Você está na página 1de 98

ACESSIBILIDADE E TÉCNICAS ASSISTIDAS

Me. Roberto Fonseca

GUIA DA
DISCIPLINA
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

1. HISTÓRICO DA VISÃO SOCIAL EM RELAÇÃO À PESSOA COM


DEFICIÊNCIA

Objetivo:
Introduzir o estudo da deficiência na sociedade, levantar o histórico da visão social
em relação às pessoas com deficiência; apresentar o histórico das legislações que atendem
o direito das pessoas com deficiência e apresentar e introduzir o estudo da norma de
acessibilidade NBR9050.

Introdução:
A sociedade foi formulada pensando em atender exclusivamente os ideais dos
homens brancos e sem deficiência descriminando todas as pessoas que não fazem parte
desse grupo. O modelo discriminatório vem desde à antiguidade onde as pessoas com
deficiência eram consideradas sub-humanas, ou seja, eram pessoas que nada contribuíam
com a vida humana. Isso ocorreu, principalmente, em cidades como Atenas e esparta,
lugares onde se cultuava o corpo físico pleno, sadio e padronizado, para eles as pessoas
com deficiência estavam contrapondo os seus ideais e, portanto, ali eles não poderiam
conviver.

Em Esparta e Atenas crianças com deficiências física, sensorial e mental eram


consideradas sub-humanas, o que legitimava sua eliminação e abandono. Tal
prática era coerente com os ideais atléticos, de beleza e classistas que serviam de
base à organização sociocultural desses dois locais. Em Esparta eram lançados do
alto dos rochedos e em Atenas eram rejeitados e abandonados nas praças públicas
ou nos campos. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
ESPECIAL, 2008, p.7)

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 1


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Observa-se que a sociedade sempre enxergou a pessoa com deficiência como


alguém a margem, e de época em época foram criados em uma relação discriminatória.
Desde sempre a sociedade se achou no direito de eliminar ou excluir as pessoas que eram
diferentes dos padrões estabelecidos pela sociedade.

[...] desde os primórdios da humanidade pessoas nasceram ou adquiriram alguma


deficiência ou limitação que as impediram de realizar suas atividades diárias de
forma autônoma. De maneira perversa, essas pessoas foram alijadas da sociedade
e tratadas como estorvo ou “coitadinhas (NEGREIROS, 2014 p.13).

Um dos primeiros passos para que as pessoas com deficiência começassem a


receber algum tipo de assistencialismo foi o surgimento do cristianismo, a partir daí, surge
então a ideia de caridade para pessoas que eram desprezadas como deficientes, pobres e
mendigos.

Foi no vitorioso Império Romano que surgiu o cristianismo. A nova doutrina voltava-
se para a caridade e o amor entre as pessoas. As classes menos favorecidas
sentiram-se acolhidas com essa nova visão. O cristianismo combateu, dentre outras
práticas, a eliminação dos filhos nascidos com deficiência. Os cristãos foram
perseguidos, porém, alteraram as concepções romanas a partir do Século IV. Nesse
período é que surgiram os primeiros hospitais de caridade que abrigavam indigentes
e pessoas com deficiências (NEGREIROS, 2014 p.3).

A doutrina cristã trouxe muitos benefícios no tratamento dos excluídos da sociedade


e com o seu surgimento as pessoas começaram a acolher mais as pessoas com deficientes,
no entanto, mesmo com essa nova visão de caridade, as pessoas com deficiência
continuaram a ser excluídas, ainda que ali elas não fossem mais eliminadas, eles
continuavam a sofrer com as atitudes de rejeição social.
Eles eram internados em manicômios, orfanatos, ou seja, em lugares longe dos
olhares da sociedade.
A partir do século XVII, os deficientes passaram a ser internados em orfanatos,
manicômios, prisões e outros tipos de instituições, juntamente com delinquentes,
idosos e pedintes, ou seja, eram excluídos do convívio social por causa da
discriminação que então vigorava contra pessoas diferentes (BERGAMO, 2010,
p.35).

A partir do final da segunda guerra mundial as pessoas começaram a ter um novo


olhar para as pessoas com deficiência, porque até então eles tinham a concepções de que
a deficiência era algo que só vinha de berço, ou seja, a pessoa só nascia com a deficiência
e ela não era adquirida posteriormente. A partir de então, observando o cenário de
destruição, vendo pessoas próximas, soldados que eram heróis de guerra, familiares,
amigos colegas de trabalho em situação de dependência e impossibilidade começou-se a
repensar a forma de lidar com esse novo parâmetro

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 2


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que o direito necessita se preocupar com
grupos sociais específicos, nesse caso surgem os mutilados da guerra, pessoas
que foram para a guerra sem nenhuma deficiência e voltam às suas casas com
algum tipo de mutilação que impedem a fruição normal de suas atividades de vida
diária (TAHAN, 2012, p.21).

Com isso, o olhar preconceituoso que se tinha diante a pessoa com deficiência
começou a mudar, eles notaram que a deficiência estava longe de ser castigo ou maldição,
outro pensamento que se iniciou a partir daí é que mesmo com suas limitações eram muito
importantes para a sociedade e então surgiu a necessidade e a possibilidade das pessoas
de contribuir na construção de uma sociedade melhor e mais justa.
Com as mudanças no pensamento da sociedade, a deficiência começou a ganhar
novos olhares e concepções, as pessoas começaram a se preocupar com bem-estar,
passaram a defender os direitos e a pensar sobre a inclusão das pessoas com deficiência.
.
Mudanças socioculturais foram ocorrendo paulatinamente na Europa, cujas marcas
principais foram o reconhecimento do valor humano, o avanço da ciência e a
libertação quanto a dogmas e crendices, reconhecendo-se que o grupo de pessoas
com deficiência deveria ter atenção específica fora dos abrigos ou asilos para
pobres e velhos. A despeito das malformações físicas ou limitações sensoriais,
essas pessoas, de maneira esporádica e ainda tímida, começaram a ser valorizadas
enquanto seres humanos (NEGREIROS, 2014, p.15).

1.1 Histórico de legislação e inclusão


Com a mudança do olhar e do pensamento sobre a pessoa com deficiência,
começaram a ser criadas legislações que os protegiam e guardavam os seus direitos no
Brasil e no mundo inteiro.
Algumas das principais legislações criadas sobre o direito da pessoa com deficiência
são:

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 3


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

1961-LeiNº4.024.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) fundamenta o atendimento
educacional às pessoas com deficiência, chamadas no texto de “excepcionais”. Segue
trecho: “A Educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar -se no
sistema geral de Educação, a fim de integrá-los na comunidade. ”

1971LeiNº5.692.
A segunda lei de diretrizes e bases educacionais do Brasil é da época da ditadura militar e
substitui a anterior. O texto afirma que os alunos com “deficiências físicas ou mentais, os
que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os
superdotados deverão receber tratamento especial”. Essas normas deveriam estar de
acordo com as regras fixadas pelos Conselhos de Educação. Ou seja, a lei não promovia
a inclusão na rede regular, determinando a escola especial como destino certo para essas
crianças.

1988 Constituição Federal.


O artigo 208, que trata da Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17
anos, afirma que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado
aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”. Nos
artigos 205 e 206, afirma-se, respectivamente, “a Educação como um direito de todos,
garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a
qualificação para o trabalho” e “a igualdade de condições de acesso e permanência na
escola”.

1989-Lei N°7.853.
O texto dispõe sobre a integração social das pessoas com deficiência. Na área da
Educação afirma, por exemplo, obriga a inserção de escolas especiais, privadas e públicas,
no sistema educacional e a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em
estabelecimento público de ensino. Também afirma que o poder público deve se
responsabilizar pela “matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos
públicos e particulares de pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no
sistema regular de ensino”. Ou seja: exclui da lei uma grande parcela das crianças ao
sugerir que elas não são capazes de se relacionar socialmente e, consequentemente, de
aprender. O acesso a material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo também são
garantidos pelo texto.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 4


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

1990- Lei N° 8.069.


Mais conhecida como Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Nº 8.069
garante, entre outras coisas, o atendimento educacional especializado às crianças com
deficiência preferencialmente na rede regular de ensino; trabalho protegido ao
adolescente com deficiência e prioridade de atendimento nas ações e políticas
públicas de prevenção e proteção para famílias com crianças e adolescentes nessa
condição.

1994- Política Nacional de Educação Especial.


Em termos de inclusão escolar, o texto é considerado um atraso, pois propõe a
chamada “integração instrucional”, um processo que permite que ingressem em
classes regulares de ensino apenas as crianças com deficiência que “(...) possuem
condições de acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do
ensino comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos normais”. Ou seja, a política exclui
grande parte desses alunos do sistema regular de ensino, “empurrando -os” para a
Educação Especial.

1999- Decreto N°3.298.


O decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e consolida as normas de
proteção, além de dar outras providências. O objetivo principal é assegurar a plena
integração da pessoa com deficiência no “contexto socioeconômico e cultural” do país.
Sobre o acesso à Educação, o texto afirma que a Educação Especial é uma
modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino e a destaca como
complemento do ensino regular.

2001-Lei N°10.172.
O Plano Nacional de Educação (PNE) anterior, criticado por ser muito extenso,
tinha quase 30 metas e objetivos para as crianças e jovens com deficiência. Entre elas,
afirmava que a Educação Especial, “como modalidade de educação escolar”, deveria
ser promovida em todos os diferentes níveis de ensino e que “a garantia de vagas no
ensino regular para os diversos graus e tipos de deficiência” era uma medida
importante.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 5


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2001- Resolução CNE/CEB N°2


Texto do Conselho Nacional de Educação (CNE) institui Diretrizes Nacionais
para a Educação Especial na Educação Básica. Entre os principais pontos, afirma que
“os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais
especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade
para todos”. Porém, o documento coloca como possibilidade a substituição do ensino
regular pelo atendimento especializado. Considera ainda que o atendimento escolar
dos alunos com deficiência tem início na Educação Infantil, “assegurando -lhes os
serviços de educação especial sempre que se evidencie, mediante avaliação e
interação com a família e a comunidade, a necessidade de atendimento educacional
especializado”.

2002- Resolução CNE/CP N°1/2002


A resolução dá “diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores
da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena”.
Sobre a Educação Inclusiva, afirma que a formação deve incluir “conhecimentos sobre
crianças, adolescentes, jovens e adultos, aí incluídas as especificidades dos alunos
com necessidades educacionais especiais”.

2002 – Lei Nº 10.436/02


Reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira
de Sinais (Libras).

2006 – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos


Documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), Ministério da Justiça,
Unesco e Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Entre as meta s está a inclusão
de temas relacionados às pessoas com deficiência nos currículos das escolas.

2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)


No âmbito da Educação Inclusiva, o PDE trabalha com a questão da
infraestrutura das escolas, abordando a acessibilidade das edificações escolares, da
formação docente e das salas de recursos multifuncionais.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 6


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2007-Decreto Nº 6.094/07
O texto dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos
pela Educação do MEC. Ao destacar o atendimento às necessidades educacionais
especiais dos alunos com deficiência, o documento reforça a inclusão deles no sistema
público de ensino.

2008 – Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da


Educação Inclusiva
Documento que traça o histórico do processo de inclusão escolar no Bra sil para
embasar “políticas públicas promotoras de uma Educação de qualidade para todos os
alunos”.

2008 – Decreto Nº 6.571


Dispõe sobre o atendimento educacional especializado (AEE) na Educação
Básica e o define como “o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e
pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou
suplementar à formação dos alunos no ensino regular”. O decreto obriga a União a
prestar apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino no oferecimento da
modalidade. Além disso, reforça que o AEE deve estar integrado ao projeto pedagógico
da escola.

2009 – Resolução Nº 4 CNE/CEB


O foco dessa resolução é orientar o estabelecimento do atendimento
educacional especializado (AEE) na Educação Básica, que deve ser realizado no
contraturno e preferencialmente nas chamadas salas de recursos multifun cionais das
escolas regulares. A resolução do CNE serve de orientação para os sistemas de ensino
cumprirem o Decreto Nº 6.571.

2011 - Decreto Nº 7.611


Revoga o decreto Nº 6.571 de 2008 e estabelece novas diretrizes para o dever
do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial. Entre elas,
determina que sistema educacional seja inclusivo em todos os níveis, que o
aprendizado seja ao longo de toda a vida, e impede a exclusão do sistema educacional
geral sob alegação de deficiência. Também determina que o ensino fundamental seja

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 7


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de acordo com as


necessidades individuais, que sejam adotadas medidas de apoio individualizadas e
efetivas, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de
acordo com a meta de inclusão plena, e diz que a oferta de educação especial deve
se dar preferencialmente na rede regular de ensino.

2011 - Decreto Nº 7.480


Até 2011, os rumos da Educação Especial e Inclusiva eram definidos na
Secretaria de Educação Especial (Seesp), do Ministério da Educação (MEC). Hoje, a
pasta está vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade
e Inclusão (Secadi).

2012 – Lei nº 12.764


A lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com
Transtorno do Espectro Autista.

2014 – Plano Nacional de Educação (PNE)


A meta que trata do tema no atual PNE, como explicado anteriormente, é a de
número 4. Sua redação é: “Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema
educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou
serviços especializados, públicos ou conveniados”. O entrave para a inclusão é a
palavra “preferencialmente”, que, segundo especialistas, abre espaço para que as
crianças com deficiência permaneçam matriculadas apenas em escolas especiais.

INTERNACIONAL

1990 – Declaração Mundial de Educação para Todos


No documento da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco), consta: “as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas
portadoras de deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que
garantam a igualdade de acesso à Educação aos portadores de todo e qualquer tipo
de deficiência, como parte integrante do sistema educativo”. O texto ainda usava o
termo “portador”, hoje não mais utilizado.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 8


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

1994 – Declaração de Salamanca


O documento é uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) e foi
concebido na Conferência Mundial de Educação Especial, em Salamanca. O texto trata
de princípios, políticas e práticas das necessidades educativas especiais, e dá
orientações para ações em níveis regionais, nacionais e internacionais sobre a
estrutura de ação em Educação Especial. No que tange à escola, o documento aborda
a administração, o recrutamento de educadores e o envolvimento comunitário, entre
outros pontos.

1999 Convenção da Guatemala


A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, mais conhecida como
Convenção da Guatemala, resultou, no Brasil, no Decreto nº 3.956/2001. O texto
brasileiro afirma que as pessoas com deficiência têm “os mesmos direitos humanos e
liberdades fundamentais que outras pessoas e que estes direitos, inclusive o direito de
não ser submetidas a discriminação com base na deficiência, emanam da dignidade e
da igualdade que são inerentes a todo ser humano”. O texto ainda utiliza a palavra
“portador”.

2009 – Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência


A convenção foi aprovada pela ONU e tem o Brasil como um de seus signatários.
Ela afirma que os países são responsáveis por garantir um sistema de Educação
inclusiva em todos as etapas de ensino.

2015 Declaração de Incheon


O Brasil participou do Fórum Mundial de Educação, em Incheon, na Coréia do
Sul, e assinou a sua declaração final, se comprometendo com uma agenda conjunta
por uma educação de qualidade e inclusiva.
Outro fato importante foi que por volta de 1981, a ONU “atribuiu” o valor de pessoas
àqueles que tinha deficiências, igualando-os em diretos e dignidades à maioria dos
membros de qualquer sociedade ou país, no Brasil, isso ocorreu na constituição de 1988,
mas o status de pessoa não trouxe a elas os recursos e serviços para que elas pudessem
se desenvolver.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 9


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Algumas normas vieram depois e estabeleceram alguns princípios básicos para


possibilitar uma vida confortável e funcional às pessoas com deficiência, essas leis
chamadas leis de acessibilidade orientam a construção de uma sociedade acessível a
todas as pessoas que nela vivem.
Um exemplo é a NBR 9050, essa norma técnica estabelece critérios e parâmetros
técnicos aplicáveis a projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos às condições de acessibilidade.

1.2 As Normas e legislação brasileira para a educação especial


A legislação brasileira que rege a Educação Especial define-se pela Constituição
Federal de 1988, Art. 208, III, onde esclarece que o Estado deve atendimento especializado
a portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, e atendimento a
creches e pré-escola às crianças com 0 a 6 anos de idade. Em 2001, foi sancionada a Lei
nº 10701 que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE), esse texto possui diversas
especificações em relação ao plano físico de ensino, entre os padrões mínimos encontram-
se na meta de nº 2:

a) espaço interno, com iluminação, insolação, ventilação, visão para o espaço


externo, rede elétrica e segurança, água potável, esgotamento sanitário;
b) instalações sanitárias e para a higiene pessoal das crianças;
c) instalações para o preparo e /ou serviços de alimentação;
d) ambiente interno e externo para o desenvolvimento das atividades, conforme as
diretrizes curriculares e a metodologia da educação infantil, incluindo repouso, expressão
livre, movimento e brinquedo;
e) mobiliário, equipamentos e materiais pedagógicos
f) adequação às características das crianças especiais (BRASIL, 2001, p. 61).
Outras diversas leis foram criadas ou aprimoradas com o intuito de aprimorar o
regimento escolar para crianças deficientes e o espaço que elas estarão inseridas, assim
como, também, para todo e qualquer tipo de deficiente e sua função, entre as leis,
destacam-se algumas Normas Técnicas, que regem as formas de trabalho para que todas
as leis sejam cumpridas em sua excelência. Entre as Normas, destacam-se:
a) NBR 14021/2005: Transporte Acessibilidade no sistema de trem urbano ou
metropolitano.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 10


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

b) NBR 9050/2004: Sobre a acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência a


edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos, fixando as condições exigíveis.
c) NBR 13994/2000: Elevadores de passageiros Elevador para transporte de pessoa
portadora de deficiência.
d) NBR 14273/1999: Transporte Acessibilidade da pessoa portadora de deficiência
no transporte aéreo comercial.
e) NBR 14020/1997: Transporte Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência
Trem de longo percurso.
f) NBR 14022/1997: Transporte Acessibilidade à pessoa portadora de deficiência em
ônibus e trólebus para atendimento urbano e intermunicipal.
Dentro desde capítulo estaremos estudando acerca das Leis e Normas que estão
diretamente relacionadas ao âmbito estudantil.

1.3. Compreendendo conceitos de inclusão e a inserção dela na escola


A inclusão de discentes com quaisquer que sejam as deficiências no ensino regular,
tem proporcionado um processo de reflexão acerca da acessibilidade em todos os seus
âmbitos, inclusive nos quais referem-se às adequações espaciais. Ao propor ambientes
inclusivos, certas medidas e ações devem ser adotadas e implantadas no viés de
reconhecer e valorizar as diferenças humanas, para que as condições de acesso, atividade
e participação dos alunos se concretizem.

