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DISCIPLINA: Conhecimentos Didáticos da Educação Especial (Ênfase em Inclusão)– CDPEIN - PROFª: ALINE ROCHA – 2º ANO Influenciado pelos estudos

Influenciado pelos estudos de Antipoff surge no Brasil o Instituto Pestalozzi, criado em 1935, para atendimento especializado
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL para deficientes auditivos e mentais. Este Instituto desenvolvia trabalhos para os deficientes e começou a se expandir por
A Educação Especial no Brasil é marcada por diversas fases/estágios segundo afirma Sassaki (1997), sendo elas: diversos lugares do país.
exclusão, segregação institucional, integração e inclusão. Diante disso, abordaremos a seguir o percurso histórico da pessoa Em 1950, é criado no Brasil a AACD- Associação de Assistência à Criança Defeituosa, instituição particular
com deficiência de acordo com cada fase/estágio. Sassaki (1997) relata a fase da exclusão o período que as pessoas com especializado, que vem mantendo convênio com estados, para atender aos alunos da rede estadual e municipal de ensino. Já
deficiências eram ignoradas, rejeitadas, perseguidas e exploradas, pois não havia nenhuma forma de atenção educacional a em Dezembro de 1954 foi fundada, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais-
essas pessoas. APAE” com o objetivo de atender aos problemas relacionados à deficiência mental.
O abandono de crianças com deficiências nas ruas, portas de conventos e igrejas era comum no século XVII, que Classes Especiais nas escolas regulares
acabavam sendo devoradas por cães ou acabavam morrendo de frio, fome ou sede. A criação da “roda de expostos” em Ao final da década de 50 e início da década de 60 do século XX, passa a surgir à ideia de deficientes na educação, tendo
Salvador e Rio de Janeiro, no início do século XVIII e, em São Paulo, no início do século XIX, deu início a institucionalização em vista, a política educacional brasileira. A LDB de 1961 indicava “o direito dos “excepcionais” à educação, na rede regular.
dessas crianças que eram cuidadas por religiosas. Por volta de 1960, inicia - se o movimento sobre educação popular, a tão falada “educação para todos”. Ao estender a
O século XIX e o atendimento a Pessoa com Deficiência no Brasil possibilidade de matrícula às classes populares, sem que as condições de ensino fossem reestruturadas, o índice de evasão e
Foi fundado o Hospital Juliano Moreira em Salvador, Bahia, em 1874 e considerado como a primeira instituição para reprovação cresceu. A partir daí, começa a surgir a equação entre o fracasso escolar e a “deficiência mental leve” com a
atendimento às pessoas com deficiência mental no Brasil. implantação maciça de classes especiais nas escolas públicas para solucionar o problema.
Em outros lugares do país, neste período histórico, houve a organização de serviços para atendimento às pessoas A fase da integração, que de acordo com Sassaki (1997), é identificada no momento que acontece a proliferação das
cegas, surdas, deficientes mentais e deficientes físicos, além de iniciativas oficiais e particulares. Com isso, surge a fase da classes especiais nas escolas de ensino regular. Essas salas se baseavam na compreensão de que estando em salas à parte,
segregação institucional, onde temos a fase inicial de ações para o desenvolvimento educacional de pessoas com deficiência. separados dos alunos sem deficiência, os ditos “excepcionais” não atrapalhavam o ensino dos demais.
Assim surgem as chamadas “escolas especiais”. Entre as mais conhecidas temos o Imperial Instituto de Meninos Cegos, Denominamos integração o modelo que começou a ser implantado no Brasil desde o final da década de 70, onde os
inaugurada em 12 de outubro de 1854 no Rio de Janeiro, se tornando assim a primeira escola de cegos do Brasil, fundada por alunos com necessidades educacionais especiais, geralmente oriundos do ensino especial, são inseridos na sala regular na
intermédio de D.Pedro II. Isso foi possível devido à presença de José Álvares de Azevedo, que estudara “no Instituto dos Jovens medida em que demonstrem condições para acompanhar a turma, recebendo atendimento especializado paralelo, em horário
Cegos de Paris, fundado por Valentin Hauy no século XVIII. Em 1890, o nome do Instituto é substituído por Instituto Benjamin alternativo, individualmente ou em salas de recursos.
