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Numero i — Ano I Coimbra", n dê Outubro de T 914 Avulso 10 réis

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COMUNISTA
REQAÇÂO E ADMINISTRAÇÃO

Rua S á Bandeira, 11-2:'


fiOIMBRA —PQRTUSIH
Corop. e Imp. MINERVA COMERCIAL "
Ru* da Republica, 73( 75 p 77-eYO.íA 3
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A NOSSA MISSÃO A GUERRA


Lutar ardentemente para intensificar Proibem os codigos a industria do rou- terra, colocando-se ao lado dos seus alia-
hão de formar a impetuosa c o r r e r i a que
os esforços que em todo o orbe dispen- bo impondo penalidades severas aos in- dos.
ha d e derrubar as montanhas cie pre-
dem lúcidos pensadores para fazer sur- divíduos ]que déla façam uso, mas permi-
conceitos desta sociedade, o ciclóne que Era, porem, reservada e interesseira
gir, na noite tenebrosa que envolve o tem a guerra,—que é o roubo e o mor- a intervenção oportuna da Gran Breta-
ha d e destruir toda a podridão sobre
planeta, o facho luminoso da Revolução que vegetamos. ticínio legais — quando, afinal, entre es- nha colocando-se ao lado dos mais peque-
Social — única que integralmente eman- tas duas industrias não existe diferença nos e, por consequência, menos belico-
E a semente ha de germinar, p o r q u e
cipará os escravos do salario, tornando é pura e sã. alguma de substancias. sos.
o homem arbitrio do seu destino, — eis Queremos ver por terra os ítrônos, A guerra, segundo o principio que a A Inglaterra não entrou na luta pelo
em sintese, o que será a nossa obra. rnforma, em substancia, é o morticínio simples prazer de ver respeitada a inte-
terminada a infame exploração cdo ho-
Queremos depôr, dos áureos plintos, organísado, friamente premeditado, cau- gridade da Bélgica, da mesma forma que
mem pelo homem. Queremos sêer livres
amos e senhores, fazendo rolar por telosamente
e não escravos. Tentamos q u e b r a r as legalisado com uns vernises o incidente d e Sarajevo serviu de pre-
terra, foragidos como passaros noturnos de
algemas que nos impozeram os gover- civilisação. Os planos guerreiros d'ho- texto á Áustria, espicaçada pela Alema-
á luz brilhante da aurora, os potentados je em nada diferem dos das épocas pró- nha, para declarar a guerra á Servia.
nantes, porque queremos a Liberdade,
de todas as cores, para efetivar a admi- ximas da barbarie e semelhantemente o Atribuir á Inglaterra uma participação
e a liberdade não admite A m o s , S e -
ravel divisa de Blanqui: — nhores, nem Patrões. fim é o mesmo: em nada se diferencia desinteressada, é um erro crasso, páAroajr
Vimos lutar pela Anarquia, porque das hecatombes primitivas; e apenas as e grosseiro.
Nem Deus nem Amos, — ela é o sol que ilumina o nosso cerebro, armas, mais aperfeiçoadas e mais mortí- O interesse da Inglaterra, está demons-
a visão grandiosa que alenta nossos feras, são de efeitos mais rápidos e deci- trado por um diplomata que teve uma
organisando a sociedade perfeita sobre
sivos. ;
bases equitativas e profundamente liber- peitos. curiosa conversação com um redactor do
tarias. Ante ela, ruem cerces, falsas filoso- Hoje, em pleno século X X , como nos diário The Standart publicada neste jor-
i ^ r a isto vimos. íyiceaijdn J^fc^tar 3S Cairlo-S Marte|, a auçrt^ é uma jBajj. -da qual- titeracrevenios os períodos
fr cftiosT3a:cre,"S~ uma prova ineiucta-
cèrgbralmente a necessaria minoria dos
produtores; eles saberão depois, por si, rios, consolidadas republicas. Amte ela, vel de que o homem cedendo a persona- A Alemanha não tem agora, vida co-
dar o formidável impulso que fará ruir ruem, para não mais se levantarem, er- lidade á animalidade, se transforma uma mercial.
a sociedade capitalista. E então, nas gástulos aviltantes, tétricos patíbulos, fera sanguinaria insaciavel, que não se Inglaterra, depois de breve suspen-
ruinas do corrompido mundo, desfeitos imundos lupanares. comove ante esse espectáculo, horrivel- são, proseguiu na sua; e ha-de aumenta-
os perconceitos sociaes, se edificará a E ' o raio que ha de fulminar os tira- mente dantesco, ante seus olhos desen-
la com a clientela da Alemanha.
sociedade livre porque lutamos. nos, o vulcão cuja lava destruirá a casta rolado ao natural, sobre uma grande téla.
A Alemanha bem sabe, como o sabe
parasitaria. Membros mutilados, cabeças decepa- toda a gente, por que o senso comum e
Não mais Estados ou Religiões Pela Anarquia lutamos, vindo espa- das, corpos esfacelados, eis os despojos pratico não é patrimonio exclusixo dum
lhar a flux a semente da sua filosofia, da guerra em nossos dias! só pensador, a Alemanha sabe que, a vida
A burla democrata, a feroz oligarquia,
explendente ideal, que alastrando pelo A peste devastando povoações, a fome comercial é o pão dos póvos. <
sangui-sedentos impérios, hipócritas re-
mundo, ha d e proporcionar a todos os assolando países, a miséria batendo a
publicas, tudo terá findado o seu poderio. O interesse da Gran-Bretanha é ani-
seres humanos, a triologia sublime, Pão, todas as portas, eis as funestas conse
Os dominadores do comercio e d a quilar a concorrência que a Alemanha
Terra e Liberdade. quencias da g u e r r a !
industria, contribuirão ao trabalho colé- lhe faz em todos os mercados do inundo,
tivo sem recolher a parte de lião.
Avante pela Revolução Social! A orfandade, a viuvez, o luto, a deso-
Viva a Anarquia! lação, eis os resultados da guerra! no que concerne á industria, ao comer-
O troár do canhão calar-se-ha, e os cio e á navegação.
Ódios, ambições, emulações, eis o pro-
ódios internacionaes metamorfosar-se-
hão n u m imenso amplexo que entre si
os povos hão d e dár. Terão desapare-
Traços de fogo cuto dessa luta furiosamente louca, em
çue os povos da velha europa, como um
A guerra actual é uma guerra de co-
merciantes, d e industriais e de loucos.
cceano revolto de odios e ambições, se A Inglaterra estende o seu poder naval
cido fronteiras, estandartes, pavilhões. atravez dos mares para dar caça, como
A vida será livre e todos os sêres gosa- " 0 Trabalho é honra e é brio trucidam mutuamente, desapiedadamen-
pirata, á marinha mercante alemã; o Ja-
te. Os barbaros d o norte atravessam o
rão emfim dos enumeráveis produtos da pão, de acordo com a sua aliada, retoma
Natureza. Ja\er subjugados ao patrão, sem mostrar Rheno em quanto que os humanitaris=
jámais o sentimento de Revolta; consentir, tas das margens do Sena e do Tamisa, as ilhas que a Alemanha havia roubado
O mundo será isento d a desordem sem uma palavra de protesto, a mais torpe
erguendo ao vento as flamulas guerrei- á China para as restituir á primitiva domi-
capitalista, dando logar á fraternidade exploração; sorrir aos maiores abusos, mos-
ras, aclamam delirantemente o troar do nadora a troco de uma zona de iifluen-
universal trando-nos sempre dóceis ao jugo capitalista; cia comercial; a Rússia com os seus exer-
canhão e a fusilaria das mausers.
A miséria brutal, com suas sanguino- mostrar bôa cara ante os maiores sofri-
lentas garras, haverá cessado de abater mentos; como: permanecer no sub solo tene- Operários dos países beligerantes que citos de ferro, a Rússia siberiana,a Rús-
broso onde o Grisúse acumula ominosamente, nada lucram com a guerra, quer sejam sia de Stolipine e dos cossacos, aRussia
legiões inteiras de seres humanos. onde os desabamentos transformam a carne autocrata, despótica e czaresca, para ver-
A Razão terá purificado o homem e humana em farrapos; desfazer se ao calor vencidos, quer sejam vencedores, que gonha do nosso século, bate-se em nome
então, sobre o universo em repouso, as dimanado pelas fauces hi antes dos altos nenhum interesse teem na carnificina, da Humanidade por u m a causa sagrada!!
estrêlas cintilarão intensamente. fomos; aventurar se corajosamente sobre os que nenhum agravo receberam e que já-
oceanos para satisfazer a codicia dos arma- Que interesse tem o povo trabalhador,
Raiará emfim a verdadeira Liberdade, dores e aumentar os interesses dos milioná- mais se viram, de baioneta calada, assas- o bode expiatorio dos detentores do po-
a genuina Egualdade, a pura Fraterni- rios; asfixiar-se nos fornos de cál, nas mi- sinam-se a sangae frio, como se um odio der, o povo que geme e sofre, embater-
dade — A Anarquia. nas de enxofre; trabalhar a terra sob a mortal, implacavel, os impelisse para o se, em acutilar-se, em assassinar-se pot
chuva e a neve, ou sob os ardentes raios do matadouro humano.
Vimos espalhar a flux a semente que, sol, sofrer passivamente tudo isto, afim de A guerra, encarada sob qualquer ponto uma ficção ou por uma abstração?
não morrer de fome, — eis o trabalho que ' Evidentemente, nenhum !
um dia sazonada, ha de fazer brotar dos os não — trabalhadores nos constragem a de vista, é sempre, no tempo e no espaço, Mas
sordidos tugurios, dos infectos casebres, admirar e a defender. altamente prejudicial ao trabalhador, que
é, em geral, quem se bate por uma causa' o povo,' afogado na ignorancia
das miseráveis cabanas, das profundezas Ha muitos anos, ha séculos, que o tra- pela religião, entusiasma-se, electrisa-se,
das minas, da escuridade das oficinas, balho é santificado,—por palavras, nunca que não é a sua, mas antes a de indiví- dinamitisa-se, ante os acordes ^marciais
fabricas, de toda a parte emfim, a imen- em facto,—pelos senhores, pelos burgueses. duos cujos interesses são diametralmente do hino nacional; e quando os estridules
sa legião dos escravos que, n'essa dáta, O trabalho é honra, di\em os moralistas opostos aos seus.
d'esta sociedade, casta, inteligente e astuciosa. * cânticos das canções guerreiras lhe ferem
pela consciência adquirida pela assimila- Com efeito o Trabalho é a virtude, a hon- * *
os timpanos, incendeia-se-lhe dentro do
ção da Filosofia Anarquista, saberão ra. . O Trabalho é o balsamo puro que Após as primeiras declarações de peito, incandescente, a sublime pira pâ-
reclamar os direitos d e que ha tantos vivifica a Humanidade.
guerra e a invasão da Bélgica pelos exer- triotica. ,,
séculos andam excluídos. A Juventude, generosa sempre^ irre-
Semeamos, como tantos, para vèr au- JMas porque diabo os ricos citos tudescos, não lhe compreendendo !j
não trabalham nunca? o alcance, muita gente bateu palmas d e flectidamente e sem lhe compreende* ó
mentar, dia a dia, o numero dos que aplauso pelo gesto humanitario da Ingla- alcance originário, amortalha-sé^a^ pri-
SATAN.
meiras emoções provocadas por um sen-
A RIVOLTA

timentklismo piegas; e, bimbalhando o


seu desinteressado amor pátrio, corre de
braços 1 abertos para a chacina cavada a
0 que querem os anarquistas 8 10 Em mu miljpieitji
seus pés pelo interesse dos seus explora- Em 20 de Julho, fazia a Capital or-
dores, representantes genuínos do deus- gao do Governo, as seguintes afirmações,
Origem da anarquia ídéas, o que deve ser considerado como a no seu artigo de fundo :
milhão, horda d e insaciaveis crisofilos! base fundamental duma sociedade armonica
Os elementos intelectuaes do anarquismo"; e justa.
Maldição! Maldição! ou melhor, os anarquistas que possuem uma A crise que se m a h i í e s t o u foi a crise p a r l a m e n t a r ,
Que nesta hora de dôr e luto, sobre elerada cultura, quer seja por terem perten- Queremos anarquistas abolir todo o pre- e esta crise existe d e s d e a f o r m a ç ã o dos p a r i d o s . A
vilegio, negando o direito á propriedade pri divisão das forças p a r l a m e n t a r e s , em c o n s e d u ê n c i a
as testas coroadas, que arremessaram os eido a classe previlegiada, quer pela sa?, V ada, ao capital, ás riquezas usurpadas, por 0a c r e a ç a o de esses p a r t i d o s , e s t a b e l e c e u - s e p o r ial
grande ded.caçao ao estudo, estão em absos considerarem estas propriedade de todos os f o r m a , q u e n e n h u m d ' e l e s ficou c o m maioria s o b r e
povos para a maior matança de que no os o u t r o s nas d u a s casas d o P a r l a m e n t o . E ' d'a>i q u e
futuro resáia a historia, caiam os anate- luto acordo e no campo da verdade, ao aiir- homens, já porque todos sentimos a neces- vem t o d o o «gâchis» politico e m q u e a R e p u b l i c a s e
mar que a origem da Anarquia não procede s jdade de disfrutar d'élas já porque todos t e m d e b a t i d o , e q u e p r o d u z i u a situação d t f e v e r e i -
mas proferidos pelas mães, pelas esposas, dos homens de ciência nem até da própria participámos na sua produção, dando cada ro, a q u a l seria i n s o l ú v e l s e n á a se tivesse f o r m a d o '
pelas noivas, pelas filhas, pelas compa- ciência, mas tam somente das necessidades individuo o seu esforço pessoal. o g a b i n e t e do sr. B e r n a r d i n o M a c h a d o , de c a r a c t e -
sforço pessoal rística e x t r a - p a r t i d a r i a .
nheiras dos soldados imolados em holo- de ser com pletamente livre sentidas pelo Querem abolir as leis por representarem Para acabar com esse « g â c h i s » , para remediar
causto aos desígnios criminosos de um homem ao ser escravisado e explorado per estas a exploração e a autoridade, carecendo essa crise, não ha s e n ã o um m e i o : as eleições. S ó
caquetico idiota e de meia dúzia de dés- outros homens, em nome duma sociedade de tod2 a noção humana e dignificadora e o Paiz pode resolver essa s i t u a ç ã o , revelafido a sua
que impõe leis, que se apoiam nas Mausers violando os atos livres dos homens. vontade e mostrando assim qual é a c o r r e n t e m a i s
potas reinantes e detentores do poder! dos soldados, para fazer acatar as,suas deci- poderosa da_ opinião publica. Para o lado q u e e i a
Que sobre a cabeça de todos os dés- Querem abolir os exercitos por entender favorecer irá a fôrça necessaria p a r a g o v e r n a r , se-
sões despóticas.
que são o apoio físico da sociedade atual, g u n d o as boas normas parlamentares.
potas que impeliram os povos para a con- Antes que alguns homens de cie'n ;ia ini- defendendo a injustiça, o roubo e a mentira, O remedio não está nas dictaduras, o r e m e d i a , n ã o
flagração europeia, a civilisação moderna, ciassem o movimento de sociologia que vei pdo firmemente que os homens podem está nos «pronunciamentos», ou n a s sedições. O
robustecerã o ideal anarquist£ cqfíi> arg t e m e d i o está na legalidade.-.E remedio .está n a s ò b e -
que, com' a Resolução Social vai résur- er armonijíame,nte com,equidade s^pi tania d,o p o v o , expressa nas urnas do s u f r á g i o .
tos de grande valor e duma precisão mat> necessidade de forças armadas, que simbo ET aiáim que h» de atabífr a c»rse p.irlame ' é
gir dos escombros d a derrocada, redi- matica, existiram homens de escassa cultura, lisam a opres-ão brutal e o rebaixamento da assim que s e restabelecerá a tranquilidade p o r t u -
mindo a Humanidade, lance, como um pertencentes ao povo, que propagavam a especie humana, sendo instrumentos de am- g u e s a , dentro da legalidade republicana, e, por isso,
anatema, sobre os tiranos, uma palavra rebeldia aberta, contra os governo-, contra bição e um factor da morte. o governo, c o m a nova lei ou c o m a antiga lei, con-
for Mj as circumstancias parlamentares o permitirem,
apenas: as leis e contra toda a classe de autoridade
Querem abolir a moeda por entenderem vai convocar os colégios eleitorais para que a N a ç ã o
que se opoe na força, declarando a liberdade se p - anuncie, pronunciando um «veridictum» a n t e o
que é uma das principaes causas das lutas
Maldição! Maldição! individual como ideia primordial dos homens. q 1 il t o d o s os partidos terão de se curvar.
humanas, fazendo sofrer aos homens, sem
E' induvidavel que a definição cientifica e que traga nenhuma utilidade o metal em-
Gulpilhares, 1914 filosofica da Anarquia ajudou poderosamente pregado em indicar o roubo legalisado, pro- NJ fundo, está nessas palavras a confissão
a abrir a clareira por onde a luz do ideal se pondo a troca de produtos, sem que um te- da mentira parlamentar.
GIORDANO BRUNO. estende, servindo de arma de combate nas nha mais valor que outro, considerando que O primeiro parlamento republicano deu
discussões sustentadas em jornaes, em ate- tudo o que se produz na terra constitue partes iguais a cada partido porque não foi
neus, em centros de cultura, contra os pseu- igual necessidade para os homens. feito por um partido único governante, mas
A Guerra é uma. oousequencia do-cientificos e contra os intelectuaes que por uma amalgama de facções e tendências
Querem os anarquistas abolir egrejas e diversas ainda indistintas.
naturalda ambição dos capitalis- pretendiam defender a classe previlegiada religiões, por entender que são um obstáculo
tas. com argumentos dogmáticos e anti-naturaes, para a justiça humana, já que os fanaticos E' preciso, pois, que novas eleições dêem 3
Ser partidário da Guerra é ser- ajudando também o desenvolvimento m«.ntal crentes preferem ser escravisados na terra vitoria a um partido, isto é, ao partido que tp-
vir os i n t e r e s s e s c a p i t a l i s t a s em dos anarquistas, tidos até então por incultos, para gosar a liberdade no céu. Mas entenda-se nha maiores simpatias, influências e comoina-
detrimento dos seus. dando-se hoje, em viitude desse desenvolvi- bem : a abolição destes antros de corrupção ções com o governo, que disponha de maior
mento, frequentes casos em que simples tra- e de mentira, fazel-a-ha a mentalidade hu- numero de governadores civis, administrado-
balhadores, entusiastas do ideal, armados mana, isto é, serão abolidos quando ninguém res do concelho e caciques. Assim se manifes-
com os seus conhecimentos científicos, dis- tenha interesse ou julgue tel o em frequen- tará a isoberania do povo, expressa nas urnas
A Evolução Social cutem vantajosamente com os intelectuaes tal-os.
burguezes, conseguindo ruidosas vitorias so-
do sufrágio», bem pouco universal entre nós.
Normalmente, um parlamento deveria ser
Em uma palavra: nós, os anarquistas, retalhado em muitas facções, pouco desi-
bre os seus adversarios em matéria de so-
queremos abolir tudo o que escravisa ; tudo guaes em fôrça, pois um pais, ou antes, os
processo da evolução é do indivi- ciologia.
o que degrada; tudo o que estorva, sem dei- que nele tem ideias, poucas ou muitas,
duo á federação, da cidade á nação, do A falta de conhecimentos filosoficos não xar em pé nenhum pilar dos que susteem a
pode supor de forma alguma a não assimi- sociedade burgueza, porque a experiencia acham se divididos em muitos grupos, não
direito privado ao direito das gentes. A lação da idéa libertaria. Um trabalhador rude, das revoluções passadas nos ensina que a só quanto ás questões gerais, mas quanto a
era da;; nacionalidades está acabada ou sem possuir a mais pequena instrução, pode liberdade a meias é fictícia, e que ao deixar cada questão particular.
a acabar; os Estados disputam-se os con- ccxeber perfeitamente o ideal anarquista, um átomo de autoridade ou de exploração Mas assim não seria possível governar,
fins e u hegemonia politica e comercial. lutar por ele e defende-lo em todps os tçr isso é faulha que reacende o fogo da ambi- não poderia funcionar o parlamento, ^eiia,
—tv._ sem- -V'- P'<-- ,w>-.'rtr.o Jjàn, como diz a C a p i t a l , a icrise parla-
Kfeceaier-áé de cons^wàr ••arirtíwaMes pj W^suíUâfJc <s «tii fpptwfc i-Jif"' ( "111 <r««2 tt.. Í-A-X^ofr:
conhecer os princípios fundamentaes do Por isso dizemos, os anarquistas, que
sociaes e definir as relações das gentes; anarquismo cientifico. tem que ser ficção em todos os seus porme-
o novo direito publico encaminha-se pa- queremos destruir, mudar, todo o existenté nores, engrenagens e modalidades: se lhe
A Anarquia não é só humana e positiva, para que o campo humano fique completa-
ra a abolição da propriedade. é claro, e por ir,so adaptavel a todas as men- mente purificado, para que as ideias novas falta um bocadinho de mentira que seja, a
talidades, por representar um ideal liberta- possam florescer louçans e formozas nos ce- caranguejola range, desconjunta-se, vai a
O Estado cederá o lagar ás associa- terra.
ções de trabalhadores e ás suas federa- dor que está até encarnado na mentalidade rebros dos homens, para que a liberdade
d'alguns animaes inferiores. Por isso se formam os '«partidos de Go-
ções. A Comunidade primitiva reviverá, seja aifim completa e verdadeira. verno», com uma disciplina ditada pelas con-
Para ser anarquista basta que o individuo
completada e integrada na comunidade dê o verdadeiro valor á sua personalidade, veniências do mando e da Gaméla, sujei-
da nova éra. que tenha um principio de dignidade e que tando indivíduos e ideias ao interesse funda-
possua um sentimento justo e humano. E Quando penso em todos os males que te- mental do partido : a conquista ou conser-
A erolução social chegará a essa méta. nho presenciado e sofrido, provenientes de vação do poder. Por isso o «poder execu-
Não são, pois, o Socialismo e a Anar- se combinarmos estas qualidades moraes no
homem, com as necessidades materiaes ca ódios nacionaes, digo comigo mesmo que tivo», senhor da maquina administrativa,
quia iívenção de espíritos inquietos ou vida, veremos quão fácil é para um simplis tudo isso repousa sobre uma grosseira men- faz o «poder legislativo» á sua imagem e
sonhos dementes enfermiços, como a al- trabalhador, conceber o ideal anarquista. tira—o a m ô r d a p a t r i a ! semelhança.
guns se afigura; são o resultado neces- Apesar disto, muitos ha que julgam qie Não basta estarem os pobres, no campo
Conde Leão Tolstoi. eleitoral, sujeitos aos patrões e aos politico?,
sário da evolução social. para ser anarquista, para combater toda a
classe de autorida-de e de exploração, se n:- " « n>a3<3)S>3>3aaí)<r— . aos senhores do poder, da influencia e da
A luta pela existencia,diminuída pouco riqueza, aos dispensadores de trabalho e de
cessita um estudo completo e consciencioso
a pouco desde os tempos prehistoricos favores.
até hoje, deve desaparecer com um prin-
da questão social, imaginando o nosso ideil Acción Anarquista Não basta serem os eleitos membros da
como um problema árduo 'e complicado o
cipio ético ou moral superior, com a As- qual tam só podem chegar a compreend<r classe rica e dominante, ou ingressarem ett^
Em Madrid (Espanha) acaba de se consti- breve néla, ou sofrerem em breve a sua
sociação Livre e Universal, fundada na os chamados homens de ciência. tuir um grupo assim denominado que se influência e corrupção.
coletividade de bens e na igualdade de O que podemos dizer é que o prejuízo propõe levar á pratica a publicação dum jor-
d'estes e a ignorancia d'outros tem feito qie nal para difundir os princípios libertários. Não basta 3 compra de eleitos efetuada
condições. pelo govêrno e pela alta burguezia indus-
a Anarquia não seja mais conhecida e difun- O primeiro numero deste periodico apa-
S. MERLINO. dida entre os homens, sendo um verdadeiro recerá no dia i3 do corrente dedicado á se- trial e financeira, sobretudo onde esta se
fantasma para muitos. acha desenvolvida.
mana sangrenta e ao trágico assassinato do Não basta a incompetência enciclope'd ca
Nodiaom que os trabalhadores anarquista Francisco Ferrer. O primeiro nu- do parlamento, tomado em globo, sendo
do cada paiz compreenderem cla- mero será extraordinário, publicando-í.e em cada assunto (que não seja politiquice parti-
grande formato e ilustrado, com colabora- dária) discutido e resolvido por uma meio-
ramente que s e u s verdadeiros B a s e s da Anarquia ção dos mais conhecidos melitantes do cam-
inimigos são os c a p i t a l i s t a s que ria de incompetentes.
os conservam ua incerteza do dia A Anarquia representa a liberdade com- po anarquista. Não basta a impotência reformadora do
seguinte, 110 e x c e s s o do trabalho, pleta do individuo, sem lhe negar nenhum Seja bem vindo o novo campeão da Anar- parlamento em tudo que toque os interes
ua miséria e 11a ignoraucia, a Re- direito, quando este não prejudique a liber- quia. ses das classes dominantes, que só encon-
volução Social s e r á um facto. dade dos outros indivíduos. Concebe-se as- tram resistência efetiva e eficaz na acção
sim a sociedade futura como um conjunto organisada dos espoliados e oprimidos.
de homens inteligentes, dignos e enamora-
dos da sua própria personalidade, mudando Santos Pinho Não basta a influência delete'ria da ?..:ção
eleitoral e parlamentar, levando as massas a
Do natapaí a vida tormentosa de hoje num viver de
C e d e n d o ao pedido q u e lhe foi feito confiarem numa providência legal e a aban-
amor e armonia. donarem a organisação e a Acção Diretr>.
Os anarquistas querem a completa liber- pela Aliança-Anarquista, este nosso ami-
—Weu senhor, dá-me uma esmola ? go e c a m a r a d a e x e r c e r á o c a r g o d e re- Sobretudo nos paises de opinião pública
—Não pode ser. dade em todas as suas manifestações. Livre pouco desenvolvida, o parlamento é fabri-
o trabalho; livre o amor; livres as riquezas na- d a t o r principal d o nosso orgão.
—Dê, dê, meu rico senhor, porque tenho cado por um pai tido no ministério do inte-
turaes; livre a terra, tudo enfim, para gosar, Previnem-se os c a m a r a d a s d e Lisboa rior; e não o sendo, não funciona.
minha mãe doente, e meu pai sem trabalho.
—Mas porque é que teu pai não tem tra- para produzir, para lutar contra os segredos t o d o s QS a s s u n t o s r e f e r e n t e s a o n o s s o Aí está a «vontade do pais», a «soberania
balho? da Natureza, a única luta dignificadora que ? , , , . ., , do povo-», a «legalidade>—como dizem,
-
poderá aceitar-se na sociedade -
futura jornal devem ser tratados naquela cidade,
—Foi por ficar impossibilitado na ofici- com bem fingidas aparências de seriedade,
na que jamais tornará a poder trabalhar. Os anarquistas querem a abolição de todo com o camarada Pinho, Rua da Bempos- os jornaes de govêrno. Aí está como se
— Quantos anos tens? o governo, de toda a autoridade, de toda a tinha 33-i.°-Esq.° exprimem, nuni «veredito» inapelável, as
— Quinze, meu bom senhor! imposição, de toda a força opressora, para urnas do sufrágio pouco universal.
. —Eniãolu com essa idade, pjdes esmola! ideixar o homem completamente livre, para
' —Peço, porque já fui pedir trabalho a áar lhe oportunidade de desenvolver as suas A miséria dos trabalhadores
NENO VASCO.

uma fabrica e não me deram. próprias energias, para que seus atos e suas provem d'eles serem f o r ç a d o s a
— Olha, á tarde vai a minha casa, que se- obras sejam produto da sua expontaneidade, produzir para uma multidão de
rá bom para ti e para teus pais. em vez de ser o fruto da escravidão, como p a r a z i t a s , que tem sabido roubar A politica é um dos maiores ini» |
E o burguepensativo lá foi andando... acontece na atual sociedade, E mais que a melhor parte, do que e s t e s pro- migos dos trabalhadores.
tudo, para respeitar * liberdade do individuo, duzem. E s c r a v o s do capitalismo, ius-
(CASERIO.) para não violar as suas i n t e n ç õ e s e as suas 3ean eraoe. trui-vos s e quereis s e r f o r t e s .
A RIVOLTA

A GUERRA 0 nosso Sindicalismo


AGITA Ç/L O OPERARIA N ã o ha nada mais infame
Os anarquistas individualistas reprovam e
CONZOBERT. combatem o sindicalismo: nos não fa-
Neste momento trágico e doloroso, em que Ouve colisões com a força armada, haven- zemos eôro com eles.
quasi todos os povos da Europa se trucidam do ferimentos e mortos da parte do povo, — Amigos da guerra ! . . . Pois ha d'isto ? Os sindicalistas corporatistas querem ro-
canibalescamente na maior e mais barbara produzidas por aqueles que tentavam esma- H a : ha de tudo neste mundo sub-lunar. dear o sindicalismo por uma alta muralha
carnifici.ia que a historia nos regista, arran- gar com a razão da força o grito de Justiça E emquanto a instrução não alumiar o da China, asfixiando o corpo social num
jaram os comerciantes, essa cafila infame de do povo roubado. cerebro da grande maioria, o que ha de haver espirito estreito fomentador de rivalidades
exploradores, o pretexto de aumentar os ge- Os protestos do proletariado contra a ca- mais frequentemente são, ilusões e erros.
ne ros que mais necessários são á vida do restia da vida, continuam por todo o paiz entre as varias profissões.
trabalha jor. Os tres maiores flagellos, que teem asso- Regeitando os complementos duma agita-
com mais cu menos intensidade, sendo de
Que lhes importa a eles que o povo estale crer que os acontecimentos do Porto tenham lado o mundo são a Fome, a Peste e a ção integral eles amesqumham egoistica-
de misçria e de fome ? a sua repercursão em todo o paiz, pondo Guerra.
Nos eus armazéns estão acumulados os mente o Sindicalismo ; nós nao os se-
assim em debandada os açambarcadores que Qual e maior? Qual é pior? O pior pa- guimos tampouco.
vivêres mais necessários á vida do povo, aumentam os generos com o intuito mes- rece-nos sempre aquele, cujos horrores che-
para vender a quem mais dér em manifesto quinho e infame de roubar o povo, para gam ao nosso conhecimento em ultimo logar. Os individualistas, desprezando o povo e
prejuizo do povo faminto e escravo, aquele mais rapidamente enriquecer. elevando o individuo, equivalem-se, pois dei-
que tudo produz em proveito duma burgue- Mas se refletirmos, depois de lançarmos uma xam de reconhecer a verdadeira força revo-
zia insaciavel e feroz; que escudada nas Em Coimbra, embora que platonicamente,
ma users da soldadesca, ignara; e no sabre já a voz de protesto da classe operaria se vista de olhos pela historia, acabaremos por lucionaria das massas insurgidas.
policial, pretende agora reduzir á fome a fez ouvir contra a vil exploração comercial, convencer-nos, que se a fome é medonha, e Os corporatistas proclamam que o Sindi-
grande massa proletaria, que tudo produz e realisando-se na sede da União Geral dos a peste lhe não é inferior, a guerra parece
Trabalhadores, duas importantes reuniões o p ó r ; pois no cortejo fúnebre das suas vi- calismo se basta a si proprio. Nada se basta
nada possue.
Já não é só a crise de trabalho que dia a publicas a que assistiram centenas de ope- timas veem sempre desgraçados, que os ou- a si proprio: tudo é solidário nos esforços
rários. dos oprimidos para se libertar da domina-
dia vai avassalando a classe trabalhadora, é tros flagelos não mataram. A Guerra, em ção politica e da exploração capitalista.
tamlem a paralisação das grandes industrias Para fazer calar a voz do povo, afogando-a.
que vai arremessando um novo contingente em sangue, ordenou o governador civil, no regra, faz se acompanhar da fome e da peste. Os anarquistas individualistas são anti-re-
de operários para o numeroso exercito dos dia das reuniões que o exercito fosse posto E depois quem são os mais feridos, os volucionarios, pois que, inconscientemente,
S e m 'Frtiballio. de prevenção, mandando cercar a União mais despedaçados, os que ela mata em
O povo ficará reduzido á mais negra situa- Geral dos Trabalhadores por forças de infan- maior numero? são os inocentei; isto se tornam conservadores das instituições
teria, guarda republicana e policia... monstruosas de que o homem é a vitima.
ção, se com a sua ação energica e decidida é, são os pobres soldados que r.ão fizeram Eles declaram que, para que as instituições
não colocar um dique á cruel ambição dos E são estes cabotinos da democratica cor-
açambarcadores. dealidadc que nos andam a businar aos ou- mal a ninguém ! caduquem, é necessário, primeiramente, que
A ciasse operaria do Porto, já fez ouvir a vidos com o patriotismo!... Que a classe E tem amigos a guerra, o facto bruto da os homens se transformem. Nós lhe objéta-
sua voz potente e vigorosa, contra os seus operaria se reveja nestes exemplos; e, oxalá guerra, a guerra simplesmente como des- mos que para que os homens se modifiquem,
exploradores, saindo á Praça publica clamar que o seu despertar agitado lhe sirva de in- truidora da Humanidade, a guerra para lim-
bem alto a sua revolta contra os governan- centivo para futuras lutas. c preciso, -- paralela e simultaneamente —
par a arvore humana que tem folhas de- que eles agitem pela revolta contra as insti-
tes, que estão fazendo causa comum com os a
causadores da miséria do povo. RAVACHOL
MA S
' ' Q.UE defenda e s t e o u aquele mili- tituições para que elas baqueem. Nós afir-
tar, por errada compreensão da sua missão, mamos, com a historia, que a ação revolu-
explica-se, mas que o façam de boa fé escri- cionaria das multidões desempenham uma

A um camponez tores de outras classes, parece incompreen- influencia de educação moral superior á que
sível. poderia fazer um século duma dolente tran-
Os tormentos de uma pessoa só, injusta- quilidade.
mente condenada, podem alarmar uma ci- Os nossos austeros corporatistas são, em-
E:riancipa-tc a ti mesmo; conquista com Extraímos d'um diário burguez espa- dade, acender a Revolução n'um paiz e até bora afirmem o contrario, reformistas lega-
os teus esforços, com a tua energia e com
a tua inteligência tudo o que contem as tuas nhol : escitar o mundo inteiro: a morte violenta listas, querendo avançar passo a passo, cahin-
aspirações e serás coroádo com o bom êxito. « U m francez r e s i d e n t e e m Biarritz, de tantos desgraçados, quantos caem sobas caha, rolando sobre o passeio que corre ao
Quando entre ti aparecer qualquer politico r e c e b e u uma carta de um irmão s e u q u e balas dos exercitos, ou sob a pata dos seus
s e e n c o n t r a nas fileiras militares ao Nor- longo da estrada do parlamentarismo sindica-
a falar-te ao coração com promessas, nas te da França, em q u e diz q u e milhares cavalos em correrias guerreiras, não só não lista. Porque, com efeito, ele ha um parla-
quaes se encerre todos os teus desejos, es- de c a d a v e r e s s e encontram e s p a l h a d o s Í ncomoda, mas c hsg&- &-Constituir motivo
sa- aça-o, elimi,na-o do teu seio por-vip <»l« oocnpo da K-»trilha W -u.JiV Oli wlíU- mentarismo sindicalista, como h a ' j m parla-
intfúfa-te, elé simplesmente quer governar- uos não d i s p õ e m de t e m p o para o s en- para glorificar os que diiigiram tão horrível mentarismo politico. Basta observar com
terrar, dá logar a q u e e l e s d e i t e m u m atrocidade !
te, quer lançar sobre ti as enormes contri- c h e i r o horrível, c h e g a n d o ás v e z e s a fa- atenção como se constitue uma maioria n'um
buições que sustentam essa numerosa cáfila zer e s m o r e c e r o s c o m b a t e n t e s . Algu- A perseguição de DreyfFus, considerado congresso.
de Militares, de Padres, de Magistrados, mas v e z e s — d i z — , t e m o s q u e dormir quasi por toda a gente um inocente, fez vi-
de Patrões, de Empregados 'Públicos e de sobre o s c o r p o s putrefactos. E s t e s en Os ultimamente realisados são duma elo-
Deputados. contram-se debaixo dos colxóes, e n t r e brar de indignação quasi todos os corações.
m o n t õ e s d e palha e dentro das c a s a s Quem não olhasse com desprezo os tribu- quente revelação.
q u e foram abandonadas d e p o i s d o s a q u e Resulta pois do que procede:
a q u e se entregaram os alemães. naes militares francezes, era incapaz de sen-
Conta contigo, unicamente contigo e com N u n s p e q u e n o s b o s q u e s q u e t e e m u n s tir o culto intimo da Justiça. 1.°— Que os anarquistas individualistas,
os teus camaradas para conquistar a Terra, 120 m e t r o s quadrados, as tropas france- não admitindo a Revolução Social feita pelo
para a cultivar livremente e para distribuir zas, no dia em q u e e s c r e v e a carta a s e u As vitimas da guerra contam-se por mi-
irmão, realizaram 35o e n t e r r a m e n t o s d e povo nada teem de comum comnosco.
as colheitas por os trabalhadores da cidade c a d a v e r e s já em estado de d e c o m p o s i -
lhões, por milhões as famílias atormentadas,
que em troca te darão calçado, fato, casa, 2.°—Que os sindicalistas corporatistas res-
por milhares de milhões os flagícios que á
mobiliário, emfim tudo o que necessites, tringindo-se cada vez mais na estreiteza duma
Humanidade .tem trazido tão medonho fla-
sem que o expendio das tuas forças seja E é para estas e tantas outras barba- concepção dum ideal gasto, fazem subsistir
exorbitante. gelo !
ridades que os assassinos agaloados arran- as mesquinhezas, as rivalidadís entre as
Queres saber como o poderás fazer ? E ha-de bemdi ier-se a guerra, e ha quem
cam os filhos ao lár materno, e nós, os a defenda sinceramente ! . . . classes mais ou menos qualificadas.
Aàsocia-te com os outros trabalhadores;
combina com eles nunca mais pagarem im- Por outro lado: perdendo de vistao carater
anarquistas que lutamos para que o povo Porque provocou a questão DreyfFus ta-
postos; nunca mais entregarem as colheitas integralista que deve ter a Revolução Social
aos vossos amos e não se sujeitarem ás educando-se extirpe esse cancro social, manha indignação? Porque a mentira, a per-
e a necessidade de conformar os meios de
ordens riranicas da autoridade. o Militarismo, geradôr de todas as cruéis versidade, a podridão e o crime deram-se propaganda com o fim em vista, eles, despre-
Converte, depois em factos as combina- carnificinas guerreiras, é que sôraos per- as mãos, e envergando as vestes augustas da zando o espirito de revolta, factor poderoso
ções r verás como a felicidade entra no teu justiça, e invocando refalsadamente os sa-
wi ao eífíu sb rnTk i versos e criminosos. de reivindicações, encaminhando se infali-
grados interesses da patria, pronunciaram
Mães, os anarquistas querem a paz, velmente á imobilisação das forças operarias,
contra o inocente uma sentença infamante.
o militarismo quer a guerra, pois essa é pelas enganosas ilusões de consideráveis
Reconhece-te um homem cóm direito a Pois quando um governo, invocando fal- efetivas ou de avultadas somas.
viver na paz tranquila d'um trabalho livre e a sua razão de sêr. Guerra contra os de
recompensado. samente o nome da patria, obriga milhões
fóra e contra os de dentro, os trabalha- 3.° — Que de todas as tendencias a dos
Reconhece-te com o natural direito de sa- de inocentes a por-se á frente das balas, que
dores. A n a r q u i s t a s - C o mti n i s t a s«
tisfazeres (odas as necessidades da vida. milhões de outros, que eles vão espingar-
Revolucionários e' a única que as-
E açir.js de tudo educa-te para conheceres Os anarquistas procuram com a sua de^r, lhe hão de disparar, resultando d'esta
o devei sacratíssimo de nunca seres nocivo senta sobre o verdadeiro terreno da luta
i aos teus semelhantes.
propaganda levarem os homens a ama- ordem homicida, centenas de milhares de
rem-se como irmãos, o militarismo tem mortos, não constituirá isto uma das maio- que sofrem moral e materialmente as insti-
sindicalista, chamando a si todos os seres

Se dormes desperta e ouve. por missão levar os homens a odiarem-se res iniquidades que se podem cometer? tuições criminosas que nos dominam e de-
E o c'arim da Revolta repercutindo de canibalescamente. O anarquismo quer a Não é um homem o soldado ? Não tem monstrando que a Insurreição Expropriadora
vai em vai as vibrações sugestivas da Soli- vida, mas a vida livre, o militarismo quer tanto direito á vida como os outros ? Não é é o principal factor de transformação social.
darie-dadc Operaria. tão sagrada a vida d'ele, como a de qual-
Desperta! a morte e a escravidão.
quer? PIERRE MARTIN.
Ergue a fronte e com arreigadas convic- Mães, para vós apelamos.
ções ou por instinto natural, d'uma necessi- O ' monstro da guerra, que te alimentas
Ensinae do berço vossos filhos a amal- com a carne dos corpos dos nossos paes,
dade insatisfeita, conquista o teu bem-estar
que con iste n'esta sublime trindade : diçoar o militarismo e a guerra, como é dos nossos filhos, dos nossos irmãos; que Aos e a m a p a d a s
Pito? Terra- e Liberdade !
vosso dever, para que eles mais tarde, não só vives de matar, mas matas por
O nosso jornal, como sabem, para se pu-
quando homens e os queiram arrastar á gosto, pois que a morte é atua vida, os tor- blicar exije despezas constantes e regulares.
UM ANARQUISTA. caserna, á guerra gritem junto comnosco: mentos a tua alegria, o sangue derramado o E se o auxilio monetário não fôr por igual
liiuido que te dessedenta; haverá horror
Abaixo a Guerra! constante e regular, a suspensão torna-se
mais profundo, que o que tu inspiras, ó
Viva a Anarquia! inevitável, mais tarde ou mais cedo.
monstro da guerra!?
Aos Grupos REVOLTADO.
CEZAR DO INSO.
Para evitar que tal aconteça, rogamos um
pouco de bôa vontade da parte dos nossos
A t S' P
><'<>!-, «s Grupos e camaradas agentes,"enviando-nos ate'á próxima segun-
ti tjitM nu « iiviamos p a c o t e s d'A R S * da feira o produto da venda. A todos os ca-
V O L T A para procederem A, sua A. Sacristia, a Bolsa e a Caser-
v « n t i a , pedimos caso o não qnei- na, sàotrez antros associados pa-
ra vomitar sobre as nações a s O militarismo é o mais perigoso maradas a quem enviamos também listas de
ram faseei de nos devolverem os trevas, a miséria e a morte. inimigo da Humanidade. subscrição voluntaria, pedimos que. assim
resj.etÍT08 pacotes antes da saí- A. sua disciplina é a negação que arranjem donativos nos enviem na vol-
<3a tio p -oximo numero.
BJanqui. completa cHa liberdade. ta do correio.
A RIVOLTA

& Greve Geral ih em


A BARBARIE
Quando os trabalhadores com uma edu- A'VANTE!
cação perfeita e completa poderem realisar a Vemos com b a s t a n t e regosijo q u e os Oh' vós que a proclamar andáis, patriotismo,
greve geral, a revolução social será um fac- fazendo exibição do estúpido empirismo
nossos camaradas, a d e s p e i t o da guerra
to então; nada a poderá deter. A burguezia — se quer's viver em páz, prepara-te p'rá guerra,
cederá campo ao proletariado. A finança ecli- e extermínio feita pela b u r g u e z i a ás
d
vêde a rubra eclosão que páira sobre a Terra,
psar-se-ha perante a plebe, poderosa pela for- doutrinas anarquistas, vão c o n h e c e n d o , O azul do céu, flamante, expõe nitidamente
ça da educação que a ha-de emancipar inte- emfim, a imperiosa n e c e s s i d a d e duma a tragedia sangrenta, em um laivo candente.
gralmente. forte organisação, p r o v a n d o assftm aos Olhai! O Nordéste é flamivoma fornalha
Os governos, forças tenebrosas e mortaes, nossos detratôres, aos dirigentes dlos po- aeêza em oblação á luzida canalha
serão dissolvidos pelo pensamento creador vos escravisados que p e r a n t e as su?as vio- de sceptro, manto e c'rôa, imperiaes fastígios,
dos salariados. A' desordem capitalista, ao e á burla colossal dos de gorros frígios.
lências os anarquistas c o n g r e g a m a s suas
egoismo proprietário, aos malefícios ou á De Kiel a Sidney, desde Kara a Odessa
inutilidade da policia, á brutalidade da guar- forças, unindo-se pelos mais estreíítos la- o troar do canhão alarma a turba opressa
da republicana, á crueldade inútil da magis- ços d e solidariedade, a p t o s para a luta e o spraknel e o torpedo, a bomba e a granada
tratura, ás carnificinas dos exercitos terá su- no c a m p o em que ela seja posta. reduzem legiões a massa informe, ao Nadal
cedido a verdadeira ordem social — A A propaganda ativa e vigorosa q u e os E' Atila que passa — o látego flagelo,
Anarquia. Sucedeu ao Direito a CUrvá d'um cutelo
nossos camaradas vão f a z e n d o enitre os
Quando, pela educação dos que pensam, — meia lua sinistra —, a infame guilhotina
trabalhadores desta cidade, t e m sicdo al-
a greve geral se realisar, ela demonstrará com que a sociedade os parias assassina.
uma coisa: a não inferioridade da classe ope- t a m e n t e benefica para o desenvolvimen- O gume duma espada e a bala do canhão
raria durante tanto tempo explorada pelo ti- to d o nosso querido ideal, creandio no* teem mui mais valor que a burla da Razão I
rano de cima e pelo senhor de baixo. O s seio do movimento o p e r á r i o ferverosos
escravos da oficina, os explorados do atelier, a d e p t o s p a r a a causa s a n t a porque; luta- Perpassam os dragões levando em riste a l a n ç a . . .
os forçados da manufatura,os ilotes do cam- mos. A Bélgica é arrazada e invadida a F r a n ç a . . .
po, d'esta maneira livres e solidários, terão O sangue vai correr nas regiões da Prússia
despedaçado para sempre a golilha secular, Assim a Aliança- Anar quisitadia
talada p'lo caudal das legiões da R ú s s i a . . .
golilha presa ao seu pescoço pela ignorân- a dia vai engrossando a sua c o l u n a com Cidades sob o f o g o . . . Ruinas e destroços,
cia de uns e pelá selvajaria dos outros; san- novos camaradas, que a n i m a d o s cduma e lagrimas e sangne.. E' a obra dos c o l o s s o s !
grenta algema forjada pela Egreja e pelos g r a n d e vontade veem d a r o seu comcur- Gritos de maldição e pragas formidáveis
Estados. so á nossa propaganda. bradam por toda a parte os povos miseráveis,
Mas a greve geral que preconizamos e A o n d a vai crescendo, crescendto ca- do Elba ao mar de Azof e d'este até Aran.
queremos não estalará somente como arma
da vez mais, para em b r e v e , impettuoza
Voltou a barbarie de Nero e Gengis-Khan.
de oposição contra a guerra — matadouro A Ramsés do Egipto e a Filipe de Espanha
colonial ou açougue nacional. arrazàr esta podre e g a n g r e n o s a ssocie- sucede o Tzar da, Rússia e o Kaizer da Alemanha.
A greve geral que propagamos e deseja- d a d e em que o humanitarismo é umía pa-
mos, é a gréve geral expropriadora a qual lavra vã e a justiça u m a m e n t i r a deesca- Oh' vós que a proclamar andais, patriotismo
terá como finalidade consequente: o salariato r a d a . fazendo exibição do estúpido empirismo
abolido, a miséria suprimida, a fusão dos po- D a perfeita organisação d e todoss os — se quers viver em paz, prepara-te p'rá guerra,
vos com a originalidade inherente a cada
a n a r q u i s t a s advirão incontestavelrmente Vêde que grande crime essa doutrina encerra.
qual, respeitando os seus normaes instintos,
incluindo a reciprocidade dos produtos, a g r a n d e s benefícios para a s e m e n t e i r a da A. Santos Pinho.
pureza das permutas, o equilíbrio e a perfei- g r a n d e ideia — A Anarquia.
ção do trabalho. Q u e os anarquistas d e Coimbra a i n -
Preconizamos a greve geral expropriado d a hoje refrátarios á organisação, c u m - F a d o L i v r e R a c i o n a l - — N o v o s j o r n a e s
ra e revolucionaria. Queremos ver termina- p r a m pois com o seu d e v e r , ingressan- No dia i3 de Outubro inicia a sua publi-
da a autoridade-governo e presenciar em cação*em Aveiro um novo jornal que se de-
vez das contradições e dos horrores do Ca-
do na Aliança-Anarquista. O titulo é b a s t a n t e sugestivo e e x p r i m e dicará á difusão do sindicalismo e anarquismo]
pital, os seres humanos, tornados unidades T u d o pela E m a n c i p a ç ã o dos t r a b a - bem o nosso espirito literário q u e lhe O primeiro numero é dedicado á memo-
conscientes e não imprecisas, constituir um lhadores ! imprime a qualidade d e fado moderno, ria do camarada Ferrer.
—Os camaradas que compõem o grupo
mundo habitual. Queremos ver acabadas es- T u d o pela A n a r q u i a ! moralisador e educativo.
da extinta revista A Sementeira que
sas monstruosas carnificinas, essas dilacera- Este trabalho em f o r m a d e livro, d e tão brilhantes serviços prestou á causa anar-
ções odiosas, esses massacres horríveis, a s 16 paginas, além do respetivo reposito- quista em Portugal, acabam de novo de
guerras. O s trabalhadores nâo te«em rio em forma d e q u a d r a s de q u a t r o de- reorganisar este grupo, para novamente ini-
patria. cimas c a d a u m a e a respetiva musica ciar a publicação de tão util revista.
Queremos que o homem não seja mais a K A R L MAKÍX.
composta para o mesmo, c o n t é m artigos A correspondência deve ser dirigida para
fera pronta a dilacerar o homem seu irmão. o Cais do Sodré, 88—Lisboa.
Para isso, para efetivação das nossas as- explicativos sobre a a r t e poética e m u -
sical, sobre a ortografia simplificada-
pirações, vimos dar o nosso esforço para a
creação da minoria que mais tarde dará á Aviso importante transitoria, e sobre os hinos: — Interna- Alia nçan A na vq aista
multidão o impulso supremo. cional e o Hino Libertário.
A O S QUE R E C E B E M P A C O T E S Insere estrofes para A Internacional CONVITE
Nós queremos a greve geral não de sim- Deves sêr um camarada, um dedicadas á intancia, e outras estrofes Convidam-se todos os camaradas perten-
ples manifestação contra a brigandage de para o Hino Libertário d e d i c a d a s ás mães centes a esta organisação a reunir, hoje do-
companheiro, já traquejado na mingo, pelas 11 horas da manhã, na nossa
qualquer nação; mas uma greve geral que e a t o d a s as boas e d u c a d o r a s . T o d o s os
sendo um intenso e ardente protesto contra nossa luta. Por isso falamos-te indivíduos que teem prediléção pela m u - redação, afim de tratar de assuntos de alta
importancia para a propaganda.
a folia liberticida de que os dirijentes nos fa- com franqueza. sica t o c a d a e c a n t a d a com versos, d e v e m A' reunião podem assistir os camaradas
zem vitimas, envolva todas as suas conse- A vida de um jornal anarquis- adquirir um e x e m p l a r , pelo menos, d o não agrupados.
quências moraes e seciaes: Supressão das ta depende da bôa ordem da s ua Fado Livre (Racional. O s c a m a r a d a s q u e He»
hierarquias, abolição do Estado e da Egreja, administração. se d e d i c a m á p r o p a g a n d a do Ideal E m a n -
A sair brevemente
organisação do consumo e da produção, per- cipador p o r meio d e venda d e obras im-
E esse serviço como todos os pressas d e v e m - s e e m p e n h a r pela v e n d a
muta comunista, cantonal e internacional;
edificação das cidades livres sobre as ruínas mais è feito nos nossos jornais, deste folheto c u j a p e r c e n t a g e m p o d e re- COMO NÂO SER ANARQUISTA?
das monarquias, dos impérios, das republi- por trabalhadores,depois do dia verter e m proveito d e quem v e n d e o u Publicação da Aliança-Anarquista
cas; isto é, a gréve geral expropriadora e passado na oficina. Tem paois para auxilio dos g r u p o s de p r o p a g a n d a Belo folheto de p r o p a g a n d a libertaria 1
revolucionaria, cujo ritmo prolongando-se que ser breve e simples. Paira e de instrução. para os trabalhadores d o c a m p o e d a
até ás profundidades da vida coletiva, fará isso todos devem contribuir. 0 seu p r e ç o é d e 50 réis c a d a e x e m - cidade, cuja aquisição nós r e c o m e n d a -
desabar com enorme fracasso todo o pre- plar. mos a todos os grupos e c a m a r a d a s q u e
E tu também. Recebes hoje iam
sente edifício social. P a r a o s c a m a r a d a s leitores d o nosso se dedicam á p r o p a g a n d a d o ideal a n a r -
Após a realisação da gréve geral que vi- pacote do jornal. Verefica o inú-
jornal, q u e façam aquisição d e pacotes quista.
mos pregando, o globo não mais rolará en- mero de exemplares que tenss a d e 20 e x e m p l a r e s t e e m 4 0 ° / 0 d e des- Pacotes de 300 e x e m p l a r e s 500 réis.
sanguentado n'esta infinita noite de horro- possibilidade de vender e esc cr.e- conto. O s pedidos p o d e m ser feitos a N ã o se satisfazem pedidos d e s d e q u e
res. A terra não terá já o aspeto duma vas- ve-nos antes do aparecimemto esta r e d a ç ã o ou a J. Sousa Reis, R u a d o não venham a c o m p a n h a d o s d a impor-
ta necrópole onde os pobres são sepultados do pròcimo numero. E oito ditas Paraizo, 39 — Lisboa. tancia.
pelos privilegiados e os cadaveres apresen-
depois de receberes os jornates,
tam os estigmas da miséria e os indícios das
balas. sem esperar que te escrevàmcos,
O mundo terá deixado de ser um vale de mvia-nos o seu produto.
lagrimas para os escravos da industria e do Contribuirás
comercio, a ter£a„a-aásis-dalguns beneficia- da do jornal.
assim para a wi-
Serás um seuaimi-
jl REVOLTA
dos. go e sincero cooperador. CONDIÇÕES DE ASSINATURA
Divulgar A. R e v o l t a , é prestar au- AVULSO 10 réis
xilio á difusão do anarquismo, é semear Anarchistas:
para colher. auxiliae A. R E V O L T A Serie de 8 números incluindo o porte do correio 120 réis
1T.° 1 - A a o I I
COIMBRA, 1 D E MAIO D E 1915 P r e ç o 1 C«HÍ.—Serie de 4 números õ cent.

