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A leitura é uma das dimensões da avaliação em larga escala de Língua

Portuguesa. Nos testes aplicados aos estudantes, itens de múltipla escolha


abordam diferentes habilidades de leitura, das mais simples às mais complexas.
Portanto, quando os resultados desses testes chegam às escolas, regionais e
secretarias de educação, é imprescindível que os profissionais tenham uma boa
compreensão sobre o que é leitura, para que possam se apropriar dos dados
obtidos a partir desses resultados e desenvolver ações pedagógicas.

Nesta aula, apresentamos a concepção de leitura que fundamenta o processo


avaliativo de habilidades de leitura em todas as etapas de ensino, de forma a
subsidiar as proposições de estratégias de leitura.

Premissas para boas práticas da leitura

Como ponto de partida, consideramos importante recuperar, brevemente,


algumas contribuições teóricas que provavelmente já são conhecidas pelos
professores. São conteúdos provenientes, sobretudo, de estudos acadêmicos
sobre a linguagem e a leitura, os quais embasam vários documentos oficiais que
constituem parâmetros para a organização dos programas de ensino de Língua
Portuguesa. Sendo assim, a concepção de leitura que aqui apresentamos
assenta-se em duas premissas fundamentais:

A leitura é uma construção de significados, ou seja, os sujeitos leitores atuam


sobre o texto a partir de um vasto conjunto de conhecimentos acumulados e
estruturados em função da vivência em uma determinada cultura. Diante de um
texto, os leitores acionam seus conhecimentos de mundo, que podem ser menos
formalizados ou mais formalizados, como aqueles sobre os textos e a língua
adquiridos na escola.
O texto não porta um sentido, ou seja, o “significado” não está no texto; este nos
oferece um conjunto de pistas que guiam o leitor na tarefa de construção de
sentido que é a leitura.

Essas duas premissas precisam ser seriamente consideradas, se desejamos


construir boas práticas de mediação na escola. A adesão a essas proposições,
inclusive, pode implicar na reconsideração de algumas atitudes dos professores
em sala de aula. Um exemplo disso é a prática comum de considerar correta ou
mais autorizável a somente leitura do professor ou do livro didático, o que aponta
para uma concepção de leitura radicalmente diversa da que aqui assumimos.

Afinal, seguir à risca a “resposta certa” indicada nos manuais do professor,


presentes nos livros didáticos, implica apontá-la como a única leitura possível.
Essa postura pode inibir o exercício de interação dos estudantes com o texto e
dificultar a sua compreensão.

Por outro lado, a concepção da leitura como “atividade subjetiva de construção


de sentido” não significa assumir que qualquer leitura produzida a partir da
interação com um determinado texto seja “autorizável”. Há certamente leituras
que os textos não permitem fazer, isto é, aquelas que não encontram
fundamentação suficiente nas pistas textuais. Tendo isso em vista, um rico
exercício escolar de leitura é o de solicitar que os alunos fundamentem as
leituras feitas, cujo resultado pode ser, em alguns casos, o descarte pelo próprio
aluno de sua construção inicial.

Em outras situações, porém, o professor poderá perceber uma alternativa de


leitura válida e que ainda não fora cogitada, ou mesmo uma contribuição
coerente com o processo de maturação de determinado leitor ainda em
formação.

O leitor proficiente

Compreender o que fazem os leitores proficientes quando leem é de fundamental


importância para pensarmos o ensino de leitura na escola. Segundo Kleiman
(1993, p. 49), o ensino da leitura deve ser entendido como o ensino de
estratégias de leitura, por uma parte, e como o desenvolvimento das
habilidades linguísticas que são características do bom leitor, por outra. Mas
o que seriam essas estratégias e habilidades?

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que ambas estão correlacionadas, ou


seja, uma depende da outra. Não há habilidades de leitura sem estratégias,
assim como não há como desenvolver estratégias sem o domínio de algumas
habilidades. Tendo isso em mente, importa diferenciar aqui dois tipos de
estratégias de leitura: as metacognitivas e as cognitivas.

As estratégias metacognitivas dizem respeito à capacidade do leitor de atuar de


forma consciente sobre os textos, as quais envolvem:

-a investigação do contexto de produção do texto, sua “agenda comunicativa”


(quem escreve?, quando?, em que suporte?, com que objetivo? etc.);

-a seleção de pistas interpretativas relevantes (imagens, a formatação do texto,


títulos e subtítulos, recorrências lexicais etc.);

-o levantamento e a checagem de hipóteses de leitura, para confirmar ou


descartar hipóteses iniciais;

-a retomada de partes do texto ou mesmo sua releitura para refinar a


compreensão.

As estratégias metacognitivas de abordagem do texto são utilizadas pelos


leitores como forma de monitorar a sua própria compreensão, buscando
eficiência na leitura. Boas práticas de formação de leitores devem, portanto,
promover o exercício dessas estratégias.

