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Introdução
- ter ética
- gostar de crianças
O curso é indicado para todos os profissionas que já trabalham na área, e para todas
as pessoas que desejam aprender um pouco mais sobre a profissão de Auxiliar de
Creche, inclusive pais e professores.
Além desse curso, para quem tiver interesse em estudar ainda mais, recomendamos
alguns relacionados:
Bons estudos!
As primeiras creches no Brasil, de acordo com Merisse (1997), eram focadas na ideia
de fornecer "amparo" e "assistência" aos mais necessitados. Tanto as instituições
educacionais, como as médico-assistenciais, têm sua origem passada nos abrigos ou
asilos, que recolhiam os necessitados, para que não ficassem na rua, sem teto e sem
comida.
Muitas creches também foram criadas por grupos de mulheres de classes sociais
mais altas, constituídas em associações filantrópicas ou religosas. Os grupos
ensinavam as mulheres das camadas populares a serem boas donas-de-casa e a
cuidarem de seus filhos. Acreditavam que o melhor para a criança era o cuidado
materno, e que o "cuidado em grupo", ou seja, as famosas creches, eram uma
substituição inaqueada.
- Atender os filhos das trabalhadoras, porém com uma prática que fortalecia o lugar
da mulher no lar e com os filhos;
Nas creches chegam discursos pedagógicos que tentavam demonstrar que a ausência
da relação afetiva mãe-filho tornava-se irreversível em determinados momentos da
infância, podendo produzir "personalidades psicopatas e delinquentes".
Os movimentos sociais aumentam na década de 70, e com eles, surge uma proposta
de creche mais afirmativa para as crianças, a família e a sociedade.
Escola Infantil: criada em 1816, na Escócia, por Robert Owen. Também fundou o
Instituto para Formação de Caráter que era separado em 3 níveis: o 1º era a escola
infantil, selecionado para crianças de 3 a 6 anos; o 2º era para as crianças de 6 a 10
anos de idade; e o 3º atendia alunos dos 10 aos 20 anos, e era disponibilizado durante
a noite.
Casa dei Bambini (casa das crianças): na Inglaterra, no início do sec. XX, Maria
Montessori trabalhou com crianças pobres de um bairro operário.
Imagem: Maria Montessori
Exceto o jardim de infância criado por Froebel em 1873, todas as outras instituições
foram criadas para melhorar a vida de crianças pobres. Por isso é possível entender
que o objetivo inicial das creches era servir como instituições assistenciais,
ocupando o lugar da família, quando ausentes.
Cuidados Pessoais
Ao cuidar de crianças, o profissional também precisa cuidar do seu traje e de outros
cuidados pessoais. Cada pequeno detalhe, como um cinto com fivela ou um brinco
pontudo, podem colocar em risco a integridade física tanto do adulto, quanto da
criança. Por isso é importante que esses profissionais estejam atentos às seguintes
orientações:
TRAJE
Roupas: a roupa usada para cuidar das crianças deve estar limpa, e ser vestida apenas
no interior da creche. Isso é importante para prevenir infecções, então o ideal é
deixar uma roupa para usar apenas dentro da creche. A roupa deve ser confortável,
para permitir o movimento e deixar a pele respirar. Veja algumas opções: camiseta
de meia manga de malha ou cotton + calça de cotton ou tactel.
Quando necessário, óculos de grau devem ser usados com cordão de segurança!
Dica: nenhum objeto pequeno que caiba em um copinho de café deve estar ao alcance
das crianças. Então fique atento com miçangas, botões, lantejoulas e outros
pequenos detalhes.
HIGIENE
Mãos
Lavagem das mãos: é fundamental que faça parte da rotina, principalmente entre as
atividades. Lave sempre do cotovelo até a ponta dos dedos, espalhando o sabão em
movimentos circulares. Lave bem os espaços entre os dedos, as palmas, os polegares,
os dorsos das mãos e antebraços. Limpe bem as unhas. Enxague em seguida e seque
as mãos com papel toalha descartável.
Para não esquecer, veja abaixo alguns momentos essenciais para a lavagem das mãos:
É necessário utilizar toalha descartável para secar as mãos. Aplicar álcool gel depois
da lavagem também é uma ótima maneira de proteção, tanto para o adulto, quanto
para a criança.
Cabelos
Para os profissionais com cabelos longos, é importante usá-los presos (faça um coque,
um rabo de cavalo ou uma trança) por elásticos seguros, sem objetos muito pequenos
ou com pontas que possam se desprender.
Unhas
Manter as unhas sempre curtas, limpas e de preferência sem esmalte, pois facilitam
a manutenção da limpeza.