^ \ ^ ^ v \\\\ * \ \v % l LLLLI
k \ \ K Si X V * \

-63ín)
Assim continuaremos pregando
O PRIMEIRO DE MAIO Á REUOLrn a extinção das guerras com urpa
ultima : — A guerra contra o domí-
Hoje que o sangue serpenteia nio e exploração capitalista que faz
O te do ser livre um ilota, a revolta
E* uma luta de trabalhadora; contra os capitalistas nos campos d a batalha em holo-
contra as Leis, Religião, Militaris-
GUI causto ás ambições dos, vampiros
da alta finança, que piras, de cada- mo, Patrias, tudo enfim, quanto
No numero das grandes roz, pratica então a mais hor- veres se decompõem em oblação á oprime e avilta os povos.
lutas operarias, conta-se o 1.° rosa carnificina que a|historia cubiça enfréne dos piratas do gro-
so comercialismo, nós volvemóá a 333KX
de Maio de 1886, data inolvi- regista cheio, de vergonhosas
trazer o verbo candente da revolta
dável de rei vindit a e, de pro- paginas sanguinolentas; carre-
testo, que o Congresso Socia- gando sobre os grevistas inde-
contra esses sanguisedentos psico-
patas e senhores por cujo capricho Presos por psis sodaes
lista realisado em Paris no ano fesos, do qual resultou a morte se veria o sangue generoso dos po-
de 1880, na ancia de deturpar de desenas de trabalhadores. vos miseráveis ; voltamos a pregar As associações operarias de
esta revolta que é a santa, dignifi- Lisboa e os comités pró-presos por
o grandioso movimento dos Mas não finalisou aqui o questões sociais resolveram levar
cadora e bela:
trabalhadores norte - america- instintoperverso dos governan- A dos sem p ã o con- a efeito em todo o país um forte
nos, consagrou-o á Festa do tes, pois que em seguida eram t r a o s açambarcádô- movimento de agitação em favor
Trabalho,. • g(V , .;' j presos os trabalhadores que r e s ; a dós sem patria dos nossos camaradas, que se en-
Porem, a historia dos factos mais se salientaram no oomi- contra o p a t r i o t i s m o ; contram entre ferros da republica
a dos e s c r a v o s contra por delitps sociaes e que a ultima
tém-se vulgarisado e os ingé- ció, Eúyél, Spies, Fischer, Ling amnistia dada a confessos conspi-
os senhcres; a d a s vi-
nuos que festejavam esse dia, eParsons, conhecidos pelas siias timas contra o s car- radoras monárquicos, não abran-
Vão caminhando para o campo ideias anarquistas, send-o con- rascos. . X i geu.
^do.,prot,est.o ã d a açâo cons- d e n a d o s A. m o r t e . Xte»nftwo vim o a a. digar—qnp riS.n Em Lisboa projéta-se à realisa-
. c i e n t e «te* -uxj- ,oii-jijb itèa ioq Esta monstruosa infamia é justo, não é digno, nem é razoá- ção dum grande- comicio no qual
vel que os povos esgotem as suas se,resolverá o caminho a seguir em
0 1.° de Maio teve o seu foi consumada no dia 11 de face da atitude dos governantes.
-Novembro desse ano e prepa- -forças para forjar novas e de cada
preludio em 1882, quando as vez mais possantes cadeias que os Urge que um grandioso protes-
Organísações operarias deNow rada segundo depois se de- prendam ao carro ignóbil da escra- to se levante em todo o país afim
York e Filadélfia reivindica- monstrou, com o fito de afo- vidão secular; que são iuhumanas de arrancar ás garras da tirania
vam o dia normal de 10 horas gar em sange a ideia liberta- e cruéis essas guerras que enlutam capitalista os nossos queridos ca-
maradas de luta pela emancipação
<ie trabalho, sendo este horário dora a fhiarquia. a Humanidade inteira para satisfa-
proletaria.
ção única das tiranias dos autocra-
considerado legal somente pa- Todavia, ainda hoje a bur- tas, dos senhores. Liberdade aos presos sociaes!
r a QS trabalhadores nas cons- guesia ouve, cada vez cOm
truções da armada. Até ao ano mais energia, a voz cios. povos
de 1884. j á se tinham formado famintos, que,, prosélitos d a SOLIDARIEDADE DOS POVOS
várias ássfaciáçõek que propa- mesma ideia que ela procurou
O 1.° de Maio é, para aqueles E' mesmo uma anomalia esse
gavam a necessidade da jorna- esmagar, passando juntos dos patriotismo armado que faz revol-
que querem a emancipação humana
da normal das 8 horas de tra- seus palácios^á vão, entoando um meio de afirmar a sua solidarie- tar os povos uns contra os outros.
balho tais como a poderosa o cantigo de revolta, provar- dade com todos os que sofrem a O inimigo daquele que é oprimido
Li£a á a ? 8 h o r a ; , de Bos- lhe e demonstrar-lhe assim a exploração, cpm todos os que es- e explorado, é aquele quq o opri-
ton, fundada em 1860 e a locura dos que pensam aniqui- tão impacientes por sacudir o jngo me e explora.
politico e economico, que peza so- São aqueles da sua própria pa-
9?$ociação da? 8 horas, lar a ideia com o assassinato bre os seus hombros. tria que detem a riqueza e o po-
de Chicago. dos seus propagandistas. E' para lamentar que, para ser- der.
E s t a s d u a s organisaçõesin- • Trabalhadores! Homens li- vir ambições politicai, se tenha ti- J á não é em nações que a hu-
temeratas e potentes, prontas vres de todo o mundo! Lem- rado desta data, que primeiro fôra manidade se divide. Os indivíduos
a entar n a peleja contra os considerada como uma .jiata de variam segundo o seu temperamen-
brai-vos que a melhor forma to, a sua educação, as suas ten-
protesto, o seu caracter ativo de
gananciosos capitalistas e a de comemorar o 1.° de Maio revolta. dências e seguundo meio pelo qual
lutar até á mcrte, impulsiona- é proseguirmos com amor e No priucipio, porem, do século se desenvolveram; podem possuir
ram todas as outras associa- abnegação na propaganda do XX, em que se resuscita o espirito qualidades e conceções diferentes,
ções proletarias que em 1895 sublime ideal pelo qual mor- militarista, que parecia ag~nisar, mas teem todos um direito egual á
organisaram em Chicago uma ó conveniente afirmar, atravez de vida e ao desenvolvimento livre
reram os nossos irmãos de integral, em toda a virtualidade do
reunião magna de delega- Chicago.' tudo e por toda a par^e, que os
povos não tem senão um inimigo : seu ser.
dos, n a qual se acordou em Empreguemos os necessa- — seus senhores. Todo o nosso passado historico
proclamar no dia 1.° de Maio ssarios esforços para que em O exercito, ao mes$io ,tempo nos demonstra que o estado de luta
de 1886 a Greve Geral pelas breve se possa ver raiar- a au- q u e j e uma escola de desmoralisa- é tão sensível ao vencedor como ao
8 horas. rora dum brilhante futuro, pre- ção é uma barreira levantada entre vencido. Os seus esforços devem,
Os exploradores contra as recla- pois, tender para uma inteligência
Chegou, emfim, o dia l.°de parando assim a derrocada da harmónica, para uma solidariedade
mações possíveis dos explorados.
Maio. A Greve Geral era um sociedade capitalista, com o A guerra é uma coisa absurda internacional.
facto. Mais de 50:000 traba- advento da Anarquia! e imoral que não é reclamada se- E, por isso aqueles que se fize-
lhadores se reuniram num .co- não por aqueles cujos interesses ram seus senhores, procuram sus-
m i d o monstro. pôde favorecer, e esses não são tentar o seu domínio , e eternisar
Então, como sempre, o go- senão uma minaria infima de polí- entre nós as guerras. E' pelo desa-
A n a r q u i s t a : ê por, definição, ticos e financeiros de grande vôo, parecimento dos senhores — ou an-
verno, fiel servidor dos capi- que fazem o seu regebófe dos de- tes das instituições que permitem
aquole que não quer ser oprimido
talistas, ordenam aos esbirros sastres que organisa. que haja senhores — que devem
nem quer ser opressor; aqneJe que
policiais, para dissolver vio- Hoje os povos tem todos, mais voltar, os esforços de todos aque-
quer o máximo bern-estar, a maxi- les que querem emancipar-se, qual-
lentamente o comicio para os menos, necessidade uns dos ou-
ma liberdade, o máximo desenvol- tros. As suas relações comerciais, quer que seja o epíteto geográfico
assim fazer abortar esse gran-
vimento de todos os seres humanos. industriais, intelectuais e cientifi- que lhes impoz o acaso do nasci-
diosa parada de torças. cas, são as mais completas e as mento.
A policia sãnguinaria e fe- E N K Í P O MALATESTA mais numerosas, JEAN GRAVE.
A RIVOLTA

05 ANARQUISTAS E A GUERRA
V
\ Perante a opinião de Pedro XSropotkine

Nôs, sabemos ifHiito bem que a panhia de Arízin ou do Santíssimo Civilisação, o Direito, a Liberdade! os revolucionários russos venl
patria portuguesa, que reinos dizer, Baiico Cátolico de Roma. E afirma-se ai pelo mundo em / luntariamente' ao centro da Europa,
os governos, o capitalismo e a alta fi- 1:' esta -ainda hoje a nossa opi- fóra, este estupendo . paradoxo !/.'./ bater-se pel%Civilisação e contra» o
nança deste país, não necessitam da nião. Emudêça a .voz do coração e y ' barbarísmaMiiàgdp no seu pais há
nossa Opinião SQbfe a GueVra nem E por isso perguntamos: que cul- • fale a razão fria"e desassombrada. / degredos éomo far' Síbérfa para os
se preocupam nunca, como nunca pa temòs nós e os trabalhadores de: A França combate pela Justiça que ,-gritam. L i b e r d a d e Am
se preocuparam qs governos dás de-, qualquer pais que se estivesse arrui- - porque quer reaver a Alsacia-Lorena senhor que manda fusilar os ho
mais nações, de consultar os povos, nando Schneider ou qualquer outro;; . -diz-se. Em 1870, quem declarou a conscientes; companhias ás ordens
porque, — como disse algures um que tenham . diminuído os interesses > guerra? A França. A Alemanha ven- de qtíem ós soldados espingardeam
grande escritor; — beira poucas guer- dos ladrões do alto comercio de uma i cedora exigiu compensações. em massa os trabalhadorc-?, co
ras se travariam se antes de empreen- naçao em proveito de quaisqúar o u - A conquista está no direito de em L ê n a ; ukases deroj,. ...
de-las se consultasse de bôa fé aos tros. guerra que ambos os paízes admitem. mínimos'direi tos e cerceiam as tnais
que em elas hão de perder a vida. A Inglaterra que com o seu p o - Foi uma pesada indemnisação. Nós o parcas liberdades.
Compete-nos porém, como anar- derio procurou sempre sustentar ai temos dito. 0 da mesma forma não concebe-
quistas, perante a carta de Pedro supremacia na exportação, de hai Mas todos nós sabemos a quem mos que o trabalhador português se
Kropotkine a Steffen, inserta no Free- muito .que vem guerreando sucessi- pertenceriam hoje as margens do lance, de arma na mão, a centenares
dom, de Londres, e logo traduzida em vamente Os seus concorrentes. Rheno, etc. se os papeis se tivessem de léguas de distancia para combater
varias línguas pára aparecer nos jor- Foi ela que, para esmagar a i n - invertido; se em vez de vencida fos- a tirania teutonica, deixando, mui-
nais de burguezes e militares como dustria e o comercio francez, em finss se a França vencedora. to tranquilos e satisfeitos os tirinos
$endo doutrina que todo o povo tra- do século xviii, com o aucilio daa As duas províncias são etnica- que pelo mais insignificante delito de
balhador e q'ne tódofe Os anarquistas Prússia, da Áustria e da Rússia fezz mente francezas, pertencem de direito opinião os metem durante longos
devessem acatar, expôr o que enten- à França,, uma serie de guerras terrí- á França . . . De acordo. Mas por. mezes.em ergástulos onde se arruint
demos e o que é nossa opinião sobre veis, durante um quarto de século;; ventura não são também étnica e ge- a saúde, os barbaros que á menor
o1 assunto que está merecendo a dis- foi ela quem, nos meados do séculos nuinamente italianas as províncias de tentativa de reivindicação ou protesto
cussão dos revolucionários' sociais de xix, para detêr o desenvolvimento doa Niza e Sabóia. Que se importou corri os mandam espadeirar é fúsilnr nas
todos os paizes. molossorusso, lhe pôz á face a Fran-- isso a França ? Ora não pode haver ruas.
Kropotkine, dá-nos assim, em sín- ça e a Turquia provocando a guerra a duas lógicas, — uma para servir a Com respeito a combatei pela
tese, a sua opinião no segundo pe- da Cri meia, vol tando ainda a reno-i- França outra para uso da- Alemá- Liberdade e pelo Direito será bom
ríodo da carta: var o bóte no principio deste seculoo ílUM^Hitiá^ y p p uni:ifiiín/Si) í;8ÕT que aos que batalham imbuídos dessa
Penso que o dever de todos aqúe- (1900 }; í atiçando-lhe o Japão; e té Que lute portanto na reconquista mentira não sucêda o que ac<.
leMite av^iT^ tan^o oj ideaes conto o agora essn mesma potencia que, ass- quem nisso tiver interesses. Mas nã,o a muitos dos que, em 4 de O:
progse&fo ,Iiúvidnojí e éspèciitiv^mte sustada pela extraordmaria produtivi-i- afirmem que se batem pela Justiça. dc 1910 lutaram pela Liberdade Re-
àqueles que estavhm >imcr%tos como dade industrial da Alemanha, pro->- A Inglaterra pelejá pela Civifisa- publicana. Dai a poucos mezeá .. .
proletários europeus na bandeira da cura na guerra a maneira de alçapre-;- ç®0 — áfirma-se: e é pela Civilisação vam rta cadeia J • i
Associação Internacional dos Traba- ' mar o seu comercio destroçando o daa quê nós devemos ir em seu aucilio, Combater pela Liberdade e pelo
lhadores é Còinbater a invasão dos sua mortal concorrente, enquantoo acrescenta-se. Í'Í . Direito!... Grosseira rnistifiçacão.
ateiiiãês na Europa Ocidental. que, por sua vez, a Alemanha temn Nós sabemos muito bem o que Nenhumas liberdades existem neste
Eguàlmenté em síntese nós expô- -interessado no caso a sua! Industria. tem sido a decantada ação cívilisa- pais que tenhamos de travar
mós, de entrada, a nossa opinião. Gomo podemos- pois, - nós, apeianr dora dos inglezes, mas Ouçamos o para mantel-as.
Perante a mostruosa guerra de essa tése; de Kropotkine? que, a seu proposito, escreveu um E Direitos, a nós trabalhadoras,
' hoje preparada como todas as outras , ; <>. Não! Nós não estamos dispostoas dos mais eminentes-filhos de Albion, só um nos conferem': o de ^mo»
realisada em exclusivo beneficio das a esmigalhar a-cabeça para interes-s- ilerbejt Spencer, no, s.eu livro Tilo- ignobilmente explorados por .
castas militarista e burgueza. nós não •sar a uns quantos nossos' verdadeiroos joifa Âofiyflioii oâifiruí) v ,'\ 3 ]»elos p a t r õ e s , p e l o s c o -
'dizemos âò proletário que tome a es- -irtimigosr-0 ««*;»âio*> ciai i i «Nunca, com mais propriedade, merciantes, pelos agio-
pingarda e corra á fronteira a fazer- Os bandidos da grande índustriáa os inglezes mereceram o nome de tas, pelo íisco.
se'matar e á matrir o proletário dc alemã que Sc batam com o^pirafans aves de rapina com que os mtmosca- Ha qué batalhar, sim. Ma-
outro pais para horira e gloria da Pa- da alta finança ingleza. Não pertem- va Burke, quando cometiam toda a por este direito, por esta liberdade,
tria e da Burgueziá. Nòs, pelo con- darn uns e outros, que nos matemoos casta de atrocidades na índia, pois por esta justiça, pôr esta civilisação,
trario, voltamos hoje a afirmar o que para os enriquecer, porque entendee- generalizam cada- vez mais o seu sis- falsas e hipócritas.
sempre mantivemos: mos qne os trabalhadores nãodevefim tema de açambarcamento sem escrú- Hemos de lutar; sim. Ma; para
O s parias, os miàera- fogar a vida para defender os iuteres-s- pulos. Por toda a parte empregam o implantar o Direito puro a Lib< rdade
véis, os e í p l o r á d o s s a o ses capitalistas. mesmo proeesso de politica colonial; de facto, a Justiça a Liberdade de
internacionalistas, nao primeiro enviam missionários: de- facto, a Justiça sã, a Civilização per-
p o d e m sêr inimigos. * 4 pois. delegados com o encargo de feita, isto t i - r - A i A - n a r c p - x i a l
O s e u imimig o é o s e u Oil propor certas j condições recíprocas
tiramfo, é O s e n e i p l o r a - Não podemos- nós; deixar de réé- aos chefes das regiões que eles cubi-
dor. .w , conhecer que foi a Alemanha,. com ; a çam. Quando julgam ter de seu lado
Fazer a guerra entre si é pois um politica ferrea de Bismarck, querim as aparências do direito, não pare-
crime por que é mktat-se èm defc'za inaugurou na Europa a èra dos aar- cendo preocupár-se senão com iim
dos interesses de seus inimigos. mamentos indefinidos, sendo portaan- fim ciivlisador e humanitario, susci-
Assim, mantendo naturalmente a to esse pais a fóco do miíitarismno tam um conflito, mero pretexto para
nossa antiga opinião livramo-nos — cujo é necessrrio fazer ruir. se apoderarem de mais um territorio.
como disse «Volontá» —de fazer a Mas derrotada a Alemanha nãão <Por conseguinte: primeiro uma
triste figura do ateu e do anti-clerical termina ainda o poderio da casta rtini- missão de ministro de Deus, para Promovidos p e l a
que durante a vida -troçam dó padre litar porque hão de, infélizmenbte, corivertêr as tribus selvagens ao cris- An ar qu i sta-C omnn i st a ,
a negam a existencia de Dfeus e subsistir as razões das guerras.- i A tianismo; depois uma missão de giao do Sul, realisa-se 1
quando se veem no extrêmo da vida, Rússia ha de querer novamente ees- soldados cristãos, para. a tiros de pé
pérante o problema da morte, na an- tender os tentaculos e empurrar pàara ça, subjugar estes mesmos selva-
de Maio, em Setúbal, nn
gustia dô momento misterioso; se Asia a Sublime Porta, repetir 187? 6; gens. > de comício de protesto c.o itra
sentem arrependidos de tudo, e, te- os Estados Unidos, intranquilos pééla A politica ingleza, é poiá, sobre- a folia sanguinaria dos gover-
merosos do ignoto, na incerteza do concorrência. dí>B amarelos hão ode maneira nitida. Primeiramente a Bi- n a n t e s e eiri faVòr da paiz
além se reconciliam com Deus e com . querer esmagàl-os ; os mastins gueer- blia: seguidamente, as granadas de
o padre! reiros da França e da Inglaterra, ssa-
A m a n h a , domingo, reaK-
artilharia. sar-sò-ha èm Lisboa um comi-
Ao contrario de Kropotkine nós çiados pela avultada prêsa que essta igualmente bem conhecida a
crêmos que o deter de todos aqueles guerra lhes trará ( ? ) adormecerrão açao civilisadora das tropas france- cio contra a g u e r r a q n e ' p r o -
que amam tanto Os1 Tdècies como o pro- por. espaço de tempo mas logo vcol- zas no.Tonkin e em Madagascar, dos mete ser imponentissimo.
gresso humano é precisamente mos- verao a ranger os dêntes. belgas no Gongos, e dos russos P a r a estes comicic , féíaiÉ
trar aos, trabalhadores que não teem E isto porque, derrotada a Ale- na China e no -Turquesthan. profusamente dístribuidi) m n
'que pegítr em armas para defender a manha ou veneida a França não diei- E é a todos estes hefois do exer-
burgueziá e o capitalismo fraricez
manifesto, que constítúe uni
xarà, por essa razão, de haver comeer- cito. anglo-franco, russo-belga que em
das investidas da burgueziá e do ca- ciantes, sindicáteiros, agiotas e (ju- todas essas partes deram provas do gritò vibrante de p r o t e s t o con-
pitalismo alemão; porque os miserá- deu que numa parte ou noutra, miais que eram que está entregue de no- t r a a Conflagração Europeia.
veis, os que não teem nada de seu,
marchando para a guerra não fazem
cedo ou mais tarde, hão de infalivel- vo/ a defeza da civilisação ! . . . Nes- Trabalhadores! Compa-
mente impelir os países á çonquista ta guerra as hostes do Kaiser teem recendo nos comicios que h o j e
mais que ir defender a casta milita- de novos mercados, à guerra. praticado revoltantes crimes. E' um
rista e Consolidar o previlegio écono- Que interesse teem portanto os facto. Mas, por outrp lado, não é con-
se realisam, euniprirer
mico e politico da burgueziá, sacrifi- trabálhadores em semelhante luta? testável a afirmação que os alemães alto dever de solidariedade
cando-se para engrossar ainda mais Para quê pegar em armas e ir- fazem atribuindo âs tropas dos alia- interernaciorial e de rej - •
a cadeia da sua -ptopriá escravidão. ão centro da Europa morrer e matar dos idênticas selvagerias. chacina Europeia.
Kropotkine escreveu' em I ^ a trabalhadores como nós, e qde como Isto prova tão sómente que to- A União Anarquista- Cotnuní ia
G r i x e r r e i : 'São sempre" HtfcMda- rios nerihuma culpa teérft que os sin- dos os soldados, quando em guerra,
des em tornei de mercad&s e do direito dicatos burguezes alerilães prejudi- não são mais que uma sucia de bar- ÍXX>0<><>€>0-0<>0-0<><><>0<>CKX><>00<><XX.
é explorarão das nações atYazadhx quem OS trusts inglezes ou que os bares, sejam eles dum páls- dèrnocra-
tm industria que causam as guerras a r g e n t a f i o s franco-russos queiram tico OU duma naçãa reacionaria. 2TA ZTAZÍZA
modernas. 'Na Europa, já ninguém se alargar o raio do seu dominio? Não é portanto (a nosso vêr) cor-
batè pela honra dos reis lànçám-se Mas e a Civilisação que se destroe, rendo pela Europa de espingarda nas Os socialistas fieis aos
os exércitos uns contra os outros pela a Liberdade que sé afoga, clamam mãos, feitos assassinos, que os que princípios infcemacionalistas jreafl-
integridáde dos rendimentos dós Mui- indignados os escrivãs peniculiarios amám os ideaes e o prog esso humano sam hoje, 1," de Maio, em todo o
Poderosos Senhores Rothschild ou da burgueziá; pelejando contra a salvam a Civilisação. jjaie Eftanífestaç.ões e çomicios da
Schneider, da Mui-Respeitavel Com- a Alemanha defende-se a Justiça,1 a Nós não podemas conceber que protesto contra a guerra.
A RIVOLTA

serviço deprimente e infame, è queda


Libertad publicará brevemente um
numero-revista, dedicado ao faleci-
do companheiro Anselmo Lorenzo.
da sociedade capitalista que não mais
se apoiará nas baionetas empunhadas
O Patriotismo
B a dias falei com um moço mili-
Será ornado de excelentes dese- pelos trabalhadores. tar que partiu na "ultima expedição
nhos do camarada Sagristá e no Bartolomeu Constantino a Angola. Como o vi triste!
texto figurarão artigos dos mais A sua fisionomia revelava o ente"
conhecidos escritores anarquistas. A greve geral ataca directamente que a todas as desditas se resigna
milUHaiXWf''"" o verdadeiro poder, sociedade\capita- sem opôr um gesto de revolta.
A' hora que o nosso jornal cir- lista, o fautor real das guerras — a Encareio de frente e pude vêr
culai^èncontra-se reunido em Ferrol S O P R O S D E R E V O L T A oligarquia financeira e eeonomica, — claramente que debaixo daquela
(Espanha), ò Congresso ínternacio- sua virtude educativa dos esforços co- farda aviltante, se encobria a blusa
xial contra a guerra, convocado pelo Dia virá em que o ideal de lectivos, que dispensam os meios, e honrada do produtor. Pude vêr que
Ateneu Sindicalista, cujo principal Deus será substituído pe{o ideal da atinge o alvo desejado. tinha na minha frente o homem
fim é estreitar as relações interna- huvianidade; o Estado com as suas arrancado a lavoura, o filho aman-
tiranias pela Comuna-Anarquista com
Neno Vasco
cionais entre os revolucionário so- tíssimo roubado aos afétos dos seus
ciais para uma ativa agitação em a sua liberdade; a guerra com suas estremósos pais.
indiscritiveis atrocidades pela írater- O dinheiro serve ao governo para
favor da paz. comprar Armas-, para dar educação Tive interesse em falar-lhe, gos-
As adesões recebidas para este nidade entre os trabalhadores do mun- tava realmente de ouvir pela própria
do inteiro unidas numa verdadeira e especial e pagar depois a chefes mili-
Congresso são importantíssimas, ' boca do nosso expedicionaaio se ele
imorredoira paz. tares criminósos eferózes.
tendo j á nomeado delegados dire- ia por vontade sua para os confins
tor as associações operarias, anar- Otto Leroy E estes chefes, por processos en-
genhosos e aperfeiçoados atravez dos das africas a caminho da desespe-
quistas, socialistas e sindicalistas, ração e da morte.
uãò só de todas as cidades eepa- Urge resistir contra v onda crimi- séculos formam com todos os homens,
que lhes são fornecidos, exercitos de —Yocê. caro amigo não vai com
uolas, como de: Italia. Inglaterra, nosa do militarismo e dizer como Tols- muita vontade combater péla pa-
•Iolanda, Brasil, Alemanha e França (oi:--Recosai-vos a o ser- bandidos.
t r i a . . . » sua fisionomia i n d i c a . . .
cuja Confederação Geral do Tra- viço militar:—a recusa a esse Leáo Tolstoi — Diz bem, nenhuma! Nada
balho se faz representar. gsqoiq 8i£c;iani tenho a ganhar com estas monstruo-
Outros paises não só da Europa «OOOOOWOOOÇOÇOOMOWMa sas guerras. Vivia na minha aldeia
como da America deram a sua ade- com meus pais, uns velhinhos j á
são a este Congresso, sendo de es- alquebrados pelo excessivo trabalho
perar que dele saiam resoluções
pratica» para a consecussão da paz.
Fios anarquistas portugueses
anu eonioj a vaio
e era eu o único amparo deles. Amo
uma rapariga lá do meu logar, em
rfv iir c r"* . pnití ií ílr - ri quem depositava os mais venturosos
Camaradas: meio de tantos desastres, mais,s«
A N O S S A "'"A T
incitam á rapina e á ganancia co sôtihos e em brevo iria contráir a
-mm v p A P R E S E N T A Ç Ã O A organisação dos anarquistas mercial, açambarcando e agiotando -tmião.
>»oN «ut nmutvv.^io no momento gravíssimo que atra- com os generos de primeira neces- udò falhou ! Nada sabia, desta
De Portugual- fazem-se repre- sidade. iponstruosà guerra porqite fiada me
sentar com delegados directos as vessámos, é uma necessidade impe-
Que oada um .tome a serio o interessa a não ser a vida e a feli-
seguintes colectividades: cidade dos meus.
• - Organisações anarquistas; Pinto Cremos que todos os camaradas papel social que lhe compete neste
de boa vontade colaborarão nesta momento do grande responsabili- O meu maior prazer era ter
Quartim', • Alve»' Pereira, Ernesto sempre trabalho para poder ganhar
Cardoso ©.Serafim G árdoso Lucena. obrft ; de ioningáçâo de esforçós e dade, trabalhando pela junção e
energias. fortificação da Familia Anarquista, o escasso alimento para mim e para
UniOio ..dos Siddicatos Operários Os meus velhinhos.
de Lisboa; Joaquim Nogueira. ( E m Portugal, nestes últimos para que não sejamos atropelados
anos, consoladoramente o constata- pela reação clerical, politica e mili- Um dia recebo um aviso para
Juventudes Sindicalistas; Aurelio me apresentar no quartel,» eis que
Quintanilha. mos, o povo trabalhador vai-se com- tarista.
penetrando d o sau valor, e as. ideias Façamos uma barreira num de novo me fazem envergar a farda
União Nacional Operaria; Mário apesár de ha 3 anos ter j á sofrido
Negueira. • -ú anarquistas desenvolvem-se dia a amplexo fraternal nos laços da so-
dia. Ocorre-nos, por consequência lidariedade, e lutemos para quo 20 mezes esse horrível suplicio. Me-
perguntar, porque não nos unimos amanhã findo o poderio dos tiranos tem me n'um comboio para Lisboa
para intensificar a atmosfera de e déspotas, cesse & exploração ca- e agora é que vou para a Africa.
N O T I C I A S P E E S F A W H A hostilidade e descrença que pelos pitalista, cale o troar do canhão e Sem vontade a l g u m a . . . está
l a w a ao -s«i© do operaria- caiam para. aauipre as frçinteiras claro.
do, formando uma forte corrente malditas que se erguem, alimentan- —Pois que vontade pode uma
Por toda a Espanha a corrente pessoa ter em caminhar para o so-
contra a guerra engrossa com rapi- que derrubará o edifício pútrido já, do ódios.
do sistema capitalista-burguez. Então surgirá explend«nte o frimento. Nenhuma !
dez. Depois que ganho éu com estas
0 brilhante manifesto em favor Vamos, seriamente pezar o que Ideal Libertário, proporcionando a
tém motivado um tal enerramento todos Pão, Terra o Liberdade, e lutas capitalistas? Se hoje sou mi-
da paz em que se advoga a ideia serável, amanhã, s e n ã o arranjar a
-dum movimento internaoional para e indiferentismo pela organisação sobre o Universo em repouso, far-
das forças anarquistas. Embora se-ha o advento dá. Sociedade Anar- minha vida com a força do meu tra-
impedir a continuação da carnifi- balho, volverei a se-lò. ; !
cina, publicado pelo camarada fran- iios peze dizel-o, é a verdade; e a quista-Comunista.
verdade jamais se deve ocultar. Despedi-me e quando me voltei
cez Sebastião Faure encontrou nos A União Anarquista-Comunista vi o triste expedioonario limpando
revolucionários espanhoes o mais eo O m a r a s m o d e s u n i ã o entre da Região do Sul, constituiu-se neste
os anarquistas, deve atribuir-se á justivamente algumas 1 agrirnas que
"ranço apoio, tendo sido publicado momento e.T. que 03 anarquistas não pudera evitar.
nas colunas dos jornais operários. ignorancia dos deveres de solidarie- de todos os paises se estão organi-
dade que entre nós deve existir. Analisei ali o coração grandioso
A'Si manifestações de Justicia sando, preenchendo assim uma la- que o E s t a d o em breve iria
Social ^. orgã.o socialista, e de Soli- Camaradas!. Esqueçamos resen- cuna que era, sem contestação, uma
timentos e agravos pessoais. transformar n'um coroçãó de ban-
dariedad Obrera, órgão. da Confede- necessidade urgente; que cessem os dido.
ração Geral do 'l1ràb'aíiu> de Espa- Que todos se unam para o bem fatores dissolventes da união, dei-
nha, ha que juntar as duma infini- 'comum, para a obra de Salvação E' i s t o o patriotismo !
xando divergeneias que só ao nos- Lisboa, DAXTE
dade de sindicatos 'dporarios e cen- Social! so inimigo comum aproveitam; e
tros de cultura empenhados em tor- Urge mudar de rumo, trabalhar que dão origem á aflitiva confusão
nar ostensiva a sua aversão á ma- com afinco e sem defalecimentos.
Os tiranos uaem-ss
nas fileiras anarquistas e à falta de
tança. vv concertados, unidos, ^para não ser- propaganda dos ideais libertadores; O governo espanhol proíbe a
Em todas as cidades mais im- mos arrastados no abismo profundo que a nossa agrupação seja o tra- realisação do Congresso
. rcantes de Espanha, socialistas, que nos ameaça tragar. ço unificador de todos os que amam Internacional a favor da paz
sindicalistas e átiarqtiistas, dè co- A tremenda catástrofe que se a Anarquia, esperamo-lo. A' ultima hora quando o nosso
mum acordo se aprestam a •organi- desencadeou, a ' Conflagração E u - A nossa organisação, tomará jornal estava para entrar na maquina
sessões e a publicar manifestos ropea, cujas consequências não po- parte em todos os movimentos cie extraímos do Século o seguinte te-
anatemizafldo a disputa criminosa demos conjecturar, deve ser um in- caracter social, fomentando neles legrama :
entre opressores e que nós, os opri- centivo para novas lutas f devemos o espirito revolucionário, a ação FERROL, 27.— O» anarquistas.ca-
midos pagamos com a nossa liber- unir fileiras, ativar a propaganda, direta anti-estadoal, anti autorita- talães realisaram um comido de propa-
dade, com ó riosso sangue e cóm a e não sermos preza da confusão ria e anti-pariamentar. ganda no Centro Sindicalista ao qual
nossa vida. produzida pelas ocorrências, para assistiu numeroso publico.
que, intervindo quando a ocasião se Propagará as doutrinas anar- As autoridades resolveram proibir
Esta ativa p opaganda tem feito quistas que serão a semente que
.-,ar uma forte corrente contra a manifestar, saibamos tirar proveito o proximo congresso a favor da paz,
desta grande e terrível lição, mar- fará brotar por toda a parte o sen- organisado pelos sindicalistas e anar-
guerra e ela obstará certamente a timento de revolta, despertando do
que o governo do Afonso XIII venha cando-lhe um epilogo brilhante na quistas. Os organisadores do referido
historia do movimento social. torpor, da letargia, em que jáz, a congresso negaram-se a assinar a res-
a intervir nò conflito, permitindo- imensa legião de escravisados e
aoa) ainda supor que com, ela se Não pode, nem deve dar-se uma petiva notificação.
fuga dos nossos postos, por que famintos, e que destruindo a casta Receiam-se alterações da ordem.
podará levar a efeito um formida- parasitaria, dará logar á fraterni-
ye' movimento cujo embate pode- essa atitude seria covarde, vergo- Teem chegado muitos anarquistas
dade universal.
roso seja capaz de impor a Paz nhosa, criminosa no momento em espanhoes e extrangeiros.—S.
ontra à vontade assassina dos go- q.ue se joga a vida e o futuro dos Camaradas, lutemos num con- Não sabemos se terá confirmação
veínárftfes'.' ^'V". povos. Devemos httar para que o graçamento de ideias, para derru- semilhante atentado à liberdade de
Também a agitação contra uma facho brilhante da Revolução So- bar a corrompida sociedade, prenhe reunião.
das causas da guerra,a carestia da õfàl dissipe a escuridão tenebrosa de ridículos preconceitos e perni- Mas tudo ha a esperar das diploma-
vida —se . desenvolve assombrosa- em que. a vida social está mergu- ciosas convenções e ficando a so- cias, que, cônscias das suas infamias,
mente por todo o país, tendo-se já lhada. - • „ ciedade livre, plena de Bem-Estar dos seus crimes, se atemorisam e tre-
realisado em muitas cidades, impo- Mas enquanto não se acerca o e Liberdade. j y ^ A J S S Ç mem quandoVeem diante de si a ideia
nentes oonffcfol 3 ê ' ^ r õ t l s t o r ' '" " final da partida, saibamos ver cla- que as ha de vencer.
A v a n t e pela Revolu-
A quasi todos eles acorrem uma ro e encarar a situação, p a r a rei-
multidão cõmpaota, tendo ihavidó vindicar-mos a melhoria nas nossas ção Social I P e d i mós a todos os nossos
-pof vezes conflitos sangrentos • en- condições eeonotnicas, tão miserá- "Viva a A n a r q u i a ! camaradas encarregados da venda que
tr# ai guarda civil e o povo fa- veis já,. defendendo-as de toda a satisfaçam as suas importancías caso
minto. horda de ignóbeis parasitas, que A União Comunista Anarquista contrario somos obrigados a' suspen-
. "> — 0 grupo editor de Tiei-ra y em vez de encolherem as garras no da Região do Sul. der a REVpLTA
A RIVOLTA

TRAÇOS DE FOGO
Da resignação de Cristo i : òe maio A d u p l i c a c í d a d e d a s leis

