e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 1996. Maria Angélica Cardoso Pedagoga, especialista em Formação Docente pela UNIDERP, mestre em Educação pela UFMS, doutoranda em Filosofia e História da Educação pela UNICAMP
1 Atendimento Educacional aos Portadores de Deficiência
A defesa da cidadania e do direito à educação das pessoas portadoras
de deficiências teve início em meados do século XX. Até o século XVIII, as noções de deficiência eram basicamente ligadas ao misticismo e ao ocultismo. A falta de conhecimentos em muito contribuiu para que as pessoas portadoras fossem marginalizadas. Por outro lado, o consenso social, fundamentado na ideia de que a condição de “deficiente” era imutável, levou à completa omissão da sociedade em relação à organização de serviços para atender às necessidades individuais específicas destas pessoas. Os primeiros movimentos pelo atendimento aos deficientes a se concretizarem em medidas educacionais ocorreram na Europa, se expandindo para os Estados Unidos e Canadá e, posteriormente, para outros países, inclusive o Brasil.
Quanto à Educação de Deficientes, constata-se que a primeira obra –
Redação das Letras e Arte de Ensinar aos Mudos a Falar (1620) – foi de Jean- Paul Bonet, na França. A primeira instituição especializada foi para a educação de “surdos-mudos”, fundada em 1770, pelo abade Charles M. Eppée, que inventou o método de sinais; sua obra escrita mais importante foi publicada em 1776: A Verdadeira Maneira de Instruir os Surdos-Mudos. O inglês Thomas Braiddwood e o alemão Samuel Heinecke, inspirados em Eppée, fundaram institutos de educação para “surdos-mudos” em seus respectivos países. Heinecke inventou o método chamado oral para ensinar os “surdos-mudos” aler e falar mediante movimentos labiais, hoje denominados leitura labial ou orofacial. No atendimento aos deficientes da visão destaca-se o papel de Valentin Haüy, que fundou, em 1784, o Instituto Nacional de Jovens Cegos, em Paris, já usando letras em relevo para o ensino de cegos. Em 1819, o oficial francês Charles Barbier apresentou uma sugestão ao Instituto: um processo de escrita próprio para transmissão de mensagens no campo de batalhas, à noite. Em 1829, Louis Braille, estudante do Instituto, fez a adaptação do código militar para as necessidades dos cegos, inicialmente denominada de sonografia, atualmente braile. A primeira escola para cegos subsidiada pelo Estado foi fundada em 1837.
A educação dos portadores de deficiência física teve início em 1832, em
Munique, Alemanha. Também nessa época teve início o atendimento educacional aos “deficientes mentais”. O médico Jean Marc Itard mostrou a educabilidade de um idiota chamado “selvagem de Aveyron”. O trabalho de Itard mostra a eficácia da instrução individual, da programação sistemática de experiências de aprendizagem e da motivação e recompensa. Edward Seguin, aluno de Itard, desenvolveu uma técnica neurofisiológica, acreditando que o sistema nervoso deficiente dos retardos poderia ser reeducado pelo treinamento motor e sensorial. Para tanto desenvolveu amplos materiais didáticos para que os professores seguissem seus processos de treinamento sistemático. Johann J. Guggenbühl tornou-se famoso por seu trabalho com retardados mentais severos, baseado na combinação de tratamento médico e educacional, focalizando exercícios de treinamento sensorial. Outra importante educadora foi Maria Montessori, médica italiana que aprimorou os processos de Itard e Seguin. Montessori enfatizou a autoeducação pelo uso de materiais didáticos como blocos, encaixes, recortes, objetos coloridos, letras em relevo e definiu dez regras básicas para educação de crianças, quais sejam: 1) ascrianças precisam ser tratadas de modo diferente dos adultos; 2) a aprendizagem vem de dentro e é espontânea; 3) as crianças têm necessidade de ambiente infantil; 4) elas amam a ordem; 5) devem ter liberdade de escolha; 6) amam o silêncio; 7) elas preferem trabalhar a brincar; 8) amam a repetição; 9) as crianças têm senso de dignidade pessoal, portanto não fazemexatamente o que mandarmos; 10) elas utilizam o meio que as cerca para aperfeiçoar-se. Na Europa, destaca-se ainda Alice Descoeudres que elaborou uma proposta curricular para os retardados mentais leves. Para ela, as atividades educativas deveriam ser desenvolvidas em ambiente natural, mediante instrução individual e grupal, focalizando deficiências sensoriais e cognitivas.
Em 1896, as escolas residenciais deixaram de ser consideradas
instituições apropriadas para a educação do deficiente mental, começando a se desenvolver os programas de externato ou classes especiais diárias. Por volta de 1940, começaram a surgir as associações organizadas por pais de crianças portadoras de deficiências, por exemplo, a NARC (National Association for Retarded Children) que exerceu grande influência em vários países, sendo a inspiradora, no Brasil, da criação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE.