Higiene Bucal
A boca sempre deve estar limpa e bem cuidada e os dentes bem escovados, utilizando
pasta de dente e já dando um bom exemplo às crianças. Não se esqueça de usar o fio
dental regularmente. A higiene bucal é fundamental para o bem-estar de todos.
Cheiros
Evite usar perfumes e cremes com cheiros fortes, pois pode desencadear ou até
agravar quadros alérgicos. Cigarros são proibidos na área da creche!
Barba
A barba deve ser curta e aparada, e os que a usam, precisam apresentá-la limpa e
bem cuidada.
Luvas
As luvas são excelentes aliadas da segurança e higiene, pois podem ajudar e evitar
infecções e a proteger ferimentos, até aqueles superficiais. As luvas devem ser
descartáveis e macias, para que não machuquem as crianças. O uso da luva é
recomendado no caso de lesões eventuais, para proteger de pus, sangue, catarro,
lesões de pele e outros. Lembrando que cada luva pode ser utilizada uma única vez e
descartada após o uso.
As crianças ainda não têm noção dos perigos que um ambiente pode oferecer, então
é preciso estar sempre atento, especialmente para a prevenção de acidentes. Não é
questão de superproteção, mas sim de cuidar e educar, permitindo que a criança
exerça a sua autonomia com segurança.
Fios e cordas: devem estar fora do alcance das crianças, pois há o risco de
enforcamento. Se forem utilizados fios e cordas durante atividades, que sejam com
a supervisão durante toda a execução das mesmas.
Cortinas: se possível, devem ser evitadas. Isso porque além de acumularem sujeira,
podem desprender-se. Se não tiver outra opção, devem ser frequentemente lavadas.
O ideal é optar por persianas plásticas pois são de fácil limpeza.
Murais: são excelentes tanto para anotar recados, atividades das crianças e outras
informações, porém é preciso ficar atento aos itens como grampos, alfinetes,
tachinhas e ímãs pequenos. Evite esses pequenos acessórios e opte pelo uso de fitas
adesivas.
Produtos de limpeza: produtos com cheiros fortes devem ser usados apenas quando
as crianças não estiverem presentes.
- Nos berços os lençóis precisam estar ajustados ao colchão, para evitar que o rosto
do bebê fique encoberto.
- Deixe o colchão do berço na graduação mais baixa possível, para evitar quedas.
- Cada criança deverá ter seu próprio lençol, que deve ser utilizado sempre que
necessário e depois guardado em um saco protetor.
- Os berços podem ser usados por mais de uma criança, desde que sejam em horários
diferenciados e com a troca dos lençóis.
- As roupas de cama devem ser lavadas frequentemente. O ideal é que a lavação seja
feita diariamente e as roupas trocadas sempre que houver necessidade.
- Deite as crianças no mesmo sentido nos casos de colchonetes, evitando que pés e
rostos se encontrem.
- Se possível, opte pelos colchonetes de 10cm de espessura, pelo menos, feitos com
espuma resistente, diminuindo a proximidade da criança com o chão.
- Os colchonetes devem ser higienizados todos os dias. Faça uma solução com um
litro de água e um copinho de álcool a 70 % ou água sanitária.
- Remova e guarde os lençóis em local apropriado após guardar os colchonetes. Você
pode mantê-los empilhados, porém não se esqueça de que deverão ser higienizados
antes do próximo uso.
- Cuidado com objetos e brinquedos que possam ser utilizados como "escada" ou
melhor, "degraus", inclusive dentro do berço. Mantenha-os fora do alcance das
crianças e apenas permita o uso com a supervisão dos adultos.
Som
- Em relação ao volume, não deve estar tão alto que impossibilite as crianças de
falarem e ouvirem umas às outras;
- Em relação ao tom e volume da voz, procure sempre conversar com as crianças com
voz acolhedora, calma e tranquila, passando proteção e segurança!
Outros detalhes
- Os carrinhos que levam os bebês até a creche devem permanecer fora do espaço
do berçário;
- As lixeiras devem ser pequenas, para que o lixo seja descartado rapidamente. E
claro, lavadas constantamente e mantidas longe do alcance das crianças;
- As redes de proteção nas janelas são excelentes para a segurança das crianças,
porém deve ser constantemente limpas e revisadas (rede e ganchos);
- Objetos pessoais, como escova de dentes, toalha, pentes, etc, devem ser
armazenados em compartimentos individuais e fechados. E claro, mantê-los sempre
limpos e com identificação;
- Deixe ao alcance das crianças somente o que elas podem manusear sem riscos.
