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OS BENEFÍCIOS TRAZIDOS PELA HIDROGINÁSTICA PARA MULHERES NA TERCEIRA

IDADE: PERSPECTIVAS ENCONTRADAS NA SUA ÓTICA. *

Tereza Izabel Silva, Acadêmica - Ufal

INTRODUÇÃO

Numa perspectiva histórica, a velhice é vista de várias maneiras dependendo da cultura de cada
sociedade ou civilização. Nas sociedades primitivas o velho era como uma fonte de sabedoria e por isso
obtinha o respeito dos jovens. Já a civilização grega idealizava um corpo perfeito e por isso seus anciãos
eram desprezados. Porém, com o avanço da escrita, o conhecimento do velho foi sendo descartado e
considerado como “caduco”.
Para as sociedades modernas prevaleceu o conceito em que a velhice é algo a ser desprezado e isso é
bem acentuado com o sistema capitalista. O valor está no jovem que tem força e disposição para o trabalho,
dando o tão sonhado lucro. Assim o idoso fica de lado, as instituições destinadas a ele não recebe verbas e
apesar de ser lei que seja propiciado ao idoso o bem estar físico, social e psicológico. Temos assim uma
sociedade contraditória, valorizando apenas o jovem como instrumento de lucro.
Aposentar-se é obter o status de idoso. Isso dá-se por não ser economicamente ativo, e assim se
torna incapaz de desempenhar diversas funções. O excesso de tempo livre e que possa ser preenchido com
atividades produtivas dá a ele o sentimento de inutilidade que aumenta com a perda do poder de decisão.
Viver no passado se torna uma fuga de si mesmo, o que proporciona um afastamento social.
Tal afastamento junto com a debilidade física que acentua-se com o tempo faz com que o idoso seja
afetado psicologicamente.
No entanto a prática de atividades físicas tem entrado em cena como uma ferramenta poderosa para
o combate aos problemas biopsicossociais. Este estudo trata da hidroginástica como um tipo de atividade
física aquática que trabalha todos os aspectos para a preservação e promoção da saúde do idoso. Na cidade de
Maceió a procura pela prática da hidroginástica tem uma predominância do sexo feminino.

PROBLEMA

Quais os benefícios trazidos pela hidroginástica na perspectiva das idosas que freqüentam a
Academia Golfinho?

OBJETIVO

Buscou-se verificar, através dos depoimentos das idosas, os aspectos positivos proporcionados pela
Hidroginástica.

JUSTIFICATIVA

A justificativa do estudo reside, não só em obtermos mais este conhecimento, como também a
busca de uma visão mais ampliada sobre o idoso de um modo geral em atividade física, pois nossa sociedade
esta orientada para os jovens.

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* Trabalho desenvolvido como requisito parcial da disciplina Introdução a Metodologia Científica.
Atualmente encontra-se em andamento junto a linha de pesquisa Atividade Física e Saúde – LEPEL/UFAL,
grupo temático Atividade Física para a terceira idade. Orientadora prof ª Dr ª Leonéia Vitória Santiago.
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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a observação participante, que se deu através da nossa participação junto
ao grupo de idosas na aula de hidroginástica, possibilitando assim uma melhor visão e interpretação da
importância que cada senhora dedicava à prática desta atividade, além da seriedade com que cada senhora
encarava os exercícios apresentados para a prática.

