor desencarnado do qual Shirley tinha “mais do que razão ordinária”
27

para aceitar como genuína. O “Professor” declarou que (1) a consciência da pessoa anestesiada “não é normal”, mas
“confusa e vaga”, e (2) que seu “ambiente” não é aquele em que se entra quando em sono natural profundo
[=”Paraíso”, correspondendo à Alma ou Corpo Astral], mas “um verdadeiro mundo de fantasmas” [=”Hades”,
correspondendo ao veículo de vitalidade]. O “Professor” acrescentou que a pessoa anestesiada é “puxada de volta
muito mais acentuadamente” para o corpo físico (bem como quando é puxada para fora do corpo “muito mais
rapidamente”) do que quando essas operações são naturais. Isso é duvidoso porque seu duplo liberado inclui um
pouco do veículo de vitalidade (que não se afasta muito do corpo físico).
(C) A SOLTURA DO “DUPLO” (CORPO ASTRAL) – FATORES MENTAIS

1. O “APAGÃO” CAUSADO PELA SOLTURA

OS “COMUNICADORES” da Sra. Keeler (pó. 652, 655, 683) disseram que no momento que o
Corpo Astral é liberado do corpo físico, “há um momento de inconsciência – e o mesmo
acontece no retorno”. Novamente: “A saída do corpo pode ser... em consciência total exceto no
instante quando a alma muda seu centro do físico para o astral”. Ainda novamente, “No
momento da separação dos dois corpos costuma haver um momento de inconsciência”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Esta notável afirmação é confirmada por numerosos testemunhos de projetores astrais


independentes, citados no The Study and Practice of Astral Projection (1961): ela é, sugerimos,
relacionada com a experiência que foi mencionada acima (p. 7), como se a pessoa estivesse
passando através de um túnel escuro com uma luz em seu final – um razoavelmente longo
momento de “apagão”. (Sugerimos que o “apagão” de consciência é devido ao fato de que,
durante o breve período de separação, nem o Corpo Astral, nem o corpo físico estão disponíveis
como instrumentos de consciência.) Sobre os projetores, cujos testemunhos foram fornecidos
em nosso livro, a Sra. McDowell (p. 22) disse: “Eu ‘apaguei’ na mesma distância do meu corpo
quando eu o deixei e quando eu reentrei nele. Em alguns casos, esse momento é tão breve ou
leve que passa sem ser notado: consequentemente, alguns dos projetores relataram a experiência
somente quando eles deixavam o corpo (p.ex., Blakeley, p.3, Yeoman, p. 13, Brooks, p. 55,
Kaeyer, p. 57, René C., p. 83, Cripps, pp. 92, 167, o amigo de Funk, p. 91, Anônimo, p. 117,
Symonds, p. 123, a senhora de Dallas, p. 126); e outros apenas quando retornavam aos seus
corpos (p.ex. a Sra. Dowell, p. 22, uma senhora, p. 39, a Srta. Johnson, p. 54, Hives, p. 60,
Addison, p. 98, o amigo de Carrington, p. 115, Hymans, p. 120, o hóspede do hotel, p. 131).
Porém, ainda outros observaram e registraram a experiência tanto quando deixavam seus
corpos, quanto quando reentravam neles (p.ex., Kelley, pp. 4, 5, a Srta. d'Espérance, pp. 39,
41). Entre aqueles que descreveram a passagem por um “um túnel escuro” , estavam Leslie (p.
8), a Sra. Tarsikes, (p.11), Yeoman (p. 68), Lind (p. 68), Bazett (p. 82), Okeden (p. 89), Bounds
(p. 114), Hatfield (p. 19), enquanto entre aqueles que descreveram essa cena apenas na reentrada
estavam Johnson (p. 53) e Cole (p. 122).

2. “CONSCIÊNCIA DUAL”

Isso já foi mencionado. De acordo com os "comunicadores" da Sra. Keeler (pp. 653, 656, 657),
um projetor astral, isto é, uma pessoa cujo Corpo Astral está solto e está prestes a deixar o corpo
físico, “pode ver espíritos antes dele efetivamente conseguir se soltar totalmente”. (Eles também
disseram que “para ver um espírito quando ainda nos primeiros estágios de desenvolvimento da
projeção astral, a cooperação dos espíritos é requerida” – p. 656). Esse despertar de dois
“mundos”, o físico e um outro (“Hades”, se “semi-físico”, “Paraíso”, se “suprafísico”),
envolvendo o uso, simultaneamente ou sucessivamente, tanto o corpo físico como o Corpo
Astral, é chamado “consciência dual”. Ademais, o fato de que tanto aqueles cujos Corpos
Astrais são parcialmente liberados temporariamente, e aqueles que, deixando-os
permanentemente podem enxergar “o próximo mundo”, sugere que aqueles que estão naquele
mundo (“espíritos”) podem ver os Corpos Astrais parcialmente liberados (de projetores astrais e
dos que estão morrendo): é presumivelmente uma atividade de duas direções.

Os "comunicadores" (p. 655) disseram “Quando uma pessoa começa a desenvolver [projeção
astral], suas radiações começam a ficar mais luminosas (porque até então a luminosidade de seu
Corpo Astral, emaranhada com o corpo físico mais denso, ficava apagada) e esse fato atrai a
29

atenção de espíritos, tanto bons como maus. Os primeiros tentam auxiliar e os últimos a
dificultar seus esforços”. Mais tarde (p. 650), os "comunicadores" disseram: “O grau de
desenvolvimento alcançado (em conseguir soltar o Corpo Astral do físico), em qualquer tempo,
é manifestado por radiações dos corpos físico e Astral. Numa pessoa não desenvolvida, essas
radiações são emitidas em ângulos retos do corpo; quando uma pessoa é mais desenvolvida, elas
tendem a apontar para cima”. Ainda mais tarde (p. 690) disseram: “Mestres são espíritos
avançados que estão especialmente ocupados em ajudar o desenvolvimento de [projeção astral]
em mortais. Eles então instruem e auxiliam os mortais de uma maneira de outro modo
impossível”. Novamente (p. 616): “Não há duas pessoas que se desenvolvam exatamente da
mesma maneira e mesmo os espíritos auxiliares não podem dizer qual será o próximo passo,
embora geralmente os espíritos mais avançados lhes digam qual será o último, pois toda
assistência é dirigida pelos espíritos mais avançados, que dão as orientações de tempos em
tempos”. Na página 657, encontramos: “Os espíritos-guias podem ajudar no desenvolvimento, e
não só através de instruções, mas também carregando a pessoa com energia e ajudando-a a
destacar o [Corpo] Astral”. Na p. 658: “O nascimento do [Corpo] Astral não é diferente de um
nascimento físico ou a eclosão de uma borboleta de seu casulo”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Exemplos de “consciência dual” descritos por projetores astrais foram fornecidos em The Study
and Practice of Astral Projection, e, como era esperado, se os "comunicadores" estão certos e os
“sentidos astrais” estiverem “embotados”, quando uma projeção é imposta por anestésicos,
apenas uma consciência (Hartmann, p. 128) é do tipo forçada. O fenômeno foi descrito em
projeções naturais por Geddes (p. 16), Fox (p. 25), Huntley (p. 36), Sra. Leonard (pp. 42, 67),
Van Eeden (p. 83), Sra. “H.F.P.” (p. 107) e Sra. Tarsikes (p. 161).

A consciência dupla é dita em "comunicações" como diferente daquelas que vieram através da
Sra. Keeler, ocorrendo frequentemente no curso da transição, e daí visões no leito de morte (ver
The Supreme Adventure, pp. 20, 100, 101, 137, 143, 178). Num relatório de Deathbed
Observations by Physicians and Nurses [Observações no Leito de Morte por Médicos e
Enfermeiros] (Parapsychological Monographs, No. 3, 1961), por Dr. K. Osis, os fatos
concordam com as "comunicações" – os moribundos não estão doentes ou delirantes: ademais,
eles veem duas vezes mais pessoas “mortas” do que “vivas” (enquanto, de acordo com dois
investigadores britânicos, as pessoas “vivas” veem duas vezes mais pessoas “vivas” do que
“mortas”). O Dr. Osis apontou que as chances contra isso ser acontecer ao acaso são
astronômicas.

3. DESENCARNADOS “DIFICULTADORES” E “AUXILIADORES” (=


“LIBERTADORES”)

Os "comunicadores" de Keeler já haviam notado, quando disseram que os espíritos veem a


crescente luminosidade dos Corpos Astrais daqueles que desenvolvem a projeção astral, e que
os bons espíritos tentam auxiliar, enquanto os maus tentam criar dificuldades para a pessoa em
questão. Os "comunicadores", como projetores astrais, eles mesmos, reconhecem que um
“duplo” projetado pode incluir um pouco da substância do veículo de vitalidade, que
corresponde às condições “Hades” (bem como o Corpo Astral corresponde às condições
“Paraíso”). Durante a projeção, “dificultadores” podem ser encontrados. Os "comunicadores" da
Sra. Keeler (p. 660) disseram: “Espíritos invejosos podem lançar uma aura grosseira em torno
da pessoa de modo a que a luminosidade diminua e ela veja menos”. Às vezes, “tudo parece
negro”. Alguns “dificultadores” podem estar procurando sensações físicas que eles não podem
satisfazer em seu presente ambiente sem um corpo físico (portanto, projetores astrais devem
evitar álcool, drogas e tabaco). Porém, uma vez que um projetor tenha “chegado a certo estágio
de desenvolvimento, maus espíritos não têm poder sobre ele” (p. 700). Posteriormente (p. 704)
eles disseram que o projetor pode alcançar um estado que é normal para espíritos avançados –
30

quando “suas vibrações são demasiado fortes para serem suportadas por espíritos maus e ele é
capaz de se proteger como seus guias o haviam protegido até então”. (na p. 707 eles
observaram: “Espíritos baixos não conseguem suportar as vibrações de espíritos muito
elevados”.)

Os “dificultadores” podem “impedir” a soltura e a elevação do Corpo Astral, podem provocar


no projetor “sentimentos discordantes” e “acender fogos para distrair sua atenção” dos
“auxiliadores” e condições no ambiente do “Paraíso” nas quais ele está prestes a entrar (p. 703).

Os "comunicadores" da Sra. Keeler disseram (p. 703) que a projeção astral é diferente do transe
mediúnico e que “guias” ou “auxiliadores”, no desenvolvimento da projeção astral, são “de um
tipo diferente” dos “controladores” ou “guias” que auxiliam na transmissão de mensagens. Eles
disseram que aqueles que auxiliam com o desenvolvimento de um projetor astral “podem
realizar consultas frequentes entre si sobre o melhor caminho a seguir e podem consultar as
inteligências superiores a respeito disso”.

Os "comunicadores" disseram que “auxiliadores” usualmente dão assistência para a soltura do


Corpo Astral de sua contraparte física, “ao menos na primeira vez” (p. 683), isto é, agem como
“libertadores”, equivalentes às parteiras terrenas, desde que a soltura do Corpo Astral a partir do
físico é algo parecido com o nascimento de um bebê do corpo de sua mãe.

Alguns “auxiliadores” podem dar assistência a um projetor usando as mesmas técnicas de


alguns “dificultadores”. Eles “paralisam a ascensão do Corpo Astral se ele estiver indo muito
longe” (p. 702). O projetor “a princípio tende a ir muito longe” de seu corpo porque ele ainda
precisa aprender a estimar as “distâncias” no Mundo Astral, e em tais casos ele pode ser “parado
pelos guias, que criam uma tela ou vibrações pesadas em seu caminho” (p. 679).

“Auxiliadores” podem achar necessário “usar uma doença, ou outra influência extrema, para
quebrar a conexão [atração] entre os corpos [Astral e físico]” (p. 680). (Com relação a esse
assunto, como quase todos os outros mencionados pelo “comunicador”, “Vettellini”, o
“comunicador” de P. E. Cornillier, op. cit., 1921, p. 86, está concorde). 12

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

“Dificultadores” são mencionados por muitos projetores astrais que os encontraram quando seus
“duplos” estavam relativamente densos, isto é, com grande parte do veículo de vitalidade,
condições que eles usualmente acontece. Vincent Turvey (1909, p. 210) reportou “entidades
personificadoras”. Oliver Fox (Astral Projection, Rider & Co. Ltd., p. 48), em uma ocasião,
sentiu algum estresse e disse: “Eu tive uma sensação de poderes invisíveis e intangíveis que
causaram isso”. Em outra ocasião (p. 19), ele viu “um rosto sorridente” e ouviu “vozes
zombeteiras”. Muldoon (1929, pp. 216-7), fora de seu corpo em um “duplo” relativamente
denso, encontrou “F. D”, uma alma “ligada a terra” que tentou atacá-lo. Na França, Yram
(Practical Astral Projection, Rider & Co. Ltd., pp. 80, 101, 103, 105, 107) descreveu as
mesmas técnicas de obstaculização que os "comunicadores" da Sra. Keeler mencionaram na
América – eles tentaram “encurralá-lo” e (p. 144), “zombaram” dele. 13

12
Muitas vezes se ouve pessoas dizerem “é a vontade de Deus que você esteja bem, portanto...” Mas, se a doença
puder ser usada em benefício da pessoa, como esses "comunicadores" sugerem, um na América e outro na França,
então o assunto não é tão simples como se supõe.

13
Alguns “dificultadores” e alguns “auxiliadores” podem não ser entidades distintas da pessoa em questão: eles
podem ser personificações de seus próprios medos, esperanças, etc. Mas, mesmo assim, “dificultadores” são muito
encontráveis nos primeiros e “baixos” estágios, e “auxiliadores” nos estágios posteriores e “mais elevados”.
31

Os citados acima eram todos projetores astrais. Pessoas cujos “duplos” foram destacados de
seus corpos por transe hipnótico dizem as mesmas coisas.

A sensitiva de Cornillier, Reine (op. cit., 1921, pp.8, 34), descreveu os “dificultadores” como
usando a mesma técnica que os "comunicadores" da Sra. Keeler (na América) e do projetor
astral Yram (na França): ela disse que eles “a seguraram” através do “envolvimento” de seu
recém-liberado “duplo” e “formaram uma barreira” na tentativa de impedi-la de deixar as
condições (“Hades”) e entrar satisfatoriamente nas condições (“Paraíso”). Ademais, eles
“zombaram” dela (pp. 8, 18).

Os “auxiliadores” foram mencionados por muitos projetores astrais, cujos testemunhos foram
citados no The Study and Practice of Astral Projection: eles incluíram os de Dorothy Peters (p.
48), Sra. Sheridan (p. 70), Dr. Hout (p. 77), Wirt (p. 81), Srta. Bazett (p. 82), Pelley (p. 85),
Srta. Addison (p. 97), Dr. Enid Smith (p. 120), Sra. Cripps (p. 166) e Sculthorpe (p. 172). A
Srta. Addison (loc. cit.) ouviu um dos “auxiliadores” dizer ao outro: “Deixe-a retornar agora
devagar e, na próxima vez, ela não terá medo”. Há vários casos independentes nos quais esse
tipo de procedimento foi reportado. Muldoon (1929, p. 76) observou: “Amigos no mundo
invisível podem, como muitas vezes fazem, dar uma mão...” A Fox foi dito (mentalmente) por
um auxiliador para não ter medo. Reine recebeu todos os tipos de ajuda – para sair do corpo,
fazer observações claras enquanto estava fora, etc.

As observações de Lily M. Price, de Hanover Street, Rozelle, N. S. W., Austrália, já foram


mencionadas: “Eu estava assistindo, ao lado da cama – eu vi a avó da menina aparecer... Ela
começou a mover suas mãos como se estivesse tentando gentilmente levar algo para fora e para
cima na cabeça da criança. A névoa gradualmente tomou a forma corporal da menina. Em todo
o tempo as mãos da avó estavam se movendo como se fosse uma ventosa – como se uma
enfermeira tentasse ajudar uma criança física a nascer...” A avó ajudou como uma
“entregadora”.
(D) A SOLTURA DO “DUPLO” (CORPO ASTRAL) – FATORES CORPORAIS

1. O PROCESSO É INDIVIDUAL

AS “COMUNICAÇÕES”: Não há duas pessoas que se desenvolvam exatamente da mesma


maneira” (p. 654).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Muldoon (op. cit., 1929, p. 186), após descrever vários estágios no desenvolvimento da
projeção, disse: “Nada que eu tenha dito é invariavelmente verdade...”

2. A SAÍDA É MUITAS VEZES PRINCIPALMENTE PELA CABEÇA

AS “COMUNICAÇÕES”: O Corpo Astral "começa a se elevar dos grandes nervos atrás do


plexo solar; dali ele se eleva até a garganta, e finalmente passa ao topo da cabeça. Embora este
seja o curso normal e isso ocorra na morte, a pessoa, com prática, pode enviar o Corpo Astral de
qualquer parte do seu corpo físico, e pode fazê-lo se destacar através de todas as partes do
corpo, ao mesmo tempo, deslizando para fora como um vapor e se unindo do lado de fora”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Muitos dos projetores astrais, cujos testemunhos foram citados no The Study and Practice of
Astral Projection disseram que saem do corpo pela cabeça: isso acontece com a Srta. Blakeley
(pp 3,4), Dr. Witse (p. 5), Bertrand (p. 6), Molly Fancher (p. 21), Fox (p. 26), Sra. “M.A.E.” (p.
47), Dorothy Peters (p. 47), Helen Brooks (p. 56), Sr. Leaf (p. 61), Sra. Roberts (p. 86), Sra. H.
D. Williams (p. 94), Srta. Addison (p. 98), Srta. Cripps (p. 166), Muldoon (p. 167) e Sra. Joy
(pp. 174, 175).

Vários projetores descrevem o segundo método que foi mencionado pelos "comunicadores", isto
é, deslizar para fora. Por exemplo, Reine, a inculta sensitiva de Cornillier (op. cit. 1921, p. 20),
disse que seu “corpo fluídico” sai do seu corpo todo como um tipo de névoa ou vapor”, e se une
sobre ela. Outra de suas descrições (p. 136), dada na França, é praticamente idêntica àquela dos
"comunicadores" de Keeler, na América: seu “corpo fluídico” sai “de todo o seu corpo... por
todos os poros, como uma espuma ou névoa, e conforma uma massa a alguma distância”. (Nós
citamos muitos outros casos assim em outro livro, intitulado An After-Life?, onde sugerimos que
as pessoas que são médiuns, possuem veículos de vitalidade relativamente soltos.)

3. O CURSO DA SAÍDA DO CORPO É FREQUENTEMENTE EM ESPIRAL

AS “COMUNICAÇÕES”: “Deixando o físico, [o Corpo Astral] usualmente assume um


movimento de ziguezague ou em espiral, mas posteriormente viaja em linha reta” (pp. 646,
683). Novamente, “O Corpo Astral frequentemente deixa o físico através de um movimento
espiral” (p. 698).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

No The Study and Practice of Astral Projection, Einarsson (p. 21) se elevou “inclinado”; ambos,
Rebell (p. 62) e Berry White (p. 139) usaram a palavra “obliquamente”; Sculthorpe (p. 66) disse
“pela tangente”, enquanto a Sra. D. Parker (p. 118), observou “uma rotação em espiral”. Nós
sugerimos que, nos primeiros estágios de sua soltura, o Corpo Astral frequentemente contém
uma porção substancial do veículo de vitalidade “semi-físico”, e é, portanto, influenciado pelo
corpo físico que acabou de deixar. Deve-se notar que os "comunicadores" fazem uso deste curso
em espiral em um exercício para induzir projeção (se imagina o Corpo Astral numa espiral, e
33

isso provoca definitivamente esse efeito). Muldoon (op. cit., p. 15) apontou que a primeira
projeção de A. J. Davis foi induzida por um hipnotizador e seu Corpo Astral “moveu-se no ar
numa rotação espiral”. Posteriormente, Muldoon e Carrington (The Phenomena of Astral
Projection, Rider, 1951) citaram vários exemplos do fenômeno. Na p. 63 é mencionada “a
rotação espiral”: na p. 57, “espiralando como uma hélice de avião”; e na pp. 175, 213,
“rodopiando”.

Uma observação independente do curso em espiral veio de observadores clarividentes de


transições. Por exemplo a Sra. Eileen J. Garrett (My Life as a Search for the Meaning of
Mediumship, Rider, 1939, p. 26) observou “uma substância cinzenta como fumaça se elevando
em forma de espiral” de patos que estavam morrendo, e depois (p. 90) um fenômeno similar
quando seu próprio filho morreu – a substância “girou, flutuou ritmicamente” e desapareceu.

