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CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO

CURSO: Licenciatura Música

Fundamentos da Educação Inclusiva


Tutora: Profª Ms. Aparecida Helena Ferreira Hachimine

Fátima Maria Meireles de Oliveira


RA 8132729

Portfólio 1 (Atividade Ciclo 2)

Trabalho apresentado para a disciplina Fundamentos da


Educação Inclusiva, sob orientação da professora tutora
Aparecida Helena Ferreira Hachimine.

Polo Taguatinga

2023

P
ATIVIDADE
Fases No Brasil No Mundo
Negligência
Predominou em meados do No início se dava a fase da
século XIX. exclusão total, onde as pessoas
A exclusão foi fortemente que nasciam com deficiência
marcada pelo histórico colonial eram excluídas da sociedade por
do país. não corresponderem aos
Nesse período foi assinalado por padrões de beleza e perfeição
uma fase inicial de eliminação e valorizada pelas sociedades
de exclusão, deixando à margem greco-romanas, eram
da sociedade as pessoas abandonadas, perseguidas e até
incapazes ou doentes. mortas.
A quase totalidade das Alguns consideravam como fatos
informações os dava como sobrenaturais, fazendo assim
“miseráveis”, aos doentes e aos com que as pessoas os olhassem
mais pobres. Os mais abastados como deficientes e devessem ser
viviam trancados atrás dos maltratadas e marginalizadas
portões de suas mansões, pela sociedade.
afastados do convívio. Outros acreditavam que pessoas
com deficiência eram
possuidores de almas, e
passaram a usar a cor lilás em
instituições de caridade
buscando a salvação dessas
Almas.

Institucionalização
Sobressaiu no Brasil até 1800, Se originou dos primeiros
simultaneamente com a fase de avanços da medicina, a partir da
negligência, marcada pela idade média.
invisibilidade, e que raramente A deficiência era vista como
era alcançada pelos dirigentes. doença. Para muitos, era visto
Nessa fase a deficiência era como contagiosa e como uma
associada à doença, vista como ameaça para a sociedade
contagiosa, sendo considerada Foi na França, com a Constituição
uma ameaça à sociedade. Francesa de 1789, que se deram
Assim as pessoas com deficiência as primeiras medidas
eram isoladas, tratadas e educacionais para se reconhecer
institucionalizadas em hospitais os direitos do homem.
psiquiátricos. A partir desse ato, a
No Brasil o atendimento às Constituição Francesa, de
pessoas com deficiência teve 1791, trouxe referência à
início na época do Império, que educação de crianças
trouxe várias alterações na forma abandonadas, assim como uma
de ver e tratar os portadores de “instrução” comum a todos os
deficiência mental. Pode ser cidadãos e gratuita, no que se
citada, como exemplo, a refere ao ensino mínimo para
Declaração de direitos dos todos.
Deficientes Mental, proclamado A partir do século XVIII começou
pela Assembleia Geral das a se falar na educação voltada para
Nações Unidas em 20 de pessoas com deficiência, mas
dezembro de 1971, tendo como ainda não integrada, nem
objetivo proteger o indivíduo inclusiva, porem marcada pela
com deficiência mental. institucionalização da educação
Até a década de 50, no Brasil, de pessoas com deficiência,
praticamente não se falava das criando as primeiras escolas
necessidades ou educação do públicas. Na verdade, era mais
Especial. A partir de 1970, que se restrita a abrigos, terapias,
passou a discutida, se tornando assistências, sem uma
uma preocupação metodologia pedagógica.
governamental, com a criação de Essas instituições surgiram na
instituições públicas e privadas, França, em meados do século
órgãos normativos federais e XVIII, durante a
estaduais e de classes especiais. movimentação e os anseios
Criado pelo então presidente por mudanças políticas. A
Médici, em julho de 1973, o primeira delas foi o Instituto
Centro Nacional de Educação Nacional de Surdos-Mudos criado
Especial (CENESP) pelo decreto n em 1760, e, em seguida, o Instituto
72.425. Quando nasceu o dos Jovens Cegos (fundado em
primeiro plano para a educação 1784). Alguns anos após, o
especial e os primeiros cursos Instituto dos Jovens Cegos
superiores, para formação de notadamente se transformou
professores. A intenção de em asilo com trabalho
CENESP era fazer das pessoas obrigatório (BUENO, 1993, p. 69).
deficientes, pessoas “normais”,
terem os mesmos direitos e
responsabilidades, como todos
os cidadãos.