REVISÃO DE LITERATURA

1. A velhice na história da humanidade

Com o triunfo do cristianismo, os novos tempos do Ocidente vão refletir a dicotomia imemorial
sobre a velhice. No século VI, Santo Isidoro de Sevilha vai repercutir o pensamento da Igreja e vê na velhice
(que vai dos 50 anos após 70 e não tem mais limite e vai até a morte). Uma decadência: “os velhos não tem
mais tanto bom senso e caducam, na velhice”.
Na Idade Média com seu regime feudal os heróis são sempre jovens cavaleiros dispostos a operar
prodígios. A velhice é sempre o momento do cristão convicto se preparar a abandonar e cuidar de sua
salvação no outro mundo. Afinal, mesmo jovem, o corpo era um farrapo humano. O que interessava era a
salvação.
Na Renascença, a velhice vai continuar associada ao tempo : a decadência da vida. Este é o tempo
onde o corpo é visto por um ângulo, sendo pintado, esculpido e estudado como nenhum outro tempo. O corpo
humano começa a ser visto como uma máquina. Mas, infelizmente, nada pode ser feito para deter os estragos
do tempo sobre a máquina.
Na Idade Moderna com a ascensão da burguesia, o velho vai ganhar um maior espaço para existir.
Vai adquirir uma importância particular porque encarnará a unidade e a permanência da família, através dos
seus bens materiais acumulados: é o tempo do individualismo burguês, que é a base do capitalismo. Mesmo
velho, o chefe de família permanece como proprietário e com poder econômico, o que, de certa forma, o
valoriza e o transforma num centro de atenção (e de lutas) para os mais jovens. E a mais terrível imagem
dessa época é a do homem velho destituído de seus bens pelos seus próprios filhos.
No século XIX que vão começar a se constituir as duas ciências da velhice, cristalizadas no século XX: a
Gerontologia (que estuda o processo fisiológico do envelhecimento) e a Geriatria (que trata das enfermidades
da velhice). (Lorda, 1995)
Na atualidade, apesar de presente na mídia, a velhice vive seu eterno conflito, ora sendo exaltada
como na visão platônica, ora sendo degradada como na visão aristotélica. Para Beauvoir (1990), escrevendo
na França na década de 70, “a condição das pessoas idosas é hoje escandalosa”. A sociedade fecha os olhos,
não apenas para os velhos, mas para os deficientes, os jovens delinqüentes, a criança abandonada. A visão é
hegemônica em nossa sociedade e o velho (e a criança) estão fora do mundo do adulto, do mundo do poder.
E, para Beouvoir (1990) não existe reprocidade no olhar extraordinário que a sociedade lança sobre o velho e
que o asila como um morto em liberdade condicional:

“Até certo ponto, essa condição do velho é simétrica à da criança, com a qual
o adulto também não estabelece reciprocidade. Não é por acaso que é tão
comum se falar, nas famílias da criança ‘extraordinária para a sua idade` , e
também do velho ‘extraordinário para a sua idade`: o extraordinário é que, não
sendo ainda homens, ou não sendo mais homens, eles tenham condutas
humanas. Vimos que, em várias comunidades primitivas, velhos e crianças
pertencem à mesma classe de idade, e que ao longo da história, atitude dos
adultos é, em geral, análoga com relação a uns e a outros. Só que, sendo a
criança um futuro ativo, a sociedade, ao investir nela, assegura seu próprio
futuro, ao passo que, a seus olhos, o velho não passa de um morto em sursis”.
(Beauvoir in Lorda, 1990: 266-267)

2. A velhice feminina

Ao falar do velho, estamos também falando da velha. Mas quem se admite velha? Quem se vive
velha? O que é ser uma pessoa idosa do sexo feminino?
Através dos tempos, a mulher velha (sob visão aristotélica) vai ser bruxa, feiticeira, a virago, megera,
alcoviteira. Ela cheira mal. Seus músculos são molambos. E nem mesmo importa se um dia foi bela: o
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próprio velho amante verá nela o acaso da beleza e a convidará a olhar-se no espelho para conferir os
estragos do tempo. Ao envelhecer, a mulher torna-se monstro.
É uma realidade, mas também é um símbolo. Este símbolo da velha é uma das personificações
arquetípicas mais disseminadas no mundo. No mundo moderno, a saída para escapar da armadilha da velha
bruxa ressentida seria se escolher como pessoa e realizar todo o seu potencial humano.
Na guerra entra a visão aristotélica e a visão platônica da velhice está em jogo a nossa própria
humanidade. Wolf (1992), num livro polêmico, chama a atenção da mulher para o “mito beleza”, através do
qual as mulheres são manipuladas por uma sociedade machista e subliminarmente misógina. É uma
armadilha do nosso próprio tempo e de nossa sociedade planetária. Wolf adverte que não existe nenhuma
justificativa legítima de natureza biológica ou histórica para o “mito beleza” e ele não tem nada a ver com as
mulheres, mas nasce, isso sim, das “instituições masculinas” e do “poder institucional dos homens”.

