Você está na página 1de 13

INTRODUÇÃO

A questão da exclusão social referente a pessoa com deficiência é marcada


historicamente e culturalmente, ou seja, passa a ser compreendida como fruto de uma
compreensão histórica e com o passar do tempo foi entendida de forma diferentes. É
através dessa compreensão que podemos entender atitudes e preocupações
relacionadas ás pessoas com deficiência ao longo da história.
É certo que a discriminação das pessoas com deficiência existe desde as
civilizações antigas, porém com o passar do tempo buscou-se a positivação da
dignidade da pessoa humana como um valor jurídico a ser protegido. Após um intenso
período de luta pelo reconhecimento como parte integrante da sociedade, hoje, a
pessoas com deficiência, conseguiu avanços muitos significativos na defesa dos
direitos humanos, essa batalha pode garantir ações decisivas para o reconhecimento
e implantação de políticas que garantam os direitos da pessoa com deficiência.
A questão do assistencialismo e caridade que era empregada como forma de
possibilitar ao indivíduo com deficiência a inclusão efetiva foi superada, graças a
muitas conquistas o indivíduo que possui algum tipo de deficiência seja ela física,
mental e sensorial passaram a ser sujeito do seu próprio destino, e não mais meros
beneficiários de políticas assistencialistas. O direito de ir e vir, o de trabalhar e o de
estudar são a mola-mestra da inclusão de qualquer cidadão.
1. A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA EDUCAÇÃO
E TRABALHO

1.1 Processo histórico da Pessoa com deficiência

Para entendermos a questão do preconceito com os deficientes, na atualidade


e a dificuldade de inclusão, é importante voltarmos no tempo e fazemos uma breve
análise do processo histórico dos indivíduos com deficiência.

De antemão, com base em culturas gregas, diríamos que a perfeição do corpo,


a beleza e a força eram cultuados, os gregos se dedicavam predominantemente à
guerra e tais características eram fator predominante. Se ao nascer a criança não
apresentasse tais características eram eliminadas, pois não estavam de acordo com
os ideais estabelecido pelos gregos. (BIANCHETTI, 1998, p. 29).

[...] na Grécia Antiga as pessoas idealizavam o corpo perfeito de um


homem e de uma mulher, como perfeitos, saudáveis e fortes,
igualando-se ao corpo de deusas e deuses, assim como também a de
guerreiros (ERANDI, 2013, p. 02)

Com relação as pessoas com deficiência auditiva Aristóteles acreditavam que


os surdos eram incapazes de pensar e por tanto não precisavam ter direitos nem tão
pouco orientação educacional.

Para se ter uma noção de como os deficientes eram vistos como ser
insignificante, os romanos permitiam que os pais afogassem seus filhos com
deficiência. Muitos não usavam tal prática, porém não criavam as crianças nascidas
fora do “padrão de perfeição”, sendo assim eram abandonadas a própria sorte, os que
conseguiam sobreviver eram explorados e humilhados pela população.

A partir do século XVII, os indivíduos que possuíam alguma deficiência


eram retirados do convívio social e fechados em celas e calabouços,
asilos e hospitais. Portanto, a trajetória das pessoas com
necessidades educativas especiais, ou seja, pessoas com deficiência,
é marcada pela exclusão, pois elas não eram consideradas
pertencentes à maioria da sociedade, eram abandonadas, escondidas
ou mortas. (ERANDI, 2013, p. 01).
http://anais.est.edu.br/index.php/teologiars/article/downlo
ad/191/149

Fica claro que as pessoas com deficiência eram excluídas da vida em


sociedade, ou seja, viviam isolados e por tanto a interação era praticamente nenhuma.
Isso apenas dificultava a situação de convívio com a sociedade e até com outros
deficientes, visto que, um lugar fechado não possibilita trocas de conhecimento com
outras pessoas.
Devido a esta visão padronizada as pessoas com deficiência (sofrem com a
discriminação e a exclusão social pelo fato de possuírem algumas limitações, sejam
elas físicas mentais ou sensoriais). Para compreendermos esta realidade nada melhor
que seguir o fio condutor da história, pois ao reportarmos a história da inclusão das
pessoas com deficiência no sistema de ensino vamos perceber que desde a sua
inserção no âmbito educacional estes sofrem com a discriminação e segregação.

