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A cultura do Capacitismo

no Brasil contemporâneo

Hellen Sena
Contextualização
• O filme "Extraordinário" retrata a vida de
Auggie Pullman, um garoto que nasceu
com uma deformidade facial, e os desafios,
como o preconceito dos colegas escolares,
enfrentados por ele durante o seu processo
de inserção social. Nessa perspectiva,
percebe-se a importância da inclusão de
pessoas com deficiência, no entanto, no
Brasil, essa ideia parece ainda não ser
compreendida, visto que o capacitismo se
tornou um grande obstáculo a ser
transgredido. Dessa forma, tanto a
negligência do Estado, quanto a forte
influência dos estereótipos favorecem o
agravamento dessa problemática.
Contextualização

• Citação: Para Aristóteles, a igualdade consiste em tratar


igualmente os iguais e desigualmente os desiguais. Esse
pensamento do celebre filósofo não quis disseminar o
preconceito entre as diferenças, mas considera que já que essas
diferenças existem que sejam tratadas como tais, com a
finalidade de integrar a sociedade.
Contextualização

• Dados: Um relatório da Ruderman Family Foundation


analisou 280 séries de TV e streaming norte-americanos entre
2016 e 2018. No período de dois anos, constatou que, em
metade delas, havia personagens com deficiências físicas,
cognitivas ou mentais. Mas aponta que a deficiência "quase
sempre é retratada como um estado indesejado, deprimente
e limitador".
Contextualização

Citação: Declaração Universal dos Direitos Humanos – assinada pelos


países membros da ONU, em Paris, em 10 de dezembro de 1948.

Art. I: Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos.

Mesmo assim, os direitos humanos básicos são, ainda, rotineiramente


negados a segmentos inteiros da população mundial nos quais se
encontram muitos dos 600 milhões de criança, mulheres e homens que
têm deficiência.
Contextualização

• Citação: Lei 13.146/2015


• O Estatuto da Pessoa com Deficiência tem como foco a promoção da
autonomia individual, da acessibilidade e da liberdade.
• Uma das principais conquistas alcançadas por meio dele foi o
compromisso com a autonomia da pessoa com deficiência para o
exercício de atividades da vida civil como as demais pessoas. Essas
conquistas estão relacionadas a diversas áreas: educação; saúde;
assistência social; trabalho; previdência; transporte; esporte.
Contextualização
• Alusão Histórica: Durante o século 19,
pessoas com deficiência eram usadas nos
chamados "freak shows", ou show de
aberrações. Exibidas em circos, elas
serviam para “entreter” o público (no
pior sentido): para fazer os outros rirem
delas — e não com elas. O
acontecimento revela as camadas
históricas da maldade humana com
quem é diferente entre uma maioria,
constantemente atrelados ao medo e à
repulsa.
Contextualização

• Alusão Histórica: Nas sociedades primitivas, em função do Nomadismo, a seleção


entre as pessoas com deficiências ou não, era natural pela necessidade de
sobrevivência. Era exigido aos integrantes dessa sociedade, um biotipo que
possibilitasse a sobrevivência.
• Na Grécia, berço da civilização e pilar da sociedade, existiam duas situações distintas:
em Esparta, as crianças disformes, franzinas e doentias, após serem submetidas a uma
avaliação pelos anciões, eram exterminadas ao serem jogadas do alto do monte
Taygetos ( mais de 2.400 m de altitude), caso possuíssem algum tipo de deficiência
irreversível. Em Atenas, os doentes e deficientes eram protegidos para desenvolver
algum tipo de atividade produtiva ou sustentados por um sistema semelhante à
Previdência Social, em que todos contribuíam para a manutenção dos heróis de
guerra e de suas famílias.
Desenvolvimento

• Ausência de cuidados governamentais destinados a promover


uma melhor qualidade de vida a pessoas deficientes perpetua a
exclusão desse grupo.
• Estereótipos relativos ao cotidiano de pessoas deficientes agem
na manutenção da discriminação. Isso ocorre, uma vez que a
falta de informação populacional sobre os métodos para integrar
um indivíduo com deficiência na sociedade dificulta o combate
ao capacitismo. Prova disso são conhecimentos populares os
quais associam a deformidade a uma doença que incapacita o
indivíduo.
Desenvolvimento