Por outro lado, as estratégias cognitivas estão relacionadas ao que definimos


como habilidades linguísticas. Segundo Kleiman (1993), as estratégias
cognitivas de leitura seriam aquelas “operações inconscientes” do leitor. De
acordo com a argumentação da autora, o conhecimento utilizado para realizar
essas operações é também um conhecimento implícito e envolve o domínio que
os falantes de uma língua têm de suas regras, sua sintaxe, seu léxico.
Tendo em vista a concepção de leitura como um conjunto de estratégias
cognitivas e metacognitivas, o seu ensino deve, de um lado, aprimorar as
capacidades do leitor de interagir com o texto de forma ativa, por meio do
desenvolvimento de estratégias de abordagem consciente. Do outro lado, é
preciso desenvolver as habilidades linguísticas que são acionadas de forma
automática.

É nesse sentido que acreditamos ser possível o desenvolvimento de habilidades


de leitura na escola, já que estamos aqui tratando de uma competência cognitiva.
Um modelo de ensino comprometido com esse objetivo envolve a ampliação das
capacidades linguísticas dos estudantes, de modo que eles desautomatizem os
processos subjacentes às operações cognitivas.

Assim, o vídeo a seguir, apresentado pela analista de educação do CAEd/UFJF,


Josi Toledo, fala sobre a importância da fluência de leitura para o
desenvolvimento da compreensão de textos, ou seja, a capacidade do estudante
de extrair sentido naquilo que está lendo.É importante que o estudante seja
capaz de extrair sentido naquilo que lê e consiga articular as informações
presentes no texto com o conhecimento de mundo que possui. Vamos assistir?

https://www.youtube.com/watch?v=e0I6YnmGbbc&t=217s

Como vimos no vídeo, há pelo menos cinquenta anos, professores e


pesquisadores da área da educação vêm se debruçando sobre o tema da
compreensão leitora para entender quais são os processos cognitivos e as
habilidades envolvidas na construção de sentido dos textos. Nessa trajetória de
estudos e pesquisas, desenvolveram modelos que para explicar o
desenvolvimento da compreensão de textos.

Para aprofundar seu conhecimento no tema, sugerimos algumas indicações de


leitura. Clique aqui em Saiba Mais. Vamos conhecer mais?

Saiba Mais

Trouxemos aqui a indicação de um estudo recente que trata do papel da fluência


de leitura para o desenvolvimento da compreensão leitora.

1º Estudo

1. CARDOSO-MARTINS, Cláudia; NAVAS, Ana Luiza. O papel da fluência de


leitura de palavras no desenvolvimento da compreensão da leitura: um estudo
longitudinal. In: Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. 62, p. 17-32, out./dez.
2016. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/er/n62/1984-0411-er-62-
00017.pdf . Acesso em: 30 abril 2021.

RESUMO

“Segundo a “Visão Simples da Leitura” (VSL), a compreensão da leitura é o


produto de duas habilidades distintas: a decodificação, definida como a
habilidade de ler palavras com acurácia, e a compreensão linguística. O presente
estudo avalia o papel da fluência, definida como a habilidade de ler palavras com
acurácia e rapidez, no modelo da VSL. Em particular, o estudo examinou se a
fluência contribui para o desenvolvimento inicial da compreensão da leitura em
português, independentemente da habilidade de decodificação e da
compreensão linguística. [...] Os resultados sugerem que variações na fluência
de leitura contribuem para o desenvolvimento inicial da compreensão da leitura
em português, mesmo após o controle do efeito de variações na habilidade
linguística e no desempenho em decodificação. As implicações desses
resultados para nossa compreensão do papel da fluência no desenvolvimento
da leitura são discutidas.”

Na próxima aula destacamos como a avaliação de fluência é importante para a


proposição de iniciativas pedagógicas mais adequadas para a plena
alfabetização do estudante. Mas antes, realize a atividade interativa e teste seu
conhecimento sobre o tema abordado nesta aula.

Vamos lá?

A avaliação de fluência na alfabetização

Saber mais sobre a fluência em leitura pode revelar as necessidades de ensino


e aprendizagem para o desenvolvimento da formação leitora e da compreensão
de textos, o que, por sua vez, contribui para o desenvolvimento geral de
competências em linguagens.

A percepção sobre habilidade e precisão com que o indivíduo decodifica um texto


fornece boas informações sobre o trabalho possível de ser realizado com leitores
em processo de escolarização.

Nesta aula, além de apresentarmos o tema, destacamos como os resultados da


avaliação de fluência permitem a proposição de iniciativas mais adequadas para
a plena alfabetização dos alunos das escolas públicas.

Ao final desta aula, você deve ser capaz de:

1-Identificar o que é a fluência em leitura.

2-Reconhecer a importância da leitura fluente para a formação leitora e a


compreensão de textos.

3-Conhecer o instrumento da avaliação de fluência em leitura e a metodologia


usada para a elaboração dos perfis de leitores.

4-Entender quais são os aspectos que compõem a leitura fluente.

O que é fluência em leitura?


Como vimos na aula anterior, a leitura é uma atividade bastante complexa
porque ela envolve um conjunto de habilidades que o leitor precisa acionar
simultaneamente enquanto lê, conforme vimos no vídeo da aula 1 em que
tratamos sobre o esforço e a energia gasta pelo leitor para realizar a
compreensão daquilo que lê.

