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Educação Física Inclusiva

Aspectos sociais e
históricos

@anaroberta.almeida
Profa. Ma. Ana Roberta Almeida Comin
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
Para não errar mais:
a nomenclatura adequada
Ponto de partida...
 Linguagem: fluidez e dinamismo

 Reflete diretamente a visão e os valores de um determinado período

 Tabus, estereótipos e afastamento

 Educação física como agente social


Como NÃO me reportar a esse aluno?

 Termos pejorativos (“defeituoso”, “inválido”,


“incapacitado”, “deficiente”, “aleijado”...)

 Tentar atenuar ou minimizar a deficiência: uso do Por que não?


diminutivo (“mudinho”, “ceguinho”, “surdinho”...)
Foca na
 Tentar supervalorizar o indivíduo (“pessoa especial”) deficiência e
não na pessoa

(SASSAKI, 2014)
Como NÃO me reportar a esse aluno?

 Década de 80: termo proposto pela OMS – pessoa com deficiência

valoriza a
pessoa e não a
sua condição!
 Porém no ...
Constituição Federal de 1988: “portador de necessidades especiais” –
um termo bastante inadequado por muitos motivos...

(SASSAKI, 2014)
Como NÃO me reportar a esse aluno?

“Portador de necessidades especiais”

1) Ninguém “porta” uma deficiência, a pessoa simplesmente a possui!

2) “Necessidades especiais”: afastamento, estranheza.

(SASSAKI, 2014)
Então, qual é a melhor forma?
 Resgate do termo proposto pela ONU com a Declaração de
Salamanca (1994): “pessoa com deficiência” (PcD).

 Em um primeiro momento pode ser que o termo cause estranheza


ou possa soar rude, mas é importante termos a clareza de que
“deficiência” não é sinônimo de doença ou incapacidade!

 “E a pessoa normal?”  pessoa sem deficiência

(SASSAKI, 2014)
Não é “mimimi” se fere o outro...

Devemos estar atentos quanto


cidadãos e profissionais às demandas
dessa população e estarmos abertos
para o diálogo, a compreensão e a
inclusão de modo que sejam ouvidos
e tenham acesso a diretos
fundamentais e uma vida mais
igualitária socialmente.
Abordagem

Naturalidade

Informação

Evitar fala infantilizada

Fazer contato visual ao falar (mesmo alunos com comprometimento na linguem)


Incluir ou integrar?
A deficiência ao longo da História:
da Grécia antiga aos dias de hoje
América pré-colonização

Chiricoas (Colômbia): idosos, enfermos e pessoas com deficiências eram deixadas para trás.

(SILVA, 1986)
Grécia Antiga

 Valorização da beleza e da força

 Bebês com deficiência eram arremessados


do monte Taygetos  tentativa de agradar
aos deuses

O monte Taygetos com 2.400m de altitude

(PACHECO; ALVES, 2007).


Roma Antiga

 Preservação dos ideias gregos

 Retorno dos feridos em batalhas

 Surgimento do Cristianismo: primeiros


hospitais dedicados às pessoas com
deficiência
Representação artística do imperador Nero.

(PACHECO; ALVES, 2007).


Idade Média: idade das trevas

Culpa, vergonha e punição divina: exclusão


Idade Média: idade das trevas

Culpa, vergonha e punição divina: exclusão

MAS NÃO PARA


OS NOBRES!
Idade Moderna
 Lançou-se luz sobre a Ciência e as artes.

 Fenômenos e doenças já não eram mais justificados como castigos de Deus ou


possessões.

 Deficiências passam a ser reconhecidas como questões médicas e não mais


como questões de fé ou moral.
Idade Moderna
 Aprimoramento de técnicas cirúrgicas de amputação.

 Hospitais e asilos precários sem o menor tipo de tratamento


adequado passam a dar lugar às instituições de assistência
especializada.

 Ocorre a primeira Revolução Industrial: necessidade de mão de


obra trabalhadora.
Idade Moderna

 Apesar de atuarem nas fábricas, socialmente essa população continuou a ser


segregada, pois eram tidas como “menos capazes” ou ainda “menos eficientes”.

 É neste contexto que surgem as primeiras reivindicações e leis trabalhistas, dadas


as condições precárias de trabalho: cargas horárias extenuantes e muitos feridos e
sequelados por conta de acidentes em fábricas.