4. O EFEITO DA INÉRCIA

AS “COMUNICAÇÕES”: Após a exteriorização, é necessário aprender a ficar firme em um


lugar, porque a pessoa [Corpo Astral] tende a continuar em movimento e, portanto, vê outras
coisas em movimento, quando na realidade estão paradas. Portanto, ela não consegue ver
espíritos em sua verdadeira dimensão ou as verdadeiras relações entre objetos, até estar parada.
Não deve tentar tocar em nada que veja, do contrário pode-se ver emaranhada com o que tocou
e isso pode afetar seu equilíbrio” (p. 659). Novamente, (p. 679), “O poder de estar em um lugar
e estimar a distância percorrida é importante. Antes da função de localização ser adquirida, a
pessoa pode sentir uma perda de vontade e identidade, devido à confusão quanto ao seu
paradeiro”. O “comunicador” disse (p. 649) que “olhar para um objeto brilhante é algumas
vezes uma ação usada, não para efeitos hipnóticos, mas para fixar uma pessoa no espaço”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Muldoon (1929, p. 28) se referiu a “uma lei fundamental da projeção astral” – se uma pessoa
(num estado acordado normal) está andando por aí e vai de encontro uma barreira, isso para o
corpo físico, mas o Corpo Astral “continua o movimento na direção dada por um momento”,
isto é, há uma tendência, leve e momentânea, para projetar o Corpo Astral usando inércia.

5. A EXTENSÃO DO “CORDÃO DE PRATA”

AS “COMUNICAÇÕES”: Os "comunicadores" da Sra. Keeler (pp. 646, 654, 684, 708)


mencionaram “um cordão elástico” ou “o nervo vital” (corretamente correlacionado por Hall
com “o cordão de prata” do Ecclesiastes [xii, 6]. Eles disseram: “O Corpo Astral, quando fora, é
conectado com o corpo físico por um cordão elástico, que é uma conexão suficiente para
possibilitar a continuidade dos processos vitais do corpo físico”. Se a viagem astral é iniciada,
esse “cordão” pode se tornar elástico, “de modo a seguir a pessoa em seu voo” – [isto é, o
“cordão” é essencialmente uma extensão do movimento para frente do Corpo Astral – sob essas
circunstâncias, ele está atrás do projetor, e pode, desse modo, não ser visto por ele].

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Nas projeções astrais que foram citadas no The Study and Practice of Astral Projection, o
“cordão de prata” é descrito como visualizado por: Dr. Wiltse (p. 5), Bertrand (p. 6), a Condessa
de Tankerville (p. 8), Sra. Tarsikes (p. 11), Ogden (p. 15), Muldoon (p. 18), Turvey (p. 8), Fox
(p. 25), Gerhardi (pp. 27, 29, 30, 31), Home (p. 33), Huntley (p. 36), Sra. Leonard (pp. 43, 44),
Srta. “P. L.” (p. 47), Brunton (p. 50), Helen Brooks (p. 56), Sra. Larsen (p. 56), Sigrid Kaeyer
(p. 57), Leaf (p. 61), Rebell (p. 62), Sculthorpe (p. 66), Sra. Boorman (p. 71, W. E. Edwards
(pp. 73, 172), Sra. Garrett (p. 80), Wirt (p. 81), Sra. Alice Gilbert (p. 82), Tibetanos (pp. 85, 85),
Bulford (p. 90), Sra. Cripps (pp. 92, 116), Sra. H. D. Williams (p. 94), Sra. Anônima (p. 129),
34

Sra. “T.D.” (p. 114), um amigo de Carrington (p. 116), o Prodigal (p. 134), Sra. Tarsikes (p.
161), Sra. “Prothero” (p. 173), Srta. Roberts (p. 174), Sra. Joy (p. 175), Dr. Simons (p. 178).

O “cordão de prata” não é um fator físico. Ele foi comparado por Bertrand a “um tipo de corda
elástica”; por Muldoon como “um cabo elástico”; por Turvey como uma fio de teia de
aranha”, que era “prateado” e que “se estende e se contrai como um cordão elástico”; por
Gerhardi como “uma bobina de luz” , “um cordão luminoso”, “um fino raio de luz” , e “o
cordão de prata”(que ele observou atrás do Corpo Astral, quando ele se movia para frente.)
Home comparou-o a “uma luz prateada”, Huntley descreveu “um delicado fio”; a Srta. “P.L.”
“um cordão”; a Sra. Larsen “uma corrente de misteriosa influência”; Sigrid Kaeyer “uma
conexão”.

Rebell descreveu “uma fita fina e luminosa”, a Sra. Boorman “um fluxo de luz”, Wirt “um
cordão ou corrente de prata”; a Sra. Gilbert “um cordão parecido com uma nuvem” ; os
Tibetanos como “um fio ou cordão”; a Sra. Cripps “uma haste de luz”; Stuart-Young “um fio”,
a Sra. Anônima “um raio de luz”, a Sra. “T.D” “uma corda de fumaça”, a Sra. “Prothero” “um
delgado, leve e luminoso cordão”, o Dr. Simons “uma força elástica”, etc.

Essas pessoas que, independentemente, forneceram descrições similares do que viram, incluem
britânicos, americanos, franceses, tibetanos, letões, etc., clérigos, doutores, escritores, músicos,
etc. Muitos deles nunca tinham ouvido falar de Corpo Astral ou projeção astral.

Sobre sua aparência e sua função, “o cordão de prata” foi comparado por vários projetores
astrais com o cordão umbilical do recém-nascido.

O fato de que o cordão é uma extensão é claramente mostrado quando numerosos testemunhos
de projetores astrais, que foram citados no The Study and Practice of Astral Projection, são
examinados. Primeiro, nota-se que o soldado inglês, cuja experiência foi publicada por G. B.
Crabbe (p. 151) exclamou: “Eu desci por aquele cordão astral e retornei para o velho corpo”,
enquanto a Sra. M. Hutchinson (in. litt.), declarou: “Eu encontrei um tipo de tubo que me guiou
de volta para o meu corpo”, e a Sra. Elizabeth Gaythorpe (in. litt) “retorna, descendo por uma
longa estrada íngreme” (Sir Oliver Lodge, The Survival of Man, Methuen, 1909, p. 276); o
“comunicador” de Fr. Greber, na Alemanha, (Communication with the Spirit World, Felsberg,
1932, p. 111), disse: “É ao longo dessa faixa de OD que o espírito encontra seu caminho de
volta para o corpo do médium”. Estas e outras considerações trazem pouca dúvida de que o
“cordão de prata” é, de fato, uma extensão. As condições sob as quais os vários projetores
astrais reportaram terem visto seus próprios “cordões de prata” concordam com esta concepção:
(1) se o Corpo de Alma exteriorizado está elevado, acima do corpo físico, o “cordão” será visto
quando a pessoa olhar para baixo; isso foi descrito por Bertrand (p. 60, Fox (p. 25), Brunton
(p. 50), Sra. Boorman (p. 72), Sra. “Prothero” (p. 131), etc.; (2) se o Corpo de Alma
exteriorizado está se movendo para frente, para longe do corpo físico, o “cordão” será visto
apenas quando a pessoa olha para trás. O Dr. Wiltse (p. 5) disse: “Olhando para trás, eu vi um
pequeno cordão, como um fio de teia de aranha”; Muldoon (p. 18) disse: “Eu consegui me virar
para trás. Há um outro ‘eu’, deitado, quieto, na cama. Meus dois idênticos corpos estão unidos
por meio de um cabo elástico”. William Gerhardi, M. A., B. LITT. (p. 29), fora do corpo, fez a
observação de que o “cordão” estava atrás do seu Corpo Astral, o qual se movia para frente,
para provar para si mesmo a realidade de sua experiência. Perguntou: “Como que eu sei que não
estou sonhando isso?”, e respondeu: “Olhe para o luminoso cordão atrás de você!” Ele olhou,
viu-o e ficou satisfeito. Posteriormente (p. 31), Gerhardi disse: “Eu me perguntei se eu não tinha
morrido sem saber disso. Eu ... me virei. Mas, o cordão de prata, esmaecido e fino, estava ainda
lá”. Wirt (p. 81) disse: “Eu flutuei para fora e longe da minha forma carnal... Eu agora olho para
trás e vejo meu corpo... e em seguida eu vejo o cordão ou corrente de prata conectando meu
Corpo Espiritual (Astral ou Alma) com o “corpo terreno”. Margaret Newby (p. 52) soube que
falhou em ver seu “cordão de prata” porque não olhou para baixo, de seu Corpo Astral, para seu
35

corpo físico vazio. Esses casos são principalmente da Inglaterra e da América. Aqui está um da
Noruega. Ingeborg (Juiz Dahl, We are Here!, Rider, p. 145), fora do corpo, observou um
“cordão” que “parecia com ‘gutta percha” e disse: “Ele está me seguindo!”

O presente autor sugeriu que a formação do “cordão de prata” corresponde, a grosso modo, ao
que ocorre quando uma criança pega um pedaço de chiclete e puxa-o para fora em dois pedaços
menores – desde que o processo não seja levado muito longe, um fio de goma subsiste entre
eles. Em todo caso, aqueles que sustentam que o “cordão de prata” não é mais do que um
símbolo ou imagem mental, e não uma extensão objetiva de um Corpo Astral objetivo,
enfrentam uma missão impossível – produzir uma explicação alternativa razoável para os fatos
acima (e outros).

Se fosse necessário provar o fato de que Muldoon deu uma contribuição de primeira
importância ao seu assunto, temos isso no fato de que ele foi capaz de declarar que os
"especialistas" (Drs. Lancelin, Carrington, etc.) falharam em registrar a existência e insistir na
importância do "cordão de prata". Ele mesmo (op. cit. 1929, p. 29) produziu muita informação,
em primeira mão, sobre esse importante fator (o qual Staveley Bulford, Man’s Unknown
Journey, Rider, 1941, p. 133, descreveu como “o elo que falta na pesquisa paranormal”).

Passando dos projetores astrais para um caso de projeção durante um transe hipnótico, Reine, a
sensitiva de P. E. Cornillier (op. cit., 1921), pode ser anotado. Ela (p. 20), como vários
projetores astrais, comparou seu “cordão de prata” a um “raio de sol” e (p. 151), descrito
variadamente como “um cordão”, “um cordão fluídico” e (p. 395), “uma linha fluídica”. Sua
função, disse ela, era transmitir vitalidade do Corpo Astral para o corpo físico. Quando ele se
rompe, o corpo morre (p. 207).

Os "comunicadores" da Sra. Keeler (p. 692) disseram que o Corpo Astral não tem, ao contrário
do corpo físico, “uma sombra” no Mundo Astral, e (p. 708) que o “cordão de prata” “apresenta
uma sombra no Plano Astral”. Essas são observações interessantes: eles sugerem que o
“cordão” é composto – ou seja, consiste de uma extensão, tanto do Corpo Astral, como do corpo
físico (ou talvez de seu veículo de vitalidade). Essa ideia é confirmada por outros
"comunicadores" e corroborada por observações atuais. Com relação aos primeiros, dois
"comunicadores" da Sra. M. E. Longley (The Spirit World, p. 156), declararam que o cordão
inclui “um elemento etéreo [=Astral]”, o qual, após sua separação, era reabsorvido pelo Corpo
Astral. Por outro lado, a comunicação de “Stead” (Life Eternal, Wright & Brown, 1933, p. 79),
dizia que após o “cordão” se romper, na morte, parte dele “cai em retorno no corpo físico”.
Outro “comunicador”, de S. Bedford (Death – An Interesting Journey, Alcuin Press, pp. 53-
114), de fato, combinou essas duas declarações quando disse que o “cordão” participa de duas
naturezas”, enquanto o “comunicador” de I Awoke (David Stott, 1895, p. 23), anos antes dos
"comunicadores" de Keeler, ainda mais explicitamente e significativamente, disse: “A extensão
do corpo [físico] e a extensão do Corpo Astral formam uma corrente que se une as duas.”

Essas “comunicações”, que apoiam as recebidas pela Sra. Keeler, são corroboradas por
observações feitas em leitos de morte pelo Dr. A. J. Davis, na América, e pelo Revd. William
Stainton Moses, na Inglaterra. Davis (Answers to Ever-Recurring Questions, 1868), anos antes
das "comunicações" de Keeler, descreveram o Corpo Astral como relacionado ao corpo físico
por meio de “eletricidade vital”, e ao Espírito por “magnetismo vital”, e descreveu como ele
observou esses dois elementos serem reabsorvidos no corpo físico e no Corpo Astral,
respectivamente, quando o “cordão” rompeu-se, na hora da morte.
(E) O “DUPLO” LIVRE – FATORES MENTAIS

1. A APARÊNCIA DE ESPÍRITOS PARA OS PROJETORES ASTRAIS

AS “COMUNICAÇÕES”: “Espíritos, habitando o Astral, possuem, certamente, auras que, para


uma pessoa em desenvolvimento, parecem pequenas luzes azuis, até que realmente se reduzam
a uma luz, quando então ela vê a pessoa [= Corpo de Alma] a quem ela pertence” (pp. 648,
658). Novamente, “A aura (ou atmosfera da alma) de um espírito é diferente da sua forma. Essa
aura, a grande distância, pode parece como um pequeno ponto azul; mais próxima, como um
objeto azul redondo, de cerca de 1 pé [ 33,5 cm] de diâmetro: quando próximo o suficiente
para ser distintamente visto... como uma névoa luminosa com o tamanho aproximado de um ser
vivo” [= uma “coluna” ou pilar de luz] (p. 698-9). Ainda novamente (p. 682): “Os olhos são
frequentemente a primeira parte de um espírito a serem vistos por uma pessoa em
desenvolvimento. Os olhos astrais de uma pessoa são quase a única parte do Corpo Astral a ser
totalmente organizada antes do desenvolvimento, e mesmo assim, eles estão fechados. Estão
situados atrás dos olhos físicos”. Finalmente (p. 698): “O fato de que espíritos são primeiro
vistos como transparentes é devido à visão defeituosa que não capta todas as vibrações; num
estágio posterior [no desenvolvimento], os corpos parecem bastante sólidos”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

O fato de espíritos poderem aparecer para projetores astrais como “pequenas luzes azuis” (dito
pelos "comunicadores" da Sra. Keeler na América) é confirmado por projetores astrais na
França, etc., e por clarividentes na Inglaterra, etc.

Reine, a sensitiva de Cornillier (op. cit. 1921, p. 20), primeiro descreveu “uma luz cintilante”,
“uma névoa luminosa”, e “um tipo de fumaça brilhante”. Cornillier (op. cit, p. 50), resumiu as
observações de Reine: “Quando espíritos estão em condições normais da vida astral, eles têm –
ao menos para Reine em hipnose – o aspecto de luzes cintilantes... Mas, quando eles querem se
manifestar para mortais, eles assumem (para serem reconhecidos) a aparência física que tinham
antes, na Terra”. Reine também (op. cit. p. 178), exatamente como os "comunicadores" da Sra.
Keeler, descreveu ver “pequenas luzes azuis”: isso, disse ela, era a sua “aparência normal” [i.e.,
quando eles não precisavam “construir” um ectoplasma com o propósito de reconhecimento].
Ela tentou vários outros termos descritivos, mas nenhum deles a satisfez – “fagulhas”,
“flamas”, “nuvens fosforescentes” e “línguas de fogo” (compare Atos I, 2). Na p. 130
escreveu: “A forma geral dessas luzes parecem ser oblongas”.

Em uma ocasião, Reine (op. cit. pp. 63, 178) viu “uma luz azul” (que se transformou numa
“cabeça e ombros”); em outra, “uma pequena luz azul, uma língua de fogo azul”. Quando outra
alma desencarnada tentou mostrar-se a Reine, mas falhou, ela disse: “Ele está aqui, mas eu não
o vejo: eu apenas sinto sua presença. Ele não pode se manifestar ainda... Espere... Eu vejo um
tipo de nuvem branca com dois pontos brilhantes [= os olhos]. Ele está fazendo tudo o que pode
para me fazer vê-lo... Não! Ele não pode!”

Clarividentes fornecem idênticas descrições. A Srta. “Morton” (Proc. S.P.R., viii, p. 311) viu
um espírito “como a chama de um candeeiro”, e Grace Cooke (Plumed Serpent, Psychic Book
Club, p. 58), “uma bola brilhante de luz branca”. A Sra. Leonard (My Life in Two Worlds,
Cassell, 1931, p. 23) observou “um caminho circular de luz”. Continua ela: “Nessa luz eu vi
minha (recém-falecida) mãe”.

Os "comunicadores" disseram que “os olhos” são frequentemente a primeira parte de um


espírito a serem vistos por um projetor astral. O Professor F. W. Pawlowski, da Universidade de
Michigan, deu a seguinte descrição de uma sessão com Kluski (Journ. A.S.P.R., XX, 1926):
“Estrelas azuladas brilhantes parecem e começam a se mover... perto do teto. Quando elas se
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aproximam de mim numa distância de dezesseis polegadas [40,64 cm], eu reconheço, para meu
grande espanto, que elas eram olhos humanos olhando para mim. Dentro de poucos segundos,
esse par de olhos se transformam em uma completa cabeça humana... Os olhos olham para mim
intensamente, a face sorri da maneira mais agradável”. O Dr. Nandor Fodor (Encyclopedia of
Psychic Science, Arthurs Press, 1938, p. 208), disse: “A aparência de luzes paranormais
usualmente prenunciam materializações. Um disco de luz pode se transformar numa face, uma
estrela num olho humano. Para o toque, a ‘luz’ é às vezes dura, às vezes pegajosa”.

Do mesmo modo como os "comunicadores" dra Sra. Keeler descreveram como foram
primeiramente vistos, como “um pequeno ponto azul”, desenvolvendo-se numa névoa luminosa
com o tamanho aproximado de uma pessoa viva, isto é, uma “coluna” ou “pilar”, J. V. H.
(Death’s Door Ajar, 1934, p. 78) observou que “luzes” costumam aparecer nas cabeças dos
presentes nas sessões. Disse ele: “Elas podem no fim juntar-se e criar um pilar de luz”. A Sra.
Speers e outros que estavam presentes nas sessões do Revd. William Stainton Moses (Spirit
Teachings, L. S. A., p. 14) observou (1) “um pilar de luz” e (2) “um aglomerado de luzes de
forma oblonga” [Compare com Reine]. O “Imperator” disse que “o pilar” era ele mesmo e as
“luzes” menores eram seus auxiliares.

Wilfred Brandon (Open the Door!, Knopf, 1935, p. 155) fez as mesmas observações, na
Inglaterra, que as dos "comunicadores" da Sra. Keeler, na América. Disse ele: “Nosso amigo,
que é estranho a essas coisas, vê, a princípio, apenas luzes ao invés de pessoas. Há uma
radioatividade tão poderosa no Corpo Etérico que seus raios cegam quem ainda não está
ajustado. Presentemente, ele é capaz de descobrir, dentro de uma nuvem cintilante ou aura, um
ser humano”.

2. HABILIDADES CRIATIVAS

AS “COMUNICAÇÕES”: “Saindo do corpo, deve-se ter uma mente aberta [sem expectativas
ou pré-concepções específicas] sobre como será a experiência e sobre o que se verá; do
contrário suas predisposições tenderão a se objetivar em formas-pensamento e não será
possível discriminar entre elas e os objetos reais do Mundo Astral” (p. 684). “A imagem de uma
estrela girando suspensa no espaço é às vezes usada para promover o desenvolvimento de
audição astral. A imagem de um cone ou meios-círculos, diminuindo em diâmetro à medida que
se afastam da pessoa, também é usada”. (p. 686). A tentativa de visitar o Himalaia na
imaginação é usada para estimular o movimento no corpo astral, e diz-se que é especialmente
útil [para Hall] porque os guias orientais que dirigem as operações no caso do escritor viveram
lá, de modo que um certo rapport foi estabelecido" (p. 687). “A concentração por um curto
período de tempo em uma luz física real pode ser usada para ajudá-lo a manter uma certa
posição depois de ter subido até ela. Diz-se que isso não é como o uso da luz para hipnose. Pode
ser também dito para concentrar na imagem de si mesmo como um ponto de luz; ou como
pontos brancos-amarelados de luz no espaço” (p. 689).

Outras imagens mentais que eram recomendadas que foram fornecidas acima (p. 3) em
“Techniques that facilitate the release and control of the ‘double’” e foi notado que os
"comunicadores" disseram que o que nós “imaginamos” é efetivamente criado no Mundo
Astral.

Eles indicaram um segundo resultado de nossas habilidades criativas quando disseram: “A


imaginação é realmente o treinamento dos sentidos superiores (astrais) – por isso a importância
de controlar, mesmo pensamentos casuais, pois eles afetam o Corpo Astral”. (Hall citou a
Bíblia, no sentido da nossa responsabilidade por cada palavra ou pensamento ociosos, isto é,
Mateus, xii, 36).
38

Um terceiro resultado de nossa criatividade foi indicado pelos "comunicadores", em relação à


fé. Eles disseram (p. 681) “A dúvida dificulta o desenvolvimento porque impede a intensa
imaginação [= criação] de condições desejadas, que tendem a atraí-las. Mais tarde (p. 706), o
assunto foi colocado numa luz positiva: “O pensamento cria coisas; uma pessoa pode ajudar
uma coisa a ocorrer acreditando que é provável que aconteça”.

