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A pessoa como sujeito moral

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31 de março de 2019
Publicado por CABULAMZ
Distinção entre ética e moral

A palavra “ética” provém do grego “ethos”, que diz respeito aos comportamentos
habituais, aos custumes, daquilo que é habitual, que os seres humanos fazem,
referindo-se à sua interioridade.

A palavra “moral”, provém do latim, “moralis” e designa também aquilo que é


habitual aos seres humanos fazem, com a particularidade de indagar o que deve
ou não ser feito. Mas o que distingue a ética da moral? A moral e a ética
têm em comum de incidirem sobre o comportamento e a acção humana. A ética
tem uma dimensão mais universitária e a moral está ligada à dimensão
convensional e comunitária; A ética procura investigar as condições apartir das
quais se pode falar, ou não, em acto moral e em moralidade. Sendo assim,a ética
fala sobre o princípio fundamental da moral. A moral tem uma dimensão mais
local, relacionando-se com os modos concretos da vida de uma dada sociedade,
que é usual ouvirmos em princípios éticos e em condutas morais.

A pessoa e as suas características

Conceito de pessoa

A palavra “ pessoa”, provém do grego “prósopon”, e do latim “personare”( fazer


ressoar), significa “máscara”, ou seja, tudo aquilo que um actor punha no seu
rosto numa peça teatral. Para o filósofo Boécio-pessoa é uma substância
individual de natureza racional. Esta definição foi compartilhada pelo filósofo
da época medieval São Tomás de Aquino.
Para o filósofo romano, Cícero- pessoa é sujeito de direitos e deveres.
Esta definição remete-nos para uma abordagem jurídica ao designar a
pessoa como um indivíduo dotado de direitos e obrigações, obrigações
essas que vão por limites na sua liberdade. Boécio e São Tomás
destacam 3 elementos fundamentais: substância, individualidade
e racionalidade.

Características da pessoa

A pessoa é caracterizada pelos seguintes aspectos:singularidade,


unidade, interioridade autonomia, projecto e valor em si.

Singularidade- cada ser humano é uno, original, autêntico,


irrepetivel e insubstituível, ou seja, ninguém é cópia de ninguém,não
há duas pessoas iguais, há sempre uma diferença entre uma pessoa e
outra. Um sujeito pode ser substituído nas suas funções, mas nunca
como pessoa: cada pessoa é ela mesma.

Unidade- embora constituída por partes diversificadas (é corpo físico,


razão, emoção, acções, etc.). a pessoa é uma totalidade, isto é, as
diferentes partes que o constituem formam um todo.

Interioridade- em cada ser humano há um espaço de reserva e de


intimidade, inacessível e inviolável: é a consciência moral.

Autonomia- o ser humano na sua qualidade de pessoa, é um centro


de decisão e acção tem em si o princípio e a causa do seu agir; a pessoa
tem a capacidade de autogovernar-se ou autodeterminar-se.

Projecto- ser pessoa não é algo inato. A pessoa tem de se tornar como
tal; ser pessoa é uma das possibilidades humanas que cada um deve
realizar por si.

Valor em si- a pessoa é um valor absoluto e como tal, não pode ser
usada como um meio de serviço de um fim. Estar-se-ia coisificar a
pessoa.

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