2 História da Educação Especial no Brasil
A inclusão da educação de deficientes ou da educação especial napolítica
educacional brasileira ocorreu somente no final dos anos 50 e início dos anos 60 do século XX.
O primeiro período, de 1854 a 1956, que se caracterizou por iniciativas
oficiais e particulares isoladas teve início com o Decreto Imperial nº 1.428, de 12/09/1854, assinado por D. Pedro II, criando o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, na cidade do Rio de Janeiro. Em 1891, sua denominação foi mudada para Instituto Benjamin Constant (IBC). Foi, ainda, D. Pedro II quem assinou a lei 839 de 26/09/1857, fundando o Imperial Instituto de Surdos- Mudos que, em 1957, passou a denominar-se Instituto Nacional de Educação de Surdos-Mudos – INES. Desde o início a escola voltou-se para a “educação literária e o ensino profissionalizante” de meninos entre 7 e 14 anos. Em ambos os institutos foram instaladas oficinas de aprendizagem: tipografia e encadernação para meninos cegos, e tricô para as meninas; sapataria, encadernação, pautação e douração para meninos surdos. Embora tenha sido uma medida precária o IBC e o INES abriram a discussão da educação dos portadores de deficiência no I Congresso de Instrução Pública, em 1883. Até 1959 havia 54 estabelecimentos de ensino regular e 11 instituições especializadas. Das quais o autor destaca:
O Instituto Benjamin Constant: editou, em 1942, em braile a Revista
Brasileira para Cegos. Em 1947, realizou o I Curso de Formação para Professores na Didática de Cegos.
O Instituto de Cegos Padre Chico (1928): atende crianças deficientes
visuais, mantendo uma escola de 1º grau, cursos de artes industriais, educação para o lar, datilografia, música, orientação, mobilidade e presta serviços de assistência médica, dentária e alimentar.
A Fundação para o Livro do Cego no Brasil (1946): além de produzir
e distribuir livros em braile, ampliou suas atividades no campo da educação, reabilitação e bem-estar social das pessoas cegas e portadoras de visão subnormal.
O Instituto Santa Terezinha (1929): atendia, em regime de internato,
meninas portadoras de deficiência auditiva. A partir de 1979 passou a externato, atendendo meninas e meninos, iniciando o trabalho de integração de alunos deficientes auditivos no ensino regular.
A Escola Municipal de Educação Infantil e de 1º Grau para Deficientes
Auditivos Helen Keller (1951): foi o primeiro Núcleo Educacional para Crianças Surdas.
O Instituto Educacional São Paulo (1954): em 1969 foi doado à
Fundação São Paulo/PUCSP. Especializado no ensino de surdos-mudos, além de atender em regime escolar, atende, também, em regime de clínica, crianças e adultos com distúrbios de comunicação.
A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo: tecnicamente funcionava
como classes hospitalares nas quais cada professora tinham uma programação de atendimento individualizado aos deficientes físicos que eram alunos/pacientes do hospital.
O Lar Escola São Francisco (1943): importante instituição particular
especializada na reabilitação de deficientes físicos.
A Associação de Assistência à Criança Defeituosa (1950): instituição
particular especializada no atendimento a deficientes físicos não sensoriais. Além de uma importante atuação junto às escolas públicas mantém, em seu Centro, um setor escolar que complementa o atendimento de pacientes da reabilitação que se encontram em idade escolar.
O Instituto Pestalozzi de Canoas (1926): especializado no atendimento
de deficientes mentais. Introduziu a concepção da “ortopedagogia das escolas auxiliares” europeias. Também foram criadas as Sociedades Pestalozzi de MG (1935), do RJ (1948) e de SP (1952).
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – cujo
objetivo é cuidar dos problemas relacionados com o deficiente mental. A primeira Associação foi fundada, em 1954, no RJ; em 1961, a APAE de São Paulo. Atualmente são mais de 1.200 APAEs no país.
O segundo período, 1957 a 1993, foi marcado pelas iniciativas oficiais
de âmbito nacional. O atendimento educacional foi assumido pelo governo federal, com a criação de campanhas. A primeira foi a Campanha para a Educação do Surdo Brasileiro, instalada no INES. Em 1958, foi criada a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes da Visão, vinculada ao IBC. Em 1960 ela deixou de ser vinculada ao IBC e com a denominação de Campanha Nacional de Educação de Cegos passou a subordinar-se ao Gabinete do MEC. Em 1960 foi instituída a Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais – CADEME – liderada pela Sociedade Pestalozzi e APAE/RJ.