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Muldoon (p. 212) descobriu que “não há dois [projetores astrais] com a mesma experiência” e
observou que a razão é que “as próprias coisas que são verdadeiras em uma ocasião, em uma
particular condição da mente, serão completamente diferentes em outra ocasião, em um estado
mental diferente”. Continua ele: “Parece que a mente cria seu próprio ambiente – e esse
ambiente é real! Ele também ecoou a ideia fornecida pelos "comunicadores" da necessidade de
direcionar todos os nossos pensamentos e ações, volições e imagens mentais – “mesmo nossos
pensamentos casuais”, ou seja, “alguém deve aprender a querer corretamente... seus
pensamentos errados criam seu próprio ambiente. Este lugar... é aqui... na atmosfera da Terra...
as condições astrais inferiores. No que diz respeito às condições astrais superiores, eu nada sei...
Ninguém compreende o mundo astral. É muito complicado. O que é verdade em uma ocasião é
tudo menos verdade em outra ocasião”.

Um escritor na The London Forum (março, 1935) fez a descoberta, por si mesmo, que foi
“comunicada” à Sra. Keeler e publicada na América, em 1916. Observou ele: “Entre a própria
projeção astral [= projeção do Corpo Astral] e projeção mental [=imaginar que o Corpo Astral
foi projetado] se estendem graus de projeção que podem participar da natureza das duas formas.
Projeção Mental é o primeiro passo em direção à projeção astral”.

Muldoon (op. cit. 1936, p. 119) citou “L.G.T.”, observando: “Eu notei que quando se está no
Astral, os pensamentos tornam-se fatos, isto é, o que eu frequentemente vejo não está realmente
lá, mas parece ser “uma materialização de pensamentos...”

Oliver Fox (Astral Projection, Rider) fez uso de habilidades criativas para produzir projeções do
Corpo Astral – quando fora do corpo e sonhando, isto é, criando inconscientemente condições
no “Astral”, notou incongruências entre seu ambiente criado e o mundo físico (p.ex., as pedras
do pavimento estavam alinhadas de modo diferente) e assim ele “despertou” do sonho para uma
verdadeira projeção.

A diferença entre o subjetivo e o objetivo, e o fato de que “formas objetivas podem ser criadas
pelo poder do pensamento” foram discutidas por Muldoon e Carrington em The Phenomena of
Astral Projection (Rider, 1951, pp. 19-21).14

Yram (Practical Astral Projection, Rider, p. 137) disse: “Eu visitei diferentes dimensões,
diferentes planos... Cada estado ou densidade, ou divisão dimensional do éter, corresponde às
nossas afinidades, desejos e preferências. Cada um é, portanto, capaz de levar a vida que
deseja”.

Em vista das habilidades criativas do homem (obviamente em assuntos astrais, obscuras na


matéria física), a afirmação posterior dos "comunicadores" da Sra. Keeler, de que nada é
“pequeno ou desimportante” – que cada pensamento, palavra ou imagem mental tem um efeito,
que a vida é “tudo uma coisa só”, torna-se compreensível.

14
A fotografia que eles mencionaram, de Felicia Scatcherd, não pode, entretanto, ser encontrada no College of
Psychic Science, S.W.
39

O impacto desses assuntos na “fé” é também claro: esta importante atividade, como a
“imaginação”, é frequentemente muito incompreendida. Considerando que muitas vezes é
suposto ser auto-engano, na verdade é auto-expressão.

Horatio W. Dresser (The Open Vision, Harrap, p. 40) observou: “A experiência com
‘comunicações’ dadas espontaneamente ensina que a atitude de crença é a aquela em que o
espírito deve crescer”. Novamente (p. 60): “Quimby cresceu em discernimento intuitivo... A
primeira pista foi a descoberta da clarividência ou intuição por si mesmo, e o fato de que esse
poder cresceu com o uso, isto é, dependendo dele...”

Sydney T. Klein (The Way of Attainment, Rider, 1924, p. 85) colocou isso numa terminologia
religiosa. Disse ele: “Os ensinamentos de Cristo são muito claros. ‘Todas as coisas que pedirdes
em oração, crendo, recebereis. A verdadeira oração por dons espirituais baseia-se, portanto, em
nossa consciência interior, nossa percepção da presença de Deus dentro de nós...” Jesus (João,
vii, 38) declarou: “Quem quer que acredite em mim, rios de ‘água’ viva fluirão de dentro dele”.

Arthur Ford (Nothing So Strange, Harper Bros., 1958, p. 21), o famoso paranormal americano,
disse: “Porque eu sou alguém que constantemente trabalha com ESP, acredito que não existam
barreiras insuperáveis entre nós e as respostas às nossas necessidades. Há algo sobre descrença
que bloqueia o alcance da mente...”

Phoebe Payne, a igualmente famosa sensitiva inglesa, deu razão para o poder, tanto da fé, como
da ausência de fé, cada qual produzindo seus característicos resultados. Em um livro intitulado
Man’s Latent Powers (Faber, 1938, p. 51), ela apontou que as habilidades paranormais
dependem da atividade dos órgãos dos sentidos da Corpo da Alma, os “chacras” dos Iogues.
Enquanto, por um lado, confiança, garantia, confiança e tranquilidade, isto é, fé, facilita a sua
expansão e atividade, por outro lado, falta de empatia, desconfiança, dúvida, medo, ansiedade,
etc., isto é, falta de fé, contrai e, portanto, as paralisa.

Fé não é somente algo de primeira importância nos “níveis” espiritual e paranormal do eu total
do ser humano: é também algo de primeira importância para seu bem-estar físico. Em um livro
intitulado The Will to Health, publicado em 1961, o Dr. Harley Williams disse: “Se você possui
uma forte crença religiosa, agarre-se a isso e se torne mais forte. Esse tipo de fé tem eficiência
preventiva superior a drogas, vacinas e profiláticos”.

Emoção é um elemento de fé. Tão anterior quanto o século XIII, Alberto Magnus considerou
“um excesso de emoção” como a base da “influência mágica”. Em 1961, a Dra. Louisa Rhine
(Hidden Chambers of the Mind, Wm. Sloane Associates) contou sobre um garoto a quem, antes
de ser testado para habilidades paranormais, foi prometido um brinquedo muito desejado como
recompensa de um bom resultado. Suas emoções foram tão intensas que ele “tremia da cabeça
aos pés”. Os resultados foram excelentes.

Que a fé tem um tom emocional isso foi observado pelo Professor Ian Stevenson, M. D., o qual
(Harpers, julho 1959) concorda com os achados dos Doutores Pratt e J. B. Rhine, como se
segue: “A novidade dos testes de ESP estimulam muitos iniciantes a performances que são
muito além do acaso, mas que não se sustenta após o entusiasmo acabar”.

A Condessa austríaca Nora Wydenbruck (The Paranormal, Rider & Co. Ltd., 1939, p. 150)
disse que Santa Teresa de Liseux “repetidamente salvou sua irmandade do desastre financeiro
por preces que ela pronunciou com fé completa e absoluta”. Observou ela depois (p. 145):
“Para meu marido e para mim essa fé é em um poder protetor trouxe os casos de “intervenção
direta” que experimentamos – incidentes leves por si mesmos, mas indubitavelmente
pertencentes à categoria dos milagres”.
40

A prece com fé absoluta tem sido observada, em muitos países, em várias épocas, como
produtora de resultados surpreendentes. Na Alemanha, Augustus Hermann Francke (1663-
1727), impressionado com as necessidades das crianças carentes, organizou um orfanato: ele
alimentou e educou entre duas mil e três mil crianças unicamente pela oração com fé. Samuel
Jackson, em sua biografia do médico alemão Jung Stilling (1740-1817), recordou o fato de que
sua educação foi obtida por uma sucessão de “milagres”, em resposta a orações ardentes. Jean
Baptiste Vianney, o Cura d’Ars, (1786-1859), fez na França o que Francke fez na Alemanha,
enquanto George Müller fez o mesmo em Bristol. Este último escreveu um livro intitulado The
Life of Trust.

Escrevendo Light (LXXVII, 1957, p. 53), o Dr. L.J. Bendit, M.D., discutiu a câmera de la Warr,
a caixa de Abrams, o pêndulo, as varinhas de adivinhação, etc., e observou: (a) apenas algumas
pessoas são capazes de detectar tanto doenças, água ou minerais, e; (b) elas precisam acreditar
que o aparelho que estão usando é efetivo”.

Na América, um dos maiores clarividentes, a Sra. Eileen J. Garrett (Telepathy, Creative Age
Press Inc., 1941), fez várias referências à importância da fé na conduta bem sucedida dos
experimentos de telepatia. Na p. 46 desse livro, ela escreveu: “Eu consigo captar os eventos
sensíveis por causa de dois fatores: a crença no que eu sei e o desejo de saber”. Na p. 62, ela
forneceu seu modus operandi, como se segue: “Quando o experimento é telepático, há um ponto
muito importante a lembrar. Qualquer imagem levemente sugestiva deve se notada e aceita na
fé pelo que é – e não interpretada por associação mental. O grande obstáculo para captar
imagens telepáticas é a falta de fé no que aparece”. Concluiu ela: “A tendência é pensar: “Oh,
isso não é nada! Por que algo importante não chega?”

Na Grã-Bretanha, o Professor H. H. Price (Light, LXXX, 1960, p. 59) disse que quando se
escreve um livro, “a parte criativa do trabalho é feita fora da consciência” – a pessoa deve
esperar as ideias virem – sua “inspiração”. Após a vinda das ideias, o trabalho consciente, que
seleciona, etc., é necessário. Ele apontou que o processo pode ser facilitado como se segue: (1)
Antes de ir dormir, faça uma breve revisão dos principais pontos do assunto; (2) Sugira a si
mesmo que, digamos, às dez horas da manhã do dia seguinte os pensamentos desejados virão;
(3) Às dez horas da manhã sente-se com um lápis e papel. “No momento de fazer a sugestão
para si mesmo, uma certa tranquilidade é necessária (fé, se quiser)”. Por outro lado,
“ansiedade e agitação propiciam um efeito inibidor”.

Na América, a Dra. Gertrude Schmeidler conduziu experimentos em E.S.P. (ESP in Relation to


Rorschacht Test Evaluation, Parapsychological Monographs, No. 2, 1960) e descobriu que
“crentes” são mais propensos a escores mais altos que os “céticos”: com a “hipótese de
trabalho” de que quase todo mundo tem habilidades paranormais, ela concluiu que os “céticos”
sofrem de “um negativismo inconsciente”.

Na Tchecoslováquia, o Dr. Milan Ryzl (Journ. S.P.R., 41, 1962, p. 240) experimentou
habilidades paranormais sob hipnose. Ele descobriu ser necessário convencer o indivíduo
testado “que ele é capaz de adquirir a habilidade de ESP – que ele VAI adquiri-la”. Ryzl (p.
245) observou diversas vezes que as pessoas que possuem um ESP bem treinado perdem-no
após um tempo, e concluiu que elas ainda possuem a habilidade, mas suas ações foram inibidas
por “antipatia a experimentos posteriores”.

O aspecto negativo da fé foi mencionado incidentalmente acima: ele necessita ser enfatizado
quase tanto quanto o aspecto positivo. O Dr. Gardner Murphy, distinto psicólogo americano,
publicou recentemente um livro intitulado The Challenge of Psychical Research (Hamish
Hamilton, 1962). Nele ele pergunta por que os grandes médiuns do passado (Sra. Piper, Sra.
Leonard, etc.) não foram sucedidos por outros grandes médiuns? Disse ele: “Talvez tenhamos
41

aqui uma relação circular: dúvida inibindo o desenvolvimento da mediunidade e a falha da


mediunidade levando à dúvida”.

3. CONSIDERAÇÕES MORAIS E ESPIRITUAIS

AS “COMUNICAÇÕES”: “Uma pessoa pura e nobre tem um Corpo Astral que é muito mais
fino em sua matéria do que alguém que é mais “terreno”. Pode-se mudar o Corpo Astral e
refiná-lo através de uma vida ética e, até certo ponto, com uma certa dieta” (p. 642). “Se se vive
uma vida ética, alcança-se, comparativamente, uma posição mais elevada após a morte” (p.
644). “A conduta ética ajuda porque produz harmonia, equilíbrio e um desenvolvimento
completo do Corpo Astral, e contribui para uma passagem calma através da separação final
entre os dois corpos, fazendo com que a pessoa que acorda no Mundo Astral não esteja confusa”
(p. 660).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Na França, Reine (op. cit., 1921, p. 35) observou que “A facilidade na separação [do corpo
físico]... parece acontecer em proporção direta à evolução [ética e espiritual]”. É o “privilégio de
um espírito que já atingiu um alto grau de evolução” (p. 387). Novamente, “espíritos que
atingiram um alto grau de evolução são capazes de realizar a desconexão do corpo físico por si
mesmos, durante o sono, e ir se consultar com espíritos superiores” (p. 186). “A possibilidade
de se libertar tem relação com a evolução e certamente você ganha muito com isso, pois aprende
a compreender muitas coisas que, quando você está acordado, na vida normal [de volta ao corpo
físico], se tornam intuições” (p. 309).

Na América, Muldoon (op. cit., p. 72) forneceu técnicas para a produção de projeções. Ele
também disse: “Uma palavra de alerta! Se você é nervoso, facilmente influenciável, tem uma
“vontade” fraca, é medroso, se vive numa atmosfera de discórdia, não pratique projeção astral;
volte-se para a cultura física, ao invés da cultura psíquica”.

Na França, Yram (Practical Astral Projection, Rider, p. 26), como os "comunicadores" da Sra.
Keeler, disse que as condições essenciais para uma projeção satisfatória incluem o seguinte: (1)
saúde física, serenidade, moderação na ingestão de comida e ausência de “bebidas com elevado
teor alcoólico”; (2) “É essencial compreender a seriedade do que está empreendendo com a
projeção astral”. “Uma vida pacífica é necessária”; meditação e oração ajudam pela influência
em nossos pensamentos, desejos e motivos. Continua ele: “O caminho mais curto é escolher um
ideal nobre e fazer dele o ponto essencial em torno do qual brilhará todos os pensamentos,
desejos e motivos de ação. Essa ideia nobre deve ser a sua meta – você deve trabalhar
exclusivamente em prol dela”; (3) As faculdades psíquicas demandam “o poder de concentrar
os pensamentos em um único assunto... a prática de respiração rítmica, relaxamento e,
finalmente, suspensão total dos pensamentos”.

Qual é a razão para essas exigências? (1) Alguém que come demais jamais projetará seu Corpo
Astral; alguém que toma álcool em excesso pode projetar-se, mas, se o fizer (ou, por outra, se o
fizer ou não), atrairá seres indesejáveis; (2) Alguém que negligencia cultivar (ou vivenciar) um
nobre ideal automaticamente atrai seres indesejáveis e “seu último estado será pior do que o seu
primeiro” – eles o levarão para o desastre; (3) Aqueles que negligenciam o desenvolvimento
psíquico podem projetar o Corpo Astral, mas este não estará sob seu controle e suas percepções
através dele serão, às vezes, insatisfatórias e errôneas.

Yram (p. 76) disse exatamente o mesmo que os "comunicadores" da Sra. Keeler – “O duplo é
tão mais ligado ao corpo físico quanto mais cru (ou material) é sua composição”. Reine (op. cit.,
42

p. 387) disse isso numa conversa – que a habilidade de um “duplo” deixar um corpo é o
“privilégio de uma pessoa que já atingiu um alto grau de evolução [moral e espiritual]”, isto é,
uma pessoa cujo duplo é relativamente refinado e sutil, em correspondência com seus
pensamentos, desejos e intenções.

Yram (p. 92) forneceu uma ilustração da generalização, “comunicada” através da Sra. Keeler,
sobre a importância de nossos pensamentos, mesmo os casuais. Quando fora de seu corpo,
Yram falou “uma frase infeliz”. Ele disse: “Eu mal tinha terminado de falar, quando eu senti um
choque, seguido de uma vertiginosa queda que me trouxe de volta para meu corpo”. Ele
considerou a experiência e concluiu: “Compreendi que cada pensamento é, em si mesmo, um
mundo vibratório, em cuja seleção se deve ter maior cuidado na medida em que nos afastamos
das condições terrenas. (Deve ser óbvio que eles devem ser de primeira importância em todas as
regiões, incluindo as condições físicas da vida terrena – isso precisa ser declarado e sua
indispensabilidade enfatizada apenas porque os mortais geralmente são cegos para o fato: nossa
consciência é limitada; falhamos em ver que ambição, vaidade, egoísmo, maus pensamentos,
etc., sempre e inevitavelmente produzem maus resultados em nossas mentes e no ambiente que
vivemos; uma vez que estejamos livres do nosso corpo “cego”, isso fica claro).

Yram observou: “A experiência de projeções em diferentes dimensões [‘esferas’, ‘planos’,


‘condições’, ‘ambientes’, etc.] do espaço nos permite inferir, com absoluta certeza, a existência
de uma ordem de Princípios em ação ao longo do Universo”.

Yram resumiu a atitude moral e espiritual desejável como se segue: “Qualquer que seja o tipo de
atração que está nos afetando, nós jamais devemos agir de uma maneira negativa... Se é pessoal,
depreciativo e hostil, nós devemos remover seu caráter negativo – então esse impulso se tornará
nosso servo. Nossa consciência deve estar completamente centrada no Bom, no Belo e na
Verdade”.

Na África do Sul, o Professor J.H.M. Whiteman (The Mystical Life, Faber, 1961, p. 20), disse
praticamente o mesmo que Yram (e os "comunicadores" de Keeler). Na p. 51 ele também
confirmou, a partir de suas próprias experiências de projeção, o que os "comunicadores"
disseram sobre o efeito vitalizador das projeções que são de origem natural. Disse ele: “Se a
separação [=projeção] acontece como resultado de um desenvolvimento balanceado e racional
do caráter [e não a partir do choque, da fraqueza física, drogas, etc.], ela não tem, pela minha
experiência, nenhum efeito diferente no corpo físico do que um sono profundo e restaurador”.
Ele notou que vários tipos de fixação afetam a pessoa projetada: (a) fixações intelectuais (p.ex.,
ideias fixas, suposições precipitadas, pensamento esperançoso); (b) fixações emocionais (p.ex.,
ambições); e (c) fixações sensoriais. Como ele estava buscando os ideais mencionados por
Yram, mesmo tendo sido "pego em conflito" por "alguns momentos" durante uma projeção, ele
se elevou acima "dos níveis de influência da fantasia" [= acima do veículo de vitalidade e as
condições correspondentes do "Hades" no Corpo da Alma não envolto e nas condições do
"Paraíso"]. Mais tarde ele retornou ao seu corpo físico “com toda a tensão desaparecida e com
uma nova e estimulante visão da vida física”.

Na página 58, o Dr. Whiteman forneceu um exemplo real dos efeitos criativos dos pensamentos
[que são visíveis durante as projeções] e na p. 59 comentou: “que o lado moral da vida não
pode ser divorciado do lado intelectual é demonstrado em experiências como esta...” Ele foi
obrigado a, primeiro, rejeitar ideias fixas; em seguida, a tendência para julgar pelas aparências -
“em resumo, fixações de qualquer tipo”. Disse ele: “Fixação de todo tipo é, de cara, algo anti-
intelectual e anti-moral (agindo contra o Bom)”.

O Dr. Whiteman (p. 55) disse que os “estados psíquicos” ou “níveis” de consciência que ele
atingiu durante suas “separações”, isto é, projeções astrais, foram “muito mais reais do que os
estados físicos – como se alguém, pela primeira vez, se tornasse realmente desperto”. Mesmo
43

assim, ele também deleitou-se com os “estados místicos” que eram mais “reais”. Como todos os
místicos, ele descobriu que os objetos físicos (incluindo nossos corpos físicos) são relativamente
“ilusórios”: que o que é duradouro na vida terrena são nossas atividades morais e espirituais.

Os "comunicadores" da Sra. Keeler (p. 654) disseram que um projetor astral treinado “se
conecta com espíritos avançados” e aprende com eles (e tem a oportunidade de ter uma vida
plena e gentil). Eles disseram (p. 659): “O desenvolvimento (da projeção astral) tem um aspecto
social e pode acontecer que uma pessoa seja capaz de vê-la mais como um meio para ajudar
outra pessoa do que meramente para seu próprio progresso”.

