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Testes e questões-aula

Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.° ano 4


Teste 5 EQT11DP © Porto Editora

Nome da Escola: Ano letivo: Filosofia | 11.° ano


Nome do Aluno(a): Turma: N.°: Data: - -

Professor(a): Classificação:

Grupo I
Na resposta a cada um dos itens seguintes, selecione a única opção correta.

1. O termo «arte» refere-se, em geral, a algo que é


A. produzido diretamente pela natureza.
B. socialmente construído.
C. feito para ter uma utilidade meramente prática.
D. definido de forma consensual.

2. Se uma suposta condição necessária para algo ser arte não o for de facto, então uma definição
de arte que apresente tal característica como condição necessária é
A. excessivamente abrangente.
B. demasiado inclusiva.
C. demasiado restrita.
D. uma boa definição.

3. As teorias não essencialistas da arte são teorias que defendem que


A. não é possível definir arte.
B. a arte se define a partir de determinadas características intrínsecas à obra de arte.
C. só é possível definir arte se existirem contraexemplos para testar diferentes definições.
D. a arte se define a partir de determinadas condições extrínsecas à obra de arte.

4. A teoria da arte como forma significante é uma teoria


A. essencialista.
B. antiessencialista.
C. não essencialista.
D. histórica.

5. Só esta afirmação é verdadeira:


A. Toda a imitação é representação.
B. Para Platão, a arte é imitação; para Aristóteles, não.
C. Toda a representação é imitação.
D. De acordo com a teoria representacionista, algo é arte se e só se representar algo.

6. Clive Bell defende que


A. para um objeto ser arte tem de representar algo.
B. um objeto pode ser arte sem que transmita sentimentos individuais.
C. para um objeto ser arte tem de transmitir emoções coletivas.
D. um objeto pode ser arte sem ter forma significante.

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Nuno Fadigas, Orlanda


Tavares
4 Testes e questões-aula
Dossiê do Professor, Em Questão, Filosofia 11.°
ano

7. Tolstoi ; Collingwood
A. apresenta uma teoria essencialista da arte; apresenta uma teoria formalista da arte.
B. ignora a intenção do artista; não ignora a intenção do artista.
C. é um autor antiessencialista; é um teórico do expressivismo.
D. defende que a arte é um meio de comunhão entre as pessoas; defende que exprimir uma emoção não é
o mesmo que descrevê-la.

8. De acordo com Weitz,


A. o conceito de arte pode ser explicitamente definido.
B. há um conjunto de características fixas e essenciais, comuns a todas as obras de arte e apenas a elas.
C. o conceito de arte é um conceito aberto.
D. algo é arte se e só se representar emoções.

9. A teoria institucional de Dickie é criticada por, entre outros motivos,


A. defender que há uma essência intemporal da arte.
B. excluir a figura do artista isolado.
C. ignorar o contexto cultural.
D. defender que a arte tem de ser sincera.

10. A teoria histórica de Levinson não é criticada por


A. ser demasiado abrangente.
B. ser demasiado restrita.
C. ter ignorado as intenções do artista.
D. não ter resolvido de modo convincente o problema da primeira obra de arte.

Grupo II
1. Em que sentido, segundo Collingwood, a arte é expressão clarificadora de emoções?

2. Explicite a acusação de circularidade feita pelos críticos à teoria da arte como forma significante.

3. Que outra condição, para além da artefactualidade, é, segundo Dickie, necessária para que algo
seja considerado arte? Esclareça-a.

4. Mostre que, para Levinson, a arte tem um carácter retrospetivo.

Grupo III
1. Considere a seguinte afirmação:

«A arte é uma atividade humana que consiste em alguém transmitir de forma consciente aos outros,
por certos sinais exteriores, os sentimentos que experimenta, de modo a outras pessoas serem
contagiadas pelos mesmos sentimentos, vivendo-os também.»
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Lev Tolstoi (2013), O Que é a Arte?, Lisboa, Gradiva, p. 82.

Tendo em conta a afirmação, analise criticamente a


definição de arte proposta por Tolstoi.
Na sua resposta considere os seguintes aspetos:
– a relação da arte com o sentimento;
– uma crítica à teoria da arte de Tolstoi.

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Cotações EQT11DP © Porto Editora

Grupo I
1. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
2. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
3. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
4. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
5. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
6. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
7. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
8. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
9. .................................................................................................................................................................................... 5 pontos
10. .................................................................................................................................................................................. 5 pontos

Grupo II
1. .................................................................................................................................................................................. 25 pontos
2. .................................................................................................................................................................................. 25 pontos
3. .................................................................................................................................................................................. 25 pontos
4. .................................................................................................................................................................................. 25 pontos

Grupo III
1. .................................................................................................................................................................................. 50 pontos

TOTAL..............................................................................................................................................................200 pontos

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Nuno Fadigas, Orlanda


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ano

Sugestões de resposta do teste 5

Grupo I
1. B. 2. C. 3. D. 4. A. 5. A. 6. B. 7. D. 8. C. 9. B. 10. C.

