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Resumo 1

Aula 1 – 17/08

22 a 28 anos – adulto

28 a 33 anos – mudança no estilo de vida

33 a 40 anos – maior responsabilidade (família)

40 a 45 anos – transição para meia idade e crise dos valores.

45 a 60 anos – entrada na meia idade, escolhas sobre o futuro, preocupação com novas
tarefas.

60 + anos – idade adulta tardia, reflexão sobre decisões tomadas.

TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO ADULTO


Teoria das estações da vida – Daniel Levinson

Dividida por idades

Vida em estágios e 3 fases: adulto jovem, meia idade e idade avançada, com desafios e tarefas

1. Transição para o início da vida adulta (17-22anos) – início das escolhas profissionais e
afetivas

2. Entrando no meio adulto (22-28 anos) – decisões quanto a vida afetiva e profissional e estilo
de vida

3. Transição dos 30 anos (28-33 anos) – mudanças no estilo de vida

4. Estabelecendo-se (33-40 anos) – aumento da responsabilidade, inclusive no cuidado com


família

5. Transição para a meia idade (40-45 anos) – crise nos valores e na percepção da vida;
preocupação com legado

6. Entrada na meia idade (45-60 anos) – escolhas sobre futuro, compromisso com novas
tarefas e atenção ao legado

7. Idade adulta tardia (acima de 60 anos) – reflexão sobre decisões tomadas

Teoria das tarefas adultas – George Vaillant

Muito parecida com a teoria de Erick Erickson, acrescentou duas fases (consolidação de
carreira e tornando-se guardião do significado)

Desenvolvimento da identidade (valores, paixões e crenças)

Desenvolvimento da intimidade – relacionamentos recíprocos com outra pessoa

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Consolidação de carreira.

Generatividade – altruísmo e doação de si e de seus bens

Tornando-se guardião do significado – transmissão da tradição para a próxima geração

Atingindo a integridade – paz e unidade com a vida e com o mundo

Teoria do relógio social – Bernice Neugarten

Traz expectativas por idades (o que é esperado em certas idades)

Vida humana marcada por expectativas sociais classificadas poridade.

Pessoas que acompanham o relógio social têm mais probabilidade de serem aceitas e
engajadas socialmente. Pessoas que ignoram ou se atrasam no relógio social podem ser
condenadas ao ostracismo.

A DISSOLUÇÃO DA VIDA ADULTA E A JUVENTUDE COMO VALOR


Nos séculos 17 e 18 ser velho é valorizado, nos séculos 20 e 21 a velhice é desvalorizada.

Diferença cultural ocidental X oriental; desvalorização X valorização da velhice.

Envelhecimento com novo sentido

Momento de realização de sonhos abandonados, satisfação pessoal, liberdade, desfrutar da


independência e se reinventar. Época de se valer das possibilidades.

A velhice ativa se opõe a aposentadoria.

A Juventude como valor

Observa-se que a juventude ganha status e nova forma de consumo. Alongamento da infância.
Geração bumerangue (morar com os pais por mais tempo se isentando das responsabilidades
da própria vida).

Exigências da vida adulta

Maturidade, independência, responsabilidade e compromisso

Pré-modernidade: Valorização da vida adulta. Idade cronológica é menos relevante do que o


status da família na determinação da maturidade e do controle dos recursos de poder. As
Crianças consideradas “mini-adultos” (participavam do trabalho e do mundo social e
comportamento dos adultos mais solto e espontâneo)

Modernidade: Fases específicas para tarefas específicas. Cronologização da vida, aumenta a


distância entre adultos e crianças (mais dependentes), valores de igualdade e liberdade
associados a estágios da vida claramente definidos e separados; idade cronológica como
definidora. Estado moderno como instituição orientadora do curso de vida.

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Pós-modernidade: Desconstrução de conceitos trazidos pela modernidade. Desconstrução do
curso da vida, recusa a faixas etárias estanques, mudanças nos processos produtivos e
organizações familiares, apagamento da infância, apagamento das fronteiras entre juventude,
vida adulta e velhice, valorização das experiências, mercado de consumo define idades e seus
valores.

Vida adulta

Não mais como prenúncio para o envelhecimento, período de renovação ou resignação, curso
de vida – conexões entre vida pessoal e troca de gerações deixa de existir, espaço de
experiências abertas, adolescentização da vida, projeto reflexivo do “eu”, ideia de autonomia é
substituída pela situação de precariedade e dependência, marcado por uma dupla
precariedade: “de um lado uma juventude interminável, de outro a aposentadoria precoce,
por essa razão, o adulto ativo é cada vez mais um ideal e cada vez menos uma realidade”.

