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EDUCAÇÃO ESPECIAL
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BLUMENAU - SC
2020
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo destacar a deficiência auditiva, seus fatores históricos e causas da
mesma, visando a importância do professor no desenvolvimento social e cognitivo deste público alvo no
ensino fundamental. É importante enfatizar a formação deste profissional para que forma auxiliar o
educando de forma correta e facilitadora para melhor compreensão do aluno e obter sucesso no seu
aprendizado. É notável que os profissionais necessitem de um preparo pedagógico de qualidade para
receber e atender um aluno com deficiência seja ela qual for. O educador precisa apropriar-se de
conhecimento sobre o aluno, a vida, o relacionamento com a família, tratamento médico, do cotidiano em
si para que possa iniciar um processo de desenvolvimento deste aluno, trabalhando em conjunto com o
professor do atendimento educacional especializado, afim de promover a socialização com os alunos,
apropriando-se do currículo para iniciar o processo de alfabetização deste aluno com deficiência auditiva.
Introdução
E necessário antes de tudo o professor conhecer o seu aluno, entender quais são suas
necessidades iniciais, conhecer sua história e seu conhecimento de mundo, ou seja,
tentar assimilar o que a criança já sabe para que o educador possa iniciar um trabalho
social e pedagógico com o aluno. Conhecer a história da educação dos deficientes
auditivos não proporciona somente a situação para adquirir conhecimentos, mas para
refletir referente a vários acontecimentos relacionados com a educação em várias
épocas. Atualmente, apesar de se ter uma política de inclusão, por qual razão o sujeito
surdo continua excluído?
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A pesquisa busca significados mais do que índices, busca significados, mais do que
descrições, busca interpretações, mais do que coleta de informações, busca entender os
sujeitos e suas histórias (MARTINELLI, 1999).
De acordo com Laraia (2009, p.10), a primeira noção de cultura foi datada de
quatro séculos antes de cristo, quando Confúcio indica que a “natureza dos homens é a
mesma, são os seus hábitos que os mantém separados”. A deficiência está presente na
história da humanidade, sendo as pessoas com deficiência discriminadas desde o início
da civilização, na maioria das vezes foram retiradas do convívio social, por
apresentarem alguma “anomalia”; por isso, eram descartadas para que se evitasse que
outras pessoas fossem “contagiadas” pela sua doença (tratavam pessoas com
deficiência, iguais aos doentes).
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Segundo o que descreve Marcia Honora (2014 p, 101), os deficientes auditivos não
eram bem aceitos pela sua família, não eram aceitos pela sociedade, não frequentavam
festas, escolas, reuniões de família geralmente moravam nos fundos das casas e eram
criados por amas de leite. Por não possuírem uma língua fácil de entender, os surdos
não tinham um costume de se confessar nas igrejas, o que incomodava muito os
participantes da igreja católica. Uma alternativa que eles encontraram para solucionar
essa situação foi se voltar para o que acontecia nos monastérios em que os monges
viviam em clausuras e por terem feito o voto de silencio, eram obrigados a
permanecerem em silencio para não passarem os segredos das escrituras sagradas. Os
monges criaram então, uma linguagem de gestos básicos para conseguirem se
comunicar.
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Johann Konrad Amman, outro estudioso da época que se destacou por acreditar na
comunicação oral. Era um suíço que além de educador era médico e completamente
contra o uso da língua de sinais. Seus pacientes aprendiam a leitura labial, usava
espelhos e o tato para que os surdos observassem as vibrações e os movimentos da
laringe e cordas vocais, métodos muito parecidos com as terapias fonoaudiologia atuais
no atendimento de deficientes auditivos.
Todas essas descrições dos métodos utilizados para educação dos surdos eram muito
importantes e secretas, mediante as grandes remunerações que havia na época para
quem tivesse sucesso na fala e escrita dos surdos. O abade Frances chamado Charles
Michel de L Epee, considerado o pai dos surdos, criou a primeira instituição
educacional para surdos e era o defensor da língua de sinais.