Grupo II
1. Para Collingwood, o ato de exprimir é uma exploração das nossas próprias emoções, uma tentativa de
descobrir quais são essas emoções. É isso que faz o artista: exprime emoções que ele próprio inicialmente
não compreende, de maneira a clarificá-las. A emoção original é uma “perturbação psíquica” indeterminada,
algo que nos deixa perdidos e desamparados. No processo de criação artística, essa emoção é gradualmente
identificada e refinada, até que o artista a reconheça. Pela construção imaginativa, o artista transforma a
emoção vaga e incerta numa expressão articulada. O processo de criação artística é, assim, um processo de
clarificação de emoções, de autodescoberta e de autoconhecimento.
2. De acordo com os críticos, a teoria da arte como forma significante parece ser viciosamente circular no
sentido em que na definição dos dois termos centrais da teoria (“forma significante” e “emoção estética”) um
é definido em função do outro: a emoção estética é produzida por uma propriedade (a forma significante)
que produz emoção estética e acerca da qual nada mais se pode dizer. Aquilo que se pretende explicar – a
emoção estética sentida pelo espectador – é usado na explicação.
3. A outra condição necessária para que algo seja considerado arte relaciona-se com a atribuição de estatuto
de candidato à apreciação. Tal estatuto é atribuído a um artefacto por um ou vários membros ligados a uma
certa instituição social, que é o mundo da arte. Esses membros têm a capacidade de transformar qualquer
artefacto numa obra de arte, mediante uma ação de batismo, que pode consistir em chamar a algo arte,
mas que, com frequência, consiste na publicação, exibição ou representação da obra.
4. Segundo Levinson, para produzir uma obra de arte é necessário um tipo particular de intenção: a intenção
séria ou não passageira de que o objeto seja visto ou encarado como uma obra de arte, isto é, que seja visto
ou encarado como corretamente o são ou foram as obras de arte do passado. Se é assim, então as obras de
arte têm um tipo especial de relação com as práticas do presente e do passado, tanto de artistas como de
observadores. Os objetos são intencionalmente inseridos, pelo artista, numa determinada tradição histórica: a
tradição formada pelas obras de arte do passado. Por conseguinte, a arte tem um carácter retrospetivo.

Grupo III
1. Para Tolstoi, algo é uma obra de arte se e só se foi produzido por alguém com a intenção de exprimir os seus
sentimentos individuais, de modo a contagiar as outras pessoas com o mesmo tipo de sentimentos. Isto
significa que, na atividade artística, alguém transmite «de forma consciente aos outros, por certos sinais
exteriores, os sentimentos que experimenta, de modo a outras pessoas serem contagiadas pelos mesmos
sentimentos, vivendo-os também.». A arte é uma forma de comunicação, tendo por finalidade transmitir e
partilhar sentimentos entre o artista, que cria a obra, e o público, que a aprecia. Assim, os espectadores ou
ouvintes são contagiados por sentimentos do mesmo tipo daqueles que o artista experimentou. Cada obra de
arte faz com que o recetor entre num certo tipo de comunhão com o artista e com todos os que tiveram ou
terão a mesma impressão artística.
Os sentimentos referidos são pessoais ou individuais e não gerais ou coletivos. A arte pressupõe que tais
sentimentos estejam presentes no artista e que este os transmita de forma consciente ou intencional, sendo-
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depende, segundo Tolstoi, da maior ou menor individualidade do sentimento transmitido, da maior ou menor
clareza com que ele é transmitido e da sinceridade do artista (da maior ou menor força com que este sente o
que transmite).

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Uma crítica à perspetiva de Tolstoi pode ser a seguinte:
– O artista não tem de ser sincero quando produz uma obra de arte: um ator pode ser considerado
bom justamente por conseguir exprimir emoções e sentimentos que não está a sentir.
OU
– O público não tem de ser contagiado pelo mesmo tipo de sentimentos e emoções do artista: por exemplo,
entender e apreciar uma obra de arte que expresse o ciúme não implica sentir, enquanto espectador, tal
emoção.
OU
– Podem levantar-se dúvidas a respeito do conteúdo emocional não apenas de obras de arte específicas,
como também de algumas formas de arte: ao nível da arquitetura e de obras de pintura abstrata, por
exemplo, dificilmente se pode defender que os artistas tiveram a intenção de exprimir sentimentos ou
emoções individuais.

José Ferreira Borges, Marta Paiva, Nuno Fadigas, Orlanda


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