Na pós modernidade, quando esferas ideológicas e religiosas, família e profissão não são mais
pólos de identificação, desilusão se manifesta na indiferença ou no burnout.

Adulto está dissolvido – liberdade de escolha, mas dificuldade de ação.

Características que o identificavam negligenciadas.

Aula 2 – 31/08

ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
Dados estatísticos revelam que a população está envelhecendo rapidamente. Dados do IBGE
mostram o aumento do número de idosos comparado ao número de jovens.

A) Redução da taxa de natalidade – 3,2 em 1990 para 2,5 em 2019 e previsão de 2,2 em 2050 =
2019 - 705 milhões de idosos com 65 anos ou mais e 680 milhões entre 0-4 anos (mais avós do
que netos)

B) Aumento da expectativa de vida – 64,2 anos em 1990 para 72,6 anos em 2019 e previsão de
77,1 anos para 2050

C) População que mais cresce é de pessoas com mais de 80 anos- deve triplicar de 143 milhões
para 426 milhões

Década do idoso: sobrecarga do sistema de saúde e previdência.

O que é envelhecimento populacional?

Aumento do número de pessoas idosas em relação ao número de pessoas jovens.

“Uma história de sucesso, uma razão para celebrar o triunfo da saúde pública, dos avanços
médicos, do desenvolvimento econômico e social sobre doenças, lesões e mortes precoces
que limitaram a duração da vida humana ao longo da história”

O envelhecimento populacional é explicado por 4 fatores:

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1 Melhoria no tratamento de doenças e problemas de saúde

2 Melhores condições e acesso ao saneamento básico

3 Melhor acesso a serviços de saúde

4 Desenvolvimento tecnológico

Década do envelhecimento saudável

Mudar a forma como pensamos, sentimos e agimos em relação à idade e ao


envelhecimento

Garantir que comunidades promovam as capacidades das pessoas idosas

Oferecer serviços de cuidados e atenção primária à saúde dos idosos

Possibilitar o acesso a cuidados de longo prazo aos idosos que necessitarem

Necessidades:

Ações do Estado e da sociedade civil

Políticas públicas de saúde e prevenção

Oportunidades para desenvolvimento de potencialidades

Grupos de convivência

Segurança social, financeira e física - previdência social e justiça social

Envelhecimento no Brasil:

É heterogêneo: sexo, região, escolaridade, estado civil

Até 1970- população predominantemente rural e com altos índices de natalidade

Pós 1970- contexto urbano, que leva a

Maior acesso à educação

Mais acesso a serviços de saúde com melhor qualidade

Acesso a métodos contraceptivos e programas de planejamento familiar - Previsão de mais de


41 milhões em 2030 - 2060 – previsão de que a cada 3 brasileiros, um será idoso

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Legislação brasileira sobre o idoso

Estatuto da pessoa idosa (lei 10741/03)

Benefício da prestação continuada (garantido pela Constituição 1988 - 1SM para idoso com
mais de 65 anos e renda pessoal de cada membro da família referente a ¼ do SM)

Fundo Nacional do idoso (Lei 12.213/10)

Direitos garantidos

Sociedade preparada para a longevidade é uma sociedade preparada para todos. É inclusiva.

Planejar o tempo da velhice, o que fazer e como fazer. Revolução da longevidade, mudança de
paradigma: o idoso é protagonista do próprio envelhecimento.

CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS E PSICOLÓGICAS DO


ENVELHECIMENTO
O que é o envelhecimento?

Conjunto de conseqüências ou efeitos da passagem do tempo – tanto afetando os sistemas


fisiológicos principais, quanto cooperando para conquista da sabedoria e compreensão plena
do sentido da vida.

Envelhecimento pessoal pode ser fisiológico (orgânico) e psicológico (inteligência emocional)

Biológico:

De natureza multifatorial e depende da programação genética e alterações a nível celular-


molecular.

