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3. Enriquez, em seu texto diferencia o indivíduo do sujeito. Como vocês entenderam essa
diferenciação?
O indivíduo é identificado como alguém conformado, ou seja, com comportamentos
conformistas perante o que agrada a sociedade, mas que invisivelmente, e até mesmo sem saber,
desenvolve um papel essencial nas transformações sociais. O sujeito, por um outro âmbito, é um ser
criativo, uma vez que a criatividade está presente em cada um de nós quando mudamos pequenas e
grandes coisas, criando o aqui e o agora. Dessa forma, ele é definido como um ser que não traz apenas
um "projeto voluntário", mas que também, atinge um certo grau de anormalidade e que está em
condições de interrogá-lo, se lançando no desconhecido. Por isso, ele também é aquele que olha o
mundo como se o visse pela primeira vez.
Enriquez assevera sobre a formação de identidades muito coesas quando o mesmo revela
indivíduos heterônimos que buscam se agrupar com aqueles que os vê como pares. Nesse contexto, o
autor cita, por exemplo, indivíduos que se relacionam por possuírem a mesma cor ou mesma
nacionalidade. Sendo assim, tal processo acaba por abrir espaço para movimentos ultranacionalistas e
eugenistas, uma vez que os indivíduos que estão dentro dessa coesão vêem os de fora como uma
ameaça que, portanto, devem ser combatidos ou mesmo extintos.
Nesse cenário, as pequenas diferenças tornam-se um tipo de narcisismo de acordo com Freud,
pois o narcisismo de tais pequenas disparidades parece guardar certa semelhança com esse tipo de
construção antiética, ou onírica, já que cada qual se junta em uma mesma expressão de termos
opostos: narcisismo e diferença. Um exemplo de tal âmbito poderia ser uma equipe de torcida
organizada de futebol, pois, mesmo com as diferenças, tal grupo se une em prol do entretenimento por
meio do esporte.