(PESSOA; ANDRADE, 2014).


Idade Contemporânea

Primeira Guerra Mundial (1914-1918)


Idade Contemporânea

 Envolveu diversos países europeus

 Saldo: aproximadamente 17 milhões de soldados e civis mortos.

 Inúmeros gravemente feridos. Somente na França retornaram 300.000


homens classificados como “inválidos” e 80.000 na Alemanha.

 É mediante essa necessidade que o conceito da reabilitação passa a surgir.

(PESSINI et al., 2008).


Idade Contemporânea

 A economia dos países envolvidos no conflito estava


arruinada, não sendo possível reparar financeiramente
esses soldados agora com deficiências. Restava a eles
serem integrados de alguma forma na reconstrução de
seus países de origem. Isso foi permitido graças ao
desenvolvimento de próteses, inclusive faciais.

 Fim da guerra: assinatura do tratado de Versalhes.

(ARAÚJO, 2017).
Idade Contemporânea

Segunda Guerra Mundial (1939-1945)


Idade Contemporânea
 Famílias em situação de pobreza extrema
e vulnerabilidade

 “Aktion T4”: embrião dos campos de


concentração

 Morte de 300 mil pessoas com


deficiência  overdose de
medicamentos, abandono, asfixia e
inanição
“Tempos de guerra, são os melhores momentos para se
 Pessoas “indignas de viver” eliminar os doentes incuráveis”. (Hitler)
Idade Contemporânea

"A morte por fome nos persegue, e ninguém sabe quem será o próximo
(...) Antes, as pessoas aqui eram mortas mais rapidamente, e os corpos
eram levados para serem queimados durante a madrugada. Mas eles
enfrentavam resistência dos moradores locais. Então, agora,
simplesmente nos deixam morrer de fome.

Ernst Putzki
Idade Contemporânea

 Mundo em crise

 Surgimento da ONU

 Alto contingente de mutilados na guerra: OMS


O início do esporte e da atividade
física como instrumentos de
inclusão
O início de tudo...

 Dr. Ludwig Guttmann: refugio na Inglaterra

 Criação do 1° hospital especializado em


tratamento de soldados com amputações e
paralisias: dia D
As ideias de um homem visionário...

 Inclusão do esporte e da atividade física na


rotina dos pacientes do Hospital de Stoke
Mandeville.

 À época a conduta médica para pessoas com


paraplegia ou tetraplegia se resumia à sedação
ou permanência em leitos hospitalares.
Dr. Ludwig Guttmann
As ideias de um homem visionário...

 Ganhos físicos: fortalecimento da musculatura, melhora da coordenação


motora, aumento da velocidade e resistência.

 Ganhos psicológicos: enfrentamento de traumas e problemas com a


autoestima.

 Reintegração social: autodisciplina, competitividade e companheirismo.

(MORASHÁ, 2012)
Do pátio do hospital para o mundo...
 1948: 1º evento esportivo exclusivo para pacientes
(arqueiros paraplégicos e um jogo de basquete em
cadeira de rodas).

 1952: o evento se torna internacional

 1960: 1ª edição das Paralimpíadas em Roma

 1988: Era moderna dos Jogos Paralímpicos de Seul:


união com o COI.
E a atividade física inclusiva no Brasil?
 Final dos anos 50: início do esporte adaptado na América do Sul

1. Surto de poliomielite
E a atividade física inclusiva no Brasil?
2. Prescrição de talidomida
E a atividade física inclusiva no Brasil?

 Robson Sampaio de Almeida sofre um acidente de carro durante uma viagem


e Sérgio Seraphim Del Grande sofre uma lesão durante uma partida de futebol
na escola: ambos buscam por tratamento e reabilitação nos EUA.

 Ao retornarem ao Brasil, ambos difundem a prática do esporte adaptado


(1958).

 Início de pequenas competições pelo país.


O Brasil nos Jogos Paralímpicos

 1ª partição do Brasil nas Paralimpíadas: Alemanha (1972)

Selo comemorativo (1972) Atletas paralímpicos brasileiros nos


jogos de NY (1984)
O Brasil nos Jogos Paralímpicos

 1995: criação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

 Leis de incentivo ao esporte paralímpico nacional.

 Brasil sede dos Jogos Paralímpicos de 2016.

