DEFICIÊNCIA Educação Especial Evolução histórica da Educação Especial: dos primórdios até a Idade Média.
• Veremos as diferentes formas com que as deficiências foram
encaradas nos períodos Antigo e Medieval da História.
• O contexto social e cultural das sociedades sempre foi uma
influência decisiva na concepção e na abordagem das deficiências. Na Antiguidade • Em Roma, na antiguidade, os pais tinham consentimento para sacrificar crianças que nascessem deficientes, que eram tidas como amaldiçoadas pelos deuses. Caso não quisessem o sacrifício, os pais também poderiam deixar as crianças em locais em que famílias plebeias pudessem acolhê-las. Os que sobravam eram expostos como bobos da corte para divertir os nobres e seus convidados em eventos e festas. Esta prática durou até o século XVIII. • Da mesma forma, em Esparta, os deficientes eram lançados de precipícios. Os meninos espartanos que se dedicavam ao treinamento militar em Esparta eram retirados de suas famílias aos sete anos e iniciavam seu treinamento militar. Os deficientes eram sumariamente eliminados.
O Deficiente retratado como bobo
da corte na Idade Média.
O Bufão Sorridente – autor
desconhecido (bobo da corte) Antigo Egito • O estudo das múmias no antigo Egito permitiu saber que os deficientes, especialmente os cegos e os anões, não eram mortos compulsoriamente e empregavam suas vidas em trabalhos artesanais e na atividade agrícola. • Apesar de chocante e visivelmente desumano, o tratamento dado aos deficientes nesta época é fruto da visão do homem e das necessidades militares que possuíam para manter a existência de suas cidades e cuja justificativa era a sobrevivência de toda a sociedade. Cristianismo • Foi no Império Romano que surgiu o cristianismo. A nova doutrina voltava-se para a caridade e o amor entre as pessoas. As classes menos favorecidas sentiram-se acolhidas com essa nova visão.
• O cristianismo combateu, dentre outras práticas, a
eliminação dos filhos nascidos com deficiência. Os cristãos foram perseguidos, porém, alteraram as concepções romanas a partir do século IV. Nesse período é que surgiram os primeiros hospitais de caridade que abrigavam indigentes e pessoas com deficiências. Idade Média • Infelizmente, apesar dos avanços do conceito de deficiências na Antiguidade, houve um retorno da concepção mítica e religiosa durante a Idade Média.
• Nesta época as deficiências eram
predominantemente identificadas à possessão diabólica ou ao castigo divino, e o ser humano foi visto como a encarnação do mal quando não possuía razão ou inteligência. Na Idade Média • No final do século XVI surgiu um embrião de mudança de posição em relação às deficiências: Paracelso, médico e alquimista, recusava que a teoria demonológica fosse a causa das deficiências, atribuindo-lhes problemas físicos como sua causa.
• No século XVII foram elaboradas teorias
organicistas sobre as deficiências sem que nenhum fator místico ou religioso fosse levado em consideração. Com esta concepção, os deficientes não deveriam mais ser punidos, já que as explicações médicas os isentavam de culpa. O estudo da parte inicial da disciplina poderá nos deixar chocados com o que ocorria com os deficientes nas épocas estudadas, mas é de fundamental importância conhecer os caminhos que a humanidade percorreu até chegarmos aos ideais inclusivistas de hoje. Atividade
1- Por que em cada época da história tem-se uma visão diferente
sobre as pessoas com necessidades especiais?
2- Quais são as duas principais formas de agir adotadas no convívio
com as pessoas com deficiência?
3- Com a ética cristã, instalou-se uma ambivalência de sentimentos e
atitudes para com as pessoas com deficiência. Explique esse fenômeno e cite as consequências práticas dele. Referências bibliográficas Alaminos, Cláudia Fundamentos da educação especial: aspectos históricos, legais e filosóficos / Cláudia Alaminos. – Indaial: UNIASSELVI, 2018.