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SNC: estabilidade de estrutura. Não há como recuperar neurônios, mas tem propriedades que
reduzem o impacto do envelhecimento tais como: redundância (há mais neurônios do que
precisamos), mecanismos compensadores ( como ocorre em casos de lesões cerebrais),
plasticidade ( novas sinapses )

Mudança no sistema de neurotransmissores: dopamina (recompensa) e acetilcolina (formação


de memórias, aprendizado, controle da função motora e comportamento social)

Aspectos neuropsicológicos:

→Habilidades que se alteram e outras permanecem (inteligência verbal, atenção básica,


habilidades de cálculo e de linguagem)

→Regiões mais sensíveis às alterações do envelhecimento: lobo pré- frontal (dificuldades na


memória de trabalho, comprometimento na atenção e resgate de informações estocadas) –
Capacidades aprendidas se mantém cristalizadas e as fluidas tendem a declinar

→Lentidão no processamento de informações leva à dificuldade em compreender textos,


necessidade de mais explicações e mais tempo para executar cálculos

→Linguagem espontânea menos precisa e mais repetitiva

Psicológico:

Amadurecimento emocional e sabedoria

Redução da vulnerabilidade – sabedoria com realidade

Consciência de seus valores

Liberdade plena

Tipos de envelhecimento pessoal:

Robustez física e cristalização psíquica – perturbações emocionais em um físico sem


comprometimentos

Robustez física e maturidade psíquica – sem limitações orgânicas e emocionalmente maduro


(sabedoria)

Fragilidade física e cristalização psíquica – limitações e/ou incapacidades físicas e psiquismo


infantilizado

Fragilidade física e maturidade psíquica – limitações e/ou incapacidades físicas, mas


maturidade (aceitação da realidade e tolerância à dor)

Aula 3 - 14/09

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA DO ENVELHECIMENTO

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Nova visão sobre o idoso. Libertação na velhice, reinventar a própria vida. Construção para
uma velhice saudável.

Ser bio-psico-ssocial

Manter: autonomia da própria vida e interesses. Infantilizar o idoso retira dele a autonomia e
consequentemente ele perde a vontade de viver.

Diferença entre as psicologias que tratam o idoso:

→Psicologia da idade: comparação entre jovens e idosos

→Psicologia do idoso: aceitação da morte

→Psicologia do envelhecimento: integração com outras áreas do saber para promover uma
velhice saudável. É uma área de conhecimento que busca a interação com outras áreas do
saber, como a Biologia, a Antropologia e a Sociologia. Percebe o envelhecimento como
marcado por 4 influências: socioculturais, socioeconômicas, psicossociais, biológicas

Life-Span:

Valorização do desenvolvimento ao longo da vida e consideração à heterogeneidade da velhice

Valorização do envelhecimento saudável e funcional

Envelhecimento é multideterminado e pode ser: normal, patológico ou ótimo

O envelhecimento é construído ao longo da vida.

Envelhecimento saudável:

Equilíbrio entre limitações e potencialidades que podem ser otimizadas através de


intervenções, como adquirir novos aprendizados. Desenvolvimento físico e emocional

Educação na velhice:

Desenvolvimento psicológico ao longo da vida e dependente de fatores genético-biológicos e


sócio-culturais

Aquisição de novos conhecimentos e habilidades como fundamental. Estimular o cérebro com


acomodações e assimilações (Piaget – construtivismo) para fazer novas conecções neurais
(neuroplasticidade)

Teorias sobre o envelhecimento:

SOC - Seleção, otimização e compensação (Paul Baltes e Margareth Baltes)

Como pessoas manejam mudanças em suas condições biológicas, psicológicas e sociais.

Uso dos recursos internos e externos de cada pessoa

Seleção – especificação e diminuição de alternativas.

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Otimização – gerenciamento de recursos para alcançar níveis mais elevados de
funcionamento.

Compensação – novas alternativas para se adaptar.

Como manejar mudanças em suas condições atuais.

Teoria da seletividade socioemocional - (Laura Carstensen)

Busca explicar o declínio das interações sociais e mudanças no comportamento emocional de


idosos.

Relacionamentos que ofereçam maior retorno emocional

Participação em atividades educativas como possibilidade de interações sociais

O idoso isolado tende a ficar patológico. É fundamental que o idoso perceba que tem pessoas
que se importam com ele.

Dependência aprendida -

Dependência é multidimensional e se relaciona a fatores como: incapacidade, motivação,


posturas discriminatórias

Refere-se tanto a perdas quanto ganhos na velhice (atenção, contato social e controle passivo)

Educação como possibilidade de resgate da autonomia (aumento da autoconfiança e


independência, autoconhecimento, capacitação para lidarem com problemas práticos)

Está relacionada a perdas e ganhos, controle passivo.

