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EDUCAÇÃO INCLUSIVA

PROFESSORA: Ingara Silva


SETEMBRO
VERDE
Para entender a Educação Especial (EE), é necessário conhecer um pouco como se deu o convívio com as pessoas
com necessidades especiais através dos tempos, uma vez que se entende EE como uma forma de ensino que vai
garantir a educação formal aos alunos com necessidades educacionais especiais. Sabemos que muitas pessoas nascem
com algum tipo de deficiência, e outras, por diferentes motivos, tornam-se deficientes ao longo de suas vidas. Dentre
as defi ciências mais conhecidas, temos a deficiência mental, a deficiência física, as deficiências sensoriais – cegueira
e surdez –, as deficiências múltiplas, entre outras. Os romanos, na ANTIGUIDADE, no início da Era Cristã, segundo
SÊNECA, citado por Moisés (1977, p. 14), estabeleciam as seguintes práticas: Nós matamos os cães danados, os
touros ferozes e indomáveis, degolamos as ovelhas doentes com medo que infectem o rebanho, asfixiamos os recém-
nascidos mal constituídos, mesmo as crianças, se forem débeis ou anormais, nós a afogamos: não se trata de ódio,
mas da razão que nos convida a separar das partes sãs aquelas que podem corrompê-las (Sobre a Ira, I). As leis
romanas, àquela época, proibiam a morte intencional de crianças com menos de três anos de idade, exceto no caso de
a criança ter nascido com alguma mutilação ou ser considerada monstruosa. Na Grécia Antiga, o culto ao corpo, à
perfeição e aos ideais atléticos levavam os deficientes a serem sacrificados ou escondidos. Em Esparta, as crianças
com deficiências física ou mental eram consideradas subumanas e, por isso, abandonadas ou eliminadas. Antes do
Cristianismo, havia um certo costume espartano de lançar as crianças defeituosas em um precipício.
Foi na época de D. Pedro II, mais especificamente na década de 50 do século 19, que foram criadas as primeiras
escolas voltadas para alunos com necessidades especiais, mais especificamente os surdos-mudos e os deficientes
visuais. Ainda hoje, uma destas escolas porta o nome de um dos seus mais importantes diretores do passado:
Benjamin Constant.
No entanto, naquele período também foi criado um hospital e uma escola especializados no tratamento de pessoas
com necessidades especiais. Aliás, as pessoas da época não utilizavam este conceito, os especiais eram chamados
de deficientes físicos e mentais. A eles era negada uma educação junto das outras crianças consideradas normais.
Existia um entendimento muito grande do aluno especial como um caso de patologia médica. O quadro muda com
o movimento da Escola Nova, nas décadas de 20 e 30 do século 20. Os professores escolanovistas introduziram os
estudos de psicologia voltados para a educação e trouxeram ainda as novidades dos testes de inteligência, o que foi
faz uma forma de classificar e excluir os alunos considerados atrasados intelectualmente.
Posteriormente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB nº4024/61) previu a integração dos alunos
especiais, nesta época chamados de excepcionais, no sistema geral de ensino e o apoio financeiro do governo à
iniciativa privada que se dispusesse a oferecer ensino para os especiais.
Não surpreende que por volta de 1969, aproximadamente 80 % dos estabelecimentos voltados ao ensino dos
especiais fosse de natureza privada. Mas como se vê, não houve quebra do paradigma, e continuou ocorrendo a
diferenciação entre alunos “normais” e “excepcionais”.
Constituição Federal de 1988 - No inciso III do artigo 208 estabelece que o Estado deve garantir atendimento
especializado aos portadores de deficiência preferencialmente na rede regular de ensino.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 - No inciso III do artigo 4 estabelece o atendimento
especializado gratuito aos alunos com necessidades especiais preferencialmente na rede regular de ensino.
Declaração de Salamanca de 1994 - Dentre outras coisas declara que aqueles com necessidades educacionais
especiais devem ter acesso à escola regular, que deve acomodá-los dentro de uma pedagogia centrada na criança.
Bullying na escola: Xingamentos, agressões, apelidos grosseiros ou o próprio isolamento do colega são considerados
bullying. Esse comportamento não deve ser visto como brincadeira natural da idade ou como algo banal. Quando o
alvo é uma criança com deficiência o caso é ainda pior, pois elas nem sempre têm habilidade física ou emocional para
lidar com as agressões. Esse tipo de comportamento é impulsionado, principalmente pela falta de conhecimento sobre
a deficiência e pelo preconceito trazido de casa.

A educação inclusiva parte da premissa de que a educação é um direito de todos, de acordo com a Constituição
Federal, e tem como base a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que requer a
necessidade de práticas pedagógicas inclusivas e de diferenciação curricular. Promover a diversidade no ambiente
escolar também contribui com o combate ao capacitismo, pois facilita a inclusão e o respeito à individualidade dos
alunos com suas características particulares.

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