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1784 - Também em Paris, foi fundado o Instituto Nacional dos Jovens Cegos. Além
de abrigar jovens e crianças deficientes visuais, tinha programas para o ensino
especial. Em 1829, um dos alunos do instituto, Louis Braille, adaptou sistema de
comunicação militar para auxiliar jovens cegos na leitura. Até hoje conhecemos esse
sistema como Braille.
1800- O médico Jean Marc Gaspard Itard aplica métodos sistematizados para
reeducar o “garoto selvagem” Victor de l’Aveyron, que fora afastado do convívio
humano e tinha deficiência mental.
Educação Especial no Brasil
Em fins do século XIX e início do século XX, o Brasil passava por profundas
mudanças. Não apenas deixamos de ser governados por uma monarquia e
adotamos o sistema republicano, mas um conjunto de novas concepções
de que tipo de sociedade deveríamos construir neste “novo” Brasil.
Ainda que pareça ser a mesma coisa, há uma grande diferença entre integrar e
incluir. Na perspectiva inclusiva, a escola - empresa, igreja, comunidade ou
qualquer grupo - aceita a pessoa com deficiência assim como ela é. Há uma
busca por transformação de práticas sociais e do espaço, visando garantir
acessibilidade e acolhimento à todos, independente de necessidades
específicas. Já na perspectiva integracionista, é o sujeito (a pessoa com
deficiência) que precisa se adaptar às condições sociais que são postas. O
grupo não precisa se esforçar para ser acessível a todos, mas é quem está “fora
do padrão” que precisa se adequar a “normalidade”.
Para conhecer melhor a diferença entre estes dois conceitos, leia o texto do site
Deficiente Eficiente:
https://www.deficienteciente.com.br/conheca-diferenca-conceitual-entre.html
Insucesso da Política Integracionista
Como era de se esperar, dificilmente crianças e jovens com deficiência
conseguiam se adequar à escola regular, já que não havia nenhum tipo de
mudança ou adaptação para atender às necessidades especiais
10 anos após a LDBEN, em 1971 , uma lei propôs “tratamento especial” para os
estudantes com deficiências físicas, mentais, os que se encontram em atraso
considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”.
● Lei de Diretrizes e Bases (1996): legislação que regulamenta todo o sistema educacional, seja o ensino
público ou privado, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Reitera a garantia universal do
acesso, permanência e qualidade da educação à todos, define as responsabilidades entre os entes
federativos em regime de colaboração (União, estados, municípios e Distrito Federal) e ainda garante a
Educação Especial como modalidade de educação transversal.
● Programa Educação Inclusiva: em 2003 o MEC lança o programa com vistas a promover transformação
dos sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos, promovendo formação de gestores e
professores, organizando o atendimento especializado e a garantia de acessibilidade;
● Constituição Federal de 1988: conhecida como a “Constituição Cidadã”, tem como um dos
objetivos fundamentais garantir a educaçã, pleno desenvolvimento da pessoa, exercício da
cidadania e a qualificação para o trabalho para todos. Reiterando como dever do Estado “o
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino” (art.
208).
● Lei 13.146/2015: conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, a legislação é “destinada a
assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades
fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”. Essa lei é
abrangente, abordando desde o direito à saúde, atendimento prioritário, direito ao trabalho, ao
transporte e mobilidade, educação e muito mais. Pensando na educação, por exemplo, garante
acesso à profissional de apoio escolar ou acompanhante para auxílio de atividades de alimentação,
higiene e locomoção dos estudantes com deficiência no espaço escolar - em todos os níveis de
ensino, seja a instituição pública ou privada, adaptação curricular e material didático, além do apoio no
contraturno escolar, o Atendimento Educacional Especializado - desenvolvido de forma
individualizada, em sala de recurso por professor especialista.
● Lei 12.764/2012:conhecida como “Lei Berenice Piana”, uma de suas proponentes, institui a Política
Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A lei reconhece o
autista como pessoa com deficiência e estende as garantias dos direitos da pessoa com deficiência
para o autista, como atendimento prioritário, direito à assistência e previdência social, direito ao
diagnóstico precoce e atendimento terapêutico adequado, etc.