á lógica de Sataimz O dia de hoje não é nem pôde ser


um dia de festa como go pretendem os Arrojadas ás faces filantes desse
Moloch insaciavel que é a guerra,
ííJÍÍV o tívMwt ,'.iiuoaov<á urre A socialistas, mas sim um dia de pro-
Ha séculos que, segundo. E . humilhação do misero ante as corro" testo em que se recordam todos os tem desaparecido a florida juven-
Renam, nasceu um Hoipem; Filho gancias da sob-erbia dos que íteem mártires da burguesia sanguinaria. tude de todas as nações em luta
de Deus, a .confiarmos nas predicas a ridiculo prét.enção de dirigir o que para melhor futuro da humani- Nessa carnayem horrível sido
ie leituras çatolica.s. rebano humano; eu ainda não pre- dadè verteram o seu sarigue gèneroSo.
senciei nada tão baixo, tão cobBarde, imolados os proletários qu& cegos
Não existiu, segundo Bossi,, e Foi neste dia que ás ordens da
tão objeto. como essa mansidãi,o do burguesia capitalista foram massacra- pqr percone.eitos e atavismos se
atraz dele os que tudo querem ver
,, pelo prima dos documentos .com- esbofeteado povo, que ainda e sem- dos nâ republica norte-americana os prestaram, a servir os interesses âos
provativo*. pre apresenta a. outra face; eu não nossos irmãos em sofrimentos, e con- seus verdugos, a fortalecer o pulso
Homqin, I3eus ou Mito, o caso tenho visto úada tão embruteesedor denados á morte cinco trabalhadores que os çletem? a ,<engrossar as ca-
lV
é .que uole derivaram ensinos., dou- tão estúpido, tão anti-natural como por praticarem o grande crime de le-
essa resignação avelhuda do des- deias que os teern presos á corrente
trinas.§ mais tarde dogmas. O certo vantar bem alto a sua voz de eman-
pojado eterno que não reivmdica cipador em pról da liberdade e das ferrea-da tirania capitalista.
é que se propagaram e imposeram
,a qu.asi metade d os "habitantes do todos- os seus direitos á vida ma- reivindicações' sociais, Milhares, hão caido varados
planeta, e regularam a vida social, terial, moral e iutelecttjal. Este monstruoso crime que ainda pelas balas. Ezercitos, uns após
de modo direto durante muitos Virtudes, de morte e de imora- hoje está gfavàdo na memoria de todo outros são destruçados, fornecendo
anos, e de modo .iiiuireto boa parte . lidade, elas não èleyàm o homem á • o proletariado consciente, veiu mais
categoria de ser pensante;'polo con- aos corvos banquetes de Luculo.
^jdçs nossos,.tenjpoç., ; .. tarde a provaír-sé ter sido cometido
••-*j.,tfBeja o, çri^tiaukmp, - i d e i a t f f i - trario, rebaixám-íiô aô niyel do bru- com o fim de apagar a labareda anar- Abyssum, abyssus in-
. giual, iioya dq m ^ j h ^ e m , .oUjjjsftja to, peor ainda h a brutos que' va- quista que se ateava extraordinaria- VOCat. Os cadáveres clamam vin-
desenvolvimento lógico de anterio- gueistifc livres e -cdntentes pelas sel- mente no seio dos trabalhadores e gança, a vingança morte. E nos
res ideias, é evidente que a; sua vas, e o homem não é livre nem cujos principais propagandistas eram
'"feliz destas mecrópoHs- que chamam campos da batalha, como num
a influepçia u; ty^u^e,; </l aquélês heróicos camaradas.
• mais dattos b^u^cipa. . cidades. Mas a semente lançada á tgr.ra e quadro celebre dum emérito pintor
Reforma puramente moral.; o regada com o sangue dos mártires, a Morte é o general comandante
cristianismo.levava já,em seu seio, nos seus goso, predica o religioso," continua germinando nos cerefcos do de todos os ezercitos em luta.
o dogmatismo ,ca-fcolico. deixa-te guiar"" por meus conselhos proletariado; e, em breve temos que E' preciso pòis skiprir Òs colhi-
. , . O cristianismo,© uma antinomia. e em justa paga de meus gerviços, lhe colher os frutos, que será a queda
oh povo submisso è" obediente! ali- dos pela foice sinisbrç,. Paro, isso
. Não.dego a boa fé dos primeiros da sociedade capitalista com õs seus
cristãos. Admiro o valor dos seus ' menia-rrió e ,verte-ine«. çyimes, substituindo-a pela sçciedade o kaiser da Alemanha, lembrou-se
mártires. Descubromip .anto,^ tita- «A autoridade é origem divina sem reis, nem presidente, quer, dizer de òrganisàr um exercito com todo
, :níca Juta que sustentaram, sós e "—diz o; irtónarca; — sou seu repre- sem fronteiras, em que a religião o existente nas cadeias: assassinos,
rt v» r n a M nrtMM^. - J . ^ » , , .. i .. católica, coisa abstraia e misteriosa, l ' '
. desarmados, com os .poderosos da r
violadores, ladrões, incendiários,
época. .suem eol ebafeio que só embrutece o cerebro do povo, (otfa ajina jffàr dq, criminalidàâe.
Emquanto,foram partido de opo- será substituída pela Religião do
xa que .me farte»." Amor e da fraternidade, baséada nos Todos quantos hontem -a Lei
sição eram seperiores aos outros
mortais;, mas. ao tiinnfor. oficial- «Respeitai a lei—diz o legislador sãos princípios da Anarquia. ,rí, havia julgado criminosos, dignòs
mente com Constantino, onularam —parque ó a' expressão da justiça, de cèhsura pela Sociedade inteira,
pAVID CARVALHO
de chofre toda a rebeldia e; desvia- e conformai-vos com a vossa con- lJtl«UtB vão poder hoje 'ào abrigo dessa
ram o progresso, que. a .ideia, cristã dição de séívos. Mas eu devoe'stâr ím.uirif n mesma Lei, repetir idênticas faça-
podia fazer 110 decorrer dos tempos. isento dela porque sou superio a
- v«5s». " •" f 1 i l n i ã o Anarquista . ir-. • j nhas: assassinar, violar, roubar e
As ideias puriíioam-se e avançam ! d a Região do S u l incendiar. jr
emquanto se manteem isoladas do «Respeitai aá leis, trabalhai re :
p.oder; mas u,Wa:,ve3 tornadas pp- signado, e o trabalho será a paga E s t a organisação que ; tão bri- E, coisa extraordinar ia, a mes-
der, envelhece em seguida e morre ' dos vossos deveres. E u cobrarei lhantes serviços está prestando á
çiepressa, a parto boa,- conter o rendimentoJ). causa anarquista, á emanoiprçao
possam e toma alento e vida o -íeu '", Eis aqui o cjue diz o própriéta- dos traba]h»dores, epntinua espa suciedade inteira, os ha de, hoje,
Jado ruap. E o cristianismo,-como rió a o capitalista. lhando por toda a região do sul a
E o; magistrado : « O que não julgar erois, e dignos de louvor por
. toda a obra humana,, tinha o seu sua esfera de ação 0 propaganda,
obedeça a tudo isto que tem sua todo o povo.
lado mau, o que podia dar vida e realisando , em Lisboa, Setubal e
o qnp podia dar mqrte, .0 que tinha origem em alta esfera, lançar-lhe-ei arredores, numerosas sessões dou- Bastará, para isso, que sejam
podido ser útil á totalidade dos so- em cima a policia e o soldado, para trinarias e tomando parte em todas grandes assassinos, ladrões e incen-
res humanos e o que só beneficiava faze-lo entrar na! ordem, ou farei òs comícios e sessões publicas diários; segwndo a vontade do se-
•a. iunsutaQjtgs.) ,t ^ aiio «biv «dtfua com que apodreça 110 cárcere)». promovidas pelas organisações ope-
•áqíii os resultados, funestos nhor Postadam.
O catolicismo,, que queimou mi- rarias, contra a carestia da vida,
dessas trez virtMM' traslados ás etc., etc. Então ém vez do cárcere, terão
litares da êrejes. sem ter em conta
que o primitivo cristianismo era * leis civis; Eis aqui como a sober- A União apéla para todos os quiçá uma estatua nalguma praça
também uma êyesia, —-. qu,e ,vergas- ba, a avaresa' e a folgazencia se grupos desta região e aos camara- publica onde a multidão os vene-
tou meio mundo para fazer, respei- apoiam monstruosamente, baseando das não agrupados a inscreverem-se rará. o. o -f-ii.ii b uni* «i
tar ou impor a cruz, a;crua do ho- OH' seus privilégios n a educação 110 seu seio, para que resulte mais SATAN
mem que se deixou arrebatar á vida de&tâs tres virtudes de mòrte. preficua e eticaz a ação que vem
para não pregar á matança, que - líJ Eis aqui o que forçosamelited^- desenvolvendo em prol da emanci-
excomungou meia humanidade),esse via matar o cristianismo, resusci- pação humana. Lembra-se também DO HATURAL
Jcatalicismo i-crimiiioso, intolerante, tar todos os paganismos, todas Ss a todos os fiLiados a necessidade
inconsequente, fanatico e déspotice, idolatrias, todos os dogmás, produ- de satisfazerem o pagamento das Senhor! amo a sua jilha!...
que ensinou ele do-cristianismo aos zir os autos de fé è p e r p e t u a r todas cotas voluntarias, posto que só —A minha filha.,.
homens? Nada mais que o que as misérias ántigas tióih um verniz assim podemôs fazer face ás cons- Sim, e se fòr de sua vontade, casa-
podia beneficiar a uns flpuautos, de civilisação falsa e hipócrita. Nao tantes despezas da propaganda..
podia suceder difórentementé desde rei com ela.r
unicamente o .qufe podia perpetuar A correspondência deve ser di-
todas as velhas escravidões.e-ásaa o momento ém qúe o cristianismo se —Mas, como quer você que eu consinta
rigida para a sua sede Travessa
sombra fazer medrar os directores atrofiou no poder e déixou de pufi- Agua de Flor, 2õ—2.° Lisboa. se não tem meios de fortuna ?
do rebanho humano, passados e ficar-ce e apreféíçOár-se com a cons- Senhor eu lhe explico : > ..
t a ' c i a .na rebeldia.:' C
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Sou operário, mas sou trabalhador,
O triunfo dos cristãos foi o Hora seria já de acabarmos com
còm esta lenda; de que a hrnmilda- não pessuo fortuna bem sei, mas
triunfo da maldade humana, não do
cristianismo ou do seu lado bom. . . de,se volvesse arrogante, que a tenho outros dotes que valem rnais
Não triunfou a tolerancia, nem o mansidão tornasse a ofensiva, de que o. dinheiro, sou honesto e não
espirito de justiça, nem a bondade, que a resignação se fizesse reivin- vicioso...
nem a fraternidade nem a egual- dicadora. Convidam-se todçs ps anarquis- —Perdão, minha filha não poderá ser
dade. _ . . . Hora S6ria jâ de . que o anjo re- tas de Coimbra e arredores a reu-
nirem hoje pelas 11 horasda manha, su'a esposa, porque a minha situação
Triunfou a mansidão, a humib belde caído pela sua revolta contra
a humildade e a resignaçã,o ponta 11a Rua Sá d,a Bandeira, 11, afim è mais elevada.
dado e a resignação, embustes com
os quais se tem vindo perpetuando peasse os intrusos da religião, mo- de se t r a t a r dum assunto urgente Sim. O Senhor é detentor da
a desigualdade económica, a tirania rada da plebe irredimida, símbolo e de máxima importancia para a riqueza dos que produzem, e eu
da força material, o despreso ao da. humildade e da servidão e nada intensificação da propaganda liber- uma vitima dos exploradores.
ao direito coletivo e o escarneo de piais. ú a o ! ki, etie k<i taria. MVÍ» irai: d e :•' <(•• .-.afie
A lógica de Satanaz, a Pebeldià A comjiarencia de todes os ca- —Saia imediatamente de minha casá,
toda a justiça.
contra ,a humildade e seryiçfião nos maradas que amam sinceramente a que aqui nunca tornará a entrar.
Da . mansidão, da resignação e
da humildade cristãs fez o catoli- dará o bem-est ar e a felicideade que ideia anarquista "é absolutamente Saio mas fique sabendo se a casa
cismo tres virtudes. . . quando ape- não nos tem dado o cristiamismo. necessaria. > .íf-»«i. • n é sua, foi com o produto roubado
nas são. tres. chagas, sociaes que SANTOS PUXHO
A Aliança-Anarquista aos produtores.
dizimam continuamente a humaui- VOCOÓÓ<X>ÓÓO<><X>^<X><X>C<X>6;<>C><XX><> CASÉRIO

" A V O Z DA R A Z Ã O "
Quasi morto o catolicismo ante 3STO B R A S I L C o m o hão ser a n a r q u i s t a ?
os ataques de reformistas e liberais, 1 Periodico anarquista
subsistem, no .entanto, estas ...£éas. A Confederação Operariia Bra- A todos os camaradas que nos
Órgão da Juventude Libertaria teem dirigido pedidos deste magnifi-
virtudes trasladas;; às leis- fiivis— sileira e o Centro EstudosSoociais'do
Resig-iiaçào! Mansi. rio de Janeiro, organisa hsioja um Aparece hoje co folheto de propaganda somos a.di-
KKKAÇÃO zer que a sua publicacãa prepara-se
d ã o ! H u m i l d a d e ! . -- comício pro-paz, em que*usaaráo da
Eu ; ainda não vi nado tão baixo., palavra ativos militantes ,dâo movi- Travessa Agua da Flor, 55-1.° para breve. Os pedidos podem con-
tão covardc, tão objecto como esta mento operário e anarqtiisfeaa. LISBOA tinuar a ser feitos á nossa redação.
à j x p I—-Num. 30 C o i m b r a 3 ds sâtembro de 1918 raço 1 centavo

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QUINZENÁRIO ORGÃO DA FEDERAÇÃO ANARQUISTA DA REGIÃO DO SUL

REDÁÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PROPRIEDADE DA FEDERAÇÃO ANARQUISTA Editor — J o s é <TAzevedo


PROVISORIA
JEtaa SdL da Bandeira,
COIMBRA — PÕRTUG
11, 2."
%
Dirétor e administrador — AUGUSTO
I QUINTAS Composição e ?idi ressâo — CA âMIN Yí>- ombrt

A Revolta ao retomar o seu logar na batalha tremenda AO POVO


que se fere entre a Liberdade e a opressão, saúda todas
Nós lutamos, primeiro que tudo, Somos portanto anarquistas-comu-
as vitimas da tirania pulitica, religiosa, militar e capitalista,
pelo conseguimento da Igualdade. nistas, porque queremos ser completa'
que enchem as prisões por tentarem redimir e libertar os Os nossos esforços são dirigidos a mente livres e verdadeiramente iguaes.
estabelecer a verdadeira, a genuina Nós, os anarquistas não queremos ou-
povos I tra coisa que a completa ltbe<dmiepura
igualdade, nunca aquela mentira es-
A todas essas vitimas a nossa espressão de solidarie- crita nos cárceres das monarquias ou todos; queremos dtsinur tonos os previ-
nas tríades emblemáticas das repu- legios e superstiçõ s religiosas e politicas,
dade protestando ao mesmo tempo contra as violências das blicas. proclamando a ciência mestrada vida.
suas prisões. Nós queremos que tudo pertença a Não somos patriotas, porque a di-
Que o brado de todos os homens livre seja: todos. Queremos que as maquinas se- visão do globo em faixas de terreno
jam pertence dos obreiros que as fa- denominadas nações ou patrias, só
PELA LIBERDADE! zem produzir; entendemos que nin- serve para desarmouisar e envolver
guém tem o direito de enriquecer á em lutas fratricidas os trabalhadores
PEi-À RLYOLUÇÁO SOCIALI custa das fadigas dos trabalhadores. nascidos em diferentes regiões.
Queremos que a terra, hoje em poder Onde está a pátria para os traba-
PFLA ANARQUIA! de viciosos senhores que vivem nas lhadores pairiuticamente explorados
grandes cidades no meio do luxo e até ao dia em que ticam inutilisados
em plena orgia, seja entregue ao para o trabalho e lhe dão com a porta
camponez que a cultiva e a faz fruti- da fabrica na cara, ficando sem tra-
O NOSSO REAPARECIMENTO ficar. Queremos, numa palavra, que balho e sem alimento para nutrir o
iodos os instrumentos de trabalho se- seu organismo f Oude está a patria
(•MNP para o eampo.aez vergado pela fome,
E X P L I C A Ç Õ Ê S " N E G B S § Ã R l 3 § f 'dornT livremente associados, e que obrigado a abandonar a terra que o
todos os produtos naturaes e artifi- viu nascer para ir ao outro lado do
eiaes da riqueza sejam declarados pro- Oceano, pensando encontrar patrões
priedade de todos. mais humanos que os seus queridos
Apóz trez mezes de descanso anarquistas, desmantelando ou Por esta razão somos comunistas. compatriotas ?
forçado, de novo voltamos á liça pretendendo desmantelar as nossas A igualdade que nós desejamos Não deve haver deveres onde não
do combate em prol dos princípios organisaçóes. não será porém possível sem que existem direitos 1 E que direitos tem
que reputamos de justiça e pelos A F . • A . • . na R . • . do S . •. exista a completa Liberdade. Aquele o proletariado na sua patria que não
quaes pelejaremos até ao ultimo quiz por mais duma vez fazer sair que não possue é escravo do que seja o da honra de defender a terra
lampejo da nossa vida de escravos, o seu orgão, porem tornava-se isso possue, como aqueles que dominam cujo solo cultivou ou fez produzir
vitimas d'uma sociedade mil vezes impossível, pois que os camaradas politicamente até economicamente para só os senhores consumirem os
maldita. que constituíram o organismo ne- tendem a tornar-se senhores dos go- produtos ?
Perante as brutalidades gover- cessário ao seu funcionamento, vernados. Assim como não é possível Entre Vanderbildt, multimilionário
nativas em que um Dracon de pe- alguns estavam presos e outros efetuar a Igualdade sem banir os pa- e o seu compatriota Lazaro, mendigo,
chisbeque, um Pombal <ie papelão, se foragidos. trões, despojando-os de tudo que in- existe tanio de comum e fraternal co-
impõe com a sua onipotente von- No entanto não desanimamos e justamente deteem, isto é, do previle- mo entre o camponez que morre de
tade, escudado no medo duns e na a prova é que novos elementos se gio economico que se chama proprie- fome no bela jardim da sua patria e o
subrevencia dos outros e ainda na juntam para a luta provando aos dade, tampouco é possível reivindicar celestial imperador da China. Mas se
indiferença de quasi todos, a nós mastins guardas da ordem capita- a Liberdade sem suprimir os gover- nada existe de comum entre estes
só nos restava suspender a publi- lista, aos tiranetes de opera lufa, nantes, abolindo to io o governo, que dois compatriotas, existe muito entre
cação do jornal. que as ideias não morrem esma- é o previlegio politico onde assenta a o campomo poriuguez e o pobre pro-
Antes porém de emudecer pu- gadas debaixo da pata de qualquer exploração do homem pelo homem. lario da Irlanda, como entre o opri-
blicámos o suplemento ao n.° 19, Liborio feito ministro desta Banda- Não queremos: Nem senhores, nem mido trabalhador da monarquia Italia
em que expúnhamos a nossa reso- lheira que inferma no culto dos escravos. e o assalariado da França republi-
lução; e tendo corrido quasi todas g r a n d e s . . . homens 1 Desejamos: Todos iguaes na li- cana ; entre estes ha a comunidade
as tipografias de Lisbôa, todas se A Revolta reaparecendo vem ocu- berdade ; tôdos livres na igualdade. nas aspirações, na miséria, na igno-
recusavam á manufatura do jornal, par o seu logar de combatente; e Sem propriedade privada, o que raria, no embrutecimento e na inco-
opondo mil e um obstáculos, o que se a nova infâmia a fizer emude- equivale a dizer sem amos, e, por con- sciencia dos proprios direitos.
nos deu a noção da pussilanemi- cer, de novo aparecerá; e isto tan- sequência, sem a exploração econo- E os governos e os negreiros capi-
dade destes pultrõés que se maneu- tas vezes quantas forem ncCess;i=" T*tD,ca» todos os indivíduos serão eco-
r talistas, para mais seguro dominio,
munaram com o ditador, tornan- rias para combater os crimes da nomicamente iguaes; e isto é : comu- afanam-se em suscitar odios fratici-
do-se cúmplices dos seus desatinos sociedade burgueza, como para nismo ou propriedade comum de todas das entre os poros, pela dita digni-
e violências. arrancar a mascara aos politicos as coisas. dade da bandeira, ou por idênticas
Para reagir a este ambiente su- devassos e intrujões que querem Sem governo, sem a autoridade do questões de nacionalidade. E o povo
focante de medo dos proprietários impôr a sua vondade e a da clien- homem sobre o Tiomem, sem a vio- ingénuo não compreende o jogo insi-
de tipografia, creámos o grupo de tela famélica pela força que repre- lência moral das leis anti-naturaes, dioso que com o seu sangue fâzem
defeza da Rivolta, para, por ações senta a tirania e pela calunia arma sem policia e sem borucracia, todos todos os potentados e patrioteirosl
constituirmos uma oficina própria. baixa e miserável própria de almas os homens serão politicamente livres; Queremos que os trabalhadores com-
Os acontecimentos que se desen- de lama e puz 1 isto é; cada individuo terá a plena e preendam que os inimigos não estão
rolaram a 10 de Junho, ímpediram- Hontero como hoje e como sem- exclusiva soberania sobre si memo, e para lá desta ou daquela fronteira,
noa de levar por diante o nosso pre na brecha, declarando bem alto não encontrará quem o impeça de cola- mas sim em lodos os paizes, em todas
intento, porque, o Senhor de tado a guerra dos famintos e dos escra- borar no bem coletivo, po iendo obrar as patrias, e são: governantes e pa-
tstO, aproveitando-se dum aconte- vos contra a propotencia do Es- expontaneamente, segundo o recla- trões, prepotentes e parasitas que es-
cimento que ainda hoje está en- tado, contra a exploração capita- mem os seus interesses individuaes, tendem, dum ou outro lado do mundo
volto no mais tenebroso mistério, lista exi tindo completa harmonia nos ín- a ll..morra policiaca-capitalista que
mandou prender todos os conhe- teies.-es de tudos. explora e opume a melhor e maior
çidos elementos sindicalistas e Esta liberdade é a Anarquia, parte do género huraanq,
£ru£>o R e d a t o r i a l .
9 Jk. R E I O L T A

A aliança internacional dos explo- | ambiosos fracassados podem enear- Os R o d r i g u e s . . biologicos | gastulos da inquisição vermelha, os
rados e dos oprimidos de todas as niçar-se contra elas e contra - v paladinos, cujo crime é sonharem com
patrias, em aberta rebeldia contra a seus defensores; mas hoj>- o caminho Definição d o Rebite ; a sociedade feliz onde ha-de haver
coligação dos governantes e do capi- * Biologia » — de bios, vida e logos,
está aberto e jamais se poderá im- ! r a l a d o — q u a r dizer ciência da vida; e Pão, Terra e Liberdade para todos.
talismo, derrocará toda a velha ordem pedir de continuar, de se tornar o Píoiogtsta^ aquele que t r a t a da vida. Se os homens, emudecerem, vamos
social, o vetusto organismo baseado Ideal dos deserdados, dos sem pão, Assim, o ministro do Interior, sr. dr. nós mulheres, perante os mandantes
na opressão, no previlegia e na tira- o molôr das suas tentativas d"eman- P idrigo Rodrigues e respeitáveis i mãos, deste infeliz paiz, entregar o nosso
nia, instaurando em toda a terra uma cipação. o u secretario Fui uno Rodrigues e o
protesto contra tanta infâmia e ti-
nova era de amor e bem estar para governador s r . dr. Daniel Rodrigues, vi-
A sociedade capitalista é tão mes- vendo t o d o s tres em republica na Peni- rania !
todos os homens iguaes e livres. quinha, tão estreita que, em vão, t e n c i a r i a , " nstituem uma distintíssima Mulheres, acordai! E que o nosso
E por estas razões nós, os anar- tenta comprimir asjargas aspira- família biológica, por saberem - como clamór, chegue até junto do trôno
quistas, somos inter nacionalistas. ções, aniquilar ns boas vontades, p o u c o s — tratar da vida » ensanguentado dos nossos verdugos 1
Que admiração I Pois se isto é deles !
esmagar e assassinar todas as indi-
En-so par., que aderiram á republica?
vidualidades que não podem cingir- Para se anicharem e encherem a bar-
se á sua estreiteza de vistas, Porem, riga.
Toda esta renovação substancial e
essa opressão embora chegue a so~ E tem o dr. Sertnga a pelulancia de
profunda da sociedade humana só é
porem possivel mercê duma violenta
fucar a voz dos anarquistas atuaes, diz r que o nosso camarada Baitolomeu Porqne sou anarquista
é sapateiro sem oficio I
ela fará swgir cutros não menos
insurreição do povo contra a violência Tartufos,..
legal dos atuaes previlégiadus econo- r**--^*—Ss—— T --HfcfS' - -r •
Sou anáfquista. porque, desejando,
raicos e políticos. E d'aqui parte a Jean Grave. O p ã o barato I
uma nova organisação social, sinto na
necessidade duma revolução social. alma um odio imenso a esta sociedade
O s n o s s o s leitores lembram-se do ba-
E também por isto nós somos unH-lega- rulho que se fez por c usa do pão ? minada pela podridão e corrompida
liímos revolucionários, Lembram se das reclamações do gover- pela mais vil e imunda lama. Todo o
E lú, velho povo trabalhador,ajuda- ECOS a OPINIÕES no de atender a essas declarações po- homem em cujo peito pulsa um cora-
nos na nossa humilde e solitaria obra, pulares ?
ção d'onde emanam torrentes de amôr
dando o rugido do leão que afia as Socialistas )is o pão agora em Lisboa, depois
do decreto burla é mais inferior e o e generosidade, ha-de, forçosamente,
garras para entrar na peleja; que p o v o grama o sem protesto.. sentir-se repugnado quando olhar
Aproveitando-se da perseguição feita
ainda no furor da bitalha sangrenta pelo governo aos anarquistas e sindica- O r a v á lá ser prior duma freguezia para o nogento monturo da sociedade
ouvirás, como ferindo o espaço, sur- listas, os socialistas mercê duma exceção destas. vigente. È, qual não será a Revolta
gido dos peitos dos lutadores, este odiosa que lhes devia repugnar, andam fer- Bolas para tal p o v o ! . . . que surge na alma daquele que vê,
grito que é um sinal de fraternidade renhamente por entre as classes traba-
lhadoras lançando o seu verbo emanci- pensa e espera ?!
e de amor: O medo...
pador de reformismo parlamentar. Vê que assim a vida é amarga e
Chama se a isto querer fazer partido O Intransigente de quinta feira 21 torturante, pensa que ela deve ser
YIYA A HUMANIDADE LIVRE I sobre as suposta ruinas do anarquismo p. .). depois de se referir á prisão do mais dulcificante e bela, e espera pela
Aproveitem emquanto é t e m p o . . . a camarada que é empregado no semana- doçura e pela belesa
benevolencia governamental. rio Terra Livre, ia havido pelo /rancef,
concluiu com esta tirada : Por isso eu sinto a cada instante a
Revolta levantar-se no meu espirito
A IS Um b u f o . . . « Então já sabemos o motivo porque
as oficinas do zMunio teem estado de como a lava chamejante que brota
Cantam vitoria os socialistas de L i s - taipais corridos. do vulcão.
Os mortos, os prisioneiros, os des- boa, porque um Oliveira, ex-sindicalista, Em cheirando a e s t u r r o . . . cautela e S i m . . eu revolto-me e sinto que
terrados, vitimas emoladas pela so- se filiou no seu partido. Que. lhe faça caldos de galinha, que nunca fizeram
mal a doentes. »
sou anarquista Penso no E s t a d o . . .
ciedude em holocausto á Anarquia, bom proveito. Depois dos S a n t a n a s . . .
dos Saras . . dos S o b e r a i s . . . só falta- Pois é p a r a admirar que o Imundo Ele é para mim tão odioso como o
só teem contribuído para que o su- ria o Oliveira, membro da privada. tenha naêJo com o Vale e o Borges a cínico, o canalha parasita que vive á
blime Ideal se torne cada vêz mais E ' para aparelhar com o Pereira, g u a r d a r - i b e a porta l custa da miséria de milhões e milhões
forte e vivificador, e o numero de agente amador t de trabalhadores.
seus propagandistas aumenta sem Fazem do partido socialista, o n d e b « Invalido v Sou inimigo do Estado, da Lei, do
cessar. muita gente seria, sorvedouro de t o d a a
imundice... ia, do preconceito, emfim, da
Propagandistas conscientes dos. Do Corticeiro:
Chama-se a isto socialisar tirania e da mentira.
seus aios,'jforque teem compreendido pa!" - - C o t o f r a n q u e z a o dizemos. Andam O Estado representa a exploração
todas as belezas da Ideia, propa- "positivamente a mangar com a tropa.
Q<iem conhece João Carlos Cbaby,
e o roubo porque, privando a maior
gandistas acidentaes os que lançam Canalha... parte da Humanidade, das regalias
como nós o conhecemos, não passai á
o seu grito d odio contra as institui- sew soltar uma enorme gargalhada, da vida, é a causa da outra parte, a
ções que lhes esmagam os senti- A proposito dos 4 contos de reis que * proposiío da sua prisão.
o nosso camarada Bartolomeu, auda gas- — burguezia, — viver á custa daquilo
mentos intimus ou os instintos de Esta só não lembrava aos policias que produzem os deserdados, os mi-
tando por terras de Hespanha, ainda o amadores. Um homem aleijado das per-
justiça e verdade. socialista Carmo Barão não úgiu nem seráveis. . .
nas e das mãos tido como perigoso I
A ideia*anarquista pela sua am- mogiu. Mas que redicula e imfame é esta merda. Como é triste, como é revoltante,
plidão ucolheu e chamou a si todos Então emerito caluniador, quando veem Que grande fantocharfa. O Chaby peri- pensar em tanta iniquidade que existe
os que teem o sentimento da digni- as provas da infâmia vomUada apóz tal- goso I ah 1 ah 1 ha! ha ! Ora os patuscos.
vez dalguma patuscada no Triagem ? pelo mundo além I
dade pessoal, a sêde de Justiça, Que reles são os tiranetes dagora.»
Canalha! Sou anarquista porque sinto a toda
Beleza e Verdade. Depois do Chaby, do homem do cani-
vete e do marujo, falta >ó um ergo que a hora, que os gritos dos famintos,
Pois qual será o Leal do homem Os s i n d i c a l i s t a s e a s e l e i ç õ e s já vem do Japão a caminbi para atentar acordes cheios de emoção e sen-
senão vêr-se livre ae todos os entra- contra a vidb do g r a n d e . . . Liborio! timento nas córdas vibrantes da minha
ves, de toda e coação ? Não tem sido Como se sabe quando foi d o movi- Ridículo e nojento . . alma dolorida . . E eu então canto,
esse o fim de todas as revoluções ? mento de protesto por se d e s d o b r a r a
numa emoção de Dór e sofrimento o
faculdade de direito, foi nomeado u m
Se o homem sofre ainda a auto- comité de defeza da cidade de C o i m b r a , poema da vida livre e fecunda — A
ridade dos seus esploradores, se o ANARQUIA 1
espirito humano ainaa se debate na
da qual fazem parte sindicalista c o m o
representantes da União dos t r a b a l h a d o -
ÁS MULHERES
Sou anarquista porque sou inimigo
prisãfr das vulgaridades da socie- res. Agora esse comité apresenta p o r da farda que simbolisa o crime, a
Coimbra a candidatura do adesivo José A União das mulheres anarquistas,
dade capitalista, è porque as ideias tortura e a morte.
de Alpoim. perante a tirania governativa, em
predominantes, a rotina, os precon- Sou anarquista, porque odeio a
Como até hoje não vimos sobre este conservar presos camaradas, sem cul-
ceitos e a ignorancia teem sido até facto qualquer declaração estamos inde- divisão da Terra em Pátrias, pelas
pa formada o que representa um
agora, mais fortes que os seus so- cisos se os sin licalistas também aceitam fronteiras, o que converte os homens
atentado coníra a liberdade indivi-
nhos e desejos d'emancipação, ar- essa candidatura. em verdadeiras féras, causando a des-
Bom será que alguém faça luz sobre dual, trabalha para que as mulheres
rastando-o, depois de ter espulsado armonia deste grande mecanismo que
os senhores primitivos, a submeter- um ponto que reputamos de grave para qu> s entem germinar-lhes nos cere-
os princípios. bros princípios de justiça, se ergam fornia a Humanidade.
8e a outros, quando julgam ter al-
a protestar contra essa tirania! Sou anarquista, emfim, porque
cançuao a liberdade. Dô I n t r a n s i g e n t e : Cada preso tem uma esposa, uma anbélo que o mal e a tirania sejam
,
stiâe, asna liliia, pois juntemo-nos to- banidos da Terra como a nuvem sa-
As ideias anarquistas vieram tra- E continua... cudida pelo sopro forte da rajada tem-
«O ar que se respira atualmente em as unidas pelo mesmo elos de soli-
zer luz aos cerebros, não só dos dariedade, pois que a todas marcou o pestuosa.
Lisboa já se encontrava envenenado p e l o
trabalhadores, mus de todos os pen- cheiro nauseabundo dessa nova e s p e c i e ferrete i^nominoso da tirania demo- José Figueiredo.
sadores, ensmando-os a analisar zoologica de configuração humana q u e crática, e vamos serenas mas altivas
bem os seus proprws sentimentos e recebeu a designação «genérica d e — bu-
cumprir u:n dever; protestar em no- O D e s t i n o i n v e n t o u h o m e n s que
pondo a uú u veraadeiru causa da fos. Mas entendeu-se — e muito b e m , vá
de o dizer com a pié-sa do gato q u e me das nossas lagrimas e das nossas teem á s ordena milhares de K n u t s
miseiia e os meios ae a destruir;
passa pelas brazas — q u e e s s í mestri a dóres contn os que calcando a pés a e a quem o s g ê l o s e as m a s m o r r a s
mostrando o caminho a seguir e o obedeoem c e g a m e n t e , m a s i n v e n -
atomosfera estava pouco viciada; e emão Constituição do paiz, mantêem nas
fim a atingir; e explicando a razão inaugurou-se a série das p e r s e g u i ç õ e s tou t a m b é m o punhal de Oaserio
prisões os nossos camaradas, pais e
porque abortaram as revoluções pas- ancien regime, a caça, a batida diréta, e a bomba de Ravachol.
ti!Lios, vitimas do odio do mais eze-
sadas. pessoal a adversarios incomodas o u m e -
nos reverentes. Por vezes mais c u m p r i - crando dos homens políticos deste (De < A L u t a » )
F esta estreita relação com o dores, mesmo, dos seus deveres, m a i s paiz. ('Diário republicano de i3 de oAgosto
sentimento intimo dos indivíduos ciosos da honra das suas fnnções b u r o - Mulheres! Vós que sabeis subir ao de 1909.
que esplica a sua rapida extensão, cráticas, Pois venha mais, que a e f o r a calvário do sacrifício e d a abnegação,
que faz a sua força e as torna com- ainda dista um bocadinho. *
cujo coração é feito de miríades d e
Veja o sinhor Mchado dos Santos, Quanto m a i s o M l i s a d o s f o r e m
patíveis. Osfutóres youernumentaes, se mereceu apenas ser o beroi a« Ro- esperanças, acordái e vinde como a s
o s p o v o s tanto mais d e p r e s s a 86
as meuiUus ojjraxuórus, a ruma dos tunda ! a n t i p s heroinas, arrancando dos er- fará a R e v o l u ç ã o Seoittf,
4 A R E V O L T A

O. que dirá a historia lnfamia Democratica


Talqualmente como o ultimo pe- Os cárceres estão cheios. Só no Quando termina a fita? Ainda não é tempo de restituir á
ríodo do imperiato de Nero ficou ceie- Limoeiro expiam o crime de pensar
liberdade as vitimas do feroz Afonsismo ? Já Basta! I
brizado pela perseguição feroz movida livremente cerca de cento e cincoenta
contra os primeiros cristãos, assim o trabalhadores, entre os quais ha bas-
atual governo desta infortunada nação tantes nossos irmãos de ideias. Pelo Atravez os tempos a liberdade tem labirinto, uma bomba atroa os ares e
sido sempre a preocupação de todos os uns quantos caiem vitimas da explosão.
Acará marcado na historia, como tendo Alemtejo fóra as múltiplas e sucessi- homens de sentimentos humanos « que Ato continuo surgem giltos d e : fôramos
sido o periodo das maiores e mais vas rusgas de sindicalistas, arrojaram aspiram o ser livres, como a repressão sindicalistas! Morte aos an^rqui-tasj
acintosas perseguições movidas aos ás cadeias muitos desses bondosos tem sido apanagio de todos os políticos Placards feitos á p e n a aparecem a in-
preconizadores dos modernos ideais. camponezes que só anceiam unificar e governantes. dicar à mullidão os sindicalistas como
os que trabalham e só pensam reivin- Antes de galgarem ao estádio do man- autores do estúpido como b<utal alentado.
Quem, volvidos anos, percorrer as
dicar seus postergados direitos. do fazem-se apostolos, propagandistas A boia é incendiada nas barbas da
paginas da Historia, verá nelas refe-
ferrenhos e inlusiastas dos princípios polici i que prende os qué se abolauçavam
renciados os inqualificáveis atropelos Os nossos jornais teem estado im- hberaes, para depois governo, atraiçoa- a protestar contra tal vandalismo.
á liberdade, ao direito das gentes, pedidos de se publicar, sujeitos apo- rem os princípios fementidamente apre- A redação do 'Dia jornal monárquico
nesla época per prelados, contra o çro- das as'contingências, nesta impes!* goa doá. l > r 4 é assaltado juntamente com a c a s a S i n -
letariâío português. travei e asfixiante atmosfera que pesa Está neste caso, para não fugir a regra, dical !
sobre o povo que trabalha, sobre os o sr. Afonso Costa e os seus auiicos Mais uma vez se punha a descoberto
Ha-de constatar que a esta data os
homens que pensam. que sendo na oposição a esperança, dos a obra do governo. Senão vejamos: Onde
magnates e seus mui dignos serven- ingénuos que crêem ainda na boa fé dos
Conservam-se arbitrariamente en- estava o autor do alentado para se lhe
tuários mandavam encerrar nas ca- políticos, na pratica dos seus atos gover- conhecer a sua ideutidade e qual os seus
deias do país todos aqueles que in- cerrados muitos sindicatos operários. nativos demonstrou que é tão tirano co- princípios ?
tentassem organizar a massa proleta- Em Coruche, o desplante das autori- mo todos os que se lhe antecederam.
Ainda hoje se ignora qual a mão mis-
riana, todos os que anceiam reivindi- dades chegou ao cometimento de iné- O chefe democrático é da estofa de teriosa que arremessou a bomba; no en-
car para si e para seus irmãos de so- ditas e inominadas façanhas que teem João Franco; autoritario impõe onipo- tanto pedia-se a cabeça dos sindicalistas
por estalão aquele edital anunciando tenie a sua vontade. e anarquistas como sendo estes os auto*
frimento os direitos postergados pe-
a venda em hasla publica dos bens da Julgou-se intangível e para isso ro- res do atentado. Vê-se aqui o dedo do
las castas das tiranias. gigante... Se a p dicia sabia da exis-
Cooperativa dos Trabalhadores Rurais. diou-se de lodos os ambiciosos que as-
Ha-de verificar que nestes calami- piraram uma republica, não como uma tência de complots de bandeiras negras
tosos tempos a liberdade de imprensa Emfim, resumindo, não ha liber- aspiração de progresso mas siaa para e bombas, porque não evitou esses factos
dade de falar, eserever, reunir. se governarem assaltando e fazendo do lamentav-is prendendo os indicados au
se restringia a escrever que a Repu- tores? Poique ao governo convinha a
Mas que ganharão com todas estas estado gamela onde vão encher os esto-
blica, apesar de tudo, era, na efetivi- magos famintos. Escudado com toda essa bomba p ira espalhar o lerror, especulan-
dade, o Kanaan, o Eldorado, a Terra perseguições os que imperam sobre o do com mortandade das criancinhas,
matula de monárquicos feitos republi-
da Promissão apontado por tribunecos povo ? canos, carbonarios arvorados em bufos, para completar a sua obra, prendendo
comicieiros á mullidão ingénua que os Os seus cárceres, as suas leis os defensores da republica, transformados no dia seguinte todos os conhecidos como
seus patíbulos, jamais conseguirão de- em delatores, ei-lo a mandar como em propagandistas do sindicalismo e do anar-
ouviu. quismo. Começaram euião as pe<sigui-
ter a grande obra de regenetação so- paiz conquistado, declarondo guerra de
Ha-de constatar que qu^m isto não morte às organisações operarias e anar- ções, as devassas, os jornais pr.íbidos
cial ; jamais conseguirão fazer calar as de circular, as associações fechada»; lodos
dissesse era, inexoravelmente, amar- quistas o único estorvo que se lhe ante-
nossas vozes, nem deter o nosso braço, põe á sua doentia aspiração, qual bnna- os p u d e n g o s se lançaram de bocas
rado ao pelourinho da ignominia.
nem atrofiar a nossa mente. Se os parte — que queria ser rei da França hiautes, de dentes, afilados, ladrando as
Ha-de lêr que por esta ocasião a li- perseguidores teem por seu lado a e imperador aos franceses... mais baixas e infamantes calunias! O go-
berdade de falar se resumia ao direito razão da força, nós temos por nossa verno republicano. O grande hboiío «suun-
A conferencia da Imprensa Nacional,
de ovacionar El-Czar Afonso; que ciava da sua caledra parlamtaiar que a-
parte a força da razão que um dia a circular contra o sindicalismo provam
tava morto o sindicalismo, cujos restos
q u e m tentasse èxpôr em publico as vencerá aquela. a premeditada repressão que se tem feito
tinham ficado na Nua nova doe,armo!
suas ideias sobre a obra desgoverna- contra os elementos avançados.
Cada um dos soldados que ladei un Faltava para os pôr em pratica a tal As provas porém nâo apareciam para
tiva tinha como certo um logar nas a bandeira da Razão valem mil dos ra\ão de estado; para isso aproveitou-se que nas cadeias continuassem presos os
fúnebres bastilhas da democracia. que portam o estandarte da força. £' o movimento de 27 de Abril, que toda supostos instigadores. Era preciso mais.
Ha-dt) concluir que aesta óra a li- a Ideia, a ífozão que nos tífc sep a - s geate sabe ter sido mm teaí oliva de liei 20 a"E Julho repalese a fita COE
berdade de reunião se limitava aos res. sedição golpe de Estado» com que nada assaltos aos quartéis, explosão de bom-
tinham os sindicalistas. Mas o sr. Afonso bas, ele. E Como nesse movimento apa-
grupos de carbonarios que, de pistola Eis o motivo porque nós* a despeito Camacho Liborio da Costa, de á muito rece-se um ou outro sindicalista e anar-
e casse-tète em punho, perseguiam, de todas as perseguições, apesar de acalentava a esperança de dissolver a quista írnquieto cedendo ao seu tempe-
agrediam, dilatavam e prendiam os todos os despotismos, continuaremos casa sindical, aproveitou-se desse malo- ramento ue revoltado ccutra as prepo-
que tinham a coragem de verberar as sendo o que sempre fomos: ardorosos grado movimento para satisfazer a sua teucb: governativas, eis que o grande
infamias dos imperantes, ou sequer vontade. estadista, vê com o seu olhar de Lince,
combatentes d i Verdade e da Justiça.
disso fossem suspeitos. Dádo o primeiro golpe, o ditador não envoltos nesse movimento as organisações
Com as violências chegarão talvez parou na sua obra. Não se sabe como, sindicalistas. Para completar a obra ma*
E então, quem lêr a Histori», tre- a dissolver toda a organização opera- aparecem os boatos de que os ruraes gisiral do governo, arraujju-se complots
mendo de horror por tanto crime e ria, a suprimir os nossos periodicos, queriam empregar a sabotage encen- monárquicos e radicaes com fabricas de
alropêlo á liberdade, extático, pen- diando as ceáras e mil uma patranha, bombas e depositos de armamentos mos-
a tornar impossíveis as nossas reuniões,
ludo para justificar as prisões que se turando ludo isto num guisado policial
sará : comícios ou conferencias. Mas quando faziam a êsmo, calcando os campos pelas que honra o mais hábil mestre da arte
— Para que serviram tam ferozes nos julgardes completamente destro- patas da cavalaria, monteando os miseros cultuaria!
perseguições, tamanha opressão, tam çados, havemos d« resurgir, potentes, trabalhadores, encerrando-lhes as suas
associações ao mesmo tempo que lhes O governo teceu o trama para aniqui-
grandes violências?! qual fénix renascendo das próprias lar as ideias avançadas, a ponto dos
roubaram os livros e o dinheiro, pro-
Assim pensamos nós. cinzas. duto das quotas que com sacrifício pa- imundos orgãos do governo com o Sé-
gam. culo á frente queier justificar as suas
violências, de se conservarem contra o
O mal estar cresce a ponto de se ma- ispiruo de constuuiçáo politica do paiz,
PINTO QUARTIN â m w m i m m m
nifestar publicamente no célebre comício presos homens sem culpa formada mais
da Rotunda, que de manifestação ao de 48 horas 1
Consumou-se a infamia 1 As abelhas tinham {eito uma colmeia
governo, se transformou na maior e E' preciso que termine a farça igno*
O governo expulsou de Portugal o num oco-tie-puu e nela Unham juntado mais frisante desauturação feita ao poli- minosa que o governo está lepresen-
nosso querido camarada Pinto Quar- muito mel tico que mais tem atraiçoando s seu pas- taudo!
tin, diretor do semanario Terra Livre. Eis que vem um urso e arromba a sado de liberal.
Basta já de infamias, de declarações e
A pena tréme-nos porque a in- colmeia, As pie idas dos bichos furiosos Os liborios em vez de aprenderem vinganças impróprias dum regimen que
não o impedmm, pois o [êlo o proUjia, nesta tremenda lição, aproveitam-se da se pavoneia de D e m o c r á t i c o 1
dignação tocou a méta. tribuna para fomentar, para vomitarem a
Não vale a pena protestar; regis- e >ó se foi depois de ter lambido todo o Ha criminosos ? yue respondam e nos
ameaça de que os anarquistas iriam em
mel. tribunaes com brevidade para que se lhe
temos a violência para maior gloria breve s u bsutuir os v a d i o s ! ! . . .
apurem as responsabilidades. — Se não
da democratica republica Iuzitana 1 Algumas abelhie seguiram-no, cha- E assi m sucedeu.
ha provas jurídicas para que conserva-los
Que Pinto Quartin, leve no amágo m<m<io-lhe ladrão 1... Na f u r i a de espesinhar as classes tra-
presos ?
— t Ladrão » diz o urso, « não de- balhadoras, lança os operários constru-
da sua alma de revoltado a nossa es- tores civis do Estado, a quatro dias de Porque se não põem em liberdade ?
tima e a nossa solidariedade e que veis ch mai-mel Tratar-me de ladrão é Para que se enviam esses homens aos
trabalho, emquanto, o h ! supremo escar-
continue lá na região para que foi êrro. Eu sou o propr tétano deste moto neof s e gastavam centenas de contos de tribunaes de excepção ?
arremessado pelo gesto cabralino do e sem esse oco-iie-pau e o suco doce das reis'nas chagadas festas da cidade. Para que expulsam do paiz homens de
governo, a propagar como propagou flores que aqui nascem não teríeis po- Os operários reuuem-se psdem pão e carater e coração, sem outro crime do
entre nós os dulcíssimos princípios dido junlar nenhum mel. ludo isso eu e o governo manda-lhe dar s a b r a d a . . . que pelejaram com lodo o entusiasmo das
vos dei, e o que tirei de direito me per- O mal esjar cresce, a raiva concentra- suas almas de sonhadores, por uma so-
da emancipação humana, tendo sem- ciedade mais feliz ?
tencia » se nos peitos descarnados dos esfomea-
pre a fé a acalentar-lhe o espirito de dos a quem a democracia lançara á va- i Escrocs da politica, escoria das alfur-
que um dia a justiça raiará sobre a — t Oh* esclamaram as abelhas gabundagem da rua 1 jas puliciaes, basta de infâmias I
terra aniquilando a tirania e os pre- « como pretendeis desforçar roubo tão As festas da cidade aproximavam-se, Se julgaes matar a ideia que caminha
conceitos das classes dominantes! ordinário com pal-vras tão boriits? I» fala-se em manifestações, em bandeiras para um fuiuro de paz e amor, enganai-
— « Eu aprendi isso com os ho- pretas, em bombas, espalha-se o lerror vos: porque cada um que cai vinte se le-
Até lá lutemos e soframos como os
mens » resmungou o urso. e a policia chama à responsabilidade vantam a protestar contra a iniquidade
antigos mártires que morriam so- desses boatos os militantes do movimento contra a tirania quer seja em nome dum
nhando por entre alvoradas de espe- operário. Estes declinam a responsabili- rei ou duma republica!
ranças a realisação dos seus Ideaes 1 Toda a i n f e r v e u ç ã o eleitoral da dade que a policia lhe impõe. Chega o dia 10
de Junho; ap >rece o pendão u gro com Poli t õ e s ! . . . "pulhastros l Que não
Que fique aos tiranos a objeção da olasse t r a b a l h a d o r a , r e d u n d a fa-
o dístico: - P ã o o u T r a b a l h o ! querem ler as lições da historia!
sua obra de inteleracia politica cara- talmente em proveito da burgue-
zia. Intervem a policia, prende, bate, dá
|erisadana maior das mijuidades, 1 Jules Guedes. vulto á imfusão e no meio de todo este B a s t a de Infamias 1
i
4 A R E V O L T A

