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CONTRIBUIÇÕES DE HELENA ANTIPOFF

BIOGRAFIA DE HELENA ANTIPOFF


Filha de Sofia Constantinovna e de Wladimir Vassilevtch Antipoff um militar (de
alta patente), Helena Antipoff nasceu em 1892 na cidade de Grodno ,na Rússia.
Helena Antipoff sempre estudou em colégios de educação internacional devido a
origem aristocrática de sua mãe Mudou-se para Paris (França) com a mãe e irmãos,
devido a separação dos pais.

Estudou no College de France onde formou-se em Psicologia. Começou a


trabalhar no Instituto de Ciências da Educação e no Instituto Jean Jacques
Rousseau em Genebra. Helena Antipoff retornou a Rússia em 1916 para reencontrar
o pai que havia se ferido na Primeira Grande Guerra. Presenciou diversos fatos
históricos da Revolução Russa.

Em Viatka e em São Petersburgo cidade onde viveu grande parte de sua


infância, trabalhou em estações médico-pedagógicas com adolescentes
abandonados, os quais eram chamados de jovens delinquentes.

Foi casada com o jornalista e escritor russo Viktor Iretsky, que foi perseguido
pelo governo russo devido as suas ideias literárias que incomodavam e eram tidas
como nocivas para a sociedade russa. Devido a essas perseguições Helena Antipoff
viu que seu trabalho ficou interrompido e resolveu aceitar o convite que recebeu do
governo de Minas Gerais. Em 1929 veio para o Brasil trabalhar no Centro de
Aperfeiçoamento de Belo Horizonte, baseado nos ideais da Escola Nova, no qual
desenvolveu vários programas voltados ao atendimento as pessoas com
necessidades especiais, e preparou as alunas de pedagogia baseadas em
metodologias inovadoras e novas teorias científicas desenvolvidas pela psicologia.

No ano de 1932 viu que era necessário expandir o atendimento que fazia
juntamente com amigos, médicos, psicólogos entre outros profissionais engajados
pelo amor à educação, e resolveu abrir o Instituto Pestalozzi em Minas Gerais, mais
tarde transformou-se em instituição pública. Tudo o que fazia tinha o apoio do
governo do Estado de Minas Gerais.

Em 1940 a Sociedade Pestalozzi se instalou no município de Ibirité- Minas


Gerais com o nome de Fazenda do Rosário. Helena Antipoff foi uma excelente
educadora, pioneira no Brasil pelo trabalho de caráter humanista com que tratava
cada pessoa que dela precisasse.

Em 1950 defendeu a ideia de fundar a Federação das Sociedades Pestalozzi,


pois via a necessidade de compartilhar os esforços e experiências com outras
instituições. O projeto só ganhou força em 1970 quando Helena Antipoff convocou
todas as entidades Pestalozzi para a fundação da Federação Nacional das
Sociedades Pestalozzi ( Fenasp) . A criação da federação deu vida a um ideal de
Helena Antipoff, e deu novas forças ao movimento pestalozziano no Brasil, os
portadores de necessidades especiais teriam educação adequada as suas
condições.

Junto a Beatrice Bemis fundou a primeira Associação de Pais e Amigos dos


excepcionais (APAE) no Brasil, nome dado por Helena Antipoff.

Em 09 de agosto de 1974 faleceu a psicóloga e educadora Helena Antipoff, na


Fazenda do Rosário, deixando um grande legado de educadores.

2.2- SUAS PRINCIPAIS OBRAS E SUAS INFLUÊNCIAS

Helena Antipoff foi uma grande dinamizadora de instituições educativas no


Brasil. A educadora russa teve um grande amor à educação e as crianças
necessitadas de cuidados, e criou no Brasil várias instituições educativas. A Escola
de Aperfeiçoamento de Minas Gerais, foi criada pela Reforma do Ensino no
Primário, o governo do estado colocou em prática a preocupação com a formação
técnica, especializada de professores, a fim de garantir o êxito das modernizações
no ensino de 1ºgrau. Estas escolas de aperfeiçoamento foram criadas em alguns
estados brasileiros, mas a que realmente influenciou na educação dos deficientes ,
com relevância o deficiente mental, foi a de Minas Gerais ( a última ). As alunas de
Helena Antipoff prestaram assistência técnica as classes de crianças com
deficiência mental e organizaram com ela a primeira associação para cuidar dessas
crianças. Dentro da escola de aperfeiçoamento tinha o laboratório de psicologia. O
de Minas Gerais com a direção de Helena Antipoff.

-- Laboratório de Psicologia de Belo Horizonte—Minas Gerais


Helena Antipoff fazia parte do corpo docente da Escola de Aperfeiçoamento
como professora de psicologia, e em 1930 tornou-se diretora do Laboratório de
Psicologia de Minas Gerais, onde juntamente com suas alunas realizou pesquisas
com alunos das escolas primárias de Belo Horizonte, e com o diagnóstico do
sistema de ensino mineiro colocou em destaque três problemas: 1) não ocorria nas
escolas, orientação profissional para as crianças; 2) a formação física, moral e
intelectual das crianças, ao saírem da escola primária apresentava-se incompleta; 3)
havia crianças que se encontravam “em perigo moral”.

