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O Instituto Nacional de Educação de Surdos

As pessoas com deficiências passou por diversas fases desde dos início dos tempos, por
exemplo, nos tempos primitivos, independentemente da culta local a sociedade tinha a
visão ilusória de perfeição, fazendo teste em crianças para encontrar imperfeições,
encontradas pessoas com imperfeições estavam destinadas ao isolamento ou a excursão,
já por volta dos anos 300 a.c. , inicio da filosofia, a sociedade definia as pessoas surdas
como incapazes da razão, sujeitas a exclusão educacional ( CONRAD, 2011). Por volta
dos anos 30 d.C. na idade média, havia os surdos que eram bem acolhidos, e aqueles
que eram sujeitos a serem marcados pela crença do corpo com deficiência era uma
“Oficina do Diabo”, “o pensamento da sociedade até esta era. Muitos extermínios eram
concedidos, pois assumir um filho deficiente é assumir ser pecador, pois ao invés de
filho, têm-se um “fruto do pecado” (BIANCHETTI e FREIRE, 2002), porém não havia
instruções para eles.
Já na idade moderna e o início da educação institucionalizada, ficou marcado pala
aparição de interessados e defensores da capacidade de aprendizagem. Na Espanha,
Pedro Ponce de Léon, um monge beneditino, contratado por famílias nobres para educar
seus filhos e provavelmente futuros herdeiros reais. Nascido em data indeterminada e
tendo vivido até 1584, Ponce tinha por objetivo ensiná-los a ler e escrever (GOMES,
2008). Ponce constituiu uma escola para Surdos em seu próprio monastério. Utilizava,
para educar seus alunos, um alfabeto bi-manual utilizando ambas as mãos fazendo
alguns sinais simples. No entanto, Gomes (2008, p.9) afirma que “Dessa forma, com o
alfabeto bi-manual o estudante aprendia a soletrar, letra por letra, qualquer palavra, mas
não a se comunicar”, dando início a aprendizagem de surdos.
Já no Brasil o início da aprendizagem se dar pela iniciativa do surdo francês Eduard
Huet, apresentando ao Imperador D. Pedro II um relatório no qual o conteúdo revela a
intenção de fundar uma escola para surdos no Brasil e o documento também informava
a sua experiência anterior como diretor de uma instituição para surdos na França: o
Instituto dos Surdos-Mudos de Bourges, em meados do século XIX. O governo imperial
apoiava a iniciativa de Huet e colocou o Marquês de Abrantes para acompanhar de perto
o processo de criação da primeira escola para surdos no Brasil. (CABRAL, 2015;
ROCHA,2007)
Nessa época afirma comum que surdos formados pelos institutos especializados
europeus fossem contratados para ajudar a fundar estabelecimentos para a educação de
seus semelhantes por exemplo, o norte-americano Thomas Hopkins Gallaude que
realizou estudos no Instituto Nacional dos Surdos de Paris e ao termina convidou o
ex-aluno Laurent Clérc, surdo, que já atuava como professor, para fundar o que seria a
primeira escola para surdos na América, de maneira, que a proposta de Huet
correspondia a essa tendência. (CABRAL, 2015)
Foi no contexto da chamada reforma Couto Ferraz, implementada em 1854, que foi
estabelecido o Colégio Nacional para Surdos-Mudos, essa reforma levou o nome do
ministro e secretário dos Negócios do Império, Luís Pedreira de Couto Ferraz, e
estabeleceu diretrizes gerais para o ensino primário e secundário da Corte, como
também para o ensino superior, a cargo do governo imperial. Inspirada no modelo de
instrução francesa, a reforma educacional estava inserida no amplo projeto de formação
da nacionalidade, sob os pressupostos dos ideais civilizatórios partilhados pela elite
política. (CABRAL, 2015)
No percurso de quase dois séculos o Instituto respondeu pelas seguintes denominações:
1856/1857 – Collégio Nacional para Surdos-Mudos; 1857/1858 – Instituto Imperial
para Surdos-Mudos; 1858/1865 – Imperial Instituto para Surdos-Mudos; 1865/1874 –
Imperial Instituto dos Surdos-Mudos; 1874/1890 – Instituto dos Surdos-Mudos;
1890/1957 – Instituto Nacional de Surdos Mudos; 1957/atualmente – Instituto Nacional
de Educação de Surdos. A atual denominação foi sancionada pela LEI Nº 3.198 DE 06
DE JULHO DE 1957.A última foi a mudança afirma (ROCHA, 2009), foi a mais
significativa de suas denominações, que foi a substituição da palavra Mudo, pela
palavra Educação. Essa mudança refletia o ideário de modernização da década de 50, no
Brasil, no qual o Instituto, e suas discussões sobre educação de surdos, também estava
inscrito.
A criação do Instituto e suas primeiras atividades foram financiadas por donativos até
1857, quando a lei orçamentária lhe destinou recursos públicos e o transformou em
instituição particular subvencionada (Lei n° 939, de 26 de setembro de 1857),
posteriormente foi assumido pelo Estado.
“Até o ano de 1908 era considerada a data de fundação do Instituto o dia 1º de Janeiro
de 1856. A mudança deu-se através do artigo 7º do decreto nº. 6.892 de 19 de março de
1908, que transferiu a data de fundação para a da promulgação da Lei 939 de 26 de
setembro de 1857, que, em seu artigo 16, inciso 10, consta que o Império passa a
subvencionar o Instituto: Conceder, desde já ao Instituto dos Surdos-Mudos, a
subvenção annual de 5.000$.000, e mais dez pensões, também annuaes, de 500$000
cada huma, a favor de outros tantos surdos-mudos pobres, que nos termos do
Regulamento interno do mesmo Instituto, foram aceitos pelo Diretor e Comissão e
approvados pelo governo. Antes desse decreto, os alunos eram bolsistas de entidades
particulares ou públicas.” (ROCHA, 2009, P.39).