O presente autor encontrou várias pessoas que, tendo tido projeções astrais, estavam
excessivamente orgulhosas do fato: elas se sentiam diferentes, realmente superiores àquelas que
não haviam feito projeções (ou, por outra, não se lembravam de ter tido). Consideravam as
projeções astrais como um fim em si mesmo. Mas, como todos os nossos “brindes”, elas têm
implicações morais e espirituais, e se não forem utilizadas nesse contexto, serão mais enganosas
do que benéficas. “O fruto do espírito”, disse São Paulo (Gálatas.v, 22), “é o amor, a alegria, a
paz, resignação, gentileza, bondade, fé”. Nenhuma habilidade paranormal ou poderes
intelectuais foram mencionados. É possível, em projeções satisfatórias, receber ensinamentos e
ajuda de fontes desencarnadas avançadas, e embora isso possa não ser especificamente
lembrado, forma a base da inspiração e intuição. É também possível ajudar outros enquanto
projetado, para ajudar mortais doentes, os que estão morrendo, os recém-falecidos e os apegados
à terra – ver o livro do escritor During Sleep – a possibilidade de “cooperação” (Theosophical
Publishing House, 1964).
(F) O “DUPLO” LIBERADO – FATORES MENTAIS

1. UM MOVIMENTO PARA FRENTE DO “DUPLO” PODE DEIXAR UM RASTRO DE


“LUZ”

AS “COMUNICAÇÕES”: “Como o Corpo Astral se move, deixa um rastro de luz (p. 646).
“Espíritos em movimento deixam um rastro de luz devido ao movimento de seus Corpos
Astrais” (p. 689).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Na França, Yram (p. 62) disse: “Várias vezes eu notei uma nuvem luminosa branca como um
rastro do meu duplo”. Na p. 66 disse ele: “Durante esta experiência eu notei uma faixa
fosforescente deixada pelo despertar do meu corpo”.

Na América, Muldoon (p. 13) disse: “Faixas de luz (cintilações) foram emitidas pelo Corpo
Astral e se estendiam para trás por cerca de dois pés [69,6 cm] à medida que ele se movia nessa
velocidade (intermediária entre andar e o movimento supranormal)”. Novamente (p. 93), “Pode-
se observar essa energia nêurica... , luminosa, como uma luz branca... São as cintilações dessa
energia que formam o rastro atrás do fantasma [=Corpo Astral], quando este último se move em
velocidade intermediária”.

Nós sugerimos que esse “rastro de luz” descrito pelos "comunicadores" da Sra. Keeler, em
1916, e efetivamente observado por Yram e Muldoon, tem sido considerado em relação aos
Corpos Astrais se movendo, tanto dos “mortos” quanto dos vivos, e essa foi a observação, e não
a pura fantasia, que deu lugar à ideia de que os anjos “voam” por meio de “asas”.

2. O “DUPLO” LIBERADO ATUA COMO UM CONDENSADOR DE VITALIDADE


CÓSMICA

AS “COMUNICAÇÕES”: “O propósito do sono é restaurar o Corpo Astral. Durante o sono as


vibrações [=veículo de vitalidade] que prendem o Corpo Astral ao corpo físico são parcialmente
relaxadas, e o Corpo Astral, às vezes, fica um pouco fora do físico e acima dele. A primeira
saída completa pode ser durante o sono. Na medida que o desenvolvimento (da projeção astral)
progride, a pessoa precisará menos dormir para conseguir a saída, pois o Corpo Astral sai com
mais frequência e se restaura sem necessidade do sono”. (p. 696).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Muldoon (op. cit. p. 68) disse o mesmo. “Toda vez que você dorme seu Corpo Astral se move
levemente para fora da coincidência com o corpo físico – talvez apenas uma fração de uma
polegada, talvez um pouco mais. Essa descoincidência [do veículo de vitalidade] contribui
pouco para a habilidade de alguém em se projetar [o Corpo Astral], não obstante o fato da
projeção ser uma extensão dessa descoincidência. Pode-se ser... inteiramente imune à projeção
astral, apesar do fato de que o Corpo Astral sempre faz essa descoincidência com o corpo físico
durante o sono”.

Reine (op. cit., 1921, pp. 386-7, 589) disse exatamente o mesmo. “O que causa o sono é uma
desunião entre o Corpo Astral e o corpo físico. O objetivo dessa desunião é liberar o Corpo
Astral o suficiente para que ele possa recolher da ambiência a força vital contida em suas
45

correntes magnéticas e cósmicas, cuja emissão ou passagem é intensificada e facilitada pela


noite. Nesse sentido, o estoque de energia que é despendido na atividade diária é
constantemente renovado. O montante suprido pelo corpo físico por meio da comida,
respiração, etc., não é suficiente para sustentar a vida se o hálito da força vital e cósmica não
vier para fortificá-la. Esta é uma lei universal, que governa todas as criaturas vivas.

“Essa pequena saída do Corpo Astral para o objetivo de recolher energia não deve ser
confundido com a desconexão de pessoas altamente evoluídas na busca de informação ou
influências que podem desenvolver suas consciências. No primeiro caso [envolvendo a
descoincidência do veículo de vitalidade] é comum a... tudo o que tem vida [plantas e animais,
bem como o ser humano]. O segundo caso [envolvendo a desconexão do Corpo Astral] é o
privilégio de uma pessoa que já alcançou um alto grau de evolução [mental, moral e espiritual]”.

Muldoon (p. 68) citou Carrington, como se segue: “Nós nunca chegaremos a uma teoria
satisfatória do sono até que admitamos a presença de uma força vital e a existência de um
espírito individual humano que se afasta, mais ou menos completamente do corpo durante as
horas de sono, e absorve revigoramento e nutrição espiritual durante sua estada no mundo
espiritual”. Carrington referiu-se ao seu livro intitulado Vitality, Fasting and Nutrition (pp.
225-350), para o Journ. A.S.P.R., abril de 1908 e Our Psychic Science, agosto de 1908, onde ele
publicou a teoria de que o corpo humano se parece mais com um motor elétrico do que com um
motor a vapor.

O Dr. Wm. Wilson (After Life, Rider, p. 82) disse: “O sono não se deve a trocas fisiológicas
cerebrais, mas sim ao deslocamento da ‘alma’ do mundo do dia-a-dia. Nesse sentido, ela busca
comunhão com o ritmo primordial da vida”. Os Iogues têm afirmado isso, claro, há milhares de
anos.

A Sra. Eileen J. Garrett (My Life as a Search for the Meaning of Mediumship, Rider, 1939, p. 5),
descrevendo suas experiências de infância, disse: “O ar em torno de mim me sustém e me
alimenta como se eu tivesse ingerido comida e bebidas”. Posteriormente, disse ela: “Eu observei
como as árvores vivas e as flores absorvem o seu ar e cores dos glóbulos dançantes de luz que
preenchem o que as pessoas conhecem como espaço. Tais glóbulos eu os vi primeiro, muito
antes, em minha sala e eu sei que a atmosfera inteira é feita dessas pequenas bolas de luz... Eu
sei que o ar da noite, seja lá o que ele contém, carrega e recarrega todas as coisas vivas com
uma nova e estranha vitalidade... Eu assisti às plantas e flores se alimentarem com essa
estranha força noturna...”

3. O ALCANCE DA VIAGEM ASTRAL

AS “COMUNICAÇÕES”: Não há aparentemente dificuldade para a pessoa treinada para ir a


qualquer lugar que ela deseja. Assim, a mera concentração em um lugar leva ela lá. (O mesmo é
verdade para espíritos que vêm visitar mortais.)” (p. 698).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Muitos dos testemunhos dos projetores astrais que foram citados e analisados no The Study and
Practice of Astral Projection fizeram essa observação pessoal. Isso se aplica, por exemplo, ao
amigo do Dr. Geddes (p. 58), Dr. Ostby (p. 88, etc.
3. O RETORNO DO “DUPLO” AO CORPO FÍSICO

AS “COMUNICAÇÕES”: Isso causa um “apagão” da consciência (ver p. 37).

Corroborações das “comunicações” por projetores astrais, etc.

Vários projetores experimentaram um “apagão” quando reentravam em seus corpos (ver p. 7).

OBSERVAÇÕES PESSOAIS DE HALL

Como foi dito, o presente autor não viu o Journ. A.S.P.R., XII, 1918 (contendo o artigo de
Prescott Hall intitulado “Experimentos na Projeção Astral”15) até 12 de agosto de 1963, isto é,
depois que o trabalho acima havia sido escrito.

Por mais de um período de seis anos, Hall tentou as técnicas que foram “comunicadas” a ele via
Sra. Keeler. Mas, ele permaneceu “ainda em dúvida” sobre se a projeção astral era um fato ou
não. Os "comunicadores" disseram a ele que seu Corpo Astral era fortemente anexado ao seu
corpo físico, e ele disse que isso era possível, desde que, por um lado, todos os seus parentes
haviam morrido tarde na vida e, por outro lado, isso requeria mais do que o dobro do montant e
usual de éter ou óxido nitroso para deixá-lo inconsciente (o que é, provavelmente, um bom
índice para o caso).

Em seu “Summary and Conclusions” (p. 56), Hall escreveu: “Visão e audição supranormais era
o que o autor estava tentando adquirir; tudo o que ele conseguiu, tal como era, concernia a esses
dois sentidos”. Mas, ele não podia decidir se eles eram supranormais ou não. Disse ele: “Os
objetos vistos mais definidos foram: (a) Um perfil grego e a cabeça e os ombros de um hindu
com um turbante; (b) um objeto vermelho brilhante; (c) luzes redondas azuis e grandes; (d)
luzes redondas azuis ou amarelas, pequenas; (e) paisagens...; (f) manchas de névoa ou cores,
frequentemente do tamanho de pessoas, mas não apresentando detalhes definidos...”

Ele também mencionou “dois tipos de coisas, pelo que é difícil falar se elas foram vistas ou
sentidas” – principalmente “figuras, efetivamente de pessoas... cercadas de outros objetos como
árvores ou colunas...” Vários “sons” foram também ouvidos.

Posteriormente (p. 49), Hall, na América, fez uma observação altamente significativa: disse que
havia visto “uma luz brilhante e muitas outras azuis, pequenas”. Sugerimos que as “luzes [?
brancas] brilhantes” eram aqueles assistentes. Como já foi dito (p. 57), aqueles presentes à
sessão do Revd. William Stainton Moses (Spirit Teachings, Fowler, p. 14), na Inglaterra,
fizeram observação idêntica. Reine, a sensitiva de P.E. Cornillier, na França (op. cit., 1921,
p.130), descreveu que espíritos avançados, do calibre do “Imperator”, como “brancos,
brilhantes, branco-dourados”, enquanto seus auxiliadores apareciam como “um azul especial –

15
Hall avisou seus leitores que os exercícios, etc., que ele recebeu nas "comunicações" de Keeler não deveriam ser
praticados sem orientação de especialistas. Este aviso se aplica a todas as tentativas de desenvolvimento paranormal
e, particularmente, aos exercícios respiratórios do Ioga. O estudo de experiências paranormais e suas implicações é de
grande valor: qualquer tentativa de forçá-los pode ser definitivamente perigoso para a saúde. Mais de um século atrás
(1848), a Sra. Catherine Crowe escreveu: “Pela aniquilação das necessidades do corpo, podemos afrouxar os laços do
Espírito [Corpo Astral ou Alma] e habilitá-lo a manifestar alguns dos seus dotes [clarividência, telepatia, presciência,
etc.]. Ascetas e santos têm frequentemente feito isso voluntariamente, e a doença, ou uma peculiar constituição [=um
veículo de vitalidade solto], às vezes fazem isso por nós involuntariamente. Enquanto não é desejável que
procuremos produzir tal estado, é extremamente desejável que devamos nos valer da instrução a ser recebida pelo
conhecimento de que tais fenômenos existem e que assim nossa conexão com o Mundo Espiritual pode se tornar um
fato demonstrável”.
47

azul puro, luminoso, intenso” (op. cit. p.60); um deles (p. 70) era “uma língua de fogo”
(compare com Atos ii, 2).

Em acréscimo às visões efetivas – o perfil do grego e a cabeça do hindu – Hall reportou o que é
chamado de “luzes do espírito”, isto é, espíritos imperfeitamente vistos; “uma luz brilhante [?
um professor] e muitas pequenas” [? assistentes] (p. 49); “línguas brilhantes de luz branca”
(p.50) – compare com Atos ii, 2; e “sugestões de olhos” (p. 51).

Hall disse que, embora essas experiências não o fizeram acreditar em “imortalidade”, o sucesso
que ele alcançou em eventualmente sentir-se livre de seu corpo fê-lo “mais disposto a conceder
a possibilidade do ponto de vista espiritualista” [isto é, da sobrevivência após a morte e a
comunicação ocasional]. Insistiu ele: “Se nada mais for provado por tais coisas, no máximo fica
demonstrado que o tipo ordinário de consciência pode ser transcendido”.

Antes do seu “Summary and Conclusions”, Hall forneceu doze páginas de texto como “The
Record”, que incluíam assuntos cujo significado lhe escapou.

Ademais, Hall falhou em compreender a verdadeira natureza de sua busca, que era comprovar a
liberação do Corpo Astral – se ele tivesse evidências satisfatórias de visão e audição
supranormais, isso não seria demonstrado, pois esses fenômenos poderiam ser devidos não à
liberação do corpo astral, mas à clarividência e clariaudiência (como, efetivamente, os
"comunicadores" – Vol. X, 1916, p. 643 – parecem ter apontado16). Esse assunto foi discutido
em algum detalhe pelo autor em The Study and Practice of Astral Projection, 1961, p. 143.

16
Técnicas adicionais dos "comunicadores", fornecidas no Journ. A.S.P.R., XII, 1918, pp. 44-55, por Prescott Hall,
são as que se seguem:

1. “Instrução para se concentrar a uma jarda ou duas [0,9-1,8 m] em frente ao meu corpo e tentar ir até onde
ele está”.

2. “Instruções para se concentrar num ponto sobre a minha cabeça, ao invés de em frente, e tentar se elevar do
meu corpo”.

3. “Instruções para se concentrar a um pé e sete polegadas [~52 cm] acima da minha cabeça”.

4. “Instruções para imaginar-se respirando pelos ouvidos e falar, de vez em quando, o que eu vejo”.

5. “Instruções para sentar ereto, sem tocar no encosto da cadeira, e se concentrar numa barra horizontal acima
da linha de visão; reter a respiração quando houver uma sensação de elevação; mas, em geral, ser mais passivo e
deixar os espíritos (=’libertadores’) fazer o trabalho”.

6. “Instruções para preparar as mãos e pés e contrair os músculos do estômago de modo a forçar o Corpo
Astral para fora; e imaginar o corpo físico caindo”.

7. “Instruções para imaginar subindo um lance de degraus que se inclinam em minha direção, e então segurar
uma corda de seda e pular fora, chutando os degraus para longe, e enchendo os pulmões ao mesmo tempo”.

8. “Instruções para tentar mover-se para frente, horizontalmente, numa linha reta”.

9. “Instruções para imaginar girando rapidamente na ponta dos pés, e finalmente saltando para cima”.

10. “Instruções para imaginar um disco três polegadas [7,62 cm] de diâmetro girando rapidamente a sete
polegadas [17,78 cm] em frente aos olhos”.

11. “Instruções para imaginar-se sentado em um balanço de cordas longas, balançando para trás e para frente, e
enviando impulsos na mesma direção do balanço no fim de cada oscilação”.
48

Além do seu fracasso, Hall falhou em observar muitas coisas nas "comunicações" que
efetivamente sugerem que a projeção do Corpo Astral (necessariamente, desde que, em primeiro
lugar, ele não conseguiu mais do que os primeiros estágios de soltura de seu Corpo Astral – ele
não era um testador adequado, e, segundo, ele não tinha acesso aos testemunhos de numerosas
pessoas que declaravam que liberavam seus Corpos Astrais).

Nós indicamos acima vários assuntos, fornecidos nas "comunicações”, que foram
subsequentemente corroborados por projetores astrais que jamais haviam ouvido falar neles,
muito menos lido os registros de Prescott Hall, publicados no Journ. A.S.P.R., Vol. X, 1916.

Em 31 de agosto de 1909, Hall anotou: “Mais livre do corpo que antes e capaz de me mover
através dele, em especial horizontalmente”. Esta experiência seguiu uma instrução dada pelos
"comunicadores" em 19 de agosto para “concentrar-se numa barra horizontal acima de linha de
visão...” Isso sugere um estágio inicial na projeção do Corpo Astral: foi efetivamente descrita
por Muldoon como o primeiro estágio em sua primeira projeção (com a idade de doze anos).
Mais tarde, o Corpo Astral de Muldoon ficou ereto (uma posição não descrita por Hall).

Em 3 de setembro de 1909, Hall reportou: “Sensação do corpo físico caindo e indo para fora.
Sensação definitiva de que eu não sou meu corpo. Música suave”. Os "comunicadores"
aproveitaram essa observação e, em 9 de setembro, recomendaram a técnica numerada (6) na
última nota de rodapé, p. 46. Essa sensação de queda é relatada por vários projetores, bem como
experimentada quando o Corpo Astral é liberado (ver p.ex., Muldoon, op. cit., 1929, pp. 41, 46,
Leaf, citado no The Study and Practice of Astral Projection, 1961, p. 61, Lind, ibid., p. 68, etc.).
Outros projetores relataram uma sensação de elevação (como aconteceu com Hall em algumas
ocasiões): as duas são complementares – se a consciência está principalmente centrada no corpo
físico (e o corpo físico de Hall era particularmente forte) a separação é sentida como queda; se,
por outro lado, ela está centrada principalmente no Corpo Astral, ela é sentida como elevação
(ver, para exemplos, projetores que reportam isso em The Study and Practice of Astral
Projection, 1961, Srta. Peters, p. 48, Srta. Johnson, p. 54, Sigrid Kaeyer, pp. 57, 58, Hives, p.
59, Leaf, p. 61, Lind, pp. 68, 69, Srta. Boorman, p. 71, “N.D.”, p. 104, etc.). Essas sensações de
queda ou elevação, observadas por Hall e seguidas da expressão “uma sensação definitiva” de
estar fora do corpo, não compreendida por ele, eram indicações de projeção do Corpo Astral.

Em 7, 8 e 10 de outubro, Hall sentiu os esforços de “libertadores” – “sensação de estar sendo


levado para fora do corpo... Sensação de estar sendo empurrado para fora”. Muitos projetores
relatam assistência similar.

Em 13 de março de 1910, ele reportou outra experiência que as pessoas muitas vezes
descreveram em conexão com a liberação do Corpo Astral. Ele teve uma sensação de
“afundar” (comparável à sensação de cair, já anotada), e disse que isso foi “seguido por um
estalo, e então uma grande luz amarelada sobre mim... Uma nova nota musical...” Este “estalo”
ou “clique” foi reportado por várias pessoas que declararam ter liberado seus Corpos Astrais.
Oliver Fox (Astral Projection, Rider, p. 56) disse: “Uma vez que a pequena porta estalou atrás,
eu me deleitei com a clareza mental que ultrapassava aquela da vida terrena”. Muldoon (op. cit.,

12. “Instruções para voar devagar e suavemente em qualquer direção”.

13. “Instruções para ser uma bolha de sabão, soprada em qualquer direção”.

14. “Instruções para ir ao Himalaia através do ar”.

15. “Instruções para imaginar um ponto a dois pés [60,96 cm] em frente à minha garganta, e visualizá-lo vindo
em direção a mim até que eu me funda com ele e me torne um ponto”.
49

1937, pp. 70, 158, 161, 162) registrou vários casos – “um estalo doloroso”, “um clique”, “uma
quebra”, etc., e mencionou seu trabalho anterior (1929), no qual ele falou de “um peculiar
barulho que parecia próximo ao ouvido e dentro da cabeça... um “pop”, “sizz”, etc. Este som é
usualmente ouvido na saída da projeção, bem como no momento do retorno, e parece estar na
cabeça...” A Sra. Piper descreveu esse fenômeno no retorno de um transe (Proc. S.P.R., 28,
1915, p.23).

Em 19 de agosto de 1910, Hall reportou: “O corpo sente, abaixo de mim, no espaço, e como se
eu estivesse livre dele, exceto a base do cérebro [onde o ‘cordão de prata’ está anexado?].
Sensação distinta de movimento”, enquanto em 29 de novembro ele disse: “Parece que sou
capaz de olhar para baixo, para meu próprio corpo, ficando deveras surpreso em ver quão careca
está o topo da minha cabeça”.

Vimos que, em acréscimo ao (considerado pequeno) montante de evidências que Hall


reconheceu em suas próprias experiências em apoio à teoria da projeção do Corpo Astral, há
detalhes de valor que ele negligenciou.

CONCLUSÕES

Hall foi “completamente cético” sobre essas importantes coisas; a Sra. Keeler não sabia e não se
importava com elas. A conclusão que parece inevitável é que os "comunicadores" sabiam mais
sobre elas do que Hall ou a Sra. Keeler; isso não é particularmente notável, mas eles também
sabiam mais do que os especialistas, digamos, o Dr. Lancelin, na França, e o Dr. Carrington, na
América – realmente, tanto quanto temos informação, eles sabiam muito mais do que qualquer
pessoa viva! Muldoon, que se tornaria justamente famoso por suas inúmeras projeções e pela
habilidade com que as observava, avançou de 7 para 13 anos de idade, enquanto as
"comunicações" eram recebidas (desconhecidas dele, é claro).