Jamais deixe por perto tesousas, produtos de limpeza e vassouras. Itens assim
devem ser guardados fora da sala das crianças e, mesmo assim, fora do alcance delas
também;
- O ideal é que o piso do ambiente seja antiderrapante, pois ajuda a diminuir quedas
tanto para as crianças, quanto para os adultos;
Para as crianças cada acontecimento pode ser interpretado como um novo mundo.
Elas gostam de explorar, de tocar, de conhecer coisas novas. Cada novidade é como
um desafio. Mas para isso, a criança precisa de proteção em todos os momentos do
seu dia. Veja alguns cuidados importantes que o cuidador deve ter com as crianças:
- As crianças devem estar sempre acompanhadas de um adulto, até quando estão na
hora do soninho. E não basta estar presente; o educador precisa ser atento e
observá-las constantamente para ajudar se precisarem de algo, como por exemplo,
um engasgo inesperado ou uma febre repentina.
- Entenda que é normal a criança pequena querer morder. Faz parte do seu
desenvolvimento, porém é preciso estabelecer limites, impedindo de forma calma,
que isso aconteça. O ideal é conversar com a criança e explicar com paciência e
carinho. O diálogo é a melhor maneira de resolver conflitos.
- Uma atitude que demonstra respeito pela criança é sempre pedir licença para tocar
no seu corpo, informando o objetivo de cada gesto. Por exemplo: "posso pegar você
no colo? ou "posso trocar a sua fralda?"
- As crianças não lembram, mas é fundamental que bebam muita água. Como possuem
maior percentual de água corporal, as crianças possuem uma necessidade maior de
beber água do que os adultos. Além disso, é importante incentivar as crianças
maiores que se sirvam com autonomia, pois no meio das atividades acabam se
esquecendo e dificilmente param para beber água.
- A troca de fraldas nunca deve ser adiada. É preciso fazer a troca de acordo com
a necessidade individual e nunca em horários predeterminados.
- A higiene das partes íntimas da criança deve ser feita da frente para trás com
algodão umedecido em água, e lavá-las com sabão quando houver necessidade. Os
lenços umedecidos são uma opção, mas infelizmente contêm conservantes que podem
causar assaduras.
- O banho é o momento que o adulto interaje individualmente com cada criança, então
deve ser feito com calma. O banho deve incluir conversas e brincadeiras com a água.
Dê preferência ao sabonete líquido e não utilize esponjas. Deixe todos os objetos à
mão antes de começar o banho. Uma mão sempre deve estar disponível para segurar
a criança. Verifique a temperatura da água do banho com a parte interna do
antebraço, para evitar queimaduras.
- Durante o banho, nunca deixe a criança sozinha, nem por um único segundo. A
banheira é a principal causa de afogamentos em crianças pequenas!
- Durante o banho, evite utilizar talco, pois pode causar sufocamento e alergias.
- Para as crianças maiores, o banho no chuveiro deve ser protegido por material
antiderrapante. Além disso, o local deve ser mantido sempre limpo para evitar o
acúmulo de germes.
- É muito importante que todos da creche tenham carinho com as crianças, até para
contribuir com o desenvolvimento delas. Porém no caso dos bebês, o beijo deve ser
substituído por outras formas de carinho.
Para os bebês que vão pela primeira vez à escola, é fundamental uma boa preparação
e parceria com a família, para garantir uma adaptação tranquila.
Na maioria das vezes, a ausência dos pais não atrapalha, mas alguns detalhes podem
incomodar, como a textura diferente do lençol do berço, a temperatura da água do
banho, a forma como são colocados para dormir, etc. Sim, esses pequenos detalhes
podem fazer com que o bebê estranhe, mas é normal.
A adaptação muda um pouco após o bebê completar 1 ano. Agora, o foco principal é
fazer com que o bebê se acostume com a ausência dos responsáveis. É necessário
nesse caso, alternar os momentos em que os responsáveis estejam próximos e
distantes do bebê. Isso porque o bebê já estabeleceu vínculos com alguns adultos,
então começa a estranhar desconhecidos. Por isso, manter os rostos conhecidos ao
alcance da visão do bebê faz parte do processo.
A separação entre o bebê e os pais deve ser feita aos poucos, alternando momentos
de ausência e apoximação, até que o bebê esteja totalmente acostumado com a rotina
na creche.
Outra técnica para garantir a tranquilidade é fazer um espaço para cada criança.
Veja um exemplo:
Sequência Didática:
CONTEÚDO:
MATERIAL NECESSÁRIO:
DESENVOLVIMENTO:
1º dia
Uma dica muito legal é criar alguns cantos para se aproximar dos pequenos, como por
exemplo, com jogos de encaixe. Depois, faça uma roda com eles e também com as
pessoas de sua referência para despedida. Transforme as ações observadas e os
gestos em palavras.