Em 1868 uma crise foi exposta na, quando o chefe da Seção da Secretaria de Estado,
Tobias Rabello Leite (1827-1896), realizou inspeção nas atividades e condições do
Instituto. Em seu relatório, apontou que houve um desvio nos seus propósitos originais
da instituição, transformando-se em um verdadeiro asilo de surdos. Tobias Leite se
tornou diretor interino da Instituição e deu-lhe o impulso definitivo como referência na
educação de surdos (MONTES & COSTA. 2017). Ficando nessa condição de interino até
1872, quando nomeado diretor efetivo, permanecendo com esse cargo até 1896, ano de
sua morte.
Em razão de ser a única instituição de educação de surdos em território brasileiro e
países vizinhos, por muito tempo o INES recebeu alunos de todo o Brasil e do exterior,
se tornou uma Instituição de referência para os assuntos de educação, profissionalização
e socialização de surdos. A língua de sinais praticada pelos surdos no Instituto, de
influência francesa, pela nacionalidade e experiencia de Huet, foi espalhada por todo
Brasil pelos alunos que regressavam aos seus Estados. Único em âmbito federal, o INES
ocupa uma importante centralidade, promovendo fóruns, publicações, seminários,
pesquisas e assessorias em todo o território nacional. Além de possuir uma grande
produção de material pedagógico, fonoaudiológico e de vídeos em língua de sinais,
distribuídos para os sistemas de ensino. Além de oferecer, no seu Colégio de Aplicação,
Educação Precoce e Ensinos Fundamental e Médio, o Instituto também forma
profissionais surdos e ouvintes no Curso Bilíngue de Pedagogia. (CABRAL, 2015)

Referencias.
ROCHA, Solange Maria. História do INES. Jornal do surdo, 2015. Disponível em
http://jornaldosurdo.comunidades.net/fundacao-do-ines. Acesso em: 25/10/2020
_______. Antíteses, díades, dicotomias no jogo entre memória e apagamento
presentes nas narrativas da história da educação de surdos: um olhar para o
Instituto Nacional de Educação de Surdos (1856/1961). 2009. Tese (Doutorado em
Educação). Rio de Janeiro: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
(PUC-RJ), 2009.
_______. O INES e a educação de surdos no Brasil: aspectos da trajetória do Instituto
Nacional de Educação de Surdos em seu percurso de 150 anos. Rio de Janeiro: INES,
2007.
GOMES, Morgana. Pedagogia no século XVI: Pedro Ponce de Leon. Educativa: a
Revista do Professor. n.3. Edição Especial. São Paulo: Minuano Cultural, 2008.
CABRAL, Dilma. Instituto dos Surdos-Mudos, Arquivo Nacional, 2015. Disponível
em:<http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/365-instituto-dos-surdos-m
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Acesso em: 26/10/2020
BENTES, JOSÉ ANCHIETA DE OLIVEIRA, & HAYASHI, MARIA CRISTINA
PIUMBATO INNOCENTINI. (2016). Normalidade, diversidade e alteridade na história
do Instituto Nacional de Surdos. Revista Brasileira de Educação, 21(67), 851-874.
BIANCHETTI, Lucídio; FREIRE, Ida Mara. Aspectos históricos da apreensão e da
educação dos considerados deficientes. In Um olhar sobre a diferença: interação,
trabalho e cidadania. 5.ed. Papirus Editora, 2002.
Montes, M., & da Silva Costa, E. (2017). TOBIAS RABELLO LEITE E ANTÔNIO
GARCIA FILHO: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DOS SURDOS E SUAS
INTERFACES COM A MEDICINA NO BRASIL E EM SERGIPE (SÉCULOS
XIX-XX). Encontro Internacional de Formação de Professores e Fórum Permanente de
Inovação Educacional, 10(1).
LOURENÇO, K. R. C., & BARANI, E. (2011). Educação e surdez: um resgate histórico
pela trajetória educacional dos Surdos no Brasil e no mundo. Revista Virtual de Cultura
Surda e Diversidade. Disponível em: http://editora-araraazul.com.br/novoeaa/revista.
Acesso em 29/10/2020

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