É necessário o investimento em ações que forneçam a acessibilidade nas escolas,


entretanto, pode-se perguntar, “como identificar as necessidades de alunos com
deficiência? ” Ou “como buscar alternativas para eliminação das barreiras de acesso? ”, e
a questão prioritária, talvez fosse “o que fazer para que a escola se torne acessível? ”

De acordo com diversos manuais de acessibilidade escolar e Normas técnicas, para


que se garanta condições de acessibilidade espacial, em qualquer ambiente, é primordial,
primeiramente ser identificado quais são as barreiras físicas que estão aumentando o grau
de dificuldade ou impossibilitando a participação e a interação das pessoas com deficiência
nas escolas!

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 11


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O que são barreiras?


As barreiras físicas podem ser elementos naturais ou construídos, que
dificultam ou impedem a realização de atividades desejadas de forma
independente. A presença de árvores e postes numa calçada estreita reduz,
por exemplo, a área de circulação para todos pedestres. Pode, inclusive,
impedir o deslocamento de uma pessoa em cadeira de rodas e, assim, torna-
se uma barreira para essa pessoa. O excesso de ruído pode ser uma barreira
para uma pessoa que escuta mal, e também para uma pessoa cega que precisa
reconhecer os sons das atividades para saber onde está (DISCHINGER; ELY;
BORGES, 2009, p.21).

Assim, pode-se definir as barreiras como qualquer obstáculo ou bloqueio que limite
ou impeça o acesso, a autonomia dos movimentos, o fluxo de passagem com segurança e
a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação (BRASIL,
2004, p. 61 apud DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009).

Para que se elimine de barreiras físicas, em âmbito escolar, existem diversas


variáveis a serem consideradas e múltiplas ações que precisam ser providenciadas, tais
quais como a avaliação dos ambientes da escola, a elaboração de projetos baseados nas
Normas de acessibilidade, a execução de obras e a fiscalização adequada. Para que se
entenda os projetos de escolas acessíveis e/ou as adequações das existentes para as
Normas, é importante, primeiramente, compreender as necessidades das diversas
deficiências para que, posteriormente, se crie bases sólidas para eliminar as barreiras
físicas que impedem a inclusão de todos os indivíduos.

[...] pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de natureza física,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas
(ONU, Art. 1, 2006)

Primordialmente, é importante sempre pensarmos e agirmos de forma para que se


diminua o grau de dificuldade que o deficiente possa enfrenta na realização de qualquer
atividade em função das características físicas do meio.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 12


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR I:


LEGISLAÇÃO E DESENHO UNIVERSAL

Objetivo:
Proporcionar aos discentes, maior compreensão sobre as medidas e proporções
necessárias para que o deficiente consiga compreender e captar o ambiente de melhor
forma, além de propiciar o entendimento sobre a legislação referente as normas de
acessibilidade, tanto quanto, sua importância para desenvolvimento dos alunos que
necessitam dessa atenção especial.

Introdução:
A educação inicia-se em âmbito familiar, e, posteriormente, passa a ser dividida com
a escola, que irá participar de forma ativa na vida do indivíduo durante longo período.
Segundo as Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
elimina barreiras arquitetônicas em espaços escolares, dando condição para a integração
de crianças com algum tipo de necessidade especial.
Segundo o Censo 2003, a distribuição de matrículas por necessidade educacional
especial é:

 Baixa visão - 6,6%

 Cegueira - 1,3%;

 Deficiência auditiva - 6,1%;

 Deficiência física - 5,5%;

 Mental - 51,4 %;

 Múltipla (associação de duas ou mais deficiências) - 12,4%;

 Altas habilidades/superdotados - 0,3%;

 Condutas atípicas - 11,1%

Quando o indivíduo com necessidades especiais frequenta uma escola que


proporciona infraestrutura para acolhê-lo e mantê-lo seguro, ele tende a ter a oportunidade
de aprender mais e de se desenvolver, uma vez que a criança aprende principalmente

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 13


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

quando possui a relação com outras crianças e se apropria do espaço escolar e o


transforma através de suas ações.
Além de ser um local onde a criança ou jovem possa aprender a ler e escrever, a
escola pode se tornar, também, um espaço para o desenvolvimento do caráter do indivíduo.
Em termos de espaço, a escola, leva consigo durante toda a vida de um ser, a lembrança
de sua infância, de descobrimento e de suas fantasias.

2.1 Acessibilidade espacial

O que é acessibilidade espacial?

Acessibilidade espacial significa bem mais do que apenas poder chegar ou


entrar num lugar desejado. É, também, necessário que a pessoa possa situar-
se, orientar-se no espaço e que compreenda o que acontece, a fim de
encontrar os diversos lugares e ambientes com suas diferentes atividades, sem
precisar fazer perguntas. Deve ser possível para qualquer pessoa se deslocar
ou movimentar-se com facilidade e sem impedimentos. Além disso, um lugar
acessível deve permitir, através da maneira como está construído e das
características de seu mobiliário, que todos possam participar das atividades
existentes e que utilizem os espaços e equipamentos com igualdade e
independência na medida de suas possibilidades (DISCHINGER; ELY; BORGES,
2009, p.22;23).

A dificuldade de locomoção e inserção no espaço que um indivíduo pode encontrar


em um ambiente, pode ser agravada ou atenuada dependendo das características do local
e das soluções que vão ou não ser incorporadas em busca da acessibilidade espacial.

Dischinger, Ely e Borges (2009, p.23), citam como exemplo, uma criança com baixa
visão, transitando por um corredor:

[...] com paredes e forro brancos, com piso e portas de cor cinza claro, vai ter sua
dificuldade agravada, pois não existe contraste de cores entre piso, paredes e
portas. Mas, se o corredor for branco, o piso cinza escuro e as portas coloridas, ele
vai poder distinguir tanto os planos horizontais e verticais como as aberturas.

Existem vários tipos de barreiras, entretanto, específico quatro delas precisam,


impreterivelmente, serem consideradas para possibilitar a acessibilidade espacial, sendo
elas a: orientação espacial, deslocamento, uso e comunicação.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 14


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

1.3.1 Orientação espacial


A orientação espacial é definida de acordo com as características ambientais que
concedam as pessoas reconhecer a identidade e as funções dos espaços e definir
estratégias para seu deslocamento e uso. É importante que se observe itens como “a forma,
a iluminação, as cores e a disposição dos lugares e equipamentos, assim como as
informações escritas ou desenhos – letreiros, mapas, imagens – que auxiliam na
compreensão dos lugares” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.23).

1.3.2 Deslocamento
As condições de deslocamento são caracterizadas pela disposição de circulação de
qualquer indivíduo de forma plena, ou seja, o mesmo pode se movimentar ao longo de
percursos horizontais e verticais, além de, também, em ambientes internos como em salas,
sanitários, saguões, e externos, como caminhos, pátios, jardins, etc., sem impedimentos
baseados em barreiras físicas, de forma autônoma, segura e confortável.
Neste quesito é importante observar o tipo e a qualidade dos pisos e revestimentos,
a viabilidade das subidas em desníveis – em relação a rampas, elevadores e escadas -, e
a existência de espaço livre que seja suficiente para o movimento (DISCHINGER; ELY;
BORGES, 2009, p.24).

1.3.3 Uso
Segundo Dischinger; Ely; Borges (2009, p.25) as “condições de uso dos espaços e
dos equipamentos referem-se à possibilidade efetiva de realização de atividades por todas
as pessoas”. É importante ser verificado, em absoluto, as características físicas dos
equipamentos e mobiliários, ou seja, os itens que se referem a forma, as dimensões, o
relevo, a textura e as cores desses mobiliários, assim como, também, relacionado a sua
posição nos ambientes, ou seja, a forma como o mobiliário foi ou será disposto no espaço,
com a finalidade de permitir que sejam alcançados e utilizados por qualquer indivíduo que
necessite.

1.3.4 Comunicação
A comunicação faz respeito em referência as possibilidades de troca de informações
entre pessoas, independentemente de ter ou não o auxílio de meios de comunicação
externos, e à aquisição de informações gerais através de suportes informativos. É
primordial para este quesito os itens referentes a acústica dos ambientes, a presença de

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 15


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

sinais, pictogramas complementando informações escritas; e os meios de tecnologia


assistiva, como programas computacionais para surdos e cegos (DISCHINGER; ELY;
BORGES, 2009, p.25,26).

2.2 O desenho universal e a NBR 9050


A NBR 9050 (2015) tem como priori auxiliar no desenvolvimento de locais e objetos
que auxiliem o desempenho do deficiente. Diversos itens constam em evidência, a maioria
deles, aproveitáveis em instituições de ensino, para melhor desempenho dos alunos.
A NBR 9050, tem como base o “Desenho Universal”, sendo o conceito do mesmo,
propor uma arquitetura e um design mais centrados no ser humano, na sua diversidade e
função. O desenho universal estabelece critérios para que as edificações, os ambientes
internos, os ambientes urbanos, os produtos e mobiliários atendam a um maior número de
usuários, independente das características físicas do indivíduo, das habilidades e/ou faixa
etária, contribuindo com a biodiversidade humana e propiciando uma melhor ergonomia
para todas as pessoas. Para tanto, segundo o Anexo A, da ABNT NBR9050 (2015, p.139)
foram definidos sete princípios do Desenho Universal, que são mundialmente adotados em
planejamentos e obras de acessibilidade:

1) uso equitativo: é a característica do ambiente ou elemento espacial que faz com


que ele possa ser usado por diversas pessoas, independentemente de idade ou
habilidade. Para ter o uso equitativo deve-se: propiciar o mesmo significado de uso
para todos; eliminar uma possível segregação e estigmatização; promover o uso
com privacidade, segurança e conforto, sem deixar de ser um ambiente atraente ao
usuário;  

2) uso flexível: é a característica que faz com que o ambiente ou elemento espacial
atenda a uma grande parte das preferências e habilidades das pessoas. Para tal,
devem-se oferecer diferentes maneiras de uso, possibilitar o uso para destros e
canhotos, facilitar a precisão e destreza do usuário e possibilitar o uso de pessoas
com diferentes tempos de reação a estímulos;  

3) uso simples e intuitivo: é a característica do ambiente ou elemento espacial


que possibilita que seu uso seja de fácil compreensão, dispensando, para tal,
experiência, conhecimento, habilidades linguísticas ou grande nível de
concentração por parte das pessoas;  

4) informação de fácil percepção: essa característica do ambiente ou elemento


espacial faz com que seja redundante e legível quanto a apresentações de
informações vitais. Essas informações devem se apresentar em diferentes modos
(visuais, verbais, táteis), fazendo com que a legibilidade da informação seja
maximizada, sendo percebida por pessoas com diferentes habilidades (cegos,
surdos, analfabetos, entre outros);  

5) tolerância ao erro: é uma característica que possibilita que se minimizem os


riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais na
utilização do ambiente ou elemento espacial. Para tal, devem-se agrupar os
elementos que apresentam risco, isolando-os ou eliminando-os, empregar avisos
de risco ou erro, fornecer opções de minimizar as falhas e evitar ações inconscientes
em tarefas que requeiram vigilância;

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 16


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 6) baixo esforço físico: nesse princípio, o ambiente ou elemento espacial deve
oferecer condições de ser usado de maneira eficiente e confortável, com o mínimo
de fadiga muscular do usuário. Para alcançar esse princípio deve-se: possibilitar
que os usuários mantenham o corpo em posição neutra, usar força de operação
razoável, minimizar ações repetidas e minimizar a sustentação do esforço físico;

7) dimensão e espaço para aproximação e uso: essa característica diz que o


ambiente ou elemento espacial deve ter dimensão e espaço apropriado para
aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente de tamanho de
corpo, postura e mobilidade do usuário. Desta forma, deve-se: implantar sinalização
em elementos importantes e tornar confortavelmente alcançáveis todos os
componentes para usuários sentados ou em pé, acomodar variações de mãos e
empunhadura e, por último, implantar espaços adequados para uso de tecnologias
assistivas ou assistentes pessoais.

2.2.1 Dimensões
A dimensão referencial para cadeiras de roda precisa ser levada em consideração
quando pensamos no espaço escolar, desde corredores à banheiros e salas de aula. Uma
cadeira (manuais ou motorizadas), sem scooter (reboque), possui em geral, as seguintes
dimensões:

Uma vez que a cadeira possui 80 centímetros, é notório que o espaço para que o
cadeirante possa transitar, deve ser superior a isso. Segundo a NBR 9050 (2015) os
parâmetros referenciais para deslocamento em linha reta de uma pessoa em cadeiras de
roda é de que caso, sozinha em um corredor, o cadeirante necessite de ao mínimo 90
centímetros de largura entre uma parede e outra, para casos de um cadeirante e um
pedestre entre 1,20 e 1,50 metros e para que dois cadeirantes possam transitar ao mesmo
tempo em uma única linha reta, é necessário entre 1,5 e 1,8 metros. É importante ressaltar
que essas medidas estipuladas pela Norma são referentes ao espaço mínimo proposto,

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 17


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

sendo aceitável qualquer espaço a mais proporcionado, possibilitando tanto ao cadeirante


quanto aos pedestres que por ali transitem, maior conforto para passar por aquele local.

Devesse levar em consideração não apenas o cadeirante andar em linha reta, mas
também as áreas para manobras com a cadeira. Uma vez que o cadeirante precise
rotacionar sua cadeira em 90º sem se deslocar, é necessária uma área mínima de 1,20 por
1,20 metros. Em casos de rotação a 360º, uma área mínima de um círculo com 1,50 metros
de diâmetro.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 18


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Para casos de manobras


com a cadeira de roda havendo
deslocamento, as medidas (em
metros) seguem como
demonstrado pela figura ao lado:

Além de espaços
adequadamente projetados para
deficientes físicos que necessitam
de cadeiras de rodas, podemos
refletir sobre os outros diversos
tipos de limitações que também
necessitam de atenção referentes ao espaço projetado para melhor acomodação.

Indivíduos que fazem o uso de bengalas, andadores, muletas, cão guia, etc., também
são carentes de local em condições adequadas para melhor facilitação da locomoção.
Abaixo podemos observar algumas medidas (em metros) do espaço que se consome para
cada tipo de situação.

A partir dessa reflexão é preciso entender as necessidades espaciais que portadores


de deficiências necessitam para se locomover de forma mais agradável. Todo e qualquer
tipo de deficiência precisa de “atenção espacial” para que o indivíduo se insira no meio em
que está possuindo maior conforto em sua vivência. Diversas medidas são tomadas a partir
da Norma 9050 para esse desempenho relatado.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 19


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

2.2.2 Alcance manual


Em relação as carteiras escolares, a NBR 9050
(2015, p. 15) exibe as dimensões mínimas e máximas
confortáveis para o alcance manual.

Para situações em pé ou sentado as


diferenciações referentes à altura, e ângulos onde o
indivíduo deseja alcançar.

É importante ressaltar, que essa dinâmica do


alcance com as mãos é de primordial necessidade,
uma vez que o aluno precise como a exemplo, escrever
no quadro negro, fazer um cartaz que esteja pendurado, alcançar algo em uma prateleira,
tanto quanto, escrever em sua carteira, entre inúmeras outras possibilidades.

Em casos de cadeirantes, é importante lembrar, que as medidas devem se referir a


um indivíduo sentado, ou seja, todas as metragens devem ser calculadas acerca deste fato.
Abaixo segue exemplo exposto na Norma, sobre as medidas mínimas e máximas para as
carteiras escolares referentes a cadeirantes, as angulações para o alcance das mãos e
suas medidas (NBR 9050, 2015, p.17).

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 20


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O professor deve estar atento se as medidas estão correspondendo as necessidades


dos discentes, pois uma vez incorreta, pode prejudicar não só o físico da criança, como
também no desempenho escolar.

As superfícies de trabalho acessível deve ser um plano horizontal ou inclinado para


desenvolvimento de tarefas manuais e/ou de leitura. Deve-se possibilitar o apoio dos
cotovelos, no plano frontal com ângulo entre 15° e 20° de abertura do braço em relação ao
tronco, e no plano lateral com 25° em relação ao tronco (NBR 9050, 2015, p. 20). As áreas
de alcance em superfícies de trabalho devem ter as seguintes metragens:

A área central simbolizada na figura pela letra C, deve ser a referente para atividades
por tempo prolongado, a de letra B para atividades sem necessidade de precisão e a de
letra A para atividades eventuais, uma vez que se encontra em maior distância. É
importante ressaltar que o espaço indicado para a metragem maior, não deve ultrapassar
a distância do braço do aluno aberto, ou seja, em mesas muito longas, o aluno estará
prejudicado para alcançar o objeto de desejo.

2.2.3 Parâmetros visuais


Os parâmetros visuais são referentes aos ângulos de alcance visual que um
indivíduo pode ter. Uma pessoa em pé ou sentada possui angulações diferenciadas na
visão. É importante que o professor tenha ciência dessa diferença, principalmente para o

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 21


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

caso de levar o aluno cadeirante em um anfiteatro que a escola possua, ou no caso de


mostrar alguma informação em sala de aula, acima do ângulo de visão, atrapalhando o
desempenho do aluno.

2.2.4 Parâmetros auditivos


Segundo a NBR 9050 (2015, p. 29), a percepção do som pode ser/estar associada
a incontáveis aspectos que podem ser desde “limitações físicas, sensoriais e cognitivas da
pessoa até a qualidade do som emitido, quanto ao seu conteúdo, forma, modo de
transmissão e contraste entre o som emitido e o ruído de fundo. Em suma, o som tem por
característica principal três variáveis, sendo elas a frequência, a intensidade e a duração.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 22


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O ouvido humano é capaz de perceber melhor os sons na frequência entre 20 Hz e


20 000 Hz, intensidade entre 20 dB a 120 dB e duração mínima de 1 s. Sons acima de 120
dB causam desconforto e sons acima de 140 dB podem causar sensação de dor.

 Ver o vídeo Desenho Universal para a Aprendizagem - Long Story Shortz, do


canal “Assistiva Tecnologia e Educação”. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=9rSR0TOi4-o Acesso em 17/12/2019.
 Ver o vídeo Desenho Universal na aprendizagem do canal “Assistiva
Tecnologia e Educação” Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_pU7KESfRd0 Acesso em
17/12/2019.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 23


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

3. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR II:


SINALIZAÇÃO

Objetivos:
Proporcionar o entendimento das sinalizações quanto a visão da legislação vigente,
além da compreensão da importância e formas usáveis de cada uma delas.