2º dia
Organize novos cantos para esse segundo dia. Sugestões: canto dos livros, canto das
bonecas, canto da música.
3º dia
4º dia
No próximo dia mostre novos cantos. Se já sentir segurança, faça aos poucos as
despedidas dos familiares que os acompanham. Informe onde estarão (se irão
embora, ou se vão sair por alguns minutos, ou se ficarão na creche ainda). Agora é a
hora de brincar e acolher os possíveis choros, pegando no colo, lendo uma história,
oferecendo brinquedos, etc.
5º dia
Analise quais os campos que mais chamaram a atenção dos bebês nos últimos dias.
Crie novamente esses cantos no último dia da semana.
Que tal criar um painel fofo? Selecione as fotos dos bebês para a composição!
Nesse dia, faça a apresentação de cada um: diga o nome, do que gosta de brincar e
suas características.
Quando os familiares vierem buscar seus bebês, mostre o painel na presença deles
e crie um contexto de conversa que transmita o pertencimento deles - dos bebês -
à creche. Por exemplo: "agora esta sala é da Maria também. Olha que linda a sua foto
no painel!"
Para a segunda semana, a dica é organizar os cantos de acordo com os interesses das
crianças e no que acha apropriado para aumentar as experiências delas com o mundo.
IDADE: 2 a 3 anos (a sequência pode ser ajustada para acolher crianças de até 5
anos).
CONTEÚDO:
- giz
- fita crepe
- bonecas e carrinhos
- massinha
- fantasias
FLEXIBILIZAÇÃO:
Para crianças com deficiência física: para inclusão de crianças com deficiência física
nos membros inferiores, o ideal é certificar a acessibilidade dos espaços da creche.
Faça um passeio com a criança pelas creche e apresente-a aos colegas. Deixe que as
crianças interajam e conversem. Se alguma criança tiver dúvida e questionar "por
que ele não anda?", responda de forma clara. Aproveite a pergunta para explicar às
crianças que a limitação motora do colega não o impossibilita de fazer as atividades
propostas, porém, para algumas ações, ele pode precisar de ajuda, e todos devem
ajudar. Explique isso também para a criança com deficiência física, e fale que ele
pode chamar você ou os colegas sempre que precisar. Se precisar, peça ajuda à
família para compreender melhor os hábitos e as necessidades da criança
DESENVOLVIMENTO:
- nome
- o que pode gerar conforto e desconforto emocional (por exemplo, estar num lugar
diferente ou a dificuldade para se relacionar com pessoas desconhecidas)
Inicie o planejamento após ler a ficha e ter um primeiro contato com a criança.
1º dia
O tempo de permanência da criança na escola pode ser aumentado aos poucos, porém
é importante informar ao responsável que nos primeiros dias permaneça o tempo que
for necessário próximo da criança, mesmo que fora da sala de aula. Assim, caso
precisar, o responsável estará próximo.
"Clarisse, um passarinho me contou que você adora brincar de massinha. Vamos fazer
um bolo e chamar seus colegas para uma festa?
"Vinícius, seu pai me disse que você gosta muito de brincar de bola, você viu que aqui
na sua escola você pode jogar futebol com seus amiguinhos?
Dica: que tal fazer uma brincadeira cantada para as crianças e os pais?
No final do dia, junte todas as crianças e faça uma roda de conversa. Converse sobre
o que você observou de mais importante do movimento do grupo; narre algumas cenas
que revelaram envolvimento, interesse e comente sobre as atividades do dia
seguinte.
Peça aos pais uma foto da criança para organizar um canto do grupo na sala de aula!
Avaliação do dia: analise e depois registre quais foram as crianças que mais
brincaram e se envolveram com as propostas, e também as mais resistentes à
aproximação dos adultos, para pensar em maneiras de construção de vínculos nas
próximas situações.
2º dia
Faça um planejamento dos cantos de atividades para esse dia. Coloque opções como
jogos, fantasias, desenhos e massinha, e compartilhe com as crianças os cantos
disponíveis do dia. Tente circular por todos os cantos, partcipando das atividades
junto com os pequenos.
Assim que estiver com o canto já escolhido para as fotos, apresente para as crianças
e envolva-as na criação. Aproveite para criar uma interação neste momento: ao
colocar as fotos no painel, faça uma brincadeira relacionada com as fotos, ou com as
ações observadas no dia, como por exemplo, adivinhações, ou então cante uma música
envolvendo os nomes das crianças. Veja um exemplo: "este menino que vou mostrar
agora brincou hoje com o carrinho, comeu muitas frutas e está ao lado da Ana. Quem
será? Alguém consegue adivinhar?"