O Dr. Hyslop, anteriormente Professor de Lógica na Columbia University, New York (1916, p.
634), disse: “O problema real nesse material é, primeiramente, ser ele puramente psicológico,
ou seja, ele dá conta do rico e versátil fluxo de ideias”. Continuou ele: “O produto não é o
resultado de uma educação cuidadosa e estudos por parte da Sra. Keeler. A própria fertilidade
das ideias é suficiente para protegê-la contra a suspeição de reproduzir informação que
poderia vir de leituras ordinárias”. Não há nada que sugira “crenças pessoais e dados
manipulados”.

Em acréscimo, os "comunicadores" revelaram muitos detalhes que combinam para formar um


todo coerente e lógico, que tem recebido corroborações (ver Apêndice I).

Hall (1918, p. 43) estava tentando determinar a relação entre “um certo tipo de exercício e
certos fatos observados” em seus próprios experimentos. Ele descreveu várias “cores” que
havia “visto” e disse, numa nota de rodapé: “os esboços de C. W. Leadbeater, no livro Man
Visible and Invisible (T.P.S., 1907) pode ajudar a dar ao leitor alguma ideia das cores que ele
viu. Mas, em muitos casos, as cores são muito mais brilhantes que as produzidas por pigmentos.
Arnold Bennett, quando escreveu The Glimpse (Chapman and Hall, 2nd ed., 1909), deve ter
visto ou lido sobre algo desse tipo”. Este comentário de Prescott Hall é também significativo,
pois, de acordo com uma carta de Bennett à sua irmã, publicada em Arnold Bennett, a
Biography, por Reginald Pound (Wm. Heinemann Ltd., 1952), a descrição de Bennett foi
totalmente aproveitada nos livros da Dra. Besant sobre Teosofia!

Tanto o excelente livro do Bispo Leadbeater quanto a transcrição de Bennett dos ensinamentos
teosóficos antecederam a publicação das "comunicações", que (como Hall apontou) se parecem
muito. Como o Dr. James Hyslop disse (1916, p. 635), a Dra. Besant, Leadbeater, etc., não
confirmam as "comunicações" de Keeler” – “É justo o contrário. Se alguma importância é
50

dada aos presentes registros [‘comunicações’] – ela se baseia no fato de que ajudam a
determinar o que é possível em declarações de outras origens [Teosofia, Rosacrucianismo,
Antroposofia, etc.], que não possuem credenciais que satisfazem o homem científico”.

As "comunicações" recebidas por Hall semanalmente, de 1909 a 1915, publicadas no Journ.


A.S.P.R., X, 1916 (p. 637-60, 679-708) foram parcialmente incompreendidas e, em todo caso,
passaram ao esquecimento. Não obstante seus experimentos, baseados em técnicas aconselhadas
pelos "comunicadores", ficaram aquém de algo definido. Hall conseguiu uma confirmação
maior da realidade da projeção astral do que ele percebeu (Journ. A.S.P.R., XII, 1918, p. 39).
Seu sucesso foi, de fato, além de seus méritos, pois os "comunicadores" recomendavam certas
regras de vida (abstinência de tabaco, álcool, etc.), além dos exercícios ou técnicas, e Hall
negligenciava fielmente observá-las. Ele admitiu (XII, 1918, p. 41) que seu fracasso poderia ser
ligado à pobreza de seus resultados. Considerou que as regras de vida eram “provavelmente
baseadas na experiência”. Desde que elas foram fornecidas pelos "comunicadores", é
pertinente perguntar “Experiência de quem?” Se a experiência de um fragmento subconsciente
da mente de uma mulher inculta pode produzir resultados além do conhecimento de nossos mais
eminentes psicólogos, então os supostos fragmentos "subconscientes" das mentes de pessoas
bastante comuns têm muito valor, e as mentes conscientes, cuidadosamente treinadas dos
psicólogos que os estudam de inúmeras maneiras engenhosas, estão com desconto: a "parte", de
fato, é muito maior do que o "todo".

As "comunicações" são amplamente corroboradas, não nos padrões preconizados por Hall, isto
é, o uso de técnicas fornecidas por elas, mas pela análise crítica dos dados que não estavam
disponíveis para ele, ou seja, os testemunhos de numerosos projetores astrais, que (1) nunca
haviam ouvido falar das "comunicações", e (2) não havia usado nenhuma técnica experimental,
mas cujos Corpos Astrais haviam sido liberados tanto de maneira natural quanto forçada,
processos que produziram resultados com diferenças significativas. Os últimos foram
publicados pelo presente autor (The Study and Practive of Astral Projection, Aquarian Press,
1961).

Está agora, afirmamos, razoavelmente estabelecido, o fato de que nós possuímos um segundo
corpo, objetivo, quadridimensional, popularmente chamado de Astral ou Corpo de Alma (o
“corpo espiritual” de São Paulo, I Cor. XV, 35, 44), que pode ser desconectado de nosso corpo
físico temporariamente durante nossa encarnação física – e, portanto, presumivelmente, também
permanentemente, quando, finalmente, o corpo físico é descartado. Nós sobrevivemos à morte
no Corpo Astral ou Corpo de Alma.

No Apêndice I, tabulamos vários dos detalhes que trouxemos à luz no presente estudo: dos vinte
itens listados, não menos de treze (marcados com um asterisco), não estavam (até onde
sabemos) especificamente mencionados, tanto pelos especialistas em projeção astral (Dr.
Lancelin, na França, e o Dr. Carrington, nos E.U.A.), como pelos professores que nos
forneceram as notáveis filosofias em consonância com o assunto, conhecidas como Teosofia
(Madame Blavatsky, Dra. Annie Besant, Bispo C. W. Leadbeater, etc.), Rosacrucianismo (com
três escolas separadas, Ordem Hermética da Aurora Dourada, AMORC, e a Irmandade
Rosacruz de Max Heindel), Antroposofia (Dr. Rudolf Steiner), etc. É justo observar que esses
treze detalhes não foram, de fato, necessários para os propósitos desses professores, embora nós
os consideremos de valor na vindicação de algumas das doutrinas fundamentais que essas
filosofias divulgaram.

No conjunto total das circunstâncias, é inconcebível que os "comunicadores" , que proveram


Hall com essas técnicas (as quais, como o Dr. Hyslop resumiu, poderiam eventualmente obter
alguma confirmação com os ensinamentos básicos da Teosofia, etc.) fossem meramente
fragmentos “subconscientes” da inculta e efetivamente desinteressada Sra. Keeler. As
"comunicações" não contêm nada da natureza da representação (no sentido de assumir
51

características e idiossincrasias que poderiam pertencer a alguma outra pessoa) ou


dramatização. Nós não duvidamos que os desencarnados “orientais” eram quem diziam ser.

Os detalhes trazidos à luz não são anticristãos, antibudistas, anti-hindus ou antimaometanos;


eles não possuem primariamente significado religioso 17, mas são de importância psicológica.
O resultado terá de vir após cinquenta anos. Como Longfellow disse, “todas as coisas chegam
para quem sabe esperar!”. A verdade tem sido provada “estranha – mais estranha que a
ficção”.

“Se as revelações dos místicos realmente não contêm reminiscências inconscientes do que eles
leram, encontramos neles tantas analogias com os ensinamentos que mais tarde se tornaram
esotéricos, das grandes religiões primitivas, que deveríamos ser compelidos a acreditar que...
esses ensinamentos existem, idênticos, latentes e imutáveis, correspondendo a alguma verdade
objetiva e universal" - Maurice Maeterlinck, 1922.

17
Embora alguns fenômenos paranormais sejam obviamente muito distintos dos assuntos espirituais (e isso se aplica
particularmente aos fenômenos “físicos”), formas positivas de psiquismo (incluindo projeções astrais) são
relacionadas ao desenvolvimento moral e espiritual da pessoa em questão. Uma conduta ética, etc. refina o Corpo
Astral ou Corpo de Alma, facilitando sua soltura temporária, e torna a extensão do “cordão de prata” altamente
elástica, facilitando a viagem independente (XII, 1918, pp. 45; X, 1916, p. 684, respectivamente). Jesus (João, vii, 38)
disse: “Quem acredita em mim, como as Escrituras afirmam (Isaías, xii, 3), rios de água viva fluirão de dentro dele”.
Hall (XII, 1918, p. 48), não compreendendo claramente o possível significado de sua observação (embora a tenha
feito num “nível” menor), relatou os seguintes fenômenos em seu próprio caso: “Corpo em chamas com fluxos
entrando e saindo do plexo solar”. Casos nos quais santos se tornaram luminosos são bem atestados.
APÊNDICES
APÊNDICE 1
RESUMINDO OS RESULTADOS DESTE ESTUDO

Detalhes fornecidos pelos "Comunicadores" – Detalhes Corroborativos fornecidos nos


1909-15, publicados em 1916 (J. A.S.P.R.) como Testemunhos de Projetores Astrais (sem conhecer
as Projeções Astrais podem ser Produzidas. as "Comunicações")

1. Mortais possuem um veículo de vitalidade e um 1. Muldoon (1929), pp. 27, 167, 212; Yram, p.137;
Corpo Astral ou de Alma, em adição ao corpo Cornillier, pp.3, 5, 45, 48, 88; Garrett (1941), pp.
físico, e certas técnicas favorecem suas solturas 40, 5’, 59-60, 103, 104, 128-9, 193, (1943) pp. 17,
para formar um duplicado (“duplo) do corpo 45, 90, 92, 116, 135, 138, (1949) pp. 7, 143, 164,
físico. 165; Crookall (1916), p. 187

2. Alguns “duplos” são simples (consistindo tanto 2. (a) Simples (veículo de vitalidade apenas),
do veículo de vitalidade ou Corpo Astral Crookall (1961) pp. 31, 104; (b) simples (Corpo
somente); outros são compostos (Corpo Astral Astral somente), Crookall (1961), pp. 37, 40, 88,
mais parte ou todo o veículo de vitalidade). (*) etc.; (c) composto, ibid. pp. 3, 41, etc.

3. “Duplos” liberados de uma maneira natural 3. Crookall, (1961), pp. 1411-43.


mostram diferenças daqueles que foram liberados
forçadamente (*)

4. “Duplos” tendem a ser parcialmente liberados 4. Muldoon (1929), pp. 14-15; Crookall (1961),
em doenças graves. pp. 3-20.

5. “Duplos tendem a ser liberados na proporção 5. Muldoon (1929), pp. 72, 76, 92; Yram, p. 26;
em que a pessoa é moral e espiritualmente Cornillier (1921), p. 387; Whiteman (1961), pp.
desenvolvida. (*) 20, 55, 58, 59.

6. Mãos e pés cruzados podem dificultar as 6. Cornillier (1921), pp. 122, 179, 288, 387;
liberações dos “duplos”. Crookall (1961), p. 162.

7. A separação do “duplo” do corpo causa um 7. Crookall (1961); (a) “apagão”, pp. 3, 13, 55,
“apagão” (ou sensação de passagem através de 57, 83, 92, 96, 117, 123, 126, 167; (b) “túnel”,
um túnel ), uma sensação de elevação (ou uma de ibid., pp. 8, 11, 13, 68, 82, 89, 114, 119; (c)
queda), frequentemente seguida de um “clique” elevação, ibid., pp. 48, 54, 57, 58, 58, 61, 68, 68,
na cabeça.(*) 71, 104; (d) queda, ibid., pp. 61, 68; (e) “clique”,
Fox, p. 56; Muldoon (1937), pp. 70, 158, 161, 162.

8. “Duplos” deixam o corpo principalmente pela 8. Crookall (1961), pp. 16, 25, 36, 42, 58, 62, 67,
cabeça. 83, etc.

9. “Consciência Dual” (consciência de dois 9. Crookall (1961), pp. 16, 25, 36, 42, 58, 62, 83,
corpos, o “duplo” e o corpo físico) e dois 107, 128, 161.
ambientes que correspondem a eles. (Se o “duplo”
contém muito do veículo de vitalidade, o “mundo”
contatado será a terra ou “Hades”; se é Corpo
Astral apenas, o “mundo” será “Paraíso”). Almas
desencarnadas vistas no primeiro caso podem ser
“dificultadores” e no segundo, “auxiliadores”.
54

10. Uma rápida ejeção (ou reentrada) tende ao 10. Crookall (1961), pp. 41, 77, 83, 98.
esquecimento da experiência fora do corpo do
“duplo” (p.ex., em acidentes ou com drogas).

11. O curso inicial do “duplo” é frequentemente 11. Crookall (1961), pp. 21, 62, 66, 128, 139.
em espiral. (*)

12. O “Duplo” e o corpo físico são unidos 12. Crookall (1961), pp. 5, 6, 8, 11, 15, 18, 20, 25,
enquanto a vida dura por uma extensão luminosa, 27, 29, 30, 31, 33, 36, 43, 44, 47, 50, 56, 57, 61,
“o cordão de prata” do Ecclesiastes (xii, 6). (*) 62, 66, 71, 73, etc.

13. Na morte o “cordão de prata” é composto 13. Observações feitas em leitos de morte por A. J.
(consistindo de material provindo (a) o veículo de Davis, nos E.U.A e Stainton Moses, na Inglaterra.
vitalidade e (b) o Corpo Astral). *

14. O “cordão” é essencialmente uma extensão dos 14. Crookall (1961), pp. 47, 86, 134.
Corpos Astral e Físico. (*)

15. O “cordão” deve ser elástico se o Corpo Astral 15. Crookall (1961), pp. 20, 43.
liberado for viajar a grandes distâncias. (*)

16. O recém-liberado “duplo” frequentemente se 16. Crookall (1961), pp. 18, 26, 27, 28, 35, 44, 46,
estende horizontalmente, justo acima do corpo. (*) 48, 51, 60, 71, 75, 76, 82, 89, 92, 98, 102, 103,
104, 182.

17. As descrições independentes de como os 17. Crookall (1961), p. 162.


projetores astrais veem as almas desencarnadas
(“espíritos”) são idênticas.

18. “Duplos” que se movem para frente deixam 18. Muldoon (1929), pp. 13, 93; Yram, p. 62.
“um rastro de luz” atrás deles. (*)

19. A Vitalidade Cósmica é absorvida e 19. Muldoon (1929), pp. 23, 30, 31, 35, 68, 84, 82,
condensada por “duplos” liberados. 90-2; Crookall (1961), pp. 28, 45, 67.

20. Assim como a liberação de um “duplo” causa 20. Crookall (1961): (a) “apagão”, pp. 4, 5, 22,
um “apagão”, etc. (No. 7 acima), sua reentrada no 39, 41, 54, 98, 115, 120, 131; (b) “túnel”, pp. 53,
corpo causa um “apagão”, etc. (*) 122.

TABELA 1 – Comparação das "Comunicações" de como o as Projeções Astrais podem ser


produzidas (publicada em 1916) com os testemunhos de Projetores Astrais (fornecidas em
Análises publicadas no livro deste autor, The Study and Practice of Astral Projection, Aquarian
Press, 1961).

(*) Quanto a esses treze detalhes (Nos. 2, 3, 5-8, 11, 13-16, 18, 20) os "comunicações" exibiram maior conhecimento
sobre a projeção astral do que quaisquer especialistas científicos ou quaisquer escritores esotéricos.

Os itens No. 12, 15, 17, 18 e 20, particularmente, são inexplicáveis sob a hipótese de que os “duplos” são imagens
mentais: eles são imediatamente compreendidos sob a hipótese de que são objetivos.
APÊNDICE II
O CONTRASTE ENTRE SOLTURAS NATURAIS E FORÇADAS DOS
“DUPLOS”
(A) Liberações Naturais dos (B) Liberações Forçadas dos
“Duplos” “Duplos”.

O Corpo de Alma (a) está completo Como abaixo. 18


(pois nada da sua substância forma
CORPO parte da extensão do “cordão de
prata”, e (b) não está envolvido por
nada da substância do veículo de
vitalidade (pois ele foi extrudado na
LIBERAÇÕES “segunda morte”, após três dias da
PERMANENTES morte física. Pode operar totalmente
DOS “DUPLOS” em seu próprio ambiente.

MUNDO “Altíssima” – “uma terra glorificada”, Como abaixo. 19


isto é, o Mundo da Alma ou “Paraíso”
– parte da terra total.

CONSCIÊNCIA “Altíssima” – “supranormal” (com Como abaixo; 20 sem “sono” definido.


telepatia, clarividência, etc.) após um
“sono” que é em média três dias.

O Corpo de Alma (a) está incompleto O Corpo de Alma (a) está incompleto
(pois parte do seu material está (pois parte do seu material está
incluído na extensão do “cordão de incluído na extensão do “cordão de
prata”), e (b) está usualmente prata”, e (b) está mais ou menos
envolvido por um verniz da substância envolvido por um montante definido
CORPO
LIBERAÇÕES do veículo de vitalidade. Vislumbres, da substância do veículo de vitalidade,
TEMPORÁRIAS mas não a entrada completa nas que foi forçado para fora do corpo
DOS “DUPLOS” condições do “Paraíso” são possíveis. físico. Liberação não afetada por mãos
A liberação é retardada se as mãos e e pés cruzados.
os pés estiverem cruzados.

Tanto terra ou “Paraíso” (vislumbres Ambiente relativamente “baixo”


MUNDO apenas), ou ambos. contatado: terra e/ou um mundo de
semi-sonho (=”Hades”).

CONSCIÊNCIA (b) Muitos veem auxiliadores (b) Muito poucos veem auxiliadores
desencarnados e sua própria extensão desencarnados ou seus próprios
do “cordão de prata”, ou ambos. “cordões de prata”.
(a) “Altíssima” consciência (a) Nível relativamente “baixo” de
(“supranormal – com telepatia, consciência (“subnormal”) –
clarividência, presciência). frequentemente com sonhos e
fantasias).

Tabela II. Diferenças observadas quando os “Duplos” são formados sob Diferentes
Circunstâncias, isto é, quando sua liberação foi (a) Natural ou (b) Forçada. Essas diferenças
são prontamente explicadas na hipótese de que os “Duplos” são Corpos Objetivos, Não-Físicos,
mas difícil de explicar na hipótese de que eles são meramente Imagens Mentais (ou corpos
Físicos). Ler acima.

Para detalhes, veja R. Crookall, The Study and Practive of Astral Projection, Aquarian Press,
1961.

18
N.B. Um “duplo” (réplica) do corpo físico pode consistir de substância do veículo de vitalidade apenas (nesse caso
ele é simples em sua natureza), ou...

19
o Corpo de Alma apenas (idem), ou...

20
o Corpo de Alma mais o veículo de vitalidade (parte, se a pessoa está encarnada, todo, se desencarnada), no qual é
composto em sua natureza.
APÊNDICE III
“COMUNICAÇÕES COMPARÁVEIS”
Muitos "comunicadores" diferentes dos da Sra. Keeler, citados por Hall em 1916, forneceram
fatos similares, embora menos detalhados, sobre projeção astral. Enquanto a identidade dos
"comunicadores" da Sra. Keeler não podiam, pela natureza das coisas, ser verificados, em
alguns, ao menos, desses casos, isso foi mais ou menos bem estabelecido. A P. E. Cornillier (op.
cit., 1921) foi oferecido métodos para conseguir a projeção astral, na França, em 1913, por
“Vettillini”, um italiano supostamente desencarnado: infelizmente, ele não tinha “ambição”
naquele sentido. Teria sido interessante, se ele tivesse aceitado e registrado os métodos
oferecidos, para compará-los com aqueles dos "comunicadores" da Sra. Keeler, que eram na
maioria, orientais.

Alguns "comunicadores" da Sra. Keeler forneceram posteriormente declarações (altamente


razoáveis). Por exemplo, na p. 40 notamos dois importantes propósitos que servem na projeção
astral (a) a receita de ensinamentos, conselho e ajuda de almas desencarnadas avançadas, e (b)
as possibilidades, permitidas na projeção, de auxiliar mortais doentes, os que estão morrendo e
os “apegados à terra”, isto é, “cooperação”). Esses "comunicadores" mencionaram três outros
propósitos.

(a) “Heslop” (Speaking Across the Border-line, Charles Taylor, 1912), disse que a projeção
astral é uma preparação para a “próxima vida”, que as frequentes “visitas” feitas no “próximo
mundo” tornam as coisas “familiares” quando os projetores vêm a morrer; eles não
experimentam nenhuma mudança brusca e, portanto, não há choque. “A.B.” (One Step Higher,
The C. W. Daniel Co. Ltd., 1937) disse a mesma coisa e usou a mesma palavra, “familiares”. O
"comunicador” de Lilian Walbrook (The Case of Lester Coltman, Hutchinson, 1924, p. xiv)
disse: “as coisas parecem familiares”. Um “comunicador” do Lord Dowding (Lychgate, Rider,
p. 35) disse: “O lugar era conhecido, mas não familiar”.

