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Grupo: Ana Carolina Faria Martins

Bruna Rodrigues Aguiar


Clarissa Amaral Fonseca
Douglas Sena Oliveira
Daniela Marques da Silva
Giovanna Nunes Pimentel
Lou Costa E Silva Peixoto

1. Como vocês definem autonomia e heteronomia? Como percebem estes conceitos na


sociedade atual?

A heteronomia e autonomia são, por essência, conceitos antagônicos. Por um lado, a


heteronomia se trata de uma sujeição a uma lei ou a uma vontade de outrem imposta sobre um
indivíduo. Sendo assim, isso faz com que o sujeito se torne um ser falado, pois ele passa a não ser o
próprio autor de seus atos, ou seja, o termo acaba por consistir na obediência do indivíduo a partir de
outro. Por outro lado, a autonomia se baseia na capacidade de se governar por meio dos seus próprios
meios, definindo o sujeito autônomo como aquele que possui a capacidade de refletir sobre as
limitações a que lhe são impostas. Por isso, ela se trata da decisão de mudança de uma hegemonia
pela sociedade, religião, família, entre outros.

No caso da heteronomia, é passível a identificar em nossa sociedade por meio de diversos


exemplos, sendo um deles a presença da cultura organizacional. Nela, o indivíduo trabalhador tem que
se adaptar às doutrinas impostas pela instituição de forma inconsciente, reproduzindo o discurso da
empresa para sua realidade, mesmo que não lhe caiba. Já a autonomia, por sua vez, pode ser
identificada por meio de transformações sociais, sendo um exemplo as mulheres inseridas em uma
cidade patriarcal, que normatiza o local da mesma como responsável por atividades domésticas, que
busca romper o discurso dominante ao procurar inserção no mercado de trabalho e universidades.

2. Discutam em grupo e relatem duas atitudes de autonomia e duas de heteronomia,


vividas por vocês na sua vida (trabalho, faculdade, família, etc.)

Quando se pensa em atitudes heterônomas, podemos exemplificá-las por meio do indivíduo


seguindo o curso que demonstre lhe dar mais dinheiro ao longo da vida ou, também, ao seguir
doutrinas religiosas que lhe são impostas sem refleti-las. Ao pensarmos sobre atitudes autônomas,
contudo, percebemos que ter uma voz ativa em meio a luta por transformações sociais e se esforçar
para garantir espaços que lhe foram negados definem bem um indivíduo autônomo.

3. Enriquez, em seu texto diferencia o indivíduo do sujeito. Como vocês entenderam essa
diferenciação?
O indivíduo é identificado como alguém conformado, ou seja, com comportamentos
conformistas perante o que agrada a sociedade, mas que invisivelmente, e até mesmo sem saber,
desenvolve um papel essencial nas transformações sociais. O sujeito, por um outro âmbito, é um ser
criativo, uma vez que a criatividade está presente em cada um de nós quando mudamos pequenas e
grandes coisas, criando o aqui e o agora. Dessa forma, ele é definido como um ser que não traz apenas
um "projeto voluntário", mas que também, atinge um certo grau de anormalidade e que está em
condições de interrogá-lo, se lançando no desconhecido. Por isso, ele também é aquele que olha o
mundo como se o visse pela primeira vez.

4. De acordo com Enriquez, qual é o risco da formação de identidades coletivas muito


coesas? Explique o que Freud denominou de narcisismo das pequenas diferenças. Como
vocês percebem este movimento na nossa sociedade?

Enriquez assevera sobre a formação de identidades muito coesas quando o mesmo revela
indivíduos heterônimos que buscam se agrupar com aqueles que os vê como pares. Nesse contexto, o
autor cita, por exemplo, indivíduos que se relacionam por possuírem a mesma cor ou mesma
nacionalidade. Sendo assim, tal processo acaba por abrir espaço para movimentos ultranacionalistas e
eugenistas, uma vez que os indivíduos que estão dentro dessa coesão vêem os de fora como uma
ameaça que, portanto, devem ser combatidos ou mesmo extintos.

Nesse cenário, as pequenas diferenças tornam-se um tipo de narcisismo de acordo com Freud,
pois o narcisismo de tais pequenas disparidades parece guardar certa semelhança com esse tipo de
construção antiética, ou onírica, já que cada qual se junta em uma mesma expressão de termos
opostos: narcisismo e diferença. Um exemplo de tal âmbito poderia ser uma equipe de torcida
organizada de futebol, pois, mesmo com as diferenças, tal grupo se une em prol do entretenimento por
meio do esporte.

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