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Rosa João Mahocuana

Resumo: A Educação Especial na História

Licenciatura em Ensino Básico


2º Ano: Pós-laboral

Universidade Pedagógica de Maputo

Agosto de 2023
Rosa João Mahocuana

Resumo: A Educação Especial na História

Licenciatura em Ensino Básico


2º Ano: Pós-laboral

Resumo a ser apresentando na Faculdade de Ciências


de Educação e Psicologia como forma parcial de
avaliação na disciplina de Necessidades educativas
Especiais, Sob orientação do Professor:
Jan André Mangumbule

Universidade Pedagógica de Maputo


Agosto de 2023
A Educação Especial na História: dos primórdios até a Idade Média

Para que se compreenda a educação especial, numa primeira fase é precisa olhar para a
história que como os deficientes foram olhados e tratados ao longo desse período. Os relatos
não são bonitos mais há sim essa necessidade de se fazer essa analise de modo se se
compreenda o contexto da própria educação especial.

Os deficientes na antiguidade

A parir da leitura do texto observa-se que os romanos no início da era cristã, cometiam
infanticídio em crianças que nasciam com alguma deficiência, e em casos de não se cometer
o tal acto optava-se pelo abandono em florestas ou em cestas no rito Tibre, e esses eram
recolhidos pelos pobres ou escravos que viviam de esmola e mais tarde quando adultos essas
crianças eram explorados pelos romanos por meio de esmolas. Essa situação também abriu
espaço para que muitas crianças fossem raptadas e mutiladas para fins de exploração na
esmola. Num outro momento Romano que foi o temo de os Cesares, os deficientes mentais
eram tratados como bobos e outros usados para trabalhos em circo e muita das vezes era
trabalho humilhante.

Na Grécia antiga devido a influência do culto do corpo perfeito, alguns deficientes foram
sacrificados ou escondidos em lugres secretos que não deviam ser divulgados.

Em Atenas observou-se que houve prática de infanticídio cometido pelos pais ou


abandonadas sujeitas a sua própria sorte. Tal como nos primórdios da idade antiga romana
assim como em Atenas, em Esperta e por ser um estado militar as crianças com deficiência
física ou mental eram considerados subumanas e por isso eram sujeitas ao infanticídio ou
abandono e as vezes eram lançados em precipício.

Em suma, a antiguidade não foi benéfica para os deficientes físicos e mentais, pois se esses
não eram eliminados ou abandonados enquanto crianças, eram explorados por outros no
mundo de esmola, houve de certa forma uma negligência para com os deficientes na
antiguidade devido a falta de conhecimento

Os deficientes na idade Media

Devido a influência de cristianismo, houve na idade medida uma mudança de paradigma,


onde o deficiente passou a ter alma e assim não podia ser eliminado ou abandonado ou
maltratado, pois esse era filho de Deus, e tais actos seriam inaceitáveis para a fé crista.
Nesse espoca havia pouco conhecimento sobre algumas doenças, incapacidades físicas e má-
formações congénitas, olhava-se para esses factos como sinais de castigo de Deus, conceber
criança com algum tipo de anormalidade era considerado castigo ou ira de Deus, e havia
muita crenças e magias e feitiços.

O deficiente físico ou sensorial passou a viver a custos da sociedade e com recursos a


esmolas.

Nesse período concretamente no seculo XIII houve uma evolução na EE, pois relata-se que
surgiu a primeira instituição que abrigou os deficientes mentais na Bélgica, onde eram
acolhidos em igrejas ou conventos e ganhavam a sobrevivência em troca de pequenos
favores.

