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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
Calvin José de Santana

Conforme o texto de Izabel de Loureiro Maior, Deficiência sob a ótica do Direitos Humanos, as pessoas com deficiência

representam no Brasil mais um dos segmentos da população em busca de reconhecimento de seu valor como pessoas humanas. Nesse

contexto, ainda segundo a autora, podemos compreender um pouco mais adiante segundo o seu desdobramento:

Portanto, estamos falando de uma mudança na sociedade, na maneira como esta sociedade encara e convive com o grupo
de pessoas com deficiência: como as pessoas não deficientes percebem nas pessoas com deficiência algo de semelhante,
de próximo, de pertencimento à mesma “tribo” de cidadãos, quem sabe, de irmãos.
(MAIOR, Izabel Maria de Loureiro. Pag. 180, 2004)

Essas mudanças de comportamento nos últimos tempos tem sido pauta, onde a urgência de diálogo tem buscado o

sentimento de pertencimento das pessoas com deficiência em convívio com os demais sujeitos da sociedade, suscitando também

equiparações e garantias de direitos trazidas pelo Estado. Por conseguinte, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi promulgada

pela Organização das Nações Unidas – ONU, em 1948, assegurando o direito à vida, à dignidade e a não discriminação. Logo, é muito

recente a noção de direitos humanos, conquistados no pós-segunda guerra mundial, principalmente com foco nos direitos políticos e

civis.

Apesar dos grupos minoritários estarem protegidos pela legislação, são sempre esquecidos na efetivação de seus direitos.

Marcados pela discriminação e segregação, a desvalorização da pessoa com deficiência ainda está presente nas vivências da nossa

sociedade que exclui os direitos das pessoas com deficiência – negando sua condição humana – pessoas sem direitos. Nessa

perspectiva, Izabel nos fala:

Temos convivido com resquícios de segregação, muito de integração – onde o esforço é do indivíduo diferente e mal
começamos a prática da inclusão, a qual representa a diversidade humana como regra e, portanto, a existência de
diferenças como princípios norteadores da atitude da sociedade – respeito e valorização da diversidade.
(MAIOR, Izabel Maria de Loureiro. Pag. 181, 2004)

A junção das pessoas com deficiência e direitos humanos deve ocorrer numa sociedade onde não deve a elas caridade,

assistência e privilégios. A sociedade na qual as pessoas com deficiência estão inseridas devem promover, garantir e defender seus

direitos, como os demais cidadãos, com ou sem alguma limitação funcional, é a sociedade com direitos para todos.

Quanto ao reconhecimento desse público, a autora nos traz o pensamento de que:

Ao reconhecer que a deficiência pode estar e, normalmente está, muito mais na sociedade geradora de barreiras físicas,
de atividades e bloqueios emocionais, do que nas pessoas rotuladas de deficientes, o grupo social encontra o caminho da
garantia dos direitos humanos – políticos, civis, econômicos, sociais e culturais como a melhor e a única política pública
adequada para propiciar a equiparação de oportunidades aos cidadãos e cidadãs com deficiência de faixa etária, gênero,
raça, etnia e classe socioeconômica diferentes.
(MAIOR, Izabel Maria de Loureiro. Pag. 181, 2004)

Cabe ao Estado fazer com que os direitos humanos sejam assegurados, adotando ações afirmativas, com o intuito de

acelerar a defasagem socioeconômica da grande parte desse grupo, adotando políticas com foco definido evitando o assistencialismo

vazio, sem promoção social.

No Brasil estamos em evolução sob a ótica da pessoa com deficiência expressos na política e dentro os ciclos de

desenvolvimento social, econômico e cultural como diz Izabel:

no Brasil estamos evoluindo como uma sociedade sob a ótica dos direitos humanos, expressos como direito à atuação e
expressão política, à garantia da integridade e da
dignidade individual e coletiva, conseguidas pela participação de todos no ciclo do desenvolvimento econômico, social e
cultural. Somos iguais em direitos e devemos cada vez mais ser respeitados por nossas diferenças. (MAIOR, Izabel Maria
de Loureiro. Pag. 182, 2004).

Portanto, a necessidade de se trabalhar na educação básica o tema da educação inclusiva afim de eliminar barreiras que

impedem o público de participar ativamente das ações e construções de uma sociedade igualitária.

A BELEZA DA DIVERSIDADE

ANO DE ENSINO: 1º ANO – FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS

CONTEÚDOS: Ciências – Educação Física – Língua Portuguesa

HABILIDADES BNCC: (EF01C104) – Comparar características físicas entre os colegas, reconhecendo a diversidade e a importância da valorização,
do acolhimento e do respeito às diferenças.

OBJETIVOS

 Respeitar À pluralidade étnica, cultural (incluindo as diferentes formas de expressão através da linguagem, as tradições, a religião, os
costumes e a organização familiar, a política etc.) e sexual.

 Construir conhecimentos prévios acerca desse conceito, bem como as relações que conseguem tecer e os conteúdos atitudinais que
trazem em seu repertório sobre tolerância ao que lhes é diferente.