Outra sugestão para esse segundo dia é apresentar onde será o canto de livros do
grupo e lá mesmo fazer a leitura de uma história.
No final do dia, apresente uma caixa onde ficarão os objetos trazidos pelas crianças
de casa.
Peça aos pais que façam um desenho com seus filhos, e tragam no dia seguinte. Esse
desenho será colado na caixa de brinquedos. Se for possível, tire uma foto do grupo
e cole na caixa também, como forma de identificação.
Avaliação do dia: analise como foi a movimentação de cada criança nos cantos e a
forma de envolvimento com as propostas. Anote as reações das crianças que mais
brincaram, das mais caladas, das que resistem ao contato, e daquelas que
demonstram euforia diante de tanta novidade.
3º dia
Que tal fazer novamente a brincadeira com as fotos das crianças? Utilize algumas
músicas como "João roubou pão" e "a canoa virou".
Leia uma história para as crianças. Para finalizar o dia, converse com as crianças
sobre como foi o dia e anuncie alguma atividade do dia seguinte. Faça isso com um
clima de surpresa e expectativa para as novas atividades!
Lembre-se de que aquelas crianças que estão aparentemente achando que tudo é uma
"festa" e demonstram-se felizes com as brincadeiras, também merecem um olhar
especial.
4º dia
Coloque o cronograma num lugar de fácil acesso para que todas as crianças consigam
ver.
Se perceber que alguma criança ainda chora ou demonstra tristeza, diga a elas como
tudo vai acontecer, as atividades que farão e quando será o momento de reverem os
familiares todos os dias.
5º dia
Receba as crianças em uma roda e explique que nesse dia você resolveu montar os
cantos que eles mais gostaram na semana. Quando encerrar a conversa, leve as
crianças para verem o cronograma e mostre o que farão a seguir. Faça mais uma
leitura divertida e guarde mais um livro na biblioteca do grupo.
Aos poucos, comente para as crianças que elas conhecerão muitas histórias.
Depois, mude a atividade e faça junto com as crianças uma linda salada de frutas.
Se possível peça no dia anterior que cada criança traga uma fruta. Converse com os
pais!
Explique para as crianças que agora ficarão dois dias sem vir para a escola, mas que
na próxima semana elas terão muitas novidades! Fale para elas que vocês brincarão
muito juntos, e que você estará ao lado delas sempre que precisarem de algo.
Analise os desafios ainda existentes, mas reafirme que estará novamente na próxima
semana na escola para recebê-las e identificar quais são as brincadeiras e outras
situações que lhe farão se sentir confortáveis neste ambiente.
Se for possível, empreste algum brinquedo ou um livro, e peça para que cuidem bem
e tragam novamente para a escola na segunda-feira. Isso pode ajudar a construir um
vínculo tanto com o professor, quanto com a escola.
Rotina na Creche
Existem duas diferentes maneiras a respeito da organização do tempo de uma
criança em casa. Alguns pais acham que é melhor ter uma rotina específica, enquanto
outros acreditam que é melhor criar seus filhos em casa sem rotina e livres de
agendas. Bom, nenhuma opção pode ser considerada a melhor, pois há prós e contras
em ambos os estilos. Porém, quando é preciso colocar a criança em uma creche isso
acaba mudando.
Nas creches, as rotinas diárias acabam se tornando algo importante para as crianças,
pois dessa forma, é possível garantir que todas as suas necessidades sejam
atendidas na hora certa.
Hora de comer
A maioria das crianças come a cada duas ou quatro horas, porém isso pode variar de
acordo com o estilo de alimentação, como por exemplo, o leite materno.
Independente do tipo de alimento, o melhor é adaptar o horário de alimentação dos
bebês de acordo com a agenda que seguem em casa. Seguindo o mesmo horário de
casa, vai ajudá-los a se acostumarem mais rápido com a creche. Apesar disso é
importante saber que quando se trata de alimentação, é preciso ver a rotina apenas
como um "guia", já que a criança deve comer sempre que sentir fome.
A melhor maneira é tentar ver o sinais que a criança dá e nunca deixá-la com fome
apenas para obedecer horários.
Existem dois estilos de rotina para a troca de fraldas que funcionam muito bem nas
creches.
A primeira é a rotina com horários, onde a troca de fraldas é realizada de acordo
com os horários determinados, como por exemplo, a cada duas horas.