Sabemos que o leitor fluente precisa ser capaz de decifrar aquilo que está escrito
e, ao mesmo tempo, precisa produzir sentido para aquilo que está lendo. Por
isso, é tão importante que o leitor seja capaz de deslizar pelo texto, de decifrar o
que está escrito sem maiores dificuldades, porque assim consegue dedicar mais
energia cognitiva para a compreensão do que está lendo, ou seja, é mais capaz
de produzir sentido para aquilo que lê.

Já deu para entender que toda prática de leitura exige o uso simultâneo de mais
de uma atividade cognitiva, não é mesmo? Agora, vamos tentar situá-lo nessa
discussão com uma analogia bastante comum.

Imagine que você está aprendendo a andar de bicicleta.

Nas primeiras tentativas, você provavelmente conduzirá toda a sua atenção à


capacidade de manter-se equilibrado sobre as duas rodas.

Não só a sua mente se dedicará a esse propósito: todo o seu corpo – braços,
tronco e pernas – estará unido em prol da necessidade de manter-se equilibrado
para que você não caia no chão

Mais à frente, já tendo maior domínio do equilíbrio, você voltará a sua atenção a
outras habilidades, como fazer curva, utilizar os freios corretamente, olhar para
o espelho retrovisor e acionar a campainha quando necessário.

Nesse segundo momento, você certamente será um condutor mais capacitado


do que era no primeiro.

Contudo, em ambos os casos, ainda não terá dominado totalmente a habilidade


de andar de bicicleta: dificilmente conseguirá apreciar a paisagem pelo caminho,
pensar sobre compromissos que terá de cumprir mais tarde e refletir sobre
eventos diversos de sua vida.

Afinal, todas essas ações funcionarão como distrações que poderão distanciá-lo
de seu principal propósito

Pensemos em uma situação um pouco mais dramática.

Imagine que, nesse primeiro estágio, enquanto você luta para se equilibrar, surja
uma outra bicicleta vindo na sua direção, conduzida por uma pessoa que
também está aprendendo a andar.

Nesse momento, seus esforços se dividirão em torno de duas ações: manter-se


de pé e desviar-se do outro ciclista.
Não será uma tarefa simples. Quando se tenta realizar duas habilidades ao
mesmo tempo, sobre as quais ainda não há domínio completo, a possibilidade
de que a ação seja exitosa torna-se consideravelmente menor.

E o que essa analogia tem a ver com o nosso tema? Como já foi adiantado, tal
qual andar de bicicleta, e diversas outras ações que realizamos e nem nos
damos conta, a leitura exige o uso de habilidades que devem ser acionadas
simultaneamente. Enquanto você lê este texto, por exemplo, algumas
habilidades estão sendo mobilizadas: a decodificação das palavras e a
compreensão do sentido produzido a partir da interação entre elas, o sentido que
assumem no contexto do texto e os sinais de pontuação, além da relação que
estabelecem com seu conhecimento particular de mundo e suas experiências
anteriores de leitura. Provavelmente, essas operações se deram de tal forma
que você nem se deu conta desses detalhes.

Não foi necessário somar V com O e C com Ê para decifrar o pronome “Você”.
O mero passar de olhos pelo termo já o fez reconhecer a palavra. Também não
precisou parar para refletir sobre o significado da mesma: de cara, soube que o
termo fazia referência à sua pessoa, que é o leitor desse texto. E, ao avançar
sobre o trecho, percebeu o uso do ponto de interrogação, o que o fez mudar o
tom da frase, transformando-a em uma pergunta. Inclusive, antes de terminá-la,
o sinal da vírgula sinalizou uma pausa, seguida de uma expressão informal que
reforçou a intenção de interagir com o leitor: “não é mesmo?”

Embora toda essa explicação seja um tanto longa, tais ações foram realizadas
de forma automática pelo seu cérebro. E é disso que se trata a fluência, a
capacidade de realizar habilidades simultâneas durante a decodificação e
compreensão de um texto. Ler com fluência significa ler sem embaraços, sem
grandes dificuldades para decifrar o que está escrito, de modo que um leitor
fluente é aquele que consegue “deslizar” pelo texto.

A fluência em leitura é essa capacidade de deslizar pelo texto, de decifrar o texto,


sendo capaz de traduzir as palavras em sons e ao mesmo tempo de observar os
sinais de pontuação que dão entonação ao texto. Sendo assim, o leitor fluente é
aquele que consegue:

Conforme vimos no vídeo da aula 1, ser fluente é uma condição fundamental


para compreender o que se lê. Daí a importância de se avaliar a fluência, visto
que saber o nível em que se encontram os estudantes no processo de
alfabetização é uma informação valiosa para o professor planejar suas ações
pedagógicas.

Os dados da avaliação de fluência ajudam o professor a ter maior compreensão


do que os seus alunos já são capazes de decifrar, levando, assim, a ler com mais
desenvoltura. Além disso, contribui para a identificação do que ainda precisam
desenvolver para diminuir o grande esforço que empregam para a decodificação
do que está escrito.

A avaliação de fluência cumpre um importante papel de mostrar que tipo de erros


os estudantes estão cometendo, auxiliando o professor na identificação e
compreensão de suas dificuldades.