Criação de serviços educacionais


No século XIX, conseguinte do 1789 – Abade Charles Michel de
interesse da sociedade científica L’Epée morre. Ele foi uma das
pelos estudos referentes a primeiras pessoas a afirmar que
deficiência mental, inicia-se um os surdos eram cidadãos com
nessa fase, das primeiras plenos direitos na sociedade, de
iniciativas no atendimento as acordo com a Declaração dos
pessoas com necessidades Direitos do Homem e do Cidadão
especiais. da França. Na ocasião de sua
Foram fundadas as instituições morte, ele já tinha fundado 21
oferecendo atendimento escolas para surdos na França e
educacional especializado na Europa.
representando uma grande 1802, na França, o médico
conquista e sendo a APAE cirurgião, Jean Marc Gaspard
Associação de Pais e Amigos do Itard, marcou a história dos
Excepcional, a instituição mais Surdos. Afirmava que o surdo
conhecida. podia ser treinado para ouvir
A partir de então, foram criadas palavras, e foi o responsável pelo
algumas instituições para as trabalho com Victor, o “garoto
necessidades especiais. Dados selvagem” (o menino que foi
MAZZOTTA (2011).Como: encontrado vivendo junto com
1854 - Imperial Instituto dos os lobos na floresta de Aveyron,
Meninos Cegos (criado pelo no sul da França); influenciou na
Decreto nº 1.428, de 12 de educação especial com o seu
Setembro) – RJ programa de adaptação do
1855 - Eduardo Huet, professor ambiente, onde afirmava que o
surdo, com experiência de ensino de língua de sinais
mestrado e cursos em Paris, implicava o estímulo de
chega ao Brasil sob concordância percepção de memória, de
do D.Pedro II, com a intenção de atenção e dos sentidos.
abrir uma escola para pessoas 1814 – Thomas H. Gallaudet,
surdas. junto com Laurent Clerc (um
1874 – Hospital Estadual de professor frances surdo) fundou
Salvador – atendimento e em Hartford, em 15 de abril, a
assistência aos deficientes primeira escola permanente para
mentais surdos nos Estados Unidos,
1905 - Escola Rodrigues Alves “Asilo de Connecticut para
(Para deficientes físicos e visuais Educação e Ensino de pessoas
- Estadua) -RJ Surdas e Mudas”. Juntos, se
1909 - Colégio dos Santos Anjos - uniram para trabalhar métodos
Joinville-SC (Particular de ensino para surdos trazidos da
Deficientes Mentais) Inglaterra e da França.
1913 - Instituto Estadual de 1846 - Alexander Melville Bell,
Educação Padre Anchieta - São professor de surdos, o pai do
Paulo-SP (Estadual Deficientes célebre inventor de telefone
auditivos) Alexander Grahan Bell, inventou
1925 - Escola Estadual São Rafael um código de símbolos chamado
- Belo Horizonte-MG Estadual “Fala vísivel” ou “Linguagem
(Deficientes visuais) vísivel”, sistema que utilizava
1926 - Instituto Pestalozzi - desenhos dos lábios, garganta,
Canoas-RS (Particular Deficientes língua, dentes e palato, para que
mentais) os surdos repitam os
1927 - Grupo Escolar Paula movimentos e os sons
Soares - Porto Alegre-RS 1872 - Alexander Graham Bell
(Estadual Atendimento a DM) abriu sua própria escola para
1929 - Instituto Santa Terezinha - treinar os professores de surdos
São Paulo-SP (Particular em Boston, publicou livreto com
Deficientes auditivos) método “ O pioneiro da fala
1935 - Escola Estadual Instituto visível”, a continuação do
Pestalozzi - Belo Horizonte-MG trabalho do pai.
(Estadual Deficientes auditivos e 1880 - Realizou-se Congresso
mentais) Internacional de Surdo-Mudez,
1935 - Instituto de Cegos - em Milão – Itália
Pernambuco (Particular
Deficientes visuais)
1936 - Instituto de Cegos da
Bahia - Salvador-BA (Particular
Deficientes visuais)
1936 - Dona Paulina de Souza
Queiroz - São Paulo-SP
(Particular Deficientes mentais)
1940 - Instituto São Rafael -
Taubaté-SP (Particular
Deficientes visuais)
1941 - Escola Especial Ulisses
Pernambucano - Pernambuco
(Estadual Deficientes mentais)
1941 - Instituto Santa Luzia -
Porto Alegre-RS (Particular
Deficientes visuais)
1943 - Lar-Escola São Francisco -
São Paulo-SP (Particular
Deficientes físicos)
1944 - Instituto Paranaense de
Cegos - Curitiba-PA (Estadual
Deficientes visuais)
1946 - Fundação para o Livro do
Cego no Brasil - São Paulo-SP
(Particular Deficientes visuais)
1948 - Associação Linense para
Cegos - Lins-SP (Particular
Deficientes visuais)
1948 - Sociedade Pestalozzi do
Estado do Rio de Janeiro - Rio de
Janeiro (Particular Deficientes
mentais)
1950 - Grupo Escola Miss Browne
- São Paulo-SP (Estadual
Deficientes mentais)
1950 - Grupo Escolar Visconde de
Itaúna - São Paulo-SP (Estadual
Deficientes mentais)
1954 - A Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais (APAE )
Rio de Janeiro.