O instituto nacional para surdos-mudos de Paris passou por muitos diretores após a
morte de Charles Michel, uma gestão em destaque em 1814, de Jean Marc Itard, um
médico cirurgião francês, que junto com Philip Penil, considerado o pai da psiquiatria,
lutaram para a extirpação da surdez, entendendo que assim o surdo teria acesso ao
conhecimento. As informações da gestão de Itard mostram que ele sendo medico,
cometia crueldades com seus alunos em função de tentar compreender a causa da
surdez. Estudava os cadáveres dos deficientes, perfurava a membrana timpânica de seus
alunos, utilizava sanguessugas, provocava fraturas no crânio e sabe se que um de seus
alunos veio a falecer mediante a seus procedimentos experimentais. Jean Marc Itard era
14 contra ao uso da língua de sinais, mas depois de 16 anos de trabalho, sem resultados
positivos de suas pesquisas, acabando aceitando que era útil o uso da língua de sinais.
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Outro importante representante dessa época foi o médico Edward Seguin (1812-
1880), que, influenciado por Itard, criou o método fisiológico de treinamento, que
consistia em estimular o cérebro por meio de atividades físicas e sensoriais. Seguin não
se preocupou apenas com os estudos do conceito e desenvolvimento de um método
educacional, ele se dedicou ao desenvolvimento de serviços, fundando em 1837, uma
escola, e ainda foi o primeiro presidente de uma organização de profissionais, que
atualmente é conhecida como Associação Americana sobre Retardamento Mental
(AAMR).
A proibição do uso da língua de sinais durou cem anos, o que levou a um grande
fracasso na educação dos surdos naquela época, que passados dez anos de escolarização,
começaram a trabalhar como costureiros ou sapateiros, não efetuando a oralizaçao, e
assim por muitos sendo considerados como retardados.
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A língua de sinais somente passou a ser bem aceita a partir do ano de 1970, quando
a comunicação surgiu como um método que tinha o princípio o uso da língua oral e
sinalizada que poderia ser usada constantemente.
No Brasil, a educação de surdos se iniciou com a vinda da família real. Dom Pedro
II tinha um neto surdo, filho da princesa Isabel, que recrutou o professor francês Hernest
Huet para fundar o instituto de surdos mudos no rio de janeiro. Em 26 de setembro de
1857, que hoje recebe o nome de instituto nacional de educação de surdos (INES), que
se situa no estado do Rio de janeiro. Nesta espoca no Brasil, deu se início a criação da
língua brasileira de sinais, decorrente a vinda de um professor francês que fazia uso do
alfabeto manual, e se comunicava com os surdos brasileiros, decorrente a isso, afirmava
se que a origem da língua brasileira de sinais era da língua francesa de sinais.
Percebe-se que, até hoje, a educação especial é algo a ser utilizado pelos alunos com
deficiência intelectual. Mas, essa afirmação está equivocada, tendo em vista que a
educação básica utilizada nas escolas regulares deve compreender como ocorre a
inclusão e a aprendizagem de seus alunos, independente da deficiência que este tenha
(física, visual, etc.); a educação especial.
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Pessoas com surdez são aquelas nas quais a audição está prejudicada impedindo a
compreensão da fala através do ouvido, com ou sem o uso de um aparelho sonoro
individual. Por mais que seja utilizado geralmente o termo “surdo mudo”, este termo é
inadequado. Os surdos não falam porque não ouvem e não por apresentarem algum
problema nos órgãos fonoarticulatorios, o termo correto a ser usado é pessoa com
surdez. A audição está dividida em três partes; orelha externa media e interna. O
processo auditivo e iniciado com a captação das vibrações dos sons pela orelha externa;
esses sons são transportados pelo pavilhão e pelo canal auditivo até o tímpano que faz
vibrar três pequenos ossos.
Segundo Marcia Honora (2014 p, 120), as origens da deficiência auditiva podem ser
varias e tem a possibilidade de ocorrer em qualquer fase da vida, até mesmo dentro do
útero da mãe. As causas pré-natais, neste caso ocorrem na quarta semana de gravidez,
ou até momentos antes da criança nascer. A exposição da mãe as drogas, medicamentos
e outros podem ocasionar a perda da audição. O uso de antibióticos, gentamicina,
amícacina, tobracimina, neomicina, diuréticos e medicamentos antimaláricos. O uso de
álcool durante a gravidez também pode ser extremamente prejudicial a criança,
ocasionando a perda da audição e outros problemas na formação saudável do feto.
Casamentos entre primos de primeiro ou segundo grau, irmãos, enfim pessoas da
mesma família, ou de fator hereditário, caso haja alguém da geração anterior que tenha a
perda da audição também existe uma possibilidade da criança nascer com a deficiência.
