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Memória e História em livros didáticos de história: o PNLD em perspectiva   


RESUMO 
 
  ​O hodierno trabalho busca resumir o artigo científico de: "Memória e História
em livros didáticos de História: o PNLD em perspectiva". Buscou-se ainda, por meio
deste, evidenciar como os campos de Memória e História são abordados quanto a
relevância em livros didáticos, assim como o impacto na formação do saber, uma vez
que, há uma preocupação em se abordar Memória e História como conceitos
indissociáveis, uma vez que ambos os campos fazem parte da Construção do saber
histórico no ambiente escolar. É preciso, portanto, manter a clara distinção entre
História e Memória, evitando que fatos e/ou acontecimentos sejam
mascarados/moldados em face de interesses individuais ou privados - classificado
como homogeneização epistemológica - fazendo, assim, que haja uma abordagem
aquém da crítica e da lógica, evitando o comprometimento da compreensão do ensino
em história.
Sabe-se que, a memória pode se apresentar, muitas vezes, como fenômeno
político e social central no contexto histórico em que vivemos. A memória pode moldar
uma natureza ilusória, onde leva consigo o exagero e o alienamento, assim como o
silenciamento. Nesse sentido, há também a consequência de uma Memória traumática
na "Cultura da Memória", por exemplo, na América Latina, relacionado à vida política, o
que reflete no cotidiano das massas, o que dá espaço a pluralidade eminente dentro de
cada urbe. Nesse caso, a memória deve ser sempre revisitada para conter os riscos.
"Quem controla o passado controla o futuro e quem controla o presente controla o
passado", assim disse George Orwell (1979), apontando a memória como interesse
primordial para o desenvolvimento e interesse político e social.
A Memória tende a ultrapassar o ambiente acadêmico, estando em diversos
lugares assumindo distintas formas. Vários movimentos de grupos sociais promovem
discursos de memória, são aqueles que sofreram algum tipo retaliação no tempo

 

 

passado e buscam reivindicar seu lugar no mundo como sujeitos da História, como é o
caso dl movimento negro que reivindica a consciência de uma identidade negra a partir
da reinterpretação historiográfica do seu passado na história brasileira. Portanto, a
memória é a vida e atravessa a existência humana, conferindo significação, sentido,
afetividade, auxiliando no entendimento enquanto sujeitos dentro de um grupo
específico e em relação a outros grupos em diferentes temporalidades. Nesse sentido,
a escola, sendo potencialmente moldada por memórias, é o centro desse debate, em
especial, o que consiste o ensino em História.
Vale salientar que, Memória e História não são sinônimo, além do mais, é
importante entender as diferenças e similaridades, tal como, uma prescinde da outra
para existir. Manoel salgado Guimarães diz que, a memória aponta as "certezas" ao
passo que a história não passa pela identificação, destinando-se a análise do passado,
aberta a dúvidas e críticas, sendo uma representação imperfeita do passado. Nora
(1993) diz que: "memória é o absoluto e a história só conhece o relativo".
Tais saberes buscam aproximar o aluno, por intermédio do conhecimento
histórico da construção da empatia histórica potencializada. Sendo assim, é importante
analisar como o tema é abordado nas mais importantes ferramentas de suporte
didático e na formação de professores, sendo está, o livro didático.
Portanto, o estudo realizado com 16 coleções didáticas de história do 6º ao 9º
ano do Ensino Fundamental gerou um total de 69 livros analisados. A pesquisa
mostrou que a definição de História - presente em 87,50% das obras - é, em geral,
pouco desenvolvida, limitando-se aos livros do 6º ano. A Memória, por sua vez -
tematizado em apenas 25% dos livros de História -, em suas dimensões de
epistemologia e potência de aprendizagem, é fracamente secundarizada em boa parte
das coleções.
Outro problema está na descontinuidade de tais temas nos anos consecutivos
de escolarização. Além do mais, a relação História e Memória é ignorado em 6,25%
das coleções. 50% das obras abordam ambos os campos (História e Memória), porém

 

 

não como sendo complementares e distintos, mas sim sendo tratados como sinônimos.
12,50% distingue os campos, mas não desenvolve uma reflexão mais ampla. Quanto
aos manuais dos docentes, a relação entre Memória e História é tematizada em 50%
desses materiais, apontando que essa relação acontece mais frequentemente nos
manuais que nos livros didáticos. Pressupõe-se que, a temática de Memória é um
campo que precisa ser mais explorados dentro do ensino de História, principalmente
nas coleções que as tratam como indissociáveis e/ou sinônimos.

 

 

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, F. R.; MIRANDA, S. R. ​Memória e história em livros didáticos de


História: o PNLD em perspectiva​. Educar em Revista, Curitiba: Editora UFPR, n. 46,
out./dez., 2012.

NORA, Pierre. ​Entre memória e história: a problemática dos lugares​. Revista


Projeto História, São Paulo: PUC, 1993.

ORWELL, George. 1984. 12. ed. Rio de Janeiro: Nacional, 1979

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