O texto começa com indagações e provocações reflexivas sobre o porquê, para quê e onde a educação para a diversidade deve ser aplicada. E de início vincula aos aspectos de Educação na Diversidade e Cidadania. Traz o histórico educacional apresentando elementos das evidências da temática através das desigualdades sociais a da diversidade, presente nas relações sociais que até 50 anos atras não era reconhecida, perceptível. Com a globalização, a diversidade e a desigualdade racial se tornam mais acentuada isso para que se possa reconhecer as características de novas culturas, religiões, costumes alimentares, novos arranjos e as orientações sexuais. Ou seja, deixe – se de entender o diferente como desvio de comportamento que gera desigualdade e passa a incorporar e tolerar o diferente. O autor, a partir do conceito de globalização, apresenta a tríade o eu, o outro e o nos, a semelhança e a diferença. O ser humano ao reconhecer – se que também é outro, na visão do desconhecido amplia sua percepção de diversidade. Nesse sentido apresenta dois sentidos ideológicos sobre valores e como os interfere no processo educacional. Podendo limitar o entendimento do educar na diversidade. E difere o educar na diversidade entre a educação tradicional, o plano ético está centrado no respeito ao próximo, ao semelhante. Desta forma, a educação para a diversidade prioriza o respeito entre todos e por isso trabalha com valores e conceitos como: tolerância/ intolerância, preconceito; diversidade; identidade; igualdade; liberdade; inclusão/ exclusão; cidadania; paz. Segundo Cardoso, cada um desses conceitos, são discutidos, sendo apresentados sob diferentes posições ideológicas. Para discutir Tolerância e Intolerância, apresenta o conceito de ideologia e como ela pode interferir nas posições conceituais dos dois termos acima. Assim tolerar, sob a perspectiva moderna, é o ato de aceitar o que é desvio do padrão e do modelo e intolerar o não aceitar. Tolerância, na perspectiva do liberalismo é o respeito às diferenças culturais. Liberalismo é uma teoria política que justifica a economia capitalista. O olhar educacional da tolerância nesta perspectiva restringe muitas vezes à caricatura e ao folclórico da diversidade cultural. Estudiosos da temática, logo percebem que se a prática educativa não tiver um bom fundamento para entender o eu, o outro, o nas suas semelhanças e diferenças num contexto de transformação, que as diferentes culturas são elementos de enriquecimento de saberes. Pode reduzir o entendimento a apresentações de diferenças culturais. Para Mclaren desenvolver atividades pedagógicas sem considerar as influencias históricas de democracia (colonizador/colonizado) e a visão conservadora das diferentes influencias culturais sobre o outro faz com que a cultura ou o elemento dela trabalhada seja mais uma forma de reforçar o racismo. O filosofo Herbert Marcuse (1898 – 1879) em critica a democracia liberal norte – americana apresenta o conceito de tolerância repressiva. Para ele a autêntica tolerância é libertadora da violência e da opressão, contrário da tolerância passiva é a atitude de resignação diante do sistema opressor e injusto. Norberto Bobbio (1909 – 2004) apresenta outros sentidos a tolerância sendo tolerância boas e ruins. Entender esses conceitos ajudam – nos na distinção de atitudes que defende valores de liberdade, de respeito `as diferenças culturais, de boa convivência em detrimento do preconceito e da exclusão social. Ou atitudes que associa a indiferença, condolência, indulgencia, perdão em oposição a intolerância que defende a discriminação, preconceito, exclusão e opressão. A saber é discriminada o conceito de preconceito que está pautado no juízo de valor que um grupo ou de comunidade faz do outro, tendo como base a raça ou o social. Quando o preconceito tem por base a raça, o outro não é o seu semelhante, sendo justificável sua exclusão, o explorar, exterminar. Ou seja, o outro, o diferente é o meu desigual. O mundo ocidental, através da metafisica busca explicar, justificar os comportamentos e atitudes que excluem os que por meio ideológico ou físico dos padrões sociais. Os modelos metafísicos, da cultura ocidental, são homem, branco, adulto, cristão, belo ... e todos que não tem estas características estão fora ou são excluídos. Na educação, os conceitos ideológicos são retomados para entender e compreender os padrões metafísicos para propor novos caminhos para incluir os foras dos padrões construindo novas perspectivas educacionais de respeito e inclusão e equidade. Para aceitar e respeitar o outro e preciso que o eu entenda o outro como igual, um semelhante com suas diferenças. A diferença entre os seres humanos é porque temos características físicas diferentes e que não há motivo para desigualdade a não ser pelo processo histórico de dominação e exploração de um grupo de pessoas sobre a outra. Outro momento o foco dos conceitos é sobre a liberdade e igualdade. Ao falar do somos todos iguais está se referindo a igualdade jurídica e igualdade social. E a liberdade, o ser é livre, podendo fazer o que quiser desde que não prejudique o outro, o bom senso é o seu freio. Enquanto a liberdade de Estado o ser deve seguir as normas sociais, e associa igualdade social a ideia de liberdade. Outros conceitos: são os de cidadania passiva e cidadania ativa. E associa o ser cidadão ao que reivindica o cumprimento dos serviços públicos dos governantes, e, cumprir suas obrigações de ordem civil à cidadania passiva. E a cidadania ativa está associado o termo cidade política, ao cidadão que participa de vida, da cidade, sua reflexão e decisão. E por último discute violência e paz. Coloca algumas questões reflexivas apurando o conceito do que é paz e violência no sentido de compreendermos o que seja diversidade, como ela se apresenta.