Constant (IBC). Neste período da década de 1970, além de proporcionar o atendimento em escola de ensino regular, para deficientes
Em 1857, é fundado por D. Pedro II, o Imperial Instituto de Surdos Mudos com a presença de apenas dois alunos, mentais, são ampliadas instituições especializadas para o atendimento das pessoas com deficiência. Em seguida, outras classes
entretanto, sob influência de Hernesto Huet foi possibilitado, em 1856, um acréscimo no número de estudantes. E, em 1957, foi especiais começam a surgir com objetivos educacionais. A Santa Casa de Misericórdia disponibilizava o ensino hospitalar e o Lar
denominado de Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), e, nesse espaço, foram realizadas diversas oficinas como: Escola São Francisco (SP), com a necessidade de acompanhar a reabilitação de deficientes físicos. A lei complementar nº.
sapataria para meninos e tricô para meninas. A partir dessas fundações, foram realizadas diversas discussões através de 5.692/1971 altera a LDB de 1961, afirmando que o atendimento oferecido às pessoas com deficiência, superdotados e em
congressos que possibilitaram discutir a educação especial, tendo em vista, o currículo e a formação de professores surdos e distorção de idade e série não recorre as suas necessidades, o que acaba levando-os as escolas especiais e não as escolas de
cegos, além dos recursos financeiros que foram destinados aos mesmos, contribuindo para diversas ações voltadas para o ensino regular como previsto na legislação anterior.
atendimento pedagógico ou médico- pedagógico aos deficientes. Em 1973, é criado o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), o primeiro órgão oficial para definir a política de
Início do século XX: Educação Especial em seus primeiros passos Educação Especial no país, ainda que houvesse nos seus planos uma tendência em privilegiar a iniciativa privada,
Criado em 1903, no Rio de Janeiro, o Pavilhão Bourneville é conhecido como a primeira Escola Especial para Crianças marcadamente assistencialista, em detrimento dos serviços públicos de ensino especial. Em 1986, é constituída a Coordenadoria
Anormais. Mais tarde, foi construído um pavilhão para crianças no Hospício de Juquery. Nessa fase os deficientes são Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) que tem como objetivo coordenar as ações em
institucionalizados. Educação Especial. Em 1988 a Constituição Federal estabelece que a educação é direito de todos, garantindo atendimento
A influência da Medicina na educação das pessoas com deficiência perdurou até por volta de 1930. Atrelada aos educacional especializado aos portadores de deficiência preferencialmente na escola regular.
pressupostos higienistas da época, o serviço de saúde do governo orientava o povo para comportamentos de higiene e saúde Apesar das legislações já existentes o que se observava no final do século XX, era o encaminhamento da escola para os
serviços especiais que definia o caminho para separação do sistema regular. Esse encaminhamento era feito assim:
nas residências e nas escolas. Dentro desse princípio, a deficiência mental foi considerada problema de saúde pública. Após a) Durante os primeiros meses, o professor identificava aquelas crianças que, segundo suas crenças ou expectativas,
essa fase, a Medicina foi sendo gradualmente substituída pela Psicologia e a Pedagogia nos estudos da Educação Especial. iriam fracassar;
b) Já que eram “incapazes”, poderiam ser encaminhadas para avaliação psicológica ou médica que legitimava o rótulo
Ainda na década de 30, chega ao Brasil a psicóloga e educadora Helena Antipoff, russa de nascimento, que cria os estabelecido previamente pelo professor;
serviços de diagnósticos e classes especiais nas escolas públicas de Minas Gerais e depois estende para outros estados. c) Eram, então, colocadas nas classes especiais, com a chance mínima de retorno ao sistema escolar regular.
Fonte e referências: Revista Educação e Comunicação. Artigo: A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL: ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS. http://geces.com.br/simposio/anais/anais-2012/Anais-010-021.pdf /SASSAKI, Romeu, K. O ALUNO TORNAVA-SE, ENTÃO, RESPONSÁVEL POR UM PROBLEMA QUE NÃO ERA DELE, MAS DO SISTEMA EDUCACIONAL..
Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. RJ: 1997, WVA

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