Desafios da Escola Inclusiva
Caso seja necessário, adaptações devem ser feitas visando atender as necessidades
específicas da criança, como por exemplo, modificações no espaço da sala de aula,
mobiliário ou estratégias de previsibilidade da rotina. Como sabemos, pessoas
autistas podem ter dificuldades no processamento de estímulos ambientais (luz,
barulhos, excesso de informações visuais), então é possível adaptar o ambiente da
sala de aula deixando-a mais acessível e acolhedora ao autista. Assim, é preciso
conhecer as especificidades do perfil sensorial daquele aluno em específico para
que a adaptação seja efetiva.
Como vimos, o Espectro é amplo, variado e nenhum autista é igual ao outro, assim
não é possível generalizar, não há receita pronta para a inclusão.
Adaptações que Mantenham a Aprendizagem Desafiadora
Adaptações são fundamentais para a escola inclusiva e são direitos assegurados por
lei para alunos com necessidades especiais. As adaptações podem ocorrer no
âmbito do currículo, dos materiais didáticos utilizados, da organização do mobiliário e
do desenho arquitetônico predial, da rotina escolar, do apoio para realização de
atividades de cuidados, alimentação e higiene, etc.
Era muito comum - e infelizmente ainda é - que alunos com necessidades especiais
em salas regulares, sejam deixados de lado fazendo atividades sem nenhuma
proposta pedagógica. Uma escola inclusiva não garante apenas a convivência na
sala regular, mas o direito à aprendizagem de qualidade.
Garantir Espaços de Formação e Difusão de Informação
https://diversa.org.br/estudos-de-caso/o-caso-da-escola-helena-zanfelici-sao-bernardo-do-campo-sao-paulo-brasil/
Estratégias Práticas para Inclusão na Sala de Aula
Adaptações em sala de aula não são novidades para os professores. Ainda que
trabalhar com alunos com necessidades especiais representam um desafio, o
fazer docente nos mostra que, todos os dias, precisamos adaptar o que foi
planejado para que funcione naquela turma em específico. Cada grupo de
alunos e cada aluno é único, tem suas experiências, tempo para aprender,
dificuldades e facilidades.
Alunos autistas ou com outras condições não são diferentes. E ainda que não
haja uma “receita” pronta para ser aplicada, a experiência de escolas ou
professores comprometidos com a educação inclusiva pode servir de modelo
para inventarmos ou reinventarmos nossa atuação na sala de aula (em casa ou
no consultório), vejamos algumas sugestões:
1. Quadro de Rotinas
As dificuldades de socialização e
comunicação existentes no TEA não
impedem que a criança se sinta acolhida
e inserida na turma se utilizarmos formas
de engajá-lo no dia a dia da escola.
Podemos, por exemplo, solicitar à criança
que seja o “ajudante do dia”, entregando
materiais ou folhas de atividades. Usar
elogios e reforçadores (pequenas
recompensas, carimbos, figurinhas) para
incentivar a participação nas aulas.
Ter Regras Claras
CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva com Pingos nos Is. Porto Alegre: Mediação, 2005.
GAIATO, Mayra. SOS Autismo: Guia Completo para entender o Transtorno do Espectro Autista. São Paulo: nVersos, 2018.
GRANDIN, Temple; PANEK, Richard; tradução Cristina Cavalcanti. O Cérebro Autista: Pensando Através do Espectro. 9° edição. Rio de
Janeiro: Record, 2018.
MANTOAN, Maria Teresa Égler. A Integração de Pessoas com Deficiência: Contribuições para Reflexão sobre o Tema. São Paulo:
Memnon, 1997.
MANTOAN, Maria Teresa Égler. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como Fazer? São Paulo: Moderna, 2008.
SILVA, Aline Maria. Educação Especial e Inclusão Escolar: História e Fundamentos. Curitiba: Intersaberes, 2012.