Construto da qualidade de vida - (M.P. Lawton)

Investigação com idoso de 4 dimensões: competência comportamental, condições ambientais,


qualidade de vida, bem estar subjetivo

Intervenções para que sujeito e meio estejam ajustados

Ajustar o idoso ao meio (bem-estar)

Para se trabalhar com idosos possuem exigências:

Conhecer sobre mudanças cognitivas, problemas e vida diária dos idosos, características da
psicopatologias e metodologias de avaliação para trabalhar com esse grupo

Conhecer o contexto e suas influências- histórias dos idosos, atenção às diferenças de gênero
e problemas psicológicos

Não se limitar ao uso de técnicas de reminiscências e terapias de revisão de vida, de


orientação para a realidade ou contenção de sintomas comportamentais

Aproximação das terapias cognitivo-comportamentais

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Valorização da psicoeducação

Demandas do idoso não se relacionam à idade, e, sim, a questões em que o idoso tem
dificuldade de enfrentamento e controle da situação

Intervenções:

→Resgatar seus potenciais

→Acionar suas reservas sociais, emocionais e cognitivas

→Possibilitar o desenvolvimento da autonomia - autoeficácia e controle, mesmo diante de


dependência física

→Recuperar e permitir ao idoso evidenciar suas habilidades e competências pessoais, seu


controle, seu engajamento social, suas experiências, suas habilidades para relaxar

→Ampliar os recursos de enfrentamento dos idosos

Desenvolvimento Físico e Cognitivo na Vida Adulta Tardia


PAPALIA, Diane E.; MARTORELL, Gabriela. Desenvolvimento humano

Capítulo 17 – páginas 496 a 508


Objetivos:

1 Discutir as causas e o impacto do envelhecimento da população.

2 Caracterizar a longevidade e discutir as teorias biológicas do envelhecimento.

3 Descrever as mudanças físicas na vida adulta tardia.

4 Identificar fatores que influenciam a saúde e o bem-estar na vida adulta tardia.

5 Descrever o funcionamento cognitivo dos idosos.

A velhice hoje

Diferença entre culturas da maneira que se vê o idoso (ocidental X oriental), desvalorização X


valorização.

Esforços para combater preconceitos, os idosos ganham maior visibilidade ao se mostrarem


ativos e saudáveis.

Idadismo ou Ageismo - Preconceito ou discriminação contra uma pessoa (geralmente o idoso)


baseado na idade.

O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

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A população global está envelhecendo. Projeta-se que a população mundial com mais de 80
anos irá quase triplicar entre 2015 e 2050.

O envelhecimento da população é resultado de declínio na fertilidade acompanhado de


crescimento econômico, melhor nutrição, estilos de vida mais saudáveis, melhor controle de
doenças infecciosas, melhorias no acesso a água e saneamento básico e avanços na ciência,
tecnologia e medicina.

DO IDOSO JOVEM AO IDOSO MAIS VELHO

Envelhecimento primário:

é um processo gradual e inevitável de deterioração física que começa cedo na vida e continua
ao longo dos anos. Envelhecimento primário é um processo da natureza, governado pela
biologia

O envelhecimento secundário:

resulta de doenças, abusos e maus hábitos, fatores que em geral podem ser controlados.
Envelhecimento secundário é resultado do ambiente.

Especialistas em envelhecimento referem-se a três grupos de adultos mais velhos:

Idoso jovem - entre 65 e 74 anos, que em geral são ativas, animadas e vigorosas.

Idoso idoso - entre 75 e 84 anos

Idoso mais velho - pessoas de 85 anos em diante, estão mais propensos a uma
condição de fragilidade e doença, e têm dificuldade em administrar as atividades da vida diária
(AVDs)

Idade funcional: a capacidade de uma pessoa interagir em um ambiente físico e social em


comparação com outros da mesma idade cronológica

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Gerontologia é o estudo dos idosos e dos processos de envelhecimento.

Geriatria, o ramo da medicina que trata do envelhecimento, preocupam-se com as diferenças


entre os idosos.

DESENVOLVIMENTO FÍSICO

Longevidade e envelhecimento

A expectativa de vida baseia-se na média de longevidade, ou quanto tempo vivem os


membros de uma população.

O tempo de vida humano é o período mais longo que os membros de nossa espécie podem
viver.