Introdução:
O espaço escolar necessita de sinalização adequada para melhor circulação e
entendimento dos discentes. A Normas Técnica Brasileira (NBR) 9050 de 2015, é a mais
atualizada para este fim, e proporciona em grande âmbito especificações necessárias para
que os indivíduos portadores de deficiências possuam tratamento e condições em
excelência para seu aprendizado, desenvolvimento e segurança.

Durante este capítulo, estaremos analisando esta norma para uso escolar, em
objetivo da área de sinalização, para que possamos compreender a importância de que as
informações sejam passadas de forma objetiva, claras e coesas, de forma visual, tátil e
sonora, suas composições, normas obrigatórias de execução e apresentação.

3.1 Informação e sinalização


Segundo indicado pela NBR 9050 (2015, p. 30), as informações que precisam ser
passadas aos indivíduos devem ser completas, objetivas e claras, podendo serem
transmitidas por meio de sinalizações visuais, táteis ou sonoras. É recomendado que as
informações corram em dois sentidos, podendo ser eles visuais e táteis ou visuais e
sonoros.

A sinalização visual, pode ser composta por mensagens de textos, contrastes,


símbolos e/ou figuras, a sonora, por conjuntos de sons que permitem a compreensão pela
audição e a tátil por informações em relevo, como textos, símbolos e Braille.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 24


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

A sinalização deve primordialmente ser autoexplicativa, perceptível e legível


para todos, inclusive para pessoas com qualquer tipo de deficiência. Deve ser
instalada em altura que favoreça a legibilidade e clareza da informação,
levando em consideração os ângulos oculares citados anteriormente e
atendendo também, às pessoas com deficiência sentadas, em pé ou
caminhando e para casos de sinalização suspensa, é importante que elas sejam
instaladas acima de 2,10 m do piso.

Os sinais podem ser classificados em “sinais de localização, sinais de advertência e


sinais de instrução, e podem ser utilizados individualmente ou combinados” (NBR 9050,
2015, p. 30).

 Sinais de localização: são os que orientam para a localização de um determinado


elemento em um espaço.
 Sinais de advertência: são os que, independentemente de sua categoria, têm a
propriedade de alerta prévio a uma instrução. Os sinais visuais, sonoros e vibratórios
devem ser intermitentes com período de 5 ciclos por segundo.
 Sinais de instrução: São os que têm a finalidade de instruir a uma determinada ação
de forma positiva e afirmativa. Em situações de uso para rotas de fuga ou situações de
risco, devem preferencialmente ser não intermitentes, ou seja, mantenho um ritmo de
forma contínua.
 Informativo: é referente a sinalização que é utilizada para
identificar os diferentes ambientes ou elementos de um
espaço ou de uma edificação. No mobiliário esta sinalização
deve ser utilizada para identificar comandos.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 25


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

As categorias da sinalização também podem ser de caráter informativo, direcional


ou emergencial (NBR 9050, 2015, p. 31).

 Direcional: é a sinalização que é utilizada para indicar


direção de um percurso ou a distribuição de elementos
de um espaço e de uma edificação. Na forma visual,
associa setas indicativas de direção a textos, figuras
ou símbolos. Na forma tátil, utiliza recursos como guia
de balizamento ou piso tátil. Na forma sonora, utiliza
recursos de áudio para explanação de
direcionamentos e
segurança, como em
alarmes e rotas de fuga.

 Emergencial: é a
sinalização utilizada para
indicar rotas de fuga e saídas
de emergência das
edificações, dos espaços e do ambiente urbano, ou
ainda para alertar quando há um perigo, com
especificação detalhada na NBR 13434
“sinalização de segurança contra incêndio e pânico”.

É importante ressaltar que toda e qualquer informação deve ser localizada de forma
fácil a identificar as utilidades disponíveis dos ambientes, em suma, elas devem ser fixadas
onde decisões são tomadas, em uma sequência lógica de orientação, de um ponto de
partida ao ponto de chegada e devem ser repetidas sempre que existir a possibilidade de

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 26


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

alterações de direção. Em um edifício, por exemplo, deve-se ter instalado, no mínimo,


elementos de sinalização essenciais onde podem ser considerados as informações de
sanitários, os acessos verticais e horizontais, os números de pavimentos e as rotas de fuga.
A sinalização precisa estar, impreterivelmente, disposta em locais acessíveis para pessoa
em cadeira de rodas, com deficiência visual, entre outros usuários, de tal forma que possa
ser compreendida por todos. (NBR 9050, 2015, p.32).

Quando houver um interprete de LIBRAS para que repasse as informações


necessárias, é importante que o mesmo seja posicionado em local de forma estratégica
para que todos os deficientes auditivos possam ter visão plena dos movimentos que o
interprete está realizando. É importante que o local determinado deve estar identificado com
o símbolo internacional de pessoas com deficiência auditiva, além de ser garantido um foco
de luz posicionado de forma a iluminar o intérprete de sinais, desde a cabeça até os joelhos,
sendo que este foco não pode projetar sombra no plano atrás do intérprete de sinais.

 Manual do Sistema de Sinalização para Edificações de Educação Infantil da


Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) de São Paulo. Ano de
2013. Disponível em:
http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/41/docs/manual_escolas_-
_deficientes.pdf.pdf
Acesso em 17/12/2019.
 Manual do Sistema de Sinalização para Edificações Escolares da Fundação
para o Desenvolvimento da Educação (FDE) de São Paulo. Ano de 2015.
Disponível em:
https://www.fde.sp.gov.br/PagePublic/Interna.aspx?codigoMenu=284
Acesso em 17/12/2019.

3.1.1 Diagramação
A diagramação define-se no “ato de compor e distribuir textos, símbolos e imagens
sobre um elemento de informação em uma lógica organizacional” (NBR 9050, 2015, p.30).
A diagramação das informações deve levar em consideração a redação de textos que irá
conter as orientações, instruções de uso de áreas, objetos, equipamentos, regulamentos,
normas de conduta e utilização. Segundo a mesma Norma em sua página p.33, essa
diagramação deve impreterivelmente:
a) ser objetiva;
 b) quando tátil, conter informações essenciais em alto relevo e em Braille;

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 27


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 c) conter sentença completa, na ordem: sujeito, verbo e predicado;  


d) estar na forma ativa e não passiva;  
e) estar na forma afirmativa e não negativa;  
f) enfatizar a sequência das ações.

Segundo a mesma norma, é recomendado que na diagramação das informações


seja uma combinação de letras maiúsculas e minúsculas (caixas alta e baixa), letras sem
serifa, e primordialmente, é importante evitar o uso de fontes itálicas, decoradas,
manuscritas, com sombras, com aparência tridimensional ou distorcidas, uma vez que as
mesmas podem confundir o leitor ou até mesmo estarem, em alguns casos, ilegíveis. Como
dito anteriormente, é de fundamental importância que essas informações sejam claras e
objetivas, fazendo com que o leitor, mesmo que faça uma leitura dinâmica, compreenda o
relatado em excelência.

Em sala de aula, é de suma importância o uso de iconografias e informativos para


melhor aprendizado do aluno. Como discutido em diversas disciplinas, o uso de
informativos expostos em sala, auxilia na captação da informação. Deve-se levar em
consideração as informações deste capítulo sobre o uso e formas de expor essas
informações, para que o discente, quando deparado com a informação, possa captá-la da
melhor forma, em visão de um melhor aprendizado.

3.1.2 Linguagem
A linguagem tem como definição ser o conjunto de símbolos e regras de aplicação e
disposição, que possibilita um sistema de comunicação, em suma, essencialmente a
linguagem tem a capacidade de proporcionar inteligibilidade, podendo ser visual, tátil ou
sonoro.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 28


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

A linguagem visual, ou seja, a linguagem relacionada as informações visuais, devem


seguir premissas de texto,
dimensionamento e contraste dos
textos e símbolos, para que sejam
perceptíveis inclusive por
pessoas com baixa visão. O
exemplo ao lado, pode ser citado
como uma informação de fácil
entendimento, usando de
estímulo visual e de certa forma
tátil, uma vez que o indivíduo
pode tanto ler a informação, fazer
associações por cores (quanto a caminhos e locais), quanto usar o tátil para entender os
percursos de destino para determinados locais. Um exemplo de forma de ampliar essa
informação, seria também, utilizar o braile para os textos redigidos, ampliando o alcance
dessa informação desejada.

O contraste visual, também é utilizado na diagramação e composição de uma


sinalização, é usado com a finalidade de destacar os elementos entre si por meio da
composição claro/escuro ou escuro/claro para chamar a atenção do indivíduo. O contraste
costuma, e deve, também, ser usado na informação visual e para alertar perigos e/ou áreas
de risco.

Os textos e símbolos nas placas, totens, ou espaços informativos, devem de


preferência evitar o uso de materiais brilhantes e de alta reflexão, reduzindo assim, o
ofuscamento que eles produzem e gerando melhor qualidade visual para todos os leitores.
Vale lembrar que tipografa em braile não necessita de contraste visual!

A dimensão (tamanho) das letras e números deve ser proporcional à distância de


leitura. A Norma recomenda a utilização das seguintes fontes tipográficas para a execução
do painel, totem, placa, ou objeto que seja introduzido a informação: arial, verdana,
helvética, universo e folio. É importante utilizar as letras em caixas alta e baixa (maiúsculo
e minúsculo) para sentenças, e letras em caixa alta (maiúsculo) para frases curtas, e evitar
o uso de textos em sentido vertical.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 29


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

A fim de utilizar símbolos visuais para a sinalização de ambientes, é primordial que


os mesmos sejam executados com as seguintes condições:
 Contornos fortes e bem definidos;  
 Simplicidade nas formas e poucos detalhes;  
 Estabilidade da forma;  
 Utilizar símbolos de padrão internacional.

3.1.2 Linguagem tátil


Para os textos e símbolos táteis, é primordial que a altura do alto relevo esteja entre
0,8 mm e 1,2 mm. É recomendado que as letras sejam redigidas em caixa alta e caixa baixa
para sentenças, e em caixa alta para frases curtas, evitando a utilização de textos na
vertical.
A medição de relevos táteis é bastante fácil de executar. Rugosímetros, paquímetros
ou mesmo réguas simples permitem analisar e verificar se os relevos estão de acordo com
as normas, e mesmo se a disposição entre eles está adequada.

rugosímetros paquímetros réguas simples

Segundo o item 5.2.9.2.2 da NBR 9050 (2015, p.36), os textos em relevo devem
estar associados ao texto em braile, ou seja, possuir os dois itens em referência citados.
Os caracteres em relevo devem atender às seguintes condições:  
a) tipos de fonte, conforme citado
anteriormente;  
b) altura do relevo: ser entre 0,8 mm e 1,2
mm;  
c) altura dos caracteres: ser entre 15 mm e
50 mm;  
d) distância mínima entre caracteres: 1/5 da
altura da letra (H);  
e) distância entre linhas: de 8 mm.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 30


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

3.1.3 Braile
As informações apresentadas em braile não
dispensam a sinalização visual e tátil que deve
conter nos objetos escolhidos para apresentação,
seguindo, da mesma forma, com caracteres ou
símbolos em relevo. Toda informação exposta em
braile deve estar posicionada abaixo dos outros
modelos. Apenas dispensa-se as informações em
relevo, quando a mesma for destinada a impressos,
ou seja, livros, apostilas, textos, etc. Em caso de textos longos, deve-se utilizar o texto em
braile, alinhado à esquerda com o texto em relevo. É primordial que o ponto em braile tenha
a aresta arredondada na forma esférica (NBR 9050, 2015, p.36).

3.1.4 Linguagem sonora


Segundo a Norma, os conjuntos de sons devem ser compostos na forma de
informações verbais ou não. Os sinais sonoros devem distinguir entre sinais de localização,
advertência e instrução, ou seja, devem ter sonoridades diferenciadas para cada tipo de
ocorrência. Os contrastes sonoros são percebidos pelo sentido da audição do aparelho
auditivo, ou seja, é primordial o entendimento que não somente cegos ou demais terão o
acesso a esses sinais, mas também os deficientes auditivos que possuírem o aparelho
auditivo em boa condição e especificidade para seu nível de lesão. Embora os sinais sejam
para todos, é em especial, primordial para pessoas com deficiência visual que por meio das
diferenças dos sons conseguem distinguir o ambiente e/ou urgência com melhor clareza.
As diferenças sonoras são fáceis de entender quando são associadas a diferentes sons,
como por exemplo, em relação a sons de instrumentos diferentes de uma orquestra.
Embora a sinalização sonora de ambientes seja importante para esses indivíduos, a
Normas exige que a aplicação do contraste sonoro seja efetiva principalmente em casos de
perigos, orientação e comunicação. “Por ser de fácil concentração de informações,
permitem uma decodificação rápida e precisa pelo cérebro, o que torna essa faculdade tão
importante como a visão” (NBR 9050, 2015, p.37,38). Os sinais sonoros verbais são os que
dependem da atuação de um locutor. Esses sinais são de fácil manipulação, como a
exemplo, podendo ser utilizado um microfone para realizar a função. Eles devem ter as
seguintes características:
  Podem ser digitalizados ou sintetizados;  

 Devem conter apenas uma sentença completa;  

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 31


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 Devem estar na forma ativa e imperativa.

Conforme citado pela mesma Norma,


5.2.9.3.2.2 Os sinais sonoros não verbais codificados devem ser apresentados nas
frequências de 100 Hz, 1 000 Hz e 3 000 Hz para sinais de localização e
advertência. Para sinais de instrução devem-se acrescentar outras frequências
entre 100 Hz e 3 000 Hz. Os sinais sonoros não podem ultrapassar 3 000 Hz.
5.2.9.3.2.3 Os equipamentos e dispositivos sonoros devem ser capazes de medir
automaticamente o ruído momentâneo ao redor do local monitorado, em decibel (A),
para referência, e emitir sons com valores de 10 dBA acima do valor referenciado,
conforme ABNT NBR 10152.
5.2.9.3.2.4 Nas salas de espetáculos, os equipamentos de informações sonoras e
sistemas de tradução simultânea devem permitir o controle individual de volume e
possuir recursos para evitar interferências. (NBR 9050, 2015, p. 38).

3.2 Símbolos
Os símbolos são atributos gráficos que, através de uma figura, imagem ou forma
convencionada, estabelecem a analogia entre o objeto e a informação de sua
representação e expressam alguma mensagem. Estes, devem ser legíveis e de fácil
compreensão, atendendo a todas as pessoas, seja de qualquer nacionalidade, analfabetas,
com baixa visão, ou cegas, quando em relevo. Os símbolos que correspondem à
acessibilidade na edificação e prestação de serviços são relacionados em:

 Símbolo internacional de acesso – SAI

A indicação de acessibilidade nas


edificações, no mobiliário, nos espaços e
nos equipamentos urbanos deve ser feita
por meio do Símbolo Internacional de
Acesso - SIA. A representação do símbolo
internacional de acesso consiste em um
pictograma branco sobre fundo azul. Este
símbolo pode, opcionalmente, ser
representado em branco e preto, e deve
estar sempre voltado para o lado direito.
Nenhuma modificação, estilização ou
adição deve ser feita a estes símbolos.
Este símbolo é destinado a sinalizar os locais acessíveis.

Esta sinalização deve estar fixada em local visível a todas as pessoas, deve ser
utilizada principalmente nos seguintes locais, quando acessíveis:  

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 32


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

a) entradas;  
b) áreas e vagas de estacionamento de veículos;
 c) áreas de embarque e desembarque de passageiros com deficiência;  
d) sanitários;
 e) áreas de assistência para resgate, áreas de refúgio, saídas de emergência;
f) áreas reservadas para pessoas em cadeira de rodas;  
g) equipamentos e mobiliários preferenciais para o uso de pessoas com deficiência.
Os locais de acessos que não apresentarem condições de acessibilidade devem
possuir informação visual, indicando a localização do acesso mais próximo que atenda às
condições estabelecidas para o deficiente.

 Símbolos complementares

Segundo a Norma,
todo e qualquer símbolo
complementar deve ser
aplicado com o intuito de
indicar os recursos
existentes nas edificações,
no mobiliário, nos espaços,
equipamentos urbanos e
serviços oferecidos. Podem
ser compostos e inseridos
em quadrados ou círculos.

3.2.1 Símbolos de sanitários, circulação e comunicação


Todos os sanitários devem ser sinalizados com o símbolo representativo de cada
um, de acordo com cada situação.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 33


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Os símbolos para circulação devem ser utilizados para a sinalização dos espaços,
como segue:

Para sinalização em símbolos dos equipamentos ou serviços de comunicação, é


obrigatório o uso dos símbolos que seguem:

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 34


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

3.3 Aplicações essenciais das sinalizações informativas

3.3.1 Sinalização de portas e janelas


As portas e passagens devem conter informações visuais, associadas a sinalização
tátil ou sonora. Precisam ser sinalizadas com números e/ou letras e/ou pictogramas e ter
sinais com texto em relevo, incluindo o braile. Segundo a NBR 9050 (2015, p. 44), essa
sinalização deve considerar os seguintes aspectos:
a) A sinalização deve estar localizada em faixa de alcance entre 1,20 m e 1,60 m em
plano vertical. Caso ela seja instalada entre 0,90 m e 1,20 m, deve estar na parede ao lado
da maçaneta em plano inclinado entre 15° e 30° da linha horizontal;  
b) A sinalização, quando instalada nas portas, deve ser centralizada, e não pode
conter informações táteis. Para complementar a informação instalada na porta, deve existir
informação tátil ou sonora, na parede adjacente a ela ou no batente;  
c) Em portas duplas, quando possui maçaneta central, deve ser instalada ao lado da
porta direita;  
d) Nas passagens a sinalização deve ser instalada na parede adjacente;  
e) Os elementos de sinalização devem ter formas que não agridam os usuários,
evitando cantos vivos e arestas cortantes.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 35


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

3.3.2 Planos e mapas acessíveis


Os planos e mapas acessíveis são as representações visuais, táteis e/ou sonoras
que auxiliam a orientação e localização dos lugares, das rotas, dos fenômenos geográficos,
dos cartográficos e dos espaciais. Estes planos e mapas devem ser construídos de forma
a permitir acesso, alcance visual e manual.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 36


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

3.3.3 Sinalização de pavimento


Segundo a Normas, os corrimãos de
escadas fixas e rampas devem ter sinalização em
caracteres em relevo e em braile, ou seja,
sinalização tátil, identificando o pavimento que o
indivíduo se encontra. Essa sinalização deve ser
instalada na geratriz superior do prolongamento
horizontal do corrimão. Nas paredes a sinalização
deve ser visual e, opcionalmente, tátil.
Alternativamente, estas sinalizações podem ser
instaladas nas paredes laterais.