Após a aprovação da lei nº 5.692/71 que previa “tratamento especial aos
excepcionais” numerosas ações começaram a se desenvolver com vistas à implantação das novas diretrizes. Um Grupo-Tarefa de Educação Especial foi constituído para elaborar o Projeto Prioritário nº 35, cujos resultados contribuíram para a criação, no MEC, de um órgão central responsável pelo atendimento dos excepcionais no Brasil, o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP (1973) – com a “finalidade de planejar, coordenar e promover o desenvolvimento da Educação Especial no período pré-escolar, nos ensinos de 1º e 2º grau, superior e supletivo, para os deficientes da visão, da audição, mentais, físicos, portadores de deficiências múltiplas, educandos com problemas de conduta e os superdotados”. Em 1986, o órgão foi transformado na Secretaria de Educação Especial – SESPE. Uma reestruturação do MEC, ocorrida em 1990, extinguiu a SESPE, passando as atribuições relativas à Educação Especial para a Secretaria Nacional de Educação Básica – SENEB – ficando como órgão responsável o Departamento de Educação Supletiva e Especial – DESE – especificamente a Coordenação de Educação Especial. Caberia a esses órgãos, dentre outras funções, “sugerir a política de formação e valorização do magistério para a educação especial” e “subsidiar a formulação de políticas, diretrizes, estratégias e critérios para o desenvolvimento do ensino supletivo e especial e apoiar as ações necessárias à sua definição, implementação e avaliação”.
Após descrever a trajetória da Educação Especial o autor salienta que
as iniciativas governamentais apareceram em um momento político tipicamente populista; que antes, durante e depois da ditadura militar observa-se a continuidade de certos grupos na condução da política de Educação Especial; e que os pais têm sido uma importante força para as mudanças no atendimento aos portadores de deficiências. Recentemente registram-se os movimentos de portadores de deficiências que levam suas necessidades ao conhecimento dos órgãos governamentais em todos os níveis da organização social. Na área da educação ainda não são tão objetivos os resultados, mas em reabilitação, seguridade social, trabalho e transporte, eles são bem visíveis.
3 Política Nacional de Educação Especial
Inicialmente o autor aborda a legislação e as normas de 1961 a 1971.
A LDBEN nº 4.024/61 reafirma o direito dos excepcionais à educação, indicando em seu Artigo 88 que, para integrá-los na comunidade, sua educação deverá, dentro do possível, enquadrar-se no sistema geral de educação. No Artigo 89, há um compromisso explícito dos Poderes Públicos de dispensar “tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções” à iniciativa privada, relativa à educação de excepcionais, considerada eficiente pelos Conselhos Estaduais de Educação. Conforme Mazzotta, nesse compromisso não fica esclarecida a ocorrência da educação de excepcionais, o que causou uma série de implicações políticas, técnicas e legais, uma vez que quaisquer serviços de atendimento educacional, escolar ou não, tornavam-se elegíveis ao tratamento especial.
A Lei nº 5.692/71, com a redação alterada pela Lei nº 7.044/82, assegura,
no artigo 9º, “tratamento especial aos alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”. Esclarecendo esse Artigo, o conselheiro Valnir Chagas diz que “tratamento especial de formanenhuma dispensa o tratamento regular em tudo o que deixe de referir-se à excepcionalidade”. Para o autor, no pronunciamento de Chagas está patenteada uma abordagem de “tratamento especial” como medida integrante de uma política educacional, entendendo a “educação de excepcionais” como uma “linha de escolarização”, portanto, como de educação escolar.
A análise da legislação e das normas de 1972 a 1985 inicia com os
artigos da Constituição de 1967, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 1 de 17/10/1967 e o Artigo Único da Emenda Constitucional nº 12 de 17/10/1978 que definem, quanto à educação especial, que a educação é direito de todos e dever do Estado, devendo ser dada no lar e na escola; obrigatoriamente cada sistema de ensino terá serviços de assistência educacional que assegurem, aos alunos necessitados, condições de eficiência escolar; o Artigo Único assegura a gratuidade, assistência, reabilitação e reinserção na vida econômica e social; proíbe a discriminação e obriga edifícios e logradouros públicos a ter acessibilidade.
Em 1977, pela Portaria Interministerial nº 477, de 11/08, o MEC e o
Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS – estabeleceram diretrizes para a ação básica integrada. Destacaram-se os objetivos de “ampliar oportunidades de atendimento especializado, de natureza médico-psicossocial e educacional para excepcionais, a fim de possibilitar sua integração social” e “propiciar continuidade de atendimento a excepcionais, através de serviço especializado de reabilitação e educação” prestado por órgãos e entidades ligados ao CENESP/MEC e aos serviços especializados de reabilitação da fundação Legião da Boa Vontade – LBA/MPAS e aos serviços de saúde da Previdência Social – INPS/MPAS. O atendimento educacional do excepcional, como competência “do MEC através do CENESP, em ação integrada com outros órgãos do setor da educação, é caracterizado como seguindo uma linha preventiva e corretiva”.