Por volta de 1300, apareceu a primeira legislação sobre os cuidados a serem tomados com a
sobrevivência e principalmente com os bens dos deficientes mentais, a De Prerrogativa regis,
baixada por Eduardo II da Inglaterra. A lei de 1325 era mais uma espécie de guia para
proteger os direitos e as propriedades daqueles considerados “idiotas. Com esta lei, o rei
zelaria para que fossem satisfeitas as necessidades do deficiente, apropriando-se de todos os
bens deste e utilizando somente uma parte para custear as despesas e os cuidados necessários

A parir dessa preceptiva, o deficiente merecia sobreviver e ter condições confortáveis de vida
porque tinha alma e bens e direito a herança. Nessa época não havia distinção entre loucos e
deficientes mentais.

Nessa época também concorreu a cristandade do deficiente mental para que esse seja tratado
condignamente, pois o cristianismo deu novos valore éticos as pessoas, atreves de espeito de
tolerância, conduta cautelosa ao deficiente em nome do amor ao próximo que é um dos
princípios do cristianismo.

Observa-se uma atitude de ambivalência em relação ao tratamento do deficiente pois a


caridade e o castigo andavam de mãos dadas. Isso porque ao mesmo tempo que ganhava
abrigo, alimento e proteção, em outro memento merecia castigo quando incorria em condutas
imorais.

Com o cristianismo, o deficiente não podia ser mas morto, devia ser mantido e cuidado. A
rejeição que era observado na antiguidade transformou-se em ambiguidade na idade medida
pois reinava a proteção e a segregação ao mesmo tempo.
A deficiência mental norteou essa situação ambígua, pois em nome de caridade muitos
deficientes foram cativas ou confinadas e castigadas, embora gera-se certo desconforto
entendia os requisitos da fé cristã, a segregação significava fazer caridade, pois havia teto e
comida para o deficiente. Para alguns membros do clero, o castigo era visto como caridade
porque salava a alma do demónio e livrava a sociedade de condutas antissociais e
inconvenientes dos deficientes.

Em sumula pode-se dizer que na idade media houve abandono de infanticídio em crianças
que nasciam com vários tipos de deficiência, mais o tratamento ao deficiente não era das
melhores, pois a bondade e o castigo andam como se fosse facetas da mesma moeda devido a
falta de conhecimento sobre algumas doenças, os deficientes foram segregados e sujeitos a
algumas torturas. Foi um período bastante ambíguo para os deficientes pois de um lado tinha
o amor e encontra partida recebia castigos.
A Educação Especial na História No Início da Era Moderna

No fim da idade media e início da Idade Moderna, a inquisição cometeu chacinas de milhares
de pessoas, loucos, doentes mentais, adivinhos entre outras pessoas, havia uma visão
supersticiosa sobre os deficientes nesse período.

Nos seculos XVI, os médicos PARACELSO e CARDANO defendiam a ideia de que os


portadores de deficiência mental eram um problema médico e que acontecia por fatalidade
hereditária ou congénita, passando esses a chamados cretinos, idiotas e a decisão de
sobrevivência dos mesmos não devia ser tomado pelo clero mais sim pelos médicos,

No seculo XVII, as instituições religiosas ofereciam assistência aos deficientes, antes era
usado o confinamento como forma de cuidado.

Em 1650 Thomas Willis escreveu pela primeira vez sobre anatomia do cérebro humano, onde
chegou a conclusão de que a idiotia e outras deficiências eram produtos de alterações na
estrutura do cérebro. Esse facto contribuiu para uma mudança de paradigma sobre os
distúrbios apresentados pelos deficientes mentais A abordagem deixou de ser ética e
humanitária, até mesmo fanático-religiosa, dando lugar aos argumentos científicos. John
Locke também teve uma enorme contribuição nessa mudança de paradigma pois concebia a
mente humana como tabula rasa e cabia a experiência preencher essa tabula rasa.

Esse precito de John Locke já deixa claro que essas pessoas com deficiência mental eram
capazes de aprender.

Nessa época, também se destacaram os pioneiros CHARLES M. EPPÉE e VALENTIN


HAÜY. O primeiro esta ligado a educação dos surdos-mudos, inventou o método de sinais. O
segundo destinou-se ao ensino dos cegos e utilizava letras em alto-relevo para o ensino dos
mesmos.