O mascote “Tom” foi o símbolo que


representou os Jogos Paralímpicos no
Rio de Janeiro, 2016.
O conteúdo desse curso
foi oferecido pelo
Centro Educacional Sete
de Setembro
em parceria com a
Professora Ma. Ana
Roberta Almeida Comin
Educação Física Inclusiva

Os principais tipos de
deficiência

@anaroberta.almeida
Profa. Ma. Ana Roberta Almeida Comin
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
Mas afinal, o que torna um
indivíduo uma pessoa com
deficiência?
Contextualização

• Cerca de 15% da população mundial vive com algum tipo de deficiência,


dos quais 2-4% enfrentam dificuldades funcionais significativas,
segundo a OMS (2011).

• Nosso ponto de partida para conhecer cada tipo de deficiência será a


classificação prevista na legislação brasileira, Decreto nº 5.296/2004
(Brasil, 2004).
Os tipos de deficiência segundo a lei brasileira

• Com exceção dos transtornos mentais, a lei categoriza as deficiências


como:

1. Física
2. Auditiva
3. Visual
4. Mental
5. Múltipla
Atenção!

“Transtorno mental” e “deficiência intelectual” NÃO são sinônimos.

• Transtorno mental: questões de ordem psiquiátrica, que englobam uma série de alterações que
modificam o humor e o comportamento da pessoa, podendo afetar seu desempenho.

• Deficiência intelectual: representa um atraso no desenvolvimento, o que gera dificuldades de


aprendizagem e na realização de atividades cotidianas.
Conceitos importantes para
entendermos os diferentes tipos
de deficiência
Etiologia
• Trata-se da origem da deficiência. Ela pode ser:

Congênita: o indivíduo nasce com ela e ocorre por causas multifatoriais como
alterações genéticas, patologias associadas e complicações na gestação.

Adquirida: traumas em decorrência de acidentes automobilísticos, disparos por


armas de fogo, doenças adquiridas ao longo da vida, acidentes de trabalho, etc...
Duração
• Diferente do que normalmente pensamos, nem toda deficiência irá
acompanhar o indivíduo por toda a sua vida. Ela pode ser:

Permanente: amputações, cegueira, deficiências severas, etc.

Temporária: alguns casos de lesão medular parcial.


Progressão

• Algumas formas de deficiência podem variar ou não quanto o seu curso ao


longo do tempo. Ela pode ser:

Progressiva: alguns tipos de cegueira, surdez e deficiências motoras oriundas de


doenças neurodegenerativas.

Não progressiva: não apresentam alterações com o tempo, como por exemplo as
amputações.
Grau de funcionalidade

• Alguns tipos de deficiência são estratificados conforme o grau do


acometimento, e o quão o funcional o indivíduo é.

• A deficiência pode ser leve, moderada ou grave.


Principais tipos de deficiências
Deficiência física

• A deficiência física pode variar quanto ao seu desenvolvimento.

• Ela pode se manifestar por conta de problemas ósseos e musculares ou ainda


por problemas de ordem neurológica, em virtude de lesões no sistema
nervoso.

• As deficiências físicas mais comuns: amputação, lesão medular e paralisia


cerebral.
Amputações
Ausência de membros congênita

• Causas genéticas (ex: hereditariedade, mutação


espontânea)

• Uso de medicamentos: quimioterápicos e talidomida

• Presença de bridas constritivas congênitas (bandas


amnióticas)
Ausência de membros em decorrência de eventos
ao longo da vida

Crianças Adultos
Infecções Acidente de trânsito
Trauma Violência
Câncer Problemas vasculares
Amputações
• Pode também se tratar de uma amputação, que é
quando ocorre a remoção de um seguimento da
continuidade óssea ou uma desarticulação, que é a
remoção total do membro a partir da articulação.

• No caso da amputação o membro pode ser


seccionado em 3 terços: proximal, médio ou distal.
Após o processo cirúrgico a parte preservada do
membro recebe o nome de coto residual.
Amputações

• Passado: poucos critérios, maior dispêndio


energético que resultavam em deformidades
articulares.

• Atualmente: maior preservação possível com


melhor distribuição de força no coto
(funcionalidade)
Paralisia cerebral (encefalopatia crônica da
infância)
Definição

• Distúrbio não-progressivo da motricidade que afeta a movimentação


e postura.

• Causa: lesão ou comprometimento cerebral que ocorre antes dos 3


anos.