(b) Embora um projetor astral esteja em encarnação física e alguns de seus entes queridos
não o estejam, ele os "visita" durante as projeções e (embora raramente lembrando detalhes e, se
os lembrar, frequentemente pensa que a experiência foi somente um sonho) se mantém em
contato com eles. Isso é importante se uma criança faleceu, já que (dizem-nos) as crianças se
desenvolvem no “próximo mundo”. Constance Wiley (A Star of Hope, The C. W. Daniel Co.
Ltd., 1938) foi informada de que: “A criança é levada para encontrar seus parentes em seu
estado de sono, quando seus espíritos deixarem seus corpos”. Por outro lado, Geraldine
Cummins (Travellers in Eternity, Psychic Press) foi informada que garotos encarnados
encontrarão suas mães desencarnadas – “eles se lembrarão de suas palavras e conselhos e
acreditarão que isso são seus próprios pensamentos”. Os "comunicadores" da Sra. Keeler (1916,
p. 683) disseram que esses “encontros” não ocorrem no “próximo mundo” normal, isto é, no
“Paraíso” total, mas em “um lugar onde um dos dois amou na terra espera pelo outro, e assim
eles podem continuar o progresso juntos”. Outros “comunicadores” disseram isso. Por exemplo,
aquele de H. Dennis Bradley (Towards the Stars, T. Werner Laurie, 1924) disse: “Você não
deve imaginar que o lugar em que eles se encontram é o mesmo que a esfera em que as almas
desencarnadas vivem. É... um lugar intermediário, por assim dizer, onde a atmosfera não é
impossível nem para os mortos nem para os vivos”. O “comunicador” de I Awoke (David Stott,
1895, p. 117, Appendix, p. iii) disse: “Nós não entramos realmente no próximo estado até que
deixemos o mundo psíquico para trás de nós, definitivamente. Nossos corpos psíquicos não são
mais adequados para viver lá do que seus corpos o são para este mundo... Você não pode passar
para nós, nem nós para você, a não ser de maneira muito excepcional e parcial.” Esse “estado
intermediário”, que não é “Paraíso” total (o “próximo mundo” normal, das pessoas
equilibradas), é, evidentemente, também adentrado durante o processo de “comunicação” – ver
57

Diagrama No. 5, p. 209, do presente autor de The Supreme Adventure, James Clarke, 1961
[abaixo].

(c) Essas coisas são possíveis apenas por que, por outro lado, os seres queridos que
faleceram renunciam, por um tempo, a seu avanço. “F.W.H. Myers, comunicando (Sir Oliver
Lodge, The Survival of Man, Methuen, 1909, pp. 292, 302), observou que seu “espírito
missionário” manteve-o “feliz por um tempo”. Nestas condições abaixo do "Paraíso" completo,
as almas desencarnadas são menos vitais, vivas e alertas do que normalmente seriam, enquanto,
por outro lado, o mortal (mais ou menos evoluído espiritualmente e, portanto, projetado
astralmente) é, na época, mais vital, vivo e alerta do que em sua condição normal (corporificada
fisicamente). O "comunicador" de "A.L.E.H." disse (Fragments of my Messages) que a
consciência era "muito mais intensa", a de "A.B." (op. cit), disse "mais ativa", e o de Wilfred
Brandon (Open the Door!, Alfred Knopff, 1935) usou as mesmas palavras.

Hall (x, 1916, p. 641) fez a observação geral de que os "comunicadores" da Sra. Keeler
trouxeram ensinamentos quanto à “ordem cósmica”, a qual não difere dos ensinamentos dos
teosofistas, etc. A ideia de um homem como microcosmo (com um corpo físico, incluindo o
veículo de vitalidade, um Corpo Astral ou Corpo de Alma e um Corpo Espiritual ou Divino),
enquanto o universo – “a Terra e outros planetas” – é um macrocosmo com similar construção
(p. 642), cada “estrela” – tendo “um espírito dominante em si mesma” (p. 704), foi apresentada
em toda a literatura esotérica, desde os tempos mais remotos, e continua sendo dada assim. Ela
foi, claro, substituída pela moderna abordagem científica. Mesmo assim, o Dr. J. Parton Milum
considera que “A antiga ideia de que o homem é um microcosmo, ou pequeno mundo em si
mesmo, desenvolvendo-se em resposta ao Macrocosmo, ou Universo, e tendo sua contraparte
em seu próprio ser, é uma concepção muito mais adequada do que a tentativa predominante de
58

conceber o homem como um ser original em evolução”. O fato é que há algo a ser dito para as
duas concepções – ver The Supreme Adventure, p. xxx.

Com relação ao veículo de vitalidade, W. Whately Smith (e depois Carrington), em A Theory of


the Mechanism of Survival, the Fourth Dimension and its Implications (Kegan Paul, Trench
Trubner & Co., Ltd., 1920, p. 162), sugeriu que, em acréscimo ao corpo físico ou
tridimensional, nós temos “um corpo quadridimensional” [=o Corpo Astral ou de Alma] e o que
os teosofistas chamam de “o duplo etérico” [=o veículo de vitalidade] representa “o link de
conexão entre os veículos de três e quatro dimensões”. Isso foi frequentemente descrito por
clarividentes, p.ex., pelos hindus (que o chamaram de Prânamâyakosha = veículo de vitalidade),
por Frau Hauffe, na Alemanha (que chamou-o de “o nervo-espírito”, em Die Seherin Von
Provorst, 1829, p. 118), pelo Dr. Rudolf Steiner (que o chamou de “o corpo da vida” e “o
corpo de forças formativas”, na Teosofia, aetc., 1910), por Max Heindel (que chamou-o de “o
corpo vital”, em The Rosicrucian Cosmo-Conception, 1911), por Phoebe Payne e o Dr. L. J.
Bendit (que chamaram-no “o corpo etérico”, em The Psychic Sense, Faber, 1943, e em Man
Incarnate, T. P.S., 1957), etc.

O veículo de vitalidade foi também descrito por muitos projetores astrais, incluindo Vincent
Turvy (The Beginnings of Seership, Stead´s Publishing House, 1909, pp. 43, 45, 55, 57, 192),
Oliver Fox (Astral Projection, Rider, pp. 36, 78, 97, 142), Sylvan J. Muldoon (The Projection of
the Astral Body, Rider, 1929), e Yram (Practical Astral Projection, Rider). Foi também
mencionado por Reine em transe hipnótico (P. E. Cornillier, The Survival of the Soul, Kegan
Paul, Trench Trubner & Co. Ltd. 1921, p. 191), quando ela falou da “parte orgânica do corpo
fluídico”, dizendo que ele era “avermelhado” (enquanto o corpo Astral ou fluídico era “azul”), e
que ele se “derramava” [para fora do corpo físico], algum tempo após a morte, quando (p. 150)
então ele “retorna à matéria terrestre”.

Inumeráveis "comunicadores" (em acréscimo àqueles da Sra. Keeler) descrevem esse


importante fator corporal e chamam esse “derramamento” (que ocorre, em média, três dias após
a morte física) de “segunda morte” – isso se aplica seguintes "comunicadores" ingleses: M.
Hoey (I Awoke, Hoey, 1907, p. 52), A.L.E.H. (Fragments of my Messages, Women’s Printing
Society, 1929, p. 17), Marjorie Livingston (The New Nuctemeron, Rider, 1930, pp. 54-4),
Geraldine Cummins (The Road to Immortality e Beyond Human Personality, Ivor Nicholson &
Watson Ltd., 1932, p. 35), W. T. Stead (Communication with the Next World, Cricket Press,
1937), Sra. Alice Gilbert (Philip in Two Worlds, Andrew Dakers, Ltd., 1948 e Philip in the
Spheres, Aquarian Press, 1952), Jane Sherwood (The Psychic Bridge e The Country Beyon,
Rider), Oswald Murray (The Processo f Man’s Becoming and The Spiritual Universe,
Duckworth, 1921, 1924), Lord Dowding (Lychgate, Rider, 1945 e The Dark Star, Museum
Press, 1951), Revd. Wm. Stainton Moses (More Spirit Teachings, Fowler, 1911, p. 77) e Revd.
C. Drayton Thomas (Life Beyond Death with Evidence, Collins, 1928, p. 78).

Na América, os "comunicadores" da Sra. Cora L. V. Tappan (Discourses, Burns, 1875), Sra. S.


L. Ford (Interwoven, Boston, 1905, pp. 25, 160), Sra. May Wright Sewall (Neither Dead nor
Sleeping, Watkins, 1921, pp. 293, 301), H.A. e F.H. Curtiss (Realms of the Living Dead, 1917,
pp. 57,58), enquanto, na Alemanha, o “comunicador” de Fr. J. Greber (Communication with the
Spirit World, Felsberg, 1932) também descreveu-o. Embora vários termos tenham sido usados
nessas “comunicações”, incluindo “o nervo-alma”, “o princípio da vida”, “o corpo
unificador”, “o duplo”, “o duplo astral”, “a casca”, “a pós-imagem”, “a aura da saúde”, “a
forma psíquica”, “a vitalidade magnética”, “a aura magnética”, etc., eles obviamente se
referem ao mesmo importante fator corporal mencionado pelos "comunicações" da Sra. Keeler.

Clarividentes, projetores astrais e "comunicadores" (outros que aqueles da Sra. Keeler) também
descrevem os Corpos Astral [Alma] e Espiritual [=Divino ou Celestial] e os correlacionam com
os ambientes correspondentes (“Paraíso” e os verdadeiros “Céus” das Escrituras,
59

respectivamente). Em resumo, as “comunicações” de Keeler, como Hall observou, são


essencialmente idênticas a inúmeras outras.

A ideia da absorção da vitalidade cósmica (o “Prâna” dos hindus) pelo Corpo Astral projetado é
também apresentada por numerosos "comunicadores", diferentes dos da Sra. Keeler. O livro de
Anthony Borgia (ABC of Life, Feature Books, Ltd., 1945, pp. 36, 109, 111) diz: “Quando você
dorme, enquanto seu espírito corporal está ausente, seu corpo físico se recarrega com a energia
que mantém você vivo e ativo. Seu corpo é carregado com energia...” O “comunicador” de I
Awoke (p. 9) disse: “A vida é uma; é uma corrente elétrica, não material, de influências da
grande fonte da vida”. O “Quaestor Vitae” (Oswald Murray – The Process of Man’s Becoming,
Duckworth, 1921, p. 147-8) diz: “Todo mundo é um recipiente de vitalidade por influxo... O
influxo de pensamentos-contendo-vitalidade é inspirado através do mediador da sua atmosfera”.
“F. W. H. Myers”, comunicando através de Geraldine Cummins (The Road to Immortality, Ivor
Nicholson & Watson, 1935, p. 68) disse: “Durante o sono este corpo [=o que ‘atua como
intermediário entre o intelecto e o forma física’, isto é, entre o Corpo Astral ou de Alma e o
corpo físico, o veículo de vitalidade]... alimenta a forma física com unidades de vida, com força
nervosa”. “Vettellini” disse a P. E. Cornillier (op. cit., p.386) que o sono habilita o Corpo Astral
a reunir “a força vital” a partir das “correntes magnéticas e cósmicas”. Ele apontou que “a
quantidade proporcionada pela... comida, respiração, etc., não seria suficiente para sustentar a
vida se o hálito da força vital e cósmica não viesse para fortalecê-la. Isso se aplica a todas as
criaturas vivas [plantas e animais, bem como seres humanos].”

A ideia de que almas desencarnadas poderem ver a luminosidade gradualmente crescente do


Corpo Astral quando ele se separa de sua contraparte física, fornecida pelos "comunicadores" da
Sra. Keeler, em relação à projeção astral, isto é, às separações temporárias – e deve-se notar que
os "espíritos" comumente chamam os médiuns de "luzes" – é fornecida por outros
"comunicadores" em relação ao ato de morrer, isto é, a projeções permanentes. A “A.B.” (One
Step Higher, C. W. Daniel Co., 1937, p. 90) foi dito: “Guardiões ou guias estarão lá [no leito de
morte]. O real processo de morte, a passagem [do Corpo Astral] para novas condições coloca
uma série de vibrações em ação, o que forma um contato com a relações próximas do
moribundo. Aqueles que estão em vibração espiritual com essa alma saberão da sua ‘passagem’
e a procurarão”. “Judge Hatch” (Elsa Barker, Letters from a Living Dead Man, Rider, 1914, p.
184) disse: “Eu sei que ele estava para morrer – seu corpo ficou envolvido por uma luz peculiar
[o Corpo Astral]”. “J.V.H.” (Death’s Door Ajar, Rider, 1934, p. 100), similarmente, disse: “A
lâmpada da vida queima baixo no seu lado e alta do nosso. Então nós vemos o piscar da chama
terrena e sabemos que em breve ela se apagará.”.

O fato de que outros "comunicadores" diferentes dos da Sra. Keeler observarem que há uma
diferença significativa entre as projeções naturais e as forçadas do duplo foi anotado na p. 12.
Os "comunicadores" da Sra. Keeler estavam se referindo às projeções temporárias, isto é, à
projeção astral, enquanto o “Professor” (pelas comunicações) se referia às permanentes, isto é, à
morte (p. 15).

Exemplos de "comunicadores" diferentes dos da Sra. Keeler foram fornecidos no texto referente
ao “apagão” (ou “efeito túnel”), quando o Corpo Astral deixa o corpo físico, relativamente aos
“auxiliadores” e “dificultadores” e em relação ao Corpo Astral aparecendo como uma “névoa”
ou “vapor” durante o curso de sua separação do corpo.

A afirmação, dada em 1916, de que a saída do corpo em projeção astral, isto é,


temporariamente, é um “processo individual” é confirmada pelas “comunicações”, no sentido
de que deixar o corpo permanentemente também é um processo individual. Assim, o
“comunicador” de I Awoke (1895, pp. 27, 56) disse: “Não há duas almas iguais e não há duas
almas que tenham exatamente a mesma experiência”.
60

Não há necessidade de citar “comunicações” para apoiar a declaração de Keeler de que doenças
graves facilitam a separação temporária do “duplo”, desde que a maioria das separações
permanentes, isto é, mortes, são devidas a doenças graves. Ainda assim, de acordo, tanto com
Keeler como com outros "comunicadores", as projeções temporárias mais satisfatórias ocorrem
com boa saúde! Esta aparente contradição é explicada por possíveis diferenças entre os “duplos”
que são separados por pessoas que não são médiuns (a) em doenças graves, e (b) em boa saúde:
os que se projetam prontamente na doença são compostos (constituídos de algo do veículo de
vitalidade, bem como o Corpo Astral), mas não são instrumentos muito satisfatórios da alma
(porque o primeiro envolve mais ou menos o último, enquanto a pessoa em questão pode ou não
ter um desenvolvimento altamente moral e espiritual, de modo que o Corpo Astral pode ou não
ser organizado e disponível como um instrumento de consciência), mas aqueles que são
projetados prontamente em boa saúde são simples (somente Corpo astral, mais ou menos
organizado porque a pessoa é altamente desenvolvida no sentido espiritual, e também de valor
como instrumento de consciência, porque não está envolta pela substância do veículo da
vitalidade). Dois fatores estão envolvidos, isto é, facilidade para projeção e disponibilidade,
após a projeção, como um veículo da alma. Os médiuns possuem veículos de vitalidade “soltos”
e sempre tendem a expulsar parte deles com o Corpo Astral – mas esse fator encobridor
geralmente retorna, junto com o “cordão de prata”, ao corpo físico, pelo que o “duplo”
originalmente composto se torna simples (um processo que corresponde à “segunda morte”).

A noção de morte envolvendo “atravessar um ‘rio’” (=condição “Hades”) foi fornecida, em


grande detalhe, nas “comunicações” publicadas por F.H. e A. Curtiss (Realms of the Living
Dead, San Francisco, 1917, p. 27). É frequentemente mencionada em “comunicações”.

“Vettellini”, o “comunicador” de P. E. Cornillier (op. Cit., 1921, pp. 107, 122, 279, 288, 387),
como os "comunicadores" de Keeler, insistiu que cruzar as mãos ou pés interfere com a
liberação do Corpo Astral. Mas, é interessante notar que isso não é uma regra universal. Isso
não se aplica, sugerimos, às pessoas normais e saudáveis (cujo veículo de vitalidade está
fortemente costurado com o corpo físico e cuja liberação é na forma de um “duplo” simples,
isto é, o Corpo Astral apenas). Os casos excepcionais são de médiuns, com veículos de
vitalidade que são frouxamente associados com o corpo físico – estes tendem a soltar parte do
veículo de vitalidade junto com o Corpo Astral (isto é, um “duplo” composto). Nesse caso, o
veículo de vitalidade solto parece agir como uma “draga” na soltura do Corpo Astral, e se, em
acréscimo, as mãos ou pés estão cruzados (permitindo que as energias no veículo de vitalidade
circular), a soltura do “duplo” é realizada com ainda mais dificuldade. “A exceção prova
[=testa] a regra” [generalização]. Esta explanação da aparente discrepância entre testemunhos,
deduzida pelo presente autor, foi encontrada por ele nas "comunicações" recebidas através da
Sra. Keeler (p. 679), onde foi dito que cruzar as mãos ou pés “mistura as correntes nervosas e
dificulta a saída do [Corpo] Astral”. Não está escrito lá, entretanto, que este efeito se obtém
apenas com aqueles que têm veículos de vitalidade soltos, isto é, médiuns, e acreditamos que
seja esse o caso.

A sensitiva de Cornillier, Reine (que era ignorante em matéria paranormal), era médium. Entre
os itens que fizeram Cornillier acreditar na realidade do seu “auxiliador”, “Vettellini” (op. cit.
1921, p. 279) foi o fato de que em 6 de junho de 1913, este último reclamou que Reine havia
falhado em dar a Cornillier “uma importante injunção”: era que quando ela estava sozinha e
tentando soltar seu “duplo” ela deve colocar-se numa posição em que não seja possível que
seus pés se cruzem, nem que suas mãos se juntem; porque isso impediria seu Corpo Fluídico
[=Astral] de se desconectar completamente...” Em 1º. dezembro de 1913, enquanto o “duplo” de
Reine era liberado, Cornillier a viu fechar as mãos tensamente. Então ela as abriu e as expôs ao
seu “libertador”: “Mas, elas não estavam cruzadas, posso dizer! Que irritante você é!”

Muitos que passaram pelo “Terceiro Grau”, no qual se “ressuscita dos mortos”
cerimonialmente, envolvendo a soltura temporária do “duplo” como nos Mistérios antigos, se
61

perguntará por que o “duplo” não poderia ser liberado (=o candidato se “elevar”) até que os pés
estivessem descruzados.

“Comunicadores” diferentes dos da Sra. Keeler (p.ex., “Vettellini”, op. cit., 1921, pp. 40, 43,
138, 312, etc., e “Imperator”, More Spirit Teachings, Fowler, p. 76) aconselham ingerir pouca
ou nenhuma comida antes da sessão, enquanto o álcool (e algumas vezes o tabaco) são
proibidos. Eles também concordam que o avanço moral e espiritual é refletido na tenuidade (e,
portanto, na projetabilidade) do Corpo Astral. “Heslop” (Speaking Across the Border-line,
Taylor) disse isso. Outros usaram significativamente termos similares: o “comunicador” de
A.L.E.H. (op.cit) disse que a consciência se torna “muito mais intensa” que a de Wilfred
Brandon “ativa”, a de Kate Wingfield (More Guidance from Beyond, Philip Allan & Co., 1925),
“muito ativa”, etc. O “comunicador” de E. W. Fitzsimons (Opening the Psychic Door,
Hutchinson, 1933) disse muito especificamente: “Almas avançadas, que possuem o hábito de
sair do corpo durante o sono, não requerem ajuda na morte”. “Claude” (Sra. Kelway Bamber,
Claude’s Book, Psychic Book Club) disse à sua mãe: “Quando seu corpo dorme, sua alma vêm
aqui e passamos horas juntos... Para fazer isso, as pessoas devem ser evoluídas espiritualmente
em certo grau...”