Quando o professor escuta o estudante é possível perceber, com mais clareza,


que tipo de dificuldade ele encontra ao interagir com o texto. Quando analisado
apenas os resultados de atividades escritas, muitas vezes é difícil identificar a
natureza das dificuldades de leitura.

A importância da leitura fluente

Todos nós sabemos que, durante a alfabetização, é natural que a criança


encontre dificuldades, tropece entre uma sílaba e outra e trave algumas batalhas
com palavras desconhecidas. Mas sabemos que, caso não receba o suporte
necessário, esses tropeços poderão se intensificar e fazer com que, nos anos
seguintes, ao interagir com textos de diferentes disciplinas, novos obstáculos
apareçam. E assim, da infância até a vida adulta, cada barreira não superada
dará lugar a outra ainda maior.

Na fluência, os tropeços devem diminuir na medida em que o estudante avança


em sua trajetória de aprendizado. Isso porque, quando o leitor tem muitas
dificuldades para decifrar o que está escrito, todo o seu esforço acaba se
concentrando nessa tarefa, de modo que ele terá dificuldades para compreender
o que leu. Afinal, como na analogia da bicicleta, é bastante difícil pensar no que
está escrito, juntando sílabas ou palavras uma a uma, e refletir sobre o conteúdo
daquilo que está sendo lido. Sendo assim, quando um leitor tropeça no texto a
todo momento, ele não consegue juntar tudo o que leu e formar um todo
significativo.

Os aspectos que compõem a fluência

Como vimos no vídeo da professora Josi Toledo, aula 1, a fluência não é o


mesmo que a compreensão do texto. Ela é o elo entre a decodificação das
palavras à compreensão daquilo que foi lido. Assim, podemos afirmar que a
fluência é constituída por meio de três pontos fundamentais relacionados à
leitura: precisão, velocidade ou automaticidade e prosódia.

Vamos entender cada um separadamente.

Precisão

A precisão está relacionada à capacidade de identificar corretamente as palavras


escritas, de modo que os sinais gráficos (grafemas) sejam convertidos em sinais
sonoros (fonemas). Só é possível alcançar uma boa precisão leitora se houver
um pleno domínio do princípio alfabético e competência para articular
combinações de sons. Ou seja, ao efetuar uma leitura em voz alta, as palavras
recitadas por um leitor preciso deverão coincidir plenamente com o que está
presente no texto escrito. Quanto mais desvios ocorrerem – isto é, palavras lidas
que não coincidem com as do texto – mais dificuldades ele terá de compreender
o que efetivamente estava escrito.

Automaticidade

O segundo aspecto, automaticidade, diz respeito à rapidez com que a leitura é


efetuada. Pois, além de ser preciso em sua leitura, é necessário que o indivíduo
o faça de forma rápida, sem grandes esforços. A velocidade é um critério
importante, pois uma melhora na velocidade é uma característica do
desenvolvimento da automaticidade. É o que queremos dizer quando falamos
em “deslizar” pelo texto. Portanto, a leitura automática, é aquela que permite que
o leitor se concentre naquilo que é realmente importante no texto: o seu sentido.
E isso inclui os seus detalhes e as suas minúcias, pois a leitura rápida ou
automática jamais deverá ser confundida com uma leitura apressada, que não
se atenta aos pormenores de um texto.
Prosódia
Por último, o terceiro ponto relacionado à fluência é a prosódia, termo usado para
descrever os aspetos tônicos e rítmicos do discurso. Enfatizar termos
adequadamente, subir e descer o tom de voz nos locais apropriados, usar a
entoação interrogativa em uma pergunta ou imperativa em uma exclamação,
representar diferentes emoções com voz, fazer pausas e produzir sentido de
continuidade quando necessário, todas essas habilidades estão associadas à
prosódia. Sua importância para a leitura reside no fato de que as palavras, por
si só, não nos conduzem ao sentido total do texto: é imprescindível compreender
a forma como estão organizadas e se relacionam com os sinais de pontuação.

Desta forma, a avaliação de fluência objetiva diagnosticar se o estudante já


possui a capacidade de ler em voz alta de uma forma rápida, precisa e
expressiva. Isso é importante, pois a falta de fluência leitora tem sido observada
como um dos fatores para a dificuldade de compreensão de textos escritos, o
que gera consequências negativas, como a desmotivação para a leitura.
A avaliação de fluência também averigua em que medida o estudante já
aprendeu os princípios que regem a relação entre fonemas e grafemas,
fundamental no processo de alfabetização e desenvolvimento da compreensão
de textos escritos, uma vez que esse domínio é muito importante para o processo
de desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita.

Na avaliação da fluência, a criança é convidada a ler palavras, pseudo palavras


e uma pequena narrativa sobre a qual deverá responder algumas perguntas
sobre o enredo. Para cada uma dessas tarefas de leitura, considera-se o tempo
de 60 segundos (um minuto). Aqueles estudantes que conseguirem ler um dado
número de palavras sem embaraços e dificuldades, no tempo dado, serão
considerados Leitores Fluentes, enquanto os demais podem se posicionar entre
os perfis de Pré-Leitor e Leitor Iniciante, além daqueles não foram capazes de
realizar qualquer leitura.