O processo histórico da educação das pessoas com deficiência segundo


Sassaki apud Reinaldo Soler (2005, p.79-80) divide-se em quatro fases bastantes
distintas:

Fase da Exclusão: anterior ao séc. 20, quando as pessoas com deficiência


eram impedidas de frequentar as escolas.

Fase da Segregação: já dentro de séc. 20, quando as pessoas com deficiência


eram atendidas dentro de instituições. Entre os anos de 1950 e 1960, surgiram as
escolas especiais, e mais tarde as classes especiais dentro de escolas comuns.

Fase de Integração: apenas eram aceitas as deficiências mais adaptáveis às


classes comuns, não havia modificação no sistema, pois a escola continuava da
mesma forma que sempre se apresentou. Os alunos é que tinham que se adaptar ao
sistema escolar, e não o contrário.

Fase de Inclusão: surgiu na metade da dec. 1980 e desenvolveu-se durante os


anos de 1990. A grande evolução ocorrida nessa fase foi a de adaptar o sistema
educacional às necessidades dos alunos.

Neste sentido, percebemos que houve alguns avanços na história das pessoas
com deficiência uma vez que atualmente já existem leis, como a LDB 9394/96, no cap.
09, artigo 58, em que asseguram a presença das pessoas com deficiência nas escolas
de ensino regular, no entanto apesar destes avanços ainda encontramos muitas
barreiras que impedem o acesso, a permanência e o convívio destas pessoas de
forma efetiva no espaço escolar, como também em todas instancias da sociedade.

1.2 Educação para as pessoas com deficiência auditiva

Na antiguidade o indivíduo que apresentasse deficiência auditiva era


considerado inúteis pela sociedade da época, acreditava-se que eles não podiam se
desenvolver intelectualmente pelo fato de não falar e não ouvir, ou seja, a sociedade
já excluía aqueles que por eles eram considerados anormais. Os surdos eram
descriminados e sofriam por sua deficiência

Até o século XV não havia nenhum interesse na educação dos surdos, estes
eram considerados pessoas primitivas, sendo relegados à marginalidade na vida
social. Não havia direitos assegurados, nem uma cultura que aceitasse sua diferença.
Com o tempo foi surgindo algumas modificações, começou a ser esboçado um
caminho para a educação dos Surdos. Inicialmente, essa educação era voltada para
uma visão preceptora (um professor se dedicava a ensiná-los a falar, ler e escrever,
para que pudessem adquirir os direitos legais aos títulos e à herança da família).
Posteriormente, essa educação tornou-se institucionalizada (em escolas).

No século IVI surgiram os primeiros educadores que influenciaram na


concepção de como os surdos são vistos e educados até os dias atuais. Foi nesse
período que se iniciou o processo de educação para os surdos, porém como a história
da educação que ocorreu aqui no Brasil, a educação para os surdos foi ofertada
primeiramente para os filhos da nobreza aqueles que possuíam de um bom capital e
prestigio perante a sociedade.

É no século IVIII que os surdos são vistos como ser pensante e integrante da
sociedade. A língua brasileira de sinais utilizada pela comunidade surda, foi
regulamentada pelo governo Federal, como segunda língua oficial do Brasil, e a partir
de então passa ser reconhecida como meio de comunicação. Foi nessa época que
surgiu a primeira escola em Paris criada com apoio público, a educação teve grande
impulso, no sentido quantitativo, com aumento de escola para surdos e qualitativo, já
que, através da Língua de Sinais, os surdos podiam apreender e dominar diversos
assuntos e exercer várias profissões. Ainda nesse mesmo século foi fundada a escola
pública para surdos.