Em 1818, ESQUIROL diferenciou demência (doença mental) e amência (deficiência mental).


Nas palavras dele, o primeiro é louco, o segundo é idiota. É com esse autor, o idiotia deixou
de ser considerada uma doença e o critério para avaliá-la passa a ser o rendimento
educacional. O campo médico, em consequência, perde a palavra final no que diz respeito à
deficiência mental, abrindo as portas dessa nova área de estudo ao pedagogo. Outra
contribuição importante de Esquirol foi o fato de ele chamar a atenção para as carências ou
acidentes pré ou perinatais nos casos da idiotia, deixando de lado a noção de que as causas
fossem, em sua maioria, hereditárias.

Em 1824 Belhomme definiu e ordenou os tipos de classificação da deficiência mental. Ele a


dividiu em duas categorias: idiotia e imbecilidade. A primeira, em dois graus, e a segunda,
em três.

Essas classificações mostraram a possibilidade de se educar os deficientes mentais, de acordo


com os graus de comprometimento. Foi graças essas contribuições que começaram a surgir
instituições, métodos e recursos especiais para a educação dos deficientes mentais.

EDOUARD SEGUIN foi o primeiro especialista em deficiência mental e ensino para


deficientes, esse autor reconheceu a pertinência do treino sensório-motor para o
desenvolvimento dos deficientes físicos. Sistematizou de igual modo a metodologia do ensino
especial. Propôs, ainda, uma teoria psicogenética e afirmou que, qualquer que fosse o gênero
da deficiência, o indivíduo poderia ser educado. Os progressos do deficiente dependeriam de
três aspectos: o grau de comprometimento de suas funções orgânicas, o quanto de inteligência
que o deficiente apresentava e a habilidade na aplicação do método.

Até seculo XVIII ainda havia falta de conhecimento em relação aos vários tipos de
deficiência. Depois do século XVIII e com a mudança do quadro social ou clima social varias
pessoas, começaram a aparecer, propondo ações com vista ao atendimento de pessoas
portadoras de deficiência. Essas pessoas tinham como Objectivo ampliar conhecimentos e
encontrar formas para melhorar as condições de vida de tais pessoas.

Os primeiros movimentos pelo atendimento aos deficientes aconteceram na Europa, e mais


tarde expandiram-se para os Estados Unidos, o Canadá e depois para outros países, Até o
final do século XIX, encontravam-se na literatura diversas expressões para se referir ao
atendimento educacional dos portadores de deficiência, como Pedagogia dos anormais,
Pedagogia teratológica, Pedagogia curativa ou terapêutica, Pedagogia da assistência social e
Pedagogia emendativa.

Langdon Down contribuiu na descoberta de síndrome de Down, a descoberta desse autor


despertou interesse para o estudo de outro tipo de deficiência mental começou a motivar a
pesquisa biomédica para o estudo desse novo tipo de idiota
MARIA M ONTESSORI, teve uma enorme contribuição para a educação especial. Para
Montessori, o método não deve limitar-se às formas de ensinar repertórios educacionais, mas
deve alcançar a pessoa do educando, seus níveis de aspirações, seus valores e sua autoestima.
Essa foi uma das suas maiores contribuições para o entendimento da deficiência mental

A educação especial na américa

No início do século XIX, as iniciativas individuais, coletivas e institucionais determinam o


avanço na área de Educação Especial. Nos Estados Unidos, a primeira escola pública para
surdos foi estabelecida em 1817.

O período de 1817 a 1850 foi muito benéfico para a educação das crianças deficientes.
Muitas escolas para cegos, surdos e deficientes mentais apareceram. Para os deficientes
físicos, os programas surgiram décadas mais tarde.