Causas pós-natais são apresentadas depois que a criança nasce, depois de um mês de
vida até anos, ocasionadas por diversas doenças como a meningite, caxumba, sarampo,
e até casos de traumas decorridos de acidentes. Barulhos constantes de grande
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proporção ou durante muito tempo podem provocar deficiência auditiva ou até mesmo a
surdez. Algumas profissões que expõem muito o funcionário a ruídos ou barulhos altos
tendem a provocar a perda da audição, tais como metalúrgicos, motoristas de ônibus,
construções civis, vidraceiros e outros. Se não forem tomadas as devidas precauções
com a saúde dos ouvidos em geral, pode ser desencadeada a presença da deficiência.
Segundo Marcia Honora (2014 p, 151), a Libras é uma língua originada para
pessoas com surdez, formulada para o desenvolvimento deles, e visa proporcionar aos
seus usuários habilidades linguísticas essenciais. Essa língua foi baseada na Língua de
Sinais francesa e, como toda língua, apresenta os regionalismos, mantendo legitimidade
como língua, e cada país apresentam a sua. O status de língua atribuído à Língua de
Sinais se deve ao fato de ela Já visto no capítulo anterior, a língua de sinais originou se
nos mosteiros na idade média entre monges que estavam escondidos e em silencio.
Ali eles criaram uma forma de se comunicar através de mímicas, eles não podiam
falar. Pedro Ponce de Leon percebendo essa forma de se comunicar optou por utiliza lá
para se comunicar com os surdos que viviam no interior dos castelos dos senhores
feudais. Seguida de muitas proibições, a língua de sinais foi considerada a língua
materna de pessoas surdas. O contrário do que dizia, a língua de sinais são línguas
complexas, com síntese, com semântica, morfologia, estrutura e gramática especifica.
Através das línguas de sinais podem ser comentados vários assuntos, recitar poemas, ou
seja, com elas pode se falar qualquer assunto.
A língua de sinais não e universal, pois todos os países obtém sua língua, mesmo
países tendo a mesma língua oral, todos os pais possui sua língua de sinais. Além de
termos uma língua de sinais para todos os pais, também existe a questão do
regionalismo, ou seja, uma maneira diferenciada de cada estado se comunicar, seja no
sul, no leste ou nordeste.
Pessoas com surdez e as que convivem com elas são presenteada por um sinal
especial. Este sinal e como se fosse um batismo na língua brasileira de sinais para
representar essa pessoa. Este sinal e dado por uma ou mais pessoa surda, e feito por
alguma característica que mais chame a atenção da pessoa surda, como uma pinta,
altura, o uso continuo de algum objeto, o jeito de mexer no cabelo entre outros. Ter um
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sinal pessoas faz parte da identidade das pessoas surdas, mas uma pessoa ouvinte não
pode dar um sinal para uma pessoa surda ou ela mesma dar um sinal a ela que julgue
mais adequado (HONORA, 2014).
A cultura e uma diferente manifestação de diferentes aspectos com que cada uma
das comunidades apresenta, pela simples maneira de agir ou falar, já e possível
identificar em qual cultura está inserida. Quanto mais a pessoa com surdez tiver uma
identidade surda melhor e mais próxima estará da cultura surda. Esse e um dos motivos
para que eles possam se familiarizar com elas mesmas e assim estar inserida nesta
cultura (POCHE, 1989).
A abordagem do oralismo para crianças com surdez era utilizada por escolas
tradicionais e passaram a não utilizar mais depois do ano de 1970, quando uma proposta
do congresso de Milão por educar pessoas com surdez por meio da fala foi deixado de
ser usado pelo insucesso do mesmo. A abordagem do oralismo e baseada em capacidade
da pessoa com surdez se comunicar através da língua oral e estabelecer uma
compreensão da comunicação pela fala. Um dos recursos mais utilizados por esta
abordagem são a leitura labial, o uso dos aparelhos de amplificação sonora a terapia
fonoaudiologia. A língua de sinais começou a ser investigada no Brasil nos anos 80
(QUADROS; Schmidt, 2006 p, 87). Observamos que a comunidade de surdos não tem
sinais para representar conceitos e termos utilizados no meio acadêmico. Por isso, usa-
se muita datilologia, o alfabeto em LIBRAS.
2.1 LEGISLAÇOÊS
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A lei federal n.9,394/96, em seu artigo 59, oferece auxilio para o atendimento dos
alunos com deficiência, neste caso alunos com surdez:
A lei também exige que o estado assegure o acesso gratuito ao ensino fundamental
e ao ensino médio, inclusive para alunos que o procurarem em idade avançada.