Na avaliação de fluência, realizada por meio de um aplicativo desenvolvido pelo


CAEd/UFJF, o estudante realiza, como dissemos, três tarefas de leitura oral, a
partir das quais é observado o nível de fluidez de sua leitura, vamos às etapas:

É apresentado um conjunto de palavras dicionarizadas. Nesta tarefa a leitura é


observada por rotas fonológicas e lexical (pois é preciso identificar se a criança
conhece a palavra por memorização).

É apresentado um conjunto de palavras inventadas (pseudopalavras). Nesta


tarefa a leitura é observada pelo seu aspecto fonológico, já que não há o
envolvimento da memorização na leitura da palavra.

As palavras são apresentadas dentro de um contexto (utilização de texto curto),


uma narrativa ficcional que mescla vocabulários de diferentes classes
gramaticais em estruturas sintáticas diversas.
A análise da leitura do estudante ocorre a partir da observação dos três aspectos
já mencionados aqui: velocidade, precisão e prosódia. Além disso, os resultados
são classificados conforme o perfil de leitor observado em sua leitura, que
veremos na terceira aula, tendo como parâmetros a fluidez e precisão.

Não se preocupe, a prosódia é observada apenas como dado de pesquisa, ou


seja, informação associada que será utilizada para fins de pesquisa quando da
interpretação da escala de fluência.

Vejamos agora a palestra sobre a importância de se avaliar a fluência de leitura


no processo de alfabetização, proferida por Hakima Megherbi, professora titular
de Psicologia do Desenvolvimento, na Université Sorbonne Paris Nord, durante
o I Encontro Internacional sobre Avaliação Formativa e Digital. Vamos assistir?

O vídeo apresentado mostra como é importante a avaliação de fluência para


identificar os perfis de pré-leitores, leitores iniciantes e leitores fluentes que
temos em sala de aula. Assim é possível desenvolver práticas de ensino mais
eficazes e que contribuam de fato para garantir as aprendizagens de todos os
estudantes. Desta forma, podemos fazer a seguinte pergunta: que tipo de
informação as avaliações de fluência podem oferecer ao professor e que uso se
pode fazer dessas informações em sala de aula?

Com base nos perfis de leitores pode-se identificar e compreender o tipo de


comportamento do leitor durante a leitura e seu desempenho provável como
leitor, seja nas avaliações externas ou internas.

No caso dos resultados das avaliações de fluência, esses perfis buscam


contemplar os tipos de desempenho que grupos de alunos tiveram ao
realizar as leituras propostas.

Com base nos resultados da avaliação de fluência, o professor identifica os perfis


de leitores de sua turma e usa a informação no momento do planejamento de
suas aulas, com intervenções mais precisas e próprias para cada perfil
identificado.

Para aprofundar seu conhecimento no tema, sugerimos algumas leituras. Clique


aqui em Saiba Mais. Vamos conhecer mais?

Saiba Mais

Trouxemos aqui duas indicações de estudos recentes que tratam da importância


da fluência de leitura para a compreensão leitora.

2ºEstudo

2. MOUSINHO, Renata et al. Compreensão, velocidade, fluência e precisão de


leitura no segundo ano do ensino fundamental. In: Rev. Psicopedagogia, 2009;
26(79): 48-54. Disponível
em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84862009000100007 . Acesso em: 04 mai. 2021.

RESUMO

"O objetivo geral deste trabalho é estabelecer correlações entre fluência,


precisão, velocidade e compreensão de leitura no português do Brasil em
estudantes do 2º ano do ensino fundamental, bem como suas relações com as
habilidades metalinguísticas e cognitivas".

3ºEstudo

3. PULIEZI, Sandra; MALUF, Maria Regina. A fluência e sua importância para a


compreensão da leitura. In: Psico-USF, Bragança Paulista, v. 19, n. 3, p. 467-
475, set./dez. 2014. Disponível
em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
82712014000300010&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 30 abril 2021.

RESUMO:

“A fluência na leitura vem recebendo considerável atenção nas pesquisas


estrangeiras, mas ainda é pouco estudada no Brasil. O presente estudo teve
como objetivo analisar a literatura recente sobre a fluência, discutindo seus
componentes, desenvolvimento e relações com a compreensão da leitura. As
pesquisas analisadas deixam evidente que a fluência é uma habilidade
essencial, presente em todos os bons leitores, e merece a atenção dos
pesquisadores pelas relações que estão sendo estabelecidas entre ela e a
compreensão de texto. São feitas algumas considerações sobre as implicações
do modelo teórico para a prática em sala de aula.”

Agora que compreendemos o motivo de se avaliar fluência na alfabetiza iremos


abordar, na próxima aula, algumas estratégias possíveis de serem adotadas
como prática pedagógica com base nos três perfis de leitores: pré-leitor; leitor
iniciante e leitor fluente. Mas antes, realize a atividade interativa e teste seu
conhecimento sobre o tema abordado nesta aula.

Vamos lá?

Perfis de leitores e práticas leitoras

Chegamos à última aula do Desenvolvimento Profissional em que vamos


conhecer um pouco mais sobre cada um dos perfis de leitores que são
produzidos a partir dos dados gerados pela avaliação de fluência.
O uso dos resultados de uma avaliação está relacionado a um modelo de
educação baseado em evidências, cujo propósito é a melhoria do ensino e da
aprendizagem a partir de indicadores. Os dados de desempenho se somam à
experiência diária dos profissionais e permitem uma visão ampla e detalhada de
uma realidade educacional, facilitando o desenvolvimento de ações com
impactos positivos.