3.3.4 Sinalização de degraus


Em degraus isolados, ou seja, os
degraus que possuem a sequência de até dois
deles, o desnível deve ser sinalizado durante toda a
sua extensão, no piso e no espelho, com uma
faixa de no mínimo 3 cm de largura
contrastante com o piso adjacente,
preferencialmente fotoluminescente ou
retroiluminado.

Em contrapartida, a sinalização visual dos


degraus de escada com mais de dois degraus deve
ser (NBR 9050, 2015, p.46):

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 37


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 a) Aplicada aos pisos e espelhos em suas bordas laterais e/ou nas projeções dos
corrimãos, contrastante com o piso adjacente,
preferencialmente fotoluminescente ou
retroiluminado;
 b) Igual ou maior que a projeção dos
corrimãos laterais, e com no mínimo 7 cm de
comprimento e 3 cm de largura;
 c) Fotoluminescente ou retroiluminada,
quando se tratar de saídas de emergência e/ou
rota de fuga.

3.3.5 Sinalização de elevadores e plataformas elevatórias


Os painéis de chamada de elevadores e plataformas elevatórias devem ter
informações em relevo e em braile de sua operação e estar compatíveis com a ABNT NM
313 e ABNT NBR ISO 9386-1 e o número do pavimento deve ser escrito em fonte 16,
estando localizado nos batentes externos, indicando o andar, em relevo e em braile.

3.3.6 Sinalização tátil e visual no piso


Segundo a NBR 9050 (2015, p. 47,48), a sinalização tátil e visual no piso pode ser
de alerta e direcional, e é de suma importante que se faça a utilização desse piso para
“auxiliar pessoas com deficiência visual a se orientarem e se deslocarem com segurança
nas calçadas próximas à escola” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71), conforme os
critérios definidos em normas específicas ela deve ser detectável pelo contraste tátil e pelo
contraste visual.

O contraste tátil, é utilizado para a sinalização tátil e visual de alerta, por meio de
relevos, e o contraste de luminância, ou seja, contraste visual, deve estar com a superfície

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 38


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

adjacente, em condições secas ou molhadas. É utilizado para informar situações de


potencial perigo, “como obstáculos permanentes, cruzamentos de vias, desníveis, escadas,
etc., e também indica mudanças de direções em percursos” (DISCHINGER; ELY;
BORGES, 2009, p.71). Em suma piso tátil de alerta possui relevo em esferas cônicas e
avisa que é necessário parar ou reduzir a velocidade da marcha, pois existe um perigo logo
em frente. Segundo a NBR 9050 (2015, p.47,48), a sinalização tátil e visual de alerta no
piso deve ser utilizada para:
a) Informar à pessoa com deficiência visual sobre a existência de desníveis ou
situações de risco permanente, como objetos suspensos não detectáveis pela bengala
longa;
 b) Orientar o posicionamento adequado da pessoa com deficiência visual para o uso
de equipamentos, como elevadores, equipamentos de autoatendimento ou serviços;  
c) Informar as mudanças de direção ou opções de percursos;  
d) Indicar o início e o término de degraus, escadas e rampas;  
e) Indicar a existência de patamares nas escadas e rampas;
f) Indicar as travessias de pedestres.

A sinalização tátil e visual direcional no piso é utilizada para “informar as direções a


seguir ao longo de um percurso livre de obstáculos, possui relevo em ranhuras
longitudinais, em igual sentido ao deslocamento” (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009,
p.71), servindo de linha-guia identificável. O deficiente, a partir deste piso, pode seguir o
percurso sinalizado utilizando uma bengala ou caminhando sobre o piso, por isso esse deve
ser confortável e seguro.

Este piso, segundo a NBR 9050 (2015, p.48) deve ser instalado no sentido do
deslocamento das pessoas, em ambientes internos ou externos, assim indicando os

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 39


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

caminhos preferenciais de circulação para o deficiente visual. O contraste tátil e o contraste


visual da sinalização direcional consistem em relevos lineares.

Em ambientes internos de uma escola, o piso alerta é obrigatório e deve ser utilizado
para identificar obstáculos e perigos potenciais, tais como:

[...] escadas, rampas, elevadores ou plataformas. Em ambientes internos muito


amplos e complexos: hall de entrada, pátios e corredores largos, recomenda-se o
uso conjugado de pisos táteis alerta e direcional para auxiliar na orientação espacial
(DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71).

A sinalização tátil e visual direcional no piso auxilia na identificação de “possíveis


direções a tomar, sobre a presença de informação, como mapas táteis, placas indicativas
em Braille e atividades de uso comum: balcão de recepção, biblioteca, entre outras”
(DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71).

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 40


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

4. A ACESSIBILIDADE ESPACIAL E A ARQUITETURA ESCOLAR III:


OTIMIZANDO E ENTENDENDO OS ESPAÇOS ACESSÍVEIS

Objetivo:
Proporcionar ao discente entendimento acerca da otimização dos espaços escolares
referentes a acessibilidade e a importância da utilização da mesma para melhor
desenvolvimento e inserção do deficiente em ambiente escolar.

Introdução:
O espaço em âmbito escolar, necessita ter a acessibilidade espacial de forma bem
pensada e planejada, no intuito de se otimizar o espaço de trabalho e atender a todas as
necessidades de qualquer indivíduo que por ali circule, independentemente de ser
pedestres, cadeirantes ou outra pessoa com quaisquer que sejam suas necessidades
especiais.

A organização e/ou reorganização de um espaço, pode o torná-lo adequado para


qualquer situação, ampliando o desenvolvimento do discente e melhorando a qualidade de
vida no espaço para todos.

Dentro deste âmbito, é necessário pensar em todas as possibilidades e em todos os


espaços habitados, desde rotas de circulação, as rampas, as escadas e corrimãos, os
sanitários, e inclusive os mobiliários utilizados para os ambientes, uma vez que os mesmos
podem ser facilitadores ou, quando inseridos de forma inadequada, se tornarem barreiras
físicas, prejudicando os discentes que necessitem de maiores espaços e/ou cuidados
especiais para seu desenvolvimento mais qualificado.

Dentro deste capítulo, estaremos analisando dentro das Normas estipuladas quais
as melhores opções para fornecer a todos um ambiente adequado de convívio e
desenvolvimento.

4.1 Rotas acessíveis


Em relação a áreas de rotas acessíveis, a Norma 9050 (2015) exige que toda e
qualquer áreas de um espaço ou edificação de uso público ou coletivo sejam servidas de
uma ou mais rotas acessíveis. A rota acessível é significante a um trajeto contínuo,
desobstruído e sinalizado, que faz a conexão com os ambientes externos e internos de

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 41


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

espaços e/ou edificações, e que pode ser usada de forma independente e segura por todas
as pessoas. Existem dois tipos de rotas acessíveis, as internas e externas. A rota acessível
externa é relacionada a estacionamentos, calçadas, faixas de travessias de pedestres
(elevadas ou não), rampas, escadas, passarelas e outros elementos da circulação e a rota
acessível interna engloba referenciais de corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores
e outros elementos pertinentes a circulação interna.

4.1.1 Acessos
É primordial que em edificações e equipamentos urbanos (bens públicos ou privados
que são referentes à prestação de serviços), todas as entradas, bem como, os espaços de
interligação às funções do edifício, devem ser acessíveis.

Em alguns casos, edifícios mais antigos que precisem ser reformados para atender
a Norma, ou seja, que precisam ser adaptados para novas funções, e que não possuam
espaço e condições suficientes para essas alterações, precisam comprovar através de
avaliação técnica este fator e deverá ser adaptado pelo maior número de acessos
possíveis. A entrada principal do espaço, ou a entrada de acesso do maior número de
pessoas, tem por obrigação, impreterivelmente, atender a todas as condições de
acessibilidade. O acesso por outras entradas somente é aceito pela Norma para casos
específicos, quando se esgotam todas as possibilidades de adequação da entrada principal
e se justificado tecnicamente. É primordial que os acessos sejam vinculados através de rota
(s) acessível (is) com a circulação principal e a (s) de emergência, levando em priori, que
os acessos devem permanecer livres de quaisquer obstáculos de forma permanente (NBR
9050, 2015, p.54).

4.1.2 Circulação
Circulação é o termo utilizado para representar a movimentação contínua de pessoas
ou coisas por determinado percurso, fluxo, marcha, deslocamento etc. Uma circulação pode
ser tanto na horizontal e vertical. Circulação horizontal é o percurso em cada ambiente,
onde não há verticalidade e a circulação vertical é a que pode ser realizada através de
escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é considerada acessível quando
atender no mínimo a duas formas de deslocamento vertical. Os pisos dessas circulações
devem atender às características de revestimento, inclinação e desnível.

Os materiais utilizados para o revestimento e acabamento das circulações, devem


possuir superfície regular, firme, estável, que não sejam trepidantes para dispositivos com

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 42


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

rodas e antiderrapante, sob qualquer situação (seco ou molhado). Evitar a utilização de


padronizações na superfície do piso, é de suma importância, uma vez que essas
padronizações podem acabar causando sensação de insegurança, como por exemplo,
estampas que pelo contraste de desenho ou cor possam causar a impressão de
tridimensionalidade. No exemplo abaixo, o piso com excesso de contraste demonstra como
a utilização desse revestimento pode causar interferência na visão, denotando essa
tridimensionalidade citada.

 Ver vídeo da arquiteta Claudia Mota “PÁTIO ESCOLAR | ARQUITETURA


ESCOLAR” do canal Ateliê Urbano. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=F8ntq2FFCGc
 Acesso em 17/12/2019.

4.2 Rampas, escadas, corrimãos e guarda-corpos


As rampas são relacionadas às superfícies de piso com declividade igual ou superior
a 5 %. Para garantir que uma rampa seja acessível, a Norma 9050 (2015, p.58) define os
limites máximos de inclinação, os desníveis a serem vencidos e o número máximo de
segmentos, assim, não forçando demais ou tornando a inclinação impossível de ser subida,
pelo cadeirante. A largura livre mínima recomendável para as rampas é de 1,50 m, sendo
o mínimo admissível de 1,20 m, entretanto, a mesma deve ser calculada por profissionais

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 43


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

especializados para que esteja de acordo, corretamente, com o fluxo de pessoas que
circulam pelo local. É impreterível que toda e qualquer rampa possua corrimão de duas
alturas em cada lado, facilitando assim, a passagem de pedestres e cadeirantes, na subida
e descida (NBR 9050, 2015, p.60).

Segundo a mesma Norma, é


considerado escada uma sequência de três ou
mais degraus. É importante que as dimensões
dos pisos e espelhos devem ser constantes em
toda a escada, e até mesmo, nos degraus
isolados, sendo, para melhor acomodação
ergométrica, a metragem mínima exigida nos espelhos entre 16 e 18 cm e os pisos entre
28 e 32cm e a largura mínima das escadas em rotas acessíveis, sendo 1,20 metros. Em
relação aos patamares, é exigido que as escadas possuam, no mínimo um patamar, a cada
3,20 m de desnível e sempre que houver mudança de direção.

Em referência aos
corrimãos, é obrigatório
que os mesmos sejam
instalados nas duas
faces (ambas paredes
e/ou guarda-corpos) “de
rampas e de escadas, a
0,92 m e a 0,70 m do piso, medidos da face superior até o ponto central do piso do degrau
(no caso de escadas) ou do patamar (no caso de rampas) ” (NBR 9050, 2015 p. 63). Em
casos de degrau isolado (até dois degraus), é suficiente apenas uma barra de apoio
horizontal ou vertical, portando comprimento mínimo de 0,30 m e com seu eixo posicionado
a 0,75 m de altura do piso. Segundo a mesma Norma, os corrimãos podem ser acoplados
aos guarda-corpos e devem, obrigatoriamente, serem construídos com materiais rígidos e
serem fixados, firmemente, nas paredes ou nas barras de suporte, garantindo condições
seguras de utilização.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 44


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 Ver vídeo da arquiteta Claudia Mota “RAMPAS ACESSÍVEIS NAS ESCOLAS


| ARQUITETURA ESCOLAR” do canal Ateliê Urbano. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Stu2Ak58_v8 Acesso em
17/12/2019.

4.3 Circulação interna


Como citado no capítulo anterior, circulação, corresponde a movimentação contínua
de pessoas ou coisas; fluxo, curso, marcha, deslocamento. A circulação interna,
corresponde a essa movimentação em ambientes internos, onde para cada fluxo,
deslocamento e/ou objetos, a Norma 9050 (2015), traz especificações de medidas e formas
únicas, para melhor acomodação de deficientes físicos.

Em relação a circulação interna de corredores, a Norma exige que sejam


dimensionados de acordo com o fluxo de pessoas que se deslocam pelo espaço,
prevenindo barreiras ou obstáculos no percurso e proporcionando uma faixa livre de
movimentação. As larguras mínimas para corredores em edificações e equipamentos
urbanos são (NBR 9050, 2015, p.68):  

a) 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m;


 b) 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para
corredores com extensão superior a 10,00 m;
 c) 1,50 m para corredores de uso público;  
d) maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas.

Cada tipo de porta, exige norma específica, estaremos relatando neste capítulo,
somente casos comuns e de portas em sequência. Portas convencionais acessíveis devem
possuir obrigatoriamente a medida mínima de 80cm, entretando, é importante lembrar a
medida de uma cadeira, e caso possível, inserir portas com maior largura, para melhor
acomodação e locomoção dos cadeirantes que por ali passem.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 45


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

As portas em sequência, devem possuir um espaço


de transposição com um círculo de 1,50 m de diâmetro para
melhor locomoção de cadeirantes e rotação da cadeira de
roda, somado às dimensões da largura das portas, além dos
0,60 m ao lado da maçaneta de cada porta, para permitir a
aproximação de uma pessoa em cadeira de rodas.

As portas, quando abertas, devem ter um vão livre, de no mínimo 0,80 m de largura
e 2,10 m de altura. Em portas de duas ou mais folhas, pelo menos uma delas deve
ter o vão livre de 0,80 m. [...] O vão livre de 0,80 m deve ser garantido também no
caso de portas de correr e sanfonada, onde as maçanetas impedem seu
recolhimento total [...] quando instaladas em locais de prática esportiva, as portas
devem ter vão livre mínimo de 1,00 m (NBR 9050, 2015, p. 70).

4.4 Sanitários
Todos os sanitários, banheiros e vestiários acessíveis devem obedecer,
obrigatoriamente, aos parâmetros da Norma 9050 (2015) referente às “quantidades
mínimas necessárias, localização, dimensões dos boxes, posicionamento e características
das peças, acessórios barras de apoio, comandos e características de pisos e desnível”
(NBR 9050, 2015, p.83). Todos os espaços, as peças e os acessórios necessitam atender
as concepções do princípio da acessibilidade, assim como as áreas mínimas de circulação,
de transferência e de aproximação, alcance manual, empunhadura e ângulo visual.

Eles devem estar localizados nas rotas acessíveis, preferencialmente, próximos à


circulação principal e próximos e/ou integrados às instalações sanitárias de pedestres. É
importante evitar ter banheiros, sanitários e/ou vestiários em locais isolados, uma vez que
para situações de emergências ou auxílio, os locais com rotas acessíveis e próximos à
circulação facilitam essa operação. A Norma 9050 (2015, p.83) recomenda que a distância
máxima percorrida de qualquer ponto do edifício até o sanitário e/ou banheiro acessível
seja de até 50 m, facilitando a locomoção do cadeirante.

As dimensões de sanitário acessível e de boxe sanitário acessível devem possibilitar


o posicionamento das peças sanitárias e os seguintes parâmetros de acessibilidade (9050,
2015, p. 86,86):  

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 46


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

a) Circulação com o giro de 360°;  


b) Área necessária para garantir a transferência lateral, perpendicular e diagonal
para a bacia sanitária;
c) A área de manobra pode utilizar no máximo 0,10 m sob a bacia sanitária e 0,30
m sob o lavatório;  
d) Deve ser instalado lavatório sem coluna ou com coluna suspensa ou lavatório
sobre tampo, dentro do sanitário ou boxe acessível, em local que não interfira na
área de transferência para a bacia sanitária, podendo sua área de aproximação
ser sobreposta a área de manobra;
e) Os lavatórios devem garantir altura frontal livre na superfície inferior, e na
superfície superior de no máximo 0,80 m, exceto a infantil;
f) Quando a porta instalada for do tipo de eixo vertical, deve abrir para o lado
externo do sanitário ou boxe e possuir um puxador horizontal no lado interno do
ambiente, medindo no mínimo 0,40 m de comprimento, afastamento de no
máximo 40 mm e diâmetro entre 25 mm e 35 mm;  
g) Para travamento das portas deve ser observado a Norma vigente para tal ação;
h) Quando o boxe for instalado em locais de prática de esportes, as portas devem
atender a um vão livre mínimo de 1,00m;  
i) Alcance manual para acionamento da válvula sanitária, da torneira, das barras,
puxadores e trincos e manuseio e uso dos acessórios;  
j) Alcance visual do espelho conforme exigido no item correspondente na Norma
vigente;
k)  Recomenda-se a instalação de ducha higiênica ao lado da bacia, dentro do
alcance manual de uma pessoa sentada na bacia sanitária, dotada de registro
de pressão para regulagem da vazão;
l) Medidas mínimas de um sanitário acessível;  
m) Quando houver mais de um sanitário acessível, recomenda-se que as bacias
sanitárias, áreas de transferência e barras de apoio sejam posicionadas
simetricamente opostas, contemplando todas as formas de transferência para a
bacia, para atender a uma gama maior de necessidades das pessoas com
deficiência;

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 47


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Os pisos dos sanitários ou boxes sanitários


devem observar as seguintes características:

 a) Ser antiderrapantes;


 b) Não ter desníveis junto à entrada ou soleira;
  c) Ter grelhas e ralos posicionados fora das
áreas de manobra e de transferência.

Medidas mínimas de um sanitário acessível


Fonte: ABNT NBR 9050 (2015 p. 87)

Áreas de transferência e manobra para uso da bacia sanitária


Fonte: ABNT NBR 9050 (2015 p. 86)

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 48


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Área de aproximação para uso do lavatório


Fonte: ABNT NBR 9050 (2015 p. 87)

Referente as barras de apoio, a


instalação adequada delas é primordial para
garantir o uso com segurança e autonomia
das pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida. Todas as barras de apoio
utilizadas precisam resistir ao esforço
mínimo de 150 kg no sentido de utilização
da barra, não apresentando deformações
permanentes ou fissuras, “ter empunhadura
[...] e estar firmemente fixadas a uma
distância mínima de 40 mm entre sua base
de suporte (parede, painel, entre outros), até
a face interna da barra” (NBR 9050, 2015,
p.88). Nas extremidades deve haver fixação
nas paredes ou ter desenvolvimento
contínuo até o ponto de fixação com formato recurvado. O comprimento e a altura de fixação
são determinados em função de sua utilização.