A Portaria nº 186 estabelece que o atendimento educacional do
excepcional seja prestado em estabelecimentos dos sistemas de ensino, via regular, cursos e exames supletivos adaptados, em Instituições Especializadas ou simultaneamente em mais de um tipo de serviço, recomendando que “sempre que possível, as classes especiais deverão ser orientadas por professor especializado”. A crítica do autor se dirige a três pontos: o sentido clínico e/ou terapêutico atribuído à educação especial continua lhe atribuindoum caráter preventivo/corretivo e não pedagógico ou escolar, e não há uma exigência de professor especializado para as classes especiais. O terceiro ponto é a indefinição quanto ao conceito de educação especial e a quem ela se destina, gerando ambiguidades, controvérsias e incoerências que desfiguram qualquer política de serviços.
Continuando a análise da legislação e das normas – 1986 a 1993 – tem-
se a Portaria CENESP/MEC nº 69/1986 que define normas para a prestação de apoio técnico e/ou financeiro à Educação Especial nos sistemas de ensino público e particular. Para o autor, o avanço desta Portaria foi que a Educação Especial passou a ser entendida como parte integrante da Educação visando o desenvolvimento pleno do “educando com necessidades especiais”. Por outro lado, a Portaria resguarda a abrangência maior de repasses financeiros às instituições e entidades particulares.
Em 1988 foi promulgada a Nova Constituição Federal. A análise do autor
revela que além do ensino fundamental de caráter obrigatório e gratuito para todos, a Nova Constituição coloca, como dever do Estado, o oferecimento de programas suplementares necessários ao atendimento do educando neste nível de escolarização. Também é assegurado, preferencialmente na rede regular de ensino, o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências.
Conforme Mazzotta, na Constituição de 1988 podem estar presentes,
por um lado, uma visão dinâmica ou não linear da relação entre o portador de deficiência e a educação escolar e, por outro, uma visão estática. Na visão dinâmica, a relação contém as noções de tempo, mudança e flutuação e entende que as várias alternativas são extensivas ao atendimento educacional dos portadores de deficiências. Na visão estática, a relação defendida será de que ao educando portador de deficiência caberá uma educação especial e ao educando normal, a educação regular.
A Lei nº 7.853/1989 estabelece normas gerais para o exercício dosdireitos
individuais e sociais dos portadores de deficiências. Em seu Artigo 2º estabelece a inclusão da educação especial no sistema educacional. No ano seguinte a Lei 8.069/1990 estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA que reafirma o direito da criança e do adolescente portadores de deficiências a receberem atendimento especializado, sendo o educacional, dever do Estado. O ECA introduz três princípios criadores de uma nova condição para a melhoria do padrão de vida dos brasileiros: respeito às peculiaridades da condição social, econômica e ambiental; participação dapopulação na formulação das políticas assistenciais; e cidadania da criança edo adolescente, entendida como o poder de fazer valer a sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Em 1991, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE – edita a Resolução 01/91 que condiciona o repasse do salário-educação à aplicação, pelos Estados e municípios, de pelo menos 8% dos recursos educacionais no ensino especial.
Em 1992, o MEC destinou recursos específicos para Educação Especial,
entretanto, o presidente Collor de Mello alterou a proposta, retirando verbas destinadas à educação especial, à erradicação do analfabetismo e à universalização do ensino fundamental. O Projeto de Lei nº 101, de 1993 [atual LDB 9.394/96] que fixa asDiretrizes e Bases da Educação Nacional trata a Educação Especial no capítulo XIV, no qual o autor destaca: a definição dos portadores de deficiência, superdotados e portadores de necessidades especiais como clientela que demanda Educação Especial; situa a Educação Especial como modalidade de educação escolar; reitera a preferência ao ensino regular para todos os educandos que requerem atendimento especializado; caracteriza as instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas, que atuam na Educação Especial; define as instituições privadas confessionais, comunitárias ou filantrópicas, incluindo-as no sistema de ensino somente quando tiverem objetivos educacionais; destaca dentre as garantias didáticas diferenciadas, o currículo, o desenvolvimento do currículo e a qualificação dos professores.Para o autor, em qualquer forma de organização da educação escolar o professor é o elemento fundamental, portanto, “garantir uma posição social e intelectual convincente com responsabilidade pública do professor, constitui condição fundamental para que o país possa ter uma escola que seja uma agência de construção da cidadania”.