Construção Civil
HONTEM E HOJ E
os e s c r a v o s m o d e r n o s se e r g u e m
a proclamar o seu direito á v i d a !
por
A Federação d'esta classe, que acerca
A imprensa, farol l u m i n o s o , de cjnco meses conseguiu vêr atendida 0 qoc devemos
H a na historia dos povos épocas criada para e n c a m i n h a r os expolia- uma sua reclamação sobre o horário de
De ha tempos que a esta data, isto é,
q u e se a s s e m e l h a m . dos á conquista de melhores dias, trabalho; vai convidar todos os operários
apóz a subida do grande estadista ao
O que se está p a s s a n d o e m Por- é amordaçada e apreendida por das quatro classes da construção civil a
tr<ino português, a classe operaria tem
tugal, na regencia de A í o n s o VII, uma grande reunião magna para resolver
m ã o s brutaes d e esbirros d o n o v o sofrido uma interminável serie de vexa-
sobre a atitude de alguus mestres, que
é a repetição ezata se n ã o a u m e n - santo o f i c i o ! mes de tal maueira vomitados que, se
pretendem modificar o dito horário, o
tada do. q u e se p a s s o u na regencia não fosse conhecido já o fim que visam
N ã o existe autonomia social representa uma infamia só digna de
estas torpes insidias, talvez hoje as or-
de J o ã o F r a n c o I. n e m • garantia individual, associa- crealuras que ridiculamente não pessuem
ganisações obreiras não fossem mais
Q u a n d o c o m p u l s a m o s a historia noção de carater.
ç õ e s e seres h u m a n o s estão sugei- que a palida sombra do que teem sido,
da c h a m a d a putna luzitnna, e l ê m o s tos a desaparecer ao m a i s débil ou antes, um cadáver em estado de
Fabricantes de Ca'çado putrefição.
nas suas paginas todo u m p a s s a d o gesto d o ditador, que nos áureos
de sangtfe, l a m a e tirania, atribuia- E c l a s s e v»i reclamar perante o Mas, mercê da própria propaganda
t e m p o s d o s c o m i c i o s pregavam li-
patronato, aumento cio preço da obra, contra o movimento associativo, adulada
mosagsftgs a t r o p e l o s , c r i m e s e v i o - berdade a o p o v o , para a e s m a g a r
por intermédio da respetiva associação cão só pela imprensa burguesa, como
l e f t í ^ ^ ^ ^ o r i g e m de r e g i m e n s p r e - agora c o m o o mais vil d o s Dracons pelos indivíduos que formam o governo
de c asse.
viligiaOTt — as m o n a r q u i a s . d o ocidente. atual e seus sequazes, a quantidade de
F - s e m o s votos p a r a q u e o consiguiam
Hoje porém, que vivemos em O povo que trabalha, paga e d e paais q u e é u m a d a 3 c l a s s e s , q u e adeptos tem tanto mais engrossado,
plena d e m o c r a c i a , presenciamos sca! p a g a é, e b a s t a n t e Dumeroza. quanto maior é a raiva com que 0$ go-
stffre q u e se r e v e j a n a s u a o b r a . vernantes tratam o sindicalismo e seus
factos idênticos aos que a historia Q u e m e d i t e se lhe v a l e u j o g a r a propagandistas.
dus. t a m p o s id >s n o s d e s c r e v e .
P r o v a - s e que a p e z a r dos i n ú m e -
vida n u m a bromosa m a n h ã de O u -
t u b r o d e r r u b a n d o a tirania de co-
Congresso Anarquista E, realmente assim é, pois, quantos e
quantos indivíduos não sairam ja da
ros sacrifícios populares derra- rôa p a r a a s u b s t i t u i r p e l a d e b a r - neutralidade em que teem vivido, para
m a n d o o seu jeneroso s a n g u e e m F la-se entre nós na realisação do desejosos por compreender a r a s ã j das
r e t e frigio. prisões que se teem realisado nos últi-
defeza do progresso e da liberdade, 2.' congresso anarquista. Nunca como
N ã o ! porque a tirania ezistira mos tempos, andarem em busca de quem
o s t e m p o s s ã o o s m e s m o s , pois agora, se fez sentir a necessidade da
e m q u a n t o o h o m e m fôr o m a n d a - lhes indique as causas que levam o go-
subsiste o m e s m o crime d o s regi- sua realisação. verno a roubar á liberdade, entes que
tario do h o m e m ; e m q u a n t o a pro-
mens monárquicos sob a forma D. j sse congresso deve sair mai3 so- desinteressadamente se prestam a culti-
priedade privada e o salariato fô-
republicana. lidificada a nossa organisaçâo, apro- var os cerebros obscuros, metenuo-os
rem a b a z e da sociedade indivi- numa lúgubre prisão, como sucede com
O p o v o que produz a riqueza vada no primeiro congresso.
dualista que agora péza com t o d o s Cai los Kates, Antonio Henriques e tan-
para o s fartos e felizes, continua o s s e u s c o d i g o s sobre as m a s s a s Mostremos ao governo e aos seus tos outros camaradas ?
adstrito, à terra curtindo f o m e e produtoras. ajentes, de que as perseguições só A provai o poder-se hia dar bastantes
misérias. servem para dar novas forças ao mo- exemplos, se assim fosse preciso, mas
C h a m a m - l h e republica o u m o -
A o feudalismo antigo s o b r e v e i o vimento libertadôr das classes explo- escusado será, pois que os propiios re-
narquia : — hoje c o m o h o n t e m volucionários de hontem, Ue sobejo o
o feudalismo moderno. Hoje n ã o é radas.
subsistirá a mizeria, a exploração, devem saber.
esplorado pelo nobre» senhor de Parár é morrer. Que a Federação
o roubo e a tirania I Assim, apesar da Casa Sindical de
baraço e cutelo, m a s sim pelo bur- do Norte qu ldnç«'U a ideia do con- Lisboa ser arbitrariamente dissolvida, as
A verdadeira liberdade q u e inte-
guez, e s c u d a d o n o sabre policial. gresso, não afrouxe para que a reu- associações ue classe vigoram Corno até
gra o h o m e m e m si proprio, s ó
N ã o é azorragado, fuzilam-no e m nião magna dos anarquistas na região aqu>; apesar das associações dos ruraes
virá q u a n d o f a z e n d o taboa-râza da stiem fechadas ás ordens cios tartufos e
plena praça publica. O operariado portugueza seja um f icto em breve.
iniquidade social presente, o s p o - os seus membros encarcerados nas di-
d'hoje é c o m p e q u e n a s variantes o v o s e d u c a d o s nas m e s m a s afinida- versas cadeias do paiz, elas teem fun-
e s c r a v o antigo. des e t e m p e r a m e n t o s se u n a m cionado regularmente; apesar emnm da
Deram-lhe pela constituição po- constituindo u m a s ó familia, e m - I m i u m grande quantidade de revolucionários
piesos, a avalanche tem aumentado con-
litica de 1789, o direito de c i d a d ã o ; plantando sobre a terra — o ComQ- MMaKHUlH SI ••••••••••«••«BI»
sideravelmente e com esta a foiça, a
pela constituição e c o n o m i c a , m a n - nismo-Anarquista í Federação Anarquista na Região do Sol vontade e a eueigia que a leva a i «cor-
t ê e m - l h e a s e i v i J ã o pela existencia rer aos aios 1 evolucionai los, única ma-
d o salariato. E s p a n h a , Agosto de 1 9 1 3 . penúltima reun>ã<> federal, foi re- neira ue fazer senur o protesto coutra as
resfclvido aceitar o alvitr dos camaradas iut«mias ultimamente praticadas coutra
O s trabalhadores, factores de
BartolomeuConstantltU). de 'Coimbra para A Revolta se fundir os .nossos, camaradas.
toda a riqúeza social, f o m e n t a m o com o jornal /I Anarquia, orgão do Nas associações tem aumentado o nú-
progresso e d e s e n v o l v e m os inven- grupo Juventude Anarquista, passando mero de associados que ali vão beber a
tos cientificos pelo s e u trabalho, c 4 Revolta a publicar-se temporaria- seiva da instrução necessaria, para re-
n ã o têem de todo esse titânico la- Nas Bastilhas democráticas mente em Coimbra, motivado pelas per- sistir ás opressões do patronato e do
seguições governamentaes. Estado.
bôr, mais de q u e a mizeria n o seu
Mtffs foi resolvido nomear o camarada Os grupos revolucionários multipli-
pobre lugurio, o n d e em dias s e m
Bernardino dos Santos, secretario geral, cam se uia a dia. fc, tudo isto p o r q u ê ?
sol e noites s e m lume, sofrem toda E' tenebroso, é horripilante o que se lê por estar ausente o camarada secretario
nos jornaes não vendidos ao governo, Uuicamente pelas perseguições de
u m a vida de s o f r i m e n t o s ; u m a e não poder estar parado o expediente. que tem sido vitimas os piopagandistas
sobre as torturas porque passou os pri-
epopeia de-lagrimas e dôrl F i a u também assente que QA Re- operários, que se encontram em grande
sioneiros do Castelo maldito de Angra
N a antiguidade apezar de n ã o volta tenha dois corpos de redução um parte presi-s, isto e, impossibilitados de
do H roismo.
em Coiabra e outro em Lisboa. defender as ideias que todo» nós, anar-
t e i e m creado u m m e i o social seu, A Espanha, tem o seu Monljnit em quistas precomsamos.
porque n ã o tinham educação, já Barcelona ; Portugal, tem no nas Ilhas.
0 poderoso senhor de todos nós, en- Aos grupos federados lembra-se o Pois bem, se as associações estão en-
e m seus rudes cerebros jerminavam pagamento das quotas federaes, posto grossadas, multiplicados os giupos li-
cerram além mar as suas vitimas para
frémitos de revolta q u e irrompiam lhe não ouvir os seus lacinantes gritos que sem dinheiro se não pode fazer pro- berianos, iniciemos uma lula, mas uma
c o m o catadupas perante a tirania de dor e desespero. paganda. lula tenaz e altiva, contra o procedi-
mento ridículo dos tiranetes. Mostre-
dos senhores, l e v a n d o - o s á InSQFrei- Nada conseguiu com isso porque nem
Os anarquistas de Coimbra progetam mos-lhes, que sabemos ter força para
ÇãO a r m a d a , depois s o f u c a d a e m san- toda a imprensa se transformou em ban-
a publicação dum manifesto anti eleitoral. faser frente ás suas violências despóti-
gue pelos p o d e r o s o s possuidores cai, onde se defenlem as violências do
cas, mas sem hesiiações, sem receio de
governo capitaniado pelo Judas.
da terra que n ã o r e c o n h e c i a m a o s vinganças, pois que não podemos por
seus e s c r a v o s o direito á vida, ao
Que no estrangeiro se levantem os ho- Prò-presos por questões sociaes mais lempo, consentir as aibitranedades
mens de coração a protestar contra a que se estão praticando, prendendo a
g o s o e á liberdade. nefanla Inquisição estabelecida em An- Desenha-se jà, embora que tardia- êsiuo para conservar nas pútridas mas-
Hoje sucede o m e s m o . . . gra e de qu« é inquisidor-mór Harbués mente, o movimento de protesto contra mo ras condenando os á morte lenia, os
Afonso da Costa. a prisão dos nossos camaradas que en- nossos camaradas que, traiçoeiramente
As classes operarias crearam já
Protestamos contra as torturas de que chem as prisões da republica. Em Lis- são roubados aos entes queridos.
p e l o influxo da e d u c a ç ã o moderna, têem sido vitimas e continuarão a se-los, e Porto deviam-se ter realisado varias
u m a vida própria, u m ambiente os presos no Castelo de Angra, por de- sessões, Em Coimbra trabalha-se para E' preciso que um grandioso protesto
social proprio, que doutrinaria- litos politicos. secundar esse movimento o que já não se levante por todo o paiz, çara fazer
é sem tempo. vencer as nossas pretenções.
m e n t e se desenha n u m futuro pró- Que clamor das vitimas e o protesto
dos homens livres cheguem até junto Em Coimbra, Porto, belubal e tantas
x i m o c o m o o c o m p l e m e n t o da sor- Urge que as organisações anarquistas
do mnito poderosj Afonso VII!! outras localidades, ainda os trabalhadores
e sindicalistas quebiem o mutismo em
ridente aspiração de sonhadores nao fiseram sentir o seu clamor de re-
que teem estado e se maiiifesitm ade-
utopistas de tempos, idos que a n u n - volta, contra o que em Lisboa se tem
rindo ao comiié do norte, ou consiiiuindo pa&sauo.
c i a v a m a Resurreição do Homem livre, novos comités para kvar por diante o
E' duma extrema necessidade convocar
que a lei e a servidão i g n o m i n o s a protesto. comicios, explicando o seu fim e qual o
havia tornado a besta d o p a s - caminho a seguir, para libertar os que
sado ! injustamente estão prisioneiros, ás or-
União Geral dos Trabalhadores
E q u a n d o o p o v o desperta da
A comissão Administrativa desta união
Apelo aos amigos do Ideal dens dum ministro.
Façamos a greve geral, com o assento
letarjia e m que v i v e u , eis que o s se- e ponderação devidos, emfim caminhe-
na sua ultima sessão resolveu os seguin- Não vamos solicitar esmola porque se-
guidores de Caligula, N e r o , T h i e r s , tes assuntos: ria empropio de anarquistas, para sus- mos paia a lula, que ela é necessaria
M a u r a e J o ã o Franco, se e r g u e m Enviar a quantia de seis escudos aos tentar a publicação d\4 Revolta. pois que só pela revulta poderemos nesta
c o m o seu gesto tigrino de feroz presos por questões sociais, produio de Quando muito solicitaremos a solida- ocasiao ganhar a partida, que é : a l i -
ditador a proclamar d o alto d o uma subvenção aberta por a mesma riedade dos camaradas, mas agi.ra tra- bertação dos presos por questões
união, para esse fim; ta se apenas de apelar para o» corres- sooiae.*.
s e u olímpico t r o n o :
Auxiliar a publicação do futuro quin- pondentes e assinantes para qu- pagu m Luiz da Silva
 Constituição soa ea 1 sinario a < Batalha Sindicalista » e reco- os jornaes em divida, visto que nã • ha
D e b a i x o deste regimen d e c h u m - menda-lo aos sindicatos profecionais nela outra receita senão o proviuiente da sua
unificados; venda. Trabalhadores 1
bo, — n e g a ç ã o da democracia, —
Q u e seja constituído um grupo dra- Que nos des ulpem, mas assim é ne- o r g a u i s a i v o s n o s v o s s o s sindi-
fecham-se associações, prendem-se c a t o s t> g r u p o s r e v o l u c i o n á r i o s ,
matico para dar uma serie de espetacn- cessário desde que ha quem leia e não
operários por agitadores, fuzila-se los no teatro que tem na sua hè<ie, re- pague, prejudicando e dbseuvi>liimeua> c o n s a t u i n d o a s f e d e r a ç õ e s regio-
e m m a s s a , faz-se montaria a o s ru- vertendo o seu produto em favor do co- da propaganda. jiaes para sôrdes forte na luta
façs como se fossem lobos, porque jro da mesma união. A administração. contra a sociedade capitalista,
P r e ç o 1 c e : a í a v o A

QUINZENÁRIO ORGAO DA FEDERAÇÃO ANARQUISTA DA REGIÁO DO SUL

REDÁÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PROPRIEDADE DA FEDERAÇÃO ANARQUISTA Editor — J o s é d ' A z e v e d o


PROVISORIA
Rua Sei da, J3 caldeira, 11,
COIMBRA — PORTUGAL
Dirétor e administrador — AOGOSTO QUINTAS — CISA MINERVA—Cotatra

Seria isso o mal, as fezes que infil- á téla da discussão com a frase os catos não pode ter sido -- ,usr.c,

A' tort et á travers trando-se nas suas idéias lhe tolda-


ram acrislalidade? Se foi,—permitido
nos seja o paradoxo—bem haja o mal.
E se acaso foram as ultimas resolu-
que pregam a revolução social sem
atender aos condicionalismos historias,
não nos preocuparíamos em tentar de-
semmaranhar a embrulhada que está
(muitíssimo bem a c h a d a ! ) i n f i l t r a ç ã o
demagógica, verifica-se (|ue a q u e l e
individu lista ali f o i c o l c c a d o para
evitar que lhe pedissem m responsa
ções da Confederação Geral do Tra- aí nesse período do seu artigo-entre- bilidades pelo seguimento da sua ex-
- Após um editorial d 'A Capital com samos hoje a resolvida balho que o fez pensar em expungir,
mudança vista. Deixaríamos esse trabalho aos purgatoria vérborreia.
o competente e imprescindível comen- de tática sindicalista, porque, falando ou talvez melhor, expurgar o seu sin- raríssimos anarquistas que em Por- Compreendemos que n ã o s e n d o c o -
tário do Mundo, surge o artigo do verdade, a não percebemos. . . dicalismo dos elementos demasiada- tugal seguem a escola individualista. nhecida n e m sendo n o m e - d a e m P o r -
Século de 3 0 de agosto que motiva o E como não percebemos o que isso mente (!) revolucionários que adentro Podia ser que alguém aparecesse a tugal a escola individualista a nussa
presente. seja vamos analisar diversas passa- dos sindicatos semeiam a idéia da levantar a luva, se importancia ligasse ignara facilmente aceitarí a s u a rea-
gréve geral, quasi posta de parte pela ao assunto. cionaria frase, « anarquismo demag. -
Ainda hoje não adquirimos a cer- gens desse artigo de um dos mais auto-
têsa da sua autoria. No entanto — risados representante do sindicalismo. franceza rètificação de tiro, permita- Mas nós que estamos aqui tentando gico e insurrecionalista, foc a n d o - t e n -
para que'negal-o? — logo após a sua mos dizer-lhe o que sofre gréve geral aclarar embrulhadas, lançamo-nos a tados e complots... não t a r d a n d o
Diz ele que ha a necessidade de
leitura, dos nossos lábios um nome moderar a tática sindicalista, proce- disse Griffuelhes em « A Ação Sindi- este trabalho. E se soubermos ler n^s que ela comece a nossa l a p i d a ç ã o ,
surjiu e foi como que postar-se sob dendo-se a uma clarificação de idéias calista. » entrelinhas tiraremos deste período atirada que foi pela m ã o do articu-
aquelas linhas cuja epigrafe Os sin- perturbadas pela infiltração dema- Mas porque è que os belgas e os sue- a ilação que segue: Não sendo ao lista, a primeira pedra.
dicalistas modaram a sua tatica, tanto gógica. cos, que nunca se declararam, seus par- anarquismo individualista que o autor Para clarificação das ideias come-
•s ies» «-tára a car ;d?.1e. Pare- tidários, estão resolvidos a recorrer á do artigo denomina demagogico, pois çou bem não haja d u v i d a . . .
Temos pois, — seja-nos desculpada
cia~nó$> qa< esse nome, o mesmo que gréve gerai 7 Sem duvida, porque re- que ele não colaborando nos sindi-
a parafrase pelas razões do n o s s o in-
áté ali desconhecido no nosso conhecem que ela constitua fc.* bom meio
tento — que nessa para nós incom-
raoió, 80*a$signaUva com a publicação
preensível mudança de titica h a ne- de ação l Seria pois rematada tolice
duris a â i f o s sobre sindicalismo e !
áuar<|s:;*mef. que, diga-se de passa- \
mereceram a nós e a quantos j
c e s s i d a d e áe purificar a i d é i a s i n d i c a - pertender impedir que os anarquistas
lista ora perturbada p e l a a ç ã o ioiTsada adentro dos sindicatos a^vi eassem a
a dentro déia p'Jos demagogos. gréve geral, tanto mais (j^e eia foi
Infamia Demoeratica
íyiíj algumas noções tinh mi i reconhecida como nm bom rácio de
, P>irgaátáms8.^^gm são de- oiilr
*5paréi-trt-fiõá §§«..'} magogos que é necèssâr»o' expa^gir?
Hi?á ali bera. Pelai E lá divisámos n p ultimas orações
ti-rsmra
O que é pois isso quo aí está
líntexe, ]Vâ%eoíogia, e sobretudo por do período, a resposta que segue: « elementos exaltados qa€ pregam ú
Apesar dos protestos dos homens ií- governo atendei ao vos. o p i s s a d o e te-
aquela alta significação filosofia, reve- « H a t a m b é m a c o n t a r c o m o s e l e - tort et á travers a revolaç&b social » f vres e da i m p r e n s a que se não curva íieti que parte dos íac.os ".m sç lêem
lava-se o dado do gigante. m e n t o s e x a l t a d o s q u e p r e g a m á In t Nada 1 . . . ou simplesmeule a con- p e r a n t e a prepotencía do governo, este dado são o reflexo da *os?.. obra', fazei
E a è s i m , a p r e s í â m o - n o s p a r a a q u i et á travers a r e v o l u ç ã o social, s e m t i n u a ç ã o do fraseado estupidamente continua a m a n t e r presos operários hon- justiça a p u r a n d o r e s p o e s Mlijaaes, q u e
ímfutar o nosso já conhecido aulôr atenderem aos condicionalismos his- sectário e agressivo usado em dois ce rados. chefes de família exemplarissimos já tiveslbis teuipo p a r a isso, : pondo <;aa
só porque albergam em seus cerebros liberdade os que até agora nada se p r o -
da finalidade social do sindicalismo. tóricos. » lebres artigos d 'O Sindicalista. princípios de Justiça e de Liberdade. vou contra eles.
N|0"-analisamos hoje a resolvida (?) Foi pelo emprego, corrente no seu Ha depois uma tirada sobre tálica Em face da Constituição politica do De contrario demonstra a[«nss a vin-
mudança efe tatica, sindicalista, por- autor, da frase elementos exaltados que parlamentar onde se diz: paiz, é um crime o que o governo está gança do governo não s ó contra o:< ho-
que, falando verdade, a não perce- nós obtivémo3 o percebimento da « Quantos deputados podíamos nós pralicando. Passa de 4 mezes que um mens com> contra os princt. ios q u e e s -
bemos. Julgámos sempre que o sindi- autoria do artigo do Século. Com- eleger? Um? Dois? O que é que nós punhado de homens estão presos sem ses homens defendem. E. é ;ontra «ssa
que lhe tenham qualificado qual a quali- perseguição infamante e miserável q u e
calismo quando não aceita a interfe- preendemos perfeitamente o bole. E, alcançaríamos com uma tal represen- dade do crime. Umas vezes dizem lhe se revolta todo o homem insto e iad-s-
rencia do Estado na resolução das francamente, não se poderá dizer com tação ? que são vadios; provasse-lhe o contrario, pendente; indo jà pelo mundo além o
pendencias entre o Capital e o Tra- verdade que o autor não seja, nesta j . . . tirada que muito gosto tínha- passam a ser instigadores do atentado protesto como ondas revoltas que. h ã o
balho, era chamado revolucionário. arte de esgrimir a pena, um espada-; mos em analisar se o espaço nos não de 10 de Junho; como isto ainda não fazer sossobrar a desconjuntada a a u d o
Julgámos sempre que as associações chim de mérito. Compreendemos que ! faltasse tanto. Deixa-se ali uma acen- péga, incriminam os agora perturbado- Estado.
res da ordem, instigadores á guerra O governo tem é certo gt to i m e a s o
que aceitam a cooperação no maqui- mais uma vez visava os anarquistas j tuação tal que ficamos a perguntar se civil e inimigos da Republica. E nem
nismo Estado, esperando da ação dos que, coherentes com resoluções de ha j o que se condena é o Parlamento, dinheiro para fazer por intermedio d o s
mesmo assim vai, porque todos sabem seus delegados com que a imprensa es-
seus deputados a resolução da cha- muito adoptadas e retificadas no con- j maquina infernal geradora de todos ser refalsada mentira todos esses palões trangeira defenda os seus sbuzos e o s
mada questão social, se denominavam gresso realisado em Paris no meado os grilhões que nos acorrentam, nos inventados para conservarem presos os seus crimes, mas essa i m p r e i s a é ;omo
sindicatos..reformistas, e que, desta do passado mez, entram nos sindi- manteem enleados á escravidão e nos nossos queridos camaradas de luta. a de cá que só faz Justiça ? tauto p o r
maneira, consoante a opção de qual- catos a semear os sentimentos revo- conservam sem podermos dizer algo, O que chega a tocar as raias da des- linha.
quer dos dois processos, o sindicalismo lucionários tam necessários á lula cada sem podermos escrever uma linha, façatez e do cinismo é vêr como estes Em compensação a impreisa indepen-
seria revolucionário ou reformista. vez mais gigantea travada contra a sem poder enfim dar um passo, en- homens que ha tres anos prégavam ainda dente e a operaria que em toda a p a r l e
a guerra ás instituições politicas do paiz, do mundo já faz ecoar o giito d e p r o -
Existindo pois estas duas modali- opressão capitalista, a propugnar a saiar um gésto, que as leis brutaes
aconselhando o povo a não pagar impos- testo contra a tirania republicar)
dades do sindicalismo, mudar a tática idéia da gréve geral expropriadora. saídas dali nos não afoguem a liber- tos e a resistir á força publica, glorifi- Veja-se o cinismo com que O S é c u l o
do chaúiado revolucionário nada mais São esses que pregam á tort et à dade de ação; ou se apenas se consi- cando a bomba de dinamite, hoj8 lança- publica o elogio dum ou outro jornal da
travers (é um pavôr!) a revolução so- dera esletil a tática parlamentar, pelo rem para os nossos hombros a carga de sua igualha, pelo seu artigo contra os
será que aceitar o reformista.
facto da força se encontrar insuficien- que só eles têem a responsabilidade. operários que sem quererei, instru-
Mas esta mudança consiste apenas, cial ; são esses por consequência os Hoje a bomba é uma arma infame, mentos dos monárquicos.
temente expressa na miniatura ridícula
como se diz, na opção de meios me- elementos que é necessário expun- portanto quem foram os indivíduos que Farçantes 1
girl.. . de um deputado, dando margem a que
nos violentos ? na monarquia as fabricaram ? Como se o povo que sabe lêr, cio
se pergunte se a aceitariam no caso conheça os trues destes cfga ios da im-
Não pode ser! Pois a violência não Eis o que inferimos. Se estes não 0 João Borges, o José do Vale e mui-
dessa força se encontrar forte e sufi- tos outros de quem lhe não queremos prensa !
tem sido exercida pelos governantes são, que nos diga o articulista quem e
cientemente representada. mencionar os nomes e que as fizeram Fadistas de navalha de ponta & mola,
de maneira a provocar a reação por quaes são. Gostosamente recebería-
com o dinheiro dos republicanos! Como que nesses papeis imundos esfaqueiam a
parte dos operários oprimidos, vili- mos a aclaração, como também muito M a s . . . não percamos tempo que reputação alheia só porque lfces p a g u e m
se atrevem pois em dizer que são os
pendiados e miseravelmente desres- gratos lhe ficaríamos se nos expli- ainda falta o m e l h o r . . . do peor. anarquistas e sindicalistas os seus au- essas infamias, sem repulsão fcor t ã o ín-
peitados nos seus direitos ?! Acaso os casse no que cahiría o sindicalismo Eil-o: tores ? fimo rebaixamento moral.
sindicatos procederam algum dia mais revolucionário expungido, como o au- « Se é, porem, o anarquismo dema- Tudo isto sérve para que o povo se Jornalistas assalariados, qua p e o r d e
violentemente que essa violência (?) torisado representante o deseja, do gogico, individualista e insurreciona- convença de que raça são os taes polí- que as Messalinas, vendem a pêr a, d e i -
ticos ; quando em lula com a monarquia xando S3m protesto toda esta porcaria
não fosse provocada pela tirania e elemento revolucionário. lista, forjando atentados e complots, que sentetisa a politica nacional.
aceitavam, e aconselhavam à rebelião, a
desenfreado arbítrio dos governantes ? Poderá negar que são esses ele- de que muitos egoístas se reclamam, resistencia á policia e até pagavam o fa-
O abismo invoca o abismo; assim as mentos que agitando constantemente declaro-lhe redondamente que ne- brico da bomba para agora justamente A imprensa extrangeira couticua a
violências dos opressôres invocam a a dentro dos sindicatos o problema nhum militante consciente o advoga. quererem passar por pessoas honêstas e ocupar-se dos acontecimentos e m P o r t u -
vindita dos oprimidos. Ha que vital da integra emancipação humana De resto, estes elementos estão cada ordeiras, quando foram eles que fomen- gal: L a T i e r r a folha libertaria de Cuba,
taram todo o mal estar que presen- publica um extenso artigo so! e a tirani '
sey menos violento, decerto. Mas se criam o ambiente revolucionário tam vez mais desacreditados. No recente ciamos, entre nós, artigo do qual traiscre emos
•limem tem que se moderar, esse al- necessário na lula permanentemente congresso anarquista de Paris deu-se Nunca os anarquistas praticaram aten- os seguintes períodos:
guém são os governantes. sustentada contra os delegados do a cisão radical.» tados como a carbonaria para chegar ao « P ó J e p o r é m c o n t i n u a r est. fi$;>jir.a d a
iMas.,, íamos dizendo, não anali- Capital ? Se o articulista nos não trouxesse seu fim almejado; portanto senhores do terror, e m Portugal, ontí: os - nos ea-
áL M M ' V O L T A
*<Íf "
ião ínanas o m e z e s sem processo, s e m Insistindo ram d suspensão do nosso periódico,
quh o s culpei i de Dada, encerradi s longe ar w^-' '*. tendo sucessos como o i o de Junho pensam ; e a Constituição, lei basilar
tíoâ seus, afastados de suas famílias d a s Continuamos a perguntar ao palif-; e o 20 de Julho, inda hoje não se lhe do pai\, é assim ridiculamente, amar-
qnae& eram o seu sustento, calcando as- do socialista Carmo Barão, quando fanhada, Encerram os sindicatos
sim os M i asntes a própria contituição dii is-a o fim.
veem as provas dos tais 4 contos de j operários legalmente constituídos;
do paiz t Ve> emos então se as grandes acu-
reis que o nosso amigo e camarada | e a liberdade de reunião consignada
Aqm não ha mais do que o estreito Bem te conhecemos sações que se podem atirar para a
espirito d 9 jfliquilar os trabalhadores Bartolomeu Constantino, anda gas- I no estatuto da Republica como di-
cima da cabeça do ministério são
que se dí: uguem I na luta pela sua tando em Espanha. reito do povo é assim calcada a pés
Km artigo intitulado Perante a urna única e simplesmente as do seu
emancipação. Vamos, quando se resolve a pro- juntos. A liberdade de falar está
Consegui! ohao ? N ã o porque o pro- de Pedro Muralha e publicado no respeito pela liberdade e legalidade,
var? de contrario é ser caluniador e hoje á mercê do primei o policia, es-
letariado universal formará o bloc que Operário de B j;i, recortamos esla como audaciosamente o afirmou o
canalha. pião, bufo ou carbonarío que se lem-
impedirá os assassinos de nossos irmãos bisca : jornal orgão do governo, no seu nu-
poiiuguezes, o Afonso Costa e todos os Vá, conte lá essa historia de quatro bre de nos apontar como sendo con-
mero de 26 de Julho.
sem vergonlu do republicanismo porlu- tra isto.
« Não no* convidem para conspi- contos! Tudo se transforma; — é uma lei
guez, a rea.iía lo. Mas o que mais indigna é ver
ratas nem para movimentos impensa- Se o tal Barão na gerencia da -So- da física que domina também nas com que impudor o ignobilismo da
As bombiB estalam constantemente, dos e contraproducentes » rri/ fôr tão emerito como é na calu- soci-dades. Mas se tudo se tranfor- delação adquiriu na sociedade por-
porém este jogo fiz-se entre políticos nia, aquilo deve ser uma limpeza ma, os factos, por maior que seja o
Sim! nos movimentos impensados e tuguesa foros de dignidade,
ambiciosos e quem sabe se é obra dos toda a prova. engenho dos casuísticos deturp 1 dores, 1
carbonarios para justificar os seus instin- contraproducentes lem-se a prespeliva Corações que outróra expu\eram
não se destroem. E os fados, na sua nobremente as suas convicções poli-
tos efe perseguição? da cadeia e nos movimentos eleitorais
Recordemos o que se pass< u cm Bar- sempre se pôde abichar os tais 3 3 3 3
Como íanles imutabilidade, provarão que acusa- ticas ou sociaes, eil os manchados
celona. As bombas esplodiarn diaria- que é bt m m u! ções de outra natureza, opostas aque- dessa c< i<a abjeta, tão nojenta que
mente, os atnores indicados pela policia « AROUCA. — Os democráticos do las, existem baseados na inconcussa sujaria a própria la'na e que «e cha.
eram os anarquistas; presos estes as concelho reclamaram contra a inseri verdade, sempre incontrastavcis.
bombas continuavam explodindo. Preso o Anti-militarismo ma: a delação. Jornalistas que abu-
ção de 9 0 evolucionistas no recensea- Essas acusações surgirão; mas
confidente da policia, Rull e comp " e cando da lealdade dos seus casuoes
mento eleitoral em elaboração e esles
enf' «"ido este miserável as bombas desa- A França apezar de lodo o seu ze- não hoje que a atmosfera social é por respondentes a depôr rtas:maos da
Tam. por sua vez também reclamaram con pesada, sufocante.
l o palriolico e as suas leis de repres- policia os protestos que lhe são en-
Provavelmente não a c b.irjm já os Ira 56 contrários, o que dai em re-
s ã o a propaganda anli-mililarisla, teve Hoje, portanto, não discutiremos. liidos; médicos que infamando a
Rull? resurgrão novamente? sultado ficar quasi ludo na mesma.» Vamos analisar ponderadamente,
Dsixe-se pnrém de vêr os sru? autores no ano passado doze mil refratarios e sua nobilíssima profissão fornecem
no campo anarquista e se verá que algu- grande numero de desertores! Ora digam nos á puridade se não é sem exaltação de espírito, com a á polida informes sobre os ferimen-
ma que rebenta não será tão amiudadas lai e qual a mesma conução monár- mesma fria impassibilidade com que tos dos enfermos que trotam. . .
Desde que os trabalhadores se com-
vezes. quica que estamos presenciando, o demonstrador na sala do amfitea- Tudo hto é tão indigno como no-
Esta é a nossa opinião sobre as explo-
penetrem de que a palria é a pro-
E ainda a procissão vai no adro... tro anatomíço vai dissecando o pú- jento 1 Mas isto tradu\ cláramente a
ões de Lisboa.» priedade privada que dá ledos os go-
trido cadaver qre se encontra sobre podridão que corroe este organismo
zos aos ricos, comprernje qne é a
Içem a bandeira o mármore, neste imenso amfileatm que se chama sociedade portugue\a.
O bafo João Borges, talvez pode-se estes que lhes competem defender a
coníirmar a opinião do nosso colega pátria que é deles e só d e l e s . . . que se denomina o mundo, o pútrido Perante isto, sufoca-se. O desa-
Tierra. lia proximamente um ano que os cadaver que se chama: a n >ção por- lento começa de invadir os espíritos;
Como fabricante de bombas glorificado mafarricos ináiabrados dos republica- iugue\a. e os hefnestos, os não corruptos, amo-
no Muzeu da Revolução está aulorisado Ora toma! nos-socialistas, incitaram um grupo E para esta serena analise basla- lecidos pela humente atmosfera, re-
afazeio I
de mulheres atirando-as para cima nos apenas a ilação tirada de factoí solvem deixar que a torre de marfim,
Logo ptlo dedo se conhece o gi-
N o B r a z i l A Federação Op;raria do gante. do pobre maneta, então prezidente da irrefragaveis, pois que são do domí- onde no escoruio da sua esfingica
Rio de Janeiro, confirme anteriormente Associação Têxtil de Lisboa, obrigan- nio publico, do conhecimento de to- infalibilidade pontefica mp homem,
O eh fe do novo Partido do traba-
havia resolvido, tem levado a efeito di do-o a içar a bandeira para come- dos. ruída pelos alicerces cáia, ôerce, des-
versas sessões, publicando á pouco um lho é o conhecido socialista-anarquista
morar o aniversario da republica. O primeiro dos vocábulos que pedaçando na sua fragt queda
vibrante manifesto convidando o povo a i sindicalista - intervencionista afensista e
um grande comício que se realisou na bombista José do Vale! Desde que as- Alguém lhes disse que muito em constituem a triologia emblematica os qne ainda a ela st arrmnm,
mesma cidade, no qual falaram repre- pirou a deputado é capaz de tudo breve deveriam receber as amabeli- das republicas modernas exisle-, Mas para que o des i) i.in1 nao
sentantes de toda a classs operaria que paia conseguir 3 3 3 3 reis por dia. En- dades republicanas, e sem pretensão acaso, (mesmo no estreiío âmbito le- avassale tudo e todos, 'hemos'ót fi^m,-
foram una.iimes em condenar as barba- a proféta, ejs a realidade da pre- galista) em Portugal ? ouvir, continuamente, os nossas pn>-;
* dades íi ie atualmente se vcem prati- tão é que o José dos Passarinhos e as venção.
cando t m Portugal. O importante jornal Alfurjas da travessa da palha cantam Os que hoje detêem o poder não testos contra esta opressão sangrenta
de São Paulo, A Lanterna e outros vitoria, Os textrs a quem as autoridades respeitam as suas Ins. Metem nas que esmaga e av lta todo um povo.
dnqaela republica ri ferem se pediram ordem e socego, sem ter im- cadeias, por longo tempo, rs que
Satftn,
$env< 'iaaraente à situação dos sindi- Nem na Rossia posto ao geçentje da fabrica em nome
_ : súarquislas.jioitugugiejs. Em
íítu. -
iòfâjf. uli iif?s números insere um brilhante Sétimo òcupando-se de rarias governo espâ
:;rUgo que teijtaina cónvtdando socialistas, faltas cometidas durante os exercícios impoz aos iidustriaes catalães o rea-
sindicalistas a anarquistas d e Itália a fa- por soldados dá nos esta informação: brimento das fabricas; manda a poli-
z-r anua yi.-prosa campanha contra a rea- cia ea guardámunicipal e republicana,
çáo afonsistg nortugueza. Os presos foram recolhidos no Cas- espadeirar e prender os grevistas, es-
Tamboai É1 Pensiero Anarquioo telo de S. Jorge, figurando entre eles cudando e defendendo os amarélos e
e outros joruaes revolucionarics italianos,
proseguem ru campanha contra a mesma
seis soldados que, no logar da Egreja os interesses da companhia. 1908-1913
tirania. Nova, perlo de Mafra, foram encon- E' o castigo dos deuses!
trados, fóra de horas, numa taberna 0 e x - r e i d«í P o r t u g a l vai c;ss ir, f e l i z -
N a A r g e n t i n a ; o sem3nario L a Mostrem-lhe a ordem I . . . viera inquirir da situaçãfly^ue h a r k en-
m e n t e p a r a ele, p o i s q u e a s s i m s e livra d a
A c e í o n O b t e r á , ocupa-se largamente cantando a lntern \ci nal. Foram apli- t u t e l a s u f o c a n t e d a iii&i q u e vai p r e t e n - contrado em João Franco o homem de
Içem-lhe a b a n d e i r a ! . . . que o paiz carecia.
da situação em Portugal, cados a cada um 3 0 dias de prisão deu o convencelo, a a d a lealmente, de que
a casta dos Buiaçs j â acabou em Portugal.
E m I n g I í e r r a ; o semanario anar- correcional. Palavras do tartufo « Dou-lbe todo o men apoio, porque
quistá F r e e d o m traduz e insere na in- (De 0 Mundo, de 4-9-913). tenho a convicção de que é ete o único
tegra o apel publicado na Terra Livre estadista capaz de salvar Portugal», dis-
Oram vejam I Por estarem cantando Não se pode governar sem liber-
de Lisboa, E o grande diário inglez Atravessámos o mês de janeiro de sera o Rei ao terminar a entrevista com
M o r n i n g Post, no numero de 2'J de a Internacional! dade. 0 povo portuguez quer e tem o 1908. Ia um tempo de repressão 0 di- o repórter do Temps.
Julho, referem-se também largamente á Isto só no regimen da Liberdade e direito á liberdade, e é neessario ho- tador esmagava o povo com todo o peso Mas, como que a desmentir as pala-
situação dos sindicalistas em Portugal. Frólernidade republicana! nestamente dar-lha. da sua lirani'. Não se podia falar, tuio vras do monarca e do seu.aulico, surge
E m E s p a n h a e na F r a n ç a toda a • Semeiem, semeiem que hão-de co- Afonso Costa inspirava desconfianç 1 . A cada canto apa- o movimeuto de 28 de janeiro, sofocado
imprensa operaria e revolucionaria ataca lher. . . rec a um e s p : ã ) . . . Nis mesas das re- á nascença pelo ditador.
energicamente a obra do ditador verme- dações, os jornalistas liam e reliam os As priiíõas eachem-se, enlto, de re-
lho, preparando-se nestes dois paizes seus escritos, riscando tal frase, mode- volucionários, quasi todos figuras de des-
reuniões e cômicios de protesto contra o À Sanfona . - rando os termos desfoutra, não fossem taque no pirtido republicano, e os pou-
despotismo republicano. elas constituir matéria apreensiva.. Não cos que escapam á onda envolvente dos
O Século defensor dos altos inte- obstante os jornais eram suspensos à or- mandantes dessa época, correm lépidos
No Porto continua o comité a trabalhar resses capitalistas, eslraga toda a sua Não vamos discutir, pois que o dem do goveruo. Os operários do listado a transpôr as fronteiras.
com afinco para que alguma coisa se f, ça prosa bolorenta na defeza nacional. atual momento a tal não è propicia- eram licenciados por exigencias dos or- Tudo estava perdido. Mais uiaa vez os
perante a teimosia prepotente do governo torio. A atmosfera social é hoje pe- çamentos, qu3 o celebre ditador dizia destinos do povo português caíram nas
em querer »er presos os nossos cama- Regosija-se porque ha bons sol- querer equilibrar, e o povo murmurava mãos do tirano e o rei ratifi ando a con-
radas. sada, sufocante. O seu hyg rometro, jâ, num rugido surdo, como o cão a quem
dados e otíciae».. . fiança que em João Franco havia depo-
Na capita! do Norte alguma coisa se que nestas coisas é representado pe- o martírio começa a desesperar. sitado, assinava um celebre decreto man-
No entanto não ha industrias, não
tem já feito, como reuniões em que se los factos, demonstra-nos que o mo- Knaíâm, o paiz alravesava uma situação dando degredar os revolucionários; no
chama as classes trabalhadoras e os ho- ha comercio, não lia agricultura, os mento não é a\ado nem oportuno a anormalissima e as atenções do extran- numero dos quais era incluído o adiai '
mecí de coração a protestar contra tão trabalhadores ou imigram ou estio- ventilar a magna questão da liber- geiro eram chamadas sobre o que se presidente de ministros.
inaudita violência. lam-se para aí com f o m e . . . mas ha passava em Portugal, pelos artigos que, Nos calabouços (3o Carmo e nos áa3
Ur, e que >m Lisboa, Coimbra, Faro, soldados para def» za dos interesses
dade em Portugal.
na imprensa de além fronteiras, faziam outras bastilhas da Monirquia — hoje ao
Setúbal e Figueira da Foz e demais ter- dos pançudos burguezes, está b i m . . . Um dia, a atmosfera mais límpi- publicar os jornalistas portugueses, na serviço da Republica — o s atingidos por
ras onde ha elementos operários,-se erga da, bonançoso este mar revolto das certeza de que assim podiam escrever esse ulose esperavam o paquete que'os
bem alio o protesto, provando ao gover- paixões politicas em fero\ degladia- fóra da ação repressiva do ultimo go- havia de transportar ás inóspitas regiões,
no que apesar da repressão repeleute e
Viva a republica!...
ção, quando neste paiz existir o di- verno do rei Carlos. onde iriam espiar o seu monstruoso de-
miserável fei a pela policia e secundada No entanto esta opressão produziu, lito de revoltados contra o arbítrio, con-
pela malta carbonaria de que ainda ha Pasmem oh gentes! reito de, pela exposição dos factos,
como é logico, os seus naturais efeitos denádos a não mais vêr a família e os
dignidade no seio das classes exploradas. podermos a\orragar esses traficantes de reação. Alguma coisa se tramava nas amigos, a não ser que um acto de cle-
O grande estadista Afonso Liborio que, mercadejando descaradamente reuniões secretas a que o povo havia
A Pé trabalhadores I mencia régia lhes desse o p e r d ã o . . .
da Costa, vai ter ama estatua de . . com a própria honra, caluniam com sido chamado pelos caudilhos republi- Quantos desses revolucionários, nesse
Basta de cobardia I
Ao protesto I prata, oferecida por um autentico ho- um inexprimível cinismo a causa sa- canos. momento não amaldiçoariam, na escuri-
mem de bem e sincero patriota. crosanta da libertação humana, es- As explosões da Estrela e da rua do dão sombria do cárcere, o sonho de
O que não dizem estes autênticos Canião davam a perceber ao tirano o grandeza que, escondido no mais secreto
calpelando a versucia protervidade perigo que corria, mas ele limitava-se a recanto da sua alma os havia arrastado
Preconizamos, seja qwrl fôr a sua exploradores é quantas centenas de dos caluniadores, hemos de discutir aumentar o numero dos seus espiões, e, até a l i ! . . .
origem, os meios revolucionar, os que desgraçados baixaram á terra tuber- que foi o momento historico que cheio de louca vaidade, afirmava gover- Mas quando ludo levava a crêr que já
nos parecem mais práticos nas comi- culosos, pelo excesso do trabalho e atravessamos ao presente. nar « com a opinião publica», e que, «a nada os arrancaria dali, nm braço vin-
çÕes atuais e que melhor se coa lun > m por falta de pão ! Então, diremos o que pensamos de respeito de boatos de revolução, não gador surge então, e o rei Carlos e sca
com as nossis ideias sobre a emanci- acreditava, pois que sem povo não havia filho Luiz Filipe também, pagatçflo com
Quanlo tédio senlimos por esta es- toda esta complicada trama que ten- revolução e o povo estava com ele *. a vida o violento despotismo de João.
pação humiw, trumeira a que chamam sociedade do principiado no momento em que Franco. ' *
Por sua vez o rei Carlos, afirmava a
E. S. R. T. capitalista, circunstancias imperativas nos força- Gautier, jornalista francez que a Lisboa 0 mesmo braço vingador m aà íarâe
^ R E T O I v T A

1
do l de fevereiro, prostrara as regias ' tigos de fucdo o s esp;õ ;s. Tal qual c o m o Claro está, poreia, qus o direito á vida
o poder, que se trata de despedaçar, o regime republicano aumerttóft j s f P
pessoas fa/áa, ao mesmo tempo, csír o lio tempo da ditadura franquista, o s ope- acima de tudo. apossar-se do Estado, que se trata dê 12:000 c o n t o s . . . !
ditador. corri.Io nelos próprios monár- rários das Obras do Estado, são despe- suprimir; acha necessário abolir todas
quicos que, jà ha muito, viam nrle o co- didos para equilíbrio das finanças. As 0 q u e n ó s somos as servidões politicas, económicas e mo- S e r v e isto para que e veja o que
veiro da Monarquia, perseguições são ainda maiores de que rais, para que, socialmente emancipados, é a tão falada obra d o gr ande finan-
no tempo da monarquia. As prisões 8.° Finalmente, o Congresso declara todos os indivíduos, desembaraçados da
A nuvem negra desapareceu . . As que: ceiro A f o n s o Costa.
cadeias abrem-^e numa ampla anistia, regorgitam de indivíduos, c u j o único cri- Autoridade politica que oprime e da ti-
Comunista, mira ao desaparecimento rania económica que esfomeia, possam, Pois todo esse dinheiro se e s -
t?j necessaiia niquele momento, para me é o de pensarem livremente... Os
presos politicos de 27 de abril são, longe do regime capitalista baseado na pro- física, intelectual e moralmente, expan- banjou só para nutrir os n s a d a v e i s
salvar um regime que se afundava no priedade individual, para se porem em dir-se no vigor, no saber e na bondade. H
da familia e dos amigos, encarcerados parasitas d o Poder e a enorme le- À
arbítrio e para não deix ir ruir um trono comum todas as riquezas e todos os «V •
que a carabina de Buiça e a pistola do em uma fortaleza de Angra do Heroísmo. gião de e s p i õ e s que Afcnso Costa \
meios de produção; Camaradas ; A.'
Costa haviam feito oscilar nos seus pô Emfim o paiz atravessa a mesma si- assoldadou para si- r•:•-•>''• a. N a d a
"UTBS alicerces,. Revolucionário, só espera uma trans- Ta!s são, fiel e lialmente expostos, os
tuação anormalissima que em 1908, e s e tem feito a b e m do p o v o que
Mas já e'r'a tarde.. • formação social de um movimento de seutimentos que animaram os comunis-
as alençõís do estrangeiro são egual- v i v e cada v e z mais expoliado por *v
O sangue dos mártires havia feito re- conjunto: preparado por uma educação tas reunidos em Congresso a 15, 16 e
mente chamadas sobre o que em Portu-
juvenescer a sementeira revolucionária e sem astúcia nem compromissos, apoiado 47 de agosto de 1913. capitalistas e governantes. A vida
gal atualmente se passa.
três anos depois, em 5 de ouiubro, o numa organisação poderosa, facilitado Tal é o terreno de luta no qual eles é cada v e z mais caro pois que o s
E para maisfiel ser a compnrsção o dita- por um treinameuto matódico, determi- se colocaram.
povo derrubava de vez, o regime mo do rde 1913, como o seu antecessor João generos de primeira necessidade e
narquico. nado pelas circunstâncias e realizado por Tal é o magnifico ideal que, com toda
Franco, afirma que governa com a opi- as rendas de casa atingem uni pre -
#
minorias actuantes em contacto com a a força da sua rasão e do seu coração,
# #
nião publica e que o movimento de 20 multidão dos deserdados e capazes de, êles decidiram levar a cabo. ç o exorbitante. A f o n s o Cosia ainda
de julho (o 28 de janeiro deste periodo) pela sua clareza de vistas, pela sua ener- para conseguir maior aumento d e
Se vos convém este terreno de luta, se
não passou de um movimento de mal- jia e pelo seu exemplo, arrastar esta pe- vos seduz este ideal, vinde engrossar as receitas, necessarias para manter a
Vão passados quasi seis anos sobre a
feitores a quem o povo deepresa e con- los rubros caminhos da revolta;
data do regicídio que nos livrou de João nossas fileiras; aderi á nossas Federação sua policia reservada e quantos e s -
dena.
Franco. • E hoje que vemos ? oAnarquista, não pretende conquistar Comunista, Anarquista, Revolucionária p i õ e s lhe aplanam as dificuldades
- Um ditador esmagando o povo com governativas, diminuiu os salarios
todo o peso da sua tirania. Espesinharia . O zMundo, orgão do governo, de 4
e pôz á margem grande numero d e
! a liberdade - de pensamento. Estrangu- de Setembro de 1913 diz que « a casta
1
lada a liberdade de imprensa. Encerra- dos Buiças ainda não acabou em Por- A SITUAÇÃO EM PORTUGAL operários das obras do Estado. Por
das as associações operarias. Não se tugal !» este facto e ainda porque o
póie reunir. Não se pôde Falar. Tudo cio e a industria atravessam neste
inspira desconfiança. O orgão do governo Pois nós afirmamos que a casta dos
m o m e n t o u m a extraordinaria crise,
rende cullo á delação, elogiando em ar- Buiças acabou em Portugal. t A anedota dos superavit não dis- H a mais d e trez m e z e s que se
trai nem alegra o paiz. Ela pode ser e n o r m e legião de desocupados peja
encontram na cadeia central de Lis-
interessante para aqueles que o nosso as ruas das cidades. Fugindo ás
boa, o s militantes sindicalistas e
regime arrancou das garras da misé- perseguições e á miséria que lhe
ria para os lançar na opulência doi- anarquistas presos após a e x p l o s ã o