Como vimos não é de hoje que a comunidade surda vem sofrendo para ter seu
espaço na sociedade, antes não eram considerados ser humano, e até serem aceitos
pela sociedade e de exercer seus direitos entre ele o de ensinar e aprender como
qualquer ouvinte levou muito tempo, podemos dizer que o problema enfrentado na
educação dos surdos teve relação direta com o processo histórico da vida e educação
dos surdos.

É certo que muita coisa mudou, hoje muito se têm feito para melhorar a vida
dos surdos, porém ainda existe uma questão muito importante que necessita de uma
atenção maior, isto é, o ensino do estudante surdo.

A inclusão do surdo no ensino regular tornasse complicado pelo fato de não se


pensar em políticas escolar voltadas para esse público, o estudante entra em uma
escola onde a maioria são ouvintes e os métodos aplicados em sala de aula busca
beneficiar os alunos que aprendem por via auditiva. O intérprete torna-se uma figura
importante para o ensino aprendizado do aluno surdo, pois ele será a ponte de
comunicação entre os ouvintes e surdos, porém de nada adianta inserir um aluno com
surdez ou deficiência auditiva numa sala de aula regular junto com ouvintes e esperar
que ele aprenda com o auxílio de um intérprete se ele não souber usar a Língua de
Sinais. O aluno surdo tem que ter o conhecimento das duas línguas a sua língua de
Sinais LIBRAS e a língua portuguesa, ou seja, o aluno tem que ter uma aprendizagem
bilíngue.

1.3 Educação inclusiva

A escola apresenta uma função social de muito importante ao que se refere a


questão da inclusão. Educar é de longe uma tarefa fácil, ao contrário, exige-se muito
da escola e dos professores e quando se trata de alunos com necessidades especiais
existe uma cobrança maior.
Para que a inclusão ocorra de forma efetiva é importante que no âmbito escolar
se desenvolva projetos, que facilitem o entendimento dos alunos. Criando e sempre
inovando nas metodologias de ensino. É imprescindível que o docente trate os alunos
com igualdade, porém respeite e trabalhe com suas limitações.
A maioria dos docentes e profissionais da educação regular ainda não estão
capacitada para atender as necessidades especiais dos alunos com deficiência. Para
uma solução em curto prazo, é necessário que o poder público firme convênios com
as universidades públicas para uma habilitação específica desses profissionais, em
níveis de graduação ou de pós-graduação. É preciso também incluir, na formação de
professores, nos níveis médio e superior, conteúdos e disciplina especificam para o
atendimento dos alunos com deficiência ou com necessidades especiais. Além disso,
é necessário formar pessoas especializadas em educação especial, a fim de apoiar o
professor nas salas de aulas, principalmente quanto ao uso da língua de sinais
(LIBRAS) e da escrita em Braille e a comunicação com o aluno autista e com síndrome
de Down. (BENDO, 2005)
É necessário garantir a acessibilidade nos estabelecimentos de ensino público
e privado, o que inclui rampas, banheiros, portas das salas com pelo menos 80 cm,
de corredores e elevadores com informações em Braille nos prédios, além de material
didático e recursos pedagógicos adaptados para atender as necessidades educativas
especiais dos alunos com deficiências, tudo em conformidade com as normas técnicas
preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). (MARTINS,
2000)

É certo que a inclusão começa em sala de aula, pois, a formação das crianças
irá refletir na postura da sociedade mais adiante. O mesmo vale para a educação
profissional inclusiva, que estimula o convívio entre todos os futuros profissionais,
fortalecendo a cidadania.