“a juventude e (até recentemente) a virgindade foram ‘ bonitas` nas mulheres por


representarem ignorância sexual e falta de experiência. O envelhecimento na
mulher é ‘ feio ` porque as mulheres adquirem poder com o passar do tempo e
porque os elos entre as gerações de mulheres devem ser sempre rompidos. As
mulheres mais velhas temem a jovens, as jovens temem as velhas, e o mito da
beleza mutila o curso da vida de todas. E o que é mais instigante, a nossa
identidade deve Ter como base a nossa ‘ beleza ` , de tal forma que
permaneçamos vulneráveis à aprovação externa, trazendo nosso amor-próprio,
esse órgão sensível e vital, exposto a todos”. (Wolf in Meirelles, 1982:17).

O certo é que é difícil viver à margem do “mito da beleza”. Mais do que um mito, trata-se de uma
indústria que movimenta bilhões de dólares por ano em cosméticos, tratamentos corporais e capilares,
perfumaria, massagens faciais, franchising, marketing, dietas, griffes, spas. É claro que, como indústria, a
beleza institui seus padrões de forma direta e subliminar. A indústria da beleza vende a eterna juventude e
nega a velhice; vende a aparência e nega o interior; vende o corpo e camufla a alma. Transforma o mundo
num rosto, num gesto, num perfume, numa perfeita maquiagem. Mas não há como negar que, ao produzir o
corpo, a indústria de beleza pode também produzir uma consciência universal de saúde, de cuidado com o
corpo, de manter-se vivo. ( Embora vise basicamente a mulher, o mito da beleza já ultrapassou suas fronteiras
e chegou aos homens. As mulheres temem de pavor diante da celulite e da estria. Os homens agora estão indo
a loucura com a calvície, a barriga protuberante e as bolsas debaixo dos olhos. A indústria da beleza, no
fundo, é uma eterna e sempre movimentada feira das vaidades. Não existe nada de novo sob o sol, e é bom
proteger a pele com a última palavra em cremes, óleos e ungüentos...)
Wolf não faz concessões. Para ela é urgente desfazer o mito da beleza porque todo o planeta
depende de uma mudança desse paradigma. A sociedade do consumidor desenfreado, baseado no desperdício
insaciável da insatisfação material e sexual, deve ir a pique.
“Nosso planeta é considerado feminino, dadivosa Mãe Natureza, da mesma forma
que corpo feminino é considerado infinitamente alterável pelo homem e para o
homem. Estamos servindo tanto a nós mesmas quanto às nossas esperanças para o
planeta a corpo feminino com sua integridade orgânica que deve ser respeitada”.
(Wolf in Meirelles, 1992:385-386).

Para Wolf, só existe um modo de escapar da força gravitacional do mito da beleza: o ludicidade, o
improviso, o improviso, a liberdade.
“Sai ganhando a mulher que se dá, bem com às outras, a permissão de comer, de
despertar interesse sexual, de envelhecer, (...), de se esconder toda ou sair
praticamente nua, de fazer o que bem quiser seguindo a sua própria estética ou a
ignorando. A mulher sai ganhando quando percebe que o que cada mulher faz
com o seu próprio corpo – sem afastarem desse sistema isoladamente, ele
começará a se dissolver. As instituições, alguns homens e algumas mulheres
continuarão a usar nossa aparência contra nós, mas nós não nos deixaremos
levar”. (Wolf in Meirelles, 1992:386-387).
- Fizemos uma revisão em Lorda (1995), que apresentaremos a seguir.