CONGRESSO I l f f l N PARS
I
avassála os lares, o s camponezes
rada, e agora se divertem tecendo a d u m a b o m b a lançada sobre u m
lá marcham aos montes, a c a m i n h o
sua t e i a . . . cortejo de operários portadores
das tórridas regiões do Brazil, fura-
O paiz sente-se mal, cada vez pior. d u m estandarte c o m o distico Pão
Porque o dinheiro que o estado vai jidos á onda demagógica, ao tufão
TJJVX M A N I F E S T O ou Trabalho! De dia para dia o nu-
sugando, dispondo da força das ar- das violências que perpassando so-
mas, não beneficia a economia cole- mero de presos é s e m p r e cada v e z
bre as cabeças dos portuguezes, se-
A o s trabalhadores das cidades e dos campos tiva nem a economia particular. Ele maior, principalmente d e p o i s da
m e i a e m toda a parte a desgraça,
vai nutrindo só os parasitas, do po- malograda tentativa revolucionaria
der. Os câmbios sobem, a emigração a fome, a d ô r . . .
«Pela primeira vez celebraram um deve, pois, ser igualmente incessante. de 2 0 de Julho.
Congresso os comunistas revolucionários Era cada localidade ou região, os anar- é pavorosa, o comercio e a industria C o m o c o n h e c i m e n t o da s i t u s T ã o
estão em crise, a exportação parali- As cadeias regorgitam.
anarquistas de lingu) francês?. quistas decidirão se convêm aproveitar e m Portugal os b a n c o s extrangeiros
— e de que forma — os períodos eleito- sada ; a agricultura a braços com di- C o m o elucidativa amostra bas-
• Esse"'congresso tinha por fira; subme- retraem-se, a circulação fidúciaria
ter os nossos principios e os nossos mé- raes para intensificar a propaganda abs- ficuldades tremendas; os serviços ca- tará dizer-se q u e na cadeia de
todos de. propaganda e de acção á prova tencionista. da vez mais desorganizados; a vida Lisboa, cuja lotação é d e 8 o o , en- a u m e n t a pavorosamente, — atinge
necèssáfla dos acontecimentos ; lançar as Contra o m i l i t a r i s m o caríssima. A situação em cáos, o c o n t r a m - s e atualmente cerca de a o presente 8 3 : 6 2 1 contos — s o
t n s e a % m â organização fl.xivel, larga e exercito e a marinha em perfeita dis- agio d o ouro s ó b e , sóbe, cada v e z
4.° Mais do qua nunca, deve activar- solução, o operariado em luta com a i : 3 o o presos, grande n u m e r o dos
sólida; : 'capaz de agrupar os elementos quais ali encerrados ás ordens do m a i s ! . . . E c o m o tudo isto a f é t i o
se a luta contra o militarismo. crise de trabalho; o paiz sético, disi-
anarquistas, coordenar os seus esforços c o m e r c i o , a industria, a agricultura,
Os anarquistas tomarão parte com ar- ludido, cada vez mais divorciado da marechal de ferro. C o m o s e g u n d o
e tirar fio seu movimento o máximo efeito que se têem a braços com dific
dor em todas as agitações contra o furor ação do Estado, que por sua vez o e x e m p l o assentuaremos o facto de
atil; precisar a nossa atitude e fixar a repele e dispensa de coloborar com
a nóssa >cçno quanto aos g-aves proble- nacionalista que se afirma presentemente n o grupo E da cadeia do Limoeiro, dades tremendas, o operário sofr-
pela loucura dos armamentos, pelas ex- ele. e a d a v e z m a i s . . . M a s não ha o
mas que justamente apaixonam as gera- o n d e estào c a m a r a d a s n o s s o s , s e
citações â guerra, pelo serviço de três Impera o arbítrio; a.Constituição encontrarem a o presente 7 4 pes- direito de protestar contra a grande
çC;s atuais. . . .
anos, pelas retraiíes militares, pela re- está reduzida a traposV não ha di :
Mi.» costumada' os jor- obra do*«r. A f o n s o Costzr.
pressão selvagem ê pela abjecta espicàaà- reitos -neto» Ief; toda a vida da nação soas quandtrtfff"não ha logar n e m jsí .*vH
f<& i: ultiplicaram »s mei> gem nis quartéis. Ele é'tudo, tè c o m o tem a se
é tumultuaria, incerta; e o governo c a m a s para m a i s de 3 5 .
uras. ' firmado na violência caprichosa, não pés, s u b m i s s o e tasteiramente cur-
T o d o s estes indivíduos ali se e n -
Este manifesto mostrará a sua des- 0 sindicalismo e os anarquistas vê o abismo que ele mesmo está ca- contram pelo horrendo aime de n ã o v a d o , todo u m parlamento, c o m o
lialdade. vando, dentro e fóra da terra por-
Ás oòssas discussõjs foram quen es, 5.° Convencidos de que o sindicalismo, bajularem o tirano que hoje chico- tem e m suas m ã o s todos os p o d t
não bastando embora para tudo, conti- tugueza.»
apaixonados os nossos debates, e isso teia o p o v o c o m a mais feroz o p r e s - res, de q u e d i s p õ e a seu talento,
prova as convicções ardentes qui nos nua a ser apesar de tudo o mais pode- (Do Rebate de 2 de Setembro) ele encarcera e mantém infinita-
s ã o q u e é dado imaginar.
apiuiam; mas alcançámos o tríplice fim roso meio de emancipação que possue a
Por toda a parte idêntica repres- m e n t e presos o s q u e tentarem m o s -
acima.|adicado e convencidos estamos de classe operária, os Comunistas Bevolu- Eis aqui e m sintese o que é
ciouarios Anarquistas incitam a calorosa- são. Esse Pombal-Madero que hoje trar ao p o v o a sua miserável situa-
que deste Congresso hão de sair resul- atualmente a situação politica de
tados Tecuntfos. meutes lodos os trabalhadores a entrar impera sobre os destinos deste d e s - ção, o abismo para o n d e o atiraram
nos sindicatos filiados na C. G. T. P o r t u g a l . Eis aqui duma forma c o n - aqueles que ele julgava seriam o s
Camaradas: liai e francamente, á vos- graçado p o v o , na sua setario into-
sa apreciação os submetemos. Convidam os seus amigos a tomar cisa a situação a que c h e g o u este lerância, na sua d e m e n t a d a c o n - Messias, o s l i b e r t a d o r e s . . .
parte cada vez mais activa na vida sin- paiz a p ó s n o v e m e z e s d e cinica di- c e s s ã o de exterminar e m Porlu-
Repudiamos o Individualismo dical, afim de ahi avivara chama revolu-
tadura d o charlatanesco fazedor d e gal os anarquistas e sindicalistas,
cionária e propagar o espirito de revolta.
1.» 0 Congresso separou nitidamente Aconselham-lhes que trabalhem ahi no equilíbrios financeiros A f o n s o C o s - estende a toda a parte, leva a t o d o
o movimento comunista revolucionário aumento constante dos salários, na redu- ta. A Revolução Social 00 México
o paiz a perseguição violenta, bru-
anarquista das teorias erróneas e das ção progressiva das horas de trabalho, N ã o s o m o s n ó s q u e o afirma- tal e cruel.
práticas enganadoras do individualismo. O povo mexicano é infeliz.
numa organisação cada vez mais sã e m o s , h o m e m de prestigio do pro-
Nunca pôde haver, nunca houve a me- forte do organismo operário; mas tem- M a n d a meter nas casa-matas dos Sempre a braços com aventureiros
nor solidariedade entre o comuaismo re- prio partido republicano, h o m e n s audazes, postos a ferro e fogo no po-
bram-lhes que essas realizações não são fortes o u n o s i m u n d o s c a l a b o u ç o s
volucionário anarquista e o individualis- os fins do sindicalismo e que se não de- de envergadura moral c o m o M a - der, o operariado sofre horrivelmente
desta inquisição democratica, todos
mo.. Foram sempre profundos e irredu- vem considerar senão como conquistas c h a d o S a n t o s e Alfredo d e M a g a - a miséria e tortura dos seus carras-
tíveis os antagonismos que os opôjm. morais e melhoramentos provisórios e aqueles, q u e m quer que sejam, que
lhães, e x p õ e m n o s seus jornaes as cos.
Mas actos recentes e sensacionais, bem de espectativa, obtidos pela acção di- se n ã o c u r v e m reverentes perante
infamias da tirania afonsina. E m Após a subida ao poder do bamdi-
erradamente qualificados de anarquistas, recta e pela pressão violeuta dos salaria- a sua gran ie obra politica e finan-
delèrminaram fatalmente uma confusão todo o paiz s ó ha p e r s e g u i ç õ e s , ti- do Huerta a revolução social que á
dos sôbre o patronato; que constituem ceira. N a sua cegueira, o s proprios
que> o Congresso teve empenho em dis- sobretudo uma ginástica revolucionária ranias, violências. Por toda a parte muito se desenvolve naquele paiz tem
que lhe fizeram a Republica de que
sipar. Assim .fez. indispensável e são destinadas a fazer sal- a miséria, a f o m e , a d e s o l a ç ã o ; e m continuado empavida contra a ganân-
D'óra avante, ninguém poderá, sem tar aos olhos de todos, pela sua própria ele é senhor a b s o l u t o n ã o e s c a p a m .
todos o s lares a desgraça, o mal, o cia dos negreiros capitalistas de que
se tornar culpado de insigne má fé, ali- insuficiência, a necessidade duma Revo- Quem quer q u e n ã o prove a s suas
pavor... Huerta é fiel servidor.
mentar êsse detestável equivoco; nin- lução profunda, integral, que liberte o tranquibernias, o s dislates legisfe-
guém poderá, sem dar prova de d plo- E m q u a n t o a s turbas g o v e r n a m e n - Os revolucionários sociaes, segando
mundo trabalhador. ros; q u e m quer que n ã o aplauda as
rável ignorância, confundir as duas dou- tais t o c a m hinos de gloria a o acro- o nosso denodado camarada Regeu».a-
s u a s trampolinices de reles panta-
trinas ; ninguém poderá, a não ser que A greve geral bático equilibrista; e m q u a n t o os CÍon, continuam lutando titanicamente
seja ignaro e desonesto negar o abismo lão de feira, c o m que ele ainda lu-
grandes jornais da i m p r e n s a espa- pela conquista da triologia: Pão, Tífra
intransponível que as separa. 6.° O Congrèsso afirma o valor revo- dibria as m a s s a ignara e inculta;
lucionário da Greve geral, violenta, de nhola, franceza e ingleza inserem e Liberdade para todos.
q u e m quer q u e se n ã o c u r v e r e v e -
& nossa organisaçío curta duração e expropriadora. Em todas colunas d e prosa landatória, paga a Avante revolucionários Mexicanos!
as circunstancia, em todos os ambientes rente perante o s seus acrobatismos
tanto por linha, a peitender de- Já se ouvem ao longe os rumôres
2.' £ ' fundada a Federação Comunis e sobretudo no seio das organizações financeiros c o m que i m b e c i l m e n t e
monstar e c o n v e n c e r o s leitores que da Anarquia esse ideal sublime que
ta Revolucionaria Anarquista de língua operárias, os anarquista se esforçarão por julga mistificar o extrangeiro, vai
francesa. preparar para ela os espíritos, p j r im- nesta republica o p o v o v i v e feliz e ha-de acabar com a luta de ciasses
infalivelmente bater c o m o s o s s o s
Fiel aos principios de liberdade e de pelir para ela as vontades, por lhe organi- satisfeito, a o p r e s s ã o c a m p e i a de- e que ha-de trazer a suprêma fele-
federalismo sobre os quais assenta o zaroselemento 0 ,por lhe garantir otriunfo. nas Bastilhas d o d e m o c r a t i s m o .
senfreada J g e m e m n o s cárceres o s cidade do genero humano.
Anarquismo, a sua carta respeita a in- que corajosamente verberaram a Perante isto t o d o o paiz se sente
dependencia dos indivíduos no seio dos 0 llegallsmo Viva a Revolução Mexicana!
infamia d o s g o v e r n a n t e s ; choram, constrangido, mal, cada v e z pior. O
grupos e a autonomia dos grupos no seio Viva a Anarquia!
7.° Alem disso, embora o Congresso não nos d e s a m p a r a d o s lares, c e n t e n a s grande financeiro querendo a todo o
da Federação. Ela já recolheu a adesão de
se julgue no direito de impor obrigações a d e e s p o s a s , m ã e s e filhos d o s q u e transe aumentar as receitas faz s u -
numerosos agrupamentos ede múltiplas in-
quem quer que seja, crê contudo nece-
dividualidades. Vive e está pronta para agir
sário declarar, no que se refere ao ile- e x p i a m n a s c a d e i a s o nefando delito bir os i m p o s t o s . S e g u n d o a nota d o
Somos a n t l - p a r l a m e n t a r e s galismo, ou para melhor precisar, á re-
tomada (reprise), que só o interessa á
de c o m b a t e r pela reivindicação dos cronista financeiro d o jornal « O
explorados, o odioso crime de pelejar Dia», durante o p e r i o d o d o g o v e r -
LEIAM E
3.° Os anarquistas continuam sendo acto executado num intuito de propagan-
adversários' determinados do parlamen- da ou de revolta revolucionaria porque,
pelo c o n s e g u i m e n t o da liberdade n o do s e n h o r A f o n s o Gosta, o p o v e
d o s s e u s irmãos encarcerados, es- pagou 6 : 4 8 6 c o n t o s de a u m e n t o d o
DIVULGUEM
tarismo. em razão do móbil altruísta que o de,-
m a g a d a peia tirania sangrenta d o i m p o s t o s ; e, s e g u n d o o m e s m e
A acção parlamentar grassa de modo terminou, em nada diminui o valor mo- cronista, a divida"1 flutuante duranto A R E V O L T a
cinico d i t a d o r A f o n s o C o s t a .
germaceate; s agitação anti-parlamentar ral de quem o realiza, ( I ) , '

1
M R E T O I L T A
^ —

CARTA LISBOA OS M l d l S f f i J ti obedece ao ía^to de ser um dos mais

jnuru quê ra&is lem dado que A proposito do suelto que


ativos trabalhadores dentro do sindi-
cato de classe coisa imperdoável neste ANARQUISTA
falar depois das prisões dos camara- período de arbítrio e despotismo que
das relido:- tio Limoeiro, e do Supe-
publicámos no ultimo numero vamos atravessando. EM PORTUGUEZ
vit do gra /di- Afonso V I I , é, sem du- do jornal com o titulo que nos De S. Tiago de Cacem, furam pre-
vida, a gr ve dos textis da fabrica do serve de epigrafe, recebemos sos para Lisboa, e cremos que dali
Conde da Pinte. do camarada J. A. dos Santos novamente para aquela vil », Custodio O que querem os anarquistas . . 100 reis
Todos si; lembram por certo de a carta que segue : Justino, Antonio Joaquim Cirdador e Aos Trabalhadores Ruraes 20 »
que quando. abrande Afonso Cama- Custodia Maria de Jesus, da aldeia de A' Gente Nova 100 >:
clj.o<'§cÍ!'!Or onipotente destes estados Camarada redator Santa Cruz, aqueles por se dedicarem Programa Socialista-Anarquista-Revolucionario 30 »
senhoriàês, pôz ans operários das a organisar nesta localidade uma as- Noções <ie Sociologia 30 »
obras publicas a tres dias para arran- No ultimo numero do jornal A Re- sociação de Classe e esta por ler o Semeando para colher 30 «
Superavit que estes se insurgiram, volta, publicou o camarada sob a epi- jornal O Sindicalista. Como prova de O Evangelho da Hora 40 ,
pelo que fo;am espadeirados no Ter- grafe Os sindicdistas e as eleições, um excitir a maxima liberdade de pensa- O Sindicalismo. 20 »
reiro do Pa o. éco, em que se disse indeciso sobre mento e associação não ha melhor.
Sindicalistas e Anarquistas 20 »
Todos Igualmente se devem lembrar se os sindicalistas aceitavam ou talvez Em Lisboa as associações de cons- A Mulher e o Militarismo 40 «
que o Centro Estudos Sociaes d 'Al- melhor o termo — apoiavam talvez, a trução civil que foram obrigadas a sair O Ensino Racionalista 40 »
cantara, p: ra protestar contra essa candidatura dum individuo qualquer da Casa Sindical, por esta ser dissol- A guerra 20 »
selvageria tias guardas reaes de Sua proposto ás próximas eleições pelo vida ás ordens do Pombal de papelão, Mocidade, Vivei 1 100 »
Magestade Afonso, pediram as salas circulo de Coimbra, pedindo para que instalaram-se por esse motivo nas Es- Bazes do Sindicalismo ...»., 20 »
da associação Têxtil, para realizar a se fizesse luz sobre o caso. cadinhas das Olarias, onde baseados Sindicalismo e ação direta 20 »
dita sessão de protesto e que o Car- Sobre este assunto devo dizer aos no sindicalismo revolucionário, conti-
A União dos Sindicatos e a Anarquia 30 »
doso, Socialista-republicano, presi camaradas que até á data, ainda não nuamra a tratar dos seus interesses
A Associação , 30 »
^ u ^ ^ í f i r e ç ã o . , ter pedido ao chefe tive conhecimento nem qualquer ou- economicos.
O Rei e o Anarquista 30 »
Leal da policia do Galvario para guar tro camarada membro do comité de Pois o governo, o grande amigo da Catecismo Ateu 30 »
dar a asso iação para que a reunião defeza sobre a resolução que diz ter classe trabalhadora, acaba de dissol- O que querem os anarquistas 30 »
se não efeíaa-se tomado o citado comité, em apresen- ver a Federação da Construção Civil, Comunismo e Anarquia 30 »
Pois beo»; a g o r a deu-se a gréve e tar a candidatura do sr. Alpoim, por não consentindo que numa casa esteja Como não ser anarquista? 10 »
depois dos socialistas prégarem ordem esta cidade. Sendo para mim, e para mais do que uma associação. Pairia e Humanidade 10 »
e andarem em demarches forçadas pe muitos outros camaradas, uma grande No entanto os jornalistas a sôldo do Entre camponezes 50 »
los gabinetes do governo civil e dos surpreza a afirmação que sobre o ca- governo, continuam a cantar hossanas O Governo Revolucionário 20 »
ministérios, a direção da companhia so o camarada redator fêz. tanto mais á obra grandiosa do ditador. A propriedade e o Socialismo 20 »
onde a gréve se deu, arranjou pes sabendo, que nunca nós, podemos tra- E não ha um banho de 6 0 6 para Cnnfederação Gpral do Trabalho 20 »
s o s l que eitrou para a fabrica escu- tar de politiquices ou eleições sob a tudo isto! A's Mulheres 50 »
dada pela guarda real e policia cívica pêna de prejudicarmos muitissimo não
Revolução Burgueza e Revolução Social « 20 »
defenoendo assim os interesses do ca só as organizações operarias, como os
pitai que suo os do Estado, mandando princípios, que nós atravez de todas Emprazamento O Sindicalismo e o Parlamentarismo 20 »
Espirito Revolucionário 50 »
para o diabo os operários a quem ti as perseguições por parte dos tirane-
tes vermelhos, preconisamos. A Anarquia 50 »
nham aconselhado ordem. Tendo na tarde de 3 da A Burguezia e Proletariado 40 »
Não satisfeitos com i s t o , como hou- Devo dizer também ao camarada, Agosto sido feita, ante nume- Ação Legal e Ação Direta Í0 »
vesse protestos mais ruidosos, o chefe que, caso seja verdade o que afirma rosos indivíduos de todas as Responsabilidade na Lula Operaria 30 »
Leal, o ta! a.quem o Cardoso pediu no acima citado numero d \ i Revolta,
p a r a guardar a a s s o c i a ç ã o , d e s a r m a - o s nos consideramos desligados do co-
cores politicas, a afirmação A Anarquia Perante os Tribunaes 3 0 >>
de que eu «havia, uma hora O dia de oito horas '»
^ prende-cs. mité, e por conseguinte sem respon-
Em Tempos de E l e i ç õ e s . . . ;,.«
Agora pedem á s associações p a r a sabilidade em eleições e candidaturas; escangalhado tudo o que le-
Mulheres, não procreis I 40 »
q u e protestem c o n y a a s v i o l ê n c i a s d a o que aliaz não podia deixar de ser vou tanto tempo a arranjar» Apoutamentos dum Libertário . i0f) »
policia. 4i liamos j u s t o o p r o t e s t o ; pelo motivo acima exposto. isto é. «que era eu culpado da O 1." de Maio. ......... J0 »
m a s porque o n ã Q c o m p r e e n d e u a s - Coimbra, Setembro de 1913. desorganização atual.» Um Século de Espetativa , ' hú »
s i m o Cardoso e a m a l t a q u e o s e g u e , Vosso camarada certo Por egfca, feriria emprazo Conquista do Pão
" eoeira m
~0m vkiílonh dm MaImeé* dwnftcTC-karle^.-VT• ^ . . i-TrtT^tfffr^
;ias d e q u e , A Graride R e v o l u ç ã o . . . , . ?
i &—• quem quer que seja daqueles
0pera/ios I S obras u b l i c a s ? O u t r o Em Volta duma Vida
facto que riectíssnrio f r i s a r : o n d e Associação dos Canteiros de Lisboa dos iadiviauos que tendo ou- A Anarquia, Sua filosofia e seu ideal
estão os's i a h s i a s d a t ê x t i l , q u e d e - vido a afirmação com o seu A Sociedade Futura
saparei erajri s e n d o a p e n a s p r e s a s m u Com o pedido de inserção silencio tacitamente a apoia- A Caminho da Sociedade Nova
lheres, as únicas que tèem demon- recebemos dos camaradas ram, a provar semelhante acu- A Sooiedada Moribunda e a Anarquia
strado aça mbaiiva i qub compõem este sindicato a sação, sob pena de, no caso A Caminho da União Livre.
Não nos regosijamos com as des-
seguinte: contrario, ser considerado o O Sindicalismo 300
alheias, mas ba pontos que A Anarquia, Fins e Meios.. 7X)iJ
veem a proposito para desmascarar mais protervo dos calunia- O Amôr Livre 300
os patifes que no seio das classes ope-
DECLARAÇÃO dores, e de me conferir o di- A Dór Universal 300
K.nas combatem a ação direta e revo- A direção deste sindicato, tendo reito de em qualquer parte o Revolução e Ideal Anarquista 400
iucionaiia, para depois terem que conhecimento, pelos jornaes diários tratar como tal. Trabalho 700
apelar para esses processos quando de que se organisou um partido a que Jerminal 600
já é ;arde para fazê-lol puzeram o titulo de « Partido do Tra Lisboa, 7 de Agosto, Cadeia do Limoeiro O sindicalismo e a Greve Geral 200
Os operário de ambos os sexos, os balho», e que da sua comissão or- Socialismo e Anarquismo 200
que são ainda sérios e boneslos que A. Santos Pinho.
ganizadora faz parte o cidadão Danie As Doutrinas Anarquistas 300
vejam como o governo sulocionou o Sampaio, que lem a profissão de can O Anarquismo 200
conflito, colocando força armada, paga teiro, faz publico, para evitar possi Sindicalismo e Revolução 120
por todos nós, para defender os inte- veis confusões, que esta classe é com O movimento Operário em Portugal 300
resses capitalistas, e aprendam a co- pletamente estranha a tal partido e • i muanN A Anarquia e a Egreja 10
rf' ecer os , íopes e Gardosos que, pre- que aquele senhor nem socio é do Os Anarquistas.. . . 400
Para darmos o necessário desen-
£ u,.,ij Iheprodencia, os aconselham a respétivo sindicato profissional.
volvimento a esta secção pedimos a A Humanidade • 400
po.ii.ica, embora socialista, tão porca Socialismo Libertário ou Anarquismo 600
t ide ;ente como aos dos outros par-
Pela direção, todos os camaradas da região portu-
O secretario, Domingos Ribeiro. gueza, nos enviassem noticias do mo- Os Direitos do Homem 60
tidos. t g
: vimento anarquista e de reuniões de Da Porta da Europa 700
f dura a esperiencia, mas os ope- A Mãe 500
rários que >'ão aprendendo á sua custa. grupos para que o nosso jornal passe
;Nós já-os conhecemos. CAMPEIA O DESPOTISMO a ser um jornal de informação, pondo O Terrôr na Rússia 200
ao corrente do nosso movimento os A Moral Anarquista 100- ;
Uma vitima
camaradas de todo o paiz. Ação Sindicalista 200 :
O administrador de Coruche con-
Sindicalismo e Socialismo £00
tinuando na sua marcha arbitraria,
L;y .'entes 8 Assinantes acaba de vender á sucàpa, por me-
Formas e Essências do Socialismo 300 i
Federação Anarquista na Região do Sol Educação e Autoridade Paternal 20 >
Nlaiõ u r r a v e z n o s v i m o s o b r i g a d o s , tade dos seus valôres, os generos exis
n ã o solicitif esmola, repetimos, p o r - Comunismo-Anarquico 50 j
tentes na cooperativa dos trabalha- São por este meio convidados to-
H s e r i a improprio da anarquistas A Peste Religiosa 20 >
dores ruraes, daquela localidade, ven- dos os grupos anarquistas de Lisboa,
mas a peu r aos nossos agentes e a s , da que não conseguiu fazer em hasta a reunirem nos respetivos locaes, afim
•ÍMVIÍC-. p i r a q u e p a g u e m i m e d i a t a - publica, por falta de concorrência, es- de nomearem delegados á reunião
m e n t e os i;.rnaes e m divida, visto q u - Os Grupos da província que quei- oficiar á Federação Anaquista do Nor-
tando presos, no governo civil de Lis- desta Federação que se realisa no
A HevoUa^ não conta p a r a viver s e e ram manter correspondência com a te sobre o congresso anarquista.
ioa os nossos camaradas daquela vila, proximo domingo, pelas 8 horas da
jfti&O com o p r o d u t o d a s u a v e n d a e d - Federação devem envia-la ae novo Resolve mais, contribuir com 2 0 0
Manuel Batista Ivo, acusado de arran- noite, no local do costume.
..v , " d a n t a r i o q u e os c a m a r a d a o secretario; Bernardino dos Santos, reis mensaes para a Colonia Anarquista
car um dos editaes que foram afixa- Sendo esta reunião para tratar so-
lhe queiram prestar. Rua de S. Jeronimo, 5 8 — Alcantara de Chaves e encarregar-se de vender
dos convidando o povo a comparecer bre assuntos de alta importancia para
Lembramos a o s c a m a r a d a s e a m i - — Lisboa. nesta cidade 3 0 exemplares do novo
àquele ato, Adelaide de Sousa Rebelo, futura organisação anarquista, pe-
gos que, n< ste m o m e n t o m a i s d o q u e jornal A Comum; oficiar á Federação
acusada de se dirigir ao L;moeiro a de-se aos delegados que vão munidos
n<i< (•••,• n. - , n e c e s s á r i o m a n t e r s e m Anarquista do Sul, para nomear um
entregar esse edital a Ferreira Quar- do numero de indivíduos que compõem Javentode Anarquista
-i.terração A Revolta. delegado ás assembleias federal.
tel* e Antonio Joaquim de Matos, não os respetivos Grupos. Que ninguém
Liquida?, pois, as nossas dividas sendo acusado de qualquer delito, sa- álte.
para com administração, Resolveu continuar a prestar todo Não deveu pedir o que podeis tirar,
be-se no entanto que a sua prisão O Comité Federal auxilio possível a o Jornal A Rmlia,' Cervantes,
N u m e r o 22 — Ano I Coimbra, 12 de Ouíubro de 1913 P r e ç o 1 Centavo

Quinzenário orgão da Federação Anarquista na Região do S u l


COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO
REDAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Propriedade da F E D E R A Ç Ã O A N A R Q U I S T A
M I N E R V A COMERCIAL
Rua S á Bandeira, 11-2.° Director-flUGUSTO QUINTAS de José Ferreira Batista & C a
C
OM
IB
RA—P
ORT
UGA
L Editor-JOSÉ D'AZEVEDO Rua da Republica, 73, 75 e 7 7 — É V O R A
..•••• i

Aos anarquistas na região portugaeza Infamia Democrático


Continua o despotismo — Quando
O momento historico que atravessa- O que estiola, enfraquece e mata é o respondem os presos por quês-
mos é de molde a preocupar-nos a sério estacionamento preveniente da desagre- toes sociaes?
com a nossa organisação societaria. gação dos nossos eslorços e das nossas
Passam se os dias, as semanas e os me-
O anarquismo e m Portugal, tem-se vontades. Um camarada só, (a não ser zes, e o Governo do muito alto e poderoso
desenvolvido, apesar de o quererem des- que tenha meios d e fortuna) não pode senhor destes domínios, faz ouvidos de mer-
mentir os seus adversarios; o que porém fazer publicar um manifesto, publicar cador.
lhe tem faltado é uma solida organisa- um livro, um jornal, fazer uma digres- A infamia não tem fim.
ção que fortifique e harmonise os esfor- são em que se espalhe a doutrina. Jun- A policia reservada que a ocultas era ca-
ços empregados. tos, 30, 50 ou 100 camaradas, podem pitaniada pelo gatuno João Borges, aparece
Para esse fim organisou a federação com facilidade empreender qualquer á luz radiante do sol, a praticar as suas
meio de propaganda pelo mutuo aucilio proêzas. Inventam trucs para agradar a seu
Anarquista do Sul, um congresso que se amo e senh >r, dando motivo a que seja a
• não foi o que todos esperavam uma as- para a sua execução. perseguição com foros de legalidade.
sembleia de doutos, foi no entanto uma Depois ha que ir preparando o espi- Desejavamos saber se em quatro mezes
manifestação d e unidade e força parti- rito da solidariedade de agrupamento de investigações ainda não acharam a culpa
daria. para agrupamento por tendencias e afi- provada desses criminosos, cujo delito é não
Desse congresso saiu o principal fa- estarem de cócoras perante o grande patrio-
nidades ensaiando o comunismo bem ta, que a exemplo do porco mente\ que ocu-
tor da nossa força — a o r g a n i s a ç ã o — como a vida livre entre as nossas agru- pou o trono, manda a fortuna pessoal para
e se todos os anarquistas deligenciassem pações sem intervenção dos principios a Suissa como o outro a mandava para os
pôl-a em pratica hoje veriamos coroa- autoritários. bancos de Inglaterra !
dos de bom êxito os nossos esforços. Estamos debaixo da mais inqualificável
A nossa força deve estar no método das ditaduras, onde não se respeita a Cons-
de organisação e luta a empregar no tituição do Estado, em que eles garantiam o
respeito pelas ideias alheias e a liberdade
combate ás instituições estatistas — ca- individual.
A exemplo dos camaradas francezes,
pitalistas.
necessitamos de imediatamente realisar Mentirosos! Embusteiros!
Que importa que haja muitos anar-
o 2 o congresso anarquista, para con- Não se pode estar sígun.lo o pacto sccial
quistas, se estão dispersos e se não com- que serve de estatuto á Republica Portu-
certarmos nos meios mais práticos para
preendem nem concretam em comum gueza, preso sem culpa, e no entanto tsse
a realisação da nossa organisação e ação
os meios a empregar para a difusão do governo de cretinos que para ai ostenta for-
dos principios que concretisam o Ideal ça escudado pela ralé dos alfurjas, gatunos
ideal ?
Anarquista. e malandros confessos, conhecidos pela for-
Para que serve a febre do jornalismo miga branca, calca a pés as liberdades que
entre nós, querendo fazer muitos jor- Os congressos quando mesmo não
o povo conquistou nobremente em 5 de Ou-
naes, se não podem existir? Portanto, fossem de assembléas platónicas, im- tubro; e risse cinicamente dos protestos dos
se s e cumprisse com o aceite no i . °primem á nossa causa uma manifes- homens conscientes e perante os gritos de
congresso anarquista na região portu- tação d e força sendo como um balanço dôr das mães, esposas e filhos das suas vi-
timas, emuladas ao capricho da bandalheira
gueza, teríamos trabalhado para a orga- anual do desenvolvimento dos agrupa- que para ai está.
nisação e solidificação das federações do mentos, onde se trocam impressões, se
Falava-se em anistia para satisfazer os
Sul, Norte e Centro de Portugal. Tería- definem principios e coadernam taticas predicados humanitários desse velho que,
mos juntado os nossos esforços em volta e meios de agir e desenvolver a propa- ainda no meio desta estrumeinf, é um sím-
dos orgãos na imprensa das federações ganda. bolo de honradez! Os presos sociaes, côns-
do Porto e Lisboa, dando-lhe vida e Eis porque devemos trabalhar afinca- cios da sua inocência repudiaram o perdão,
damente não só na organisação de gru- para um delito que não cometeram.
coesão.
Perante este altivo gesto de dignidade re-
Parecerá que fugimos dos verdadei- pos em todas as localidades onde hajam
volucionaria, era preciso um pretesto; de
ros principios de liberdade com a nossa camaradas que aceitem o s principios pronto os safardanas, os bufos da rezervada
forma centralista; mas não, pois que anarquistas, federando-os creando nú- arranjaram assassinos, cvnspirações no Li-
queremos o homem livre no grupo co- cleos provinciaes ou sejam as federações moeiro, tudo para encobrir o fiásco duma
mo este livre na federação. E' apenas regionaes, creando depois a Federação anistia que só poderia servir a criminosos!
questão de tatica para ajirmos com mais Geral na Região Portugueza, que se Os agentes do Governo não satisfeitos
facilidade e menos sacrifícios pessoaes, fundirá na grande Confederação mun- com toda a infamia já realisada, servem-se
do caso da Praia das Maçãs, para em pape-
porque digamos toda a verdade: apenas dial ou a Internacional Anarquista; co- luchos imundos pedir a cabeça dos anar<
uma ou duas dúzias d'homens teem so- mo cooperar com amor e entusiasmo quistas e sindicalistas.
bre o s hombros um pesado lardo que para a realisação do 2.* Congresso d'on- Antes isso! Vá senhòres da democracia,
dividido por todos seria um esforço in- de deveremos sair mais fortes e aguerri- para honra dos delegados estrangeiros ao
significante. dos pela organisação, provando aos di- Congresso do Livre Pensamento,
D e vagar e com método chegaríamos rigentes dos povos escravisados que pe- arvorai em cuda esquina, em cada praça
uma forca e pendurái á exacração das gen-
ao ponto almejado, sem as intermiten- rante as suas violências os anarquistas tes os corpos dos irreverentes, dos insub-
cias que atrasam ou estacionam. congregam as suas forças, unindo-se missos e rebeldes, para que se saibs que
Todo o estacionamento preveniente pelos mais estreitos laços de solidarie- em Portugal ha ainda quem saiba morrer
da repressão dos Estados, não é perni- dade, aptos para a luta no campo em pelos sorridentes principios de liberdade,
que os Ligorios, Seringas e Biologicos, es-
cioso, pelo contrario, vae selecionando que ela seja posta. farrapão como rodilha imunda.
as camadas que aceitam o ideal e tem- O contrario é suicidarmo-nos moral-
Isso! Venha a fôrea para os que se bate-
perando-as para a luta ardua, tenaz e mente, dando aos nossos inimigos o ram pela liberdade n'uma brumosa alvora-
cheia de dissabores. triste testemunho da nossa insensatez da de Outubro; o poder, as honras para QS
x
A REVOLTA

cobardes que se esconderam fugindo no cé- sivos ijue levariun inevitavelmente á desa-
lebre coupé 4 4 ! ! parição da Confederação Geral do Traba- W M A 1 1 1 ( M l M l l
Apezar das arremetidas dos pudengos as- lho. E' possível que a nossa mentalidade de
salariados pela tirania vermêlha, a onda só- revoltados em perpetua luta não somente con-
be, o protesto fortifica se por todos os can- tra a autoridade patronal e governamental G r a n d e reunião de p r o t e s t o
tos do mundo, bem cbmo do paiz para hon- mas também contra a de certos militantes
ra da verdadeira Democracia ! na U n i ã o GJ-eral dos T r a -
que pretendem brincar aos patriarchas não
seja de natureza a agradar a estes últimos balhadores— O p o v o ope-
Mas o que ninguém pode negar sériamente, rário de Coimbra r e c l a m a
A Formiga B r a n c a amenos que seja duma insigne malvadez, é a liberdade dos seuss com-
que os anarquistas hão dado ao movimento panheiros presos* á s or-
Dizem-nos que chegaram a esta cidade sindicalista francez o belo ardor revolucio-
dens do ditadôr vermelho.
alguns carvoneiros vindos de Lisboa, cuja nário que, durante dois anos, fez a sua for-
missão é talvez espionar os elementos ope- ça e a sua originalidade. Não ezageramos se dissermos ter estado
rários. Nunca a C. G. T . esteve tão poderosa, longe de toda a nossa expetativa a impor-
Urge estar alerta ! Não vá por aí apare- nunca ela inspirou um tão grande receio tância que assumiu a grande reunião de pro-
cer alguma bomba para justificar as preme- aos seus adversai ios como durante o perio testo, realisada na noite da penúltima quinta
ditadas perseguições a União Geral dos do em que os nossos métodos de ação dí- feira, na União Geral dos Trabalhadores,
Trabalhadores. reta prevaleceram nos sindicatos. pela iniciativa do Grupo A Revolta em favôr
Cautela porque a formiga branca tem dos anarquistas e sindicalistas enclausurados
artes para tudo e malas p a r a . . . bombas. Eis justamente porque o nosso Congres-
so deve discutir sobre organisação dos anar- á vontadê suprema do tiranete Afonso-Maura.
quistas e suas relações com o sindicalismo; O nosso jornal, já pelo seu caracter, já
é nosso dever demonstrar que nós não so- muito principalmente pelo seu diminuto
Libertários : mos os adversarios das organizações opera- tamanho, não pôde dar uma informação am-
rias; que nós somos capazes de fazer uma pla do que foi a anunciada sessão, em que,
A arbitraria p r i s ã o (los n o s s o s obra de organisação talvez com tanto mé- o povo obreiro desta cidade, bem como
camaradas, ameaça-uos a nossa todo como as mais moderadas da C. G. T . gente de todas as classes sociaes, correu ao
liberdade. nosso chamamento lavrando assim o seu
Mas ao que nós estamos decididos tam-
Contra ê s s e arbitrio sem nome bém é a não abandonar o nosso carater ba- veemente protesto contra as prepotências
p r o t e s t a m o s v e e m e n t e m e n t e pa- talhador, o nosso método revolucionário; é do gorerno republicano democrático.
ra qne amanhã s e não r e p i t a m a s que nós queremos ver no sindicalismo, não A's 8 horas da noite, quando as salas da
infâmias. uma arma unicamente destinada a fazer União se encontravam completamente cheias
obter alguns melhoramentos 110 trabalho e de povo, o camarada João Antonio dos San-
no salario, mas uma alavanca poderosa para tos abre a sessão expondo o objetivo.
mudar a sociedade burgueza. Declaramos Usando em seguida da palavra o operário
R propaganda anarquista que não nos contentamos com organisações
possuidoras dum forte contingente de quo-
Arthur Figueira, que verbera com energia a
obra do franquismo vermelho.
tisantes sem iniciativas, obdecendo cega-
mente ás ordens dos chefes sindicaet, mas Jeremias Bartolo, socialista, aborda vá-
Durante trez dias, um grande numero de sim queremos fazer dia a dia a educação rios assuntos e com uma lealdade pouco
camaradas, individualmente uns, represen- desta massa para a tornar capaz de dirigir vulgar nesta epoci de embusteiros e mal
tando diferentes grupos anarquistas de Fran- os seus destinos. Queremos aproveitar-nos intencionados, declara-se ao lado dos liber-
ça, outros, discutiram em Paris sobre a or- de todos os incidentes para travar a bata- tários para a libertação dos presos por ques-
ganisação dos nossos agrupamentos e sobre lha contra o poder, considerando que a re- tões sociaes.
a tatica a seguir para intensificar a difusão volta e ação revolucionaria são ainda a me- Julia Cruz, delegada da União das Mu-
dos nossos idiaes. lhor forma de levar a classe trabalhadora á lheres Anarquistas de Lisboa, fala cheia de
Se os camaradas das diferentes tendencias justa concepção dos seus direitos. revolta contra o despotismo dos governos
souberem evitar os escolhos colocados no republicanos, e em especial contra o capita-
Nós mostraremos a esses adversarios, neado pelo verdugo Afonso Costa, defen-
caminho; se eles que pertendem demonstrar
que não teem coragem de se desmascar., dendo com entusiasmo as ideias anarquistas.
tolerancia e boa vontade se preocupassem
francamente, que a nossa tatica é a única Em seguida lê um protesto da União^das
unicamente em fazer obra util e aliás tão
que está em conformidade com a da antiga Mulheres Anarquistas para ser enviado ao
necessaria de organisação e de propaganda,
Associição Internacional dos Trabalhado- presidente do concelho.
é certo que o nosso Congresso está destina-
res, a única também capaz de dar resulta-
do a causar enorme resonancia no mundo João da Cruz, que com a facilidade que
dos fecundos. Uma vez mais nós afirmare-
do trabalho e a ser fecundo em resultados. lhe é peculiar arrastou pelas ruas da amar-
mos a nossa repulsa pela autoridade, em
Será doloroso que a presença de algumas todas as suas formas: Policia, Magistratu- gura a obra nefanda do João Franco Afonso
individualidades alvejadas pela hostilidade ra, Exercito e Parlamentarismo; uma vez Costa e seus defensores. No seu burilado
dum certo numero de anarquistas — e isto mais nós clamaremos a nossa revolta con- discurso mostrou o seu sentimento pelos
por.razÕes que não necessito expor aqui — tiranizados e a sua revolta contra os que,
tra todos os preconceitos sociaes, causas da
sejam o pretexto de divisões que enchem de miséria e da escravidão. Mas a nossa obra pertendem tiranizar todo um povo. Termina
alegria os nossos adversados comuns. não será somente negativa e nós temos por aconselhando o povo a resistir energicamente
dever agrupar nos solidamente, n'um bloco contra a violência do governo.
Uma coisa que nós não devemos esquecer
é que nós discutimos sobre o fogo do inimi- compacto onde os temperamentos e as ini- Os oradores foram por vezes interroói-
go1, e todos os nossos adversarios, conheci ciativas possam expandir se livremente, maspidos pelos gritos de protesto da assembléa,
dos ou desconhecidos lançam o olhar em onde todos trabalhem para a destruição da que se manifestava contra o governo que
torno de nós. tem coberto de oprobio o povo portuguez,
sociedade capitalista e sua substituição por
uma forma social destinada a trazer-nos dando assim largas ao seu entusiasmo e á
Nunca, salvo durante o periodo das bom-
mais bem estar e mais liberdade. sua revolta.
bas, a repressão governamental foi exercida
com tanta violência como no momento pre- E' esta, dirão, a divisa da Confederação Mais uma vez ficou demonstrado nesta
sente. Quasi todos os nossos militantes es- Geral do Trabalho. Mostremos que ela é importante reunião, que a repulsa do povo
tão nas prisões e quando de lá saiem outros também a nossa. é unanime contra o regimen que tiranica-
estão prestes a voltar para lá; e o governo mente impera sobre este desgraçado paiz.
EMILE AUBIN.
não tendo podido pela violência esmagar a
nossa propaganda ficará contentissimo com
o ver fazer nós mesmos a obra de desagre-
gação que os seus policias e os seus magis- Canvões S o c i a e s Aviso aos assinantes e ajenfes
trados foram incapazes de cumprir. N'estas
condições, a união de todos os anarquistas- Com este titulo recebemos um folheto de Avisamos os assinantes, que estão em de-
comunistas é necessaria e será um crime, 16 paginas, contendo 11 cantigas para se- bito ao jornal, que lhe será suspensa a re-
da nossa parte, dár aos nossos adversarios rem cantadas à guitarra, baseadas nos belos messa, desde que não liquidem até á saida
o espétaculo da nossa divisão. do proximo numero do jornal.
principios do anarquismo.
Emfim, não nos devemos esquecer nunca Aos ajentes que ainda não liquidaram con-
que não temos contra nós somente o odio O seu produto é destinado á cosinha co-
tas,pedimos paraqueo façam imediatamente.
claramente declarado dos politicantes, mas minista, que os nossos camaradas mantêem
que também um certo numero de militan- no Limoeiro.
tes sindicalistas nos veriam com alegria fa- As canções sociaes, são produto dum cer-
zer uma obra negativa.
Depois d'alguns mezes os homens que
tamen poético realisado na cadeia do Li-
moeiro pelos camaradas sindicalistas e anar-
O Congresso de Manchester
outrora não desdenhavam relacionar-se com
o ideal anarquista—quando se não declara- quistas que ali se encontram, e pena é que manifesta-se contra a Guerra
vam francamente libertários — entenderam no límpido ceu azul do génio poético de
No congresso dos trabalhadores celebrado
ser bom mudar de tatica, e tomaram póse que trata o folheto em questão, apareça
de homens ponderados, refletidos e inimi- em Manchester (Inglaterra) no passado mez
uma nuvem negra a impanar-lhe o brilho...
gos da violência; e decidiram-se a aplicar foram tomadas por unanimidade as seguin-
ao nosso Proletariado os milagrosos méto- O seu custo é de 3o reis, e encontra-se á tes resoluções :
dos dos sindicatos alemães. Pretenderam venda na nossa redação. O congresso compromete-se a fazer quan-
desqualificamos aos olhos do mundo ope-
rário dizendo que nós éramos incapazes de Aos nossos camaradas aconselhamo-os a to esteja em suas posses para que a Guerra
participar num trabalho de organisação me- fazerem a aquisição do folheto, pois cum- se torne impossível.
tódica é que seguindo a nossa tatica os tra- prem um duplo dever: fazer propaganda e Serão dadas instruções ao Comité Central
balhadores se expunham a desastres suces- s auxiliar os camaradas presos. para entender-se com a Federação Nacional
A REVOLTA