TENDÊNCIAS E FATORES NA EXPECTATIVA DE VIDA

A expectativa de vida vem aumentando gradativamente. Espera-se que um bebê nascido em


2016 viva até os 78,6 anos, aproximadamente 30 anos a mais do que um bebê nascido em
1900, e mais de quatro vezes mais do que no início da história da humanidade.

As taxas de expectativa de vida começaram, então, a ser mais afetadas pelas mortes causadas
por doenças crônicas, como câncer e doenças cardíacas, e apesar de continuarem a aumentar
em meados do século XX, a mudança foi menos drástica.

Diferenças de gênero

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Mulheres vivem mais tempo e apresentam taxas de mortalidade mais baixas em todas as
idades do que os homens.

A distância entre os gêneros é maior em nações industrializadas onde a renda é mais alta e a
mortalidade feminina diminuiu acentuadamente com as melhorias na assistência pré-natal e
obstetrícia.

A vida mais longa das mulheres também tem sido atribuída à sua tendência maior de tomar
conta de si próprias e de buscar cuidados médicos, ao nível mais alto de apoio social que
recebem e à elevação de seu nível socioeconômico nas últimas décadas. Além disso, os
homens tendem a fumar e a beber mais, e também estão mais expostos a toxinas perigosas

Diferenças regionais e raciais/étnicas

Entretanto, a diferença nas expectativas de vida entre países desenvolvidos e países em


desenvolvimento é enorme.

A renda e a geografia também afetam a expectativa de vida. O alto nível socioeconômico está
associado com um aumento na expectativa de vida.

Em nível global, a expectativa de vida saudável (EVS) é de 62 anos para os homens e 64,8 anos
para as mulheres.

POR QUE AS PESSOAS ENVELHECEM

À medida que envelhecemos, podemos sentir os efeitos de diversas doenças ou condições


crônicas. Esse processo é chamado de senescência, o declínio no funcionamento físico
associado ao envelhecimento.

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As teorias de programação genética: propõem que o corpo da pessoa envelhece de acordo
com instruções inatas ao código genético e que o envelhecimento é uma parte normal do
desenvolvimento.

Descobriu que células humanas se dividem no laboratório não mais do que 50 vezes, número
hoje chamado de limite de Hayflick. Hayflick (1981) argumentou que as células passam pelo
mesmo processo tanto no corpo quanto na cultura de laboratório. Depois que as células não
podem mais se replicar, o corpo perde a capacidade de reparar tecidos danificados e, assim,
começa a envelhecer.

A favor dessa teoria, as pesquisas mostram que os telômeros ficam mais curtos com a idade e
que a taxa de encurtamento telomérico está relacionada à taxa de envelhecimento.

De acordo com a teoria endócrina: o relógio biológico age através dos genes que controlam as
mudanças hormonais. Perda da força muscular, acúmulo de gordura e atrofia dos órgãos
podem estar relacionados a declínios na atividade hormonal.

Teoria evolucionista do envelhecimento: a adequação reprodutiva é a principal meta da


seleção natural. Assim, a seleção natural age com mais vigor sobre os indivíduos jovens, que
têm diante de si muitos anos de reprodução potencial.

A teorias de taxas variáveis: o envelhecimento é o resultado de processos randômicos que


variam de pessoa para pessoa.

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A teoria do desgaste normal: afirma que o corpo envelhece como resultado do acúmulo de
danos ao sistema no nível molecular. Assim como as peças de um carro usado, as partes do
corpo acabam por se desgastar.

Teoria dos radicais livres: propõe que o envelhecimento é o resultado da formação de radicais
livres, um subproduto dos processos metabólicos.

A teoria dos radicais livres foi expandida para formar a teoria mitocondrial do
envelhecimento. As mitocôndrias, organismos minúsculos que geram energia química para as
células e tecidos, desempenham um papel importante na sobrevivência das células em
condições de estresse e no fornecimento de energia ao corpo.

A teoria da taxa de vida postula que há um equilíbrio entre metabolismo, ou uso de energia, e
ciclo de vida. Quanto mais rápido o metabolismo do corpo, menor é o seu tempo de vida, e
vice-versa.

As teorias de taxas variáveis e de programação genética têm implicações práticas. Se os


humanos estão programados para envelhecer em uma determinada proporção (ou taxa),
pouco podem fazer para retardar o processo. Se, por outro lado, envelhecer é variável, então
as práticas de estilo de vida podem influenciá-lo.

POR QUANTO TEMPO A VIDA PODE SER PROLONGADA?

