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Ainda o grande filósofo Aristóteles, não preservava uma boa visão sobre a
pessoa com deficiência. No seu livro “A Política” apresenta a seguinte visão:
Kroeff (2012) expõe que quanto maior a deficiência intelectual, menor será a
capacidade deste indivíduo de posicionar-se diante das decisões e respostas
ao sentido. É tendenciosa a tomada de decisão por parte dos profissionais e
familiares em razão da dificuldade na comunicação desse indivíduo, o que
seria um grande erro, pois segundo Frankl (2019, p.29): “O sentido não pode
ser dado, deve ser encontrado.” Nesses casos o que fazer? Kroeff (2012, p.28)
sugere para os parentes e os profissionais o seguinte questionamento: “[...]
Como posso manter, ampliar, estabelecer ou restabelecer possibilidades de
escolha (e, portanto, de responsabilidade) para essa pessoa? [...]”. A visão na
pessoa e não somente na deficiência é outro fator determinante no convívio e
atendimento à pessoa com deficiência. Finalizando a reflexão no capitulo sobre
o “Atendimento da pessoa com deficiência” assim explana Kroeff:
Uma pessoa com deficiência tem como responder a este sentido? Conforme os
conceitos da Logoterapia, principalmente o seu conceito antropológico, sim,
pois a sua visão antropológica de pessoa não é limitada às dimensões
Bio/Psicológica. O que não significa negar as referidas dimensões, como
também às circunstâncias de sofrimentos tanto congênitas quanto adquiridas
diante da deficiência. A liberdade para responder à vida e encontrar o sentido
sendo ela mesma responsável em fazer algo acontece através dos valores
(criativos, vivencial e principalmente de atitudes) as suas escolhas. É possível
ver esses conceitos presentes naquilo que é o ponto de observação deste
artigo, no Karate Adaptado. Ainda afirma Frankl (1997, p.36) diante da visão
antropológica da Logoterapia:
Freitas (2018, p.62) citando Frankl observa que uma visão de pessoa que
esteja incompleta, dividida, não representa o homem verdadeiro, apenas um:
“conjunto de reflexos e impulsos, uma marionete de reações e de instintos,
como um produto de herança, do ambiente e do meio social.” A essa
concepção em que a pessoa é reduzida aos condicionamentos, Frankl (2017,
p.15) realiza uma crítica à visão atomista da psicanálise do homem, que diante
de tal visão: “[...] a integridade da pessoa é destruída. Pode-se dizer que a
psicanálise despersonaliza o ser humano[...] destrói todo o unificado que é a
pessoa[...]” Contrapondo a essa concepção atomista, Frankl (2017, p.16),
substitui o automatismo de um aparelho psíquico pela autonomia da existência
espiritual. O ser humano que apesar dos condicionamentos é livre e
responsável.
Frankl não chegou a essa conclusão sozinho, dialogou com outros autores
para bem fundamentar seus conceitos e preservar a visão de homem de todo
reducionismo em face o pluralismo cientificista. Observou que nas teorias dos
pensadores Nicolai Hartmann e Max Scheler, Frankl foi construindo seu
conceito antropológico. Hartmann com sua Ontologia concebia o ser humano
sobre estratos (corpo, mente e espirito) em uma estrutura hierárquica aonde a
espiritual é o ápice das demais estruturas. A antropologia de Scheler concebe a
pessoa como camadas (psicológica, biológica e o eixo espiritual) sendo a
última a camada central. As referidas abordagens concebem o homem de
forma qualitativa. ¹
“[...] A deficiência pode ser vista como uma condição que não
tira o sentido de vida de uma pessoa; antes, talvez, lhe
proporciona um novo sentido. A liberdade do indivíduo com
deficiência terá que referir-se a novos condicionamentos os
quais terá que enfrentar, buscando ultrapassá-los. Mas sua
liberdade permanecerá, assim como sua responsabilidade pela
orientação que der à sua vida.” (KROEFF, 2012, p.27)
Kroeff (2012,p28) expõe que quanto maior a deficiência intelectual, menor será
a capacidade deste indivíduo de posicionar-se diante das decisões e respostas
ao sentido. Nesses casos o que fazer? Kroeff (2012, p.28) sugere para os
parentes e os profissionais o seguinte questionamento: “[...] Como posso
manter, ampliar, estabelecer ou restabelecer possibilidades de escolha (e,
portanto, de responsabilidade) para essa pessoa? [...]”. A resposta diante
desse dilema encontra-se em como podemos manter, ampliar, estabelecer e
restabelecer a possibilidade de escolha para essa pessoa? A visão na pessoa
e não somente na deficiência é outro fator determinante no convívio e
atendimento à pessoa com deficiência.
Sobre o tema do sofrimento Kroeff (2012, p.29) aborda que é preciso restaurar
no ser humano a capacidade de sofrer o que o mesmo não é uma busca
irresponsável pelo sofrimento, mas conforme o autor: “[...] capacidade de
suportar aquele sofrimento que não pode ser afastado”. Não se pode negar o
fato da deficiência, porém a mesma não pode ser o centro da questão e sim
motivando a pessoa a encontrar o sentido e realizar valores apesar das
limitações causadas pela deficiência.
Kroeff (2012) movido pelas palavras de Frankl que afirma que “Toda pessoa
tem que responder à questão: qual é o sentido da vida?” (Kroeff, 2012, p.71
apud Frankl , 1990, p.24), observa que por mais que uma pessoa com
deficiência possua limitações que lhe foram impostas, devem esforçar-se por
descobrir e realizar os valores de criação e de vivencia que lhes são possíveis.
Passando pelo terceiro valor, de atitude, poderá encontrar e responder ao
sentido. Sobre a responsabilidade e possibilidade de resposta ao sentido relata
Kroeff:
Frankl (2011, p.29) mostra que todo ser humano é livre e responsável as
maiores manifestações do ser humano, segundo Frankl é o amor e a
consciência. Essas são capacidades exclusivamente humanas que expressam
a autotranscendência. A mesma ocorre em direção a Busca de um Sentido
(que é apreendido pela consciência o sentido de uma situação em sua
totalidade e unicidade) como também a outro ser humano (Sentido do amor
que pela singularidade apreende outra pessoa em sua singularidade), sendo
ambos sempre únicos. Aprofunda o termo Freitas:
Essa ideia é de tal forma existencial e pessoal que se enquadra para qualquer
pessoa humana, tenha ela uma deficiência ou não. Claro que o foco do nosso
tema é a pessoa que possui uma deficiência, mas essa pergunta também não
é um privilégio único desse público alvo, é de cada ser humano que precisa
sair da letargia e do automatismo e responder a vida diante das perguntas por
elas estabelecidas.
A prática do Karate os permitiu descobrir que podem e devem fazer algo nas
suas vidas, realizar encontros e inserir-se na sociedade sem medos
enfrentando cada desafio como enfrentam e superam a cada dia suas
limitações. O Logoeducador na sua ação educativa: “deve capacitar o
educando para que ele exerça sua capacidade de escolha, decisão e orientado
para a sua consciência (FREITAS, 2018, p.64).” Consciente de sua
responsabilidade possa ter um espírito independente. O professor Érick em sua
fala reforça tal afirmação quando relata que: “Se encontrou e deseja somente
trabalhar com adaptado”.