Analisando os Planos Nacionais de Educação de 1962 a 1971, Mazzotta
lembra que o primeiro Plano Nacional de Educação – PNE – (1962) traçava normas para a distribuição dos fundos para o ensino primário, médio e superior, não se caracterizando, portanto, como um plano de diretrizes para educação. Por esse plano foram destinados 5% dos recursos do Fundo Nacional de Ensino Primário para a educação de excepcionais e bolsas de estudos, preferencialmente, para assistir crianças deficientes de qualquer natureza.
No período dos governos militares – 1964 a 1975 – a principal diretriz do
processo de desenvolvimento global foi o crescimento econômico. Consequentemente, a educação, um dos componentes do universo social, foi prejudicada por essa orientação geral.
Entre 1972 e 1985, o Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento – I
PND – (1972/74) apontava como diretrizes da educação especial a integração e a racionalização, bem como definia duas grandes linhas de programação: expansão das oportunidades de atendimento educacional e apoio técnico para que se ministre a educação especial.
Em 1977, o MEC elabora o I Plano Nacional de Educação Especial para o
triênio 77/79. As diretrizes que o nortearam foram: ação de extensão do acesso à educação; ação otimizadora; ação preventiva; ação de aperfeiçoamento; e a ação continuada (educação permanente). Os recursos financeiros previam 58,7% para as instituições privadas e 14,4% para os sistemas estaduais de ensino. A capacitação de recursos humanos abrangia sete metas: especialização e atualização da equipe técnica do CENESP; das equipes técnicas das secretarias de educação; especialização de pessoal docente para a universidade; criação de cursos de licenciatura na área de educação especial; especialização, aperfeiçoamento e atualização de pessoal docente que atua na Educação Especial; de pessoal técnico; atualização de professores de classes comuns. Conforme Mazzotta, a concentração de recursos financeiros na realização de cursos formação de alto nível para técnicos dos órgãos centrais pode ser interpretada como evidência da centralização do poder de normatização e execução, além de um possível sentido de premiação. Por outro lado, não há qualquer evidência depreocupação com a avaliação dos resultados de tais investimentos.
Em 1980 foi e instituído o Plano de Ação da Comissão do Ano
Internacional das Pessoas Deficientes – AIPD – cujos objetivos eram: conscientização, prevenção, educação especial, reabilitação, capacitação profissional e acesso ao trabalho, remoção de barreiras arquitetônicas e legislação.
Em outubro de 1985, já na Nova República, o CENESP-MEC elabora o
plano intitulado Educação Especial – Nova Proposta, delineando alguns problemas básicos da educação especial: ausência de dados censitários que caracterizem a demanda da educação especial; desequilíbrio entre a demanda e a oferta das oportunidades educacionais; desigualdade na proporção do atendimento às diferentes categorias de educandos especiais; ausência de uma política de atendimento à pessoa adulta com deficiência, à pessoa portadora de deficiência mental profunda e a portadores de deficiências múltiplas; concentração do atendimento na faixa etária dos 7 aos 14 anos; limitação da participação da sociedade em geral na busca de soluções para os problemas da educação especial. O objetivo primordial da nova proposta refere- se à universalização da educação especial, através da democratização do ensino. Seus princípios norteadores são: participação, integração, normalização, interiorização e simplificação.
Continuando o estudo dos Planos Nacionais – 1986 a 1993, Mazzotta
analisa o I PND (1986) da Nova República, cuja principal diretriz para educação foi “assegurar o acesso, a todos, ao ensino de boa qualidade, notadamente o básico, enquanto direito social”. No mesmo o ano, o presidente José Sarney instituiu a Coordenadoria para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE – cuja principal função era “traçar uma política de ação conjunta, destinada a aprimorar a educação especial e a integrar, na sociedade, as pessoas portadoras de deficiência, problemas de conduta e superdotados”. O Plano Nacional de Ação Conjunta para a Integração da Pessoa Deficiente foi estruturado tendo por objetivo implantar uma “política nacional para integração da pessoa portadora de deficiência”. Foi composto por quatro programas de ação: conscientização; prevenção de deficiências; atendimento às pessoas portadoras de deficiências; inserção das pessoas portadoras de deficiência no mercado de trabalho.
Em 1990, a Coordenação de Educação Especial do Departamento de
Educação Supletiva e Especial elabora a Proposta do Grupo de Trabalho instituída pela Portaria nº 6 de 22/08/1990. O objetivo foi o de “coordenar e promover a operacionalização das diretrizes básicas que norteiam o atendimento educacional dos educandos que apresentam necessidade educativa especial.” Com isso “o MEC começa a encarar, pela primeira vez, a educação especial inserida no contexto global da proposta de educação para todos”. Contudo, Mazzota julga importante destacar a visão reducionista da Educação Especial, uma vez que esta é circunscrita a uma questão de metodologia de ensino.