As barras podem ser fixas (nos formatos reta, em “U”, em “L”) ou articuladas [...] As
barras em “L” podem ser em uma única peça ou composta a partir do
posicionamento de duas barras retas, desde que atendam ao dimensionamento
mínimo dos trechos verticais e horizontais (NBR 9050, 2015, p.89).

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 49


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

As bacias e assentos
sanitários acessíveis, segundo a
mesma Norma, devem estar
fixadas a uma altura entre 43 m e 45
centímetros do piso acabado
(após o revestimento),
medidas a partir da borda
superior sem o assento e com o
assento, a altura da fixação deve
ser de no máximo 46
centímetros para as bacias de
adulto.

Junto à bacia sanitária, quando houver parede lateral, devem ser instaladas barras
para apoio e transferência. Uma barra reta horizontal com comprimento mínimo de
0,80 m, posicionada horizontalmente, a 0,75 m de altura do piso acabado (medidos
pelos eixos de fixação) a uma distância de 0,40 m entre o eixo da bacia e a face da
barra e deve estar posicionada a uma distância de 0,50 m da borda frontal da bacia.
Também deve ser instalada uma barra reta com comprimento mínimo de 0,70 m,
posicionada verticalmente, a 0,10 m acima da barra horizontal e 0,30 m da borda
frontal da bacia sanitária (NBR 9050, 2015, p.91).

É importante ressaltar que para cada tipo de bacia sanitária há correta adequação e
medida que precisa, obrigatoriamente, ser aplicada.

 Ver vídeo da arquiteta Claudia Mota “BANHEIRO ACESSÍVEL |


ARQUITETURA ESCOLAR” do canal Ateliê Urbano. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=gFK_nwbRccM
 Acesso em 17/12/2019.

4.5 Mobiliário urbano – Normas específicas


Mobiliário urbano tem por definição ser objetos implantados em lugares públicos,
disponíveis para uso da população. Alguns mobiliários urbanos podem ser usados em
espaços escolares, como lixeiras, bebedouros, telefones e orelhões, assentos e bancos
públicos, mesas, balcões, etc. Entre os existentes, aqui serão relatados os mobiliários

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 50


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

urbanos que podem ser utilizados dentro de instituições de ensino de forma acessível.
Primeiramente, para ser considerado um mobiliário acessível, ele precisa necessariamente
(NBR 9050, 2015, p.113,114):

 a) Proporcionar ao usuário segurança e autonomia de uso;


 b) Assegurar dimensão e espaço apropriado para aproximação, alcance, manipulação
e uso, postura e mobilidade do usuário;
 c) Ser projetado de modo a não se constituir em obstáculo suspenso;
 d) Ser projetado de modo a não possuir cantos vivos, arestas ou quaisquer outras
saliências cortantes ou perfurantes;
 e) Estar localizado junto a uma rota acessível;
 f) Estar localizado fora da faixa livre para circulação de pedestre;
 g) Ser sinalizado, de forma correta;

4.5.1 Telefones e orelhões


Por mais que seja difícil de serem vistos existem
telefones e orelhões acessíveis que normalmente,
costumam ser encontrados em locais de grande porte,
como centros comerciais, aeroportos, etc. Esses
aparelhos, transmitem mensagens de texto (TDD) ou
tecnologia similar, instalado a uma altura entre 75 e 80 cm
do piso acabado e serem devem ser devidamente
sinalizados. Os telefones e orelhões acessíveis devem
atender a Norma Técnica Brasileira 15250.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 51


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

4.5.2 Bebedouros
Os bebedouros podem ser
divididos em duas categorias,
bebedouros de bica e de garrafão (ou
outros modelos similares).

Em bebedouros de bica, a
mesma deve seguir a seguinte
recomendação da NBR 9050 (2015,
p.115), o jato deve ser inclinado, “estar
localizada no lado frontal do bebedouro,
permitir a utilização por meio de copos
e ser de fácil higienização”. É
importante que se tenha no mínimo dois bebedouros com diferentes alturas sendo uma de
90 cm e outra entre 1,00 e 1,10 m em relação ao piso acabado.

Nos bebedouros do tipo garrafão, filtros com


célula fotoelétrica ou modelos similares, assim como
a posição de manuseio dos copos, devem estar
localizados entre a altura de 0,80 m e 1,20 m do piso
acabado, e localizados de modo a permitir
aproximação lateral do cadeirante.

4.5.3 Assentos públicos e atendimento ao público


Em referência aos assentos, os mesmos devem apresentar (NBR 9050, 2015
p.116):  
a) Altura entre 0,40 m e 0,45 m, medida na parte mais alta e frontal do assento;
 b) Largura do módulo individual entre 0,45 m e 0,50 m;  
c) Profundidade entre 0,40 m e 0,45 m, medida entre a parte frontal do assento e a
projeção vertical do ponto mais frontal do encosto;  
d) Ângulo do encosto em relação ao assento entre 100° a 110°.
É primordial que os espaços para indivíduos cadeirantes sejam garantidos ao lado
dos assentos fixos, sem interferir com a faixa livre de circulação, como demonstrado na
figura abaixo.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 52


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Em locais em que o atendimento ao público for realizado em mesas, a Norma 9050


exige que pelo menos 5 % do total de mesas, com no mínimo uma, sejam acessíveis e
recomenda, também, que pelo menos outros 10 % sejam adaptáveis para casos em
situações futuras. Nos locais de espera para esses atendimentos que haja assentos fixos,
os mesmos devem atender ao mencionado anteriormente, prevendo 5%, com no mínimo
um, de assentos e/ou espaço reservado para cadeirantes.

4.5.4 Balcões, mesas, superfícies e refeitórios


Os balcões de atendimento, mesas e superfícies acessíveis devem,
impreterivelmente, estar localizados em rotas acessíveis, devem ser instalados de forma
com que o cadeirante consiga encaixar a cadeira na área frontal e que a circulação
adjacente permita um giro na cadeira de 180º. Os mesmos devem ter a superfície com
largura a mínima de 0,90 m e altura entre 0,75 m a 0,85 m do piso acabado, assegurando-
se largura livre mínima sob a superfície de 0,80 m.

No caso dos balcões, é primordial que iluminação assegure que a face do atendente
fique uniformemente iluminada, facilitando a visualização de portadores de diversificadas
deficiências.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 53


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Em refeitórios, é importante
que os talheres, as bandejas, os
pratos, os copos, os temperos, os
alimentos e as bebidas estejam
dispostos dentro da faixa de
alcance manual e os alimentos e
bebidas devem estar dispostos de
forma a permitir seu alcance
visual. Segundo a NBR 9050
(2015, p. 120), as superfícies que
servirão de apoio para bandeja ou similar deve possuir altura de no mínimo 0,75 m e no
máximo 0,85 m do piso e ser garantida uma circulação no entorno com largura de no mínimo
0,90 m.

 Ver vídeo da arquiteta Claudia Mota “REFEITÓRIO ESCOLAR INFANTIL:


COMO ESCOLHER OS MÓVEIS? | ARQUITETURA ESCOLAR” do canal Ateliê
Urbano. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=gJMUZa3bmMU
Acesso em 17/12/2019.

4.5.5 Bibliotecas e centros de leitura


Em bibliotecas, centros ou locais de
leitura, todos os mobiliários devem atender os
itens especificados na Norma 9050 na seção 9
(2015), onde, no mínimo 5 % das mesas, devem
ser acessíveis. A mesma, também recomenda,
que pelo menos outros 10% sejam adaptáveis
para acessibilidade em casos específicos em
situações futuras. É primordial que largura livre nos corredores entre as estantes de livros
seja de no mínimo 0,90 m, para que o cadeirante consiga transitar facilmente pelo espaço.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 54


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 55


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

5. REQUISITOS E CRITÉRIOS DE DESEMPENHO ESCOLAR –


COMPREENDENDO A ACESSIBILIDADE NOS AMBIENTES

Objetivo:
Proporcionar aos discentes parâmetros qualitativos de acessibilidade espacial e
comparativos entre as necessidades e realidades vistas, baseando-se em Normas
específicas para maior compreensão da necessidade da criação de espaços adequados
para pedestres, cadeirantes e para pessoas com deficiência.

Introdução:
A acessibilidade espacial, como demonstrado ao longo dos capítulos deste Guia,
necessita de atenção especial e de organização espacial para que seja locada de forma
correta.

Como já mencionado anteriormente, uma escola acessível não só beneficia os


discentes portadores de deficiências, mas também toda comunidade escolar. Com
planejamento e organização correta, todos podem se beneficiar de uma escola acessível
espacialmente, auxiliando no desempenho e comodidade de todos que por ali circulam.

Apesar de diversas Normas e exigências serem obrigatórias nos locais para que a
acessibilidade ocorra em todos os âmbitos, ainda há incidências frequentes de quebras
dessas regras e Normas em diversas instituições, prejudicando não só o desenvolvimento
e acolhimento dos discentes com deficiência, mas também os demais.

Neste capítulo estaremos discorrendo acerca dos principais problemas encontrados


nas instituições de ensino e as soluções viáveis e plausíveis para que se melhore as
condições, além de uma avaliação diagnóstica para que você, cursista, possa analisar o
seu espaço de trabalho ou uma escola que conheça, reconhecendo os déficits e os modelos
adequados de organização para sua melhoria.

5.1 A escola e suas Normas específicas


Em relação às escolas, a NBR 9050 (2015), além de obrigatoriamente ter que seguir
todos os itens mencionados ao longo dos capítulos e itens deste guia, também cita em seu
item 10.15 (p.135) as seguintes importâncias específicas:

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 56


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

10.15.1 A entrada de alunos deve estar, preferencialmente, localizada na via de


menor fluxo de tráfego de veículos.
10.15.2. Deve existir pelo menos uma rota acessível interligando o acesso de alunos
às áreas administrativas, de prática esportiva, de recreação, de alimentação, salas
de aula, laboratórios, bibliotecas, centros de leitura e demais ambientes
pedagógicos. Todos estes ambientes devem ser acessíveis.
10.15.3. Em complexos educacionais e campos universitários, quando existirem
equipamentos complementares, como piscinas, livrarias, centros acadêmicos, locais
de culto, locais de exposições, praças, locais de hospedagem, ambulatórios, bancos
e outros, estes devem ser acessíveis.
10.15.4 O número mínimo de sanitários acessíveis deve atender à Tabela 9 (vide
Norma).
10.15.5. Recomenda-se que elementos do mobiliário interno sejam acessíveis,
garantindo-se as áreas de aproximação e manobra e as faixas de alcance manual,
visual e auditivo.
10.15.6. Quando forem utilizadas cadeiras do tipo universitário (com prancheta
acoplada), devem ser disponibilizadas mesas acessíveis à P.C.R na proporção de
pelo menos 1 %, para cada caso, do total de cadeiras, com no mínimo uma para
cada duas salas.
10.15.7. As lousas devem ser acessíveis e instaladas a uma altura inferior máxima
de 0,90 m do piso. Deve ser garantida a área de aproximação lateral e manobra da
cadeira de rodas.
10.15.8 Todos os elementos do mobiliário da edificação, como bebedouros, guichês
e balcões de atendimento, bancos de alvenaria, entre outros, devem ser acessíveis
e atender ao disposto nas Seções 8 e 9 (vide Norma).
10.15.9. Nas salas de aula das escolas, cursinhos, complexos educacionais e
campos universitários, recomenda-se atender ao descrito em 10.5.1 a 10.5.3.

5.2. Compreendendo os problemas mais comuns de acessibilidade em ambientes


escolares
Certos problemas referentes a acessibilidade espacial, costumam aparecer com
certa frequência em ambientes escolares. Durante este item, faremos referências, que
também são citadas por Dischinger; Ely; Borges (2009), de alguns desses problemas e
propostas viáveis de soluções simples que possibilitam o melhor desempenho e conforto
para indivíduos portadores de quaisquer necessidades.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 57


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

*textos, problemas e soluções plausíveis retirados do “Manual de acessibilidade


espacial para escolas: o direito à escola acessível! ” de Dischinger; Ely; Borges
(2009)

A rua em frente à escola

 Problemas mais comuns referentes a atravessar rua:

 Rua sem faixa de pedestre.


 Rua muito movimentada e sem semáforo.
 Calçada sem rebaixamento, junto à faixa de pedestre, impossibilita a travessia de pessoas
em cadeira de rodas.
 Problemas mais comuns referentes a calçada em frente à escola:
 Escola localizada em rua muito inclinada (morros ou subidas muito íngremes), que tende
a impedir o acesso independente de pessoas com deficiência físico-motor.
 Não seja possível identificar a escola a partir da rua, pois seu nome não é visível (pode ser
tanto por caracteres em tamanho pequeno, por estar em local não visível facilmente ou por
simplesmente não possuir o nome na fachada).
 Calçada sem pavimentação ou com buracos e degraus (neste quesito também condiz
referente a revestimentos externos sendo eles responsabilidade da escola e/ou prefeitura).
 Obstáculos (barreiras físicas) tais quais como: placas, floreiras, lixeiras, postes, galhos de
árvores, toldos, entulho, etc. que atrapalham a circulação das pessoas.
 Problemas mais comuns referentes a paradas de ônibus:
 Parada de ônibus próxima à entrada da escola não existir.
 Desde a parada de ônibus, não ser possível chegar ao portão da escola, em cadeira de
rodas, devido à pavimentação irregular, obstáculos ou desníveis ou não haver piso tátil
direcional e/ou de alerta, para auxiliar pessoas com deficiência visual.
 Não haver alargamentos da via para possibilitar o embarque e desembarque das pessoas.

Propostas de soluções*

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 58


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.33)*

Recepção e salas de atendimento

 Problemas mais comuns relacionados a recepção e salas de atendimento:

 Balcão de atendimento difícil de ser encontrado e/ou muito alto para o uso das crianças e
de cadeirantes.
 Ambiente muito amplo, sem piso tátil direcional para guiar pessoas com deficiência visual.
 Móveis e equipamentos mal localizados atrapalhando a passagem de todos os indivíduos
que por lá precisem circular, principalmente a de cadeirantes, e também, sendo barreiras
físicas para as pessoas com qualquer tipo de deficiência visual.
 Falta de contraste de cor entre pisos, paredes e móveis dificultando a circulação de
pessoas com baixa visão.
 Pavimentação ofuscante em dias de sol.
 Placas de sinalização não existentes, na recepção, para indicar o caminho a seguir para
os demais ambientes da escola.
 Mapa tátil não existente, que possibilite aos usuários com deficiência visual se localizarem
e conhecerem os ambientes da escola.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 59


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 Placas de identificação não existentes nas portas e, quando existem, suas letras estarem
pequenas e sem contraste de cor.
 Placas com letras em relevo ou escritas em braile não existentes.
 Não existir telefone público acessível a cadeirantes, nem com amplificador de sinal para
pessoas com audição reduzida.

Propostas de soluções*

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.37)*

Corredores

 Problemas mais comuns relacionados aos corredores:

 Corredores muito estreitos em relação à quantidade de pessoas que circulam por eles.
 Mobiliário urbano mal localizado (lixeiras, bebedouros, telefones públicos, extintores de
incêndio, vasos de plantas, móveis, placas, entre outros), atrapalhando a passagem e
servindo de barreiras físicas para as pessoas com qualquer tipo de deficiência.
 Não haver contraste de cor entre piso, parede e portas que facilite a orientação de pessoas
com baixa visão.
 O piso ser escorregadio (sem antiaderente), irregular e em más condições.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 60


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 O piso estar desnível dificultando a passagem de cadeirantes.


 Corredores muito amplos, sem piso tátil direcional para guiar pessoas com deficiência visual.
 Corredores situados em locais elevados ou em pavimentos superiores, sem grade ou mureta
de proteção, propiciando risco de acidente.
 Muretas ou grades de proteção muito baixas ou mal fixadas propiciando risco de acidente.
 Não haver sinalização adequada referentes as placas indicativas para orientar as saídas,
escadas, rampas e outras direções importantes.
 Não existir identificação junto às portas dos diferentes ambientes para indicar a que
atividades se destinam e/ou a identificação estar em letras pequenas e sem contraste de cor
com o fundo.
 Vãos de abertura das portas serem muito estreitos para a passagem de cadeira de rodas.
 As portas serem do tipo vai e vem, sem visor ao alcance dos olhos de crianças menores
e/ou cadeirantes.
 Maçanetas redondas, de difícil manuseio.
 Degrau nas soleiras das portas, dificultando a passagem.

Propostas de soluções*

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.39)*

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 61


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Escadas e rampas

 Problemas mais comuns relacionados as escadas:

 Escadas muito estreitas, não respeitando o indicado nas Normas referentes.


 Piso escorregadio e/ou em más condições por falta de manutenção.
 Degraus muito baixos ou muito altos, muito curtos ou muito longos, não respeitando o
indicado nas Normas referentes.
 Os degraus possuírem tamanhos diferentes entre si.
 Não existir borda em cor contrastante (fotoluminescente ou retroiluminado), em cada
degrau, para auxiliar pessoas com baixa visão a identificá-los.
 Objetos que se tornam obstáculos entre os patamares, como vasos, móveis e abertura de
portas.
 Não existir piso tátil de alerta no início e no final da escada.

 Problemas mais comuns relacionados as rampas:

 A escola possuir mais de um andar e não possuir rampas, apenas escadas ou quando
houver rampa, ser muito estreita.
 O piso da rampa ser escorregadio, desnivelado e/ou com buracos.
 Possuir obstáculos nos patamares, como vasos, móveis e abertura de portas.
 A rampa muito comprida e sem patamares para descanso.
 A rampa ser muito inclinada e difícil de subir com cadeira de rodas.
 Não existir piso tátil de alerta no início e no final da rampa

 Problemas mais comuns referentes a corrimãos e grades de proteção para rampas e

escadas

 Não existir corrimãos nos dois lados de todas as escadas e rampas.


 Não existir parede ou grade de proteção (guarda-corpo) ao longo das escadas e rampas e
ou essa parede ou grade de proteção ser muito baixa e cria situações de perigo.
 Não haver corrimão ao alcance de crianças menores e cadeirantes.
 Corrimãos não se prolongarem até o final e no início da rampa ou da escada.
 Corrimãos ferirem as mãos.

Propostas de soluções*

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 62


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.41)*

Salas de aula

 Problemas mais comuns relacionados as salas de aula:

 Falta contraste de cor entre piso, parede e móveis.


 Carteiras com dimensões que não permitam a aproximação da cadeira de rodas.
 Carteiras inadequadas para crianças obesas ou com estatura diferente do grupo de alunos
da sala.
 Corredor muito estreito entre as carteiras para a passagem de cadeira de rodas.
 Quadro-negro muito alto para ser alcançado por crianças menores ou em cadeira de rodas.
 Espaço muito estreito entre o quadro-negro e as carteiras para a circulação e manobra de
cadeira de rodas.