Baseando se na legislação brasileira, a lei n.10.098/2000 indica em seus artigos 17 e 18
que o poder público deve tomar providencias para eliminar as barreiras de comunicação,
com o intuito de garantir a pessoa com deficiência sensorial, e com dificuldade para
comunicação o acesso à informação, a educação (...)”.
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3. PRÁTICAS DOCENTES
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A família é o meio social onde a criança recebe suas primeiras informações, seu
conhecimento de mundo imediato. É ali que ela receberá suas primeiras experiências de
vivencia. Os pais são seus primeiros professores e a obra e mais importante função deles
é a formação do seu caráter. Eles são exemplos para seus filhos. Seu caráter, sua vida e
seus métodos de convivência demonstram o tipo de sociedade que teremos futuramente.
Os pais possuem um papel de grande importância dentro do seu lar, em relação á seu
filho e com quem ali convivem. A mãe constitui para a criança a primeira e mais
significativa experiência de amor. Ela promove uma relação psicológica e afetiva com a
criança no qual isso fará extrema diferença no comportamento da criança. É ela que
nutre a consciência que está em desenvolvimento e oferece à criança a primeira
amizade. O pai, por sua vez, é mais distante e menos incisivo. Beltram (2001, p. 129)
comenta que "a eficácia e o caráter positivo de sua influência estão relacionados à
disponibilidade quanto a ser um bom amigo para a mulher, para os filhos e para a
sociedade".
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A escola é de direito para todos, é um direito adquirido dos cidadãos, sejam crianças
ou adultos. Fica evidente a preocupação que as pessoas com necessidades especiais
causam na sociedade, despertando grupos e indivíduos preocupados em oferecer
educação, cuidado e respeito a eles. Intencionados pela busca de alternativas que
assegurem o cumprimento da lei a favor de uma educação de qualidade para todos,
ligado fortemente a esta mobilização social encontra-se o professor e sua atuação
enquanto agente de transformação, e mediação para assim contribuir com
desenvolvimento o aluno, seja qual for a deficiência e não somente a deficiência
auditiva.
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Neste caso como propõe o tema do trabalho, o aluno com deficiência auditiva, deve
receber atendimento educacional especializado (AEE), de forma que isso possa auxiliar
o professor na alfabetização desse aluno, utilizando-se de materiais adaptados e
promovendo atividades que possam assim facilitar a comunicação entre o aluno e o
professor, assim facilitando seu aprendizado.
CONCLUSÃO
A inclusão escolar e uma realidade que faz passar e tornar-se a ser por muitas vezes
um grande desafio aos envolvidos no processo de inserção do mesmo na vida escolar.
Com o estudo deste trabalho, e possível visualizar de maneira crítica e ampla sobre os
alunos com deficiência auditiva em escolas públicas. Essa realidade é contextualizada e
deve-se problematizar, pois o sucesso ou regresso escolar devem levar os profissionais
da educação a reflexão, em rever suas práticas pedagógicas, e entender que a família, os
profissionais da área e o estado são responsáveis por um processo de inclusão de forma
eficiente.
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surgem, com várias oportunidades e a escola cabe o papel de preparar o aluno para a
vida, com isso é necessário que os profissionais da educação sejam comprometidos a
promover uma aprendizagem de qualidade, e permaneça em constante reflexão sobre
seus métodos de ensino, e quais as concepções de aprendizagem estão proporcionando a
estes alunos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, E.C Deficiência auditiva: como evitar e cuidar. São Paulo: Atheneu, 2001.
ANDRÉ, Marli (org.) Pedagogias das diferenças na sala de aula. Campinas, SP: Papirus,
1999. ARANHA, Maria Salete Fábio. Inclusão. In: Inclusão. Londrina: Ed. Londrina,
2003.
BRASIL, Lei Federal n.º 10.098/2000. Disponível em:. Acesso em: 13 de Set. de 2017.
BRASIL, Lei n.º 10.845/2004. Disponível em: . Acesso em: 13 de Set. de 2017
BELTRAM, José Luiz. Em busca dos valores da criança. Tatuí/SP: Editora Casa
Publicadora Brasileira, 2001
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GRINSPUN (Org.), Miriam P.S Zippin. A prática dos orientadores educacionais. -4.
Ed. – São Paulo: Cortez, 2001.
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