1.4 Mercado de trabalho inclusivo

Ao se contratar um trabalhador para atuar no setor público ou privado o que se


espera do funcionário é profissionalismo, dedicação, assiduidade, comprometimento;
enfim, busca-se atributos que contribua para o crescimento no trabalho. A pessoas
com deficiência apresenta algumas limitações físicas, sensoriais ou mentais, mas isso
não significa que elas são incapacitadas de desenvolver determinas atividades.
Estamos em uma nova era, a era das tecnologias e do conhecimento científico,
hoje o cidadão pode ter acesso a qualquer tipo de informação com apenas um clique,
no entanto é curioso pensar como tantas pessoas ainda vivem com um pensamento
arcaico quando se refere as aptidões de uma pessoa com deficiência. O preconceito
e a discriminação ainda estão fortemente presentes nos mais variados setor.
A pessoa com deficiência vem garantido seu espaço, que é seu por direito, na
sociedade, nos últimos anos, algumas vitórias forma conquistadas em sua defesa,
hoje são amparadas por lei que garante o acesso ao trabalho. Na Lei Nº 8.213, de 24
de julho de 1991, lei cotas para Deficientes e Pessoas com Deficiência dispõe sobre
os Planos de Benefícios da Previdência e dá outras providências a contratação de
portadores de necessidades especiais.

Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a


preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários
reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte
proporção:
- até 200 Funcionários.................. 2%
- de 201 a 500 funcionários........... 3%
- De 501 a 1000 funcionários......... 4%
- de 1001 em diante funcionários... 5%

País civilizado é aquele que oferece reais oportunidades para os cidadãos com
deficiência não apenas o apoio a mobilidade e ao enfretamento dos obstáculos do
cotidiano.

Ao longo dos anos está melhorando o ministério do trabalho fiscaliza com a Lei
de Cotas. Por exemplo, uma empresa com 100 empregados tem que reservar de 2%
a 3% de suas vagas para deficientes. Infelizmente ainda não acontece no Brasil uma
contratação espontânea por parte das empresas. Já no caso dos concursos públicos
as vagas podem variar de 5% até 20% das vagas disponíveis no concurso.

De acordo com a Lei de Cotas independentemente da função é necessário que


haja a oportunidade de o deficiente tentar exercer uma determinada função. Não se
pode excluir uma pessoa por ela ser deficiente, entende-se dessa forma que é um
preconceito, é necessário avaliar caso a caso.

As Normas Regulamentadora do Ministério do Trabalho que é quem disciplina


todas as normas de saúde, segurança dos trabalhadores não existe nenhuma que
proíba a pessoa com deficiência de estar em algum tipo de ambiente de trabalho.
Deve adaptar-se o posto de trabalho ao deficiente e não o contrário.

A Lei de Cotas vem para compensar a falta de acesso a essas pessoas de uma
inclusão que deveria existir desde o seu nascimento, porém o que vemos é que ainda
há muitos obstáculos para acesso a todos.

A inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho é um direito,


direito esse garantido por leis, especialmente após a promulgação da Convenção 159,
da Organização Internacional do Trabalho, de 1983. Segundo seu texto, “pessoas com
deficiência devem desfrutar, com equidade, das oportunidades de acesso, conquista
e desenvolvimento do seu trabalho, o qual, sempre que possível, deve corresponder
à sua própria escolha e trazer qualidade de vida sustentável” (OIT, 1983).
Percebe-se que apesar de tanto preconceito que ainda surge sobre a
capacidade que uma pessoa com deficiência tem em exercer algum tipo de atividade,
hoje, nota-se que o mercado vem se abrindo cada vez mais para a pessoa com
deficiência.
A inserção da pessoa com deficiência no mercado de trabalho não contribui
apenas para independência econômica, mas para a sua dignidade de se reabilitar
socialmente e psicologicamente.

1.5 Leis destinadas a pessoa com deficiência

A legislação voltada para a pessoa com deficiência é relativamente nova no


Brasil, mas ainda não garante a acessibilidade a todos os direitos garantidos por lei.
A primeira legislação voltada para esse público surge no Brasil em 24 de outubro de
1989 com o presidente José Sarney, a Lei 7.853 que criminalizou o preconceito e
conferiu ao Ministério Público a tarefa de também defender os direitos coletivos das
pessoas com deficiência. Com ela, procurou-se garantir a igualdade pelos princípios
básicos que norteiam a democracia. A Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, nos
diz:

Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua


integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a
tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas
pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes,
e dá outras providências.