Propostas de soluções*

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 63


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.43)*

Espaço da Educação Infantil


 Problemas mais comuns relacionados ao espaço da educação infantil:

 Falta de contraste de cor entre piso, parede e móveis.


 Piso muito frio, áspero e/ou escorregadio.
 Mesas que não permitem a aproximação de cadeira de rodas.
 Mobiliário inadequado às dimensões das diferentes faixas etárias das crianças.
 Espaço estreito entre os móveis para a passagem de uma cadeira de rodas.
 Sala apertada, sem espaço livre para brincadeiras que exigem movimento.
 Não haver recanto com tapete, almofadas e espelho para atividades no chão e para repouso.
 Sala distante do fraldário e/ou de banheiro exclusivo para crianças menores.
 Sala sem ligação direta a um pátio, varanda ou parque infantil de uso exclusivo das crianças.
 Aberturas muito altas e pequenas que dificultam a ventilação, iluminação e a visualização
para o exterior.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 64


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Propostas de soluções*

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.49)*

Biblioteca e/ou centros de leitura

 Problemas mais comuns relacionados as bibliotecas ou centros de leitura:

 Mesas com obstáculos, como pés, gaveteiros, e/ou altura inadequada, que impeça a
aproximação de pessoas em cadeira de rodas.
 Sala da biblioteca pequena e com muitos móveis, impedindo a circulação de uma cadeira
de rodas.
 Corredores entre estantes muito estreitos para a passagem de cadeira de rodas.
 Prateleiras muito altas para que pessoas em cadeira de rodas ou crianças menores
alcancem os livros.
 Balcão de empréstimo muito alto para o uso de crianças menores e para cadeirantes.
 Não existir computador com leitores de tela para alunos com deficiência visual.
 Não haver contraste de cor entre as cores do piso, parede e móveis.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 65


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Propostas de soluções*

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.51)*

Sanitários
 Problemas mais comuns relacionados a sanitários:
 Não existir sanitários com vasos e lavatórios masculino e feminino acessíveis na
escola.
 Os sanitários acessíveis, serem localizados em pavimento onde não é possível
chegar com cadeira de rodas.
 As portas dos sanitários serem muito estreitas para a passagem de uma cadeira de
rodas.
 Os espaços de circulação dentro do sanitário serem muito apertados para uma
pessoa manobrar sua cadeira de rodas até o vaso sanitário e o lavatório.
 Não existirem lavatórios, vasos sanitários e descargas em altura adequada para
crianças de baixa estatura.
 Falta de contraste de cor entre piso, parede e equipamentos.
 Os lavatórios possuírem coluna e/ou armários que impedem a aproximação de uma
cadeira de rodas
 As torneiras serem difíceis de alcançar e/ou manusear

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 66


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Propostas de soluções*

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.55)*

Refeitórios
 Problemas mais comuns relacionados aos refeitórios:
 Não existir contraste de cor entre piso, parede e móveis.
 As mesas comunitárias possuírem cadeiras fixas que impeçam a aproximação de uma
cadeira de rodas ou, quando permitam, a cadeira fica no meio da circulação.
 Mesa muito alta para o uso de uma pessoa em cadeira de rodas.
 Mesa para cadeirantes encontra-se afastada das demais e longe do balcão das refeições.
 Não ser possível circular com a cadeira de rodas nos corredores entre as mesas do refeitório.
 Balcão de distribuição de alimentos muito alto para o alcance e a visualização de pessoas
em cadeira de rodas ou crianças pequenas.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 67


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Propostas de soluções*

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.59)*

Quadra de esportes

 Problemas mais comuns relacionados a quadra de esportes:


 Não existir rota acessível que permita às pessoas com mobilidade reduzida chegarem à
quadra, aos bancos/arquibancadas ou aos sanitários e vestiários;
 Não existir piso tátil direcional para guiar as pessoas com deficiência visual até a entrada da
quadra, bancos, sanitários e vestiários.
 No caso de quadras cercadas por telas ou paredes, os vãos de acesso serem muito estreitos
para a passagem de cadeira de rodas.
 Não haver contraste de cores entre o piso e os demais elementos da quadra, como linhas
de marcação, traves, redes e cestas
 Não existir espaço vago para uma cadeira de rodas entre os bancos ou na arquibancada
 Não existir sanitários e vestiários acessíveis próximos à quadra de esportes.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 68


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Propostas de soluções*

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.61)*

Pátios
 Problemas mais comuns relacionados aos pátios:
 Piso escorregadio quando molhado e ofuscante em dias de sol.
 Pisos inadequados – desnivelados, com degraus, alagadiços – que impedem a circulação
de cadeira de rodas
 Pátio com muitos obstáculos, como bancos, telefones, bebedouros, extintores de incêndio,
vasos de plantas, móveis, lixeiras, etc., que atrapalham a circulação de pessoas.
 Obstáculos não-identificados com piso tátil de alerta para pessoas com deficiência visual.
 Pátio muito amplo, sem limites definidos e sem piso tátil direcional para guiar as pessoas
com deficiência visual até os principais acessos

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 69


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 Não existir grade de proteção para evitar quedas nos pátios localizados em terrenos
inclinados ou em pavimentos elevados.

Propostas de soluções*

Proposta criada por Dischinger; Ely; Borges (2009, p.63)*

5.2.1 Distribuição dos ambientes e fluxos


A forma como os ambientes são distribuídos dentro de uma escola podem facilitar
ou dificultar a mobilidade dos alunos, sejam eles deficientes, ou não. Em objetivo principal,
é importante assegurar que:

Os espaços de uso coletivo, como bibliotecas, refeitórios, sanitários, laboratórios,


etc. estejam localizados no andar térreo, ou o mais próximo possível das salas de
aula, para evitar que percorram longos percursos e, até mesmo, o uso de muitas
escadas e rampas. Já, nos pátios externos da escola, deve-se sempre separar o
fluxo de pedestres do fluxo de veículos, como estacionamentos, carga e descarga,
a fim de evitar acidentes (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.71).

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 70


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

5.2.2 Conforto térmico, lumínico e acústico


O aprendizado de todos os alunos de uma escola pode ser influenciado
negativamente devido ao desconforto que pode ser causado pela iluminação, ventilação,
temperatura e/ou ruídos inadequados.

Dependendo da região do país e da variação do clima ao longo do ano, diferentes


soluções arquitetônicas devem ser empregadas nos projetos das escolas. Deve-se,
para tanto, levar em consideração aspectos ambientais do terreno, como a
orientação solar, a incidência de ventos, as fontes de ruído, a presença de
vegetação, entre outros (DISCHINGER; ELY; BORGES, 2009, p.73).

Apesar do sol ser um elemento positivo em regiões de clima frio e úmido, é


importante que se evite a incidência direta da luz solar nos ambientes. O uso de cortinas
nem sempre são suficientes para barrar totalmente a luz e o calor; o ideal, segundo
Dischinger, Ely e Borges (2009, p.73) é que “haja elementos de proteção externos às
janelas, como o brise-soleil”.

O conforto visual está ligado diretamente ao nível de iluminamento do ambiente,


quer seja natural ou artificial. Leva-se em consideração que a iluminação permite
que os ambientes estejam aptos ao desenvolvimento das atividades para os quais
foram projetados. Desta forma, tratando-se de especificação voltada para
edificações escolares, os ambientes, especialmente salas de aulas, laboratórios e
bibliotecas, devem proporcionar conforto lumínico suficiente para o
desenvolvimento de atividades didáticas (FDNE, -21?).

Segundo o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE, -21?), em seu


manual de orientações técnicas para elaboração de projetos de edificações escolares
(ainda em desenvolvimento), a acústica nos ambientes escolares é uma exigência que deve
ser priorizada dentre as demais existentes. Uma vez que a exposição ao ruído possui efeito
direto acerca do estado mental dos alunos e professores, se não verificado e apresentado
de forma correta e seguindo a legislação, pode proporcionar impactos sobre essas pessoas,

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 71


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

sendo eles representados por baixo nível de compreensão da fala, perda da atenção e
concentração, instabilidade psicológica e comportamento agressivo. Sendo assim, os
requisitos e critérios exigidos para a exposição de ruídos em ambiente escolar têm como
objetivo:

 Providenciar a compreensão da fala;


 Providenciar a correta transmissão da fala;
 Restringir ruídos provenientes do exterior e áreas adjacentes;
 Providenciar boas condições acústicas dentro do próprio ambiente.

Dessa forma, as vedações verticais e a cobertura da edificação escolar devem


apresentar isolamento acústico adequado, no que se refere aos ruídos aéreos
provenientes do exterior da edificação e ruídos aéreos gerados no interior da
edificação (isolação entre ambientes). Através de ensaios de materiais e medições
em campo, é possível constatar a atendimento aos seguintes requisitos e critérios.
Portanto, na fase de projeto, devem ser especificados sistemas e componentes que
possuam em suas características de fabricação, o atendimento aos critérios abaixo
definidos (FDNE, -21?).

5.2.3 Saúde, Higiene e Qualidade do Ar


Especialmente em ambiente escolar, é de suma importância, como mencionado pelo
FDNE (-21?) a garantia da higiene e qualidade do ar, em vista de se evitar a proliferação
de doenças e garantir o bem-estar de todos os indivíduos que por ali circulem, desde
alunos, a professores e demais funcionários. Existem diversas exigências relativas à saúde
que devem atender a legislação vigente e a alguns requisitos obrigatórios sobre a agua
utilizada (potável), a ventilação natural mínima exigida por ambientes, etc.

Ler item 2.2.2.5. Saúde, Higiene e Qualidade do Ar do “MANUAL DE


ORIENTAÇÕES TÉCNICAS (em desenvolvimento) Volume 3: ELABORAÇÃO DE
PROJETOS DE EDIFICAÇÕES ESCOLARES, redigido pelo FNDE (-21?). Disponível
em: <file:///C:/Users/HO06/Downloads/volume%203%20-
%20manual%20elaboracao%20projetos%20ed.%20escolares%20-
%20fundamental_desenvolvimento%20(1).pdf>

5.3. Avaliando sua escola


Para avaliar se a escola é acessível, o manual redigido por Dischinger, Ely e Borges
(2009), sugere a aplicação de algumas planilhas. Essas planilhas correspondem a
ambientes da escola, onde, perguntas devem ser respondidas para se chegar a um

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 72


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

diagnóstico da acessibilidade em âmbito escolar, a partir da quantificação de seus pontos


positivos e negativos.

As planilhas foram elaboradas em conformidade com as leis e normas específicas


existentes e atualizadas para este Guia:
 ABNT NBR 9.050/2004: Norma Brasileira de Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos;
 ABNT NBR 9.050/2015: Norma Brasileira de Acessibilidade a edificações, mobiliário,
espaços e equipamentos urbanos;
 ABNT NBR 14.350/1999: Segurança de brinquedos de playground. Parte 1:
Requisitos e métodos de ensaio;
 Decreto Federal nº. 5.296/2004: Acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida.

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE ACESSIBILIDADE


ESPACIAL NA ESCOLA
1. A RUA EM FRENTE À ESCOLA E A ENTRADA
Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
Existe faixa de pedestre para ajudar a atravessar a rua em frente à
escola?

Em caso de ruas muito movimentadas e que ofereçam perigo para


travessia, além dessa faixa de pedestre, existe algum elemento
que permita a travessia com segurança, como semáforo para
automóveis, semáforo para pedestre com sinal sonoro, redutor de
velocidade dos carros?

Existe calçada rebaixada, nos dois lados da rua, para possibilitar


que pessoas em cadeira de rodas atravessem na faixa de
segurança?

 Calçada em frente à escola

Estando na calçada, é possível identificar o prédio da escola?

A calçada é pavimentada?

O pavimento da calçada é regular, plano, sem buracos e degraus?

É possível percorrer a calçada sem encontrar obstáculos, como


placas, floreiras, lixeiras, postes, galhos de árvores, toldos, entulho,
etc., que atrapalhem a circulação de pessoas?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 73


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Caso existam obstáculos, eles estão identificados com piso tátil de


alerta para pessoas com deficiência visual?

Quando há degraus ou desníveis, eles são menores que um


centímetro e meio?

 Paradas de ônibus

Existe parada de ônibus próxima à entrada da escola?

O percurso entre a parada de ônibus e a escola é totalmente


acessível, sem obstáculos ou desníveis, para pessoas em cadeira
de rodas?

O piso do percurso entre a parada de ônibus e a escola é


totalmente sinalizado com piso tátil direcional e/ou de alerta para
pessoas com deficiência visual?

 Caminho até a porta de entrada

Quando o portão da escola está fechado, existe campainha ou


interfone acessível a pessoas em cadeira de rodas e crianças
menores?

O percurso entre o portão da escola até a porta de entrada é


pavimentado?

A pavimentação desse caminho é regular, plana, sem buracos e


degraus?

Essa pavimentação é antiderrapante em dias de chuva?

A cor dessa pavimentação evita o ofuscamento da visão em dias


de muito sol?

É possível percorrer esse caminho sem encontrar obstáculos,


como bancos, galhos de árvores, floreiras, lixeiras, etc., que
atrapalhem a circulação de pessoas?

Quando o caminho é muito amplo e sem limites definidos, existe


piso tátil direcional para guiar as pessoas com deficiência visual até
a porta da escola?

2. RECEPÇÃO E SALAS DE ATENDIMENTO


Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
 Área de espera e balcão de atendimento

O balcão de atendimento pode ser visto a partir da porta de entrada


da escola ou existe uma placa que identifique a sua localização?

Existe um balcão de atendimento que permita a chegada de uma


pessoa em cadeira de rodas, ou seja, balcão mais baixo e com
espaço de aproximação para as pernas?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 74


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O mobiliário existente na recepção está localizado fora da


circulação, ou seja, não atrapalha a passagem de pessoas?

Existe um espaço de espera para a pessoa, em cadeira de rodas,


aguardar o atendimento sem atrapalhar a circulação?

No ambiente da recepção, há contraste de cor entre piso, parede e


móveis, a fim de facilitar a orientação de pessoas com baixa visão?

Comunicação visual/tátil/auditiva

Existem placas, com letra grande e contraste de cor, que indicam o


caminho a seguir para chegar aos demais ambientes da escola,
como salas de aula, refeitório, etc.?

No ambiente da recepção, existem placas, com letra grande e


contraste de cor, nas portas que identifiquem os diferentes
ambientes, como secretaria, direção, coordenação, etc.?

Junto às portas de cada ambiente, como secretaria, direção,


coordenação, etc., existe placa com letra em relevo ou em Braille,
na altura entre 90 e 110 centímetros, que identifique seu uso para
pessoas com deficiência visual?

Na recepção, existe Mapa Tátil que possibilite ao usuário com


deficiência visual localizar-se, identificar o local das diferentes
atividades e definir os caminhos a seguir, de forma independente?

Na existência de Mapa Tátil, há piso tátil direcional que guie as


pessoas com deficiência visual até a sua localização?

Existe um serviço de atendimento para pessoas com deficiência


auditiva, ou pessoas com surdocegueira, prestado por pessoas
habilitadas ou por um equipamento de tecnologia assistiva, como
um computador?

 Telefones públicos

Há, pelo menos, um telefone, com altura máxima de 1,20 m e


altura inferior livre de, no mínimo, de 73 centímetros, acessível a
pessoas em cadeira de rodas?

Há, pelo menos, um telefone com amplificador de sinal para


pessoas com audição reduzida?

Esses telefones são facilmente identificados por sinalização?

3. CORREDORES
Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
Os corredores possuem largura adequada à quantidade de
pessoas que os utilizam?

Os elementos presentes nos corredores, como lixeiras,


bebedouros, telefones públicos, extintores de incêndio, vasos de

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 75


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

plantas, móveis, placas, etc., atrapalham a passagem das


pessoas?

Caso os obstáculos atrapalhem a passagem, esses estão


identificados com piso tátil de alerta para pessoas com deficiência
visual?

Há contraste de cor entre piso, parede e portas, a fim de facilitar a


orientação de pessoas com baixa visão?

O piso é antiderrapante, regular e em boas condições?

O piso é nivelado, ou seja, sem degraus que atrapalhem a


circulação de cadeira de rodas?

Existem rampas quando há desníveis maiores que 1,5


centímetros?

Se os corredores forem muito amplos, existe piso tátil direcional em


cor e textura contrastantes com o piso da circulação para guiar as
pessoas com deficiência visual?

Em corredores situados em locais elevados ou em pavimentos


superiores, existe grade ou mureta de proteção?

Essa grade ou mureta tem uma altura mínima de 1 metro e 10


centímetros, é rígida e está bem fixada?

Há placas indicativas que orientam as saídas, escadas, rampas e


outras direções importantes?

Junto às portas de cada ambiente, existe identificação de seu uso


em letras grandes e em cor contrastante com o fundo?

Junto às portas de cada ambiente, existe placa com letra em relevo


ou em Braille, na altura entre 90 e 110 centímetros, que identifique
seu uso para pessoas com deficiência visual?

As portas ou seus marcos possuem uma cor contrastante com a da


parede, a fim de facilitar sua identificação?

Os vãos de abertura das portas dos ambientes possuem uma


largura de, no mínimo, 80 centímetros?

O desnível entre o corredor e as salas adjacentes é de, no máximo,


meio centímetro?

 Bebedouros

A bica do bebedouro permite a utilização de copo?

A bica do bebedouro possui altura de 90 cm do piso?

O bebedouro possui altura livre inferior de, no mínimo, 73


centímetros do piso para a aproximação de uma cadeira de rodas?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 76


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O espaço em frente ao bebedouro é grande o suficiente para caber


uma cadeira de rodas?

4. ESCADAS E RAMPAS
Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
 Escadas

A largura mínima das escadas é de 1 metro e 20 centímetros?

A escada e seus patamares possuem piso antiderrapante, firme,


regular e estável?

Os espelhos dos degraus são fechados, ou seja, não-vazados?

Os degraus da escada têm altura entre 16 e 18 centímetros?

Os degraus da escada têm profundidade entre 28 e 32


centímetros?

Todos os degraus, ao longo da escada, têm o mesmo tamanho em


termos de altura e profundidade?

Há uma borda de cor contrastante (retroiluminado), nos degraus,


para auxiliar pessoas com baixa visão a identificar cada degrau?

Existe patamar sempre que houver mudança de direção na


escada?

O patamar tem um comprimento de, no mínimo, 1 metro e 20


centímetros?

O patamar está livre de obstáculos, como vasos, móveis, abertura


de portas, que ocupem sua superfície útil?

