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ÉTICA, CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE
XII SEMANA ACADÊMICA
ISSN: 2357-8645
O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental que revela traços
da trajetória das pessoas com deficiência no Brasil. Tal experiência traz reflexões
primordiais e tem como objetivo enriquecer as discussões acerca dos direitos humanos
dessas pessoas dando ênfase no direito a educação. A temática vem de encontro ao
interesse de aprofundar os estudos sobre o direito das pessoas com deficiência e traz
resultados parciais sobre a problemática dos desafios da inclusão desse segmento na
educação. Compreendemos que além da existência de legislações que regulamentem e
norteiem a realização de ações inclusivas para esses sujeitos na área educacional, é
preciso que elas atendam a necessidades específicas desses estudantes nas suas mais
variadas dimensões.
mais nada, PESSOAS”. É neste sentido que nossa exposição visa mostrar a importância
da sociedade e do Estado reconhecerem que essas pessoas são dotadas de direitos,
incluindo a educação, e requerem as condições necessárias para se desenvolverem e
participarem com dignidade da vida social.
As pessoas com deficiência eram confinadas pela família/recolhidas pelas Santas Casas
de Misericórdia ou pelas prisões. (Não havia acesso a Educação).
Período
As pessoas com hanseníase eram isoladas no Hospital dos Lázaros,
Colonial
Ano de 1741 destinado especificamente ao acolhimento institucional dessas
pessoas. (Deficiência vista como doença).
O Decreto nº 82, de 18 de julho de 1841 determina a criação do
primeiro hospital específico para atendimento das pessoas com
deficiência - chamados neste tempo de alienados - Hospício Dom
Pedro II, vinculado a Santa Casa de Misericórdia - fundado no Rio de
Ano de 1841
Janeiro, mas só veio a funcionar em dezembro do ano de 1852. No
período republicano foi separado da Santa Casa de Misericórdia e
renomeado de Hospício Nacional de Alienados. (Deficiência vista
Período como doença).
Imperial Criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos* no Rio de Janeiro.
Atendeu inicialmente alunos de apenas duas províncias - Rio de
Ano de 1854 Janeiro e Ceará. Depois expandiu seu atendimento para as outras
províncias. (Classificado como instituição de ensino - funcionava
como internato).
Criação do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos** no Rio de Janeiro.
Ano de 1856 (Classificado como instituição de ensino - funcionava como
internato).
Fonte: BRASIL, 2010. Dados sistematizados pelas autoras. *Atual Instituto Benjamin Constant – IBC. ** Hoje
denominado de Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES.
acolhimento das pessoas com deficiência - cabia à família cuidar de seus indivíduos
com necessidades especiais. A prática da época centrava-se na segregação e na exclusão
desses indivíduos do convívio social - e se estes causassem alguma “desordem pública”
eram mandados para as Santas Casas de Misericórdia ou até mesmo para as prisões.
(BRASIL, 2010).
No período imperial (1822-1889) percebe-se que não havia ainda grande
preocupação com a inclusão dessas pessoas na sociedade, uma vez que o contexto da
época era marcado por uma “sociedade aristocrática, elitista, rural, escravocrata e com
limitada participação política, era pouco propício à assimilação das diferenças,
principalmente as das pessoas com deficiência”. (BRASIL, 2010, p. 20). Podemos
compreender também que foi a partir dessa época que foram sendo criadas as primeiras
instituições educacionais para esse público.
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“O Positivismo e a afirmação do saber médico do final século XIX possibilitaram o surgimento de um
modelo no qual as pessoas com deficiência passaram a ser compreendidas por terem problemas orgânicos
que precisavam ser curadas. No modelo médico, as pessoas com deficiência são “pacientes” – eram
tratadas como clientela cuja problemática individual estava subentendida segundo a categoria de
deficiência à qual pertenciam. Fazia-se todo o esforço terapêutico para que melhorassem suas condições
de modo a cumprir as exigências da sociedade”. (BRASIL, 2010, p. 14).
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efetivação dos direitos civis, políticos e sociais. Parte daí a compreensão de que o
esforço desse coletivo:
O que ainda vemos como um entrave para a inclusão das PCD’s na educação é
o preconceito que a sociedade e o próprio meio educacional ainda cultivam. Por essa
razão além de legislações, é fundamental a atuação de profissionais que sejam
capacitados e comprometidos com os ideais de igualdade social e que lutem para que o
Estado cumpra seu papel de prover ações na área educacional dessa categoria.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Definido pelo Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011.
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REFERÊNCIAS
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. (Tradução de Carlos Nelson Coutinho). Rio de
Janeiro: Elsevier, 2004.
FERREIRA, Antonio José. A Convenção sobre os direitos das Pessoas com Deficiência
muda a vida das pessoas. In: Convenção sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência. 2007. Disponível em: <
http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/publicacoes/convencao-sobre-os-direitos-
das-pessoas-com-deficiencia>. Acesso em: 12 set. 2016.