Porém, essa Lei não foi suficiente para trazer igualdade de oportunidades para
a pessoa com deficiência e depois de vários encontros, seminários, debates,
conferências, mais de 15 anos de tramitação até ser aprovado finalmente em 06 de
julho de 2015, foi sancionada a Lei nº 13.146 do Estatuto da Pessoa com Deficiência
que em seu artigo 1º traz:

Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com


Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a
assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência,
visando à sua inclusão social e cidadania.

Uma Legislação mais completa que contempla a inclusão e o direito à cidadania


sem discriminação. Através de lei que assegurem oportunidades para as pessoas
deficientes na educação, no trabalho, lazer, acessibilidade entre outros. Porque
segundo a nossa Constituição de 1988, no Art. 5º “Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade.
Art. 206, inc. I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
Art. 208, inc. III - Atendimento educacional especializado aos portadores de
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
Art. 203, inc. IV - A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
Art. 227, §2º - A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos
Edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de
garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. (BRASIL,2003a)
Ainda em seu artigo 227, a Constituição responsabiliza todos quanto à
assistência integral às pessoas com deficiência: família, sociedade e Estado. Na
alínea II do §1º do mesmo artigo, o texto constitucional coloca como dever do Estado:
A criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os
portadores de deficiência física, sensorial e mental, bem como de integração social...
Ancorado na Lei Magna, um conjunto de normas e diretrizes foi criado, visando
proteger os direitos das pessoas com deficiência e promover sua inclusão social.
A lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1986 tem como principais aspectos tratados
nessa lei saúde, trabalho e educação voltados para as pessoas com deficiência.
O decreto de nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999 trata de algumas Políticas
Nacional para a integração da Pessoa Portadora de Deficiência.
A Resolução nº 2 do CNE/CEB (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO,
2001) em seu artigo 12, nos diz que:
Os sistemas de ensino, nos termos da Lei nº 10.098/2000 e da Lei nº
10.172/2001, devem assegurar a acessibilidade aos alunos que apresentem
necessidades educacionais especiais, mediante a eliminação de barreiras
arquitetônicas urbanísticas, na edificação – incluindo instalações, equipamentos e
mobiliário – e nos transportes escolares, bem como de barreiras nas comunicações,
provendo as escolas dos recursos humanos e materiais necessários.
Com relação os princípios da educação inclusiva, as escolas das redes
regulares de educação profissional, públicas e privadas, devem atender alunos que
apresentem necessidades educacionais especiais, mediante a promoção das
condições de acessibilidade, a capacitação de recursos humanos, a flexibilização e
adaptação do currículo e o encaminhamento para o trabalho, contando, para tal, com
a colaboração do setor responsável pela educação especial do respectivo sistema de
ensino. (CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2001) (PG 11
Todas essas questões, além dos aspectos legais, trazem para nossa Instituição
a responsabilidade de estabelecer contatos e parcerias, inclusive com instituições de
saúde e de assistência social, capazes de oferecer alternativas baseadas em sua
experiência científica, técnica e operacional.