3. Crenças populares a respeito da velhice

3.1. A velhice e a enfermidade andam juntas


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O ditado popular é que uma vez que se chega à idade de 60 anos, o caminho é “morro abaixo” e, em
qualquer momento a pessoa decai e adoece. Se considera a maioria da população anciã como incapacitada
por uma saúde pobre. Se associa a velhice com senilidade ou deteriorização mental. Apesar de que é certo
que, segundo se envelhece o sistema imunológico não trabalha com a mesma efetividade que nos anos
anteriores, o envelhecimento não é sinônimo de doença.

3.2. Os velhos se sentem miseráveis e a melhor forma de adaptação é o isolamento da vida social

A teoria do retraimento, o processo pelo qual os indivíduos se vão retirando gradualmente da vida
social, tem sido submetida à prova por muitos teóricos, sendo a conclusão que este processo é mais
individual que generalizar entre a população anciã. Muitos idosos optam por afastar-se (desligar-se) da
sociedade por decisão própria ou por que são forçados pelas mesmas atitudes da sociedade. As pessoas de
idade avançada são uma cópia em carbono do que foram em jovens e respondem às situações de acordo com
seus recursos pessoais.

3.3. Os anciãos não são produtivos

Esta idéia nasce de uma sociedade capitalista onde se vale pelo que se produz e enquanto mais se
produz, mais status se possui. Uma idéia que se baseia na produção material e na ganância. Nesta etapa da
vida, a fortaleza física vai decaindo e não se possui a mesma medida que em anos anteriores para levar a cabo
tarefas que requeiram muito esforço físico. A produtividade dos anciãos se pode medir em outros termos que
passam inadvertidos para muitos. Por exemplo, a contribuição social que fazem as mulheres idosas cuidando
dos membros necessitados da família: netos, esposos enfermos ou outros familiares. Sua participação poderia
ser maior se fosse assumida uma atitude diferente no que se refere ao seu potencial produtivo.

3.4. As pessoas idosas não são criativas e não têm capacidade para aprender

Nada mais distante da realidade do que esta crença. Somente tem-se que lançar um olhar ao passado
ou buscar entre os atuais governantes de muitos países; artistas e músicos entre outros. Se olharmos o
passado, recordaremos nomes de escritores, científicos, matemáticos e artistas que tem contribuído para o
crescimento da humanidade. Homens como Bethoven, Picasso, Winston Churchill, Verdi, Pablo Casals, -
para mencionar somente alguns – produziram seus melhores trabalhos quando passados por 60 anos. Verdi,
por exemplo, compôs sua famosa ópera Otelo, com a idade de 75 anos. Churchill se converteu em primeiro
ministro da Inglaterra aos 66 anos e João XXIII foi eleito Papa com a idade de 77 anos. Estes exemplos
evidenciam a potencialidade humana inerente nos últimos anos de vida.

3.5. O sexo, passada a idade dos 60, não é prazeroso

Os tabus culturais e a atitude de muitos profissionais são responsáveis por esse mito. Ao associar a
sexualidade com a reprodução, se limita esta atividade às pessoas com capacidade para isso: os jovens.
Geralmente se assume que tanto a atividade sexual como a capacidade e interesse diminuem com a idade. Os
próprios idosos pensam que a velhice é uma etapa sexual, e os que sentem desejos sexuais neste período de
vida, experimentam os sentimentos de vergonha ou se acreditam anormais. Estudos médicos têm
demonstrado que, apesar dos preconceitos sociais existentes, a maioria das pessoas em idade avançada tem
capacidade para as relações sexuais e podem levar uma vida sexual ativa.

