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Nome do Estudante:

Código do Estudante: Introdução a Filosofia

A Pessoa Humana

Costuma-se dar um nome compreensível à singularidade do ser humano: diz-se que o Homem,
ao contrário das outras coisas que o circundam, é uma pessoa. Muitos filósofos fizeram da
pessoa o epicentro de suas reflexões, dando origem à uma visão filosófica que recebeu o nome
de personalismo. O problema da pessoa é estudado pelos psicólogos, psicanalistas, educadores
políticos e juristas.

A pertinência dos aspectos da ética individual na nossa sociedade. (A liberdade, a


responsabilidade, o mérito, a sanção, o dever, a justiça, são elementos indispensáveis na
construção duma ética individual). Conhecendo os elementos da ética individual é possível
uma boa convivência na sociedade e ausência destes pode-se viver um total caos na
sociedade.

O singular, o individuo, o concreto, assim como os elementos indispensáveis na construção duma


ética individual, para o pensamento grego tem valor provisório, como momentânea
fenomenização da espécie universal, ou então como instante transitório do grande ciclo, que tudo
compreende da história.

Uma memorável definição da pessoa, a mais célebre de todas, muito completa e precisa do ponto
de vista ontológico deixou-nos Severino Boécio e diz o seguinte: “Pessoa é uma substância
individual de natureza racional”. Nas conversas diárias, muitas vezes falamos de “ética” e
“moral” como se fossem palavras sinónimas. Embora tenham, originalmente, um sentido
parecido, é possível diferenciá-las (Chambisse et al. 2003). A palavra “moralidade” vem do
latim mos, mor- e significa costumes. Nós vivemos em uma sociedade que tem normas
estabelecidas do que é certo e do que é errado.

Para S. Tomás de Aquino: “Pessoa significa o que de mais nobre há no universo, isto é, o
subsistente de uma natureza racional”.
Nós, humanos, não vivemos sozinhos. Há uma infinidade de relações que estabelecemos o tempo
todo, com a nossa família, com os nossos vizinhos, com os nossos amigos, com colegas de escola
e trabalho, entre outras. Todos nós somos singulares: temos vontades, pensamentos e modos de
expressão diferentes (Chaui, 2003). Foi para possibilitar a vida em comum, ou seja, a vida ao
lado das outras pessoas, e para garantir que todas elas possam agir que, ao longo dos anos,
apareceu a noção de ética.

Quando falamos que alguém é responsável ou tem responsabilidade sobre alguma coisa, significa
que essa pessoa tem condições de pensar sobre seus actos. Para Aranha et al. (1993) quando uma
pessoa tem condições de pensar sobre seus actos, tanto os do passado quanto os do presente, ela
pode escolher a forma como agir no futuro. Sobre isso dizemos que a pessoa tem liberdade
(p.90). Mas os filósofos não chegam a um consenso a respeito da liberdade humana.

Dentro da discussão filosófica, há pensadores que discutem a liberdade humana em relação à


presciência divina, como Boécio; há pensadores que discutem a liberdade humana em relação às
determinações biológica e histórica, como Helvetius; há os que discutem a liberdade humana
acima das determinações, como Sartre; e aqueles que analisam a relação entre a liberdade e o
determinismo a partir do entendimento do ser humano como livre e determinado ao mesmo
tempo, como Espinosa.

Os aspectos da ética individual colocam a reflexão sobre as condutas e o agir humano em termos
de estilo, se distanciando da dicotomia permitida/proibido. Surge também de forma relevante a
noção de responsabilidade sobre os nossos actos, que já não são mais julgados nos termos da
culpabilidade. Assim, a ética individual se conjuga com a responsabilidade social. O indivíduo,
cuidando de si, cuida também dos outros adequadamente. E fazem parte dos aspectos da ética
individual as formas de coexistência com os outros, a saber: Amor, Indiferença, Ódio e
Sentimentos.

Nós, desde a infância, aprendemos diversos valores morais que dependem do nosso contexto
sociopolítico. A partir desses valores, criamos uma noção do que é uma acção moralmente
correta ou moralmente incorrecta (Cotrim, 2002). Ao passo que reflectimos sobre a nossa
realidade e percebemos que somos afectados por ela, podemos reafirmar os valores que
aprendemos ou contestá-los. Assim, nós podemos também transformar a percepção dos valores e
ter a legitimação dessa nova percepção de toda a sociedade.

Não nos faltam exemplos no decorrer da história: a abolição da escravatura, por exemplo, fez
com que a sociedade passasse a ver as pessoas negras como pessoas com igualdade de direitos e
que, portanto, não podiam constituir-se como propriedade privada de outra pessoa.

Referências Bibliográficas

Alves, Fátima et al. (1997). A Chave do Agir - Introdução à Filosofia 10º Ano, Texto editora,
Lisboa;

Aranha, Maria Lúcia de Arruda et al. (1993). Filosofando. Introdução à Filosofia; 2ª edição, S.
Paulo;

Chambisse, Ernesto et al. (2003). A Emergência do Filosofar. Filosofia 11ª/12ª Classe, 1ª edição;
S. Paulo;

Chaui, Marilena (2003). Convite à Filosofia, 13ª edição, S. Paulo;

Cotrim, Gilberto (2002). Fundamentos de Filosofia; 15ª edição, editora Saraiva, S. Paulo;

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