• Paralisia cerebral  encefalopatia crônica da infância


Causas pré-natais Causas peri-natais Causas pós-natais

Ameaça de aborto Falta de oxigênio ao nascer Febre alta prolongada

Choque direto no abdômen da Lesão causada por partos difíceis Desidratação severa
mãe

Exposição a raios X Parto demorado Infecções

Incompatibilidade entre Rh Mau uso do Fórceps e violência Envenenamento por gases


obstétrica tóxicos

Infecções contraídas pela mãe Prematuridade ao nascer Sarampo


(rubéola , sífilis, toxicoplasmose)

Diabetes gestacional Falta de oxigênio por


afogamento ou outras causas

Eclâmpsia Traumatismo crânio-encefálico


até os três anos de idade
Classificação

• Fisiológica (ou quanto ao tônus muscular): 7


variações (hipertonia, hipotonia, tônus flutuante...)
Dada a ampla gama de
características que um
• Topográfica: membros acometidos
indivíduo com este tipo de
deficiência pode
• Grau do acometimento: leve, moderado, grave
apresentar, podemos
inferir que cada um deles
• Neuroanatômica: piramidal, extra-piramidal ou
é único.
cerebelar
Lesão medular
Relembrando...
Relembrando...
• Função: conduzir impulsos nervosos, coordenar atividades
musculares e reflexos.
Definição
• Interrupção parcial ou total
do sinal neurológico

• Consequências:
1. Paralisia e ausência de
sensibilidade do nível da
lesão para baixo.
2. Alterações nos sistemas:
urinário, intestinal,
vascular, respiratório e
autônomo.
Fatores que determinam o grau de limitação
de cada indivíduo
1. A altura da lesão: quanto mais alta, maior o comprometimento.

MMSS, tronco e MMI (tetraplegia)

Tronco e MMII (tetraparesia)

MMII (paraplegia)

MMII leve (paraparesia)


2. A extensão da lesão:

Parcial Completa
Causas

• Adquirida (traumática) - forma mais frequente: disparo de


arma de fogo, quedas, acidentes de trânsito.

• Congênita (não-traumática): Infecções (poliomielite,


meningite, sífilis...), escoliose, cifose congênita e
hiperlordose, tumores vertebrais, má formação do tubo
neural.

Tumores vertebrais
Deficiência visual
• É definida pela perda total ou parcial da visão de modo permanente e
irreversível, isto é, mesmo que o indivíduo faça cirurgias ou o uso de
lentes, a sua função visual não mudará.

• Pode ter origem congênita, ou a pessoa pode desenvolvê-la ao longo da


vida, por patologias como tumores, glaucoma, catarata, a retinopatia
diabética, dentre outras.
Deficiência intelectual

• Vale lembrar: a deficiência intelectual não é sinônimo de transtorno


mental!

• É caracterizada pela pela redução do coeficiente de inteligência, sendo


essa abaixo da média combinada com limitações como problemas de
comunicação, habilidades sociais, segurança pessoal e autoproteção.
Deficiência intelectual

• De modo geral, estão relacionadas às síndromes genéticas ou às


doenças metabólicas graves na infância. A forma mais comum deste tipo
de deficiência, é a síndrome de Down.
Deficiência intelectual
Síndrome de Down
Deficiência intelectual
Síndrome de Down
Deficiência auditiva

• Surdo X deficiente auditivo: não são sinônimos! Do ponto de vista clínico,


a deficiência auditiva provoca perda leve ou moderada da audição, ao
contrário da surdez que impossibilita por completo o indivíduo a ouvir
sons.

• Origem congênita ou adquirida.


Deficiência múltipla

• Uma única pessoa pode apresentar mais de uma deficiência.


Nesse caso, possuir duas ou mais delas, caracteriza a chamada
deficiência múltipla. Não existem dados que indiquem qual sejam
as mais prevalentes.
O conteúdo desse curso
foi oferecido pelo
Centro Educacional Sete
de Setembro
em parceria com a
Professora Ma. Ana
Roberta Almeida Comin
Educação Física Inclusiva

Exercícios e cuidados
Parte 1

@anaroberta.almeida
Profa. Ma. Ana Roberta Almeida Comin
@JessicaJulioti
@EquipeMySete
A importância da avaliação física
Avaliação do aluno

• Realizada por equipe multidisciplinar

• Avaliação antropométrica

• Avaliação de grande abrangência: força, amplitude de movimento,


coordenação, deambulação, trato gastrointestinal, genito-urinário,
nutrição, sono, emocional, saúde em geral...
Objetivos
• Desenvolvimento de parâmetros gerais: força, capacidade
aeróbia, resistência, flexibilidade...