Para Helena Antipoff, tais problemas estariam relacionados ao tempo de


escolarização das crianças, que se fosse comparada com outros países era menor.
Em relação a criança “em perigo moral” disse que era resultado do sistema de
ensino e fez uma crítica à pedagogia tradicional e exaltou a pedagogia
experimental, baseada na experimentação contínua:
Jamais a educação se tornará a cura que
dela espera a sociedade e os governos
para diminuir num futuro mais ou menos
próximo o rebotalho humano miserável,
que enche os hospitais, os manicômios, as
prisões, se ela não abandonar o mais
depressa possível seu diletantismo
superficial e não se transformar numa arte
precisa aplicada ao melhoramento da raça
humana e munida dos meios que lhe forja
a ciência, que nunca se cansa de as
aperfeiçoar( ANTIPOFF,1992f,p.49).

-- Sociedade Pestalozzi

Em 1932 Helena Antipoff criou com a


ajuda de suas ex alunas da Escola de Aperfeiçoamento de Belo Horizonte uma
associação para cuidar de crianças com deficiência, a Sociedade Pestalozzi.

Vale citar que em 1926 um casal de professores suíços, Johanna Wurth criou em
Porto Alegre no Rio Grande do Sul a primeira Instituição Pestalozzi, introduzindo no
Brasil a concepção “da topedagogia das escolas auxiliares” europeias para
atendimento de deficientes mentais.

A Sociedade Pestalozzi, imediatamente abriu um consultório médico onde


profissionais atendiam as crianças e os seus pais, para fossem encaminhados para
o atendimento pedagógico Sempre com a ajuda do governo mineiro. Essa entidade
expandiu-se no Brasil, e em 1954 juntou-se a ela as APAES.

A Sociedade Pestalozzi dava a criança a oportunidade de concluir o ensino primário


e ainda aprendia um ofício que lhe permitia desenvolver uma atividade remunerada
quando saísse da instituição.

-- Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE

A educadora e psicóloga Helena Antipoff devido ao vasto conhecimento sobre


diversos tipos de deficiências, deu grande contribuição junto de Beatrice Bemis para
o surgimento da APAE no Brasil, pois era pioneira no estudo.

Para ela, a origem da deficiência vinculava-se à condição de


excepcionalidade socioeconômica ou orgânica, por isso introduziu o termo
“excepcional” no lugar de expressões “deficiência mental” e “retardo mental”, usadas
na época com crianças deficientes.
-- Fazenda do Rosário

A Fazenda do Rosário foi uma propriedade rural adquirida pela Sociedade


Pestalozzi, onde instalou uma escola-granja em 1940. Esta foi a maior obra de
Helena Antipoff, uma escola rural, onde eram aplicados os métodos da Escola Ativa
na educação de crianças excepcionais com educação adequada.

A escola rural começou com poucos recursos pois foi adquirida com doações
da comunidade de Belo Horizonte, e foi progredindo aos poucos e com novas
iniciativas que visavam à integração da escola à comunidade rural que se
encontrava ao seu redor. A Fazenda do Rosário recebia crianças abandonadas,
com sérios problemas de ajustamento social. A escola funcionava em regime de
internato e começou a funcionar apenas com duas professoras e cinco alunos que
moravam nas redondezas. No início a direção da Fazenda do Rosário ficou a cargo
da professora Yolanda Barbosa e a primeira professora foi Dona Cora, as duas
acabavam de chegar a fazenda. Em 1944 deu inicio a construção de uma área
central, pavilhão que em 1946 receberia: crianças desamparadas em regime de
internato, residência dos professores, o refeitório, a cozinha, a biblioteca e as salas
de aula. Tudo era muito bem planejado, respeitando as crianças que seriam
recebidas naquele local, independente do tipo de deficiência que apresentava. As
crianças que eram recebidas na Fazenda Rosário executavam tarefas diárias. Para
Helena Antipoff o trabalho funcionava como um meio de educar, e era através da
execução das atividades que a diretora podia fazer a classificação. Os alunos
executavam atividades desde as mais simples até as que lhes permitisse um
trabalho remunerado quando saíssem da instituição.

Conclusão

Com este trabalho pudemos concluir que a educação inclusiva é uma questão,
política, cultural, social e pedagógica, onde todos sem exceção devemos estar em
constante defesa dos direitos dos alunos que precisam de toda nossa atenção e
todos que todos caminham juntos sem nenhuma discriminação.

Os avanços da educação são muitos, mas ainda precisamos de muito mais e


se os preceitos de Helena Antipoff fossem seguidos e com o olhar que tinha pelos
deficientes, nossa educação inclusiva daria um salto enorme e os avanços seriam
espetaculares.

Acreditamos que ao estudarmos e conhecermos a vida dessa educadora tão


excepcional na defesa dos deficientes nos deparamos com um amor surpreendente
pela educação e pelo ser humano, e mesmo depois de tantos anos Helena Antipoff
continua a formar através de seus exemplos um grande legado de educadores que
venham a tomar ciência do seu grandioso trabalho.

Que consigamos seguir os passos desse grande exemplo para todos nós
educadores.
Referências Bibliográficas

JANNUZZI, Gilberta de Martino. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios


ao início do século XXI. -3.ed.rev. –Campinas, SP: Autores Associados, 2012. –
(Coleção educação Contemporânea). – p.94 a 115, nov-16

MAZZOTTA, Marcos J. S. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas.


– 6ª edição. – editora Cortez. – SP.

RAFANTE, H.C.; LOPES, R.E. Helena Antipoff e a Fazenda do Rosário: “a educação


pelo trabalho de meninos excepcionais” na década de 1940. Ver. Ter. Ocup. Univ.
São Paulo, V.19, n.3, p. 144 – 152,set/ dez. 2008.

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