3.6. Os idosos são teimosos e irascíveis (irritadiços)

O caráter inflexível de algumas pessoas não é produto da idade, mas é parte de sua personalidade
que foi moldada através de suas experiências de grupo. Muitas características da personalidade que se entra
em anos, como respostas às mudanças ou perdas com as quais se defronta a pessoa idosa. Idéias paranóicas
são associadas a temores, perdas sensoriais e outros fatores sociais como o são a alta criminalidade. Porém,
não necessariamente são conseqüências da velhice.

4. O processo de envelhecimento

4.1. Envelhecimento biológico


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É caracterizado por transformações progressivas e irreversíveis no organismo em função do tempo,


caminhando lentamente para a morte. Representa uma etapa do desenvolvimento individual onde o
catabolismo é maior que o anabolismo. Também há uma diminuição da capacidade de coordenação e de
habilidades e também a deficiência auditiva e visual; decréscimo do número e do tamanho das fibras
musculares; aumento da pressão arterial sistêmica e a diminuição da freqüência; alterações no sistema
respiratório; desgastes no aparelho locomotor como ossos menos sólidos, ligamentos e tendões mais fracos e
as cápsulas articulares com menos líquido sinovial; enfraquecimento do coração que diminui sua capacidade
devido a má circulação e a perda da elasticidade das veias; mudanças no sistema nervoso devido a perda de
neurônios em alguns pontos, alterando no reflexo, tempo de reação, força, equilíbrio, raciocínio, enfim, tudo
ligado ao envelhecimento. (WAGORN, Y.; THÉBERGE, S. ; ORBAN, W. A. R., 1993)

4.2. Envelhecimento psicológico

Este aspecto é evidenciado por um processo dinâmico e extraordinariamente complexo muito


influenciado por fatores individuais que se iniciam com o declínio lento e depois acentuado das habilidades
que o indivíduo desenvolvia anteriormente. Neste processo observamos mudanças emocionais na auto-estima
e auto-confiança do idoso como a aceitação ou recusa do envelhecimento; aceitação ou rejeição da família;
apego ao conservadorismo e atitude hostil ante o novo; estreitamento da afetividade e diminuição das
aspirações; enfraquecimento da consciência, deteriorização da memória e dificuldade de aprendizagem;
mudanças no caráter (irritabilidade, desconfiança e indocilidade); reações emocionais mais evidentes, como o
medo de ser abandonado ou da solidão, tristeza e frustração diante da idéia de envelhecer. (MEIRELLES, M.
E. A., 1997).

4.3. Envelhecimento social

Sociologicamente, a idade não significa um espaço de tempo, mas uma categoria uma atividade
socio-econômica, modo diferente de vida, características pessoais, objetivos e conflitos de natureza variável,
sentimentos negativos e positivos. Nestes aspectos observamos mudanças importantes no comportamento do
idoso, tais como isolamento social, insegurança e ruptura com a vida profissional, situação econômica crítica
na maioria dos casos (aposentadoria insuficiente para cobrir suas necessidades), estado de saúde insatisfatório
e dependência para quase tudo, não ter o direito para optar por uma aposentadoria ativa ou passiva (vítimas
de normas pré-estabelecidas pela sociedade falta de opção e poder de escolha para o seu lazer, rejeição e
discriminação pela sociedade. (LISBOA, A. L. ; PIMENTEL, B. S. , 1997)