Ao seguir qualquer uma das rotinas, você conseguirá garantir que todas as crianças
do local sejam trocadas com frequência. Não importa a opção que escolher, os bebês
que estiverem com fralda suja devem ser trocados imediatamente.
Hora de dormir
Em uma creche, os horários para a soneca são fundamentais. Os bebês podem passar
de 10 a 16 horas dormindo por dia, dependendo das necessidades particulares de
cada criança. Mas é importante lembrar que na creche é comum que os bebês fiquem
mais incomodados com os barulhos, atividades, choros de outros bebês, além da
mudança de ambiente. Para evitar que isso aconteça, estipule alguns horários de
silêncio ao longo do dia, e estimule as crianças a dormirem. Nesses horários de
silêncio, mesmo que os bebês não durmam, deixe as luzes apagadas e reduza os
barulhos.
Hora de brincar
A rotina vai depender muito de cada creche, de cada auxiliar e também das
necessidades de cada criança. No entanto, vamos deixar aqui um modelo com
sugestões de atividades para a rotina de um dia, que pode obter alterações:
- Atividades didático-pedagógicas;
- Atividades ao ar livre;
- Higiene bucal;
- Hora da soneca;
- Hora do lanche;
- Atividades didático-pedagógicas;
- Atividades ao ar livre;
- Higene Bucal;
- Reorganização da sala;
Lembrando que a construção da rotina deve ser feita pela creche, e é importante
considerar:
- o dia a dia na creche deve incluir atividades como comer, dormir, trocar fraldas,
dar banhos etc.
- Fornecer objetos e brinquedos com diferentes texturas, para que possam pegar;
- expor o bebê a ambientes com intensidade luminosa diferentes, para que perceba
o claro e o escuro;
- enquanto alimenta o bebê, conversar e sorrir com ele, dizendo-lhe o que vai comer;
- fazer massagens suaves no corpo do bebê, como por exemplo, durante o banho;
- incentivar a percepção tátil passando texturas diferentes nas mãos e nos pés do
bebê.
2. Estimulação corporal
- movimentar os pés do bebê levemente, para frente e para trás, de um lado para o
outro, em movimentos circulares;
- colocar um brinquedo na frente da criança, que está na posição de bruços, para que
ela tente alcançá-lo;
- manter a criança sentada com o apoio de almofadas, enquanto ela segura algum
brinquedo;
- provocar ruídos, para ver se o bebê movimenta o tronco em direção ao barulho;
3. Estimulação oral
- fazer "joguinhos verbais" de apelo, como por exemplo, falar para o bebê "dá uma
risadinha", "faz um biquinho", "pega esse brinquedo".
4. Estimulação à socialização
- fazer massagens suaves no corpinho do bebê, quanto toma banho ou durante a troca
de roupa;
- conversar com a criança sobre as atividades que serão feitas, como a hora de
comer, a hora de brincar, a hora de tomar sol, etc;
- explorar diferentes sons, brincando com chocalho, caixas com objetos dentro,
guizos, etc;
- manusear brinquedos de diferentes texturas: macio, duro, mole, áspero, liso, etc;
- deixar que o bebê aperte o interruptor da luz, para que perceba o que acontece.
Diga para ele o que aconteceu: "olha, a luz acendeu. E agora você apagou!";
- pedir para que o bebê mostre partes do corpo, como por exemplo, "cade a mãozinha
do bebê?" "onde está a orelhinha do bebê?";
2. Estimulação corporal
- colocar um brinquedo em cima de um fralda para que o bebê tente puxá-lo e alcançá-
lo;
- deixar o bebê em pé, sobre o colo, cadeira ou mesa, com o apoio do educador, e
depois dar pequenos saltos;
- fazer com que o bebê fique mais livre, mas que não se prenda muito tempo apenas
ao berço;
- para que o corpo do bebê se movimente em diferentes direções, fazer com que ele
tente alcançar objetos ao seu lado, à sua frente, etc;
- o bebê deve receber o aplauso dos educadores quando conseguir se manter alguns
momentos em pé;
- pedir que o bebê resolva pequenos problemas, como pegar um objeto debaixo da
mesa;
- jogar delicadamente a bola na direção do bebê e pedir que ele devolva de volta;
3. Estimulação oral
- ensinar o bebê a obedecer simples pedidos, como por exemplo, "vem cá", "manda
beijo", "dá tchau", etc;
- cantar uma música infantil e incentivar o bebê a bater palmas ou ensinar uma
coreografia, como por exemplo, mostrando partes do corpo;
- mostrar imagens e imitar o som que a gravura sugere: animais, carro, trem, etc;
4. Estimulação à socialização
- Se esconder e chamar o bebê pelo nome, para que ele tente encontrar a educadora