Nesta aula, abordamos algumas estratégias possíveis de serem adotadas como


prática pedagógica a partir dos perfis de estudantes apontados pela avaliação
de fluência, tendo como base os três perfis de leitores: pré-leitor; leitor iniciante
e leitor fluente.

1-Conhecer os diferentes perfis de leitores e as possíveis práticas de leitura para


o desenvolvimento de leitores fluentes.

Avaliação de fluência e a construção dos perfis de leitores

Como vimos na aula 2, na avaliação em larga escala da fluência, os estudantes


são convidados a ler palavras e textos. Com base na quantidade de acertos e no
modo como essas leituras são realizadas, são estabelecidos perfis de leitores.
Esses perfis indicam o tipo de comportamento do leitor durante a leitura e seus
desempenhos como leitores.

Sabemos que na sala de aula o professor também constrói perfis de seus


estudantes, ainda que não seja de forma deliberada ou consciente. Quando o
professor afirma “na minha sala tenho estudantes que já leem pequenos textos,
outros que só leem palavras e outros que estão começando agora a identificar
algumas sílabas”, está traçando perfis de leitores.

No caso dos resultados da avaliação de fluência, esses perfis buscam


contemplar os tipos de desempenho que grupos de estudantes tiveram ao
realizar as leituras propostas. A fluência se define, portanto, com base no
desempenho do leitor e no nível de complexidade das palavras e do texto que
integraram a avaliação. Essa é uma informação relevante para ser usada no
momento do planejamento de novas intervenções pedagógicas para a melhoria
da aprendizagem.

A seguir, conheça os perfis de leitores e as possíveis estratégias pedagógicas


para cada perfil. Vamos lá?

Pré-Leitor

Pré-Leitor

Os estudantes alocados neste perfil não dispõem de condições mínimas para


realizar a leitura oral, ainda que de palavras isoladamente. Isso ocorre porque
apresentam dificuldades relacionadas ao processo de decodificação de
palavras, especialmente daquelas palavras formadas por padrões silábicos não
canônicos, mas também pode apresentar dificuldades relacionadas à
associação de consoantes e/ou vogais aos seus valores sonoros.

Ainda não se apropriaram dos princípios que organizam o sistema alfabético de


escrita.

Ainda não venceram os desafios relacionados à decodificação das palavras


escritas, e, por essa razão, ainda não leem oralmente.

Considerando-se como métrica o tempo de 60 segundos, leem


aproximadamente 10 palavras dicionarizadas (em uma lista com 60 palavras)
e/ou 5 pseudopalavras (em uma lista com 40 pseudopalavras).

Geralmente não conseguem ler sequências textuais e sua precisão


(assertividade) de leitura encontra-se abaixo de 90%.Nesse perfil, encontra-se,
portanto, o estudante com dificuldades nas aprendizagens iniciais da
alfabetização, relacionadas ao processo de decodificação.

Essas dificuldades revelam-se de diferentes tipos, mas, especialmente, na


decodificação de palavras formadas por padrões silábicos não canônicos, pois
encontra-se em nível de reconhecimento de letras, apresentando também
dificuldades relacionadas à associação de consoantes e/ou vogais aos seus
valores sonoros, principalmente no caso de correspondências irregulares entre
fonemas e grafemas.

Essas dificuldades levam esse estudante a despender mais esforços em sua


tentativa de decodificação, impedindo a compreensão do que foi lido. Tais
dificuldades de leitura decorrem do fato desse estudante ainda não ter se
apropriado dos princípios que organizam o sistema de escrita alfabético,
significando que ele ainda não aprendeu a ler.

Pensando nesses estudantes, foram categorizados seis níveis para o perfil pré-
leitor. São eles:

Nível 1 – O estudante não realizou a leitura.

Nível 2 – O estudante disse letras, sílabas ou palavras que não constavam no


item. Esse estudante ainda não consegue relacionar a sonoridade da letra, sílaba
ou palavra aos grafemas.

Nível 3 – O estudante nomeou letras isoladas ao tentar ler as palavras


constantes no item. Esse estudante já consegue relacionar a sonoridade das
letras à sua representação gráfica, mas ainda realiza uma leitura individual de
cada elemento do código alfabético dentro de cada palavra, realizando uma
soletração.
Nível 4 – O estudante omitiu, substituiu ou inseriu fonema ou sílaba nas palavras
constantes no item.

Nível 5 – O estudante silabou ao realizar a leitura das palavras constantes no


item. Esse estudante consegue ler algumas palavras isoladas, porém, como isso
exige muito esforço, só o faz de modo muito lento e silabando.

Nível 6 – O estudante leu corretamente até 10 palavras e 5 pseudopalavras


constantes no item.

Para esse grupo de estudantes, o foco das práticas de leitura deve estar em
atividades relacionadas às etapas iniciais do processo de identificação dos
valores sonoros das letras e do modo como elas se organizam na formação de
palavras e de como essas se organizam, sinteticamente, nos textos.