O Grupo de Trabalho propôs as seguintes linhas básicas de ação a serem
implementadas pelas Unidades Federadas: a) instrumentalização dos sistemas de ensino para viabilizarem o processo de integração do atendimento educacional; b) redimensionamento do processo de integração da educação especial no âmbito dos sistemas de ensino; c) institucionalização de mecanismos para a definição da clientela; d) institucionalização, nos sistemas de ensino, do atendimento educacional aos educandos que apresentam algum tipo de necessidade educativa especial, temporária ou permanente.
Na sequência dos planos educacionais tem-se o Programa Setorial de
Ação do governo Collor na área de Educação – 1991/1995. Aí são destacados sete sub itens e nenhum deles contempla, de forma explícita, a educação básica ou o ensino fundamental no âmbito da educação especial. Os aspectos abrangidos são: ações comunitárias voltadas para prevenção e desenvolvimento infantil; informática na educação especial; informações sobre educação especial e reabilitação; apoio à pesquisa sobre educação especial; apoio financeiro às instituições comunitárias; apoio técnico e/ou financeiro para oficinas pedagógicas e pré profissionalização; ações específicas para crianças de zero a seis anos e jovens de 7 a 14 anos.
Em 1992, a CORDE define a Política Nacional de Integração da Pessoa
Portadora de Deficiência, norteando-se, também, pelos princípios de normalização, integração, individualização, simplificação e interiorização. O preconceito e a gravidade dos problemas sociais que atingem a sociedade brasileira são apresentados como as maiores dificuldades no processo de integração. Constam, ainda, como dificuldades à integração: a desinformação; a insuficiência de informações atualizadas; as atitudes de muitos portadores de deficiência; as reações de negação à deficiência ou de superproteção por parte das famílias; um assistencialismo protecionista; a falta de análise crítica e reflexiva acerca da integração envolvendo técnicos e portadores de deficiência; a insuficiência de ações coordenadas dos serviços disponíveis; as ambiguidades na interpretação de textos dos documentos legais referentes aos portadores de deficiência; a morosidade nas ações de vários órgãos governamentais; carência de recursos financeiros e materiais destinados ao atendimento nas áreas de saúde, educação e trabalho; e a insuficiência de recursos humanos devidamente qualificados para seu atendimento. Dentre as ações estratégicas para a área de educação destacam-se: formar e treinar multiplicadores para atendimento educacional especializado; reciclagem de professores do sistema regular de ensino, nos níveis estadual e municipal; estimular a formação de professores reabilitadores e educadores infantis; fomentar a implementação de serviços de apoio aos educandos com necessidades especiais; promover especialização de professores para funções de professor consultor e professor itinerante; implantar salas de recursos de apoio a portadores de necessidades especiais; difundir informações sobre portadores de deficiências; adequar os programas de capacitação profissional às especificidades do portador de deficiência em articulação com as organizações públicas representativas; estimular a pesquisa e as investigações científicas que contribuam para o conhecimento e combate, tanto das causas quanto dos efeitos, eficaz das deficiências.
Ainda em 1992, o Departamento de Educação Supletiva e Especial do
MEC definiu as seguintes ações prioritárias para 199/93: promoção e apoio ao desenvolvimento de programas e projetos de capacitação de recursoshumanos na área de Educação Especial; apoio técnico e financeiro aos sistemas estaduais e municipais e instituições filantrópicas; implantação gradativa de serviço de atendimento a crianças de zero a seis anos com necessidades especiais; conscientização da comunidade sobre os direitos do atendimento educacional especializado aos portadores de necessidades especiais; articulação com órgãos governamentais e não governamentais para o aperfeiçoamento da Educação Especial, desde a pré-escola até a profissionalização, tendo como referência a integração ao sistema regular de ensino; publicação e divulgação da Revista Integração e outros materiais que venham subsidiar o desenvolvimento da Educação Especial; apoio às inovações educacionais da área de Educação Especial.
Outro documento oficial analisado é a Proposta de Inclusão de Itens ou
Disciplinas acerca dos Portadores de Necessidades Especiais nos Currículos dos Cursos de Segundo e Terceiro Graus, cuja finalidade foi oferecer subsídios à ação do Conselho Federal de Educação para a revisão dos currículos dos cursos de formação de educadores e outros profissionais que atuam com pessoas portadoras de deficiências. O Plano Decenal de Educação para Todos, elaborado pelo Ministério da Educação e do Desporto, em 1993, tendo como cerne “o imperativo de universalização com qualidade, [...] com a consequente erradicação do analfabetismo” incluiu os portadores de deficiência como um dos segmentos, da clientela escolar, merecedores de “atenção especial nos esforços para o alcance da universalização com qualidade e equidade”.
