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Exame Nacional de Filosofia – Ação Humana, Determinismo Moderado, Determinismo Radical e

Libertismo

Grupo I

1 - Considere as afirmações seguintes.


1. Todas as ações são acontecimentos.
2. Se uma ação tem consequências que o agente não previu, então não é intencional.

É correto afirmar que:

(A) 1 e 2 são verdadeiras.


(B) 1 é falsa e 2 é verdadeira.
(C) 1 e 2 são falsas.
(D) 1 é verdadeira e 2 é falsa.

2 - Considere as afirmações seguintes.


1. Até aos 18 anos, os nossos pais respondem por nós e não somos livres.
2. As nossas escolhas são livres, ainda que estejam submetidas à causalidade natural.
3. As ditaduras caracterizam-se por suprimirem as liberdades fundamentais dos cidadãos.
4. No Universo, tudo está determinado e a liberdade é uma ilusão.

Quais são as afirmações que apresentam respostas ao problema do livre-arbítrio?

(A) 2 e 4.
(B) 1 e 3.
(C) 3 e 4.
(D) 1 e 2.

3 - Em qual das seguintes opções é referida, de forma inequívoca, uma ação?

(A) Um mosquito picou a Mariana.


(B) A Mariana foi picada por um mosquito.
(C) O Rui esqueceu-se de tirar o boné da cabeça.
(D) A professora mandou o Rui tirar o boné.

4- Os deterministas moderados defendem que:

(A) nenhuma ação é causada.


(B) todas as ações são causadas e algumas são livres.
(C) nenhuma ação é livre.
(D) todas as ações são livres e algumas não são causadas.

5 - De acordo com o libertismo, a vontade

(A) está sujeita ao determinismo natural, mas nós podemos fazer escolhas.
(B) não está sujeita ao determinismo natural, e nós podemos fazer escolhas.
(C) está sujeita ao determinismo natural, e nós não podemos fazer escolhas.
(D) não está sujeita ao determinismo natural, mas nós não podemos fazer escolhas.

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Libertismo

Grupo II

1- Quem não haja programado a sua vida tendo em vista um determinado objectivo, é
impossível que regule convenientemente as suas acções particulares […]. Os nossos projectos
extraviam-se porque não têm direcção nem ponto de mira.
Montaigne, Ensaios, Lisboa, Relógio d’Água, 1998, p. 165

1.1 - Explicite o conceito relativo à ação humana presente no texto.

2- É difícil não pensar que temos livre-arbítrio. Quando estamos a decidir o que fazer, a escolha
parece inteiramente nossa. A sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser
incapazes de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas da sua
inexistência.
E, obviamente, existem bastantes provas de que não há livre-arbítrio. Quanto mais
aprendemos sobre as causas do comportamento humano, menos provável parece que
escolhamos livremente as nossas ações.
J. Rachels, Problemas da Filosofia, Lisboa, Gradiva, 2009, p. 182

2.1. Como explicam os deterministas radicais a «sensação interior de liberdade» referida no


texto?
6.2. Apresente uma objeção ao determinismo radical.

Soluções:

Grupo I

1 – D; 2 – A; 3 – D; 4 – B; 5 – B.

Grupo II

1.1. – identificação do conceito de finalidade ou de fim; – integração do conceito na rede


conceptual da ação;
– referência à função do conceito: resposta à pergunta «para quê?».

2.1.
Apresentação da perspetiva dos deterministas radicais sobre a «sensação interior de
liberdade»:
– segundo os deterministas radicais, essa sensação é uma ilusão;
– a ilusão resulta do desconhecimento das causas das nossas crenças e dos nossos desejos /
das causas que nos levam a agir de uma determinada forma;
– se conhecêssemos as causas das nossas crenças e dos nossos desejos / as causas que nos
levam a agir de uma determinada forma, compreenderíamos que a nossa ação resulta dessas
causas, e não da nossa vontade livre

2.2 –
– se não existisse livre-arbítrio, não existiria responsabilidade moral;
– as emoções e os sentimentos morais (como a culpa ou a gratidão) implicam a imputação de
responsabilidade e, consequentemente, o reconhecimento de uma vontade livre nos agentes
morais.

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Libertismo

OU
– a experiência de fazermos escolhas genuínas / «sensação interior de liberdade» é muito
intensa, gerando uma convicção muito forte de que temos livre-arbítrio;
– para negarmos que temos livre-arbítrio, seriam precisos argumentos ainda mais fortes do que
a convicção gerada pela intensidade da experiência de fazermos escolhas genuínas.
OU
– o facto de as nossas crenças e os nossos desejos serem causados por acontecimentos
anteriores não exclui a intervenção da vontade; – ponderamos as nossas crenças e os nossos
desejos e escolhemos aqueles em função dos quais agimos; essa escolha resulta da intervenção
da vontade

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