O primeiro e o último degraus de um lance de escada estão


recuados da circulação, a uma distância mínima de 30
centímetros?

Existe, no início e no final da escada, a uma distância mínima de


30 centímetros do primeiro degrau, piso tátil de alerta em cor
contrastante com a do piso da circulação para avisar aos
deficientes visuais sobre a existência da escada?

 Rampas

Existem rampas na escola?

A largura mínima da rampa é de 1 metro e 20 centímetros?

A rampa e seus patamares possuem piso antiderrapante, firme,


regular e estável?

Existe patamar sempre que houver mudança de direção na rampa?

O patamar tem a mesma largura da rampa?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 77


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O patamar tem um comprimento de no mínimo 1 metro e 20


centímetros?

O patamar está livre de obstáculos, como vasos, móveis, abertura


de portas, que ocupem sua superfície útil?

A rampa tem inclinação suave que possibilite a subida e a descida,


sem auxílio, de uma pessoa em cadeira de rodas?

A rampa tem tamanho, inclinação e formato de acordo com a NBR


9050/15?

Existe, no início e no final da rampa, a uma distância mínima de 30


centímetros do primeiro degrau, piso tátil de alerta em cor
contrastante com a do piso da circulação, que alerte as pessoas
com deficiência visual sobre a existência da rampa?

 Corrimãos e grade de proteção para rampas e escadas

Existem corrimãos nos dois lados de todas as escadas e rampas?

Existe parede ou grade de proteção (guarda-corpo) ao longo das


escadas e rampas?

Essas paredes ou grades de proteção possuem, no mínimo, 1


metro e 5 centímetros de altura?

Os corrimãos estão em duas alturas e auxiliam adultos, criança e


pessoas em cadeira de rodas?

Os corrimãos são contínuos ao longo de toda a rampa ou escada,


sem interrupção nos patamares?

Os corrimãos têm prolongamento de, no mínimo, 30 centímetros


antes do início e após o término da escada ou da rampa?

5. SALAS DE AULA
Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
No ambiente das salas de aula, há contraste de cor entre piso,
parede e móveis, que facilite a orientação de pessoas com baixa
visão?

A carteira, em termos de largura, altura e formato, permite a


aproximação e uso dos alunos em cadeira de rodas?

A carteira, em termos de largura, altura e formato, adapta-se aos


diferentes tamanhos dos alunos – estatura e obesidade?

Caso existam estantes na sala de aula, suas prateleiras podem ser


alcançadas pelas crianças menores ou em cadeira de rodas?

O corredor entre as fileiras de carteiras é largo o suficiente para a


passagem de um aluno em cadeira de rodas?

O quadro-negro possui altura que permita seu alcance por crianças


menores ou em cadeira de rodas?

Ao longo do dia, o quadro-negro está sempre livre de incidência de


luz que cause ofuscamento e dificulte a sua visualização?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 78


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

O espaço em frente ao quadro-negro é largo o suficiente para a


passagem e manobra de uma cadeira de rodas?

6. LABORATÓRIOS E SALAS DE ARTES


Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
No ambiente dos laboratórios, há contraste de cor entre piso,
parede e móveis, a fim de facilitar a orientação de pessoas com
baixa visão?

É possível a pessoa, em cadeira de rodas, circular e manobrar pela


sala até os principais equipamentos, como mesas de trabalho e de
computador, pias, armários e quadro-negro?

Há, pelo menos, uma mesa de trabalho sem obstáculos, como pés,
gaveteiros, bancos fixos, com vão livre de 73 centímetros – do pé
ao tampo – que permita a aproximação de uma pessoa em cadeira
de rodas?

Se o laboratório atende alunos de diferentes estaturas, suas mesas


e cadeiras se adaptam às dimensões de todos os usuários?

Os objetos em prateleiras podem ser alcançados pelas crianças


menores e pessoas em cadeira de rodas?

Existe computador com tecnologia assistiva, como Dos Vox, etc.,


para pessoas com deficiência visual?

O quadro-negro possui altura que permita seu alcance por crianças


menores ou em cadeira de rodas?

Há, pelo menos, uma pia sem obstáculos, como coluna e armário,
com vão livre de 73 centímetros – do pé ao tampo – que permita a
aproximação de uma pessoa em cadeira de rodas?

As torneiras dessa pia são de fácil alcance e manuseio por uma


pessoa com mobilidade reduzida nas mãos?

Os acessórios da pia, como toalheiro, cesto de lixo, saboneteira,


estão instalados a uma altura e distância acessíveis a uma criança
ou uma pessoa em cadeira de rodas?

7. SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL


Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
No ambiente da sala de recursos multifuncional, há contraste de
cor entre piso, parede e móveis, a fim de facilitar a orientação de
pessoas com baixa visão?

É possível a pessoa, em cadeira de rodas, circular e manobrar pela


sala até os diferentes locais de atividades, como mesas de trabalho
e de computador, armários, quadro-negro?

As mesas de atendimento ou de computador estão livres de


qualquer obstáculo, como pés e gaveteiros, que impeçam a
aproximação de pessoas em cadeira de rodas?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 79


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Existem mesas com altura adequada ao uso de pessoas em


cadeira de rodas ou baixa estatura?

Existem computadores com programa de leitor de tela para alunos


com deficiência visual?

O quadro-negro, ou o branco, e o flanelógrafo possuem altura que


permita seu alcance por crianças menores ou em cadeira de
rodas?

8. ESPAÇO DA EDUCAÇÃO INFANTIL


Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
No ambiente da educação infantil, há contraste de cor entre piso,
parede e móveis, a fim de facilitar a orientação de pessoas com
baixa visão?

Existem aberturas com peitoril mais baixo que permitam a


visualização do exterior por crianças menores?

O piso possui temperatura agradável em dias muito frios ou muito


quentes?

As mesas, em termos de largura, altura e formato, permitem que


crianças em cadeira de rodas se aproximem delas e as usem?

Essas mesas possuem a largura adequada para o alcance manual


de cadeirantes?

As mesas e cadeiras, em termos de largura, altura e formato, estão


adequadas para as diferentes características físicas das crianças –
estatura, obesidade?

As prateleiras das estantes de brinquedos podem ser alcançadas


pelas crianças menores ou em cadeira de rodas?

O espaço entre os móveis é suficiente para a circulação de criança


em cadeira de rodas?

O jardim de infância possui ligação direta com banheiros que


possuem vasos sanitários e lavatórios em dimensões adequadas
às crianças menores?

Nesse banheiro, existe, pelo menos, um vaso sanitário e um


lavatório acessível a crianças em cadeira de rodas?

A sala de educação infantil possui ligação direta com pátios


externos ou varandas exclusivas para o uso de seus alunos?

9. BIBLIOTECA
Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
No ambiente da biblioteca, há contraste de cor entre piso, parede e
móveis, para facilitar a orientação de pessoas com baixa visão?

É possível a pessoa, em cadeira de rodas, circular e manobrar pela


sala até os diferentes locais de atividades, como mesas de trabalho
e de computador, estantes, balcão de empréstimo?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 80


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

As mesas de estudo ou de computador estão livres de qualquer


obstáculo, como pés e gaveteiros, que impeçam a aproximação de
pessoas em cadeira de rodas?

Existem mesas com altura adequada ao uso de pessoas em


cadeira de rodas ou baixa estatura?

Existem cadeiras com altura adequada ao uso de pessoas em


cadeira de rodas ou baixa estatura?

A largura do corredor, entre as estantes, permite a passagem de


uma pessoa em cadeira de rodas?

Ao final de cada corredor de estantes, é possível manobrar com a


cadeira de rodas?

Os livros, nas prateleiras, podem ser alcançados pelas crianças


menores e pessoas em cadeira de rodas?

O balcão de empréstimo permite que uma pessoa em cadeira de


rodas o utilize, ou seja, o balcão é mais baixo e com recuo para as
pernas?

Existe computador com programa de leitor de tela para alunos com


deficiência visual?

10. SANITÁRIOS
Respostas
Itens a conferir
Sim Não N/A
Existe, pelo menos, um sanitário feminino e um masculino com
vaso sanitário e lavatório acessíveis às pessoas com deficiências
na escola?

Os sanitários acessíveis estão localizados em pavimentos aos


quais é possível chegar com auxílio de cadeira de rodas?

As portas dos sanitários possuem vão de abertura de, no mínimo,


80 centímetros?

O desnível entre o sanitário e a circulação é de, no máximo, meio


centímetro de altura?

O piso dos sanitários é antiderrapante, regular e em boas


condições de manutenção?

É possível para uma pessoa, em cadeira de rodas, circular pelo


sanitário, manobrar sua cadeira, acessar o boxe e o lavatório?

Existe, pelo menos, um lavatório suspenso, sem armário ou coluna,


para possibilitar a aproximação de uma cadeira de rodas?

Em frente a esse lavatório, há espaço suficiente para circulação e


manobra de cadeira de rodas?

A altura entre o lavatório e o piso é de, no mínimo, 73 centímetros,


e permite a aproximação de uma pessoa em cadeira de rodas?

As torneiras desse lavatório são fáceis de alcançar por uma criança


ou pessoa em cadeira de rodas?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 81


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

As torneiras desse lavatório são facilmente manuseadas por uma


pessoa com mobilidade reduzida nas mãos?

Os acessórios do lavatório, como toalheiro, cesto de lixo, espelho,


saboneteira, estão instalados a uma altura e distância acessíveis a
uma criança ou uma pessoa em cadeira de rodas?

Há mictórios acessíveis?

A área livre, ao redor do mictório, tem dimensões mínimas de 120 x


80 centímetros?

A localização e as dimensões das barras de apoio, junto ao


mictório, obedecem a NBR 9050/15?

11. REFEITÓRIO
Itens a conferir Respostas
Sim Não N/A
Há, pelo menos, uma mesa comunitária sem obstáculos, como pés
e bancos fixos, com vão livre de 73 centímetros – do pé ao tampo –
que permita a aproximação de uma pessoa em cadeira de rodas?

As mesas, destinadas ao uso de pessoas em cadeira de rodas,


estão integradas às demais e em local de fácil acesso ao balcão de
distribuição de refeições?

As mesas e cadeiras possuem dimensões que permitam seu uso


com conforto, de acordo com o tipo de usuários, como, por
exemplo, crianças pequenas, pessoas obesas?

É possível circular e manobrar a cadeira de rodas, nos corredores,


entre as mesas do refeitório?

É possível circular e manobrar a cadeira de rodas em frente ao


balcão de distribuição de alimentos?

Esse balcão possui uma altura confortável para a visualização e o


alcance dos alimentos por pessoas em cadeira de rodas ou
crianças pequenas?

12. QUADRA DE ESPORTES E PÁTIOS


Itens a conferir Respostas
Sim Não N/A
Existe rota acessível que permita às pessoas com mobilidade
reduzida chegarem à quadra, aos bancos/arquibancadas ou aos
sanitários e vestiários?

Nessa rota acessível, existe piso tátil direcional para guiar as


pessoas com deficiência visual até a entrada da quadra, bancos,
sanitários e vestiários?

Todo o espaço ao redor da quadra de esportes não apresenta


degraus ou buracos e permite a circulação de pessoas em cadeira
de rodas?

Existe, pelo menos, um espaço reservado, entre os bancos ou na


arquibancada, com tamanho suficiente para a permanência de uma
cadeira de rodas?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 82


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Esse espaço reservado é de fácil acesso pelo corredor e não


atrapalha a circulação?

Existem sanitários e vestiários acessíveis próximos à quadra de


esportes?

No caso de práticas de esportes por pessoas que utilizam cadeira


de rodas do tipo “cambada”, os vãos livres das portas existentes na
rota acessível, nos sanitários e vestiários, são de, no mínimo, um
metro?

Nos pátios, há contraste de cor entre os pisos e paredes, a fim de


facilitar a orientação de pessoas com baixa visão?

O piso do pátio é antiderrapante em dias de chuva?

Esse piso é nivelado, ou seja, sem buracos ou degraus que


atrapalham a circulação de cadeira de rodas?

Existem rampas quando há desníveis maiores que 1,5


centímetros?

É possível atravessar o pátio, num percurso seguro, sem encontrar


obstáculos, como bancos, telefones, bebedouros, extintores de
incêndio, vasos de plantas, móveis, lixeiras, etc., que atrapalhem a
circulação de pessoas?

Caso existam obstáculos atrapalhando a passagem, eles estão


identificados com piso tátil de alerta para pessoas com deficiência
visual?

Quando o pátio é muito amplo e sem limites definidos, existe piso


tátil direcional para guiar as pessoas com deficiência visual até os
principais acessos?

Existe grade de proteção que evite quedas nos pátios localizados


em terrenos inclinados ou em pavimentos elevados?

Essa grade de proteção apresenta altura mínima de 1 metro e 10


centímetros, é rígida e está bem fixada?

Há placas indicativas, no pátio, que orientem para as saídas,


escadas, rampas e outras direções importantes?

13. PARQUE INFANTIL


Itens a conferir Respostas
Sim Não N/A
No parque infantil, há contraste entre o piso e os brinquedos, a fim
de facilitar sua identificação por pessoas com baixa visão?

O piso do parque infantil é absorvente a impactos, com areia fina,


grama, piso emborrachado, etc.?

No caso de piso emborrachado, ele está livre de bolhas, partes


soltas?

No caso de piso de grama, existe manutenção constante?

Os brinquedos possuem uma distância segura entre si para evitar


acidentes?

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 83


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Os brinquedos são acessíveis às crianças com deficiência?

Existem brinquedos que estimulam os diferentes sentidos: audição,


visão, tato, olfato, equilíbrio?

Os brinquedos que apresentam risco de queda, como


escorregadores, torres, pontes, etc., possuem corrimãos e cercas
de proteção em altura segura e são bem fixados?

Todos os balanços destinados a crianças de até três anos


possuem assentos em forma de calça ou cadeira para proteção da
coluna?

Quando o parque infantil está próximo de outras atividades ou de


circulações, como estacionamentos e quadras, existe cerca de
proteção – mureta, vegetação, tela – para evitar eventuais
acidentes?

Existe piso adequado ao acesso de pessoas, em cadeira de rodas,


aos brinquedos acessíveis e espaços de estar próximos ao parque
infantil?

Esse piso é nivelado, ou seja, sem buracos ou degraus que


atrapalhem a circulação de cadeira de rodas?

Existem bancos para os acompanhantes dos usuários do parque


infantil?

Caso existam bancos, eles atrapalham a passagem das pessoas


ou causam perigo aos usuários do parque infantil?

Observações complementares:

Ver o vídeo “Inclusão | O que as escolas precisam mudar? ” do canal Nova Escola.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ieasHdgWDJA Acesso em
17/12/2019.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 84


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

6. TÉCNICAS ASSISTIVAS: A TECNOLOGIA ASSISTIVA.

Objetivo:
Introduzir o estudo da tecnologia assistiva e conhecer os benefícios que elas trazem
as pessoas com deficiência; apresentar as categorias de tecnologia assistiva especificando
cada uma delas.

Introdução
Tecnologia Assistiva - TA é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o
arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover
vida independente e inclusão. (BERSCH & TONOLLI, 2006)

A classificação que segue foi escrita originalmente em 1998 por José Tonolli e Rita
Bersch e sua última atualização é de 2017. Ela tem uma finalidade didática e em cada
tópico considera a existência de recursos e serviços. Esta proposta de classificação foi
desenhada com base nas diretrizes gerais da ADA, em outras classificações utilizadas em
bancos de dados de TA e especialmente a partir da formação dos autores no Programa de
Certificação em Aplicações da Tecnologia Assistiva – ATACP da Califórnia State University
Northridge, College of Extended Learning and Center on Disabilities. A importância das
classificações no âmbito da tecnologia assistiva se dá pela promoção da organização desta
área de conhecimento e servirá ao estudo, pesquisa, desenvolvimento, promoção de
políticas públicas, organização de serviços, catalogação e formação de banco de dados
para identificação dos recursos mais apropriados ao atendimento de uma necessidade
funcional do usuário final.
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar,
que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que
objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de
pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua
autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (BRASIL - SDHPR.
– Comitê de Ajudas Técnicas – ATA VII).

A tecnologia assistiva tem como objetivo proporcionar à pessoa com deficiência


maior independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua
comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado,
trabalho e integração com a família, amigos e sociedade.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 85


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

6.1 Categorias de tecnologia assistiva


Os recursos de tecnologia assistiva são organizados ou classificados de acordo com
objetivos funcionais a que se destinam. De acordo com Rita Bersch, existem algumas
categorias de tecnologia assistiva, e são elas:

6.1.1 Auxílios para a vida diária


Materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar,
vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção da casa etc.
São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios
domésticos, roupas desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro,
recursos para transferência, barras de apoio, etc. Também estão incluídos nesta
categoria os equipamentos que promovem a independência das pessoas com
deficiência visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar
calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas
ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão
arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever etc. (BERSCH,2017)

6.1.2 CAA - Comunicação Aumentativa e Alternativa


Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressiva e receptiva
das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de
comunicação com os símbolos PCS ou Bliss além de vocalizadores e softwares dedicados
para este fim.
Destinada a atender pessoas sem fala ou escrita funcional ou em
defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar, escrever
e/ou compreender. Recursos como as pranchas de comunicação, construídas com
simbologia gráfica (BLISS, PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados
pelo usuário da CAA para expressar suas questões, desejos, sentimentos,
entendimentos. A alta tecnologia dos vocalizadores (pranchas com produção de
voz) ou o computador com softwares específicos e pranchas dinâmicas em
computadores tipo tablets, garantem grande eficiência à função comunicativa
(BERSCH,2017).

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 86


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Prancha de comunicação
impressa; vocalizadores de mensagens
gravadas; prancha de comunicação
gerada com o software Boardmaker SDP
no equipamento EyeMax (símbolos são
selecionados pelo movimento ocular e a
mensagem é ativada pelo piscar) e
pranchas dinâmicas de comunicação no
tablet.

6.1.3 Recursos de acessibilidade ao computador


Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o
computador acessível a pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas),
intelectuais e motoras. Inclui dispositivos de entrada (mouses, teclados e
acionadores diferenciados) e dispositivos de saída (sons, imagens, informações
táteis) (BERSCH,2017).

Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios alternativos de


acesso (ponteiras de cabeça, de luz),
teclados modificados ou alternativos,
acionadores, softwares especiais (de
reconhecimento de voz, etc.), que
permitem as pessoas com deficiência a
usarem o computador.
(Linha Braille)

6.1.4 Sistemas de controle de ambiente


Sistemas eletrônicos que permitem as pessoas com limitações moto-locomotoras,
controlar remotamente aparelhos eletroeletrônicos, sistemas de segurança, entre outros,
localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores.
Através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras, podem
ligar, desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores,
ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer
chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em
seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto pode ser acionado
de forma direta ou indireta e neste caso, um sistema de varredura é disparado e a
seleção do aparelho, bem como a determinação de que seja ativado, se dará por
acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão,
de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz etc. (BERSCH,2017)

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 87


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

6.1.5 Projetos arquitetônicos para acessibilidade


Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de
rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as
barreiras físicas, facilitando a locomoção
da pessoa com deficiência.