Nessa época, por volta de 1900, a educação dos deficientes era muito mais um problema
pedagógico que médico
Marcos históricos internacionais da Educação Especial até o século XX
Ao longo da história a educação especial teve vários desafios, mas as coisas começaram a
melhorar com a publicação de documentos importantes que de certa forma esses documentos
constituíram marco histórico tanto para pessoas ditas normais assim como aquelas que tinham
necessidades especiais. Destacam-se, dentre esses marcos históricos: a Declaração Universal
dos Direitos do Homem pela ONU (1948); a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989);
a Conferência Mundial Educação para Todos (1990), com a Declaração Mundial de
Educação para Todos (1990); a Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais
Especiais: acesso e qualidade, com a Declaração de Salamanca (1994); a Convenção de
Guatemala (1999) e a Carta do Terceiro Milênio (1999).

a) Declaração Universal de Direitos Humanos: esse documento com certeza constituiu


um grande esforço para a questão do respeito da dignidade humana, pois o mesmo
apareceu no momento oportuno da história, a segunda guerra mundial havia deixado
um monte de pessoas mutiladas e deficientes. Esse documento tinha como Objectivo
proteger o homem contra o homem, as nações contra as nações e sempre que homens
e nações se arroguem o poder de violar direitos. Por isso que nos dos artigos
preconiza que Todo ser humano é elemento valioso, qualquer que seja a idade, sexo,
NÍVEL MENTAL, condições emocionais e antecedentes culturais que possua, ou
grupo étnico, nível social e credo a que pertença. Este valor é inerente a sua natureza e
às potencialidades que traz em si.
b) Convenção sobre os direitos da criança (1989: ‘e um documento que travas vários
direitos da criança, a que mais marca a educação especial é o seguinte pilar: a não
discriminação: que significa que todas as crianças têm o direito a desenvolver todo o
seu potencial – todas as crianças, em todas as circunstâncias, em qualquer momento,
em qualquer parte do mundo. Para a Convenção, a criança deficiente tem direito a
cuidados especiais, educação e formação adequada, que lhe permitam ter uma vida
plena e decente, em condições de dignidade, e atingir o maior grau de autonomia e
integração social possível
c) A conferência mundial de educação para todos (1990): esse documento preconiza que
todas as pessoas tem direito a educação. Esse documento não exclui a ninguém e
ratifica de igual forma os dois primeiros documentos, ou seja, é um documento que
veio para enriquecer em termos de acessibilidade da educação.
d) Conferência mundial sobre necessidades educacionais especiais: acesso e qualidade
(1994). Essa conferência constitui um acontecimento de grande-relevo no que tange a
educação para todos, pois foi uma conferência que veio firmar a necessidade de
educação para todos reconhecendo a necessidade da criança de um sistema comum de
educação a todos com necessidades educativas especiais.
e) Declaração de Salamanca: é um documento resultante da conferência acima
mencionada, e constitui um marco histórico internacional no contexto da garantia dos
direitos de pessoas com necessidades educativas especiais e deficiência. Essa
Declaração unifica os princípios, a política e as práticas da integração das pessoas
com necessidades educativas especiais. De uma forma geral é um documento que traz
linhas orientadoras sobre a educação especial e sobre a inclusão de alunos com NEE
em escolas regulares e linhas orientadoras para o tratamento dos mesmos sem
nenhuma descriminação.
f) A convenção de Guatemala (1999): essa convecção defende as pessoas portadoras de
deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que outras
pessoas e que esses direitos, inclusive o direito de não ser submetidas à discriminação
com base na deficiência, emanam da dignidade e da igualdade que são inerentes a
todo ser humano. Essa convecção tem como Objectivo: prevenir e eliminar todas as
formas de discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua
plena integração à sociedade. Essa convecção veio acrescentar e reafirmar a
necessidade de se prevenir e de se eliminar todas as formas de discriminação contra as
pessoas com necessidades especiais e propiciar sua plena integração.
g) Carta do terceiro milênio (1999): esse documento defende a ideia de que os direitos
humanos de cada pessoa, em qualquer sociedade, devem ser reconhecidos e
protegidos. Esse documento também defende a necessidade de criação de condições
iguais para todas as pessoas com deficiência.

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