Atualidade
No Século XXI, busca-se mais pela Reorganização da escola pública
inclusão nas classes comuns. Nova política de Educação
É visível a luta pela garantia do Especial na Perspectiva da
acesso, permanência e o sucesso. educação inclusiva, pois passa a
Paradigma de suporte e apoio. integrar a proposta pedagógica
Prevê intervenções decisivas e da escola regular, promovendo o
afirmativas como: no processo atendimento às necessidades
de desenvolvimento do sujeito e educacionais especiais de alunos
no processo de ajuste da com deficiência, transtornos
realidade social, isso para globais de desenvolvimento e
adquirir condições de acesso ao altas habilidades (superdotação).
espaço comum da vida na Proposta de AEE - Atendimento
sociedade. Educacional Especializado, que
Novo olhar frente as deficiências tem como função identificar,
(respeito, aceitação). elaborar e organizar recursos
A sociedade está se pedagógicos e de acessibilidade
reestruturando, para garantir o que eliminem as barreiras para a
acesso das pessoas com plena participação dos alunos,
necessidades educacionais considerando suas necessidades
especiais aos diferentes serviços. específicas.
Aos poucos, os serviços Lei nº 13.146, de 6 de julho de
relacionados à educação especial 2015, que institui a Lei Brasileira
vão se ampliando e garantindo de Inclusão da Pessoa com
acesso e permanência das Deficiência (Estatuto da Pessoa
pessoas com necessidades com Deficiência). Foi o grande
especiais no ensino regular. Marco. Instituiu o estatuto da
pessoa com deficiência para
assegurar e promover condições
de igualdade, exercício dos
direitos e das liberdades
fundamentais.

Referências Bibliográficas:

BRAGA, Janine de Carvalho Ferreira; FEITOSA, Gustavo Raposo Pereira - Direito à educação da pessoa com
deficiência - Disponível em
https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/direitoshumanosedemocracia/article/view/6335 - Acesso
em 1712/2016
BUENO, J. G. S. Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo: Educ,
1993.
CAMPOS, J. A. P. P.; PEDROSO, C. C. A.; ROCHA, J. C. M. Fundamentos da Educação Inclusiva. Batatais:
Claretiano, 2013
Centro Nacional de Educação Especial (CENESP) - Câmara dos Deputados - Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/decreto-72425-3-julho-1973-420888-
publicacaooriginal-1-pe.html Acesso em 04/07/1973
Declaração de direitos do deficiente mental - Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/deficiente/lex62.htm. Acesso em 1995
Decreto nº 1.428, de 12 de Setembro de 1854. Câmara dos Deputados. Disponível em:
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-1428-12-setembro-1854-508506-
publicacaooriginal-1-pe.html . Acesso em 1854
Fundamentos da educação inclusiva\Cristina Cinto Araújo Pedroso, Juliana Cardoso de Melo Rocha, Juliane
Aparecida de Paula Perez Campos – Batatais, SP: Claretiano 2013.
Lei N 13.146, de 06 de julho de 2015. Palácio do Planalto. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm . Acesso em 23/03/2023.
Lei N 14.191, de 03 de agosto de 2021. Palácio do Planalto. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14191.htm . Acesso em 23/03/2023
MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. 6 ed. São Paulo: Cortez,
2011.
Os desafios da escola pública Paranaense na Perspectiva do professor - Governo do Estado do Paraná -
Disponível em: -
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_pdp
_edespecial_uepg_marliaparecidacasprovcorcini.pdf . Acesso em 2016.

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