METODOLOGIA

1º momento: junto aos alunos em roda de conversa sugerir o nome de personagens de contos de fadas conhecidos, pedir para que descrevam
algumas princesas, príncipes e até mesmo personagens coadjuvantes que fizeram história. Peça para que tracem características semelhantes e
registrando no quadro. Perguntar então se é possível fazer parte dessas narrativas sendo diferente.
2º momento: Assistir o trailer da animação Wifi Ralph - quebrando a internet, do canal Walt Disney Studios BR, acessado através do
link https://www.youtube.com/watch?v=my7Q51ZF6IE e discutir o conceito de princesa que aparece nessa chamada. Os personagens principais
Vanellope e Ralph podem ser considerados príncipe e princesa? Por quê? O que têm de diferente?
3º momento: Em seguida, será narrado a história “Olívia não quer ser princesa”, de Ian Falcone, editora Globinho, cujo enredo traz uma busca de
identidade na fase da infância. Mostrando que enquanto a maioria das amigas querem ser princesas, a personagem principal se pergunta o porquê de
todo mundo ter que pensar do mesmo jeito, vestir as mesmas roupas e sonhar os mesmos sonhos, ela, contestadora, quer ser diferente. Mostrando
que o livro também trata da relação com os pais e descobertas pessoais dentro de uma linguagem apropriada para a idade.
4º momento: Registrando no quadro (abaixo das anotações feitas a respeito das características dos personagens) a seguinte pergunta: “Como seria
nossa vida se todas as pessoas fossem iguais?”. Pedindo para que os alunos apenas reflitam durante a contação de histórias, pois irão conversar
sobre isso quando acabarem de ouvir.
5º momento: Após a pergunta disparadora, será colocado uma caixa repleta de garrafas PET no centro da sala para que os alunos as separem por
cor, formato, tamanho e textura, apenas agrupando as mais semelhantes. Após feita essa separação aos alunos será indagada como perceberam
esses objetos: São todos iguais? Por quê? Possuem a mesma “função”? E ao mudar a aparência ela deixa de ser uma garrafa?
6º momento: Haverá uma breve discussão com a turma em roda para que comecem a se questionar sobre a importância que dão às diferenças.
Completando a atividade oferecendo aos alunos papel, tesoura, canetinha, rolo de barbante, as tampinhas e propondo que em grupos escolham
algumas garrafas e as personalizem à sua maneira.
7º momento: Ao finalizarem a proposta é pedido para que partilhem suas produções brevemente e devolvam as garrafas na caixa, como tudo
começou, nesse momento pergunto se a caixa em questão é a mesma? Se é diferente, o porquê. O objetivo é que reflitam sobre o essencial versus a
aparência, como julgamos as pessoas/objetos pela forma como se apresentam, sem saber o que são verdadeiramente. Essa transposição entre os
objetos e o ser humano será instigada, caso os alunos não tracem essa analogia com facilidade.
8º momento: Faremos um fechamento retomando a pergunta disparadora presente no quadro. Finalizando com a proposta de registrarem o que
compreenderam das atividades anteriores em forma de desenho ou massinha de modelar, para compartilharem na sistematização. Perceber através
das representações artísticas e falas expostas, se os alunos conseguiram compreender a proposta e desenvolver argumentos de acordo os objetivos
esperados de aprendizagem.

AVALIAÇÃO

Luckesi (1999) define avaliação da aprendizagem como um ato amoroso no sentido de que a avaliação por si só deve ser um ato acolhedor e inclusivo,
que integra, diferentemente do julgamento puro e simples, que não dá oportunidades, distingue apenas o certo do errado partindo de padrões
predeterminados.

Luckesi (2005) destaca que o papel da avaliação é diagnosticar a situação da aprendizagem, tendo em vista subsidiar a tomada de decisão para a
melhoria da qualidade do desempenho do educando. Nesse contexto, a avaliação, segundo o autor, é processual e dinâmica. Nessa perspectiva, a
avalição será contínua, observando tudo que foi construído pelos alunos.

MATERIAIS

computador
projetor
imagens extraídas de recortes de revista
garrafas PET
papel
tesoura
canetinha
rolo de barbante
tampinhas

REFERÊNCIAS

 Sinais de inclusão. Revista Planeta. Ed. 539. 14/06/2018. Disponível em: https://www.revistaplaneta.com.br/sinais-de-inclusao/. Acesso em
15 de outubro de 2023.
 https://novaescola.org.br/planos-de-aula/fundamental/1ano/ciencias/a-beleza-da-diversidade/2771 . Acesso em 15 de outubro de 2023.
 http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ensino-fundamental-anos-iniciais/ . Acesso em 15 de
outubro de 2023.
 https://cangurunews.com.br/como-conversar-sobre-deficiencia-e-inclusao-com-criancas/ . Acesso em 15 de outubro de 2023.
 https://novaescola.org.br/conteudo/15224/como-pensar-na-inclusao-durante-a-educacao-infantil?
gclid=Cj0KCQjwsp6pBhCfARIsAD3GZubKIclIGCu4EqstqCO-58zCH1sbTPX3Fc_LIzNINs1ZdCWjxIeclDUaAlisEALw_wcB . Acesso em 15
de outubro de 2023.
 LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999. Acesso em 15 de outubro
de 2023.
 LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e criando a prática. 2 ed. Salvador: Malabares
Comunicações e eventos, 2005.

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