5. A hidroginástica para a terceira idade

Na procura de uma vida com qualidade física, psíquica e social pelo idoso, é solicitado cada vez
mais uma participação crescente em atividades físicas. Porém, um número significativo de idosos possuem
problemas osteo articulares que dificultam, e por vezes desaconselham e desmotivam o exercício de
intensidade e freqüência necessários a manutenção de uma boa condição cardio-respiratória. A hidroginástica
é um exercício físico ativo, executados dentro da água com fins curativos ou de prevenção da saúde. Embora
a utilização da água como meio de cura date de 2400 a. C. , foi apenas no final do século XIX e nos primeiros
anos do século passado que surgiu este conceito.
Está comprovado que o exercício regular pode atenuar ou atrasar os efeitos biológicos no
envelhecimento, porém o exercício na água constitui um envolvimento excelente para a melhoria da função
cardio-respiratória e resistência muscular, possibilitando ainda o aumento da força flexibilidade equilíbrio e
coordenação. Sendo relaxante, divertido e refrescante, ele é de grande ajuda para manter a independência da
pessoa idosa.
No entanto, a procura da hidroginástica se dá pela prescrição médica e pela própria escolha do idoso,
mesmo por aqueles que não sabem nadar. Alguns fatores positivos que influenciam nessa escolha é a
variedade de oferta de programas de exercício aquático (não de nado, aumento da prescrição médica),
desenvolvimento do exercício em água termal.
Devido às diferentes propriedades físicas do meio aquático, os fatores que determinam o custo
energético do exercício na água são diferentes dos que determinam o exercício em terra. Para o mesmo
padrão de movimento o exercício na água é diferente do executado em terra porque a força de impulsão reduz
o peso do corpo e portanto reduz a energia necessária para mover o corpo contra a força de gravidade. Por
outro lado, a maior viscosidade da água aumenta a energia necessária para vencer a resistência ao movimento
através da água. O gasto energético do exercício na água em relação ao exercício em terra depende da
profundidade e temperatura da água e da velocidade com que a atividade é executada. (Varela, 1999)
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INSTRUMENTOS

Os instrumentos para a coleta dos dados foi o diário de campo e as entrevistas gravadas e transcritas,
categorizadas a partir dos sentidos apresentados nas suas falas.

AMOSTRA

Foram entrevistadas 4 freqüentadoras da academia Golfinho na cidade de Maceió, mas o grupo


observado era de 15 idosas, com idade que compreendia entre 60 a 81 anos.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

A seguir apresentaremos um exemplo de recorte das falas para cada categoria do entendimento
encontrada. Foi baseada nos depoimentos das idosas, onde a partir das falas das entrevistadas das levantamos
categorias do entendimento que apresentam-se voltadas para a dinâmica do grupo em causa:
Biológica: “...com a hidroginástica eu parei de tomar remédios, o efeito que ele dava eu consegui aqui, e o
médico mandou que eu parasse de tomar.” ( A. 78 anos)
Psicológicos “A cabeça melhora também (...) é dupla cura...é a cura do corpo e a cura da mente. Estou
fazendo um trabalho com a minha mente”. (A. 78 anos)
Social “Aqui é ótimo, me dou muito bem...em casa não...as crianças não dão atenção, só querem saber de
passear, não gostam de conversar. Aqui eu mudo, aqui é mais alegre, eu tô no meu mundo, conversando”.
(Z. 81 anos).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base neste estudo piloto, verificamos que a hidroginástica apresenta resultados positivos na
vida do idoso, não só no aspecto biológico, mas nos aspectos psicológicos e social, o que amplia o seu
universo de sociabilidade. O estudo está atualmente em andamento, onde buscaremos um maior
aprofundamento nas questões afetas ao idosos e as atividades físicas, junto a linha de Pesquisa Atividade
Física e Saúde – LEPEL/UFAL.

BIBLIOGRAFIA

LISBOA, A. L.; PIMENTEL, B. S., monografia de conclusão de curso de Bacharel em Serviço Social,
1997.

LORDA, C. R., Recreação na Terceira Idade. Sprint, RJ, 1995

MEIRELLES, M. A., Atividade Física: Uma abordagem sistêmica. Sprint, RJ, 1997.

VARELA, A.. Exercício aquático e a saúde do Idoso in Actas do Simpósio Envelhecer Melhor com
Actividade Física, 175-185. Faculdade de Motricidade Humana, Lisboa, 1999

WAGORN, Y. ; THÉBERGE, S. ; ORBAN, W. A. R., Manual de Ginástica e Bem Estar. Marco Zero,
SP, 1993.

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