Dessa forma, é preciso que:

Os textos tenham rimas e aliterações, para que os estudantes percebam a


sonoridade das palavras.

Sejam lidos poemas para as crianças, apresentando o texto escrito, apontando


as palavras do texto à medida que se lê. Assim os estudantes se dão conta das
relações entre fala e escrita e da semelhança sonora (das rimas).

Utilizem-se trava-línguas e parlendas também, pois são textos da tradição


popular, bastante adequados às atividades de leitura com estudantes com o
perfil pré-leitor. Como são, em geral, textos de memória, os estudantes podem
recitá-los e, ao fazê-lo, observar o modo como são escritos.

Sejam lidos livros de literatura infantil produzidos com o objetivo de contribuir


com o processo de alfabetização. Em geral, são textos curtos e compostos por
sílabas simples. Podem ser lidos primeiro pelo professor e depois pelos alunos.

Sejam lidos diversos tipos de textos literários, mais extensos, lidos pelo
professor, que se constitui como um modelo de leitor para esses estudantes.

Agora, vamos falar um pouco do perfil iniciante?

Leitor iniciante

Os estudantes alocados neste perfil leem palavras e pequenas sequências


textuais, porém o fazem de forma pausada, em um padrão de leitura silabada,
pois ainda precisam de tempo para realizar uma decodificação, sílaba a sílaba,
da palavra escrita. Isso acontece muito especialmente no caso de palavras que
apresentam padrões silábicos não canônicos (CVC, VC, CCV etc.) e/ou que são
pouco frequentes.

Sendo assim, a partir dessa definição, consideramos leitores iniciantes os


estudantes que:
Apropriaram-se das regras que organizam o sistema de escrita alfabética, mas
ainda apresentam dificuldades com a base ortográfica.

Considerando-se como métrica o tempo de 60 segundos, leem


aproximadamente 11 ou mais palavras (em uma lista com 80 palavras) e 6 ou
mais pseudopalavras (em uma lista de 60 pseudopalavras)

Apesar de conseguirem ler um maior número de palavras/pseudopalavras, a


precisão da leitura desses estudantes ainda se encontra abaixo de 90%. Na
leitura de textos, os estudantes apresentam padrão de leitura semelhante ao
observado em relação à tarefa de decodificação de palavras e pseudopalavras:
lenta, pausadas e muitas vezes silabada.

Os estudantes que compõem esse grupo já venceram os desafios da


alfabetização inicial, mas precisam desenvolver maior fluência em leitura e,
principalmente, melhorar a dimensão prosódica de sua leitura – observar
entonações e sinais de pontuação, que contribuem para a construção de sentido
para o que se lê.

As atividades para esse grupo de estudantes devem ser práticas de leituras


intencionalmente organizadas para que os estudantes, progressivamente,
tenham contato com textos sintaticamente mais complexos e também mais
extensos, para que adquiram o que chamamos fôlego de leitura.

Dessa forma, é preciso que:

Os estudantes sejam incentivados a planejarem atividades de escrita; eles


devem planejar sua leitura oral.

A primeira etapa da leitura oral seja iniciada silenciosamente. Nela, os


estudantes podem esclarecer suas dúvidas sobre palavras desconhecidas,
observar a pontuação do texto, dentre outros aspectos relevantes.

A segunda etapa da leitura oral seja feita pelo professor, considerado o leitor
mais experiente, assim os estudantes conseguem observar os aspectos
prosódicos do texto.

A terceira etapa da leitura oral seja feita pelos estudantes em voz alta; a leitura
pode ser feita cada vez por um grupo de estudante.

Reflita-se com os estudantes sobre o desempenho deles em leitura. O professor


pode gravar a leitura do estudante e, posteriormente, reproduzir a gravação para
que os estudantes avaliem seu desempenho, especialmente no que se refere
aos aspectos prosódicos do texto.

Agora, vamos refletir sobre o perfil de leitor fluente.


Leitor Fluente
Leitor Fluente

Estudantes alocados neste perfil são aqueles que já venceram os desafios


relacionados à decodificação das palavras e, por isso, leem mais rapidamente,
ou seja, de modo mais automático. Dessa forma, é possível que esses
estudantes possam se dedicar mais esforços à compreensão do que estão lendo
e construam significados para cada vocábulo lido.

Sendo assim, a partir dessa definição, consideramos leitores fluentes os


estudantes que:

Leem textos com vocabulário e/ou estrutura sintática mais complexa e/ou de
maior extensão. Tendo em vista seu nível de escolarização, os textos podem ser
lidos sem respeito à pontuação ou sem entonação, comprometendo a
compreensão de seu conteúdo.

Podem ser considerados já alfabetizados, mas ainda não proficientes em leitura,


uma vez que a proficiência é uma característica de leitores que não apenas
localizam informações na superfície textual, mas são capazes também de
realizar inferências com base no que leem.

Considerando-se como métrica o tempo de 60 segundos, leem textos narrativos


ficcionais, por exemplo, que mesclam estruturas morfossintáticas variadas, com
uma extensão média entre 150 e 180 palavras, lidas com precisão superior a
90% (acima de 65 palavras corretas).