Outro importante documento oficial foi elaborado pela Secretaria de
Educação Especial e publicado em 1993 estabelecendo a Política Nacional de Educação Especial – PNEE. Tal política visa “garantir o atendimento educacional do aluno portador de necessidades especiais” e espera que, até o final do século, o número de alunos atendidos cresça em pelo menos 25%, o que ainda será muito pouco face à demanda. Para Mazzotta, esta Política conceitua a Educação Especial sob uma visão estática, compreendendo uma relação direta e necessária entre o portador de deficiência, condutas típicas ou de altas habilidades e a Educação Especial. Tal postura é contrária à proposta de integração, tão decantada nos textos oficiais federais. Além da visão estática, uma visão reducionista restringe o trabalho educacional aos procedimentos didáticos, esquecendo-se dos demais aspectos envolvidos na organização do ensino. Mazzota considera “questionável que tais políticas têm propiciado melhoria do atendimento educacional prestado no Brasil”.
Contudo, a política nacional de Educação Especial constitui umimportante
avanço em direção à compreensão da educação especial no contexto da educação geral, inclusive escolar. Todavia, o caráter assistencial e terapêutico coloca a Educação Especial como uma transição entre a assistência aos deficientes e a educação escolar. Para o autor, as principais tendências que caracterizam tais políticas em âmbito nacional, até 1990, são: centralização do poder de decisão e execução; atuação marcadamente terapêutica e assistencial, ao invés de educacional; ênfase ao atendimento segregado realizada por instituições especializadas particulares.
Mazzotta destaca alguns pontos que considera importantes para a
construção da política nacional de educação especial: não ficar preso a estruturas e concepções do passado, mas incorporá-las na construção do novo; participação da coletividade na elaboração de leis, dos planos educacionais e das políticas sociais; as expressões e termos empregados devem refletir com clareza sua significação; elaborar um estudo cuidadoso de critérios e mecanismos para a aplicação de recursos públicos; dimensionar apropriadamente os vários aspectos da educação especial em relação às diversidades regionais, nos múltiplos fatores que definem a demanda e oferta de atendimento especializado.
A partir de 1990, alguns indicadores apontam a busca de interpretação
da Educação Especial como educação escolar, inserida no contexto global. Por outro lado, a legislação e os planos nacionais relativos à educação geral evidenciaram uma gradativa evolução ao contemplar os direitos à educação dos portadores de deficiência. Tais iniciativas sugerem certa mudança na postura administrativa do MEC, buscando diminuir a centralização e ampliar a participação nas decisões políticas sobre Educação Especial.
4 Políticas Estaduais e Municipais de Educação do Portador de
Deficiência
Após a Constituição de 1988 que assegurou algumas garantias aos
portadores de deficiências, em 1989 foi a vez de os Estados reescreverem suas constituições, das quais o autor apresenta um levantamento do que foi contemplado como garantias especiais para os portadores de deficiências no campo da educação.
Tomando como ponto de referência o Artigo 208 da CF, que assegura
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino, Mazzotta analisa as informações estaduais disponíveis, constatando a reprodução do Artigo 208 da CF em todas as Constituições estaduais. Alguns Estados contemplaram outros aspectos em suas Constituições: como garantia de serviços especializados aos superdotados; às crianças portadoras de deficiências em pré-escola; serviços de estimulação precoce e profissionalização; medidas de prevenção de deficiências (especialmente deficiência visual); serviços de apoio governamental às instituições privadas; formação de docentes no ensino médio para a educação especial (SP); introdução de intérpretes para deficientes auditivos (RJ); bibliotecas públicas com centros de informação sobre deficiências e acervo em braile (CE); realização de campanhas anuais (CE); internação hospitalar por mais de um ano para portadores de deficiências (ES). Alguns desses aspectos não se relacionam com a educação propriamente, mas se configuram como culturais, sociais, assistenciais e médicos.
A Educação Especial como política educacional do Estado de São
Paulo teve início em 1917 com a lei 1.879 que criou a primeira “escola de anormais”. Já em 1933, sob a influência do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, foi criado o Código de Educação do Estado de São Paulo.Nele a Educação Especial foi incluída no contexto da educação geral, no âmbito da educação pública. Sua realização far-se-ia mediante nove tipos de escolas autônomas e, também, com a alternativa de classes especiais integradas aos grupos escolares. Para o atendimento à Educação Especial foi definido como pré-requisito que o candidato fosse normalista. Conforme Mazzotta, embora definida como educação escolar, a educação especializada revela um caráter médico pedagógico tanto nas escolas especializadas autônomas quanto nas classes especiais.
Para atendimento dos portadores de deficiências no Estado de SP foram
criadas: a Secção de Higiene Mental Escolar (1938) que deveria organizar a assistência médico pedagógica aos débeis mentais e promover a preparação e o aperfeiçoamento de técnicos especializados; as Classes Braille (1953) nos cursos pré-primário, primário, secundário e de formação profissional em geral, regidas por professores especialistas; instalação de classes noturnas (1956) para adolescentes e adultos deficientes visuais.