CezaF Pap^ot
A PR0P05IÍ0 D'Unq ATENTADO
De Cezar Parrot um dos mais ativos pro-
O despotismo infréne, a tirania sangren- massa, é uma fome injusta, iniqua, que re- pagandistas do movimento comunista-liber-
ta, a opressão canalha duma oligarquia ha- volta e fomenta o desespero». tario do Sul, sobre o qual pésa a monstruo-
;via com os seus aulicos galfarros aviltado O povo queria justiça; e que justiça lhe sa e iniqua acusacão de ter tomado parte no
um povo e lançado na penúria uma nação, foi feita ? atentado da Rua Nova do Carmo ainda hoje
para sustentar a magnificência, os fastígios Nenhuma. Pelo contrario, protelaram, envolto no mais profundo mistério, recebe-
da corte. abafaram a voz das suas reivindicações. mos a carta que abaixo inserimos para a
Reprim:u-se ferozmente todas as parcas qual chamamos atenção de toda a imprensa
O povo impulsionado pela oração rubra, anarquista.
pelo verbo candente dos apostolos da repu- liberdades, amordaçou-se a ancia de justi-
blica saiu á rua, e de armas na mão lançou ça, amarrou-se a imprensa livre ao pelouri- Camaradas d'«A Revolta»
por terra os plintos em que assentava o nho da estupenda venalidade. Ha 4 longos mezes que me encontro aqui
vetusto edificio oligarquico onde o tempo, A critica, o livre exame, o sagrado encerrado com uma acusação tão ridícula e
oito séculos de edade, havia aberto já nu- t n m do povo foram miseravelmente ao mesmo tempo infame e ainda não houve
merosas fendas. desrespeitados. um camarada, um companheiro de luta que
O estandarte rubro verde foi desfraldado Impediu-se por todas as maneiras a livre se lembrasse da minha defeza, que se con-
aos quatro ventos. expansão das teorias anarquistas, procu- doece da minha situação.
A Republica foi.proclamada. E hoje, de- rou-se por todas as formas obstar a propa- Como sempre fui um sincero, um mártir
corridos tres anos, os antigos apostolos de ganda dos generosos princípios da emanci- do ideal, espondo muitas vezes o que tinha
verbo candente, barrete frigio na cabeça, pação humana.
em beneficio da causa e até a vida em cer-
entreteem-se a atirar ao alvo—a triade em- Coartou-se até ao maximum a liberdade
tas ocasiões, sou agora lançado á margem
blemática da Republica — os pelouros do de reunião, reprimiu-se até ao absoluto a
liberdade de pensar e o direito de escrever. como um ser desprezível, inútil ao ideal.
vitupério e da infamia.
Acaso, neste periodo, se deu ao povo al- A opressão mais violenta se desencadeou E' sempre assim! O s sinceros, aqueles
guma coisa do tanto que lhe foi prometido? contra o povo que em 4 de outubro expoz que professam o ideal, não por diletantis-
Não? o peito de seus filhos ás balas defensoras mo, mas sim conscienciosamente, que se
Qual era, afinal, o nosso clamor? da monarquia. teem sacrificado em prol da causa são sem-
Que pedíamos nós, que reclamavamos Na fúria das perseguições nem os pro- pre os mais desprezados.
nós, em 5 d'outubro, pela boca das espin- prios republicanos escaparam. E' raro, não sair á luz da publicidade nos
gardas ? As cadeias regorgitam. jornaes operários, 8 nomes de camaradas
Pão, instrução, justiça ! E os indivíduos presos pelo crime de como se fossem esses as vitimas da tirania
O fundamento positivo, essencialissimo, tentar a reivindicação de justos direitos do burgueza.
dentro dum ideal, de todas as revoluções, é povo ahi estão, aos centenares, na cadeia, Quando se fala no atentado da Rua Nova
sempre, pois não e ? — de natureza econo- jazendo ha longos mezes, sem julgamento e do Carmo lá aparecem só os 8 nomes, dan-
mica. muitos deles ou quasi todos até sem culpa do a impressão para quem lê, de que os ou-
E' inimiga da virtude a fome, diz o vul- formada ! tros 10 estão verdadeiramente implicados
go, e com a fome'é incompatível a ordem. Contra este estado de coisas ergueuse no caso, ou que são criminosos reconheci-
A fome conduz totalmente á revolta, é a indignado, protestando o operariado con- dos. Isto não se faz!
lição da historia, foi o que sucedeu em ciente de Espanha, Italia, Cuba, França, Não basta a nossa situação, para que um
i Lisboa, ao cabo de trinta anos de propa- Inglaterra, Brazil e Argentina. Os seus jor- silencio prejudicial ainda envolva a perse-
ganda acesa, de, luta sem tréguas, contaa naes inseriram artigos cheios de justa indi- guição de que fomos vitimas; foi assim e
as desigualdades incomportáveis e contra gnação. As suas coletividades protestaram pelo criminoso silencio de alguns elementos
os arbítrios do poder. junto dos ministros ou cônsules represen operários que os nossos camaradas da Moi-
1
Mas quem saiu á rua de armas em pu- tantes de Portugal. ta foram condenados a penas barbaras sem
nho ? E perante isto que fez o governo? uma acusação que merecesse pelos codigos
Ah! não foram as classes ricas, nem os Ficou surdo a todos esses protestos. penaes a condenação d'um mez de prisão
doutores, os evangelistas, tão pouco, da As perseguições continuam e as violên- correcional. Se nos querem fazer o mesmo,
ideia nova. Estes quem os viu ? cias são de cada vez mais desenfreadas. se desejam só que meia dúzia de camara-
Foi sim, o eterno escravo, foi o povo Não se repara sequer que a opressão é o das possam regressar aos lares de suas fa-
simples e miserável, que afeito ás inclemên- foco gerador das Revoluções e que a vio- mílias, continuem só punindo por eles e dei-
cias duras da fortuna, tem menos apego á lência atrai a justa violência como o abismo xem lá vontade os outros mártires que as
vida. invoca o abisrro. garras sanguinarias da tirania desejam es-
Habituado a morrer devagar, não lhe Por isso, como sempre, a tirania armou trangular.
custa morrer depressa, varado por uma o braço dos tiranicidas.
bala... Vosso camarada
O povo tinha fome, e a fome que persis- As aspirações da humanidade ham-de CEZAR PARROT.
te em definha-lo, diminuindo lhe a virtuali- triunfar — mas ao troar do canhão, ao cre-
de creadora da riqueza e a capacidade de pitar da metralhadora, ao reflexo dos in- Cadeia do Limoeiro
resistencia, que lhe reduz a duração media cêndios.
da vida, que o obriga a expatriar-se em PEDRO KROPATKINE.
Emprazamento

Não tendo até- hoje sido recebida nesta


dos Transportes e União Geral dos Ferro- Trabalhadores : redação, enviada por Manuel Ferreira Quar-
viários, a empreender negociações com os Grvitemos íinisonamente : tel 011 quem quer que seja, resposta ao em-
—Liberdade p a r a os n o s s o s c a -
sindicatos estrangeiros afimde adoptarem m a r a d a s ha inezes iniqnamente prazamento aqui feito no nosso ultimo nume-
uma linha de conduta e de ação internacio- e n c l a u s u r a d o s n a s b a s t i l h a s da ro, provando ou dando satisfação das suas
nal para o caso da ameaça de mobilisação deinooi-acia. palavras, d'oravante considerêmo-nos no di-
de guerra. reito de ter como caluniosas e infames as
Achava-se presente o camarada Legien, acusações feitas ao nosso amigo e camarada
HISTORIA ILUCIDATIVA
que declarou, em nome dos sindicatos ale- A. Santos Pinho e consequentemente como
mães, que a classe trabalhadora da Alema- O nosso colega 0 Revolucionário, na sua caluniador o autor das mesmas.
nha queria a paz tanto como a Inglaterra ou lista das celebridades dos defensores da re-
a França, e que por esta razão a guerra se publica, aponta a. gratidão imorredoura das O GRUPO « A R E V O L T A » .

tornava impossivel. luzas gentes, o imerito gatuno das libras do


O camarada Jouhaux, também presente, Saloio, João Borges Pois ouça o colega es-
em nome da Confederação Geral do Traba- ta pequena historia: quando ha anos por
causa da questão Calmon, foram presos 6
Colonia Anarquista
lho Franceza, confirmou essas declarações,
que foram acolhidas com uma entusiástica rapazes que a monarquia queria fazer pas-
ovação. sar por agitadores, apareceu também um . Os grupos anarquistas Audacia e Avante
João Borges, que á frente dum grupo que- de Chaves e Avante pelo Futuro de Vida-
O Trade-Unionismo inglez faz desta for- ria assaltar o Carreio Nacional e que a po go, acabam de levar a efeito a creacão em
ma a .sua entrada no sindicalismo revolucio- licia incluiu com os já presos no Bairro Alto. Traz-os Montes, uma Colónia Anarquista
nário internacional. Chamado ou solicitado Afonso Costa, a Agricola que deve começir a funcionar no
proximo mez de Novembro, sendo a sua
defendei os, ele advogado em presença do manutenção feita com a creacão de animaes
cadastro policial que tinha o tal João Bor- domésticos, contando ao mesmo tempo com
E s c o l a de Ensino Livre ges, fez separar o processo porque não que- a ajuda dos camaradas anarquistas ou de
ria defender um homem tão sujo e que até todos que simpatisam com as doutrinas anar-
batia na mãe I I I quistas e que as queiram ver praticamente.
Lisboa
Quem havia de dizer que em plena demo- Um grupo de trabalhadores daquela re-
Desta importante agremiação de educa- cracia, regimen de ordem e moralidade, o gião completamente desiludidos com a atual
ção livre, recebemos uma circular que não ordem de coisas, chegaram á compreensão
mesmo João Borges, havia de dar ordens na que só a Anarquia, resolverá o problema
podemos inserir na integra mas que fare- policia e ser o fiel guarda do mesmíssimo social que tanto agita a humanidade e resol-
mos no proximo numero. senhor Afonso Costa ?! veram a fundação duma Colonia Anarquis-
A REVOLTA

a que funcionará o mais possível dentro da A Comuna, encontra-se á venda na nossa redação nidade que fazem profissão da politiquice,
tublime e emancipadôra ideia libertaria, que ao preço de 10 reis. que o s camaradas serralheiros pódem
O O u r i v e s — C o m este titulo iniciou a sua
virá dár ao sêr humano uma ideia de quan- publicação no Porto, um novo colega de luta pelas
ta felicidade e harmonia reinará entre os reivindicações dos trabalhadores, de orientação sin- ser zoilos, o que estão é dentro dos seus
homens desde que se associem e vivam con dicalista-revolucionario. princípios o que muito os honra!
forme o Ideal Anarquista que tão. firme- Apresenta-se bem redigido e com uma feição
mente defendemos, mostrando á burguezia bastante educativa.
E' orgão da Associação de Classe dos oficiaes de
e aos fanaticos políticos que tanto nos per- ourives do Porto.
seguem e temem, que nós não queremos Ao novéí colégá desejamos um risonho futuro e EftSlfe pira Q pw@
destruir, mas sim edificar, e edificar sobre energia para combater os satrápas defensores da or-
bases que são as mais fortes no Amor e na dem capitalista. Os'povos que querem a liberdade conquis-
Libertação do homem, livrando o assim da tam-na. Nada se consegue sem luta, por ve-
sinistra Autoridade, que ha séculos cobre a ies violenta, feró\, mas sempre purificadora.
humanidade de ruinas e de sangue.
Segue a circular que acaba de ser dirigi-
Os da "Humanidade,, e o (Da Revolta, folha republicana
clandestina).
da á imprensa anarquista do paiz.
CAMARADA:
Partido do Trabaltio Condenar a bomba na mão de um revo-
lucionário e dár ra;ão á lantérnêta na mão
Levados pela convicção nas edeias anarquistas,
empenhamos nossas forças numa obra grandiosa, pa- de um artilheiro não pode admitir-se sem
ra a qual pedimos a vossa cooperação, certos de que A proposito d'uma moção votada pe- ofensa do bom senso.
compreendereis o grande alcance que dela virá para lo sindicato dos serralheiros de Coimbra, (D'0 Século de 26-9 gio).
a difusão dos princípios que defendemos.
Os grupos libertários A n d a c i a e A v a n t e em que declara deitar ao despreso o tal
de Chaves e A v a n t e pelo F u t u r o de Vi- partido do trabalho, o que em matéria Nós somos justamente essa entidade anó-
dago, esperançados no auxilio que de vós esperam,
sindicalista é estar dentro dos princí- nima, trabalhadora, produtora, de quem
resolveram fundar uma colonia agrícola livre, para os poderes públicos escarnecem e a quem as
onde nós, os trabalhadores conscientes, livres de per- pios, vem um jornal local A H u m a n i -
conceitos e de vaidades tôlas, iremos pôr em pratica classes burguesas negam os instrumentos de
os princípios das nossas doutrinas, provando assim dade quebrar lanças pelo nosso partia trabalho; somos os explorados de todos os
que elas não são um sonho e que com vontade, estu- do, largando larachadas que s ó prova tempos e de todos os togares; os persegui-
do e perseverança se pódem transpor os grandes obs-
táculos que nos impedem o caminho para o Bem. . no fundo d e tanta verborreia que da dos de todos os governos e de todos os dés-
Animados desta edeia, convencidos como estamos questão social não percebe patavina!
potas. Por isso nós sómos a Revolta.
que a sua realisação será a melhor propaganda que
O movimento operário em Portugal Magalhães Lima.
podemos fazer da anarquia, provando pelo exemplo,
o contrario do que dizem os defensores desta iniqua "tem já a organisação revolucionaria que
organisação social e politica—que a anarquia é a de- Na iniciação da «carbonaria» eram re-
sordem, que as suas teorias dissolvem e não organi- lhe é necessaria, o que necessita é in- jeitados in-limini todos aqueles que se con-
zam—nós empregaremos todos os esforços para nos gressar nessas organisações segundo as fessaram incapazes de pegar numa arma :
conservarmos, tanto quanto possível, dentro dos prin- carabina, punhal, revolver ou bomba, espe-
cípios, demonstrando claramente a falsidade de taes suas tendencias e afinidades. Para a
afirmações. realisação das reivindicações mínimas e rar onde quer que fosse um tirano do povo
O nosso plano vae mais longe, não se limita ape- trabalhar ao lado da burguezia, existe o para executar n'e!e uma justiça sumaria.
nas á colonia. Sindicar os trabalhadores, fundar (Hermano Neves—Como se im-
uma cooperativa que funcionará conjuntamente com velho partido socialista, cuja tendencia plantou a Repubica).
a colonia e sindicato e uma cosinha comunista, são é reformista parlamentar.
assuntos que nos tem preocupado e que andam liga-
dos á fundação da colonia. Para esta, os trabalhado- Para que pois, outro partido do tra- E' preciso que fique bem acentuado isto:
res das duas localidades que já abriram os olhos, que Os anarquistas luciliaram os republicanos
se interessam pela sua situação e a quem isto mere- balho ?
ce simpatias, cotisár-se-hão com a quantia mínima O que se quiz fazer foi uma sucurssal a provocar a derrocada do regimen monár-
de vinte réis por semana. Esta cotisação já começou quico, mas aderiram a eles apenas proviso-
e o dinheiro assim junto empregamo-lo em animais do grande Afonso Ligorio, c o m séde no riamente, dispostos a continuar pugnando
domésticos que creamos e desenvolvemos, adquirin- Imundo, para desarmar as tendencias contra a burguesia e os seus privilégios,
do assim conhecimentos indispensáveis para a colonia
e aumentando os seus fundos. mais ou menos revolucionarias do ope- apenas o trono tivesse deixado de existir
Compreendeis muito bem que esta cotisação é rariado portuguez. Mas não péga. em Portugal.
pouco para uma obra desta natureza e que se torna (Hermano Neves—Como triumfou
necessário o auxilio moral e material de todos os ca- Os argumentos apresentados a pro-
a Republica). ^
maradas para dar principio á vida da colonia. posito dos socialistas francezes aucilia-
Por isso vos enviamos esta circular conscios de que
estareis comnosco ao lado da grande causa. rem Combres, bem como a atitude dos
socialistas parlamentares italianos, nada
OS GRUPOS.
justifica a creação dum novo partido,
Correio da Revolta
N O T A — T o d a a correspondência e donativos deve s e r
dirigida a o camarada Antonio A. Castro Lopo, pois que o partido socialista portuguez, Setúbal—José Quaresma—Pedimos-
Rua Direita n . ° 1 3 5 — C H A Y E S , o u a José Au- tem prestado optimos serviços ao gover- te que liquides os jornaes enviados já que
gusto Ferreira—VIDAGO. no republicano, desde a gréve dos car- te não dignas responder aos postaes te es-
crevemos.
roceiros até ás declarações dum dos
Vilar Pinheiro—Grupo Mocida-
membros do Conselho Central, em que de Libertaria—Recebemos 4 6 0 réis de jor-
Homens :
faz fé publica de policia amador para naes vendidos e 4 0 reis do camarada Pe-
A culpa, tio t i r â n i c o abuso dos
g o v e r n a n t e s c a b e à q u e l e s que o s denunciar movimentos revolucionários reira.
r e c e b e m s e m p r o t e s t a r e m ener- contra o governo republicano. Serpa,— Celestino— Remetemos os jor-
gicamente. naes pedidos. A liquidação é feita oito dias
Protestandoeinsurreeionando, Ora aqui tem o s da Humanidade o depois de receberes os exemplares.
é a única maneira cie e v i t a r m o s que o Dr. Afonso Ligorio desejava c o m
e s s e s abusos. Vidago—José Augusto Pereira —Re-
a formação do novo partido. cebemos 1:200 réis para auxilio do jornal e
Tudo se arranja, entenda-se o gran- 3oo reis do assinante. E' assim que se co-
Jorna es Novos de Superavit, com os diretores socialis- nhecem os amigos da nossa obra.
Liiasboa — Bernardino dos Santos —
O Gr ri to Social—Visitou-nos um novo
tas, prometa-lhe uma dúzia d e deputados Bem sabemos que os últimos do jornal che-
quinzenário que com este titulo iniciou a sua publi- para entreter o s ingénuos e terá retar- garam aí tarde.
cação em Aveiro, dedicando-se a dèfeza da causa dada a marcha revolucionaria do opera- Vamos anarquisar o serviço de redação
social.
Publica bons artigos de propaganda libertaria. riado portuguez. Para deitar leivos dou- para tudo entrar na ordem. Associação dos
As nossas saudações. toraes fala-nos em congressos socialistas. Construtores de Macadam — O que envia-
A . C o m u n a — O s camaradas do Porto que ram vem no proximo numero.
compõem o Grupo Mocidade Anarquista acabam de Parece q u e não leu o que resolveu Faro—José Fnnco—Recebido o que
dar á luz da publicidade um periodico quinzenal com o ultimo congresso socialista da Holan-
o titulo que nos serve d'epigrafe. mandas-tes. Manda a continuação dos arti-
Do seu editorial, recortamos os seguintes períodos, da, votando contra a pretensão dos che- gos.
que bem demonstram a energia que os impele para fes que queriam ser ministros num go- P o r t o — G. Moreira Alves — Recebe-
a luta e a profunda convicção que os anima a pro- mos 7 0 0 réis dos jornaes vendidos pela Fe-
pagandear os sãos princípios Anarquistas: verno liberal.
deração e 25o réis do camarada J. M. Souza.
«A ignorancia e o fanatismo, contrariando o pro-
Mas, o novo partido não vinha preen- É v o r a — A. José Dini\ — Remetemos
gresso das ideias e sufocando a voz da Razão encon- cher uma lacuna, mas para estiolar o i5 exemplares do nosso jornal; e, desenvol-
trarão em nós os mais encarniçados e iiredutivéís sindicalismo revolucionário, visto que ve por aí a sua propaganda.
inimigos.
Aos fracos, aos velhos e ás creanças, vitimas das com o s velhos elementos socialistas, o
prepotências dos senhores, defende-los-hemos com governo não pode contar pois que são
o carinho e abnegação que nos inspiram todos os Pequenas Notas
perseguidos, quando impotentes. demasiadamente conhecidos pela sua be-
nevolencia para com a monarquia, e de Aos nossos colaboradores lembramos a
Não é só para demolir, que criamos A Comuna; a conveniência, em virtuds do joraal ser mais
par da sua tarefa demolidora, outra lhe surge mais guerra acintosa contra o movimento re-
grandiosa mais humana, talvez: a constantiva. volucionário republicano; só gente nova pequeno, de explicarem em poucas palavras
Cabe-nos lançar sobre os escombros da sociedade o muito que tenham a dizer.
burgueza, os alicerces inabalaveis de uma outra so- e honrada poderia levantar a nova bar- Mais um sacrifício, mas é preciso, deve-
ciedade onde todos os indivíduos tenham plenamente reira—o (Partido do Trabalho—pois nem se fazer.
assegurada a satisfação de todas as necessidades—
fisiológicas, morais e intelectuaes. nisso o grande Afonso, foi feliz. Para regularisar a sua publicação A Re-
E' para essa sociedade—a sociedade Comunista- Todos conhecem o José do Vale e su- volta começará no proximo mez de novem-
Anarquista—que vão todos os nossos esforços, toda bro a sair no dia 1 e i5 de cada mez. Quem
a nossa ação.u cios trabalhistas, transfugas e venaes,
tiver interesse em ler o nosso periodico de-
vendidos pelas lentilhas do biblico Judas! ve procura-lo nesses dias nos locaes de
O restante da colaboração é de propaganda retin-
tamente anarquista. Terminando diremos aos da Huma- venda.
Coimbra, 30 de Novembro de 1913 P r e ç o I O réis

A REVOLTA
Quinzenário orgão da Federação Anarquista na Região do Sul
REDACÇAO E ADMINISTRAÇÃO Propriedade do GRUPO ANARQUISTA Composição e impressão
Rua Sá Bandeira, -1 1 — 2.° DIRETOB—Augusto Quintas Tip. MINERVA CÍENTRAL
COIMBRA—Portugal EDITOB J o s é de Azevedo Rua Tenente Rezende — Á-Vêiro
• ii i ' . ' . ' • '

organisação na qual as nossas forças acionem comunamente


A Ideia Anarquista para um trabalho contínuo, de resultados proficuos, sempre
tendente á completa realisação das mais rasgadas aspirações
humanas.
Organisação e acção
j camente com enumeras provas
«Camaradas : ha fédération de nos forces est nécessaire; essas farçantes mentiras, tenden-
faisons-la et elaborons la exierté de demain. Voici ce que les
anarchistes communistes» penseut, veulent.» tes a desnortear a opinião pu-
(Congresso Anarquista de Pari%\. Um clamor angustiante de blica, fazendo supôr que o go-
revolta vibra em toda a cons- verno trata com supérflua gene-
A nossa obra sendo como é a remodelação completa das ba- ciência operaria, provocado pela rosidade os proletários encarce-
ses aociaes de boje, requer mui solido fundamento e, implicita- tirania Russa que atravessa iin- rados, quando eles arrastam pe-
mente, um intensivo exforço de vontade. Para que divisemos o pavida e rubra, neste canto de nosamente os horrores da reclu-
triunfo das nossas aspirações torna-se necessário, imprescindível terra de belo sol germinador, e são em poços doentios, arruinan-
mesmo que a minoria dos que pensam e anciam o triunfo da re- que á sombra duma constituição tes do organismo mais forte, tor-
volução social conjuguem os seus esforços, formando e desenvol- muda exerce a mais inquisitorial turados material e moralmente
vendo uma organisação perfeita, de iguaes, desde já tendendo a das represalias. Um sopro coroa- por um rancho imundo e insupor-
transformar com mais continuidade e eficacia a mentalidade po- do de indignação perpassa agi- tável^ privados em absoluto dum
pular e a lutar vigorosamente contra os grandes crimes governa- tado e febril no seu auge domi- passeio diário nas explanadas.
mentaes. nador, pelos peitos amantes do Constantemente a imprensa
No Congresso de Pariz ficou exuberantemente provado que símbolo imortal da liberdade, libertaria recebe cartas-protes-
só uma organisação désta ordem poderia eficazmente intensificar que hoje escorraçada pelos adu tos dos nossos camaradas presos
a propaganda, minorando o raio de distancia que nos separa do ladores de hontem, e vergastada na fortalêsa de Elvas, descreven-
almejado fim. pela arma envenenada da calu- do a sua situação deprimente e
Já entre nós, mercê da forte vontade e ingente esforço dum nia, afionta corajosa nas almas vexatória, expondo em termos
núcleo de bons camaradas, se tentou e conseguiu iniciar a orga- oprimidas, o estortor da aragem claros e energicos o seu estado
nisação ora preconisada { elo Congresso de Pariz; porém a extre- asfixiante que negramente as en- sofrimento ;qup. é.
ra-fi K-.ra í!'.."júc itltuoo i^myrr ma mi d;; uontra rs« p'o-.iviT=s as po r — fo que já fez baixar ao hospital
neguíções desenfreadas dos governantes entibiaram o animo de fodo este mar imenso de san- gx-ande numero deles.
uns, esmoreceram a vontade de outros e, dolorosamente o contes- ta rebeldia que ruge ameaçador São estas arbitrariedades, os
tamos, a organisação, na qual neste momento todos deviam enfi- e intermitente no ar que absor- benefícios venturosos, as pro-
leirar, para a manter ou tornar poderosa, capaz do necessário vemos, e na vida que transpor- messas felizes, alardeadas com
combate, viu diminuir a sua força, com o afastamento de uns e o tamos, ha-de ter,—assim o creio tanto vigor e brilhantismo nos
desanimo de outros. —o seu desaguar luminoso de tempos da oposição, nestes tem-
Torna-se necessário que todos voltem á luta. Quantos tenham bemaventurança, salvando do pos áureos inapagaveis da me-
hoje a perceção das necessidades sociaes e filosoficas hão-de reco- naufragio tumular os mortos-vi- moria pela aureola formosa, bu-
nhecer uma forte necessidade na formação de grupos unidos fede- vos que agonisam lentamente no rilada de imagens ricas que os
rativamente pelos laços de solidariedade, não já só para o desen- fundo das prisões. revestiam suntuosamente.
volvimento e realisação de mais fundas obras de propaganda, mas Os rnortos-vivos não julguem
ainda para iniciar este grande objetivo: a aCÇãO reVOlUCÍOIlflPÍa, os leitores que sejam persona- Tudo isso eram fantasias que
se desvaneceram, loucos sonha-
individual ou coletiva, segundo as circunstancias. gens fantasticos das mil e uma
res que o presente brutal apa-
Unidos seremos fortes, e fortes, vencedores. Por outro lado noites, ou composições invisiveis
de espirito que vivem nas re- gou, sem um sorriso de miseri-
desunidos seremos fracos, e fracos, vencidos.
córdia.
Quantos de entre nós, em momentos de luta, temos sentido giões supremas da eternidade,
a falta dessa cohesão que nos daria a solidariedade revolucionaria mas sim são os presos por ques- Agora frente b, frente, com a
cujo factor principal se busca na organisação desejada. tões sociaes enclausurados há realidade despida completamen-
E' então que constatamos a nossa impotência e verificamos bastante tempo nas diversas bas- te de artifícios, o operariado só
quão curto raio de acção pôde atingir o esforço dum isolado. tilhas do país, sem culpa forma- tem um caminho a seguir, e se
Para adquirir o convencimento da superioridade do nosso da, sómente simples criminosos obrar com energia sairá da luta
ideal não necessitamos agrupar-nos. Sabemos ainda que a evolu- de opinião por ambicionarem vitorioso.
ção, sendo como é revolução latente e contínua, nos dirige inevi- uma sociedade liberta de iniqui- Trabalhadores: os teus cama-
tavelmente para o triunfo da Anarquia. dades e misérias. radas presos sacrificaram a sua
Mas se estamos capacitados da necessidade de modificar a São aquelas maquinas vivas vida e a sua família arrostando
hodierna estrutura social, se somos revolucionários emfim, vamos de inteligência robusta e cora- contra todas as inclemências da
a pôr em jogo a vontade, acionando no sentido de acelerar a rea- ção nobre de, quem a imprensa sociedade, para vos libertarem
lisação das nossas aspirações. governamental e burguesa, com do jugo economico e politico que
E ess* acção não se ha-de fazer impensadamente, sem refle- um descaramento inaudito, che- algemam os vossos pulsos; e vós
xão, inoportunamente. ga a rabiscar linguados e lingua- que sois as alavancas do pro-
Para déla colhermos resultados profícuos, antolha-se a im- dos de papel com depoimentos gresso, e os fatores da riqueza,
prescindível necessidade de organisar as nossas forças, para reali- falsos, pretendendo demonstrar levantai-vos num movimento de
sar com êxito a nossa obra revolucionaria. que os presos estão explendida- solidariedade e curvai a fronte á
A experiencia demonstra-nos que a falta de um prévio acor- mente alojados, sujeitos a um tirania, libertando os teus ir-
do nos momentos críticos, só tem dado azo á falta de solidarieda- tratamento humaníssimo, e go- mãos queridos.
de revolucionaria aos que lutam, inhibindo-nos ainda duma opo- zando confortavelmente horas
sição eficaz ao arbitrio das tiranias. largas de liberdade e alegria. Coimbra, 1913.
Oxalá que a experiencia consiga pois radicar no animo de Os jornaes operários estão au-
todos esta necessidade que se impõe : crear Ê desenvolver UIU8 torisados a desmentir categori- J . CARREIRA.
4 A REVOLTA

fio Povo j soberania, mas ao mesmo tempo pe- i exortações, de abraçar esses conse-
j dom- vos para vulunt riaraente vos lhos falaciosos, de vos prestardes a
privardes nem mais nem menos de ! ossa pérfida mistificação, so tendes

Considerações a proposito
todos esses direitos, conoedendo-lhe j a cobardia de consentir ein desem-
a ele delegação para vos represen- ponhar o vosso papel nesta indigna
tar no parlamento. E uma vez ali,' comedia do voto, aviltai-vos; dei-
[
esse homem que na tribuna vos xaes de ser um individuo livre pa- flo meu caro amigo Bar-
da comedia eleitoral prometeu obrar segundo uma de- ra vos enterrardes voluntariamente
tolomeu Constantino
Uma vez mais o povo foi cha- terminada o exposta forma, como na escravatura, e tereis tanto me-
mado a escolher os seus deputados procedeu ? nos coragem de romper as vossas
os seus seahores; os que no parla Tendes o exemplo assáz frisan- correntes e a sensação das feridas
Dezenas de camaradas nossos,
mento ou no governo do paiz ado- te em todos os deputados. Todos por elas produzidas, quanto mais audaciosos revolucionários, inteme-
ptarão sempre as medidas necessá- eles falseiam as suas promessas, to- diretamente sereis vós quem as for- ratos e ferverosos apostolos e evan-
rias a impedil-o de reclamar os seus dos vos burlam. Mas se no futuro ijam, a essas correntes, a quem es- gelisadores duma Sociedade Nova o
direitos. não quereis receber os exemplos, tendeu os braços para que vos car
se tendes o fraco de atendera essas regassem com elas! resplandecente de justiça; por aqui
Quaesquer que fossem os esco- passaram neste tão formoso e sorri-
lhidos o resultado será fatalmente dente Algarve, com seus campos
o mesmo. O povo não foi fazer mais
que escolher os que o hão-de azor-
ragar.
A Revolução Comunista no México floridos de bolas vinhas doiradas,
com ranchos de alfarrobeiras com
suas folhas denegridas e, seus ca-
Também uma vez mais os que chos pendentes; onde o sol ó mais
se proposeram, mediante uns «mo-
dicos» 3$33, a reger os destinos des-
Prisão em Texas de ferverosos fibertsrios—Importantes detalhes brilhante e abrasador; no espaço in-
finito bandos alegres de aves trinam
te malfadado paiz, do alto das tri do movimento aqui inos de amôr ensinando-nos a
bunas afirmaram que o eleitor, ao proclamar a
fazer uso do voto, se torna sobe- O rubro estandarte dos compa- ao cárcere do eondado Peanall, Te-
nheiros mexicanos que ha tanto tem- xas. Liberdade Humana! Por aqui
rano. lançaram a semente das mais belas
Bem fictícia é essa soberania! po pelejam para conseguir para to- — No México preparam-se os
dos Terra e Liberdade, cleva-se revolucionários para tomar o estado o sublimes ideias de emancipação
E sucede até quando ele ing social.
nuamente usou do voto que lhe hoje em vários estados. de Guarnajuato, a primeira incursão
Joaquim C. Supias, o bondoso
confiaram não fez senão atar grilhe- Noutros a voz da rebeldia ruge neste estado foi dirigida pelos com-
contra os tiranos e da mesma forma panheiros de Guerrero, que consti- apostolo da Anarquia, foi aqui um
tas aos seus pés, pois foi conceder dos mais estimados o queridos dos
aos outros o direito de se tornarem ameaça despedaça-los dentro em tuíam um núcleo de mais de sete- camaradas; Bartolomeu [Constanti-
seus senhores, seus amos; de pensar breve. centos homens.
a seu talante, de obrar e proceder A terra e os utensílios de traba- Ao entrar tomaram e incendia- no, em todo o Algarve o mais co-
nhecido pelas classes trabalhadoras,
sempre como lhe aprouver, ainda lho vão emfim pertencer aos que em ram os povos de San Pedro, La como o maior e mais audaz o dece-
que esse proceder seja contra ele, o verdade dela devem ser possuidores. Quesera, Los Otates, El Paraíso, dido propagandista da organisação
eleitor. Não mais amos, não mais Paloma, Quitrue'o, S. Rafael e mui-
senhores—eis o lema. Grandes e tos outros. Operaria. Como agitador da Anar-
Assim, o povo crendo-se sobe- quia, não houve outro que o egua-
rano, tornou-se escravo. numerosos núcleos de rebeldes, es- Na sua maioria os administrado- lasse.
Os Spartanos e todos os homens galhados pelos estados mexicanos vão res foram fuzilados.
luta pela consucção das nossas — Os revolucionários comunis- 0 mais robusto e forte tempera-
escravos da antiguidade só tinham mento revolucionário, orador infla-
uma paixão: a liberdade; um odio: aspirações. A terra a quem a tas esperam poder dentro em breve mável que ardentemente arrebatava
a servidão; uma aspiração: sêr cultiva; para todos eguaes di- tomar a importante praça de Zaca-
livre. Torna-se caricato que hoje reitos, eguaes deveres. ticas. São dirigidos por Tomaz Uri- as assembleias até ao delirio, loucas
n'este século das grandes descober- E de armas na mão, pelejando le, que manda um grupo superior a de entusiasmo.
ardorosamente, eles vão conquistan- mil homens. Foi também aqui no Algarve o
tas cientificas, nascendo os homens mais perseguido pela canalha capi-
todos livres, estes só tenham uma do, palmo a palmo as generosas — Um grupo de 5oo rebeldes
talista e torpes autoridades, que o
paixão no peito: arranjar senho- aspirações dos libertários. Já nos tomou de assalto a importante Vila levaram perante um tribunal fran-
' Pi I I ' M i m i r n não baftando iá o ser ao.ou- atados de Durango, Morelos c Guer- de S. Inácio, no estado de Linaloa. ista, sendo
tado, eles fornecem aifída i í r T f o ^ U ^ u b ^ V l ^ U J u U H >cetim--
L d a as vvaras ^ k? notteia t h
infame • -J—
cie - decondenado
f.
3 „,com
Fevereiro.• - ...a lei
com que os carrascos os hão-de nidades livres, cultivando a terra e tomada, pelos mesmos revolucioná- Caldeira Feio, Outro mártir da
azorragar. evantando as colheitas em comum rios, da praça de Tuxpan, a qual foi
redentora ideia anarquista, vitima
Nestes últimos anos tem o povo para a sua alimentação, emquanto o saqueada sendo destruídas todas as também da lei celerada, aqui esteve
adquirido um sem numero de exem- núcleo da sociedade futura é implan- linhas telegráficas.
plos do que são os homens em que tado ate no ultimo rincão da Repu- — No estado de Tabasco tam- slguin tempo refugiado, e quando
veio a Faro o despresivol João Fran-
votou. O periodo do inandarinismo blica Mexicana, por agitadores e edu- bém os rebeldes, orientados por ca- co, aquele nosso camarada, teve a
republicano mostrou bem que o po- cadores de todas as partes do mundo. maradas, tomaram fazendas, povos,
vo, ao votar nos que hoje imperam A' luta ! Pela extinção do Estado, vilas e cidades, aproveitando-se das mais arrojada coragem de se lançar
á carruagem, da tigrina féra, gri-
sobre nós, julgando buscar os seus da Propriedade! Pela afirmação da forças que as autoridades ali dispõem. tando bem alto a defeza das viti-
salvadores não fez mais que mudar iustiça, pela egualdade! — Para se verificar da intensi-
mas, que em Timor e Bazaruto, ja-
o azorrague para as mãos de novos dade e importancia do movimento
ziam por terem propalado ideias de
carrascos. Uma falange de libertários cum- revolucionário mexicano, bastará di- Justiça e Liberdade.
Assim foi e assim será sempre prindo a sua missão na luta pela zer-se que no dia 10 de Outubro, os Em Vila Real de Santo, no rio
em todos os períodos eleitoraes. iberdade economica do proletariado comunistas tomaram a importante Guadiana, Caldeira movido pelo seu
Hoje o mal-estar ó grande, é o mexicano, foram, segundo as ultimas praça de Torreon. Os federaes na
grande espirito altruísta lança-se ao
protesto freme em todas as almas. nformações, presos em Texas, de- retirada, tiveram de queimar 1:200 mar e salva uma mulher e uma
As perseguições aos que pensam li- x>is de uma luta sustentada contra espingardas. A imprensa burgueza
vremente encheram as cadeias do os esbirros do poder. diz que 7S burguezes foram justiça- criança!
A propaganda das soas ideias
paiz e as casas-matas dos fortes. Tentavam passar a fronteira do dos. eram destruidoras mas, no fundo do
Os salvadores desejados conver- estado de Texas. Segundo diz El seu intimo, nutria um grande amor
teram-se como todos os outros em Tribuno, jornal governamental, eram Pão, Terra e Liberdade! tem sido pela humanidade sofredora, sempre
tiranos do povo. Porque ha-de este, pottadores duma bandeira rôxa com o lema dos trabalhadores conscientes possuído dum humano coração e du-
pois, indicar os que o hão-de encer- lema Tierra y Libertad. que de todo o mundo ali foram to- ma alma propensa ao sacrifício.
rar nas prisões, os que hão-de coibir Também, segundo diz o mesmo mar parte no sublime movimento. Agostinho Alves, um dos mais
as liberdades de pensar, de reunir, irnal, os revolucionários haviam No México luta-se pela redenção valentes camaradas da visinha Es-
de dizer. artido de «Los Angeles», e tinham do povo. Os trabalhadores teem nas panha, também esteve aqui em Fa-
Os carneiros vão para o ma- sido dirigidos pelo valoroso camara- mãos as armas e no peito convicções. ro refujiado durante duas semanas,
tadouro; não dizem nada, es- da Antonio de P. Araujo, redactor Sejam eles os vencedores e terá era um dos maiores campiões do
ses, e não jnutrem nenhumas da Regeneràcion, orgão anarquis- raiado no mundo a era de verdadei- nosso grande Ideal, partidario da
esperanças. Alas pelo menos ta. ra liberdade! pan-destruição; dizia: é necessário
não votam a favor do maga- Um telegrama de Springs para incendiar toda a sociedade burgueza
réfe que os ha-de matar, do mesmo jornal, diz o seguinte:— Para sair da sua situação rni- até pulverisa-la.
burguez que os ha-de comer. As autoridades militares de Engle >
Em Faro num dos mais formo-
Nas tribunas esses que se pro- Pars, Texas, no controle da fron- seràvel, o povo só tem tres meios. sos arrabaldes da cidade, em pleno
põem a todo o transe subir ás vos- teira descobriram a pista de um Os dois primeiros são deixar a ta- campo, onde a natureza é pródiga
sas espaldas, fazendo plinto da vos- extenso movimento para proclamar berna e a igreja, o terceiro é fazer em benefícios, teve logar uma das'
sa miséria e da vossa ignorancia, uma nova revolução em favor dos a Revolução Social. mais belas conferencias de propa-
dizem-vos que sois iguaes a todos «socialistas» de Flot-es Magon que ganda retintamente anarquista até
e a cada um, que tendes o direito teem o seu quartel general em Los Miguel Bakounime. hoje aqui realisada.
de tomar livremente parto nas dis- Angeles. Eram duas horas da tarde, es-
cussões que teem por objeto inves- Entre os nossos camaradas pre- Libertários! tando prevenidos com um delicioso
tigar sobre o melhor moio de viver sos encontram-se J. M. Rangel, „D .7, Le- Organisae os vossos gru- balde de fresca agua duma fonte
feliz na sociedade; proclama que a d r o R R s a s próxima para combater os ardores
sois cidadãos eleitores, aptos para " u - r ° p , ' Luiz Mendonza, p o s e a d e r j á s federações re- tropicaes quando o nosso camarada
gerir os vossos proprios interesses Abraham Cisnei os, Pedro Perales e • - . • r
e a obrar segundo as vossas facul- quasi todos os valentes que forma-! St e s n a ®l u tpara
lonae
seraes mais ror- Acracio (pseudonimo) principiou a
dades, proclamam emfim a vossa am o grupo Regeneràcion. R a n - j
a
contra a socieda- sua conferencia desenvolvendo o te-
gel e outros camaradas recolheram de autoritaria—capitalista. ma A União e a Vida.
4 A REVOLTA
Conseguimos fixar de memoria
alguns dos períodos da brilhante
conferencia, entre os quaes os se-
guintes: d. falta de qualquer dos
i Revolução Social ó m produto cia antropologica; cada aplica-
ção p r a t i c a dos princípios i n u -
m e r a d o s são o u t r a s t a n t a s ma-
membros do corpo humano produz em Já o dissémos: A revolução eco- ma a fraternidade universal. Foram c h a d a d a s aplicadas ao velho edi-
nós uma vida vil, rasteira e abjecta; nomica é um principio de mecanica a alquimia e a teologia as duas sci- fício religioso que principia a
a falta do funcionamento das molé- social; não pôde impedir-se, não encias mais importantes da sciencia derruir.
culas tira-nos a vida; para que haja pôde deter-se. Para ela contribue dos nobres. São a fisica e as mate P a r a a igreja e os seus dou-
vida épreciso que as moléculas fun- todo o mundo, inclusive seus pro- maticas as sciencias mais elevadas
cionem agregadas entre si; o mesmo prios inimigos. dos burguezes. Serão a química e a tores n a d a existe que n ã o esteja
se dá entre a familia trabalhadora, O naturalista que, estudando as sociologia a sciencia do mundo re- s u b m e t i d o á influencia divina;
para que haja vida é preciso a união plantas e os animaes, os fóseis e as clamado pelo trabalhador. A nobre- e, no e n t a n t o , p a r a que se tives-
de todos. Na sociedade presente, vil petrificações, estende a ideia da za acreditou na extinção das pai- se u m a ideia precisa do movi-
e corruta, não se vive, vejeta-se, de- increabilidade do mundo, demons- xões e propôz-se afoga-las; dahi tan mento dos corpos celestes foi
finha-se, morre-se; para haver vida trando que este existia antes de que tos iluminados e loucos como pro-
é preciso união 6 luta. Deus tomasse fórma na mentalidade duto. A burguezia teme as paixões necessário a observação, a geo-
Combateu energicamente — com humana, contribue á revolução fu- e crê que educando-as logrará con metria (Pithagoras, Euclides), a
a energia que caraterisa os nossos ca- tura. O astronomo que descortinan- tê-las, a só as exaspera. Nós, os anar- sciencia dos pesos especificos, a
maradas d'além fronteiras—a egre- do o universo nota a existencia de quistas, queremos a satisfação das mecanica (Arcliimedes), a scien-
ja e a taberna. A egreja, diz, atro milhares de mandos, cuja presença paixões, considerando-as uma ne- cia da q u e d a dos graves (Gali-
fia-nos o cerébro com as suas prati- não está consignada em livros que cessidade do organismo, como a sêde
pretenderam ser a fonte da sabedo- e a fóme. Uma mulher, uma honra leu), a aplicação das secções có-
cas, as suas mistificações, as suas in-
famias; não faz homens, faz inver- ria, quasi todos mais antigos que o e um amor para cada classe, para nicas (Keppler), a aplicação da
tidos, maníacos e brutos. que nós habitamos, apezar de ser cada especie evolutiva. E todos os algebra á geometria (Descartes),
A taberna tira-nos a faculdade de uma antiguidade que confunde, conceitos vão caindo, os do céu co- ojcalculo diferencial (Fermat,Lei-
de pensar; quem frequenta a taberna concorre também ao advento da no- mo os da terra, vencendo distancias bnitz, Newton), a analise f E u l e r ,
é impotente para a luta social e tor- va sociedade. O filosofo que, tirando e elementos, vencendo constituições
consequências das investigações sci- e queimando codigos. A rebelião Lagrange), a óptica (Newton), o
na impotentes os seus filhos,- porque
os filhos d"um alcoolisado nunca são entificas, do modo de ser do homem em pó, sempre e sempre avançando, telescopio (Galileu), a dinamica,
sãos, mas sim raquíticos, anêmicos e, e da natureza, defende o predomí- sempre indomável. Como ha-de ser a sciencia do movimento (La-
na maior parte dos casos, doidos. nio da razão sobro a fé; o pensador vencido o espirito de rebeldia, se é place) a metereologia.
Combateu também o parlamen- que, utilisando os conhecimentos do a ele que devemos tudo; se mercê
fisiólogo e do anatómico, diz que dêle o mundo marcha á perfeição, á Eis a l g u m a s das inúmeras
tarismo e referiu-se com calor e en-
tusiasmo aos presos por questões não ha imortalidade da alma por- perfeição infinita ? sciencias que foi Ipreciso inven-
sociaes que jaziam em diversos cár- que não ha alma; o filosofo que se Para que narrar a revolução dos tar umas após outras, para, em
ceres de Espanha, e terminou di- aproveita dos descobrimentos do escravos contra os seus donos, a dos seguida e ao mesmo tempo ser
zendo : No dia em que todos nos fisico para negar a providencia e servos contra os seus senhores, a aplicadas, afim de nos elevarmos
unirmos, como um só corpo, com um para dizer q ue toda a matéria, mes- dos obreiros contra os seus amos ?
mo a que compõe o homem, obedece ao conhecimento do m u n d o fisi-
só pensamento, ai dos tiranos! Erga-se a manada ! Acima a ple-
ai dos exploradores! Só assim ás mesmas leis, ao modo de ser de co; mas se a p e n a s u m a fosse in-
be ! Levante-se o povo! E o objéto
poderemos chegar á conquista da fe- cada sistoma do mundo, de cada de tanta luta, qual é ? A liberdade. ventada, seria impotente p a r a
licidade e só na Anarquia ha a fe- planeta, de cada homem, de cada Historia humana, evolução, progres- resolver o «como» e explicar o
licidade ! animal, de cada planta, de cada coi- so: liberdade, sempre liberdade.
sa, contribue também ao advento «porquê» de t a n t o s fenomenos
A conferencia, alongou-se até ás Valeria a pena que o homem da n a t u r e z a que aos olhos dos
5 horas da tarde, sendo o conferen- da anarquia. Tudo, emfim, concorre
para a formação da sociedade igua- fosse o ser mais perfeito da nature- nossos a n t e p a s s a d o s passavam
te muito aplaudido e felicitado pe- za se não pudesse ser livre, se ti-
la numerosa assistência, que deban- litaria e libertadora. por ser cóleras divinas provoca-
vesse de viver sempre sujeito a re-
dou aos vivas a Anarquia e a Re- A forca organisada? As insti- deas, prohibições e ameaças ? Para das pelos pecados dos humanos.
volução Social! tuições armadas, a reunião dos po- que teríamos então pensamento? De P a r a nós, o universo, longe
Diversos grupos de camaradas derosos, a ignorancia dos pobres, que nos serviria fronte tão elevada de sei- obra do deus tealogico e
en-toavam o ino libertário pobsuidos não deterão, não poderão impedir o e rosto tão nobre?
duma fé ardente no luminoso Ideal que ha-de suceder necessariamente, fímfiin, leitor, inclina um pouco clerical, n ã o é mais do que a
de Redenção Humana. e hão-de vêr, se não impassíveis a tua cabeça para a terra e verás manifestação da matéria, única,
Acracio Progresso e João Batista impotentes, como se derruba o seu como esta instituição governativa eterna, indestrutível sem princi-
Otero dois destemidos combatentes mundo, como cáem em fanicos a re- que quiçá julgas indispensável á pio nem fim. A vida, no seu si-
do sindicalismo revolucionari > e da ligião, o poder, a propriedade. boa marcha da sociedade, não serve gnificado universal, não é mais
Anarquia, também aqui estiveram As monarquias hão-de vêr, im- mais que para colocar amigos dos
de passagem como prodigos somea- potentes, como em logar do rei da governantes exigindo-te contribui- que a evolução c o n t i n u a da m a -
dores do grande ideal de justiça on- teocracia se põe o rei da democracia, ções com o fim de mante-los sem téria, o eterno transformismo, n a
de realisaram algumas conferencias como onde antes estava o nobre se nada fazer. sua c o n s t a n t e dissolução e rein-
sobre o sindicalismo e comunismo colocou o burguez, como a classe Frederico Urales. tegração, onde n a d a se cria nem
anarquista. média ocupa o logar que antiga- se destrói.
A propaganda tem sido aqui no mente ocupou a classe alta.
Algarve mais ou menos intensa pe- A t r a v e z dos séculos, desde o
las conferencias, palestras, reuniões
de camaradas que difundem entre
Pois impotente também será a
burguezia, hoje detentora do poder
em monarquias e republicas, como
0 HOMEM EADIVINDAOE p i t e c a n t r o p o s aos nossos dias, o
cerebro h u m a n o , sempre insaciá-
os trabalhadores, os conhecimentos vão caindo todos os seus domínios vel n a descoberta da verdade,
da ideia; centenas de manifestos, Luz! Mais luz ainda!
e poderes para a revolução que leva levou-nos ao conhecimento da
folhetos, jornaes, revistas e livros em seu intimo um novo sistema de Goêthe.
também tem sido largamente distri- artes, de sciencia e de sociologia. «célula» que representa o primei-
buídos pelas massas proletarias da Q u a n d o nós afirmamos que ro m o m e n t o da vida animal, á
No reino social ha classe e espe-
região algarvia. cies, como no reino intelectual e no Deus não existe, e n t e n d e m o s que mais elevada expressão do gene-
Faro. JOSÉ FRANCO. animal. As classes representam sis- por esta fórma n e g a m o s a exis- ro h u m a n o : o homencu
(Continua).
temas de vida; como na natureza, tencia do deus pessoal da teo- Gulpilhares, 1913.
cada grupo uma classe; e em cada logia; do deus adorado pelos de-
especie um ser que apenas se dis- Giordano Bruno.
votos de todo o m u n d o sob vá-
Aos Libertários de Coimbra tingue das especies superiores da
evolução. rios aspectos e de diversas ma-
O mesmo acontece em politica. neiras; do deus oleiro que do na- A Anarquia perante os tribunaes
rti da cria o universo, do caos a
A ideia mais liberal que poude con- E d i t a d o pela Biblioteca «A
A F e d e r a ç ã o A n a r q u i s t a na ceber o grupo de nobres mais per- matéria; daquele deus absoluto Vida», acaba de ser posto á ven-
Região do Sul, convida todos os feito, serviu de enlace com o grupo bom e t i r a n o ao mesmo tempo,
mais conservador que formou a clas- da este magnifico folheto de pro-
a n a r q u i s t a s de Coimbra, a r e u - cujos a b s u r d o s a t r i b u t o s repu- p a g a n d a a n a r q u i s t a q u e consta
se média, e a ultima coneeção desta
nirem hoje, domingo, 30, pelas classe foi a primeira concebida pelo g n a m á consciência h u m a n a . do notável discurso do advoga-
12 h o r a s da tarde, na redacção primeiro grupo das especies politi- Bacon, Galileo, Cartesio, essa do Pedro Gori, p e r a n t e o t r i b u -
de «A Revolta» á r u a S á B a n - cas do mundo nascente. E se em sublime trindade que em F r a n - nal de G é n o v a , em defeza de 37
deira, 11—2.°, afim de t r a t a r cada grupo ha diferentes ideias, ha
também diferentes sentimentos, di- ça, Italia e I n g l a t e r r a iniciou a a n a r q u i s t a s a c u s a d o s de malfei-
d u m a s s u n t o de g r a n d e alcance filosofia e x p e r i m e n t a l — a scien- tores.
ferente arte, diferente sciencia. A
p a r a o desenvolvimento da p r o - nobreza com todas as suas especies cia p o s i t i v a , — d e u t a m a n h o re- Aconselhamos a sua leitura a
p a g a n d a e organisação anarquis- e derivações, sustinha a vassalagem, pelão na metafísica teologica q u e todos os estudiosos.
ta. a burguezia e o salario; o trabalha- abalou d n m ao outro extremo
dor pretende abolir toda a classe de O seu preço é de 60 reis, po-
N a reunião t o m a m p a r t e os do cosmos esse p a r t o m o n s t r u o -
escravidão. A nobreza alimentava o dendo os pedidos a c o m p a n h a d o s
c a m a r a d a s F e r n a n d o Gomes e so da ignorancia h u m a n a .
odio de povo a povo, de senhor a da respectiva irnportancia ser
A u g u s t o Q u i n t a s como delega- senhor; a burguezia mantém o odio C a d a descoberta da química, feitos á Biblioteca «A Vida»,
dos da Federação. ao estrangeiro; o proletário procla- da fisica, da biologia, da scien- rua Chã, 97—Porto.
4 A REVOLTA