• Movimentos específicos da modalidade.


Relembrando...abordagem

Naturalidade

Informação

Evitar fala infantilizada

Fazer contato visual ao falar (mesmo alunos com comprometimento na linguem)


Considerações para a prescrição
de exercícios
Deficiência visual
O que levar em conta na prescrição...
1) Atentar-se para possíveis defasagens motoras
Cognição, linguagem, desenvolvimento motor, autocuidados e
socialização

Criança cega que recebeu estimulação constante e especializada

Criança cega que recebeu apenas estimulação assistemática

Crianças videntes
Resultado
• Criança cega que recebeu estimulação constante e
especializada obteve desenvolvimento esperado para sua
faixa-etária semelhante à criança vidente.

• Criança cega que recebeu apenas estimulação assistemática,


apresentou acentuados atrasos de desenvolvimento em todas
as áreas observadas.
Recomendação

• Prescrever exercícios voltados às habilidades motoras básicas.

1. Locomotoras : correr e saltar


2. Estabilizadoras: equilibrar e rolar
3. Manipuladoras: arremessar, receber, chutar,
rebater e quicar
O que levar em conta na prescrição...

2) Alterações posturais
Resultados
Recomendação
• Prescrever exercícios para correção de alterações posturais.

Musculação

Pilates

Posturas da yoga

Alongamentos
O que levar em conta na prescrição...

3) Alterações no equilíbrio
Aparelho
vestibular

Sistema
somatossensitivo

Sistema
visual

Woollacott, 2003
• n= 3 (cegueira total ou baixa visão)
• Programa de treinamento funcional
• 12 semanas com duas sessões semanais.
• O equilíbrio postural foi avaliado em uma plataforma de força, em
condição bipodal e olhos vendados.

• RESULTADO: o treinamento funcional influenciou positivamente no


equilíbrio e na propriocepção.
O que levar em conta na prescrição...

• Prescrever exercícios para melhora do equilíbrio.

Uso de materiais alternativos

Disco de equilíbrio

Exercícios no solo

Treinamento funcional
O que levar em conta na prescrição...

4) Segurança do atleta

• Organização da área de treinamento


• Chame apenas pelo nome
• Comandos previamente combinados
• Avisar com antecedência sobre contato físico
• Fornecer informações claras e precisas
O que levar em conta na prescrição...
4) Segurança do atleta

• Preferencialmente intercalar cegos e baixa visão


• Trabalhar em círculo ou fileiras
• Utilizar dispositivos táteis ou sonoros
• Comandos previamente combinados
Deficiência intelectual
O que levar em conta na prescrição...

• Estabelecer uma rotina  facilita o processo de assimilação do que será


realizado.

• Incluir exercícios aeróbios  possuem maior risco de desenvolvimento


de determinadas doenças crônicas, como cardiopatias (50% dos
indivíduos) e problemas vasculares.

AUMENTO DA
EXPECTATIVA DE VIDA!
O que levar em conta na prescrição...

• Incluir exercícios de força  corrigir e atenuar desequilíbrios musculares.

• Prescrever alongamentos  melhora da amplitude de movimento das


articulações, redução de queixas de dores musculares e espasticidade,
além de promover o ganho de flexibilidade.
Deficiência auditiva
O que levar em conta na prescrição...

• A prática da atividade física ou da modalidade esportiva escolhida pela pessoa


com deficiência auditiva ou surdez é bastante similar à de um ouvinte.

• Principal adaptação  priorizar a sinalização visual.

• Foco na comunicação: fale sempre devagar, com naturalidade de frente para o


aluno.
O que levar em conta na prescrição...

• Utilize sinais visuais ou táteis, porém cuidado com toques físicos.