escondida atrás de um móvel, por exemplo;
- Ensinar algumas simples ações para a criança, como: trazer e guardar objetos,
buscar algum brinquedo, etc;
- Ensinar alguns hábitos de organização, como por exemplo, mostrar onde deve
guardar os brinquedos;
- Ensinar a criança a identificar comidas quentes e geladas durante as refeições;
- Pedir que a criança pegue brinquedos ou objetos que estão debaixo de berços ou
mesas;
- Ensinar a criança a executar algumas ordens simples, como lavar as mãos, sopras
as velas, cheiras flores, pular cordas, escovar os dentes, pentear os cabelos, etc;
2. Estimulação corporal
- brincar de rolar no colchonete de um lado para o outro, e pedir que rolem sozinhos;
- Contar uma história e pedir que a criança participe, fazendo sons e gestos;
- Brincar de nomes: pedir que a criança diga nomes que pertençam ao mesmo grupo,
por exemplo: animais, frutas, roupas;
- Ensinar a criança a analisar e dizer o nome de objetos e sua função, dentro da sala
e também durante passeios;
4. Estimulação à socialização
- Levar a criança a pequenos passeios e durante isso, conversar com outros adultos
e crianças;
Quando ouvimos uma boa história, somos transportados para um outro mundo. E é
isso que as crianças também devem sentir quando ouvirem uma história: que estão
vivendo aquilo!
- incentiva a escrita;
- fortalece a imaginação;
Selecione bons temas e de preferência aqueles que irão agregar coisas boas para as
crianças. O ideal é abrir o universo delas para narrativas diferentes. Escolha temas
interessantes!
Aproveite para fazer o uso de recursos como músicas, bonecos, desenhos e até
movimentos de dança, para deixar a história ainda mais divertida.
Leia o livro antes de contar a história. Não é preciso decorar, apenas para já
conhecer a história e saber falar e se expressar corretamente.
Utilize diferentes tons: amplie a voz quando necessário e diminua quando o enredo
pedir um tom mais suave. É importante que as crianças estejam em silêncio para que
consigam ouvir com atenção.
Antes ou após finalizar a história, conte de onde ela vem (de livro, da internet ou de
algum filme), quem criou e porque você a escolheu.
"Alice no País das Maravilhas", De Lewis Carroll, com tradução de Ana Maria
Machado, Editora Ática
"A Fada que Tinha Idéias", De Fernanda Lopes de Almeida, com ilustrações de Edu,
Editora Ática
Primeiros Cuidados
Quedas
Analise a altura de onde a criança caiu, o local, qual área do corpo recebeu o impacto
da queda, e como a criança está reagindo.
- sonolência
- estrabismo
- desorientação
- vômitos
Queimaduras
As queimaduras podem ser dolorosas e deixar sequelas, por isso devem ser tratadas
imediatamente. A principal causa de queimadura em crianças menores de cinco anos
é a por líquido quente, então a prevenção é a medida mais eficaz.
- Remova as roupas que estão cobrindo a área queimada. Se alguma peça estiver
grudada no corpo, lave a região com água limpa até que consiga retirar delicadamente
sem causar dor ou aumentar a lesão;
- Coloque água limpa e fria na área queimada, para aliviar a dor. Não use água gelada,
apenas fria. Isso vai ajudar a limpar a ferida, reduzir a dor e diminuir a formação do
edema posteriormente;
- Coloque um pano limpo para cobrir a região afetada e procure atendimento médico
imediatamente;
- Não coloque gelo nas queimaduras, nem qualquer outra substância sem orientação
médica;
- evite oferecer alimentos que possam possibilitar o engasgo, como sementes, balas
duras, amendoim, etc;
-> coloque a criança sobre a perna, apoiada em um dos braços e com a cabeça mais
baixa. Mantenha as vias aéreas livres. Com a outra mão, dê cinco percussões nas
costas (entre as escápulas), conforme a imagem. Depois, vire a criança de barriga
para cima e dê cinco compressões no tórax. Repita esses passos até que a criança
consiga expulsar todo o corpo estranho.
Se conseguir ver o corpo estranho na boca da criança, retire-o com muito cuidado.
Não coloque o dedo na boca da criança sem visualizar nada, pois poderá piorar a
situação se empurrar o corpo estranho para regiões mais baixas das vias aéreas.
Manobra de Heimlich
Posicionado atrás da criança, aplique pressão abaixo das costelas, com sentido para
cima, até que o corpo estranho seja conduzido das vias aéreas até a boca. Cuidado:
não comprima as costelas!