Com relação à ideia de que o ambiente “Paraíso”, o “próximo mundo” normal, está relacionado
à “quarta dimensão” (e por isso o Corpo Astral é também chamado de “corpo
quadridimensional”), nós citamos dois "comunicadores" diferentes dos da Sra. Keeler. Podemos
também destacar que o “comunicador” de I Awoke (David Scott, 1895), forneceu, em um
Apêndice, "comunicações" que precederam as da Sra. Keeler, pois foram recebidas em 1891.
Elas incluíam as seguintes anotações: “Existe uma quarta dimensão... A quarta dimensão,
apenas vislumbrada por vocês, é a nossa primeira”. Ele passou a falar de uma maneira muito
parecida com a empregada nas "comunicações" sob consideração (recebidas em 1909-11 e
publicadas em 1916), e os exercícios recomendados lá: “Eu penso em um símbolo a ser
adicionado à linha [uma dimensão], o quadrado [duas] e o cubo [três] poderia ser este – uma
esfera oca com outras esferas ocas e menores dentro dela, como as bolas cortadas pelos
chineses. Essas esferas devem ser consideradas como compostas de um tipo de fluido elástico;
as esferas maiores, por compressão, passam pelas menores, e as menores, por expansão, passam
pelas maiores. Assim, cada esfera pode estar dentro ou fora das outras... O seu mundo e o
nosso não são como dois globos lado a lado, independentes entre si, mas como um Espírito [no
Corpo Astral] habitando um corpo [físico], ou seja, o nosso mundo habita o seu... Deixe-nos
chamar de inter-progressão quadridimensional, e então a quinta poderia ser chamada de trans-
progressão”.

A declaração dos "comunicadores", fornecida através da Sra. Keeler, de que uma ejeção muito
rápida do Corpo Astral (no caso das saídas temporárias), tende a abaixar o “nível” da
consciência e causar esquecimento da experiência fora do corpo, é paralela aos casos de
liberações permanentes, isto é, morte. Isso é mostrado no livro The Supreme Adventure (James
Clarke & Co. Ltd., 1961, pp. 21, 30, 37, 46), onde vários "comunicadores" são citados dizendo:
“Aqueles que morrem subitamente ficam sem saber que isso aconteceu”, “eles ficam em grande
confusão em relação ao que ocorreu”, “eles não acreditam que morreram”, etc.

Os "comunicadores" da Sra. Keeler disseram que nas saídas temporárias do Corpo Astral, este
último, frequentemente, deixa o corpo físico principalmente pela cabeça. Outros
"comunicadores", por exemplo, Heslop (op. cit) disseram: “O processo começa nos pés e
emerge da cabeça”.

Se o recém-liberado “duplo” deixa temporariamente um corpo horizontal , ele, frequentemente,


no início, toma uma posição horizontal, um pouco acima do corpo. Outros "comunicadores"
descrevem essa extraordinária posição obtida em liberações permanentes. Na Grã-Bretanha,
“Robertson”, descrevendo sua própria “passagem” (F.T. Robertson, Celestial Voices, H.H.
62

Greaves), disse: “Eu cheguei à consciência com meu novo corpo, ficando paralelamente sobre
meu antigo corpo e a uma jarda [91,44 cm] acima dele... Então... eu comecei a tomar uma
posição ereta”. “Heslop” disse que o recém-nascido “duplo” geralmente flutua horizontalmente
sobre o corpo...” Na África do Sul, a Fitzsimons (op. cit. 1933, p. 19), foi dito: “Ele flutua
horizontalmente sobre o corpo físico...” (O posicionamento na vertical começa logo após a
extensão do “cordão de prata” se romper).

Nós já apontamos que várias frases usadas para indicar que o “cordão de prata” é
essencialmente uma extensão: assim como a Sra. Piper soltou o Corpo Astral e "entrou" em seu
"cordão de prata", e o amigo de Crabbe "desceu" no mesmo, também na Alemanha o
"comunicador" de Grebber afirmou que o Corpo Astral encontra seu caminho de volta ao corpo”
ao longo" dele, e na Inglaterra "Heslop", comunicando-se, disse que ele retorna "através" do
cordão. (Nem Greber, nem Heslop haviam lido nada sobre esse assunto). Muitos
"comunicadores" (diferentes dos da Sra. Keeler) foram citados no livro The Supreme Adventure
(James Clarke & Co. Ltd., 1961, pp. 18, 20, 62, 66, 120, 126, 129, 130, 188) sobre o “cordão de
prata”.

Os "comunicadores" da Sra. Keeler (1916, p. 646) declararam que “Mesmo quando [o Corpo
Astral está], fora [do corpo físico] a conexão com o físico tende a influenciá-lo de algum modo.
Outros "comunicadores" disseram o mesmo. Por exemplo, o "comunicador” de J.S.M. Ward
(Gone West, Rider) disse que alguns mortais, cujos Corpos Astrais são temporariamente
liberados, "vagueiam ao longo da margem, por assim dizer, [='o lugar intermediário de Bradley,
p. 59], do plano espiritual [='Paraíso'], como se sua conexão com seus corpos os tornassem
apenas parcialmente conscientes do Mundo Astral em que se moviam". O suposto pai falecido
do Revd. C. Drayton Thomas, comunicando-se, disse o mesmo.

Os "comunicadores" da Sra. Keeler disseram que em saídas temporárias do Corpo Astral o


“cordão” deve ser elástico se se quiser viajar para longe do corpo. Isso é muito significativo em
relação ao que foi dito, por outros "comunicadores", ocorrendo em liberações permanentes do
“duplo” (o qual aqui é composto, consistindo de todo o veículo de vitalidade, bem como o
Corpo Astral). Ambos, o “duplo” e sua extensão, o “cordão”, aqui são compostos, e, desde que
ele inclui substância do veículo de vitalidade, no estágio inicial da morte, o “cordão” está longe
de estar elástico e assim, mesmo com pessoas avançadas espiritualmente, o “duplo” é mantido
dentro de uma curta distância, sobre o cadáver. Exemplos de distâncias “comunicadas”: “uma
jarda” [91,44 cm], “três pés” [91,44 cm], “uma pequena distância”, “um pouco”, “logo em
cima”, “próximo”. Após um período (em torno de três dias), o veículo de vitalidade é espargido
[=”a segunda morte”], e assim o “duplo” se torna simples (Corpo Astral apenas) e sua extensão
do “cordão” tem elasticidade infinita – o “espírito” está livre!

“Comunicações” diferentes das que foram transmitidas pela Sra. Keeler, relativas à “consciência
dual” foram fornecidas em The Supreme Adventure, pp. 20, 100, 101, 137, 142, 178. Exemplos
de "comunicações" que se referem a “dificultadores” e “auxiliadores” desencarnados foram
dadas no texto acima.

As "comunicações" de Keeler (X, 1916, pp. 683, 692), no sentido de que aquele que deixa o
corpo temporariamente pode assegurar-se do fato pela visão de seu corpo físico, é paralela
àquelas de outros "comunicadores", falando de liberações permanentes, quando alguém morre
durante o sono, e, portanto, sem saber do fato, quando então a constatação da morte é realizada
pela visão seu próprio cadáver. “Philip” (Philip in Two Worlds, pela Sra. Alice Gilbert, 1948, p.
89) disse: “Eu olhei e era o meu corpo. Eu olhei pra mim mesmo e vi meu próprio corpo
[‘duplo’] parecendo bem real e sólido... Eu soube que estava morto”. “Coltman” (Alice
Walbrook, The Case of Lester Coltman, Hutchinson, 1924, p. 5) disse: “Achei que os que
estavam ao meu redor não podiam me ver e voltei e vi meu corpo, jazendo morto”.
63

A descrição dos "comunicadores" de Keeler de como almas desencarnadas aparecem aos


mortais que estão temporariamente fora do corpo, isto é, para projetores astrais, como, ao
menos no início, “luzes espirituais”, “línguas de flamas”, etc., são exatamente paralelas às de
outras "comunicações – aquelas de Stainton Moses e de Wilfred Brandon foram citadas acima.

A ideia dada pelos "comunicadores" da Sra. Keeler de que nós, os mortais, somos criativos, é
dada por muitos outros "comunicadores". Aquele de J.S.M. Ward (Gone West, Rider) descreveu
condições no “Hades” (o ambiente que corresponde ao veículo de vitalidade) e disse: “Para
muitos espíritos, que não conhecem um plano mais brilhante, ele parece cheio de cores... Esta é
uma terra de transição, um meio-caminho para casa [=”o lugar intermediário de Bradley, p. 59],
pois ele está entre o físico e o plano espiritual [aqui = ‘Paraíso’]. Portanto, parece um tanto
irreal e mutável para habitantes de qualquer plano [=para mortais ou para almas
desencarnadas no ‘Paraíso’]. Assim, também, os elementos que o conformam são sempre
mutáveis e muito maleáveis [=ideoplásticos], frequentemente assumindo formas em
consonância com os desejos daqueles que passam através dele, mesmo quando eles são pessoas
dormindo e sonhando...”

“Comunicadores” diferentes dos da Sra. Keeler também enfatizam a importância da fé. Aquele
de Spiritual Reconstruction (Watkins, 1918, p. 120) aconselhou: “Aja como se o mundo-
pensamento realmente existisse... Isso é fé na perfeição. Veja seus lares simples, puros e
bonitos. Veja em sua vizinhança e em seus afazeres ordem e beleza, e fique cego a tudo o mais.
Isso vai trazendo a faculdade de construir imagens para a existência externa. Não se preocupe
com as falhas... Veja em tudo o que encontrar as pessoas ideais do seu pensamento. Tenha
apenas um único olhar.”

Será evidente que, embora, até onde sabemos, nenhum "comunicador" forneceu tantas técnicas
para a produção de projeção astral como os da Sra. Keeler, eles forneceram muitas ideias
idênticas e a filosofia geral dessas "comunicações" - algumas delas anteriores às da Sra. Keeler
– é a mesma. É fácil sugerir que esse fato não possui implicação objetiva, mas não é possível
provar isso. Aqueles que tomariam essa atitude são convidados a prestar particular atenção, ao
dar razões detalhadas e específicas, aos itens nos. 12, 15, 17, 18 e 20 da Tabela que forma nosso
Apêndice I. “Aquele que dá razão para o que diz, fez o que convém fazer e o máximo que pode
ser feito. Aquele que não dá razão não fala nada, embora nunca diga tanto”.
APÊNDICE IV
OBSERVAÇÕES FEITAS EM LEITOS DE MORTE

Numerosas pessoas fizeram observações em leitos de morte que são idênticas com as
declarações dos "comunicadores" da Sra. Keeler, tratadas acima. Essa identidade essencial de
conteúdo parece inexplicável na hipótese de que os "comunicadores" de Keeler viessem de
supostos fragmentos “subconscientes” da médium: em primeiro lugar, as observações que são
citadas abaixo foram feitas inteiramente independentes de médiuns e, portanto, de supostos
fragmentos “subconscientes” de uma mente mediúnica; em segundo lugar, essas observações se
referem à morte, e não a excursões do Corpo Astral, que são sempre temporárias e
frequentemente feitas num estado de boa saúde. Essas observações (não-mediúnicas) e as
"comunicações" (mediúnicas) têm duas coisas em comum – a identidade de suas descrições e o
fato de que elas descrevem um processo, aquele que acontece quando no abandono do corpo
físico.

Os "comunicadores" de Keeler descreveram frequentemente o Corpo Astral como escapando,


em saídas temporárias, do corpo físico, através de todos os poros, saindo principalmente pela
cabeça, e parecendo uma névoa para um observador, e em seguida, “se juntando” e
“gradualmente se tornando totalmente organizado”. Descrições idênticas foram dadas, por
não-médiuns, concernentes às liberações permanentes. Várias dessas descrições são anteriores
às "comunicações" de Keeler.

Na Grã-Bretanha, a Sra. Annie Brittain (“Twixt Earth and Heaven, Rider, p. 65) observou “uma
névoa violeta” deixar um corpo morrente, “aprofundando-se em torno da cabeça”. Ela se uniu e
gradualmente se tornou definida, até que formou “uma cópia exata do velho corpo”. A Sra. G.
Vivian, B.A. (Love Conquers Death, L. S. Publications, Ltd., pp. 117, 153), que observou a
“passagem” de sua mãe, viu “uma névoa” que “gradualmente tomou forma” , até que passou a
parecer a sua mãe. A Sra. Gladys Osborn Leonard (The Last Crossing, Psychic Book Club,
1937, p. 196), também relatou ver “uma névoa” deixar um corpo morrente. Florence Marryat
(The Spirit World, F. V. Wihte, 1894), que descreveu a passagem de uma amiga, disse: “Uma
película como uma nuvem de fumaça se uniu acima da sua cabeça; ela adquiriu a forma do
corpo da menina”.

O Major W. T. Pole (Private Dowding, Watkins, 1919, p. 101) observou “uma forma sombria
se formar sobre o corpo”. T. E. Morgan (in litt.) viu “o que pareciaser como uma fumaça”, a
Sra. Alexander (in litt.)21 “uma forma parecida com uma névoa que “parecia ser ela mesma”, a
Sra. “Joy” “uma nuvem negra”, etc.

Na América, uma escritora (Borderland, III, 1896, p. 271) estava presente na morte de um bebê.
Ela disse: “Uma névoa cinza emanada da cabeça. Ela se elevou e gradualmente se resolveu em
uma similitude com o a criança...” O Dr. R. B. Hout (Light, LV, 1935, p. 209), descreveu a
morte de sua tia, prefaciando sua descrição com a declaração de que não havia lido nada sobre
esse assunto. Primeiro ela viu “uma substância nebulosa, semelhante ao fog, cerca de dois pés
[60,96 cm] sobre a cama”. Continuou ela: “Gradualmente, contornos definidos se apresentaram;
a substância semelhante ao fog logo... se pareceu com o corpo físico de minha tia”. A mãe da
Sra. Gwynne Dresser Mack (in litt.) viu “uma fina espiral de uma névoa branca” se elevar do
corpo de seu marido que estava morrendo. A Sra. Eileen J. Garrett, clarividente que é hoje uma

21
Essas cartas serão depositadas com o S.P.R. 1 Adam and Eve Mews, London, W.8
65

mundialmente famosa investigadora, viu sua filha morrer (My Life as a Search for the Meaning
of Mediumship, Rider & Co. Ltd., 1939, pp. 26, 52, 90), disse: “Eu vi, se elevando sobre o corpo
de Ann, uma substância encaracolada, sombria, cinzenta. Quando eu entrei na sala ela estava já
se unindo... numa forma espiral, que, finalmente, desapareceu...”. A Sra. Garrett observou o
mesmo fenômeno quando seu filho morreu. Quando criança, ela havia visto algo semelhante na
morte de pássaros, etc. – “uma substância parecida com fumaça se elevando em forma
espiral...” [Isso era sem dúvida o veículo de vitalidade, isto é, um “duplo” simples]. Mais tarde,
a Sra. Garrett (Awareness, Creative Age Press, Inc., 1954, p. 181) descreveu um “duplo”
composto que viu quando um homem chinês morreu: “Eu percebi duas pequenas nuvens,
emitidas por seu corpo, uma no... nível do baço [=veículo de vitalidade], a outra do topo da
cabeça [=Corpo Astral]”.

Na Austrália, uma amiga da Sra. E. Herrick (in litt.) viu seu sogro morrer. “Um tipo de névoa se
elevou do topo de sua cabeça e gradualmente se tornou uma réplica do meu sogro...”

Os "comunicadores" da Sra. Keeler disseram que em saídas temporárias o recém-nascido


Corpo Astral se posiciona horizontalmente um pouco acima do corpo físico (também na
horizontal). Observadores de liberações permanentes descrevem notavelmente a mesma
posição. Eles incluem o Major Pole (op. cit. – “uma posição horizontal”), T. E. Morgan
(“horizontal”), etc. A Sra. Alice Mortley disse ao Dr. W. W. Hall (Observed Illuminates, The
C. W. Daniel Co. Ltd., 1926, p. 163) que ela estava presente em cinco “passagens”: em cada
uma ela “viu distintamente, deitada horizontalmente sobre o cadáver, uma forma luminosa que
era reconhecível como o indivíduo”.

Os "comunicadores" da Sra. Keeler disseram que o curso do “duplo” que escapa do físico é
frequentemente em espiral: uma descrição similar é citada acima.

Um importante fator da projeção astral, mencionado especificamente pelos "comunicadores" da


Sra. Keeler, mas não compreendido pelos especialistas, Drs. Lancelin e Carrington (enquanto
Muldoon foi obrigado a apontá-lo) é a existência de um “cordão de prata”. Esse fator é
apresentado nas "comunicações" como um transmissor de vitalidade do Corpo Astral liberado
para o corpo físico vacante, pelo que, quando de seu rompimento (“perda”, para usar uma
palavra empregada pelo Ecclesiastes xii, 6, alguns milhares de anos atrás), sobrevém a morte do
corpo físico. Seus muitos recursos são prontamente explanados na hipótese de que ele é uma
extensão temporária objetiva entre os corpos objetivos Astral e físico, mas se tornam bastante
inexplicáveis na hipótese alternativa, isto é que o Corpo Astral é apenas resultado de imagens
mentais.

Florence Marryat (op. cit.) observou: “Quando ela estava deitada, inconsciente, o espírito
[=’duplo’] acima, que ainda estava ligado a seu cérebro, coração e sinais vitais por cordões de
luz, como eletricidade, se tornou, como era, uma alma vivente. Os Espíritos de seu pai e avó
romperam... os cordões... Elevando-se entre eles, ela se foi”.

O Major Pole (op. cit) observou que “a forma sombria” que se estendia “em posição
horizontal”, em torno de dois pés [60,96 cm] acima do corpo morrente, estava “anexada ao
corpo físico por dois cordões transparentes”. Disse ele: “Um deles parecia estar ligado ao plexo
solar [= o ‘cordão’, ou extensão, do veículo de vitalidade] e o outro ao cérebro [= aquele do
Corpo Astral]... Duas figuras abaixaram-se sobre a cama e pareceram romper os “cordões”...
Imediatamente o ‘duplo’ se elevou...”
66

O Revd. G. Maurice e Irene H. Eliott (Angels Seen Today, Elliott, 1919, p. 123), que viram uma
mulher morrer, observaram: “Um cordão prateado estava anexado ao físico e ao Corpo de
Alma [= Astral], e os auxiliadores romperam-no”.

O Dr. R.B. Hout (op. cit.) atestou ter visto “uma substância semelhante à prata que estava
saindo da cabeça do corpo físico para a cabeça do espírito-duplo”. Disse ele: “Este cordão’
parecia vivo, com energia vibrante... Por fim, o fio de conexão se rompeu e o corpo-espírito
ficou livre. O corpo-espírito, que estava em posição supina [= horizontal] antes, agora se elevou
e ficou na vertical”.

O caso seguinte, contado pelo Sr. “G”, foi publicado no Journ. S. P. R., xii, 1908, p. 368.
“Minha esposa morreu às 23h45. Às 18h45... eu vi, flutuando através da entrada, três nuvens
separadas e distintas, em forma de estratos... Vagarosamente, essas nuvens se aproximaram da
cama até que a envolveram completamente. Então... eu contemplei, de pé à cabeceira de minha
esposa, uma figura de mulher que brilhava como o ouro mais brilhante. A figura... pareceu
expressar uma saudação... Duas figuras brancas ajoelharam-se ao lado de minha esposa,
aparentemente se inclinando em direção a ela... Acima de minha esposa, e conectado por um
cordão que saía de sua testa, flutuava, em posição horizontal, uma figura nua e branca,
aparentemente seu Corpo Astral. (Dr. Burgess, um especialista em doenças mentais e nervosas,
que estava presente a este leito de morte, escreveu: “De minhas próprias observações, eu posso
positivamente deixar de lado qualquer estado temporário de insanidade alucinatória durante o
tempo da visão que acabei de registrar... Eu conhecia o Sr. ‘G’ bem. Eu pude saber que ele
nunca havia lido nada na linha do oculto”.)

Estes eventos significativos são acompanhados por várias experiências, como as de “consciência
dual”, mencionadas pelos "comunicadores" da Sra. Keeler . Estas serão tratadas em um livro
vindouro, intitulado Experiences on the Threshold of the After-life, igualmente corroborado com
fontes de mediunidade inteiramente independentes. Daisy Dryden, com idade de dez anos,
quando morrendo, declarou: “Eu tenho um novo corpo espiritual... Eu posso ver vocês todos e
eu posso vê-los [amigos ‘mortos’] lá ao mesmo tempo” (J.A.S.P.R., XX, No. 6). O Dr. Charles
Richet, Professor de Fisiologia na Faculdade de Medicina, Paris, um pesquisador psíquico de
primeira linha e aquele que, tentando evitar aceitar a teoria da sobrevivência, avançou a da
criptestesia [=ESP], admitiu que casos como este (envolvendo uma criança pequena, que não
poderia ler ou ouvir nada sobre tais assuntos) seria mais prontamente explicado através da
hipótese da sobrevivência (Thirty Years of Psychical Research, Wm. Collins, 1923). Sua teoria,
embora engenhosa, era incapaz de lidar com certos fatos da experiência. “A experiência
humana”, declarou o Dr. Samuel Johnson, “que está constantemente contradizendo a teoria, é o
grande teste da verdade”. Os projetores astrais e observadores de leitos de morte citados acima,
corroborando os "comunicadores" da Sra. Keeler, podem dizer o mesmo que os apóstolos (John
iii, 11) – “Falamos do que sabemos e testemunhamos o que vimos”.
APÊNDICE V
O PROPÓSITO E OBJETIVO DA VIDA

De acordo com os "comunicadores" da Sra. Keeler, “o objetivo da vida é descobrir qual é o


objetivo da vida”. Na medida em que isso é considerado um assunto individual, pode ser
determinado pelo indivíduo, observando que proporção de seu "tempo livre" é gasto em quais
atividades. Mas aqui estamos tratando o assunto sob o ponto de vista geral e não como uma
questão individual: qual é o propósito da vida na Terra, de maneira genérica? Se as conclusões
alcançadas acima forem aceitas, temos algumas informações sobre este assunto também.