• Alguns surdos são oralizados e podem se expressar por meio da fala e da


leitura labial, enquanto outros como os surdos sinalizados, dependem de
recursos adicionais como a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

• Curiosidade: não participam nem dos Jogos Olímpicos e nem dos Jogos
Paralímpicos.  Surdoliampíadas, antes chamado de Jogos do Silêncio.
O conteúdo desse curso
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Professora Ma. Ana
Roberta Almeida Comin
Educação Física Inclusiva

Exercícios e cuidados
Parte 2

@anaroberta.almeida
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Relembrando...a importância da avaliação física

• Realizada por equipe multidisciplinar

• Avaliação antropométrica

• Avaliação de grande abrangência: força, amplitude de movimento,


coordenação, deambulação, trato gastrointestinal, genito-urinário,
nutrição, sono, emocional, saúde em geral...
Objetivos
• Desenvolvimento de parâmetros gerais: força, capacidade
aeróbia, resistência, flexibilidade...

• Movimentos específicos da modalidade.


Considerações para a prescrição
de exercícios
Amputação
O que levar em conta na prescrição...
Incluir exercícios para coto residual:
• Alongamento
• Fortalecimento localizado
• Adaptação das cargas e da mecânica do movimento.

Objetivos:
• Evitar atrofia e perda de funcionalidade.
• Criar melhores condições para o uso de próteses.
• Atenuar desequilíbrios musculares (amputações unilaterais)
O que levar em conta na prescrição...

• Amputação de MMII: ênfase no


fortalecimento dos extensores e
abdutores do quadril e dos extensores
do joelho  importantes para a
deambulação com prótese
O que levar em conta na prescrição...

• Exercícios de deambulação, sentar e


levantar, saltar com e sem a prótese.
O uso de próteses
O que levar em conta na prescrição...

• Exercícios visando a melhora da consciência corporal e autoimagem


Encefalopatia crônica da infância
Cuidados especiais
• Quadros de convulsão
• Distúrbios auditivos
• Distúrbios visuais
• Problemas com a comunicação verbal
• Problemas com a deglutição
• Alterações comportamentais: déficit de atenção e hiperatividade,
inteligência acima da média
O que levar em conta na prescrição...
1) Incluir exercícios visando o equilíbrio

2) Exercícios com deslocamento

3) Exercícios de força (adaptação)

4) Coordenação motora

5) Utilização de materiais (estímulo sensório-motor)


Lesão medular
O que levar em conta na prescrição...

• Incluir exercícios aeróbios que visem a melhora da


capacidade cardiorrespiratória e controle do peso.
2017

• Treinamento: moderado,
4x/semana durante 4 semanas,
home-based, arm-cranck.

• N= 21:
1. Intervention (INT)  N= 13
2. Control (CON)  N=8
Resultados
1. Parâmetros cardiorrespiratórios

VO2 máximo:
Resultados
Carga máxima de trabalho:
Resultados

2. Parâmetros metabólicos:

* Homeostasis model assessment of insulin resistance (HOMA2-IR)


** Homeostasis model assessment of pancreatic β-cell function (HOMA2-A)
O que levar em conta na prescrição...
• Prescrever exercícios resistidos para MMSS e tronco:
1. Propulsão de cadeira
2. Mudanças de postura (escaras)
3. Transferência do corpo para
diferentes assentos
4. Controle postural (postura
hipercifótica)
5. Correção de desequilíbrios
musculares (dor crônica)

Tetraplegia dificuldade em preensão


manual  adaptação
O que levar em conta na prescrição...

• Prescrever exercícios que envolvam manobras de deslocamentos com a


cadeira: de costas, giros, frenagens, mudança de direção...
O que levar em conta na prescrição...

• Incluir exercícios de flexibilidade: movimentos passivos, passivos-ativos ou


ativos.
O que levar em conta na prescrição...

• Atenção com exercícios isométricos: retorno venoso.


O que levar em conta na prescrição...

• Cuidado com escaras

1. Estágios de 1-4
2. Risco de infecções
3. Avaliação clínica e nutricional
O que levar em conta na prescrição...

• Cuidado com distúrbios termorregulatórios:

1. Calor: baixa sudorese e vasodilatação.


2. Frio: dificuldade em responder com tremores e
vasoconstrição.

Verificar a hidratação do atleta


e o tipo de vestimenta.
O que levar em conta na prescrição...

• Cuidado com quedas: comum fratura em MMII  osteoporose.


O que levar em conta na prescrição...

• Incontinência urinária e distúrbios esfincterianos:

Orientar o atleta a esvaziar a bexiga antes do treinamento.

Ideal que o mesmo tenha uma rotina em relação à evacuação.


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