• O capacitismo acabou se tornando algo muito comum na mente da


sociedade, sendo praticado inconscientemente e responsável por
construir uma forma de agir diferenciada e, muitas vezes, protetora
com esses indivíduos.
• Além do pensamento de incapacidade, a hipervalorização se
encontra muito presente na vida dos deficientes, principalmente, por
serem subestimados nos seus afazeres. Como resultado, há diversos
vídeos espalhados nas plataformas digitais, como Youtube e
Facebook, com publicações e vídeos motivacionais que usam pessoas
com deficiência como plano de fundo para expressar superação, mas
que acabam se beneficiando da condição e dor do próximo como
motivação.
Desenvolvimento (Sugestão)

• “Devido ao preconceito enraizado na cultura brasileira, muitos deficientes


são tratados de forma diferente. John Locke, renomado filósofo inglês do
século XVII, defendia que o ser humano nasce como uma folha em branco
que será moldada de acordo com os valores da sociedade em que está
inserido. Portanto, é inegável dizer que, se uma pessoa nasce em uma
sociedade quem tem o costume de tratar de maneira diferente as pessoas
portadoras de deficiência, haverá uma chance grande de ela se comportar
assim também e passar isso para próxima geração. Segundo dados do
IBGE, apenas 1% da população que possui algum tipo de deficiência está
no mercado de trabalho, o que demonstra a dificuldade que o Brasil
enfrenta para inseri-los socialmente. Isso se dá, principalmente, devido ao
preconceito e ao tratamento diferenciado que eles recebem.”
Intervenção

• Discussão em aula.
P.I.A.
PARATODOS (2016)
• O documentário acompanha alguns dos
principais atletas brasileiros nos Jogos
Paralímpicos de 2016, no Rio de
Janeiro. A obra apresenta o cotidiano
de treinamentos, os medos e as
ambições dos esportistas. Além disso,
escancara os obstáculos com que esses
profissionais têm de lidar para competir
e nos lembra da urgência da inclusão
das pessoas com deficiência física na
sociedade e no esporte.
HOJE EU QUERO VOLTAR
SOZINHO (2014)
• Leonardo, um adolescente cego, tenta
lidar com a mãe superprotetora ao
mesmo tempo em que busca sua
independência. Quando Gabriel chega a
seu colégio, novos sentimentos
começam a surgir em Leonardo,
fazendo com que ele descubra mais
sobre si mesmo e sua sexualidade.
PÓDIO PARA TODOS (2020)
• Traduzido do inglês “Rising Phoenix” é um documentário de
2020 dirigido por Ian Bonhôte e Peter Ettedgui e estrelado
por Tatyana McFadden, Bebe Vio e Jonnie Peacock.
• O filme conta a história de nove atletas paralímpicos e suas
trajetórias em competições.
• Atletas de elite, dirigentes e ativistas refletem sobre os
Jogos Paralímpicos e o seu impacto global na forma como
vemos a deficiência, diversidade e excelência.
JANELA DA ALMA (2004)
Dezenove pessoas com diferentes graus de
deficiência visual, da miopia discreta à
cegueira total, falam como se veem, como
veem os outros e como percebem o mundo. O
escritor e prêmio Nobel José Saramago, o
músico Hermeto Paschoal, o cineasta Wim
Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno
Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a
atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo
Godoy, entre outros, fazem revelações
pessoais e inesperadas sobre vários aspectos
relativos à visão: o funcionamento fisiológico
do olho, o uso de óculos e suas implicações
sobre a personalidade, o significado de ver ou
não ver em um mundo saturado de imagens e
também a importância das emoções como
elemento transformador da realidade se é que
ela é a mesma para todos.
https://www.youtube.com/watch?v=_I9l7upG0DI
ALÉM DO SOM (DEAF U)
(2020)

• “Além do Som” gira em torno de um grupo de


jovens surdos ou com deficiências auditivas que
frequenta a Universidade Gallaudet, em Washington
D.C. A série documental mergulha nos corredores
dessa renomada instituição para pessoas especiais,
contando a história de seus alunos a partir de uma
perspectiva humanizada.

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