Movimento Anarquista reorganisar a União Anarquista Al-


garvia, e neste sentido se pede a to-
dos os grupos o camaradas das di-
convidar todos os camaradas do Al-
garve a fazer parte do grupo, para
a publicação d 0 Libertário. A quan-
1. Apresenta-se com magnifico as-
pecto material e insere como lêma:
A Terra aos trabalhadores.
Federação Anarquista do Sul enviem versas localidades do Algarve, que tia a contribuir 6 de 5$(X)0 róis pa- Redacção: Calle Florales, 135,
quanto antes as suas adesões gaveis a 100 róis por semana, du- Barcelona.
á sede da União Anarquista Algar- rante o ano de 1914, que compete
O comité federal reunido com os
via, Largo do Pó da Cruz, 24, Faro. a cada camarada socio do jornal- 0
Der Freie Arbeiter (O Livro
grupos aderentes, em sua sessão de Trabalhador) Semanario orgão da
21-11 resolveu entre outros assun Libertário será propriedade de todos
Centro Libertário Federação Anarquista Alemã.
tos, convidar os camaradas anar- aqueles que contribuírem com a im-
portância acima mencionada e será Redacção: Oraniente, 187, Stffl,
quistas conscientes e grupos orga- Berlim.
nisados a federarem-se a fim de Um grupo de camaradas acaba orgão da União Anarquista Algar-
assentarmos numa organisação ba- de organisar em Faro, este centro de via. La Batalla Sindicalista—
sica, porque se a vida é lutar, lutar educação e propaganda anarquista. Toda a correspondência deve ser Quinzenário revolucionário, defen-
é viver, lutamos para não morrer, Esperam os libertários de Faro dirigida ao camarada .José Franco, sor das classes oprimidas.
pois compete aos anarquistas mos- que, todos os amigos qne simpáti- Largo Pó da Cruz, 24, Faro. Redacção: Real, 21-3.°, Ferro],
trarem que teem vida. sarem coin as doutrinas anarquistas Espanha.
que frequentem o Centro Libertário, Grupo o s H e b e l d e s
Resolveu mais convidar os ca- Freedom—(Liberdade) Perio-
onde se porão ao corrente da mar-
maradas anarquistas de Coimbra a dico comunista anarquista que se
cha libertadora das classes oprimi- Lisboa
reunirem lioje domingo, 30, a fim publica em Londres.
das.
de trocarem impressões com dois Redacção: Ossullon, 127, Street,
delegados da Federação que foram O Libertário Convidam-se todos os agrupados N. W .
nomeados para esse fim e que irão a reunirem na próxima quarta-fei-
munidos de documentos de apre- Por se reconhecer a util vanta- L a Voz dei Fueblo—Quinze-
ra, 3, pelas 8 horas da noite, no lo-
gem que traz á propaganda anár-
sentação.
quica, no Algarve, a publicação do cal do costume, para se tomarem nário sindicalista revolucionário,
Pró-presos jornal 0 Libertário, o grupo editor deliberações que só com a presença orgão dos sindicatos obreiros do
por questões sociaes resolveu em harmonia e de acordo de todos se poderá resolver. Tarrasa.
Redacção: Quemada, 15, Espa-
com o Grupo Jovens Libertários a 0 Secretario.
A dois membros do Comité da nha.
Federação Anarquista do Sul foi j Tierra!—Valente campeão do
feita por um grupo de anarquistas ideal anarquista que vê a luz na
espanhoes que se achavam de passa-
gem por Lisboa, uma saudação aos
anarquistas portuguezes e protes-
CANÇÕES LIBERTARIAS Republica de Cuba. Publica-se se-
manalmente.
Redacção: Dragones, 31-y-33
tando energicamente contra o des-
potismo governamental em conser- MOTE O Bem, a P a z , o Amor, Habana.
var camaradas presos por questões Na Patria Universal. El Porvenir dei Obrero—
sociaes. Fina lisa a tirania, Semanario de propaganda anarquis-
Esse grupo abriu entre si uma Na P a t r i a Univeraalj: 1 I I ta que se publica em Malión, Espa-
quête que rendeu e entregaram ao A ' v a n t e pela A n a r q u i a , nha.
nosso camarada Quintas, a quantia
de 1^200 réis e um relogio para ser Viva a Revolução Social. F i n d e m o s com os E s t a d o s Les Temps Nouveaux (Os
rifado ou vendido para os presos Q u e nos teem oprimido! Tempos Novos) Semanario anarquis-
sociaes, sendo resolvido em reunião Que vitimas temos sido t a - c o m u n i s t a com. u m suplemento
da Federação entregar á comissão literário todas as semanas.
Dos seus cruéis atentados; Redacção: Rua da Broca, 4, Pa-
pró-presos. Despertae, ó produtores, Revoltae-vos explorados
O comité federal saúda todos os ris.
camaradas anarquistas espanhoes. Se vos quereis emancipar, C o n t r a toda a v i l a n i a ,
P a r a assim vos libertar, P ' r a f i n d a r a hipocrisia, La Accion Obrera - S e m a n a -
O Secretario, rio sindicalista revolucionário de
Dos tiranos opressores, E t r a n s f o r m a r a sociedade j
Bernardino dos Santos. Buenes-Aires.
C a m i n h a e trabalhadores Se quereis T e r r a e L i b e r d a d e , Redaccão: Méjico, 2207, Argen-
Grupo Anarquista «Revolta» Com firmeKa e valentia; A ' v a n t e ftela^Auargnia- tina. ' '
Derrubando a burguezia, S o l i d a r i d a d Ob e r a — Sema-
São convidados todos os cama- Vossa obra está feita! I V nario sindicalista revolucionário or-
radas pertencentes e este grupo a Que n a sociedade perfeita gão da Confederação Regional do
reunirem, hoje domingo, pelas 3 F i n a l i z a a t i r a n i a . Vamos n a r e i v i n d i c a ç ã o Trabalho da Catalunha.
horas da tarde, na redacção de «A Redacção: Calle Pomente, 24-2.°,
Revolta», para continuação dos tra- Dos nossos sagrados, direitos,
Barcelona.
balhos pendentes da ultima reunião I I Não seremos m a i s avijeitos,
sobre os presos por questões sociaes. A L a n t e r n a — F o l h a semanal
A' torpe, e x p l o r a ç ã o ;
Pede-se aos camaradas que não A gloriosa libertação de combate ao clericalismo e de ten-
Queremos ter ftvre acção, dencias anarquistas.
faltem a esta reunião. Só o A n a r q u i s m o a dará; P a r a nós t ã a f r a t e r n a l ; Redacção: Largo da Só, 5, S.
Grupo Jovens Libertários P o r q u e elle d e r r u b a r á Proletariado, m u n d i a l , Paulo, Brazil.
A a t u a l organisação; E m prol d'a s a n t a egvtaldade, O P r o l e t á r i o — Quinzenário
Subordinado a este titulo acaba F i n d a r á com a servidão. B r a d a e , r,om n o b r e h o m b r i d a d e sindicalista revolucionário.
de se constituir nesta cidade, uma P a r a o povo m u n d i a l , V i v a a xievolução Social. Redacção: Largo de Camões,
agrupação que tem por fim difun- Esse sublime I d e a l 2-E, Aveiro.
dir entre as classes trabalhadoras a O Grito Social—Quinzenário
Q u e dará ao p r o d u t o r JAIME AUGUSTO.
propaganda das ideias anarquistas. de tendencias anarquistas.
Redacção: Aradas, Aveiro.
União Anarquista Algarvia bem r orientado semanario comunis-
Jornaes recebidos ta-anr irquísta, orgão dos rebeldes O L i b e r t a d o r — Quinzonario
sindicalista revolucionário orgão
Cori forme .anunciou o nosso va- mexit janos que atualmente se batem
lente camarada A Aurora, efetuou- A Aurora—Semanario comu- pelai rnplantaçg,o do Comunismo Li- dos operários tanoeiros do Porto e
se a projetada reunião de todos os nísta-anarquista brilhantemente re- vre. Gaia.
elementos anarquistas de Faro. digido pelo camarada Alves Pereira. R edacção.- Los Angeles, Estados Redacção: Avenida da Republi-
Todos reconheceram como uma Redacção: rua do Captivo, 16-1.° Unidos da America. ca, Vila Nova de Gaia.
das mais imperiosas necessidades, o Porto. O Sindicalista — Semanario A todos estes camaradas de lu-
organisarmo-nos fortemente em nú- A C o m u n a — Quinzenário de que defende a acção revolucionária ta pela integral emancipação das
cleos do propaganda activa e revo- propaganda anarquista, dirigido por para a conquista da eariancipação classes trabalhadoras o nosso abra-
lucionaria para difundir largamente uma pleiade de novos que cheios dos trabalhadores. ço de solidariedade.
entre os trabalhadores da região de fó e entusiasmo lutam pelo ad- Redaccão: rua das Graveas, 55— — No proximo numero conti-
Algarvia, os sublimes princípios da vento duma sociedade nova. 1.°—Lisboa. nuaremos publicando a lista dos
emancipação humana. Redacção: Praça da Republica, L e L i b e r t a i r e — ( O Libertário) jornais que visitam a nossa reda-
Assim o compreenderam os ca- 54—Porto. Importante semanario orgãcr da cção.
maradas de Faro, possuidos de uma Volontá—(Vontade) Semanario Confederação Com unis/ta Anarquis-
grande força de vontade e, cheios de propaganda anarquica, dirigido ta Revolucionaria Franceza.
de fé no novo ideal a empregarem Na sociedade socialista todos os
pelo velho propagandista Henrique Redacção: rua Orsál, 15, Paris
todas as suas energias no trabalhar Malatesta. Salud y Fuerza — Revista meios de produção doam, concen-
pelo progresso rápido da propagan- Redacção: Casella Postale, 91,, mensal Neo-maltusiana e anarquis- trados nas mãos do Estado e nào
da do redentor ideal anarquista. Ancona, Italia. ta. ha modo algum de escolher.
Compreendendo de quanto é útil L a Voz d e i Obrero—Decenal I Redacção: Provenza , 117 pral, Os atuaes trabalhadores gasam
á propaganda, o dar-se maior im- sindicalista revolucionário, orgão ' 1.°—Barcelona.
pulso á organisação anarquista no dos sindicatos obreiros da Corunha, j hoje de mais ampla liberdade que
La Voz dei Camp esino—Pe- a que teriam com a sociedade so-
Algarve, os camaradas de Faro acor- Redacção: Socorro, 3, Corunha, riodico de propagandi i libertaria
daram na sua ultima reunião efe- Espanha. entre os trabalhadores do campo, cialista.
ctuada em l i de novembro pp. em H e g e n e r a c i o n — Enérgico o de que acabamos de * eceber o n.° Kaustki.

\
Preço A O réis

A REVOLTA
Quinzenário orgão da Federação Anarquista na Região do Sul
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇAO Propriedade da FEDERAÇÃO ANARQUISTA Composição e impressão

Rua Sá Bandeira, 1 -1 — 2.' DIRETOR— Augusto Quintas Tip. MINERVA CENTRAL

COIMBRA— Portugal EDITOB — J o s é de A z e v e d o Rua Tenente Rezende — Aveiro

que pensam. O reinado das tiranias, dos a m o s e dos senhores já


Organisação Operaria vai longo. E' preciso p r e p a r a r m o s para a Revolução Social Ex-
p r o p r í a d ô r a que h a - d e libertar o velho m u n d o da e s c r a v i d ã o se-
e Organisação Anarquista cular. -
Para isso, libertários, reuni as vossas forças, formai gru-
pos, federai-vos!
No ultimo C o n g r e s s o Anarquista, realisado este a n o em P a r i s
com a assistência dos mais conhecidos elementos libertários d a - veementes e dedicações sublimes
quela grande cidade, reconheceu-se e formulou-se a conveniência
que teem os a n a r q u i s t a s em acionar nos sindicatos operários.
 HUMANIDADE L I Í E que abalaram por todos os lados, o
borolento edifício social.
Entre as luminosas e carateristi-
P o r é m a decisão ali t o m a d a c o m o fim de aproveitar a aglo- 0 século passado e o principio cas figuras, que imortalisaram este
m e r a ç ã o dos t r a b a l h a d o r e s e p o r t a n t o dos explorados para lhes do atual até hoje, têm sido fases de passado repleto de gloria e de hon-
ensuflar a ideia da Greve Gerai ExpropríadÔra, m a n t e n d o ardente conjugação de forças proletarias, de ra notabilisadora, que ha-de ficar
eternamente gravado nos anaes das
a c h a m a s a c r o s a n t a da rebeldia e fazer do sindicato um o r g a n i s - difusão de critica demolidora contra lutas do operariado mundial, sobre-
mo de ativo c o m b a t e contra o capital, impedindo com os nossos as bases injustas e irracionaes em
que assenta a sociedade burgueza, sai nobre e audaciosa, a figura de
esforços que os t r a b a l h a d o r e s v ã o cahir nas mãos dos políticos, e de construção de vastos planos Bacunine, com o seu perfil de rude
tai decisão — repetimos — n ã o supõe de forma alguma o a b a n d o - duina organisação, egualitaria e har- batalhador, sempre abrazado pelo
no da o r g a n i s a ç ã o netamente a n a r q u i s t a . moniosa, duma patria Universal on- clarão de revolta, sempre ilumina-
Para aqueles que, como nós h ã o lido a s teorias libertarias e de todos os seres humanos encon- do por uma abnegação altruísta e
trem um certo bem-estar impossi- desinteressada.
concebido a Ideia Anarquista ha alguma coisa de mais g r a n d i o s o vei de se obter presentemente. Defensor acérrimo dos humildes
e sublime p o r que devemos l u t a r ; alguma coisa mais nobre e m a - O século anterior foi essencial- párias, esto fogoso tribuno das'mul-
gnanimo que a luta de classes, mantida pela organisação o p e r a - mente demolidor e revolucionário, tidões era a encarnação suprema das
ria: é a luta pela felicidade universal, pela títumora, pela egual- devido aos ataques soberbos e cer- aspirações populares, e prodigiosa-
dade, pela Hbertação humana. teiro^. que se vibraram com um ca- mente os alimentou com 0 íolgor
Para os que, c o m o nós. conhecem e a n c i a m ver termina ca lor inflamado de entusiasmo, pela da saa palavra eloquente, com o
deíeza da Verdade e da Justiçá, nas tom decidido e vibrante da sua raas-
essa degladiação que todoí c o n s t a t a m o s entre a classe que pro- seculares instituições do estado e da cula compleixão fisica e moral, com
duz c a que detem • P a terra e os instrumentos de trabalho, entre os propriedade, qu.; escravisam os a sua alma imensa de destruição,
cravos c on séahores, ha- «sra* ra ia+à
H*à aia,,; ^wv^ro:-; ; q » - «f,va .ia i^^aya^ v^-»-.^.--
,-nue classes, para o ç ç p s e g m e n t o dum W W f i à . iMi n.HWj.UlÉlítft^ fóÉtf
"dê parte da sua coragem hercúlea gra»-
e
•^Sm^^^eJtiíM t , t . • t1| p^fjnfflft d e s s e nu . H H H H
ajaíawe, d g m „ « t c í s a ' r n a í : , â! VantlST: a CX&J0O fleSSt ftltM dos seus arueios revolucionários.
Ainda o ia.puiíionava, embõtó
saíarté que constitue a moderna escravidão do povo. froixauiente, o fogo arrebatador do Com a saa morte, a internacio-
T o d o s os que c o n h e c e m o estado que hoje, devido ao progres- braseiro ircendido de liberdade, que nal perdeu um dos vultos mais sa-
so da mecanica. tomou o coiiflito economico, sabem que o a u -a Revolução Franceza derramou a lientes. da mais firme bravura que
a parecera ai aa arena libertaria, uma
mento de salario conseguido após extrema luta n ã o modificou de jorros sobre o universo inteiro, in- individualidade que gastou todo o
ca tin eru
nenhtima forma a finança do operário, 4pòis lque o patrão, a u m e n - 1 , ^ todos os cérebros,as re-
,1,' " " , / .•. . e . , vslaçSes modernas aa Ciência, é sus- seu esforço vital e talentoso, na so-
tondo o custo dos produtos., -mediatamente fara pagar ao opera- ^ ^ ^ ^ o g c o r a ç 5 e s a ge_ lidificação dessa famosa associação,
rio-consumidor o que lhe levou c o m o o p e r a r i o - p r o d u t o r . nerosa moral da solidariedade que pouco tempo depois morria co-
A causa da miséria do operário não está na insignificância do Foi a primeira vez que os deser- berta de triunfos valorosos e dignos.
salario percebido, m a s no sisiêma básico da sociedade atual. dados da terra fraternisaram na mes- Desde essa época, até ao princi-
ma comunhão de ideias e sentimen- pio do nosso século, o anarquis-
Por isso nós o s anarquistas, p r o c l a m a n d o a necessidade de
tos, e lançaram^ ousadamente pelas m o entrou numa fase completamen-
fazer a b a l a r com a persistência da nossa p r o p a g a n d a e da nossa janelas da Internacional o seu aná- te nova de construção, de aturada
ação revolucionaria os podres alicerces desta c o r r u p t a sociedade, tema vigoroso de protesto, contra a analise social, de esclarecimento de
v a m o s mais longe, a f i r m a n d o : que 8 q u e s t ã o n ã o COnSÍSte n o exploração capitalista e contra o diversos pontos obscuros da doutri-
aumento de salario mas na plena e completa modificação do despotismo da autoridade. na que ofuscavam a ideia, e entra-
Este movimento organisador de vavam o seu desenvolvimento pro-
atual estado societário. resistencia operaria, assumiu pro- gressivo na estrada ampla duma
O r a , c o m o dizíamos no anterior artigo, para intensificar esta porções tão notáveis de guerra fran- transformação radical das socieda-
p r o p a g a n d a e praticar esta ação, é preciso congregar os nossos ca e aberta á desegualdade econo- des.
esforços, fortalecendo-nos a s s i m ; r e u n i n d o — n ã o c o m o na orga- n}iea, e engrandeceu-o tão fulguran- Novas individualidades iminen-
nisação operaria, para o conseguimento d e simples reivindica- te chente a avidez emancipadora que tes surgiram, de vasto saber enci-
regorgitava em todos os peitos dos clopédico e de elevada integridade
ç õ e s — , m a s para efetivar o triunfo das nossas a s p i r a ç õ e s ; p a r a trabalhadores, que a burguezia as- moral, como Kropotkine e Réclus e
realisar a sociedade perfeita, sem senhores nem escravos, sem ti- sustou-se, e aterrada contemplou muitas outras que imprimiram ao
r a n o s nem vassalos, 3 ílnarquia. essa magistral pleiaue de intrépidos Ideal Anarquista, uma orientação
lutadores. cientifica e filosofica, solucionando
E uma repressão furibunda e im com um rigoroso critério de verda-
Q u e r isto dizer que devemos a b a n d o n a r a luta nos sindicatos?
placavel, satisfez a larga sêde de de, grande numero de dificuldades
De forma alguma. O nosso esforço é necessário em toda a p a r t e vingança dos potentados terrestres, e objeções, apresentadas por sábios
o n d e se luta. que não desanimaram, enquanto o burguozes no intuito de amesqui-
E' preciso criar consciências no meio o p e r á r i o , e v i t a n d o sem- espectro imponente da Internacio nhar a doutrina, que a consagraram
pre o jogo que com a massa se p r o p õ e m fazer todos os políticos nal não caiu vencido e esfacelado. definitivamente, e ergueram esses
que aspiram subir aos plintos do poder. Mas os agitadores tinham deitado homens a uma categoria de respei-
prodigamente á terra, á grande mãe to e veneração pelo seu prestigio
E' preciso manter vivo, no seio dos trabalhadores, o espirito carinhosa e fecunda as sementes li- intelectual. Foi com esse concurso
de revolta contra as iniquidades e crimes das tiranias; é preciso bertadoras, dum Ideal de Bondade valioso de vontades de ferro, de ce -
preparal-os enfim, a receber e assimilar a p r o p a g a n d a que cá fóra, e Amor, que nascia nos horizontes rebros privilegiados, e com um amôr
nos jornaes, no livro, na conferencia h e m o s de semear a flux, fa- claros das imaginações ardentes, se intensissimo devotado á expansão
mentes que germinaram com abun- da Verdade e ao culto do Bem, so-
zendo assim germinar nos seus cerebros o Ideai que ha-de e m a n -
pancia, cheias de vida, palpitantes mente tendo em vista a felicidade
cipar a Humanidade. (suína seiva fremente que revigora completa da humanidade, é que o
Para esta p r o p a g a n d a que hemos de levar a efeito é impres as almas, clareando inteligências, de- movimento socialista-anarquista se
cindivel, se queremos r e a l i s a r e conseguir algo, a a u p a ç ã o dos fenindo ideaes, resuscitando paixões robusteceu poderosamente n'estes
4 A REVOLTA
últimos tempos, sendo hoje a única condições economicas em que vege- formos tenazes na nossa acção de sam : u m a escada que conduz ao
solução justa, que pode libertar a tam as classes trabalhadoras, das combatentes. poleiro, e onde u m a vez l á se
humanidade sofredora da iniquida- injustiças flagrantes quo dividem os Não tomos que fazer sentimen-
de capitalista e da opressão do es- homens, porque os instrumentos do n ã o cuida n u n c a n a q u e l e s que
talismo com os que nos oprimem.
tado. trabalho e os frutos da riqueza se Os nossos exploradores não exitam serviram de degrau.
Uma sociedade anarquista não conservam nas mãos duma minoria em nos roubar, saboteando, sem pie- A questão da tatica a a d o t a r
constituo hoje, como erradamente se ociosa, enquanto a grande maioria dade, a nossa existencia para enri- é precisamente u m a das coisas
diz e pensa, um conjunto de quime- produtora vive na escravidão e na quecer. E não'' analisaremos as ver- que mais interessa á classe ope-
ras irrealisaveis, nem tam pouco é miséria. gonhas e as mizerias que os sabo-
uma constituição de salteadores on- teurs burguezes nos impõem. raria, visto que o Congresso é
Uma sociedade anarquista Ana- organisado por elementos refor-
de predomine a desordem e o in- lisa com todos estes sofrimentos, or- A h ! não, que isto basta.
cêndio. A conceção livre, duma so- ganisando o funcionamento das so- A Revolução Social que se an- mistas os q u a e s certamente, u m a
ciedade comunista-anarquista, des- ciedades baseadas no livre acordo, nuncia será talvez a degladiação das vez no Congresso, hão-de defen-
abrochou expontanea e natural da no trabalho voluntário, na maxima boas e peores paixões. Mas seja o der por q u a l q u e r modo a tatica
asfixiante vida social, que bestialisa liberdade, condições bastante neces- que fôr que nesse momento se pre-
as inteligências, e depaupera fisica- sencie, não nos será dado vêr coisas reformista. J á Mário Nogueira
sárias para que a humanidade seja nos seus artigos n o Socialista
mente os homens, das manifestas verdadeiramente livre. tão odiosas, tão ferozmente aversi-
tendencias individuaes para a soli- veis, tão torturantes e tão hipócri- tem pretendido defender a tatica
dariedade humana, das péssimas J. Carreira. tas como as que nos rodeiam. de que é partidario, no que tem
E vós sindicalistas timoratos ou sido contradito pelo c a m a r a d a
adormecidos, sacudi o vosso torpor: Eates, isto é, só no que respeita
Sindicalismo Reformista vindo engrossar as fileiras dos sabo-
teurs, dos verdadeiros Anarquistas ás Bolsas e ao I n s t i t u t o do T r a -
Comunistas Revolucionários: sereis balho, que q u a n t o a o resto fica
e Anarquismo bem recebidos.
(De Le Libertaire ).
para dentro da Confederação, no
que não concordamos, pois, se-
Michel. g u n d o a nossa forma de vêr des-
Custa vêr, logo após o esfriar Os homens que glorificam uma *.*
dos ardores revolucionários, mani- estreiteza de luta puramente corpo- N . d a JR.—O presente artigo publicado de j á se devia fazer a mais l a r g a
festar-se o desejo de discutir as teo- rativa, que restringem o campo de em fundo com a epigrafe Ne dédai- p r o p a g a n d a do método revolu-
gnons pas les moyens d'action no bri-
rias, de revisar os métodos e d e . . . combate do sindicalismo e limitam lhante bi-semanario de Pariz, dirigido cionário, p a r a este ser discutido,
formular conclusões diametralmen- o emprego dos meios de guerra que por Sebastião Faure, constitue uma visto que os reformistas hão-de
te opostas ás afirmações feitas du- possuem os salariados, esses homens resposta ás declarações feitas por Mer-
pretender impôr o seu método,
rante os períodos belicosos. são sinceros ? rhein na conferencia por este realisada
Ha algum tempo que todos os mé-
nas Bolsas do Trabalho, no decorrer como sucedeu em todos os con-
Teem eles uma opinião que pos- da qual foram pronunciadas as seguin-
gressos realisados antes de 1909,
todos d'ação do sindicalismo obrei- sa ser discutida. E u não o creio. te s frases : E' preciso que a Confede-
ro sofrem uma analise dialética, ou Eles não são sinceros e a sua opi- ração Geral do Trabalho não seja a congressos em que eles teem en-
por outra passam por uma tritura- nião não é mais que a expressão du- presa de uma seita, quer de anarquis-
tas quer de irresponsáveis. As greves trado e p u g n a d o sempre pelo re-
ção laboriosa; isto com o único fim ma consciência interessada na or- geraes continuas devem ser postas de formismo, t e n t a n d o até t o m a r &
de converter num reformismo cal- dem de coisas existentes. parte. A acção social demasiada pre-
mante as veleidades de insubmissão judica a acção corporativa. organisação operaria como u m
que surgissem ainda no seio do Mas esses sindicalistas e o chefe b a l u a r t e do Partido Socialista.
povo. do partido socialista unificado não
são os revolucionários. Os primei-
Reconheceram que as greves ros, tirando o espirito de revolta
eram demasiado numerosas e mal aos explorados, preparam os pacien-
0 Congresso Nscioosl N ã o devemos p o r qualquer
forma deixar que a organisação
operaria cáia nas mãos dos ele-
preparadas; que não refletiam devi- ' tes, os servis, que se volvem desor-
damente, antes de as declarar, nas ganisadores. 0 segundo, Jaurés, com-
dolorosas consequências que elas bateado a Sabotage arranca das
Operário mentos reformistas, e muito mo-
nos naqueles que a n d a m emb • -
acarretavam; que, por outro lado, a mãos dos trabalhadores a arma mais Deve realisar-se pelos fins de nhados na politica.
sua espontaneidade e a sua forma forte de que dispõem contra os seus j a n e i r o e princípios de Fevereiro Manuel d'Abreu
batalhadora nem sempre denotavam *
um perfeito çanhecimonto dà aíffclj PIMPiffPS • .n.,rrt I • >-'1 u m Congresso Operário, ria ci- . - — • JP*.A-' - «R "
Quantto os home«e~*fue estão á- dade de T o m a r , com o fim de N. R.—Sobre o mesmo assunto to-
situação onde elas se declaravam. mos em nosso poder um arr>
Que conhecem os conflitos economi- testa do sindicalismo insultam os unificar a família proletária, n a do camarada Oscar í l a n d s l s y ^ u e
cos desencadeados pela embalagem que lealmente contradizem e com- Confederação Nacional d o T r a - publicaremos no proximo nu-
irrefletida provocada pelos irrespon- batem o seu reformismo conserva- balho. mero,
sáveis, com as suas «excitações de- dor, fazem obra anti-revolucionaria. A redação reserva-se o direito
magógicas», para levar os movimen E quando Jaurés, na Humanitê, pre- Será esse C o n g r e s s o u m a de-
tende fazer passar os saboteurs por m o n s t r a ç ã o das forças proletá- de se pronunciar ulteriormente
tos operários para um campo poli- sobre a presente questão.
tico, quando, pelo contrario, eles simples ladrões, nós podemos dizer rias do paiz c o n t r a quem os go-
não deviam jamais afastar-se do que este chefe politico é ura calu- vernos d a Republica hão feito
terreno puramente corporativo que niador servindo os moveis interesses toda a casta de perseguições, to-
lhes era conveniente.
A respeito da Gréve geral,
de vulgares políticos.
A campanha eleitoral aproxima- lhendo-lhes o passo a c a d a ins
A Anarqu
este espantoso grito de guerra que se: ser-nos-ha dado provar que não taiite, j á p e r s e g u i n d o os seus tne-
tanta vez tem feito tremer os ex- temos sido injustamente severos nas litantes, j á e n c e r r a n d o as sédes E' um erro empregar a pa-
ploradores, eles dizem, como de pas- nossas qualificações. das suas associações. lavra Anarquia como sinóni-
sagem, reconhecer que não tinha E' demasiado civismo, vir falar- Nos últimos tempos os gover- mos de violência, pois são
mais prestigio que a de classe. nos de ponto d'honra, de dignidade coisas opostas.
nos teem m a n t i d o dentro d a s
E o mesmo dizem da Ação di- obreira, de salariato honesto. No presente estado social,
réta. Se este método deu perfeitos Fóra! Imprudentes que sob o prisões a maior p a r t e dos mili-
resultados, não sucede hoje o mes- pretexto de nos proteger, nos cin- tantes operários, precisamente a violência a cada momento
mo, com um patronato organisado tura o corpo para impedir de nos aqueles que mais a l g u m a coisa se emprega e por isso nós
e os agentes da ordem mantidos per- defendermos e permitir aos nossos podiam fazer nessa g r a n d e r e u - também propagamos a vio-
manentemente. adversarios esmagar-nos impune- nião, a e f e t u a r com o intento da lência, porém, somente con-
Emfim, a S a b o t a g e ! Que di- mente. tra a violência, c o m o um
zem agora desta pratica de luta tão Roubam-nos a nossa liberdade realisação d u m organismo de
assoladora e ruinosa para os patrões? de homens, a nossa subsistência e combate solido.
meio necessário para a defe^
Seria excelente noutros tempos, mas, não temos o direito de revolta? E S e g u n d o as discussões que te- za.
ao presente, a sua eficacia é contes- então os falsos irmãos que nos atrai- mos a c o m p a n h a d o n a imprensa, A Anarquia é a ordem sem
tável. Nós diremos mais : a Sabo- çoam; os mandantes que pactuam nessa reunião não se discutirá governo.
tage volta-se contra os que a exer- com os nossos amos; os policias que Nós, os anarquistas cremos
cem e acusa da sua parte uma certa carregam sobre nós e a tropa que a tatica que a C. N. T . deve se-
depressão moral. Abate a sua di- nos espadeira ? Não devemos defen- guir u m a vez organisada. T e m que se avisinhem os tempos
gnidade e leva-os ao nivel dos bru- der-nos por todos os meios e usar a dito o c a m a r a d a Carlos R a t e s em que os explorados l eclr
tos. Jamais a honra da classe tra- Sabotage ? que u m a vez dentro d a C o n f e - marão seus direitos aos ex-
balhadora baixaria, se não tivesse Sim,—não acrediteis Jaurés—a deração se discutirá a melhor ploradores e cremos ainda
recorrido a uma destruição sistemá- Sabotage é um precioso meio de que a maioria do povo, os
tica das matérias primas e a uma luta de que nós não fazemos ainda forma de a orientar.
delapidação dos instrumentos de tra- o necessário uso. Este meio tem Nós somos Sindicalistas Revo- trabalhadores da cidade e dos
balho. £ ' uma desqualificação da uma vantagem sobre todos os ou- lucionários e por isto mesmo opi- campos revelar-se-hão contra
sua personagem o esmagar o seu tros : é que ele pôde corresponder a n a m o s que nessa g r a n d e p a r a d a a burguezia de hoje.
produto; é desonrar-se, o destruir a todas as fases de batalha. Não so- Mignol S c h w a b .
obra modelada pelas suas mãos e mente ele pôde ser empregado nas se discuta a tatica a adotar, fa-
elaborada pelo seu cerebro. duas taticas : ofensiva e defensiva, zendo vêr, ao mesmo tempo, a Anárquico é o pensamento hu-
Eis o que clamam e proclamam mas ele pôde ainda fazer a coersã^.; todos os g o v e r n a n t e s e aos que mano e para a Anarquia caminha
os assagis do sindicalismo e os gran- a ruina do banqueiro, tornando im- o p r e t e n d e m s e r que a classe a Historia.
des retoricos da politica. possível a vida social presente, se operaria n ã o é j á o que eles pen-
J u a n l i o vi o.
4 A REVOLTA

A REVOLUÇÃO MEXICANA l a . . . Devido a toda esta lama què


tanto sujou os principios, é que a
propaganda bastante afrouxara, so-
frendo a ideia um grande atrazo no
dra burguezia se ufana de gozar o
que constituo uma vergonha á luz
do progresso e da civilisação.
Povo traball ador: quando será
Algarve, principalmente em Faro. que para ti chegue a soár a hora da
Os jornaes burguezes inserem j em seguida incendiado os quartéis Desde 1906 a 1912, quasi nada tua integral emancipação? Quando
largas referencias sobre o movimen- e os principais edifícios, proclaman- se poude fazer de util, em prol da tu nos deres as mãos e impôres-te
to politico do México. do-se únicos donos daquelas re propaganda anarquica, devida ao di- contra quem te explora e oprime.
Depois do assassinato dos irmãos giões. minuto numero de camaradas que Ergue-te e vem depressa conos-
Madero, o ditador Huerta proseguiu = Perto da estação de Las Ta- fazia a sua difusão. co enveredarmos pelo caminho que
na série dos seus crimes; Felix Dias blas os revolucionários comunistas Em 1908, constituia-se em Faro conduz á nossa emancipação econo-
voltou ao México para de novo dis- fizeram parar um comboio de mer um pequeno grupo de camaradas, mica e social. E então, só então
putar a presidencia e reocupar o cadorias apoderando-se destas e fa- com a denominação de Livres, em
nascerá para ti oh! escravo moder-
poder de onde ha anos havia sido zendo voar em seguida a locomoto- 18 de Março do mesmo ano efetua-
no, uma nova aurora de justiça e
deposto; o partido de Carranza, em ra com o auxilio de uma forte caixa ram uma sessão de propaganda na
liberdade — o Comunismo Anar-
luta, ganha terreno; os Estados de dinamite. Associação dos Operários Sapatei- quista.
Unidos entreveem para apoiar este
sait-ãisant liberal contra Huerta. — Também um comboio de pas- ros, comemorando a data revolucio- Terminando dedico também es-
sageiros que havia partido de Pue- naria da Comum de Paris-, fez-se tas minhas palavras a todos os des-
Taes são, em resumo, os factos
bla com destino á Capital, foi assal- também no mesmo sentido, espalhar erdados da terra e ao mesmo tempo
plenamente referidos pela imprensa
tado, tendo sido fusilados dois te- aos proletários, um energico mani- saúdo a grande Familia Anarquista
mercenaria. festo de homenagem aos mártires que se espalha por todo o orbe ter-
nentes do exercito federal.
Mas, quer com o apoio dos Es- da Comuna. Após este trabalho de restre.
tados Unidos, o reaccionário Huerta — Los Reyes, cahiu em poder
propaganda, o Grupo Livres parali- Um abraço fraternal a Bartolo-
seja substituído por Carranza, quer dos chamados bandidos, sem neces- sou a sua ação.
não, nada fará mudar durante lon- sidade de disparar um só tiro, pois meu Constantino como um dos mais
go tempo ainda a situação, não nos ao aproximarem-se os burguezes Em 1909, em Monchique, funda- bravos propagandistas do Anarquis-
privando de vêr, quiçá por alguns reuniram mandando uma comissão va-se o grupo P a z e Liberdade, mo em Portugal.
anos, o territorio mexicano invadi- a pedir que entrassem pacificamen- que desenvolveu uma ativa propa-
( Conclusão)
do pelo fogo e regado por rios de te. Os rebeldes exigiram imediata- ganda entre os trabalhadores do cam-
JOSÉ FBANCO.
sangue. mente dois mil pesos em ouro para po; aderiu também ao protesto pró- — — a —
vitimas da tirania japoneza.
A propaganda levada a efeito a revolução, quantia que lhes foi Não ha patrias; dum pólo
Em 1911, em Faro, organisava-
ali pelos camaradas anarquistas, a entregue. No dia seguinte voltaram
lição colhida pelos Jaquis da leitu- exigindo dinheiro, cavalos e outros
se de novo, o grupo J o v e n s Li- ao outro, só vejo tiranos e
ra do manifesto dos libertários, re- plementos de guerra.
bertários, dando a sua adesão á escravos.
Federação Anarquista na Região do Diderot.
digido por Magon, foi tão completa — Os revolucionários tomaram a Sul, e, quando esta - federação em
que hoje os chefes carranzistas só rica mina de carvão denominada
11, 12 e 18 de Novembro do mesmo
conseguem substituir as suas tro- jRosita de que foi detentora-a fami-
pas com a promessa de distribuir as lia do tirano Madero.
terras aos camponezes.
ano, efetuava o 1.° Congresso Anar-
quista em Portugal, o grupo fez-se
A Mirrriiío
— Os jornaes burguezes do Mé- representar por um seu delegado
Mas como estes carranzistas xico referem que os rebeldes se apo nessas grandiosas reuniões de Con- As religiões em geral e especial-
egualmente aspiram á conquista do deraram duma vasta região entre fraternisação Anarquista. mente a católica, cuja preponderân-
poder, os anarquistas-comunistas Coaxacoalcos e Alvasado. Diz a
Foi a partir desta data, que ou- cia é manifesta na raça latina, im-
combatem-nos com o mesmo ardor mesma informação que os bandidos
tra vez no Algarve, irrompem de põe como obrigação, sitie<juonon
com que perseguem as tropas fede- s& entregam á mais desenfreada pi-
novo o dar-se o segundo impulso á aos seus prosélitos que aceitem in-
rais de Huerta. lhagem, como os burguezes chamam propaganda do desenvolvimento das tegralmente sem queixumes nem re-
á expropriação dos bens naturaes e ideias comunistas-anarquistas. paros as sentenças que do alto do
U l t i m a s noticias a tudo produzido pelo homem labo- sanhedrim romano, o chefe da egre-
Assim o Grupo Jovens Libertá-
Por noticias chegadas do campo rioso e que por milhares de anos rios movido dum grande entusias- ja, como bom pastor, dita as suas
revolucionário e insertas no jornal tem estado nas mãos de uma mino- mo e uma poderosa força de vonta- ovelhas que aspiram a melhores
burguez El Imparcial e ainda ria enquanto a maioria morria de de em favor do ideal da emancipa- mundos no além tumulo. Mas não
completadas com as directamente fome. é só esta. As demais religiões per-
ção proletaria, lança-se intrepida- sistem ITO mesnWerrò.
<'olhidás pelos camaradas de R e - No México inicia-se a grande re- mente no vasto eanrpô da luta so-
feneracióll, sabe-jse que no e«ta- volução anunciada por tantos pen- cial a pelejar pelas mais sãs reivin- Os metafísicos religiosos, os ilus-
; i dè Sonora tres mil indios arma- sadores. tres psicologos que se entreteem
dicações humanas!
dos de espingardas e dispondo de Talvez que bem depressa possa- com o estudo sobre a imortalidade
Em 13 de outubro de 1912 saiu da alma, os doutos e insignes varões
munições, tomaram os povos de Pal- mos ver o mundo inteiro seguir tão em Faro o 1.° numero d'0 Liber-
ma, Bacun, Cocorit e Tórin, travan- nobre exemplo para pôr fim a esta tário que foi o primeiro jornal ilustres da igreja, não se cançam de
do combate com as tropas de May- já longa luta e exploração do Ho- anarquista até hoje no Algarve; hou- predicar que os seus discípulos e
;
orena, a quem derrotaram, tendo mem pelo Homem. adeptos devem desprender-se em
ve ao mesmo tempo a tentativa da absoluto das coisas terrenas onde tu-
organisação da União Anarquis- do é passageiro, para depois da mor-
ta Algarvia. Em Portimão forma- te obterem no reino dos ceus um
ruinam o produtor e enrique- va-se o grupo Verdade, em Olhão
cem as nações ; suprimi o ca- o grupo Filhos do Sol e em Bo- logar de honra para toda a eterni-
minho de ferro, o telefone, o liqueime ainda se chegou a organi- dade.
NO ALGARVE telegrafo, a navegação, o va- saiv o grupo H o m e n s Livres e E' tal e tão acendrado o odio
por, suprimi-vos a vós mes- aqui em Faro acaba-se de organisar que esses asseclas de deus dedicam
especie humana, que não trepi-
mos, porque excitaes o espi- o Centro Libertário e, breve rea-
a o meu caro amigo Bar- rito revolucionário...» dam ante os meios a empregar pa-
parece O Libertário, que dará um ra insuflar no espirito do individuo
tolomeu Constantino Após a publicação do manifesto grande avanço á propaganda do su- a ideia de que a saúde corporal, a
surgiram as perseguições á propa- blime e redentor ideal anarquista, beleza, o amor, os bens terrenos
vi ganda anarquista, havendo no mo- na provincia do Algarve. emfim, são coisas despresiveis com-
Em 1906, fundou-se em Faro o mento por parte dum grupo de ca- Camaradas! Trabalhadores! paradas com a salvação da alma.
G rupo Jovens Libertários, e, em 11 maradas, mais alento e mais vigor Despertai para onde o Sol da Li-
do Novembro do mesmo ano o gru- para a luta, na defeza do grande e berdade se levanta; indicando-nos a O exame de consciência, pratica-
po ínzia publicar um manifesto aos alevantado Ideal da Felicidade Hu- rapida marcha para a inevitável e do pelos ascetas, é uma escola de
trabalhadores do Algarve, comemo- mana ! degeneração e de desmoralisação,
grandiosa Revolução Anarquis- verdadeiro estendal de misérias so-
rando a data tragica do assassinato Mas. .. os outros camaradas co- t a ! . . .
dos anarquistas de Chicago. ciais desfiadas uma a uma ante os
meçavam por fugir cobardemente A sociedade atual está infame e olhos do penitente afim de desper-
O manifesto foi apreendido pela do nosso campo de batalha em prol pessimamente organisada na explo-
policia e presos diversos camaradas. da Anarquia. Depois vieram os po- ração do homem pelo homem, ó ne- tar no seu intimo um sentimento de
Motivou a apreensão do dito mani- líticos, a dizer-nos que era preciso cessário que nós os anarquistas, fa- humildade que reduz o individuo á
festo, o publicar algumas palavras primeiro de que tudo fazer-se a Re- çamos o máximo de esforços bem condição de automato.
proferidas pelo mártir da ideia anar- publica e, que logo a seguir, as combinados, para que no ataque de- Já os filosofes da escola de Stir-
quista Augusto Spies, no tribunal ideias dos operários eram um ins- cisivo e revolucionário que lhe pre- ner e Nietzsche ridicularisavam a
de Chicago perante o juiz que o tante a ser um facto. O maior nu- tendemos dar no já proximo futuro moral católica classificando-a de mo-
condenou á morte: ral dos escravos-, de facto, quando
mero de camaradas deixaram-se ir sáiamos triunfantes legando á Nova
Quereis acabar com os agi- arrastados com as promessas dos Humanidade ditosos dias de felici- assim procediam, tinham a visão
nitida de que semelhante sistema,
tadores? Aniquilai os patrões políticos intrujões, e, ainda outros, dade numa era de paz, justiça e apoiando-se no miserável e no abje-
que ajuntam as suas fortunas fizerana-nos uma guerra atroz, infa- «amor. cto buscavam reduzir as ambições
com o trabalho dos operários; mando vilmente as ideias que di- Cumpre-nos a nós os anarquis- humanas no globo terráqueo, rele-
acabai com os detentores da ziam lhes ser sagradas; continuan- tas, sermos os primeiros a irmos fa- gando-as para uns mundos imagi-
terra que acumulam tesouros do, ainda hoje, esses reles renega- zer
com a?s rendas que arrancam dos, quão nojentos transfugas, a des entre os trabalhadores das cida- nados, fora do ambiente que nos
e dos campos a propaganda das rodeia, quando tal felicidade a de-
IOS miseráveis e esquálidos procederem contra as ideias anar-
lavradores; destruí as maqui- quistas que hontem pareciam ser nossas ideias generosas e lutarmos in- vemos procurar nas forças da Na-
trepidamente em defeza dessa imen- tureza que nos cercam.
nas que revolucionam a in- defensores, colocados agora duma sa multidão proletaria, enorme le-
dustria e a agricultura; que maneira tão imbecil e canalha den- Procurar, pois, a felicidade em
multiplicam a produção, ar- tro do partido socialista de game- gião faminta e escrava que produz mundos imaginarios, é o peor de to-
todas as riquezas sociaes, que a la- dos os sistemas, mas que serve a cas-
4A REVOLTA
ta sacerdotal ás mil maravilhas, para e Sindicalismo, com o fim de res- ração de que são vitimas por parte p a r a t r a t a r de a s s u n t o s que di
se tornarem os únicos e exclusivos ponder aos a t a q u e s dos sindica- da gananciosa companhia. zem respeito á p r o p a g a n d a a n a r -
directores no mundo real, o único Foi aprovada por aclamação uma quista.
listas e fazer conhecer o ponto
mundo onde existe a felicidade po- moção de protesto contra a tirania
sitiva. de vista a n a r q u i s t a , na a c t u a l governamental. A reunião realisa-se n a r e d a -
A moral, hoje, é uma sciencia controvérsia entre sindicalistas e cção da «Revolta».
separada da religião e sem necessi- anarquistas. Gabinete de Leitura
dade de ajuda alguma desta, nos Após s u a saída. A Revolta dar- Aos assinantes de Évora Os j o r n a e s e revistas de que
domínios do mundo real. Os padres
e os catolicos, pore'm, não o enten-
Ihe-ha publicidade nas stuss co- e Leiria recebemos p e r m u t a , e os folhetos
dem assim, e, para eles, não é possí- lunas. e li vros que nos forem oferecidos,
vel moral sem religião. Cuba Prevenimos os nossos assinan- estão postos á leitura livre dos
A justiça, é a única moral em tes destas localidades de qne va- c a m a r a d a s e de todas as pessoas
torno da qual devem girar todas as CONDENAÇÃO AFRONTOSA mos proceder á cobrança das
virtudes. Ora, nas religiões, o me- que simpatisam com as doutri-
- O t r i b u n a l do C a m a g u e y , con-
nos que se encontra e' justiça; e tan- a s s i n a t u r a s em séries de 10 n ú - nas a n a r q u i s t a s .
to isto é certo quanto mais os apos-
denou o c a m a r a d a E v a r i s t o V a s - meros, 130 réis, incluindo o por- A nossa redacção, onde se en-
tolos das religiões pretendem paraquez L l a n o , a prisão p e r p e t u a . te do correio. c o n t r a instalado o gabinete de
si o único poder na terra: o de ter a
0 defensor, dr. Z a y a s , apelou A -estes, p o r t a n t o , pedimos leitura, e n ç o n t r a - s é aberta todos
humanidade produtora ajoelhada a
para o S u p r e m o T r i b u n a l . que, caso saiam, deixem em casa os domingos das 9 horas da ma-
seus pés numa atitude de submissão
que repugna e repulsa á consciência O cos .ité e n c a r r e g a d o da s u a a importancia do seu debito, pa- nhã ás 5 da tarde.
humana. defeza, não desanima e segue a ra evitar e m b a r a ç o s á adminis-
tração
Federação Anarquista no Sul
Gulpilhares, igi3. s u a h u m a n i t a r i a c a m p a n h a , re-
Reuniu o Comité Central j u n -
Geordano Bruno. c o r d a n d o aos companheiros te
?\OS AGENTES tamente com os g r u p o s União
todo o m u n d o que a i n d a é te t o
das Mulheres Anarquistas, Re-
de a r r a n c a r a vítima das garras Mais u m a vez rogamos aos
BIBLIS RUBRB da b u r g u e z i a . nossos agentes, a liquidação das
beldes, 26 de Novembro, Fiihos
da Revolta, Sol Universal e Bra-
Que todos enviem ao presiden- s u a s contas p a r a com a adminis-
A sentença que condena á morte ço e Cerebro, de P o r t a l e g r e , re-
te da Republica C u b a n a o pro tração deste j o r n a l .
os Vaillants é impotente para su- solvendo aderir a todos os mo-
testo r e c l a m a n d o a libertação de A Revolta é u m a publicação
primir ou sequer assustar o Anar- vimentos de libertação, q u e r se-
Vasquez! exclusivamente de p r o p a g a n d a
quismo. j a m em favor dos c a m a r a d a s pre-
anarquista.
China T o d o s os que mais activamen-
sos quer em favor dos t r a b a l h a -
Está demonstrado, e pela pró- dores esmagados pela acção b r u -
PERSEGUIÇÃO Á IMPRENSA te nela cooperam, são trabalha-
pria policia, que, desde as primei- tal do capitalismo. Protestou con-
ANARQUISTA dores que n e n h u m a recompensa
ras repressões, o numero de anar- tra o criminoso silencio da Asso-
auferem pelo seu trabalho.
quistas tem crescido na proporção Os libertários do c h a m a d o Ce- ciação do Registo Civil e Liga
Parece-nos, pois, j u s t o que
de u m para m i l . leste Império que no mez de se- dos Direitos e Defeza do Homem
• t e m b r o começaram ali editando
sejamos atendidos o mais pron-
em face da prepoteneia g o v e r n a -
t a m e n t e possivel.
.Pense-se o que será (quando u m semanario arlarq nista.. em mental que conserva encarcera-
4
Vaillant é guilhotinado) uma reu- chinez e esperanto, eoiít 'o li'ah? dos nau prisões da R e p u b l i c a os
nião secretai de anarquistas, dos
verdadeiros, dos puros, desses mi-
La Vôco de la Popóto (A Voz do
Povo), enviaram á imprensa anar-
Movimento Anarquista livres pensadores portuguezes
que se não c u r v a m perante o ti-
lhares de Operários de coração ge- quista de lodos os paizea, u m a r a n o Afonso Costa.
neroso e exaltado, para Que o comunicação n a quai fazem scl- Juventude L i b e r t a r i a
Foi lida i apreciada u m a car-
Ana,rqms°no é a v&r-ãadaira. reden- ente que o g o v é r n o cumes, im- Na séde da U n i ã o Geral dos ta do csnmuv. ia Cipriano P r o e n -
ção da humanidade, e que admi- pediu a publicação do jornal por 'Tr,ib«Vh%dare.<?.. realjsttji.-ae ng. j a , pr-. so rio Limoeiro por u m a
ram no homem que se sacrificou temer a difusão dos princípios penúltimo domingo a primeira 'falsa -fei uiiiiH descrevendo o
por essa ideia santa, nm mártir anarquistas. conferencia d u m a série que os seu p r e ç á r i o estado,e de sua com-
do amor dos homens. Esses d e n o d a d o s c a m a r a d a s c a m a r a d a s d a Juventude Liber- p a n h e i r a que se e n c o n t r a t u b e r -
resolveram c o n t i n u a r , d e n t r o em taria vão levar a efeito para es- culosa, com tres filhos de t e n r a
E quando a sociedade mata os breve, a ana publicação e m Ma- p a l h a r a educação libertaria no edade. Sobre este a s s u n t o resol-
anarquistas — é a sociedade, que cau, p a r a onde se dirigiram. seio das classes o p r i m i d a s . veu oficiar á Associação dos Gra-
fabrica, as bombas. A n o v a direcção do j o r n a l é : Foi conferente o p r o p a g a n d i s - zomistas pedindo a cedencia das
Sifo, 41, R u a da P r a i a Grrande ta F e r n a n d o Gromes que disser- suas salas afim de se dar ali um
E Ç A DE Q U E I R O Z . —Macau. tou por largo tempo sobre O beneficio. E m face de sej- u m a
A n a r q u i s m o , e com aquela obra justa e h u m a n i t a r i a , a F e -