A curva de sobrevivência representa a porcentagem de pessoas ou animais vivos em diversas


idades. Com relação aos seres humanos, a curva atual termina em torno dos 100 anos, o que
significa que pouquíssimas pessoas sobrevivem além desse marco.

Cientistas têm prolongado o tempo de vida saudável de minhocas, moscas-das-frutas e


camundongos por meio de pequenas mutações genéticas. Em seres humanos, naturalmente, o
controle genético de um processo biológico pode ser muito mais complexo. Visto que nenhum
processo ou gene simples parece ser responsável pelo envelhecimento e pelo fim da vida, é
menos provável que encontremos soluções genéticas rápidas para o envelhecimento humano
Além disso, as técnicas que se mostram promissoras em espécies de vida curta podem não se
aplicar a humanos.

Teóricos, apontam para dados que mostram aumentos contínuos em longevidade.

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Pesquisas sugerem que prolongar o ciclo de vida saudável, um objetivo com valor intrínseco,
pode aumentar a expectativa de vida. Ela também sugere que a área mais frutífera para
intervenções na longevidade deveria focalizar o estilo de vida saudável e a redução de riscos.

Uma análise crítica abrangendo 15 anos de pesquisa sugere que a restrição calórica pode ter
efeitos benéficos sobre o envelhecimento humano e a expectativa de vida. Evitando alimentos
industrializados ricos em carboidratos refinados e óleos parcialmente hidrogenados. Em
comparação com grupos-controle com dieta caracteristicamente ocidental, os membros da
sociedade mostraram uma baixa porcentagem de gordura corporal e redução na incidência de
diabetes, câncer e doenças relacionadas à idade. Além disso, um estudo demonstrou que, ao
menos no curto prazo, uma intervenção de restrição calórica de 25% promovia mudanças
positivas em marcadores relativos ao risco de doença e ao envelhecimento em seres humanos.

Mudanças físicas

Algumas mudanças físicas normalmente associadas ao envelhecimento são óbvias para um


observador casual. A pele mais velha tende a se tornar mais pálida e menos elástica, e
conforme a gordura e os músculos atrofiam, a pele fica enrugada. São comuns varizes nas
pernas. O cabelo fica mais fino, grisalho e depois branco, e os pelos do corpo tornam-se mais
ralos.

Adultos mais velhos diminuem um pouco de tamanho em razão da atrofia dos discos entre as
vértebras da coluna. Além disso, a composição química das alterações ósseas traz um risco
maior de fraturas. Mudanças menos visíveis, mas igualmente importantes, afetam os órgãos
internos e o organismo em geral, o cérebro e o funcionamento sexual, motor e sensorial.

MUDANÇAS ORGÂNICAS E SISTÊMICAS

São altamente variáveis. Alguns organismos declinam rapidamente, outros quase nada.

A capacidade de reserva é uma capacidade extra que ajuda os organismos a funcionar até seus
limites em tempos de estresse.

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O ENVELHECIMENTO DO CÉREBRO

Sofrem declínios na capacidade do cérebro de processar informações rapidamente, no


funcionamento executivo e na memória episódica. Em pessoas saudáveis e normais
geralmente são sutis e fazem pouca diferença em seu funcionamento. Isso ocorre porque o
cérebro retém um nível significativo de plasticidade e pode reorganizar os circuitos neurais e
contornar o problema de modo a compensar os efeitos do envelhecimento.

Algumas áreas do cérebro se tornam mais ativas com a idade para compensar. Adultos mais
velhos utilizam suas enormes reservas de conhecimento para fortalecer estrategicamente suas
capacidades reduzidas de processamento, o que lhes permite compensar com uma tomada de
decisões mais lenta, ainda que muitas vezes melhor.

Outra mudança característica é a diminuição na quantidade, ou densidade, do


neurotransmissor dopamina devido à perda de sinapses. Esse declínio geralmente resulta em
um tempo de resposta mais lento.

A bainha de mielina, que permite a rápida transmissão dos impulsos neuronais entre regiões
do cérebro, começa a diminuir. Essa deterioração da mielina do cérebro, ou substância branca,
está associada ao declínio cognitivo e motor.

Os pesquisadores descobriram que cérebros mais velhos podem criar novas células nervosas a
partir de células-tronco – algo considerado impossível no passado. Parece provável que, em

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seres humanos, a atividade física combinada aos desafios cognitivos possa promover o
crescimento de novas células.

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