Projetos de
edificação e urbanismo
que garantem acesso,
funcionalidade e
mobilidade a todas as
pessoas,
independentemente de
sua condição física e sensorial. Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou
ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adequações em banheiros,
mobiliário entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas.
(BERSCH,2017)

6.1.6 Órteses e próteses


Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo; troca ou
ajuste de partes do corpo, faltantes ou de
funcionamento comprometido, por membros
artificiais ou outros recursos ortopédicos (talas,
apoios etc.). Inclui-se os protéticos para auxiliar
nos déficits ou limitações cognitivas, como os
gravadores de fita magnética ou digital que
funcionam como lembretes instantâneos.

Órteses são colocadas junto a


um segmento corpo,
garantindo-lhe um melhor posicionamento, estabilização e/ou função. São
normalmente confeccionadas sob medida e servem no auxílio de mobilidade, de
funções manuais (escrita, digitação, utilização de talheres, manejo de objetos para
higiene pessoal), correção postural, entre outros (BERSCH,2017).

6.1.7 Adequação Postural


Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o conforto e
distribuição adequada da pressão na superfície da pele
(almofadas especiais, assentos e encostos
anatômicos), bem como posicionadores e contentores
que propiciam maior estabilidade e postura adequada

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 88


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

do corpo através do suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros.

Ter uma postura estável e confortável é fundamental para que se consiga um bom
desempenho funcional. Fica difícil a realização de qualquer tarefa quando se está
inseguro com relação a possíveis quedas ou sentindo desconforto. (BERSCH,2017)

6.1.8 Auxílios de mobilidade

O que é mobilidade?

A capacidade de um indivíduo para


executar qualquer tarefa de
mobilidade pode ser comprometida
A mobilidade engloba a
por funções ou estruturas corporais
capacidade de um indivíduo mover
prejudicadas.
seu corpo dentro de um ambiente ou
entre ambientes e a capacidade de
manipular objetos.

Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, andadores, scooters de 3


rodas e qualquer outro veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal.

A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas,


andadores, carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas,
scooters e qualquer outro veículo, equipamento ou estratégia
utilizada na melhoria da mobilidade pessoal (BERSCH,2017).

De 1960 em diante, a Inteligência Artificial (IA) passou a ser cada dia mais
aperfeiçoada e aplicada em diversos segmentos industriais. Segundo Löbach (2001 apud
SCATOLIM et all, 2016 p.50) as cadeiras de rodas “são objetos de uso, desenvolvidos para
solucionar tensões, durante o processo de uso, advinda das necessidades. Tais objetos
uso estão intrínsecos às condições de uma sociedade”. Em
suma, as cadeiras de rodas são sistemas composto
basicamente por uma cadeira disposta em um par de rodas
que são utilizadas como dispositivo de locomoção para
portadores de deficiência ou que tenham alguma deficiência
física e necessitem deste meio para conseguir se

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 89


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

locomover. Elas se dividem em duas categorias, manuais e as motorizadas (eletrônicas).

A Cadeira de Rodas Inteligente utiliza uma tecnologia definida como um dispositivo


robótico desenvolvido por meio da cadeira de rodas motorizada, de sistemas
sensoriais e dispositivos, tornando-se uma ferramenta essencial para locomoção
dos portadores de lesão medular ou com mobilidade reduzida (SCATOLIM et all,
2016 p.50).

Diversas novas
cadeiras são lançadas
periodicamente, a Cadeira
de Rodas Inteligente (CRI)
utiliza de contrações
musculares do indivíduo
que são transformadas em
movimentos. “Os sinais
neuromusculares são
ativados por sensores que
captam na superfície da
pele a contração do
músculo. Esses sinais são
processados em um
computador portátil que
possui o software que
decodifica as informações
enviando comandos para a cadeira” (SCATOLIM et all, 2016 p.50).

6.1.9 Auxílios para cegos ou com visão subnormal


Auxílios para grupos específicos que inclui
lupas e lentes, Braille para equipamentos com
síntese de voz, grandes telas de impressão,
sistema de TV com aumento para leitura de
documentos, publicações etc.

MAPA TÁTIL
São exemplos: Auxílios ópticos, lentes, lupas manuais e
lupas eletrônicas; os softwares ampliadores de tela. Material gráfico com texturas e
relevos, mapas e gráficos táteis, software OCR em celulares para identificação de
texto informativo, etc. (BERSCH,2017)

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 90


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

Diversos recursos podem ser utilizados no desenvolvimento de pessoas com


deficiência, o uso do computador, por
exemplo, complementa e auxilia no
desenvolvimento do discente.

O DOSVOX, por exemplo, é uma


ferramenta de trabalho que contribui e facilita
as atividades com indivíduos portadores de
deficiência visual. “O conjunto de recursos
disponíveis no software expande as
atividades que podem ser desenvolvidas com
os deficientes visuais” (RINKER, 2010).

O Virtual Vision, é outro exemplo de recurso que pode ser utilizado com crianças
deficientes visuais. O usuário, neste programa, pode ouvir tudo o que está sendo mostrado
no computador, conforme navega pelo sistema e/ou utiliza os comandos do programa. O
software funciona como se um leitor de tela, onde interage com o Sistema Operacional do
Computador, capturando as informações apresentadas na forma de texto e transformando-
a em resposta falada, utilizando um sintetizador de voz.

O BrainPort é uma tecnologia que permite que a pessoa


cega “ver” a forma, tamanho, localização e movimento de objetos
utilizando a língua. “É constituída por um par de óculos de sol com
uma pequena câmera de vídeo, um comando e uma espécie de
“chupeta” que se coloca sobre a língua” (RINKER, 2010). As
imagens que são captadas através de uma câmera nos óculos,
são enviadas para um comando que as converte em impulsos
elétricos que, posteriormente, são transmitidos para a língua
através de uma “chupeta” ligada ao comando por um fio, sendo
assim, as terminações nervosas da língua enviam os estímulos
elétricos ao cérebro (RINKER, 2010).

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 91


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

6.1.10 Auxílios para melhorar a função auditiva e recursos utilizados para traduzir os
conteúdos de áudio em imagens, texto e língua de sinais.
Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez,
telefones com teclado — teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outros.

Auxílios que incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para


surdez, sistemas com alerta táctil-visual, celular com mensagens escritas e
chamadas por vibração, software que favorece a comunicação ao telefone celular
transformando em voz o texto digitado no celular e em texto a mensagem falada.
Livros, textos e dicionários digitais em língua de sinais. Sistema de legendas (close-
caption/subtitles). Avatares LIBRAS. (BERSCH,2017)

6.1.11 Adaptações em veículos


Acessórios e adaptações que possibilitam a condução do veículo, elevadores para
cadeiras de rodas, camionetas modificadas e outros veículos automotores usados no
transporte pessoal.
Acessórios que possibilitam uma pessoa com deficiência física dirigir um
automóvel, facilitadores de embarque e desembarque como elevadores para
cadeiras de rodas (utilizados nos carros particulares ou de transporte coletivo),
rampas para cadeiras de rodas, serviços de autoescola para pessoas com
deficiência. (BERSCH,2017)

“...em primeiro lugar, o termo tecnologia não indica apenas objetos físicos,
como dispositivos ou equipamento, mas antes se refere mais genericamente a
produtos, contextos organizacionais ou modos de agir, que encerram uma série de
princípios e componentes técnicos”. (EUROPEAN COMMISSION - DGXIII, 1998)

A tecnologia assistiva é o
conjunto de ajudas técnicas de
qualquer produto, instrumento,
estratégia, serviço e prática
utilizada por pessoas com
deficiência e pessoas idosas,
especialmente, produzido ou
geralmente disponível para
prevenir, compensar, aliviar ou
neutralizar uma deficiência,
incapacidade ou desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos
indivíduos.

A classificação da tecnologia também é feita por recursos e serviços, essa


classificação será abordada no próximo capítulo deste guia disciplinar.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 92


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

6.2 Recursos e serviços


Os recursos são os equipamentos fabricados numa perspectiva acessível, com o
intuito de promover acessibilidade.
“Recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou
sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter ou
melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Serviços são
definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a
selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos”. (ADA - American With
Disabilities ACT 1994.)

Os recursos de tecnologia assistiva podem variar de uma simples bengala a um


complexo sistema de softwares. Estão incluídos brinquedos e roupas adaptadas,
computadores, softwares e hardwares especiais, que contemplam questões de
acessibilidade, dispositivos para adequação da postura sentada, recursos para mobilidade
manual e elétrica, equipamentos de comunicação alternativa, chaves e acionadores
especiais, aparelhos de escuta assistida, auxílios visuais, materiais protéticos e milhares
de outros itens confeccionados ou disponíveis comercialmente, como no seguinte caso:

6.2.1 Acessibilidade e inclusão na Bienal Internacional do Livro de São Paulo

Quem for ao evento poderá testar o OrCam MyEye, equipamento que transfere para
áudio qualquer conteúdo impresso ou digital de livros, jornais, revistas, placas,
anúncios e embalagens. Feira tem livros em múltiplos formatos acessíveis, legenda
e narração em português, Libras, audiodescrição animações e trilhas sonoras. Os
autores Carlos Eduardo Pereira, Kareemi, Ricky Ribeiro e Lucas Borba participam
de atividades com leitores. Microsoft e Ubook mostram tecnologia assistiva. A
programação da 25ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo está repleta de
recursos de acessibilidade e de iniciativas para promover a inclusão de pessoas
com deficiência na cultura e na literatura. Um dos destaques é o OrCam MyEye,
equipamento para pessoas com deficiência visual que poderá ser testado. O
dispositivo de origem israelense transfere para áudio qualquer conteúdo (em
português, inglês e espanhol) digital ou impresso em livros, jornais, revistas, placas,
anúncios e embalagens. Funciona a partir de uma câmera inteligente, acoplada na
armação dos óculos, que reconhece informações e até rostos cadastrados. É
indicado para pessoas com deficiência visual, intelectual, dislexia e até para quem
tem TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). O OrCam poderá
ser testado no estande da Prefeitura de São Paulo, que adquiriu 15 unidades para
uso em 12 bibliotecas públicas da cidade. O jornalista e escritor Lucas Borba, que
é cego, vai usar o equipamento para contar histórias infantis. No estande da ONG
Mais Diferenças, obras de literatura juvenil têm legenda e narração em português,
interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais), audiodescrição, leitura fácil,
animações e trilhas sonoras exclusivas. Todas têm acesso gratuito pelo
site http://www.cti.org.br. (VENTURA,2018)

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 93


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

(Foto: OrCam MyEye)

O evento que aconteceu na cidade de são Paulo no início do mês de agosto, de


2018, conta com uma série de facilidades para as pessoas com deficiência como a entrada
franca para eles, e a meia entrada nos casos que a companhia é necessária.

Pode-se observar em destaque um recurso de acessibilidade, os óculos de


inteligência artificial OrCam MyEye que é um equipamento produzido com o intuído de
facilitar a vida de pessoas com deficiência proporcionando mais autonomia e qualidade de
vida à pessoa com deficiência.

No evento da reportagem encontra-se outras ações que são consideradas serviços


da área de tecnologia assistiva.

6.2.1 Serviços
São ações prestadas profissionalmente à pessoa com deficiência visando
selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, podemos
citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos.

"Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica


interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e
participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida,
visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social".
(BRASIL - SDHPR. – Comitê de Ajudas Técnicas – ATA VII)

Os serviços de Tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo


profissionais de diversas áreas, tais como:

 Fisioterapia
 Terapia ocupacional
 Fonoaudiologia

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 94


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

 Educação
 Psicologia
 Enfermagem
 Medicina
 Engenharia
 Arquitetura
 Design
 Técnicos de muitas outras especialidades

Encontramos também terminologias diferentes que aparecem como sinônimos da


Tecnologia Assistiva, tais como “Ajudas Técnicas”, “Tecnologia de Apoio“, “Tecnologia
Adaptativa” e “Adaptações”.

Portanto, a tecnologia é essencial para melhoria da vida da pessoa com deficiência.


Através dela, eles encontram recursos e serviços que promovem acessibilidade e facilitam
atividades do cotidiano, a TA significa uma evolução e ela traz para essas pessoas mais
dignidade, qualidade de vida e autonomia para que elas tenham uma vida mais funcional e
mais feliz.

ABNT NBR 14021. Transporte Acessibilidade no sistema de trem urbano ou


metropolitano. Segunda edição. ICS 03.220.30; 11.180.10. 2005. Disponível em:
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5
Bfield_generico_imagens-filefield-description%5D_11.pdf. Acesso em
17/12/2019.

ABNT NBR 14022. Transporte - Acessibilidade à pessoa portadora de


deficiência em ônibus e trólebus, para atendimento urbano e intermunicipal.
CE-16:009.06. 1997. Disponível em: <
http://www.turismo.gov.br/sites/default/turismo/o_ministerio/publicacoes/d
ownloads_publicacoes/NBR14022.pdf >. Acesso em 17/12/2019.

ABNT NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e


equipamentos urbanos. Terceira edição. ISBN 978-85-07-05706-2. 2015.
Disponível em: <https://www.mdh.gov.br/biblioteca/pessoa-com-
deficiencia/acessibilidade-a-edificacoes-mobiliario-espacos-e-equipamentos-
urbanos/@@download/file/Acessibilidade%20a%20edifica%C3%A7%C3%B5es,
%20mobili%C3%A1rio,%20espa%C3%A7os%20e%20equipamentos%20urbanos
%20%E2%80%93%20Norma%20ABNT%20NBR%20%20brasileira%209050.pdf>.
Acesso em 17/12/2019.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 95


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

BERGAMO, Regiane Banzzatto. Educação Especial - Pesquisa e prática. Curitiba,


Ibpex, 2010

BERSCH, RITA DE CÁSSIA RECKZIEGEL; PELOSI, MIRYAM BONADIU. Portal de


ajudas técnicas para educação: equipamento e material pedagógico para
educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física: tecnologia
assistiva: recursos de acessibilidade ao computador II. Secretaria de Educação
Especial - Brasília: ABPEE - MEC: SEESP, 2006. Disponível em:
<http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/tecnologia_assis
tiva.pdf> acesso em: 16 ago.2018.

BERSCH, Rita. Introdução à tecnologia assistiva. Porto Alegre,2017.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília. FAE, 1989.

BRASIL. Programa de inclusão de pessoas com deficiência. Brasília. Disponível


em: <http://www4.planalto.gov.br/ipcd/assuntos/legislacao>. Acesso em
17/12/2019.

BRASIL. SDHPR - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com


Deficiência - SNPD. 2009. Disponível em:
<https://www.mdh.gov.br/informacao-ao-cidadao/acoes-e-
programas/secretaria-nacional-dos-direitos-da-pessoa-com-deficiencia>.
Acesso em 06/12/2012 Acesso em 17/12/2019.

DISCHINGER, M.; ELY, V.H.M.B.; BORGES, M.M.F.C. Manual de acessibilidade


espacial para escolas: O direito à escola acessível! Brasília, 2009. Disponível em:
<http://www.plataformadoletramento.org.br/guia-de-mediacao-de-leitura-
acessivel-e-inclusiva/arquivos/ManualAcessibilidadeEspacialEscolas.pdf>.
Acesso em 17/12/2019.

Disponível em:
<http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiva.pdf>. Acesso
em 17/12/2019.

EUROPEAN COMMISSION - DGXIII - Empowering Users Trought Assistive


Technology, 1998 Disponível em:
<http://www.siva.it/research/eustat/index.html>. Acesso em 17/12/2019.

FDE. Fundação para o Desenvolvimento da Educação. Manual do Sistema de


Sinalização para Edificações Escolares. 2018. Disponível em:
<http://dap.ifc.edu.br/wp-content/uploads/sites/11/2014/06/Manual-de-
Sinaliza%C3%A7%C3%A3o-Escolar.pdf >. Acesso em 17/12/2019.

FDE. Fundação para o Desenvolvimento da Educação. Manual do Sistema de


Sinalização para Edificações de Educação Infantil. 2018. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/document/244505642/Manual-do-Sistema-de-
Sinalizacao-para-Edificacoes-de-Educacao-Infantil-pdf>. Acesso em
17/12/2019.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 96


Universidade Santa Cecília - Educação a Distância

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Manual de


orientações técnicas - elaboração de projetos de edificações escolares. Vol. 3.
-21? Disponível em: <fnde.gov.br/programas/proinfancia/areas-para-
gestores/manuais>. Acesso em 17/12/2019.

KOWALTOWSKI, D.C.C.K. Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino.


Oficina de Textos. ISBN 978-85-7975-011-3. São Paulo, 2011.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Educação


ESPECIAL: história, Etiologia, Conceitos e Legislação vigente. Bauru, 2008.
Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/284714615_EDUCACAO_ESPECIAL
_HISTORIA_ETIOLOGIA_CONCEITOS_E_LEGISLACAO_VIGENTE> Acesso em
17/12/2019.

NEGREIROS, Dilma de Andrade. Acessibilidade Cultural: por que, onde, como e


para quem? Rio de Janeiro, 2014.

RINKER G. Tecnologias assistivas para cegos. 2010. Disponível em:


http://estudoeaprendizagem.blogspot.com/2010/12/tecnologia-assistiva-para-
cegos.html. Acesso em 17/12/2019.

SCATOLIM R.L. Design e tecnologia assistiva: contribuições para o


desenvolvimento de cadeiras de rodas inteligentes. Ergondesing e HCI. Número
2, volume 4, ano 4 (2016). ISSN 2317-8876, Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2194999>. Acesso em
17/12/2019.

Secretária do Patrimônio da União. Manual de acessibilidade para prédios


públicos. 1ª edição. -21? Disponível em:
<http://www.planejamento.gov.br/assuntos/patrimonio-da-uniao/manual-de-
acessibilidade-para-predios-publicos>. Acesso em 17/12/2019.

TAHAN, Adalgisa Pires Falcão. A universalidade dos direitos humanos. In:


Estudos e debates em Direitos Humanos. SILVEIRA, Vladimir Oliveira da;
CAMPELO (COORD), Lívia Gaigher Bósio (ORG). São Paulo: Letras Jurídicas, v. 2,
2012.

Acessibilidade e Técnicas Assistivas 97

Você também pode gostar