Em 1960, a Lei 5.991 estabelece que o ensino de cegos e de amblíopes
deveria ser promovido pelo Poder Executivo, sob cinco modalidades de recursos escolares: classe Braille; de conservação da vista, para amblíopes; de ajustamento; classes especiais; e ensino itinerante. A educação de deficientes auditivos e da fala ficou a cargo do Serviço de Educação dos Surdos-Mudos, criado em 1958; no mesmo ano foram instaladas classes especiais para a educação de deficientes mentais educáveis; a educação dos deficientes audiovisuais e das crianças mongoloides ficou sob o controle do Setor de Educação e Assistência aos Deficientes Audiovisuais (1964) e do Serviço de Educação e Readaptação de Crianças Mongoloides (1964). Em qualquer caso, era exigida a habilitação na especialidade para que os professores pudessem assumir a regência em qualquer modalidade da educação especial.
5 Conclusão
Conforme o autor, ficou amplamente demonstrado a incoerência entre os
princípios definidos nos textos legais e as propostas consubstanciadas nos planos oficiais. Tal incoerência evidencia a ausência de uma política nacionalde Educação Especial. Enquanto o Conselho Federal de Educação, em 1972, entendia Educação Especial como linha de escolarização, o órgão específico do MEC a interpretou como uma linha de atendimento assistencial e terapêutico ao invés de educacional e escolar. O sentido clínico e/ou terapêutico atribuído à Educação Especial norteou todas as decisões e ações centralizadas do MEC.
Entre 1974 e 1981 houve uma manutenção dos índices de atendimento
público e particular, sendo um número maior de alunos atendidos em escolas públicas. Predominou o atendimento segregado em instituições especializadas. No período de 1974 a 1978 constata-se, conforme o autor, o crescimento do número de matrículas no ensino regular. Embora pequeno, esse crescimento pode estar refletindo ligeira mudança, no enfoque de educação especial, no sentido da integração no ensino comum.
O Estado de São Paulo, desde o Código de Educação de 1968 e o Plano
de 1970-1971 deixa clara sua opção pelo atendimento integrado no regime comum do ensino, sem desconsiderar o regime especial de ensino para os alunos que não puderem se beneficiar dos recursos integrados. No Rio de Janeiro, a educação especial foi tratada superficialmente, sem uma definição clara de seu papel. O estudo realizado por Mazzotta apontou, também, a necessidade de uma definição objetiva do compromisso governamental para com a educação dos alunos portadores de deficiência, no contexto de sua política educacional. Nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal), falta uma definição clara e precisa do atendimento educacional dos portadores de deficiência. Inicialmente esse atendimento teve caráter assistencial, buscando proporcionar conforto e bem-estar. A seguir, surgiram medidas preventivas e curativas que acabaram por conduzir ao atendimento educacional em organizações assistenciais e terapêuticas. É o chamado atendimento médico pedagógico. Aos poucos o atendimento passou a ocorrer também em instituições educacionais específicas, e as escolas, caracterizando-se como educação propriamente dita, integrando-se no sistema de ensino.
Para Mazzotta, a condição fundamental para o desenvolvimento da
educação dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais é sua caracterização como educação formal, seja com um processo integrante de serviços de habilitação, reabilitação ou educação escolar. Conforme o autor, ficou demonstrado em seu trabalho que, até 1990, as políticas de Educação Especial refletiram o sentido assistencial terapêutico atribuído à educação especial pelo MEC. A partir de 1990, surgem indicadores da busca de interpretação da Educação Especial com modalidade de ensino. Entretanto, é preciso salientar que as principais propostas e planos se mantêm numa abordagem reducionista, interpretando a Educação Especial como questão meramente metodológica ou de procedimentos didáticos. Nesse sentido, lembra o autor, a Educação Especial não deve ser entendida como simples instância preparadora para o ensino comum.
É preciso rever as políticas públicas de educação considerando, também,
os avanços da ciência e da tecnologia que favorecem e facilitam o desenvolvimento da educação e da vida dos portadores de deficiência.
Outra questão evidenciada é que, enquanto na legislação e planos
nacionais de educação mais recentes, está presente uma visão dinâmica da relação entre os educandos e o sistema de ensino, nos textos legais, planos educacionais e documentos específicos de Educação Especial, observam-se a presença de uma visão estática.
Para o autor o mais importante ao se definir uma política nacional é a coerência
entre os princípios gerais definidos nos textos legais e técnicos e os planos de propostas para implementação de tais princípios. Assim, é no contexto daeducação geral que devem estar presentes os princípios e as propostas que definem a política de Educação Especial