Na Alemanha, Johann Wolfgang Goethe (1749-1832), sem dúvida, com razão, sustentou que o
objeto da vida não poderia ser conhecido completamente por mortais – “O homem não nasceu
para resolver o problema da existência”, disse ele, “mas para tentar resolvê-lo”. Nosso
conhecimento e nossas profecias, de igual modo, são parciais, e o parcial se desfaz quando a
todo chega”. Na Grécia, Platão (427 A.C.), há muito tempo, considerava que os eventos desse
modo são imperfeitos e trocam reflexões de eventos no mundo perfeito da realidade. Rousseau
(1812-67) lamentou o fato de que o assunto sobre o qual o homem era mais ignorante era ele
mesmo. O Professor G. Elliott Smith, falando para antropólogos, em 1927, admitiu que isso era
ainda verdadeiro. No ano seguinte, outro antropólogo, Sir Arthur Keith, declarou: “Mente,
espírito e alma são as manifestações do cérebro vivo, assim como a chama é o espírito
manifesto de um candeeiro aceso”. Concluiu ele: “No momento da extinção, ambas, chame e
espírito, deixam de ter existência separada”.

A analogia de Keith foi injustificada. Estava, de fato, no mesmo nível dos selvagens sem
instrução. Quando marinheiros chegaram às ilhas dos mares do Sul pela primeira vez, os
nativos, que jamais haviam visto ferro, ficaram fascinados pelos pregos e seus usos. Os
marinheiros presentearam-nos com vários objetos cobiçados, e então eles os plantaram no solo
com a intenção de aumentar seu suprimento.

A analogia que o eminente Sir Arthur Keith traçou entre um homem vivo e uma vela de cera
não era menos falsa e, portanto, não menos enganosa, do que a que os habitantes das ilhas dos
mares do Sul fizeram entre uma semente viva e um prego de ferro.

A pesquisa psíquica era desconhecida ao tempo de Goethe e Rosseau, e foi desconsiderada por
Elliott Smith e Arthur Keith. Tornou-nos independentes de meras analogias, que, nesta conexão,
nunca podem ser próximas e, portanto, nunca constituem bases válidas de argumento.

O Dr. Eugène Osty, Diretor do Instituto Metapsíquico Internacional, Paris, em seu grande
trabalho, Supernormal Faculties in Man (Methuen, 1923, trad. Stanley de Brath), após revisar a
evidência da existência da telepatia, clarividência, etc., apontou que, se todos os tipos de
cognição supranormal forem exercitadas por uma única pessoa, “seu possuidor excitaria o
espanto estupefato de outras pessoas”. Continou ele: “E ainda tal ser, super-humano para a
nossa concepção, é uma possibilidade lógica”. Nós somos agora possuidores de informações
que nos tornam capazes, considerando o objetivo da vida, de basear algumas conclusões em
fatos estabelecidos.

Podemos usar uma analogia no que diz respeito ao procedimento. Suponhamos sermos
confrontados com uma máquina que foi enrolada em lonas. Como poderíamos decidir seu
propósito? Após remover a cobertura, poderíamos observar seus componentes – rodas,
alavancas, engrenagens, etc., e suas conexões, e assim emitir deduções a partir dos fatos
observados.

Agora a ciência psíquica, em grande medida, "tirou a lona" do homem, revelando seus
"componentes" (faculdades como telepatia, clarividência e presciência, habilidades como
68

projeção astral e experiências como as designadas místicas ou cósmicas), e suas "conexões"


(nos vários "eus", a saber, o eu menor, externo ou temporário, que usa o corpo físico, o eu
psíquico ou "Alma" que usa a Alma ou Corpo Astral, e o Eu Maior, Interno ou Eterno, a
Superalma, que usa o Corpo Espiritual).

PRIMEIRO OBJETIVO – INDIVIDUALIZAÇÃO E AUTOCONSCIÊNCIA

O Eu Eterno recebe (aparente) separação quando assume, primeiro o Corpo Astral, e depois o
corpo físico; nesse caminho, a personalidade é formada, com a possibilidade de
responsabilidade e, portanto, de avanço moral. Muitos "comunicadores" dizem isso, p.ex., “O
Espírito Universal tem uma individualidade através de sua associação com a alma e o corpo”.
Novamente, “o homem tira sua vida de Deus, mas ele é, em embrião, uma consciência Cósmica
que se torna individualizada somente através da encarnação, em vários estados da matéria,
incluindo sua própria carne”. “O Espírito é parte da consciência de Deus, habitando dentro de
você e o animando. Não é o seu Espírito, mas o Espírito de Deus em você. A Alma é
desenvolvida pela combinação de Espírito e corpo”. “A alma é a filha do Espírito e do corpo.
Com o propósito de criar o homem individual, uma parte de Deus, o Espírito, alia-se a um corpo
físico. O Espírito Universal é impessoal”. “Uma parte separada deste Espírito Universal,
ligando-se a um novo corpo físico, torna-se gradualmente pessoal através do contato com as
condições que vocês chamam de 'vida'".

Esses "comunicadores" (produtos subconscientes de fragmentos de mentes comuns?)


concordam com as idéias apresentadas pelo conhecido filósofo, a saber, o falecido Dr. C.E.M.
Joad, no último livro que publicou, a saber, The Recovery of Belief (Faber, 1952, p. 201). “O
Espírito... é eterno. Seu verdadeiro lar não está nesta, mas em outra ordem de realidade.
[Comparar São Paulo, Heb. Xiii, 14 – “Aqui não temos um lar permanente, mas buscamos a
cidade que está por vir’.] No cumprimento de um propósito, ele é encarnado em um corpo
[físico] ou, talvez, em vários corpos [físicos] sucessivos [reencarnação] e assim se intromete na
ordem do tempo... a mente é gerada pelo contato do Espírito com a ordem natural, temporal,
que resulta de sua incorporação em um corpo físico... Uma vez que uma mente passa a existir
como um subproduto da encarnação da alma na matéria, sua existência como um subproduto da
encarnação da alma na matéria, sua existência é apenas temporária. Além disso, não é na
mente que reside a unidade da pessoa... a unidade da pessoa reside, de fato, em uma região [O
Eu Maior ou Eterno, o Atman dos hindus] que normalmente é inacessível à consciência ".

Este julgamento final e ponderado do C.E.M. Joad é, é claro, idêntico às "comunicações" que
citamos - e os "comunicadores" o disseram primeiro; além disso, enquanto vários filósofos
divergem sobre este assunto, os "comunicadores" não - eles são unânimes.

Edward Carpenter (The Drama of Love and Death, George Allen & Unwin, 1924, p. 244)
aprofundou o assunto, indicando o papel que o corpo físico desempenha nestas circunstâncias.
Apontou: "Limitação e impedimento fazem parte do esquema cósmico na criação das almas. O
material da alma é capaz de percepções infinitamente mais rápidas e mais extensas do que
geralmente estamos cientes. Para que serve essa limitação? Ela serve à evolução da
autoconsciência e do senso de identidade. Foi apenas fixando a sensibilidade a um ponto no
espaço e no tempo, por meio de um corpo, e limitando suas percepções por meio dos órgãos-
alvo corporais da visão, audição, paladar etc., que esses novos valores poderiam ser adicionados
à criação - o eu autoconsciente e o senso de identidade. Através do desenvolvimento de
identidade a humanidade deve finalmente elevar-se a uma altura de glória de outra forma
inimaginável.

O Dr. William Wilson (After Life, Rider, p. 192) disse: “O propósito de nossa aparente
separação é que cada um possa perceber por si mesmo o Deus [Eu Maior, Interno, Eterno]
interior e aprender que o eu [menor, externo, temporário] deve ser conquistado. Somente assim
cada um pode se tornar um participante digno da Vida do Espírito quando o invólucro físico se
dissolver na morte".
69

O “comunicador” de Oswald Murray (The Spiritual Universe, Duckworth, 1924, p. 38), disse o
mesmo que o Dr. Wilson, antes dele, e em um contexto mais amplo – “Nosso circuito de
tornarmo-nos quem somos inclui nossa descida [a 'queda' na matéria] como Eus gérmicos
[=Eternos] do estado central ['Céu'] para este mundo externo, físico, passando por estados
intermediários [o Mundo da Alma ou 'Paraíso' ] antes de chegarmos aqui. Tornando-nos dotados
de um organismo, por parentesco humano, nossa autoconsciência se desenvolve, e nós re-
ascendemos [= a ressurreição da matéria] em nosso circuito de retorno conscientemente, através
dos mesmos estados, mas em ordem inversa, da circunferência ao centro, por onde descemos.
Nós descemos como unidades de vida consciente, mas nós re-ascendemos como eus finitos
autoconscientes”.

Sugerimos que a individualização e a autoconsciência, devido à assunção de um corpo físico


(comunicado do "outro lado" e sustentado por eminentes filósofos, médicos, homens etc.) é o
primeiro objeto da vida terrena.

SEGUNDO OBJETIVO – REALIZAÇÃO E INTERDEPENDÊNCIA

O segundo objetivo reconhecido da vida é complementar ao primeiro. Apesar da formação e


desenvolvimento (através da encarnação parcial dos Eus Maiores em corpos físicos) de vários
eus ou personalidades menores, a humanidade precisa lembrar a unidade essencial de todos os
eus, o fato de que todos nós somos "membros de um mesmo corpo" (Efésios, iv, 25).

Eus Maiores são "ramos da verdadeira Videira" (João xv, 1), de Deus-em-manifestação. Este
objeto, portanto, consiste na expressão prática da natureza fundamental do homem no curso da
vida cotidiana.

A seguir, exemplos de tais “"comunicações". "O ser do homem não é, como você imagina, um
átomo por si mesmo: todos são partes de 'um todo estupendo'". Um grande propósito na vida
terrena é a revelação de Deus. Amor significa dar, pensar fora de si mesmo. O amor é uma
corrente que flui para fora o tempo todo".

Novamente: "O amor que sentimos uns pelos outros é intangível para os que estão na terra. Mas
aqui o amor vive e é uma coisa tangível. Sem amor você está morto espiritualmente. Com amor
você é parceiro do próprio Criador Divino."

TERCEIRO OBJETIVO – EXPRESSÃO DO EU ETERNO ATRAVÉS DO EU


TEMPORÁRIO

O terceiro objetivo abraça os dois primeiros. Os eus que conhecemos (e o eu que mostramos aos
outros) são eus menores, meros fragmentos temporários, ou encarnações parciais, dos Eus
Maiores e Eternos, das Superalmas.

Um dos objetivos da vida terrena é a expressão e manifestação do Eu Maior através do eu


menor - particularmente por meio de atos através do corpo; na linguagem da Bíblia, o Reino de
Deus é assim trazido à terra.

Enquanto este objetivo permanece imperfeitamente alcançado, a queixa de São Paulo se aplica a
todos nós: "O que eu quero, isso não faço; mas o que odeio, isso faço" (Romanos, vii, 15).
Assim, do nosso ponto de vista (vendo apenas em parte), parece haver oposição entre o eu
menor, ou personalidade, e o Eu Maior, ou Individualidade, entre o "velho Adão" e "Cristo em
você".
70

É somente quando o grão de trigo cai no chão e morre que dá fruto (João xii, 24). A verdadeira
individualidade é alcançada apenas na entrega do eu inferior: "Seja feita a tua vontade, não a
minha" (Lucas, xxii, 42).

Isso não é uma invenção arbitrária de teólogos, está implícito na natureza do homem e de Deus.

QUARTO OBJETIVO – FORMAÇÃO DO CARÁTER

O quarto objetivo é a aquisição da experiência e do autocontrole, a formação do caráter. De


acordo com as "comunicações" psíquicas, esse processo organiza incidentalmente os corpos
psíquico e espiritual, tornando-os instrumentos eficientes do Eu Maior após a morte corporal.

Há inúmeras advertências de que, embora a vida terrena possa parecer difícil, uma vez que a
aquisição de certas virtudes é facilitada no corpo físico, as pessoas que negligenciam essa
oportunidade desejarão voltar à vida terrena; eles acharão a vida após a morte infinitamente
mais difícil do que a vida terrena. Aqui estão exemplos de tais comunicações.

Não espere até vir aqui. Defina para trabalhar de uma só vez. Ganhe o controle de si mesmo.
Então esvazie-se de si mesmo".

Novamente, "A Terra é a escola para o espírito. As lições de paciência, calma e perdão devem
ser aprendidas na vida terrena ou na vida após a morte. O que você chama de ninharias são
muitas vezes as lições realmente importantes..."

QUINTO OBJETIVO – HÁBITOS DESEJÁVEIS

O quinto objetivo da vida é a formação de hábitos mentais desejáveis. Estes são


necessariamente transportados para a vida após a morte e este objetivo é um aspecto especial do
anterior.

Uma vez mais, o corpo físico pode ser um auxílio ou um empecilho; sua relativa lentidão tende
a fixar hábitos, bons ou ruins.

Portanto, como Jesus indicou na parábola dos Talentos (Mateus. xxv, 14), a vida terrena tende a
ser um tempo de semeadura, e a vida após a morte um tempo de colheita. As forças que nós
mesmos infundimos aqui em nossas palavras e atos devem inevitavelmente se manifestar no
futuro.

O que foi dito acima é um avanço na ortodoxia, uma vez que, não apenas o ensino é dado, mas
a lógica do processo também é indicada. Aqui está uma "comunicação" para este efeito.

"Quais são seus bens mais valiosos? Amor, saúde, tempo, etc.? Decida quais são e observe
como você os está guardando. Cuidado com o que você realmente deseja.

"A vida terrena é mais seletiva do que a vida após a morte - uma chance maior de se
desperdiçar, uma chance maior de se desenvolver. Você está na terra para descobrir o que vale a
pena fazer e o que não vale. Não espere até morrer; seria muito mais difícil depois".

SEXTO OBJETIVO – EQUILÍBRIO

O sexto objetivo é o desenvolvimento completo ou equilibrado, a totalidade que era o ideal dos
gregos: nada demais e nada negligenciado. Os aspectos físico, intelectual, psíquico, estético e
espiritual da natureza total do ser humano merecem a devida atenção e desenvolvimento,
embora não devam ser superenfatizados.
71

O controle das emoções é um importante elemento nesse propósito geral. Uma vez que o corpo
físico retarda e entorpece as emoções durante a vida terrena, quando, na morte, ele é deixado,
emoções de natureza descontrolada e dolorosa - autopiedade, medo, depressão, raiva,
ressentimento, etc. - tendem a correr soltas e serem mais intratáveis e angustiantes do que antes.

A posse temporária de um corpo físico oferece uma oportunidade única de alcançar


desenvolvimentos equilibrados e, em particular, de manter as emoções dentro dos devidos
vínculos. Disso ficará claro que, longe de ser evitado, o sofrimento é incomensuravelmente
intensificado e prolongado pelo expediente do suicídio.

Os ensinamentos brevemente esboçados acima foram obtidos pelo autor através da análise de
numerosas "comunicações" psíquicas. Seu valor independe de sua origem: "Observe o que é
dito, não quem o diz".

Eles concordam, no essencial, com os ensinamentos ortodoxos da religião e da psicologia, mas


vão além. Além disso, eles são inerentes a um esquema eminentemente razoável sobre a
natureza do homem (tanto aqui como no futuro) e de Deus - um esquema e filosofia que recebe
considerável apoio da ciência psíquica.

Eles enfatizam o valor da expressão deliberada de pensamentos e emoções desejáveis através do


corpo físico, em atos e palavras específicos (evitando a expressão de pensamentos indesejáveis
por outros meios).

Do contrário, grandes oportunidades são perdidas para o alcance dos objetivos para os quais
viemos ao mundo (Provérbios, iii 27). Aquele que, por palavras e ações, beneficia o próximo,
incidentalmente organiza e vitaliza seus próprios corpos espiritual e psíquico, os instrumentos,
ou veículos, do espírito e da alma, respectivamente.

Quando ele entrar na vida após a morte, esses corpos estarão em uma condição ao mesmo
tempo tão eficiente e tão bonita que foram comparados por Jesus a "uma vestimenta nupcial"
(Mateus, xxii, 11).

SÉTIMO OBJETIVO – CRIAÇÃO

Como os "comunicadores" da Sra. Keeler (e muitos outros) disseram - e como a maioria das
pessoas descobrem por si mesmas mais cedo ou mais tarde em suas vidas - nós somos criativos:
até certo ponto nós (eventualmente) modificamos nossos corpos, criamos nossos ambientes e
atraímos nossos amigos. Nosso objetivo aqui deve ser claramente "criar" aquela condição de
corpo, aquele ambiente e aqueles amigos que realmente queremos, fazê-lo deliberada e
definitivamente (não "criar" vaga e inconscientemente aqueles que realmente não queremos,
aqueles que não trazem satisfação duradoura porque são contrários à nossa verdadeira natureza).

A vida, em grande medida, com seus sucessos e fracassos parciais, é descobrir se realmente
desejamos ou não certas coisas. Nós as "criamos" e depois as testamos em relação à satisfação
que elas nos trazem. Oscar Wilde disse: "Qualquer homem pode se tornar um empresário de
sucesso, se ele se dedicar a isso - esse é o seu castigo!" Amido (A Sabedoria do Espírito, Amica,
1943, p. 12) advertiu: "Cuidado com o que você ora [= anseia] - você certamente o obterá!"
Você, de fato, tenderá a criá-lo e atraí-lo. A experiência, já foi dito, é a melhor escola - mas as
taxas são altas.

OITAVO OBJETIVO – INTEGRAÇÃO, SALVAÇÃO

Embora a sobrevivência da alma à morte corporal seja universal e automática, sua obtenção da
imortalidade, da vida eterna, é condicional, como sustentavam os "comunicadores" da Sra.
Keeler (X, 1916, p. 653). O eu menor deve ser integrado ao Eu Eterno e alcançar a imortalidade:
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nas palavras de São Paulo (I Coríntios, xv, 44), "O ser perecível deve ser vestido com o
imperecível e o que é mortal deve ser vestido com imortalidade".

Constrói mansões mais imponentes, ó minha alma,


Como as estações rápidas rolam!
Deixa teu passado abobadado!
Que cada novo templo, mais nobre que o último
Feche-te do céu com cúpula mais vasta,
Até que por fim estejas livre,
Deixando a tua concha desgastada pelo mar inquieto da vida!

OLIVER WENDELL HOLMES (The Chambered Nautilus)


AGRADECIMENTOS
Pela permissão para fazer breves extratos de material protegido por direitos autorais, o escritor
agradece aos editores e autores listados abaixo. Especial agradecimento é feito à American
Society for Psychical Research, pela permissão da citação de seu Journal (Vol. X, 1916, pp.
632-60; 679-708; Vol. XII, 1918, pp. 39-60) e a Laura A. Dale, Editora do Journal, por suas
respostas gentis às várias perguntas. Aqueles interessados em projeção astral devem muito mais
à editora Rider & Co. Ltd. do que todos os outros autores colocados juntos: estamos em dívida
com ela por trabalhos como The Projection of the Astral Body, de Sylvan J. Muldoon e
Hereward Carrington (1929), The Phenomena of Astral Projection (1951), dos mesmos autores,
Practical Astral Projection, por Yram, Astral Projection, por Oliver Fox, The Mystery of the
Human Doube, pelo Hon. Ralph Shirley, Psychic Certainties e Man Outside Himself, ambos por
Prevost Battersby, My Occult Case Book, por Frank Lind, Man’s Unknown Journey, por
Staveley Bulford, etc., representando estudos-piloto para o trabalho subsequente do Professor
Hornell Hart, Diretor do International Project for Research on E.S.P. Projection (Proc. S.P.R.,
50, 1956) e outros. Agradecimentos são devidos ao autor de Psychic News pela permissão de
reimprimir (no Apêndice V) parte de seu artigo que foi impresso naquele Jornal em dezembro
de 1955.

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Alfred A. Knopf: Wilfred Brandon, Open the Door, 1936, p. 24.
American S.P.R.: X, 1916, pp. 632-60; 679-708; XII, 1918, pp. 39-60.
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