Convulsão Infantil
- tremores
- piscar de olhos
- virada de olhos
Até que se tenha atendimento médico, veja algumas medidas de proteção que devem
ser realizadas durante o momento da crise:
- observar a respiração;
- para evitar que aspire vômito ou saliva, o ideal é lateralizar a cabeça da criança;
- limpar as secreções na boca para facilitar a respiração, porém não colocar o dedo
dentro da boca da criança, pois pode machucá-la;
- Não fornecer nada para a criança no momento da crise, como líquidos ou remédios;
Por fim, a recomendação para qualquer acidente: entre em contato com o serviço de
emergência e mantenha a calma para passar tranquilidade para a criança.
Veja abaixo uma sugestão de músicas infantis e cantigas de roda para cantar com as
crianças.
Bom dia aos amiguinhos - cantigas para cantar ao chegar na creche:
Faremos o possível
Animado e contente
Cantemos a canção!
Há flores lá no campo,
ha nuvens lá no céu.
Barquinho de papel!
OLÁ, MARIA
Quero já cumprimentar
Que bom!
Hoje é Segunda-feira
Dia de alegria.
Hoje é Segunda-feira
Dia de alegria.
Acabamos de chegar,
Hoje é segunda-feira.
Amanhã será?
MARCHA SOLDADO
Marcha soldado
Cabeça de papel
Se não marchar direito
A bandeira nacional.
PIUÍ, TRENZINHO
EU SOU
Come, come
Come, come
Toma a mamadeira
Enche a barriguinha
Tome iogurte
Queijo e marmelada
Na volta da escola
Senta à mesinha
Depois de brincar
Eu vou preparar
HIGIENE E MERENDA
MEU LANCHINHO
E crescer, e crescer
MERENDA
Minha barriguinha
Há há há há há
É hora de lanchar
É hora de alegria
É só acompanhar
pé, pé.
Chorar é totalmente normal, até porque não é fácil para a criança se adaptar ao
ambiente e à equipe da creche, se despedir da família, brigar com o coleguinha, entre
mil e outros motivos. Dizem que a vida de uma criança é fácil, porém até 3 anos de
idade existem diversos desafios diários e uma boa dose de estresse. E o pior é que
muitas vezes, dependendo da idade, os pequenos não conseguem se comunicar, então
chorar se torna a única opção.
Nos primeiros dias da criança na creche, é normal que a educadora e toda a equipe
ainda não consiga diferenciar os tipos de choro infantil. Porém, com o tempo a
educadora irá conhecendo cada criança, suas características e manias.
Antes de tudo, é preciso entender que o objetivo dos bebês que estão chorando é
comunicar que algo não vai bem. Então é importante tentar saber o que o choro
expressa.
Se o motivo do choro for dor física, é preciso buscar orientações médicas o quanto
antes. E o que também merece ação rápida e aconchego é a dor emocional. Dizem que
se pegar no colo a criança pode ficar manhosa, mas colo e carinho são sempre bem-
vindos e não estragam ninguém.
Quando acontecer uma crise de choro, o melhor é demonstrar que você entende o
problema e dizer que logo vai passar. Peça que a criança respire fundo, lave o rosto
e sente no seu colo. Transmita a mensagem de que você confia que ela vai relaxar e
se acalmar. Aproveite e respire fundo também, passando uma sensação de calma e
tranquilidade.
Livros recomendados
Abaixo estão algumas sugestões de leitura para todas as pessoas que desejam
trabalhar como auxiliar de creche, e também para os interessados no assunto:
Livro: Quem Ama, Educa
Autor: Içami Tiba
Livro muito bom e indicado tanto para os pais, quanto para os professores, que podem
aprender muito. O autor aborda diversos tópicos da educação infantil.
Este livro fala sobre o ingresso do bebê na creche, e traz lições de como os pais e
as educadoras devem lidar nesse momento tão especial.
Livro: O Cuidado Com Bebês e Crianças Pequenas na Creche
Autores: Dianne Widmeyer Eyer e Janet Gonzalez-Mena
Este livro nos mostra a importância da educação e do cuidado nos três primeiros
anos de vida. Janet Gonzalez-Mena e Dianne Widmeyer-Eyer trazem na obra uma
rotina baseada no cuidado com os pequenos, que valoriza a brincadeira e a exploração
de materiais e ambientes, e ensinam orientações importantes para uma pedagogia de
bebês e crianças pequenas.
Esse livro possui várias opções de poesias divertidas. Você pode trabalhar essas
poesias de diferentes maneiras, fazendo mímica, cantando, representando, entre
outras formas. Com certeza as crianças vão amar!
http://tiadacreche.blogspot.com/
https://novaescola.org.br/