Construccãs Civil de [vera d e s e n v o l t u r a que lhe é peculiar, deração roga a todos os camara-

Além fronteiras A direcção da Associação E v o -


rense de Classes de C o n s t r u c ç ã o
Civil e Artes Auxiliares, partici-
d e m o n s t r o u o beneficio que traz
para a H u m a n i d a d e o sublime
Ideal A n a r q u i s t a . Com m u i t a
clareza fez vêr á assistência que
das a n a r q u i s t a s e h o m e n s de co-
ração o seu apoio moral e m a -
terial em prol desta causa.
Centro Regeneração Humana
a terra é pertença de todos aque-
França pa a todos os sindicatos operá- les que t r a b a l h a m , e n ã o desses
Alcantara —Lisboa
rios do paiz que j á reabriu a s u a A comissão administrativa des-
MOVIMENTO ANARQUISTA
que vivem e x p l o r a n d o a classe
nova séde, n a r u a P e d r o Simões, te centro, reunida em 3 do cor-
trabalhadora.
P a r a elucidação de todos os 22, É v o r a , p a r a onde deve ser rente, deliberou apelar p a r a to-
Concluiu dizendo que o povo
c a m a r a d a s q u e desejem comuni- dirigida t o d a a correspondência. dos os c a m a r a d a s sócios, o pa-
só será feliz q u a n d o se libertar
car com as federações a n a r q u i s - gamento das suas quotas em
Pela Direcção, da tutela dos E s t a d o s e da poli-
t a s de F r a n ç a , d a m o s a seguir atrazo, e, seu apoio moral e ma-
tica, p r o c l a m a n d o 3 Anarquia
as respetivas m o r a d a s : Manuel dos Santos Peixe. terial a favor do mesmo centro
em toda a terra.
p á r a que se não dê o caso de se-
Fedêracion Comuniste Anar- O conferente foi d u r a n t e a sua
rem os proprios a n a r q u i s t a s a
quiste Revolutionaire. — 5, Rue FERRO VIÁRIOS palestra e s c u t a d o pela assemblêa
contribuirem p a r a o esfacelamen-
Henri-— Chevreau—Paris. no meio d u m p r o f u n d o silencio.
to das s u a s organizações.
Fedêracion Comuniste Anar- Com larga concorrência realisou- S a u d a m o s os nossos c a m a r a -
quiste du Centre. —43, Rue Mon- se no ultimo domingo, na União das da Juventude Libertaria pela Grupo Rebeldes
tmailler—Limoges. Geral dos Trabalhadores, um comí- sua bela iniciativa, e que não Lisboa
Fedêracion Anarquiste du Sud- cio publico promovido por estes ca^ esmoreçam n a p r o p a g a n d a pelos R e u n i u este g r u p o e íesolveu
maradas, em favor das suas justas
Est.—17,.Rue Marignam—Lyon. reivindicações. Usaram da palavra principios da verdadeira liber- entre outros a s s u n t o s de cara-
— Noticia Le Temps Noveaux entre outros orador .s os camaradas dade. cter interno, m a n t e r a sua ade-
de Paris, que por todo o corren- Sergio Príncipe e José Gomes,, que são á F e d e r a ç ã o A n a r q u i s t a , n a
te mez se distribuirá por todos atacaram energicamente as infamias Grupo Anarquista «Revolta» Região do Sul, e nomear delega»
os sindicatos operários de F r a n - cometidas pela companhia contra a R e ú n e hoje, domingo, pelas 12 dos á mesma.
numerosa familia Ferro Viaria, e
ça u m a b r o c h u r a do c a m a r a d a horas do dia, c o n j u n t a m e n t e com O secretario,
defenderam a acção revolucionaria
Pierrot, com o titulo Socialismo como meio de terminar a vil explo- g r a n d e n u m e r o de c a m a r a d a s , Alfredo dos Santos.
N.° 2 6 - A n o 1 . ° Coimbra, 28 de Dezembro de 1913 Preço -IO réis

A
Quinzenário orgão da Federação Anarquista na Região do Sul
REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO Propriedade da FEDERAÇÃO ANARQUISTA Composição e impressão
u
Rua Sá Bandeira, - I I — 2. DIRKTOB—Augusto Quintas Tip. MINERVA CENTRAL
COIMBRA— Portugal EDITOB — José de Azevedo Rua Tenente Rezende — A v e i r o

Um ano de tirania lismo libertário, vi que o meu


amigo em parte laborava num
êrro porque declarando-se par
tidario do Anarquismo de fórma
carga c o m o são actualmente; e
chegando a uma certa idade são
obrigados pela lei a abandonar
a oficina para seorganisarem em
Ao alvorecer da manhã de 4 de outubro do ano de 1910, hou- alguma aceitava o Socialismo, rebanhos inconscientes (milita-
ve gargantas que, vocalisando o sentir dos corações, preromperam quiz expôr-lhe de fórma que me res V, para fazer calar a voz dos
em estrepitosos VÍV8S á L i b e r d a d e . E após uma breve luta os que compreendesse, mas... não que oprimidos pela força das armas;
pelejavam entregaram as armas. rendo força-lo a uma massada, e aqueles que se ausentarem das
N o v o s senhores foram aclamados, e não tardou que estes co- retirei-me. suas terras sem licença da auto-
meçassem tiranizando os que com b seu esforço e coragem o s ridade socialista serão punidos
elevaram aos plintos, ás culminancias do poderio. E' certo, haver duas formas e condenados a fazerem traba-
Cinco mezes depois os novos tiranos receberam o batismo de de socialismo, uma preconisada lhos pesados (2). A lei penal cas-
sangue com o fusilamento, na cidade de Setúbal, dos trabalhado- pelos social-democratas e outra tiga todos o s que não tenham
res declarados em gréve para reivindicar uma parte minima dos pelos anarquistas atenção ao trabalho e a descon-
seus direitos á tanto tempo protelados pelos seus exploradores. Assim os primeiros dizem aos sideração para com os superio-
Este primeiro acto bastava c o m o prova do que era essa Li- trabalhadores que para se eman- res (3).
berdade pela qual ardorosamente se pelejou e que os estrepitosos ciparem é necessário mandarem Na sociedade defendida pelos
vivas dos revoltosos saudavam naquele dia do outono d e - i g i o . os seus representantes ao parla- socialistas reformistas, será como
Mas. . . aquilo ainda não era nada. Os factos sucederam-se, mento para melhor poderem re disse Kaustki: « Os actuais tra-
precipitando-se breve, em extraordinário numero, numa continui- solver o problema economico; balhadores go\am hoje de mais
dade que raro se observa. Gréves abusiva e violentamente sufo- dizem ainda que se devem orga- ampla liberdade que a que teria
cadas: os direitos do povo miseravelmente desrespeitados; as par- nisar nos seus sindicatos, recor na sociedade que aspiram os so-
cas liberdades consignadas na Constituição ferozmente reprimi- rendo aos meios legais para re cial-democratas.»
das; amordaçada a anciã de justiça; a imprensa livre e indepen- solverem a s questões entre pa- Conforme se vai vér não é
dente suprimida, amarrada ao pelourinho da estupenda venalida- trões e operários, dando o resul- uma sociedacte baseada no an-
de. E por aqui fóra a critica, o livre exame, tudo, {udo abafado tado de a vitoria ser de os de tagonismo de interesses que nós
pela força e peja arbitrariedade. cima—-os capitalistas. os anarquistas preconisâmos.
M a s u opressão, a violência, a tira tifo dos rnoJen/òs senàò: ca PíopagãiTvfinâlmenre que ama O que nos os anàrqtíistaS que-
a i n d a n ã o estava plenamente demonstrada com tudo isto. vez abolida a sociedade capita- remos é o socialismo propria-
T e m p o viria em que, sobre os que haviam exposto seu peito lista, apoderar-se-iam das redeas mente dito; a socialisação da
ás balas defensoras da auucracia, seria praticada a ultima das do poder, estabelecendo uma so- terra, das matérias primas e dos
violências, a maior das arbitrariedades. ciedade mais equitativa, isto é, instrumentos de trabalho. E' a
Começou o ano que ora se esvai na eviternidade dos tempos, a egualdade. produção organisada e feita di-
e com ele começou também, sob o imperiato de AfOflSO COStO, o Creio, meu amigo, que as dou retamente pelo trabalho; é a livre
que propriamente se poderá chamar: a cabal demonstração dos trinas preconisadas pelos social- troca dos produtos sem- o auxi-
sentimentos dos tiranos de hoje. democratas em nada beneficia a lio d o dinheiro ou coisa que o
Neste lapso de tempo, registaram-se os factos mais arbitrarios classe trabalhadora, pois que es- represente, isto é, a cada um
e ofensivos dos proclamados Direitos do Homem. tabelecendo-se nova fórma de segundo as suas necessidades
Com a subida ao poder de AfonSO Costa desencadeou-se con- governo necessário se torna or- e de cada um segundo as suas
tra o povo a opressão mais violenta que registam os anais da ganisar o militarismo, a policia e aptidões e energias.
historia dos povos. a magistratura, etc., para que Queremos uma sociedade aon-
Na fúria sangrenta das suas perseguições movidas contra o s obrigue pela torça os recalcitran- de todos satisfaçam as suas ne-
anarquistas, no seu insano desejo, abertamente expendido, de tes a acatar as leis depois esta- cessidades tanto as creanças co-
exterminar O sindicalismo, este homem recorreu ás ultimas infâ- belecidas; dizem que o capital mo aos que são incapazes de
mias. único factor da desegualdade de- prever a sua própria subsistência,
Ordenou o encerramento da Federação dos Trabalhadores ve ser abolido, mas dá-se o caso pelo simples facto de nascerem e
Ruraes de Évora e da Construcção Civil de Lisboa; dissolveu a de que na sociedade que preco- não porque trabalham; queremos
Casa Sindical; ordenou a apreensão dos jornais operários; impe- nizam será estabelecida uma no- i emancipação integral da mu-
diu a realisação de comícios, e, para complemento da sua obra, va moeda (certificado monetário her c o m eguais direitos e deve-
ordenou a prisão de centenares de pessoas que ainda hoje man- a cada individuo para que seres, não sendo propriedade do
tém nas Bastilhas d o Continente e ilhas adjacentes, sem julga- possa fornecer nos armazéns do í o m e m , mas sim a sua compa-
mento. Estado em harmonia com a sua nheira senhora da sua vontade,
Este homem atirou sobre nós a ultima pedra, ceiebrisando-se producçãoj. do seu sentir, das suas acções e
mundialmente pelo amontoado das suas prepotências. Estabelecido o dia de oito ho- do seu corpo; queremos a ma-
Ha quasi um ano que a sua obra assente sobre o arbitrio, es- ras de trabalho, dá o resultado ternidade determinada pela ne-
maga os anceios deste povo,
como diz Malatesta : «o salario, cessidade da união dos corpos
Vai terminar o ano. Oxalá que com ele vejamos terminar a a duração do dia de labor e todas que se querem por afinidades
cínica tirania que com ele começou e que ainda hoje nos oprime as outras condições do trabalho físicas, morais e intelectuais sem
e avilta. dão o resultado da luta entre ope- uma tenue esperança no leve in-
rários e o patrão-estado». Estan- teresse, tendo o direito de se
d o finalmente todos os meios de apartar quando muito bem en-
p r o d u ç ã o concentrados nas mãos tenderem.
do Estado, não há fórma de. es- Queremos a destruição das
Tendo ha dias uma palestra o individuo em questão recebia colher, o que se torna um aten- religiões, de todo.5 os preconcei-
com um amigo meu e ao qual as minhas doutrinas com verda- tado á liberdade. tos, das ficções e das sofismas
expuz as ideias libertarias, sen- deiro interesse. Assim, discutin- Assim, os trabalhadores, con- :tela educação integral; queremos
tia-me bem disposto ao vêr que do socialismo reformista e soe ia - tinuarão a serem a s bêstas de a abolição da autoridade, parta
A R E V O L T A
ela de onde partir: queremos a j
creança educada não peia chi-
bata nem pela régua,—mas sim, j
considerada eguaí a todos os.se-
res, sendo tratado com a m e e,
carinho.
Queremos a abolição das fron-
teiras que dividem a Humanida-
de em patrias; queremois a des- Nesta hora sangrenta e fatídica, dolo- lançaram por terra os plintos em que as-
aparição do odio que existe entre roso momento historio© em que um povo, sentava o vetusto edifício da o m i n o s a
as raças para que seja um facto outrora pujante de virilidade, se encontra m o n a r q u i a que então nos oprimia.
A Fraternidade entre os Po- esmagado e envilecido pelo despotismo in- As liberdades consignadas na Constitui-
vos. frene, pela lirania abjeta dum cinico dita- ção da Republica como direitos do povo,
Eis a razão porque sômos dor, é mister que aqueles que inda não reprimidas até ao máximo.
anarquistas ou socialistas liber teem os sentimentos embotados pela co- Liberdade de pensar, direito de reunião e
tarios, porque tendemos á socia- bardia, saiam á rua a verberar, com a sua livre associação não existem.
lisação da terra e á abolição palavra candente, essa obra degradante as associações operarias encontram-se en-
completa da autoridade. que, a continuar, nos ha-de conduzir a esse cerradas, as federações dissolvidas, os Jor-
Lisboa—1913. abismo moral que é o patíbulo das nações. naes libertários e alguns republicanos que
E. COSTA F I G U E I R E D O . E' preciso que esse rumor de descon- protestam contra tanta infamia são apreendi-
tentamento que ruge ahi sinistramente co- dos.
(1) Socialismo c seus resultados práti- mo a lavra dum vulcão prestes a explodir, E' a opressão mais violenta desencadea-
cos, por Richter, pag. 26. da contra o povo que em 4 de Outubro ex-
(2) Do mesmo livro, pag. 28. apareça á luz brilhante do sol escalpelisan-
(3) Idem, idem, pag. 25. do as monstruosidades sem nome pratica- pôz o peito de seus filhos ás balas defenso-
das contra o povo que trabalha e produz, ras da monarquia.
neste ultimo ano da mais cruel e cínica re- Que pedia o povo, que reclamavamos
Comunicações pressão aos elementos avançados. nós nesse glorioso dia pela boca das espin-
D'oravante toda a correspon- Nos muros das cidades, como outrora gardas, pelejando contra os arbítrios do
dência para a Fedéraíión Comu- nas muralhas da velha Roma dos fastí- poder ?
nista Anarquiste Revolutionaire, gios, fulgem satíricas inscrições, terríveis P ã o , Liberdade, Justiça!
deve ser dirigida a Lecran, 121, de mordacidade e sarcasmo á obra san- E hoje o que vemos ?
rue de la Roquete, Paris, 11"— grenta, á opressão canalha do moderno Fome, P r i s ã o , FSrbitrio!
França. João Tranco v e r m e l h o . Em face de tanto despotismo, venha-
m Mas isso não basta! mos á rua, á praça publica e citemos os fa-
A direcção do jornal anarquis-
E' necessário vir de cara r cará, á praça ctos que ahi estão bem patentes, prova
ta ch i He:z La Vôco de la Papolo
publica, bradar a nossa revolta, mostrar o terrivel na sua nudez forte da verdade.
é defitiitívarriente a seguinte: Si-
nosso mais profundo descontentamento Ahi estão as esposas, as mães, os filhos
fo, 11 Praia da Areia Preta—
contra a barbaridade hedionda daquele das vitimas desta tirania infame prostradas
Mnc;>u.
que, tendo nas mãos as recíeas do poder, pela amargura ingente da sua dor, pela si-
" -iíUfe
calcando a j u s t i ç a , escarnecendo dos sen- nistra média que as devora.
timentos e princípios de- H u r a a n i d a d ç , Ahi estão, nas sombrias masmorras do
() jornal anarquista El Pt o ditatorialmente mantém, hu ! ,,'J.os mezes, paiz, centenas de desgraçadas vitimas do
dnrnr h- Santiago d<? Ghite ('<Kvaé- 1 ® prisões do paiz, centenas rrmãos •despotismo nTorrft^noso,' das retaliações
! ica) pede a todos o s jornais li- nossos cujo único delito é. tentar reivindi- cruéis dum homem que pelo povo foi ele-
bertários da região portuguesa car para todos mais amplas liberdades, os vado ás culminancias do poder e que hoje
para com ele estabelecerem per- verídicos direitos do povo. o povo tão maltrata.
muta. A sua direcção é a seguin- Jã basta de t i r a n i a c d i t a d u r a ! Ahi esta a Constituição da Republica
te: Ei Produtor, correo, 3 — C a - Já basta t a m b é m de c o b a r d i a ! reduzida a trapos, pela violência capricho-
silia, 3o. Saiamos á rua, á praça publica; e que sa dos governantes.
a nossa voz altiva a voz da l^azão, da Não "ha direitos nem liberdades.
Justiça e da V e r d a d e , á luz brilhante Por toda a parte a Pome, a Prisão, O Ar-
Reunião do dia se faça ouvir, bradando o nosso bítrio.
Convidam-se os camaradas protesto de homens livres, gritando clamo-
Oscar Mandeslay, Joaquim Car rosamente a acusação terrível e fulminan- Contra-tal estado de coisas é necessário
reira, José Figueiredo, José de te dos Revoltados. que fique marcado o nosso mais altivo pro-
Azevedo e Alfredo da Silva a E' t e m p o pois de sair desta inér- testo e para esse fim resolveram os grupos
reunirem ámanhã, segunda-fei- cia! anarquistas de Coimbra realisar hoje, do-
ra, pelas 8 horas da noite, na mingo, 28, um grande comício, afim de co-
redacção de A Revolta, afim de Ha tres anos que a Republica foi pro- nhecer a situação e inocência dos trabalha-
dar andamento ás resoluções da clamada. E hoje o que vemos? As cadeias dores presos ha mais de 8 meses e encer-
Federação Anarquista. regorgitando de presos (Republicanos, ramento das organisações operarias e de-
Sindicalistas e A n a r q u i s t a s , alguns mais atropelos cometidos contra a liberda-
d'eles os mesmos que de armas na mão de em Portugal.
Libertários!
Para
i «i «x que
i|uu a
cl ppropaganda
i ujjij
anarquista adquira mais im-
Ao comício
pulso e também para que A
Revolta assegure a sua vida, vida
é necessário que nos aju-
deis, já arranjando-nos no- wjirau sRi
vos assinantes, já finntri-
buindo com uma quota pa-
ra auxilio do jornal. si l i a i i .

Trabalhadores : uni-vos se que-


Abaixo a opressão e a tirania!
re-la que o triunfa corôe os vossos Viva a Liberdade!
esforços, .;t (Editado pelos grupos Revolta e Juventude Libertaria de Coimbra).
4 A REVOLTA
Faça-se um Congresso Nacional fórma mais viave de organisar, a
com a exclusão absoluta de indus- mais racional de reagir, e teremos
triais, que por certo aparecerão nes- nós proprios ocasião de presencear
te, mas q u e não deverão nele tomar nessa grande parada de forças, para
EM TOMAR assento senão como simples especta-
dores e então, livres os delegados de
que lado se inclina o fiel da balança.
Coimbra, I9I3.
Já bastante se tem dito sobre o | acarretaria prejuizo estomacal, pre- uaisquer paixões politicas, começa-
congresso operário que está projeta- sente ou futuro. rão estudando de comum acordo a OSCÀB MAUDSLAY.
i o para o principio do proximo ano Como então pôr de parte tudo o
<: que se pretende realisar em T o m a r . que até aqui tem dividido e fracio-
Camaradas inteligentes que se nado a familia trabalhadora, sem o
dedicam desinteressadamente ao mo- que coisa algumr de uhl e proveito-
ÍDOLOS
vimento operário, teem escrito bas so se poderá conseguir ?
tante sobre este assunto e por isso Reside neste ponto uma parte do Em todos os tempos, em todas os assistentes aplaudir um orador
descabidas se tornam estas pequenas nosso péssimismo quanto aos resul- as épocas, em todos os paizes, des- logo que aparece sobre a tribuna?
considerações que vamos fazer. tados práticos do congresso a reali- de as eras mais remotas até nossos E' o povo que aplaude os seus
Se tivessemos uma inteligência sar. dias, os povos teem adorado os Ído- idolos, sem saber se as suas pala-
bastante fecunda, iriamos natural- Mas continua a circular: «...con- los. vras serão sensatas ou se seus ar-
mente desenvolver o assunto com vida essa coletividade a nomear dois No momento em que o homem gumentos serão fracos; e isto é o
proficiência, demonstrando ás classes delegados a um Congresso que deve começou a desprender-se da anima- motivo porque certos homens, sin-
trabalhadoras o péssimo ou o optimo ter logar nos dias 3o e 3i de ja- lidade primitiva, no momento em ceros no principio, se corrompem,
que da realisação dêsse congresso neiro e i e 2 de fevereiro de I9I 4, que a especie humana saiu do seu pois que essas manifestações que o
advirá para as mesmas. na cidade de Tomar.» sono letárgico e substituiu lenta- povo lhe presta os fazem julgar-se
Porém, pelo motivo acima citado, Mas que é isto, senhores? mente a especie animal que o tinha duma essencia superior, Pontificis!
as parcas considerações que fazemos Porventura será crivei que se precedido, neste momento aparece- Os que presentemente apoiam
limitam-se tam simplesmente aos realize em janeiro próximo um Con- ram os primeiros deuses, os primei- Briand não são certamente mais
nossos pobres conhecimentos. gresso N A C I O N A L com uma gran- ros idolos. culpados que os fanaticos que os ele-
Achamos de grande necessidade de parte das associações encerradas? Tudo o que tinha um aspecto varam.
a realisação de um congresso nacio- Será crivei, senhores, que estan- misterioso: o vento, a chuva, a tro- Oh, Povo! eterna victima, eter-
nal operário, nos tempos de repres- do dezenas de operários presos por voada era obra dum Deus. E havia no crente, cura-te dessa tua doença
são que vamos atravessando, em que questões sociais e que ao movimento bons e maus deuses; um deus para de fabricar idolos.
os governos descem aos mais vis operário teem dedicado o melhor da cada coisa: o sol, a guerra, os infer- Cura-te dos deuses e dos indiví-
expedientes para reprimir a voz dos sua vontade, do seu esforço e da sua nos, o mar, etc., etc., tinham um duos.
famintos, quando estes se tentam dedicação, não se espere que reabram deus particular. Estes deuses eram Não aceites uma ideia sem a
erguer contra a exploração infaman- os sindicatos ilegalmente encerrados o triste produto da ignorancia pro- teres examinado, sem a teres dis-
te dos açambarcadores da riqueza e sejam aqueles nossos camaradas f u n d a de que era vitima a humani- cutido, criticado.
social de quem aqueles são os agen- postos em liberdade, para depois se dade. Não te inclines senão perante
tes. realisar o Congresso desde que ele Mais tarde, á medida que a evo- a lógica e a razão. Se ha homens
Achamos de grande necessidade está em projeto? lução lentamente subtraia o espiri- dum valor indiscutível, procurai
e importancia a realisação de um Parecia-nos que era o caminho to humano das trevas que o rodea- compreende-los, chegar á sua altu-
congresso nacional operário, mas que devia seguir a Federação Ope- vam; á medida que a observação fa- ra, egualar o seu saber: mas, sobre-
francamente, somos p é s s i m i s t a s raria de Lisboa. Mas está resolvido zia desaparecer certos absurdos, t r a - tudo, não faças mais Deuses!
quanto aos seus efeitos. que se reairsa impreterivelmen- zendo novos conhecimentos, des- Repete, a ti mesmo, a bela for-
Não acreditamos mesmo que ele t e sem adiamento. cobrindo verdades novas, o espirito mula da Internacional: a emanei*
se chegue a realisar, ou a sê-lo vai religioso, creador de idolos, modi- pação dos trabalhadores ha-de
redondar num verdadeiro fiasco. Não nos diz a circular convoca- ficou-se. ser obra dos proprios traba-
Na circular convocatoria, dirigida toria quais serão os assuntos, além Ele acabou com os deuses mito- lhadores.
pela Federação Operaria de Lisboa da organisação, a discutir no fbcuro logicos, é verdade, mas substitui- Povo! Pela tua emancipação, se
a todas as associações de classe, ha Congresso. nos pelo Deus dos cristãos. queres viver sem leis e sem amos,
u m periodo que diz: Apezar de não serem ainde co- . O povo tinha ainda necessidade quebra os idolos!
do&âàalog..^- ti,,a. . queros 2 sod&Í8&> £08x12-
vtttàÇão"de> proletariado tti nhecidos na-mtcgridadf, iiabe-:i. q y »
u m dos que vão merecer discussão' Quando, por seu torno, o Dons nista. sair das ruinas da sociedade
nosso pair, requer especial atenção e
da Bíblia oscila perante os embates burguesa, quebra oa idodos
consciencioso estudo, exigindo que é a organisação da Confederação
que lhe são arremessados pelos sa Despedaça todos os idolos!
se congreguem todos os esforços e Geral do Trabalho.
Com que orientação? bios, pelos filoeofos do ultimo secu Quando os deuses desaparecerem
se ponha de parte tudo o que até
Não se discutirá? lo; quando o raciocinio claro e a luz o homem livre poderá viver!
aqui tem dividido e fracionado a
família trabalhadora, sem o que Cremos que uma vez reunido o projetada pelas descobertas scienti- L. Ducourtioux.
ficas fizeram t r e m e r o Deus fcodo-
coisa alguma de util e proveitoso se Congresso ele terá que discutir este (De «Le Libertaire).
assunto que achamos o de capitai poderoso; então o povo pôz de lado
poderá conseguir.»
impertancia; discutida a fórma de o sobrenatural e atirou por terra os
Mas como? Pois se o que tem organisar, evidente se torna tratar seus deuses. Os idolos começam de- Solidariedade internacional
dividido a família trabalhadora tem da forma de reivindicar e porque pois a formar-se pelas façanhas dos
sido a politica introduzida nos sindi- método. generais: tudo se curva perante o Os jornais operários da E s p a -
catos profissionais, dos quais se tem Estes são os pontos capitais da sabre dum Napoleão. n h a , F r a n ç a e A m e r i c a t e e m ul-
querido fazer centros eleitorais, etc. discussão. Os deuses passaram a estar nos timamente inserido nas suas co-
Como? Os reformistas não hão-de querer cofres fortes da finança. l u n a s o m a n i f e s t o q u e s o b o ti-
Parece-nos não haver outro meio levar á discussão o assunto; porém, E temos como novos idolos do t u l o fl tirania em Portugal ul-
de organisar a grande familia traba- sindicalistas e anarquistas não deixa- povo: o Deus Capital e o idolo
lhadora nos seus sindicatos respecti- rão de o submeter á saneção do Patria. t i m a m e n t e foi d i r i g i d o a o s p e r i ó -
vos, sem o condenável e absurdo Congresso, porque dele (assunto) Mas estes ainda, pela sua vez, d i c o s l i b e r t á r i o s de t o d o o m u n -
desdobramento de alguns em varias dependem ipso facto todos os traba- são atacados; os escritos de certos do, p e l o g r u p o ReVOita.
classes, sem que se faça um convé- lhos a realisar. pensadores, as criticas de alguns
nio entre todas as forças operarias. Caso contrario os políticos conti- sociologos abalam o todo-poder do
E assim, ou os socialistas se hão-de nuarão fazendo politica nos sindica- Capital e da Patria. Rugidos e Lamentos
convencer e preconisar a maxima tos (até serem escorraçados) e os O povo mudará talvez ainda es-
saída da Associação Internacional dos trabalhadores inconscientes continua- tes deuses; mas como sente necessi- Versos da canalha
Trabalhadores — A emancipação rão acorrentados a ela (até á sua dade dos idolos ele vai j á fazendo
dos Trabalhadores ha-de ser completa desilusãoJ e naturalmente novos: os deputados bons faladores Pediram-me para traçar em
obra dos proprios Trabalhado- o tempo e só esse fará unir a gran- e parlamentares, os campeões de a l g u m a s linhas a impressão que
res— interpretando-a sem sofisma, de familia trabalhadora, para nas box, os aviadores vêdrinards, um sentimos, o domínio avassala-
ou sindicalistas e anarquistas renun- suas organisações tratar exclusi- Poincaré romanesco, são os idolos
ciarão o seu papel revolucionário e vamente da sua situação economica do dia que o povo aclama. d o r q u e e x e r c e n a s n o s s a s al-
convencer-se-hão que a emancipação e social. mas, inundadas das luminosida-
O Povo, na sua demencia, no
integral da grande familia trabalha- O acordo, hoje, hade ser difícil. seu maquiavelico desejo de adorar d e s d o B e m e s e q u i o s a s de v i d a
dora reside na boca das urnas, e es- A classe trabalhadora vai-se desilu- algum redentor, algum salvador, plena, q u a n d o assimilamos cui-
peram que os deputados lhe mino- dindo que não deve servir de degrau um novo Messias, chega a ir bus- d a d o s a m e n t e esse c o n j u n t o d e
rem a sua mizeria e façam a Revo- ao primeiro fiel patife que o queira car os seus idolos nos agrupamen-
lução Social com os tradicionais mur- intrujar com a ineficacia do parla- tos de trabalhadores, nos sindicatos, sonetos publicados por Salvater-
ros nas carteiras. ra J ú n i o r . S o u u m a m i g o d o a u -
mentarismo. Assim, realisado o Con? nos meios revolucionários.
Mas não. Sindicalistas e Anar- gresso tudo fica como dantes. tor. M a s a n o s s a a m i z a d e p e r -
Os acontecimentos recentes dei-
quistas não abdicam do seu papel Terá só para o movimento ope- xam-no supor; e, com um pouco mite q u e i m p a r c i a l m e n t e a n a l i -
revolucionário, o único capaz de se rário revolucionário alguma coisa de de observação, poder-se-ia ver que s e m o s o seu p r i m e i r o t r a b a l h o
opôr á tirania patronal e estadoal. util: o engrossamento das suas fi- o espirito religioso, inda não de- literário.
Os socialistas não quererão por leiras com os desiludidos. saparecido, formou seus deuses mes-
emquanto [esperam que lhes fuja Faça-se u m Congresso Nacional, mo na classe operaria. Não tendes O s seus versos são simples e
dos pés o terreno todo) deixar de exclusivamente de assalariados, de- visto certos militantes ser apoiados s i n g e l o s e m p o m p a s de l i n g u a -
baralhar a questão politica com a pois de estar tudo na normalidade por actos que não praticaram? gem.
questão economica, porque isso lhes democratica. Inda não visteis, num comicio, M a s as suas frases, enfureci-

À
4 A REVOLTA
das de revolta, r u b r a s de indi-
A REVOLUÇÃO MEXICANA
Federação Anarquista do Sul
g n a ç ã o , a r d e n t e s n o desejo de Em 1.9 do corrente, reuni u n o
c o n q u i s t a r horisontes p u r o s de local do costume, esta federação, es-
felicidade e coloridas pelas tin tando, representantes dos grupos 26
tas frescas do arrebol, teem um Nas pitorescas campinas mexica- de Novembro, Sol Universal, Filhos
nas por tantos séculos regadas com O companheiro Jesus Gonzáles da Revolta, Rebeldes, Unido das Mu-
p o d e r expressivo que encoraja lheres Anarquistas, Cerébro e Braço
o generoso sangue e ardente suor foi condenado na pena de n o v e n t a
as convicções dúbias, e enterne- de Portalegre, e Juventude Liberta-
do camponez altruísta, o pavilhão e nove anos de prisão pelo de-
ce os espíritos ávidos dos futu rubro flameja aos quatro ventos. lito de ser um revolucionário mexica- ria de Coimbra. Entre outros as-
ros b o n s e generosos. A revolta dos que por tanto tem- no que lutava para abolir o presen- sumptos de caracter interno re^ol-
po hão sido ignobilmente explorados te sistema capitalista. veu-se nova organisação dos traba-
Admiro-lhe o seu tempera- lhos de redação e administração do
m e n t o b r u s c o de poeta, que can é hoje, nalguns estados daquele im- R a n g e l e seus companheiros
pério, um facto. responderão brevemente pelo mesmo seu orgão A R e v o l t a publicado
ta em estrofes coléricas, o velho Uma rajada bemdita de luz pu- em Coimbra, ficando assim dividi-
delito.
sofrimento d u m a h u m a n i d a d e rificante, eletrica, sonora, perpassa Damos a seguir mais amplas in- dos os trabalhos de redação em
c a l c a d a e oprimida. sobre o império da escravidão. formações sobre a prisão destes com- Coimbra: — José Figueiredo, Joa-
O camponez tomando conheci- panheiros: Constituíam eles uma ex- quim Carreira, José d'Almeida e
E n c a n t a - m e a sua feição acen- José d'Azevedo. Ern Lisboa: Ber-
t u a d a m e n t e esperançosa e idea- mento da burla secular de que foi pedição libertaria que no dia 11 de
vitima, vai á luta a trabalhar pelo Setembro seguia por Texas com nardino dos Santos, Augusto Quin-
lista, pela crença sincera e reso conseguimento do que é seu, mas rumo ao Rio Grande. Iam arma- tas e Henrique Figueiredo. Traba-
luta que alimenta, n u m a conce- que desde longas eras deteem os ex- dos para lutar ao lado do povo me- lhos de administração em Coimbra:
ç ã o social nova, resurgidora e ploradores, oferecendo a sua valiosa xicano pelos seus direitos sob o le- Alfredo da Silva e Oscar Mandes-
vida em holocausto á liberdade de ma da bandeira roxa P ã o , T e r r a lay. Em Lisboa: Joaquim Carreira
fecunda. e Carlos José de Sousa. Recebeu-se
todos. e L i b e r d a d e . Foram surpreendi-
S ã o a expressão nitida duma a adesão dos grupos Sol Universal e
Ali onde se queimam os arqui- do e um deles, Silvestre Lomas, ca-
consciência, c o m p l e t a m e n t e des- çado como um veado. Conseguem Juventude Libertaria de Coimbra.
vos, se fazem em cinzas os codigos, Foi lido um protesto do Grupo Sol
pida da fantasia doente do espi- se arrombam os cárceres, se destroem desarmar os seus assaltantes e obtém
uma promessa escrita pela qual se- Universal contra as perseguições
ritualismo, que sentimentalisa as egrejas e se eliminam as autori- movidas pelos estados norte-ameri-
m a s t a m b é m enerva os corações. dades a burguezia pode ver lavrada riam deixados em paz e que foi as-
sinada pelo chefe dos assaltantes J. canos sobre todos que professam
S ã o os desabafos expansivos de a sua sentença de morte. ideias emancipadôras.
J. Campbell. Dirigiram-se á frontei-
u m espirito, que descreve com a Noticias da revolução ra. Ao terceiro dia, i3 de setembro, O comité federal mais uma vez
transparência própria do natural, de novo foram atacados por uma convida todos os grupos que eram
Um telegrama dirigido ao The grande força de Texas, perto de federados e queiram continuar a
o m a r u l h a r rugidor das ondas
Angeles Record anuncia que a re- Carrizo Springs, travando-se comba- mandar as moradas dos seus secre-
e n c a p e l a d a s de rebeldia, ainda volução dos índios de Oaxaca se es- te ficando dois companheiros mor- tários para a troca de correspon-
levemente a d o r m e c i d a s no seio tende rapidamente por vários can- tos afora alguns dos esbirros. Não dência. A todos os outros grupos
das multidões, que tranquilamen- tões do Estado. podendo vencer tão elevado numero que concordem com a junção de
te suportam o peso b r u t a l das = Um grupo de 2 0 0 revolucio- de forças foram presos. E' por deli- nossas forças a procederem pela
atrocidades, e s p e r a n d o que o rá- nários dirigido por Hilário Salas, ca- to que estão presos. mesma forma enviando a sua ade-
pturou perto-de Tlacotalpan os indi- são ao
pido surgir duma faisca as de- víduos conhecidos como possuidores Os fundos para a defeza destes
valorosos camaradas podem ser di-, Secretario
s a b r o c h e e arraste a o terreno vi- de importantes fortunas, exigindo
rígidos a A. Hernandez, P. O. Sta- Bernardino dos Santos
vido da luta, á batalha finalisan- fortes sômas pelo seu resgate. R. S. Jeronimo, 58 q c —LISBOA
= Cincoenta dos chamados za- tion, A, Box 52, San Antonio, Te-
te de todas as tiranias.
patistas entraram em S. Jeronimo xas. Grupo Filhos da Revolta
Apesar da sua p e q u e n a obra do Estado de México e saquearam a LISBOA
f o r m a r um c o n j u n t o distinto de
sonetos, nós e n c o n t r a m o s a ele-
referida povoação.
= Caetano Rios, um dos revo-
lucionários que operava perto de
Movimento Anarquista Reuniu esta agrupação liberta-
ria em 21—12—913, resolvendo en-
tre outros assumptos de caracter
v a d a u m a certa unidade de
Malehua fui fusilado pelas, marcena-- novos Grupos interno protestar contra a fprma ar-
ideias e u m a certa Conformida- rios de Huerta. Foi capturado no in- bitraria como foi dissolvido o co-
d e de acção c o m b a t i v a . terior da cidade onde havia entrado Com o titulo Comunista Liber- mício de 14 do corrente e prisão
Uns, criticam esta decrepita e disfarçado a informar-se das posi- tário, acaba de se constituir, em Ode- d'alguns camaradas da construção
ções da força. mira, um grupo destinado a desen- civil por reclamarem pão ou traba-
viciosa sociedade nas s u a s v a -
r i a d a s instituições opressoras, = U m numeroso grupo de rebel- volver a propaganda anarquista por lho.
des aproveitando a falta de guarni- todos os meios ao seu alcance. Grupo Rebeldes
c o m b a t e m a falsa e prostituída ção na praça de Rayon, entrou ali, Direção: Josué Romão, Odemira.
moral estabelecida, as covençõ^s Os c o m u n i s t a s — E' o titulo Na sua ultima reunião resolveu
capturando C. Castro, comandante entre outros assumptos de caracter
ridículas e os preconceitos estú- da policia e todos os seus subalter- dum novo grupo anarquista que se reservado, protestar contra a proi-
pidos que inimizam os h o m e n s , nos. O comandante foi fuzilado ime- constituiu na cidade do Porto, comi bição do comicio de 14 do corrente
pintam a terra, com um c a l v a r i o diatamente e os policias detidos. De- o fim de continuar a obra de Edu-; em favor dos presos por questões
pois de executado o esbirro, o gru- cação Libertaria. sociaes e contra a forma canibales-
d o l o r o s o e t o r t u r a n t e de sofri- po saqueou os principais estabeleci- Direção: Jornal A Aurora, R.i
m e n t o , para a familia operaria, ca como a guarda pretoriana inter-
mentos, levando 32 espingardas, Captivo, 16 — 1.°. viu. Protestou também contra a
longe da ventura afastada d u m 4 0 0 0 cartuchos e grande quantidade Os S e m P a t r i a — Subordina- prisão d'alguns operários sem tra-
viver feliz. de dinheiro. A Camara municipal, do a este titulo constituiu-se nesta: balho, no momento em que se diri-
a administração e o arquivo da con- cidade mais um grupo que se pro- giam ao parlamento.
O u t r o s , l a n ç a m sobre este servatória foram incendiados; os pre- põe a difundir os sublimes ideaes A correspondência para este gru-
vasto lençol de desgraça e mi- sos foram postos em liberdade, en- anarquistas. po deve ser dirigida ao camarada
zeria u m a luz doce, suave, de grossando as fileiras dos libertado- Alfredo dos Santos, Travessa das
a c a l e n t a d o r a esperança, que di- res. Também os camaradas de Moita Almas, P. M., Cave, Lisboa.
Os mesmos revolucionários en- do Ribatejo ali constituíram um
m a n a dum ideal imenso de p a z
traram em Alequines e saquearam grupo libertário denominado Horas Grupo Libertário Sol Universal
e de conforto, luz subtil e pene- completamente esta povoação, de- de Luta que se destina a fazer a Reuniu este grupo na passada
trante que p e r f u m a o Porvir li- pois de haverem derrotado a guar- propaganda do nosso ideal quer pe- terça-feira, e mais uma vez apro-
b e r t a d o r que a m b i c i o n a m o s . nição. Aqui incendiaram os estabe- la força, quer pela palavra. vou a dissolução do antigo grupo
A Salvaterra Júnior a g r a d e ç o lecimentos mais importantes sendo Avante camaradas pela Anar- Sociedade Futura; passando a deno-
executadas as autoridades. Este gru- quia ! minar-se Sol Universal. Lamentou
em n o m e da r e d a c ç ã o o exem- a divergencia de alguns agrupados
po conta 5oo rebeldes todos perfei- Emancipação Humana
plar que nos enviou. tamente armados. que nada está em harmonia com os
= As forças americanas estacio- SACAVÉM princípios libertários.
J. Carreira. nadas em Yuma confiscaram 2 0 0 es- Nomeou delegado á Federação
Na ultima reunião deste grupo
pingardas destinadas aos rebeldes da ficou resolvido publicar n'A Auro- Anarquista do Sul o camarada A.
Baixa Califórnia. ra um balancete da quantia de Vasconcelos.
Aão ha tirania peor do que Amanhã segunda-feira ha nova
aquela que o ignorante tem dentro -= O jornal burguez The Times 7$010 reis enviada pelo grupo com
numa noticia sobre os acontecimen- destino aos presos por questões so- reunião para filiação de novos agru-
de si mesmo: envolto nas trevas da pados. Toda a correspondência rela-
ignorancia, não sabe comprazer tos do México diz: «Nos estados de ciaes. Resolveu mais, não entregar
Sinaloa, Durango e Sonora não qualquer quantia á Comissão pró- tiva a este grupo deve ser enviada
aos seus desejos, satisfazer as suas a A. Vasconcelos, Rua do Alvito,
h a lei. As condições ao largo da preso* por questões, por não concor-
necessidades, reger d sua vontade; costa do oeste até quatrocentas mi- dar com a forma como é feita a di- 83, loja—Alcantara, Lisboa.
e, guiado pela simples rotina, que
ouso afirmar ser inferior ao ins-
lhas para o interior do México es- j x ••••> dos donativos, pois que ao Grupo Revolta
tão peorando diariamente». Ter- passQ que alguns presos por movi- Resolveu realisar hoje, domin-
tinto dos animais, caminha âs cegas, mina a noticia dizendo que no nur-1 mentos de caracter politico e os sin-
sem evitar os perigos e estendendo go, juntamente com o Grupo Ju-
te «se os campos pertencem a um jj dicalis' as vciebem donativos, ha ca- ventude Libertaria, um comicio de
a mão a seus exploradores e ti- rico fazendeiro . são saqueados e í aaradas ui ar quis tas que os não re-
ranos para pedir protecção. protesto e publicar um manifesto
queimada a casa juntamente con 05 ob? 11n, auesar do seu reconhecido contra as prepotências governamea-
ANSELMO LOBENZO. que apanham». amor pela ideia. taes.

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