1.6 Papel do serviço social na inclusão da pessoa com deficiência

O Assistente Social tem um papel fundamental na busca de soluções e


garantias de direitos para uma efetiva igualdade de direitos do cidadão como parte
integrante da sociedade visando o acesso a todos os benefícios garantidos por lei
sendo ele deficiente ou não.
A luta do Serviço Social por direitos, trabalho e socialização da riqueza
no Brasil, e em todo o mundo, é uma luta contra a “economia política
da iniquidade”, como nos lembra Francisco de Oliveira, e constitui
mediação na luta histórica pela emancipação humana, pois os direitos,
na sociabilidade capitalista, se inserem em um processo complexo e
contraditório de produção e reprodução das relações econômicas e
sociais sob a égide do capital e da mercantilização das relações
sociais. (BOSCHETTI, 2009, P.49)
O Código de Ética Profissional dos assistentes sociais de 1993, por exemplo,
apresenta 11 princípios que expressam o projeto ético-político do Serviço Social,
responsáveis por direcionar o saber e o fazer da profissão, tendo a liberdade como
eixo fundamental do “ser social” (IAMAMOTO, 2004, p. 24). Em consonância com tais
princípios, o projeto profissional assume, na atualidade, um compromisso radical com
a cidadania, com a efetivação dos direitos humanos e com a recusa dos preconceitos,
contemplando o pluralismo das correntes teóricas.

Este é um profissional preocupado com a ampliação dos direitos sociais


universais, e contra as desigualdades; até mesmo para cobrar dele esta postura
estabelecida em seu atual Código de Ética Profissional (CREES, 2005). Que atua
junto aos movimentos organizados da sociedade; que propicia meios aos seus
usuários para o exercício de suas cidadanias; que elabora políticas públicas de acesso
aos direitos sociais garantidos constitucionalmente; e que atua como mediador de
conflitos entre as classes sociais, buscando igualdade de oportunidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inclusão de pessoa com deficiência em vários seguimentos sociais teve


avanços significativos, porém os benefícios que se tem hoje foi fruto histórico de luta
pelo reconhecimento como parte integrante da sociedade. No entanto, temos que
admitir que ainda são muitas as barreiras e dificuldades encontradas pelas pessoas
com deficiência para participar da vida em sociedade. Para enfrentá-las, é
indispensável que cada ambiente seja adaptado para acolher as peculiaridades
próprias das diferentes necessidades especiais.

Ampliar o acesso à educação e ao trabalho da pessoa com deficiência são


direitos garantidos e fundamentados na Constituição Nacional. Buscando eliminar os
entraves de qualquer natureza, garantindo assim, a participação dessa parcela da
população que já vem de um processo histórico discriminatório e desigual.

Entretanto, mais que garantir a acessibilidade do deficiente é fundamental


inseri-lo como parte da sociedade com voz e vez, tratando-os como cidadãos políticos
e sociais que são. Conscientizando a sociedade a respeito do preconceito vivido ainda
hoje por eles, quando por exemplo precisa usar o transporte público que ainda não foi
adaptado ou quando foi, não funciona direito. Todos temos direito de ir e vim, mas o
deficiente ainda depende da boa vontade de alguém.

Apesar dos avanços alcançados por essa parcela da sociedade, ainda estamos
distantes de uma inclusão efetiva de todos, seja na educação ou no trabalho ainda há
percalços a ultrapassar, porém o primeiro passo já foi dado, temos que continuar
lutando na busca por uma igualdade de todos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.efdeportes.com/efd141/inclusao-nas-escolas-publicas-do-ensino-
regular.htm

http://anais.est.edu.br/index.php/teologiars/article/download/191/149

http://www.efdeportes.com/efd141/inclusao-nas-escolas-publicas-do-ensino-
regular.htm

Disponível em:<https://jus.com.br/artigos/36854/direitos-da-pessoa-com-deficiencia-
e-possiveis-descumprimentos-de-tratados-internacionais#_Toc404496156 >
Acessado em: 08 ,maio 2016

Disponível em:<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7853.htm 08/maio

Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm 08 maio

Disponível em:<http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11835 08 maio

CRESS, (Conselho Regional de Serviço Social 6ª Região) Código de ética


Profissional dos Assistentes Sociais. In: Coletânea de Leis- Belo Horizonte:
CRESS, 2005.

IAMAMOTO, Marilda Villela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e


formação profissional. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2004.

LEI Nº 8.213, de 24 de julho de 1991. Disponível em:


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm. Acesso em 01 de maio de
2016.

Você também pode gostar