Esses estudantes apresentam um perfil bastante satisfatório para a etapa de


escolarização em que se encontram. Já demonstraram a habilidade de ler com
desenvoltura textos compostos por palavras de diferentes padrões silábicos,
observando, inclusive, aspectos prosódicos do texto com entonação e
pontuação.

As atividades para esse grupo de estudantes devem incluir práticas de leitura


bem variadas e contemplar diferentes gêneros textuais. Estudantes com esse
perfil provavelmente já dispõem de condições mínimas para utilizar a leitura
como fonte de aprendizagem, ou seja, provavelmente já dispõem de condições
de ler e compreender textos variados, extrair deles informações relevantes.

Dessa forma, é preciso que:

Os textos tragam curiosidades científicas e outros temas relacionados às


diferentes áreas de conhecimento.

Esses estudantes sejam bons modelos de leitores para outros estudantes.

Seja feita a seleção de textos que desafiem os estudantes, com léxico mais
variado e padrões sintáticos mais complexos.
Situações que motivem a aprendizagem sejam criadas, como a simulação de
apresentação de um telejornal, que favorece o maior desenvolvimento da
fluência em leitura, especialmente porque, nesse caso, os aspectos prosódicos
cumprem um importante papel: a entonação certa para dar uma determinada
notícia.

O professor grave vídeos das atividades de leitura em voz alta e discuta a


atuação dos leitores com a turma.

Vimos, até aqui, alguns exemplos de práticas de leituras que podem ser
desenvolvidas e construídas com os estudantes de cada perfil de leitor. Porém,
existem também outras práticas que podem ser desenvolvidas de modo geral,
com todos os estudantes. São elas:

Clique nos itens abaixo

Incorporar atividades de leitura à rotina da turma

A leitura oral deve ser uma atividade que faça parte da rotina diária da turma.

Disponibilizar materiais de leitura e tempo para a exploração dos estudantes

Manter um “cantinho” de leitura ou uma biblioteca de sala é um meio de introduzir


a leitura na rotina da turma. Nesse espaço, devem estar disponíveis livros de
literatura, revistas em quadrinhos, revistas com curiosidades científicas, dentre
outras possibilidades.

Explorar momentos de leitura significativos em sala de aula

Introduzir, no cotidiano escolar, atividades como leitura de cartazes da rotina,


calendário; solicitar a redação de bilhete para comunicação com a família e, na
sequência, a leitura dele em voz alta; pedir aos estudantes que leiam os
enunciados das atividades e perguntar a eles o que deve ser feito, após a leitura.

Há muitas práticas de leitura possíveis de se desenvolver com os estudantes nas


aulas para estimular a leitura e a sua fluência. Manter os estudantes motivados
e incentivá-los a ler é papel do professor.

Para garantir esse estímulo para a leitura, o professor tem que ser um modelo
de leitor para os estudantes. No podcast a seguir, o professor Miguel Borges
(PhD em Educação/Professor Alfabetizador/Pesquisador, em Portugal)
apresenta diversas práticas de leitura que podem ser desenvolvidas em sala de
aula em que o professor assume esse papel. Vamos ouvir?
Para aprofundar seu conhecimento no tema, sugerimos algumas leituras. Clique
aqui em Saiba Mais. Vamos conhecer mais?

Saiba Mais

Trouxemos aqui duas indicações de estudos recentes que tratam da importância


da fluência de leitura para a compreensão leitora.

Clique nos estudos abaixo

4ºEstudo

4. SNOWLING, Margaret J.; HULME, Charles (Org.). A Ciência da Leitura.


Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Penso, 2013.

RESUMO

Essa obra reúne contribuições dos principais nomes do campo para a pesquisa
da leitura, os quais fazem uma revisão dos estudos mais recentes nesse campo.
Para maior aprofundamento sobre o tema, recomendamos a leitura das Partes
I, II e III.

5ºEstudo

5. VIANA, F.L. et al. Ler para ser: os caminhos antes, durante e... depois de
aprender a ler. Coimbra: Almedina, 2014.

RESUMO

Essa obra traz a variáveis envolvidas no aprender a ler e na compreensão de


textos, indo desde os níveis mais básicos, da decodificação, até os mais
complexos, relacionados à articulação dos processos de interiorização dos
textos ao contexto cultural de sua produção.

É importante lembrar que os dados das avaliações de fluência devem ser


analisados juntamente com os dados de outras modalidades da avaliação
externa em larga escala – avaliação de leitura e de escrita – pois, como dito
inicialmente, a fluência em leitura é apenas uma das dimensões relevantes para
se ter um diagnóstico da alfabetização inicial. Também é importante que o(a)
professor(a) considere os dados das avaliações realizadas por ele(a) com a
própria turma. Isso porque a fluência em leitura pode ser afetada pela particular
condição de ler oralmente numa situação de teste, o que para alguns estudantes
pode ser inibidora.

Parabéns, você está quase no final do percurso formativo deste


Desenvolvimento Profissional. Realize a atividade interativa e teste seu
conhecimento sobre o tema abordado nesta aula. Após a realização de ambas
as tarefas, você pode imprimir sua declaração de conclusão.

Bom trabalho!

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